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Saiba como participar do G20 Social

O Rio de Janeiro sediará na próxima semana o G20 Social, com uma vasta programação que começa na quinta-feira (14) e vai até sábado (16). O G20 Social é uma inovação instituída pelo governo brasileiro. O país preside o G20 pela primeira vez desde 2008, quando foi implantado o atual formato do grupo, composto pelas 19 maiores economias do mundo, bem como a União Europeia e mais recentemente a União Africana.

Nas presidências anteriores, a sociedade civil costumava se reunir em iniciativas paralelas à programação oficial. Com o G20 Social, essas reuniões foram integradas à agenda construída pelo Brasil. O objetivo é ampliar o diálogo entre os líderes governamentais e a sociedade civil.

Boa parte da programação dos três dias é composta por atividades autogestionadas propostas por diferentes organizações sociais. Também é prevista, ao fim, a apresentação de um documento síntese do G20 Social. Ele deverá posteriormente ser entregue aos governos de todas as nações na Cúpula dos Líderes do G20, evento que ocorre nos dias 18 e 19 de novembro, encerrando a presidência brasileira. A África do Sul sucede o Brasil na presidência do grupo.

Credenciamento

Mas como participar do G20 Social? As atividades são abertas a todos os interessados, mas é preciso credenciamento prévio. Basta acessar o portal oficial do evento e preencher o formulário, com nome completo, e-mail e Cadastro de Pessoa Física (CPF) ou passaporte. O credenciamento já está disponível e ficará aberto até terça-feira (12).

As atividades do G20 Social ocorrem em diferentes locais espalhados pelo Boulevard Olímpico, no centro do Rio de Janeiro. São eles: Espaço Kobra, Armazém 2, Armazém 3, Armazém Utopia e Museu do Amanhã.

A organização do G20 Social alerta que a entrada nos espaços é sujeita à lotação por questão de segurança. Para ter acesso a cada um deles, o participante credenciado deverá estar com o seu crachá. Ele poderá ser retirado no Espaço Kobra a partir de quarta-feira (14), primeiro dia da programação.

 

Urban 20: evento no Rio reúne prefeitos de mais de 60 cidades

O Rio de Janeiro vai sediar o Urban 20 (U20), o encontro dos prefeitos do G20 (grupo das 20 maiores economias do mundo), entre os dias 14 e 17 de novembro. O prefeito Eduardo Paes será o anfitrião de mais de 60 prefeitos e delegações de mais de 100 cidades ao redor do mundo. O evento ocorre no Armazém da Utopia, no Complexo Mauá, o polo das atividades do G20 Social, que vai reunir movimentos sociais e culturais na região.

A conferência global do U20, grupo fundado pelas Grandes Cidades para a Liderança Climática (Grupo C40) e Cidades e Governos Locais Unidos (CGLU), ocorrerá pela primeira vez às vésperas da Cúpula dos Líderes do G20.

Com o objetivo de influenciar os chefes de Estado, será elaborado um comunicado com propostas das cidades para solucionar problemas sociais, climáticos e de financiamento de projetos municipais. O documento será entregue por Paes e representantes do U20 ao governo federal, que transmitirá as demandas das cidades aos líderes do G20, reunidos no Museu de Arte Moderna (MAM) nos dias 18 e 19 de novembro.

Entre as autoridades já confirmadas para o U20 estão os prefeitos de Paris, Barcelona, Milão, Amsterdam, Istambul, Helsinki, Phoenix, Montreal, Freetown, Joanesburgo, Medellin e Montevidéo, dentre outros.

Também confirmaram presença vice-prefeitos e conselheiros de prefeituras de cidades como Londres, Nova York, Buenos Aires e Singapura. No total, mais de 136 cidades estarão representadas por autoridades municipais no U20 no Rio de Janeiro.

Membros sênior da Bloomberg Philanthropies – que patrocina o evento –, do C40, do Banco Interamericano de Desenvolvimento, da ONU e outras lideranças urbanas também vão participar de sessões e conferências do U20.

De forma inédita, a Cúpula dos prefeitos do U20 no Rio será um evento de quatro dias, com inscrições gratuitas e abertas ao público. Alinhado ao objetivo do G20 Social – iniciativa pioneira da presidência brasileira para incluir a sociedade civil nas discussões das autoridades –, o U20 trará uma programação ampla, com painéis organizados por redes de cidades e lideranças municipais, sobre os temas prioritários do G20.

O U20 abordará os temas prioritários do G20, propostos pelo governo federal, destacando a perspectiva dos governos locais e a diversidade das realidades urbanas entre os membros do G20.

Os três principais eixos de discussão são a inclusão social e combate à fome e à pobreza, transição energética e enfrentamento das mudanças climáticas, além d reforma das instituições de governança global.

O grupo de cidades também dará ênfase a questões de financiamento para medidas urbanas de resiliência climática. Entre os temas abordados estão parcerias para implementar ações climáticas, reforma dos bancos multilaterais de desenvolvimento (BMDs), transição climática justa, criação de empregos verdes e financiamento para aprimorar a resiliência das áreas urbanas.

Haverá sessões sobre financiamento para projetos de resiliência urbana, incluindo descarbonização do transporte e apoio a startups, com a participação de organizações como Columbia Climate Hub, CEBRI e World Resources Institute.

Outro destaque será o lançamento do Brazil Hub, do Centro da Coalizão de Financiamento Climático Urbano (CCFLA), que facilitará o acesso a financiamento para infraestrutura climática.

Programação

No dia 15, o palco principal receberá a sessão G20 Favelas, que pretende tratar do papel das favelas como centros de inovação e empreendedorismo. Também ocorrerão debates sobre governança urbana e geração de empregos dignos, por meio da economia social.

Às 15h, a Cúpula das Megacidades, convocada pela Metropolis – Associação Mundial das Grandes Metrópoles – e pelas cidades do Rio de Janeiro e Istambul, discutirá uma agenda colaborativa para megacidades. Às 16h30, será lançado o Breathe Cities Rio de Janeiro, uma iniciativa do Clean Air Fund, C40 e Bloomberg Philanthropies, para combater a poluição do ar na cidade do Rio.

No dia 16, o Palco Principal destacará a sessão Inteligência Artificial para o Bem Social, promovida pelo Google, e a C40 Cities discutirá o financiamento da ação climática em múltiplos níveis. Às 12h, haverá o lançamento do Pacto Social Local pela UCLG, focado na coesão social e inclusão.

No último dia, 17 de novembro, ocorre a reunião de cúpula dos prefeitos, que será fechada para o público, haverá a transmissão do documento do U20 ao presidente Lula e uma coletiva de imprensa no Museu do Amanhã, consolidando os compromissos discutidos.

Comunicado do U20

O U20 destaca em seu comunicado para os chefes de estado das maiores economias do mundo que as cidades desempenham um papel crucial na realização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e do Acordo de Paris, mas ainda não recebem o reconhecimento necessário.

O C40 também foca especialmente no sul global, ressaltando que desafios climáticos, como a escassez de alimentos e a pobreza, afetam principalmente as cidades do Sul Global, que são as menos responsáveis por essas crises. Em 2018, apenas de 7% a 8% dos US$ 4,5 a US$ 5,4 trilhões necessários para financiar iniciativas climáticas chegaram a essas cidades, mostrando a falta de investimento adequado.

Anielle: letramento e regulação são caminhos contra racismo nas redes

Depois da morte de Marielle Franco, assassinada em março de 2018, ainda houve a violência da desinformação. A irmã da vereadora, professora Anielle Franco, e toda a família viveram dores indescritíveis quando, além do luto, sofreram com a divulgação de falsas imagens de uma pessoa que seria Marielle ao lado de acusados de crimes. 

Seis anos depois, Anielle, agora ministra da Igualdade Racial, acredita que a tecnologia, o letramento digital nas escolas e a regulação de redes sociais e da inteligência artificial podem ser caminhos contra o racismo na internet.

A ministra participou, nesta sexta-feira (8), do festival Rec´n´Play, evento de tecnologia que  termina neste sábado (9), no Recife (PE). “A saída, ao meu ver, é primeiro uma discussão séria sobre quem acessa e quem não acessa (a internet). Segundo, é se letrar nas escolas e ter acesso também na própria escola (…) A garantia de direitos precisa partir da educação e fortalecer isso com os estados e municípios”, disse em entrevista à Agência Brasil. 

Acesso

Anielle Franco afirmou que não é possível conceber inclusão digital para pessoas pobres, negras, periféricas e faveladas sem que o Estado garanta o direito. Ela entende que os resultados de pesquisa via inteligência artificial terem vieses racistas aparecem com resultados racistas passa por quem está programando ali atrás. 

“Se a gente reúne educação de base, investimento, e depois consegue prover, para que todo cidadão tenha acesso, entendo que pode mudar (o cenário) também. É preciso regular, fortalecer e implementar. São as saídas básicas que a gente precisa fazer”.

Para a ministra, o problema do letramento é complexo. Ela exemplifica que, como professora, no período da pandemia, a maior parte dos alunos das comunidades da Maré e de Manguinhos, não tinham internet em casa. 

“Eles contavam com estar na escola para poder ter acesso. Então essa discussão ainda é previamente antes da inteligência artificial. O ministério da Igualdade Racial tem uma ação transversal. A gente não tem condições nem faria nada sozinho sobre esse tema”. 

Violência

Além das áreas urbanas, Anielle apontou também a preocupação especial com as violências contra comunidades quilombolas. Ela lembrou da morte de Bernardete Pacífico no ano passado e entende que os programas de proteção de pessoas que lutam pelos direitos humanos, como era o caso da idosa na comunidade de Pitanga dos Palmares, em Simões Filho (BA), precisa ser aperfeiçoado. 

“Eu mesma faço parte. A realidade desse acompanhamento diário, às vezes, é ineficaz. Precisa ser reformulado. A gente tem tentado pensar como melhorar a situação dos quilombos como um todo”. Ela citou a criação do programa “Aquilomba Brasil” e a parceria com órgãos do governo federal para buscar levar políticas públicas. 

A ministra entende que é preciso reunião de esforços de diferentes instâncias de poder. “O atendimento das demandas precisa de interesses conjuntos e também vontade política conjunta. Mas a gente tem acompanhado para tentar melhorar a situação”.

*O repórter viajou a convite do Porto Digital

K-pop: capital paulista tem atrações coreanas nas fábricas de cultura

As unidades do Programa Fábricas de Cultura, do governo estadual de São Paulo, espalham a cultura sul-coreana e o gênero musical k-pop pela capital paulista, neste sábado (9).

Apesar de o foco central ser a música, o evento conta com uma programação bastante variada, com oficinas de maquiagem, de criação de produções audiovisuais, os chamados k-dramas e de dança, além de atividades com gastronomia e animes.

Há atividades para atender tanto as comunidades das zonas norte, leste e sul da capital como a de Osasco. Segundo a organização do evento, pode ser uma grande oportunidade para se aproximar “desse grande mapa cultural do k-pop” e criar, a partir dele, um repertório com inúmeras referências.

No Brasil, o interesse pela Coreia do Sul e a audiência dos k-dramas vem aumentando, sobretudo os transmitidos em serviços de streaming. Os dramas que dominam as telas dos brasileiros contam histórias de romance e comédia romântica, com protagonistas frequentemente retratados como emotivos e carinhosos.

Confira abaixo alguns destaques por região. A programação completa pode ser obtida através do site https://www.fabricasdecultura.org.br/kpop.

Zona Norte

A partir das 10h, a Fábrica de Cultura Vila Nova Cachoeirinha recebe a produtora e gerente de turismo Carol Akioka para um bate-papo sobre O que é K-pop?. Na conversa, a produtora, que atua desde 2016 com artistas do gênero, abordará as tendências e proporcionará um entendimento sobre a cultura e o sucesso do K-pop.

Já o Núcleo Taipas, da Fábrica de Cultura Brasilândia, estará com uma programação mais extensa a partir das 11h. Entre as atrações, uma oficina de experimentação de maquiagens sul-coreanas e um bate-papo com a maquiadora Fernanda Andrade; uma experimentação na gastronomia sul-coreana, em que os participantes poderão preparar as próprias bebidas à base de geleia de frutas; apresentação de coreografias populares de grupos de K-pop como BTS, Blackpink, Twice e EXO; haverá ainda um desafio em chroma key em que os fãs de produções audiovisuais coreanas (k-drama) serão desafiados a criar o roteiro e gravar um conteúdo de no máximo um minuto; e a agenda termina com uma oficina de produção de estampas inspiradas na cultura pop sul-coreana utilizando a técnica de serigrafia.

Às 14h, a Fábrica de Cultura Brasilândia promove o workshop K-pop e racialidades ministrado por Érica Imenes que abordará a inclusão de pessoas negras em ambientes de fandom e K-pop.

A Fábrica de Cultura Jaçanã terá a Mostra de dança: k-pop é pop na k-brada às 13h. Nesta atividade, o público aproveitará apresentações da dança com fãs e grupos amadores, participando do Random play de K-pop – momento em que se pode arriscar a fazer a coreografia de um clipe durante o refrão da música.

Zona Leste

Com a atividade Experiência K-pop, que ocorre na Fábrica de Cultura Vila Curuçá a partir das 10h, os visitantes poderão aproveitar uma exposição de fotos e vídeos sobre a cultura K-pop por meio de monóculos temáticos com imagens de grupos famosos a serem descobertos pelo público.

Além disso, o local terá um espaço instagramável e outro de karaokê para os visitantes soltarem a voz com os sucessos deste gênero musical, sem esquecer as apresentações de grupos de K-pop locais.

Apresentações artísticas de K-pop, concurso de cosplay, brincadeiras sul-coreanas e desafios de random vão agitar a Fábrica de Cultura Sapopemba durante a tarde, com início às 13h30.

Já na Fábrica de Cultura Itaim Paulista a diversão fica por conta do evento K-star, às 14h, que receberá grupos deste gênero, dentre eles, Star Six, Red Kisses, Get a Guitar, Violet Crazy e Sweet Dreams.

Outra unidade que irá receber grupos de dança e cantores de K-pop, além de promover o Randon e disponibilizar um painel fotográfico inspirados em animes para os visitantes tirarem fotos, é a Fábrica de Cultura Parque Belém. A programação começa às 14h.

Neste mesmo horário, mas na Fábrica de Cultura Cidade Tiradentes, ocorre o Especial K-arena, que além das apresentações de dança e do Randon, oferecerá medalhas de participação aos grupos.

Zona Sul

A produtora de eventos Idols in Concert leva para o palco da Fábrica de Cultura Jardim São Luís mais uma edição do K-stage Experience, a partir das 12h, com grupos de dança de São Paulo, da Baixada Santista, do Rio de Janeiro e de Belo Horizonte para celebrar o K-pop com muita dança e performances elaboradas, além de atrações especiais.

Já a Fábrica de Cultura Capão Redondo será palco do evento K-pop Experience na Periferia, que contará com diversas atividades interativas, como Random Play Dance, concursos de dança, workshops de coreografias e painéis de conversa sobre a cultura K-pop e sua influência no Brasil. As atividades começam a partir das 13h.

Osasco

Para os amantes da cultura sul-coreana residentes de Osasco, a Fábrica de Cultura promove o K-pop Day Oz das 14h às 19h com uma programação diversa. O evento contará com apresentações dos grupos ZBR, cover focado em ZEROBASEONE, e A2B; e um workshop ministrado pela artista Tina, membro do grupo WeStay, da BNB Entertainment, com foco nos movimentos de uma coreografia original de K-pop.
 
Seviço:
Toda a programação é gratuita e a classificação é livre. Os destaques, a seguir, não exigem inscrição. É só chegar e aproveitar!
 
Fábrica de Cultura Parque Belém
Av. Celso Garcia, 2231 – Belenzinho | Tel: (11) 2618-3447
K-pop na Fábrica
A partir das 14h

Fábrica de Cultura Brasilândia
Avenida General Penha Brasil, 2508 | Tel: (11) 3859-2300
Workshop K-pop e racialidades com Érica Imenes
Das 14h às 16h

Fábrica de Cultura Capão Redondo
Rua Bacia de São Francisco, s/n – Conjunto Habitacional Jardim São Bento | Tel: (11) 5822-5240
K-pop Experience na periferia
Das 13h às 20h30

Fábrica de Cultura Cidade Tiradentes
Rua Henriqueta Noguez Brieba, 281 – Conj. Hab. Fazenda do Carmo | (11) 2556-3624
Especial K-pop: K-arena
A partir das 14h

Fábrica de Cultura Itaim Paulista
R. Estudantes da China, 500 | (11) 2025-1991
K-star edição especial
A partir das 14h

Fábrica de Cultura Jaçanã
Entrada 1: Rua Raimundo Eduardo da Silva, 138 | Entrada 2: Rua Albuquerque de Almeida, 360 | Tel: (11) 2249-8010
Mostra de dança: K-pop é pop na k-brada
Das 13h às 17h

Fábrica de Cultura Jardim São Luís
Rua Antônio Ramos Rosa, 651 | Tel: (11) 5510-5530
Idol in Concert: k-stage experience
Das 12h às 18h

Fábrica de Cultura Osasco
Rua Santa Rita, s/nº, Jardim Rochdale – Osasco | Tel: (11) 3689-7600
K-pop Day Oz
Das 14h às 19h

Fábrica de Cultura Sapopemba
Augustin Luberti, 300 – Fazenda da Juta | (11) 2012-5803
Especial K-pop na Fábrica
A partir das 13h30

Núcleo Taipas – Fábrica de Cultura Brasilândia
Rua Joaquim Pimentel, 200 | Tel: (11) 3971-3640
Agenda:
Experimentação em maquiagem sul-coreana
Das 11h às 13h
Minuto K-drama em chroma key
Das11h às 12h; e das 13h30 às 14h30
Produção de estampas K-pop
Das 11h às 15h
Fresh Milk: experiência gastronômica sul-coreana
Das 14h às 16h
K-pop: música, dança e idols!
Das 15h30 às 16h30

Fábrica de Cultura Vila Curuçá
R. Pedra Dourada, 65 – Jardim Robru | (11) 2016-3316
Experiência K-pop
Das 10h às 16h

Fábrica de Cultura Vila Nova Cachoeirinha
Rua Franklin do Amaral, 1575 | Tel: (11) 2233-9270
“O que é K-pop?” com Carol Akioka
Das 10h às 11h

Refinaria da Petrobras vai transformar poluente em produto rentável

A Refinaria Abreu e Lima, unidade da Petrobras na cidade de Ipojuca, na região metropolitana do Recife, faz os últimos ajustes para iniciar as operações da unidade U-93 Snox, nome técnico da estrutura que reduzirá a emissão de gases poluentes resultantes do processo de refino e, de quebra, transformar as substâncias químicas em produto a ser comercializado.

A previsão é dar a partida na Snox ainda no mês de dezembro. Com a instalação em funcionamento, a Abreu e Lima (Rnest) fará o abatimento da emissão dos gases poluentes óxido de enxofre (SOx) e óxido de nitrogênio (NOx), transformando as substâncias em ácido sulfúrico.

Esta é a primeira unidade Snox das Américas e a terceira no mundo. As outras duas ficam na Itália e na Áustria. A Agência Brasil teve acesso exclusivo à unidade brasileira durante os preparativos finais da inicialização da operação.

A operação da Snox proporcionará à Petrobras ao menos três fatores positivos: a redução da emissão de poluentes; a receita com a venda do ácido sulfúrico; e o aumento da capacidade de refino, principalmente do diesel S-10, tido como mais limpo.

A Snox eliminará 99% das emissões de SOx e 95% de NOx. Com menos poluentes sendo lançados à atmosfera, o ganho para o meio ambiente é direto, assim como para a população que vive ao redor da Abreu e Lima, refinaria localizada estrategicamente a meia hora de carro do Porto de Suape e a 14 quilômetros do balneário Porto de Galinhas.

“A nossa responsabilidade socioambiental tem que ser gigante, estamos na região que é um paraíso”, diz o gerente-geral da refinaria, Márcio Maia.

Unidades de hidrotratamento de diesel e de geração de hidrogênio da Refinaria Abreu e Lima. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Receita

A futura produção de ácido sulfúrico da Rnest já está vendida. Há um contrato entre a Petrobras e o grupo Bauminas, uma das principais empresas do país em produtos químicos para tratamento de água. O acerto entre fornecedor e comprador vale para toda a produção da Petrobras pelo período inicial de 10 anos. Os valores não foram revelados pela estatal.

“A nossa produção vai gerar capacidade para tratar água para 30 milhões de pessoas”, comemora Maia.

Um dos gerentes da Abreu e Lima, Rodrigo Avelino, que conheceu a instalação austríaca, destaca o avanço tecnológico da Snox. “Essa unidade é o estado da arte desse tipo de tratamento no mundo. Tem poucas unidades no mundo”, diz.

“A gente vai vender o ácido sulfúrico, é mais uma receita para a refinaria”, completa ele, destacando ainda que há um “ganho social” com a contribuição para tratamento d’água.

Avelino explica que esse processo é restritivo à Rnest no Brasil por causa da idade das demais refinarias. “A última refinaria antes da Rnest foi em 1980, então essa tecnologia não existia no momento da criação delas.”

Aumento de capacidade

Inaugurada em 24 de novembro de 2014, a Abreu e Lima é a refinaria mais nova da Petrobras e tem capacidade de processar 100 mil barris de petróleo por dia. O limite obedece a determinações da Companhia Pernambucana do Meio Ambiente (CPRH), órgão ambiental do governo estadual, que se baseia em normas do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), ligado ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA).

Com a operação da Snox e menor emissão de gases poluentes, a Rnest terá um reenquadramento na legislação ambiental, permitindo com que a refinaria tenha a capacidade de produção aumentada, chegando a 115 mil barris de petróleo por dia. O efeito prático será o potencial de mais receita para a Petrobras, uma vez que terá mais derivados para comercializar.

No processo de eliminação do SOx, a unidade produzirá também energia na forma de vapor, que será usada dentro das instalações da refinaria, reduzindo o consumo de gás.

Retomada de investimentos

A Snox custou R$ 520 milhões à estatal. No pico, a construção pelo consórcio Conenge-SC Possebon chegou a empregar 1,3 mil trabalhadores. A instalação faz parte do projeto inicial da Abreu e Lima, mas só se tornou realidade no aniversário de 10 anos da refinaria.

Um dos motivos do atraso foi o impacto da operação Lava Jato. À época, a investigação apurou problemas nos contratos da obra, superfaturados e com desvio de recursos. Em 2015, quando operava apenas o Trem 1 da Rnest, as obras de expansão – que além da Snox previam o Trem 2 – foram paralisadas.

O gerente geral da Refinaria Abreu e Lima (RNEST), da Petrobras, Márcio Maia. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Trem é o nome que se dá à linha de produção composta por três principais unidades interligadas de qualquer refinaria: separação do óleo, conversão e tratamento de derivados.

“Tudo isso poderia estar pronto, o Trem 1, o Trem 2, todas as unidades. O que aconteceu foi a interrupção das obras em 2014, 2015”, lamenta Maia.

“Em 2015, nem balanço a Petrobras teve. Ela ficou um período sem capacidade de investimento”, completa o gerente da área de Sistemas de Superfície, Refino, Gás e Energia, Alexandre Ataide.

Em 2018, a então direção da Petrobras adotou um reposicionamento, que consistia na busca de parceiros para comprar parte da Abreu e Lima. “Ela ficou uns dois anos buscando parceiros. Você não tinha ambiente propício para novos investimentos de grande porte”, aponta Ataide.

Em 2019, primeiro ano do governo Jair Bolsonaro (2019-2022), a refinaria foi incluída em um processo de desinvestimento, ou seja, a Petrobras iria vender totalmente a Rnest. No entanto, a partir de 2023, já no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a decisão foi revista.

“A gente saiu de uma refinaria, até pouco tempo atrás, em desinvestimento, para a refinaria com o maior investimento da Petrobras”, ressalta Ataide.

Diesel mais limpo

Ocupando uma área equivalente a 600 campos de futebol aproximadamente, a refinaria responde por 6,5% de todo o processamento de petróleo da Petrobras, figurando como a segunda maior produtora de diesel S-10 do país, ficando atrás apenas da Refinaria de Paulínia (SP).

O combustível tem ultrabaixo teor de enxofre, com no máximo 10 partes por milhão (ppm). Para efeito de comparação, o diesel S-500 tem 500 ppm.

Usado por veículos leves e pesados, o diesel S-10 proporciona maior eficiência energética e menor impacto ambiental. Cerca de 70% do diesel usado no Brasil é S-10. Em 2023, só a refinaria pernambucana produziu cerca de 2,8 bilhões de litros de diesel S-10, o que corresponde a 10% da demanda do país. Esse volume foi suficiente para abastecer, por exemplo, 6,1 milhões de caminhões.

Em 31 de julho deste ano, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), órgão regulador ligado ao Ministério de Minas e Energia, criou um grupo de trabalho para direcionar a descontinuidade do diesel S-500, que será substituído pelo S-10, o que aumentará a demanda pelo combustível menos poluente.

As unidades de hidrotratamento de diesel e de geração de hidrogênio da Refinaria Abreu e Lima (RNEST), da Petrobras. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Escoamento de produção

A cerca de uma hora de carro do Recife e integrado ao Complexo Industrial Portuário de Suape, a Abreu e Lima produz diesel suficiente para abastecer toda a Região Nordeste e ainda enviar, por navios, excedente para o restante do país.

“Somos ligados umbilicalmente com o terminal de Suape”, localiza o gerente-geral Márcio Maia. “A Petrobras representa quase 80% de tudo que é movimentado no Porto de Suape”, detalha.

Para o recebimento de petróleo e escoamento de derivados, 12 linhas de dutos com 11 quilômetros de extensão interligam a refinaria ao Porto de Suape, que abriga 18 distribuidoras. A maior parte (54%) do petróleo recebido pela Rnest vem do pré-sal.

O diesel responde por 65% da produção da Rnest. Os demais derivados produzidos são nafta/gasolina (15%), óleo combustível exportação (10%), coque (8%) e o gás liquefeito de petróleo (GLP), conhecido também como gás de cozinha (2%).

Por causa da refinaria, a Petrobras respondeu em 2023 por 6,1% da arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de Pernambuco e contribuiu com R$ 50 milhões em Imposto Sobre Serviços (ISS) para o município do Ipojuca. A operação e as obras da Rnest contam com mais de 5,3 mil trabalhadores.

A refinaria tem alto grau de automatização, fazendo com que a operação seja conduzida por uma sala de controle, possibiltando que funcionários possam abrir uma válvula remotamente, por exemplo.

Revamp

Além do aumento de capacidade de refino, proporcionado pelo reenquadramento ambiental, a Refinaria Abreu e Lima passará por um processo de revisão e ampliação, chamado de revamp (renovar) no jargão da indústria do petróleo.

O revamp consiste em uma renovação de equipamentos. O serviço está em andamento, realizado pela empresa Engecampo. Finalizado a modernização – o que deve acontecer no primeiro trimestre de 2025 – a Rnest expandirá a capacidade de produção de 115 mil para 130 mil barris de petróleo por dia.

De acordo com o coordenador da área de Projetos de Desenvolvimento da Produção da Rnest, Bruno Daguano, o custo orçado de R$ 93 milhões significa dizer que a expansão equivale a US$ 1 milhão (equivalente a R$ 5,75 milhões) por barril de petróleo. O valor é muito inferior ao estimado para se construir uma refinaria completamente nova, da ordem de US$ 35 mil (R$ 200 milhões) por barril.

“Esses projetos de revamp são extremamente rentáveis e nos permitem aumentar a produção a um custo muito menor do que a construção de novas refinarias”, afirma Daguano, que fez a comparação com base em dados do estudo internacional Capital Cost Benchmarking for Refining, da S&P Global.

“É um dos projetos mais vantajosos da Petrobras”, acrescenta o gerente Ataide.

O gerente-geral Márcio Maia ressalta que a conclusão do revamp se refletirá na expansão da margem de lucro da estatal, pois será possível processar até 100% de óleo do pré-sal.

“Sob a ótica de margem, é a melhor estratégia. Se eu pego um petróleo nacional que eu mesmo produzo, com um custo viável, eu melhoro o resultado da companhia”, diz.

Time de engenheiros da Refinaria Abreu e Lima (RNEST), da Petrobras, em visita técnica na unidade U-93 de abatimento de emissões de gases SNOX. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Capacidade

Para fazer frente ao crescimento da economia, o Brasil espera aumentar a capacidade de produção em 225 mil barris de petróleo por dia nos próximos anos. Cerca de 60% dessa expansão deve acontecer por meio de máquinas e equipamentos da Abreu e Lima.

Simultaneamente ao revamp, a Petrobras atua no esforço para concluir as obras do Trem 2 da Refinaria Abreu e Lima. O projeto foi aprovado em meados de 2023. A Petrobras não divulga o valor orçado, por considerar a informação sensível, uma vez que há licitação em andamento.

O que se sabe é que o custo está dentro do pacote de US$ 17 bilhões previstos para investimentos em refino, transporte e comercialização, de acordo com o plano estratégico da empresa para o período de 2024 a 2028.

Ao visitar a refinaria, a reportagem da Agência Brasil pôde ver que parte do Trem 2 está construída, como se fosse um “rascunho”, por ter sido prevista no projeto original da Rnest. A estrutura espelha o Trem 1. A estimativa da estatal é que o Trem 2 comece a operar, gradativamente, em 2028. A construção pode gerar 30 mil empregos diretos e indiretos.

Já a Snox, unidade de abatimento de emissões, não precisará de um “espelho”, ou seja, a unidade que deve iniciar o funcionamento em dezembro de 2024 será aproveitada também pelo Trem 2.

Pelo projeto inicial da Abreu e Lima, haveria uma segunda Snox, tanto que algumas partes chegaram a ser montadas no início da construção da refinaria. Isso seria preciso pois havia a expectativa de a Rnest refinar também o petróleo venezuelano, que é diferente do brasileiro. No entanto, não houve acordo entre o Brasil e a Venezuela, e outra Snox tornou-se desnecessária.

Redução de importação

Quando alcançar a capacidade total, a Abreu e Lima poderá refinar 260 mil barris d

e petróleo por dia. Isso equivale a acrescentar à produção 13 milhões de litros de óleo diesel, volume suficiente para abastecer 10,5 milhões de caminhões anualmente.

Esse aumento de produção possibilitará o Brasil reduzir a necessidade de importação de diesel. “Somos uma refinaria que foi desenhada para ajudar o Brasil a não importar diesel”, diz Maia.

“A gente abastece Pernambuco, tem o potencial para abastecer todo o Nordeste através de modal rodoviário. De modal capotagem, navio, a gente complementa a produção do Norte, Sudeste e Sul, para reduzir a importação nessas regiões. Quanto mais a gente reduzir a importação, melhor para o país e para a balança comercial”, afirma o gerente-geral.

Energia renovável

Apesar da ligação direta com combustíveis fósseis, a Refinaria Abreu e Lima tem iniciativas ligadas a energias renováveis. Uma delas são estudos para desenvolver diesel renovável, que consiste em adicionar conteúdo vegetal ao óleo processado, podendo o conteúdo verde variar de 5% (diesel R5) até 10% (diesel R10). “Visando ter um produto mais limpo”, ressalta Maia.

Outro projeto é a instalação de uma usina fotovoltaica (energia solar), que terá a contratação iniciada em poucos meses, segundo o gerente-geral. A produção energética será de 12 megawatt, equivalente a 7% de consumo da refinaria.

*Repórter viajou a convite da Petrobras

Petrobras inaugura unidade de abatimento de emissões de gases SNOX – 

Botafogo joga para tentar manter vantagem na ponta do Brasileiro

O Botafogo recebe o Cuiabá, a partir das 16h30 (horário de Brasília) deste sábado (9) no estádio Nilton Santos, com a intenção de manter a vantagem na liderança da Série A do Campeonato Brasileiro. A Rádio Nacional transmite o jogo ao vivo.

Foco na preparação! Elenco realiza treino no CT Lonier visando a partida de sábado, contra o Cuiabá! VAMOS FOGÃO! 🔥💪🏼 #VamosBOTAFOGO

📸 Vitor Silva/BFR pic.twitter.com/cBYPgOlsQe

— Botafogo F.R. (@Botafogo) November 7, 2024

Faltando seis rodadas para o final da competição, o Alvinegro ocupa a primeira posição da tabela com 67 pontos, (três de vantagem sobre o vice-líder Palmeiras, que bateu o Grêmio por 1 a 0 nesta rodada). Essa gordura foi alcançada na última rodada, na qual o time de General Severiano superou o Vasco por 3 a 0 e o Verdão tropeçou diante do Corinthians (com uma derrota por 2 a 0).

Apesar da vantagem considerável que alcançou na fase final da competição, o técnico português Artur Jorge afirma que ainda há um caminho a ser percorrido até uma possível conquista do Brasileiro: “Temos ainda seis jogos de Brasileiro, mais uma final de Libertadores para fazer. Temos que manter a mesma atitude comportamental, a ambição. Temos que lutar em cada um dos jogos. O que desejamos é continuar a ter este desempenho, a mentalidade que existe dentro do grupo de trabalho, uma equipe insaciável, incansável em busca de objetivos”.

Do outro lado do gramado estará um Cuiabá que ocupa a vice-lanterna da classificação com apenas 28 pontos conquistados. Sem vencer nas três últimas rodadas da competição (dois empates e uma derrota), o Dourado sabe que, mesmo sendo muito difícil, somar três pontos é o resultado desejável fora de casa diante do líder.

Preparação encerrada para a rodada do @Brasileirao com treino no CT do Vasco!

Sábado é dia de Dourado! 🔰#Cuiaba #OrgulhodeMatoGrosso #AvanteDourado pic.twitter.com/6YVydSgKaf

— Cuiabá Esporte Clube (@CuiabaEC) November 8, 2024

Apesar de uma situação tão complicada, o técnico Bernardo Franco afirmou, após o empate sem gols com o Bragantino, que seus jogadores continuam acreditando na fuga do rebaixamento para a Série B: “É um grupo consciente da realidade, que sabe aquilo que precisa melhorar. Cada um tem sua parcela [de responsabilidade], ninguém vai se esconder. Continuamos trabalhando, acreditando e provamos que lutaremos até o final”.

Para medir forças com o líder do Brasileiro, o Cuiabá não poderá contar com o volante Fernando Sobral, suspenso por acúmulo de cartões amarelos, nem com o atacante Gustavo Sauer, que pertence ao Botafogo. A boa notícia é o retorno do atacante Clayson, após cumprir suspensão.

Transmissão da Rádio Nacional

A Rádio Nacional transmite Botafogo e Cuiabá com a narração de André Luiz Mendes, comentários de Carlos Molinari e reportagem de Bruno Mendes. Você acompanha o Show de Bola Nacional aqui:

Dólar sobe para US$ 5,73 com atraso em pacote, Trump e China

Em dia de tensões no mercado interno e externo, o dólar fechou acima de R$ 5,70, após encostar nos R$ 5,80 durante a sessão. A bolsa de valores caiu mais de 1,5% e atingiu o menor nível em três meses.

O dólar comercial encerrou esta sexta-feira (8) vendido a R$ 5,737, com alta de 0,062 (+1,09%). A cotação chegou a R$ 5,79 na máxima do dia, por volta das 14h, mas desacelerou nas horas finais de negociação.

Apesar da alta nesta sexta, a moeda norte-americana encerrou a semana com queda de 2,25%. A divisa acumula alta de 18,22% em 2024.

Na bolsa de valores, o dia foi mais turbulento. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 127.830 pontos, com recuo de 1,43%. O indicador atingiu o menor nível desde 7 de agosto.

Tanto fatores domésticos como internacionais afetaram o mercado financeiro. No cenário doméstico, a demora no anúncio do pacote de corte de gastos e a divulgação de que a inflação acelerou em outubro influenciaram as negociações.

A expectativa de que o Banco Central tenha de elevar os juros além do previsto por causa do aumento na inflação fez a bolsa cair. Isso porque os investidores preferem migrar de aplicações mais arriscadas, como ações, para a renda fixa, como títulos do Tesouro Nacional, em momentos de juros altos.

Em relação às medidas de corte de gastos obrigatórios, o encontro desta sexta-feira para definir os detalhes finais começou por volta das 15h e terminou por volta das 18h. Os ministros saíram da reunião sem falar com a imprensa, e o anúncio das ações ficou para a próxima semana.

No cenário externo, as expectativas em torno do governo do presidente eleito Donald Trump e a China trouxeram turbulências ao mercado global. Um pacote de estímulo de governos regionais chineses foi considerado pequeno pelos investidores, o que provocou a queda do preço de commodities (bens primários com cotação internacional), afetando exportadores como o Brasil. Nos Estados Unidos, Trump reconduziu o advogado ultraprotecionista Robert Lighthizer como representante comercial do país.

*com informações da Reuters

Ministério Público de SP pede paralisação em obra de túnel na capital

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) recomendou a interrupção das obras de construção de um túnel, parte do projeto do Complexo Viário da rua Sena Madureira, uma das principais vias da zona Sul da capital. A iniciativa tem mobilizado ambientalistas, moradores e outros setores da sociedade civil contra as obras, que preveem a remoção de duas comunidades de baixa renda que vivem no local e a destruição de um corredor verde entre os parques Ibirapuera e da Aclimação.

A recomendação pela paralisação das obras foi expedida nesta quinta-feira (7) pelos promotores da capital Moacir Tonani Júnior, da Habitação e Urbanismo, e Carlos Henrique Prestes Camargo, do Meio Ambiente. Para o Ministério Público, são necessários novos estudos técnicos que dimensionem a intervenção, nos campos “socioambientais e urbanísticos”. A rua Sena Madureira tem trânsito intenso, ligando a região da vila Mariana ao Parque Ibirapuera e outras ruas que levam à Marginal Pinheiros. 

No despacho obtido pela Agência Brasil, o MP também justifica sua posição em relação à obra citando o alto valor que seria retirado dos cofres públicos para materializá-la, a remoção “indiscriminada de árvores e no desmatamento de áreas de preservação permanente, afetando o Córrego Emboaçu, uma nascente de importância vital para a região” e o risco que representa às aves que habitam as copas das árvores – e, no caso da destruição de ninhos e morte de espécimes, configura-se outro crime ambiental. 

Segundo a Secretaria de Mobilidade e Trânsito da capital, a obra “respeita todas as exigências relativas a questões ambientais”. O órgão diz que obteve autorização da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente para arrancar 172 árvores da área, “sendo preservadas as demais 362 árvores existentes no local”. 

“A compensação será realizada com plantio de 266 mudas arbóreas dentro do perímetro da obra e apenas com espécies nativas. O replantio deverá ser executado até o fim das obras. A Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente reforça que, em vistoria realizada em 28 de junho de 2024, não foi observada a presença de nascente ou olho d’água dentro da área de intervenção da obra. No local foi constatado um canal de drenagem de águas pluviais no fundo do vale.”

Sobre a recomendação do Ministério Público, a Prefeitura não se posicionou, mas tem reiterado em outras notas que possui as licenças para a obra e que, aproximadamente, 800 mil pessoas serão beneficiadas com a construção do túnel. 

A Agência Brasil procurou as secretarias de Infraestrutura e Obras e de Habitação, mas não teve resposta até o fechamento desta matéria. 

Manifestações

Desde que iniciou as obras em outubro, a construção do complexo mobilizou moradores e ativistas. Os manifestantes denunciam os impactos socioambientais da obra, como o fomento ao uso de veículos motorizados, em detrimento do transporte público e bicicletas, a remoção de duas comunidades de baixa renda que vivem no local e a destruição de um corredor verde entre os parques Ibirapuera e da Aclimação.

Nesta quinta-feira (7), participantes dos atos convocaram para uma “vigília constante” e uma jovem foi ferida por guardas da Guarda Civil Metropolitana (GCM). A cicloativista Renata Falzoni, recém-eleita vereadora (PSB) chegou a ser carregada por guardas municipais do local. 

Questionada sobre a conduta dos agentes da GCM durante as manifestações, a Secretaria de Segurança Urbana disse, em nota, que a corporação acompanhou a manifestação de ontem e que as equipes “orientaram os manifestantes a se afastarem do local onde acontecia o corte de árvores autorizado pela prefeitura”. “Houve resistência e pela manhã uma mulher foi encaminhada pela GCM ao Distrito Policial, por desacato. A manifestação foi controlada e os agentes permanecem no local”, adicionou na mensagem. 

O coletivo “Salvem a Sena Madureira” compartilha informações sobre o avanço da obra desde o mês passado nas redes sociais, mostrando o impacto da construção do túnel no local. 

Desde o início da preparação do terreno para a edificação do túnel, tratores e trabalhadores da prefeitura arrancam árvores saudáveis antigas. O coletivo aponta ainda a violência contra mais de 200 famílias de baixa renda que vivem no local, provenientes das comunidades de Souza Ramos e Luiz Alves, que podem ser obrigadas a deixar suas casas, caso as obras prossigam. Com relação a essas famílias, o MP salientou que “não se sabe ao certo aonde irão” nem se serão realocadas.

Falta de consulta pública

Integrante do Coletivo Metropolitano de Mobilidade Urbana (Commu), o pesquisador Lucian de Paula acompanha o caso desde 2022, quando apontou irregularidades na obra apresentada pela prefeitura. 

“A prefeitura não tinha convidado nenhum membro da comunidade. Agora que as obras começaram, as pessoas ficaram desesperadas, porque elas nunca foram comunicadas de nada. Em 1º de outubro, marcaram uma reunião na subprefeitura, onde o projeto seria apresentado. Ele nunca tinha sido apresentado a ninguém e, quando as pessoas chegaram lá, tinha tanta gente que alegaram que não cabiam no auditório. Cancelaram e resolveram marcar para outro dia”, conta o cicloativista, especializado na área de mobilidade. 

“Esse foi o primeiro dia de protesto. Desde então, não houve uma reunião para as pessoas entenderem o que seria o túnel, o que faria e exatamente os lugares que serão removidos. A gente sabe, olhando os projetos, que toda a comunidade acaba sendo removida. Mas isso foi uma coisa que a gente descobriu por conta própria, a prefeitura não mostrou isso”, emenda de Paula.

Segundo o urbanista, esta semana, pela primeira vez, a Secretaria Municipal de Habitação se reuniu com os moradores das duas comunidades. Na oportunidade, a pasta afirmou que foi informada da obra há pouco tempo e que pretendia fazer um cadastro das famílias para calcular e garantir a elas indenizações. 

“Só que, ou as pessoas recebem indenização, e aí a prefeitura considera o problema resolvido, ou as pessoas recebem um auxílio-aluguel para ficar em uma fila para conseguir moradia. O problema é: para as pessoas morarem, tem fila e, para o túnel, não precisa esperar nada. Não tem unidade habitacional onde possam ir. De qualquer forma, essas pessoas não teriam condições de continuar morando na Vila Mariana”, observa Lucian de Paula. Para ele, a prefeitura está fazendo uma política higienista de expulsar essas pessoas do local. 

Residente da Comunidade Souza Ramos, Eduardo Canejo se diz apavorado com a situação em que se encontra. “Há dois meses, a prefeitura mandou uma companhia que contrataram para fazer o levantamento com alguns moradores para regularização. Não era para remoção, era para regularização. E, paralelo a isso, seguiram com o projeto de obra”, desabafa. 

Para o arquiteto, embora autoridades do poder público como parlamentares e o MP estejam tentando ajudar, o alcance das ações que movem não assegura de maneira imediata e definitiva a permanência e a segurança das famílias. “Houve uma recomendação para paralisar a obra, mas é uma recomendação, não chega a ser efetivo. Isso assusta, porque as máquinas continuam trabalhando”, diz, comentando que ter amigos e familiares a quem recorrer para ter um teto temporário não atenua seu desespero, porque “o problema não é onde dormir, e sim onde acordar”.

Famílias

Segundo a presidenta da associação dos moradores da Vila Mariana, Eliana Barcelos, pelo menos três casas já foram destruídas pela enchente que atingiu as comunidades nos últimos dias, após a prefeitura arrancar diversas árvores do corredor verde defendido pela população local, que conecta os parques Ibirapuera e da Aclimação. 

A possibilidade de haver alagamentos também foi lembrada pelo MP como uma preocupação e uma situação que a prefeitura poderia evitar. “Não estamos em qualquer momento, estamos enfrentando mudanças climáticas”, afirma.

No dia 17 de outubro, a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) realizou uma reunião com entidades e moradores, em que a pauta foi o Complexo Viário da Sena Madureira. Os parlamentares Paulo Fiorilo e Donato, ambos do PT, e Carlos Giannazi e Mônica Seixas do Movimento Pretas, do PSOL, estiveram presentes. Na ocasião, Donato apontou a incongruência da obra em relação ao Plano Diretor do município.

De acordo com a prefeitura, o projeto é composto por dois túneis, que totalizam 1.651 metros de extensão. O objetivo do túnel é interligar a Avenida Ricardo Jafet aos complexos viários João Saad e Túnel Jânio Quadros, possibilitando deslocamentos entre as regiões da Vila Mariana, Ipiranga, Itaim Bibi e Morumbi. A previsão é de que a obra seja entregue até setembro de 2025.

*Com informação da agência de notícias da Alesp. 

Febraban: para 72% da população, país está melhor ou igual a 2023

Pesquisa Radar Febraban, da Federação Brasileira de Bancos, mostrou que a percepção das pessoas sobre a situação do país, comparativamente ao ano passado, é  melhora ou estabilidade.

O levantamento divulgado nesta quinta-feira (7), foi realizado pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe) de 15 a 23 de outubro, com entrevistas a 2 mil pessoas, nas cinco regiões do país.

Segundo o estudo, 72% avaliaram que o país melhorou (40%) ou ficou igual (32%) em relação a 2023 – no levantamento de setembro essa soma era de 74% (melhorou: 42%; ficou igual: 32%). Em relação à opinião de que o país piorou, houve oscilação positiva de dois pontos, indo de 25% em setembro para 27% em outubro.

De acordo com o Radar Febraban, a avaliação de que o país melhorou em relação a 2023 é relativamente homogênea entre os segmentos sociodemográficos, mas apresenta variações significativas por regiões, sendo mais acentuada no Nordeste (45%) e menos no Sul (34%). O mesmo ocorreu sobre a percepção de piora, com diferenças mais expressivas nas regiões, mais acentuada no Centro-Oeste (33%) e menos no Nordeste (21%).

O levantamento mostrou ainda que cerca de metade dos brasileiros apresentou expectativa favorável sobre o país para o período até o fim do ano: 49% opinaram que o país estará melhor até o final de 2024 (oscilação de menos um ponto em relação a rodada de setembro); 28% disseram que ficará estável, enquanto 23% esperam uma piora.

Vida pessoal

O Radar Febraban mostrou também que para 79% da população a vida pessoal e familiar está melhor do que estava em 2023, ante 20% que avaliam que a situação piorou. O resultado registra uma variação negativa de um ponto percentual em relação à pesquisa de setembro e segue próximo ao patamar de fevereiro, quando chegou a 83%.

Mostraram-se mais satisfeitos quanto à evolução da sua vida pessoal e familiar os jovens de 18 a 24 anos (52% veem melhora) e aqueles com renda acima de cinco salários mínimos (46%). No recorte regional, destaca-se o Nordeste, onde 49% enxergam melhora. Já o descontentamento é mais expressivo no Centro-Oeste (23% veem piora) e no Sul (25%).

A pesquisa apontou ainda que 62% das pessoas acreditam que a vida pessoal e familiar irá melhorar até dezembro de 2024. Cerca de um quarto crê em estabilidade (27%), e os menos esperançosos, que projetam piora, somam 8%.

Em relação à expectativa dos próximos meses, os jovens de 18 a 24 anos mostram-se os mais confiantes na melhoria da vida pessoal e familiar até o término do ano (70% acreditam que terão melhora). Regionalmente, essa expectativa positiva é mais alta no Nordeste (68%). O desânimo quanto ao restante do ano chega a dois dígitos na região Centro-Oeste (10%).

Preços

O Radar Febraban ouviu as pessoas também em relação à percepção da inflação: 77% avaliaram que os preços aumentaram muito ou aumentaram, resultado quatro pontos percentuais superior ao registrado em setembro (74%). Os que observaram estabilidade dos preços oscilaram de 17% para 15%. Apenas 6% opinaram que os preços diminuíram (eram 8% em setembro).

Segundo a pesquisa, a percepção de que os preços aumentaram muito ou aumentaram mostrou-se mais frequente entre as mulheres (79% delas tem essa percepção), jovens de 18 a 24 anos (80%), os que estudaram até o ensino médio (79%) e na faixa de dois a cinco salários mínimos (78%). No recorte regional, esse número é mais alto no Norte (80%), recuando para 74% no Nordeste.

Prioridades

A saúde consolidou-se no 1º lugar do ranking das áreas apontadas pelos entrevistados como prioridades para receber maior atenção do governo federal: foi citada por 33% dos brasileiros; emprego e renda foi mencionada por 21%; educação foi a terceira, com 13% de menções. Inflação e custo de vida apareceram com 10%; meio ambiente (7%), segurança (7%), fome e pobreza (4%), e corrupção (4%) completaram o ranking.

A pesquisa completa pode ser vista no link.

Supremo já condenou 265 investigados pelo 8 de janeiro

O Supremo Tribunal Federal (STF) divulgou nesta sexta-feira (8) o balanço parcial das condenações de envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.

Até o momento, a Corte condenou 265 acusados pelos crimes de associação criminosa armada, dano qualificado, deterioração do patrimônio tombado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e tentativa de golpe de Estado. As condenações variam entre 15 e 17 anos de prisão.

A Corte também contabiliza quatro absolvições.

Foram assinados 476 acordos de não persecução penal. O acordo permite que os acusados que não participaram diretamente dos atos de depredação do Congresso, do Palácio do Planalto e do Supremo não sejam condenados.

Nesses casos,  eles deverão prestar serviços à comunidade, pagar multas que variam entre R$ 1 mil e R$ 5 mil, cumprir proibição de uso das redes sociais e participar de um curso com o tema Democracia, Estado de Direito e Golpe de Estado.

Os investigados que participaram dos atos de depredação Supremo não terão direito ao benefício e irão a julgamento na Corte.

Pelo acordo de não persecução penal (ANPP), acusados de crimes cometidos sem violência ou grave ameaça e com pena mínima de quatro anos podem confessar os crimes em troca de medidas diversas da prisão.