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JUBs: atleta da Unifor se divide entre o esporte e a vida acadêmica

Nenhuma partida termina antes do apito final do árbitro ou do último ponto, isto porque o esporte requer dedicação até o fim. Não é diferente na vida acadêmica, que exige esforço até a conclusão da graduação. Bruna Gonzaga passa pelas duas situações. Ela cursa o oitavo período de Psicologia na Universidade de Fortaleza (Unifor), disputa sua quinta edição de Jogos Universitários Brasileiros (JUBs) e se prepara para retornar ao vôlei profissional.

Aos 23 anos, Bruna já atuou por Bradesco (SP), Brasília Vôlei (DF) e Castelo de Maia, do Porto, em Portugal, mas decidiu adiar um pouco a carreira profissional no vôlei. “No vôlei profissional você depende muito do seu rendimento na temporada, ela é que dirá como será a próxima. Então preferi voltar ao esporte universitário, ter meu diploma e depois voltar ao profissional. A Psicologia é uma das poucas profissões que, quanto mais velha você for, melhor. Você terá mais experiência de vida para lidar com as situações. Então, pretendo retornar ao profissional enquanto meu corpo responde”, brincou.

Bruna atuou nove meses em Portugal. Precisou trancar a matrícula na faculdade para morar na Europa. A volta ao Brasil também marcou o retorno à Graduação e ao vôlei universitário, mas com outra cabeça. “Passei a valorizar ainda mais o esporte universitário. Estudar aumenta o nosso repertório de vida, passamos a conseguir ver as coisas de uma maneira muito melhor. É ter outras vivências, não ficar apenas quadra, quadra, cama, quadra. Por outro lado, o vôlei profissional tem um nível mais forte, e aí também dá pra perceber o quanto o atleta universitário é cascudo, porque temos que estudar e jogar bem”, afirma a jovem.

Foi jogando pela Unifor que Bruna Gonzaga fez sua primeira viagem internacional, convocada para os Jogos Mundiais Universitários de Chengdu (China), disputado em 2023. Uma experiência inesquecível. “Foi a melhor experiência da minha vida. Quem viveu aquele Mundial sabe o quanto foi único. Nos sentíamos como se estivéssemos em uma Olimpíada, com cerimônia de abertura, convivendo com pessoas de outros idiomas, culturas, representando o nosso país. É um sentimento muito forte, do qual me recordo todos os dias”, diz.

A Alemanha será a sede da próxima edição dos Jogos Mundiais Universitários, em 2025. Para garantir a presença no evento esportivo, Bruna sabe que os atletas precisam se superar: “Apenas nós sabemos o quanto é difícil você ter que manter um alto rendimento jogando na quadra sem todas as regalias que um atleta profissional tem, como o descanso, que é tão importante quanto o treino em si. Mas acredito que o que consegue anular um pouco o burnout é a motivação. Fazer aquilo que você quer, tem que ter alguma coisa dentro de você, algo intrínseco, que fará sentido. Se você for atrás, entender, mantiver o objetivo, organizar, planejar, buscar saber se vale a pena. Se sim, corre atrás porque vale muito a pena estar aqui no JUBs ou no Mundial Universitário”.

A equipe da Unifor é uma das favoritas no JUBs Brasília 2024. Nas duas primeiras partidas, duas vitórias: 3 a 0 sobre a Uniniltonlims (AM) e 3 a 1 sobre a Unama (PA).

Com exibição de 415 filmes, mostra de cinema começa nesta quinta em SP

O maior e mais tradicional festival de cinema do Brasil, a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, começa nesta quinta-feira (17) na capital paulista. Em sua 48ª edição, a mostra apresentará 415 filmes de 82 países que poderão ser vistos em 29 salas de cinemas, espaços culturais e centros educacionais unificados (CEUs) espalhados pela cidade. A programação ainda contará com algumas exibições gratuitas e ao ar livre.

A grande novidade deste ano é a criação da Mostrinha, que dedica parte de sua programação a obras infantojuvenis. A Mostrinha apresentará 22 títulos, como os filmes Corações Jovens, premiado no Festival de Berlim, e Vivendo em Excesso e O Grande Natal dos Animais, que estiveram no Festival de Annecy, na França.

A 1ª edição da Mostrinha homenageará as três décadas do programa Castelo Rá-Tim-Bum, da TV Cultura, e os 25 anos do filme baseado na série de Cao Hamburger. Também haverá uma homenagem especial a Ziraldo, cartunista e escritor que morreu no início deste ano, com a exibição dos filmes O Menino Maluquinho, um dos personagens mais queridos do autor.

A abertura da Mostrinha será amanhã (17), às 14h45, na Sala São Paulo, com a exibição gratuita da animação Arca de Noé. Os demais ingressos para a Mostrinha custarão R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada).

A abertura da 48ª Mostra Internacional  de Cinema ocorre nesta quarta-feira (16), na Sala São Paulo, com o filme Maria Callas, de Pablo Larraín, protagonizado por Angelina Jolie.

Programação

Entre os filmes que estarão na Mostra de São Paulo neste ano está Anora, de Sean Baker, vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes. Além dele também serão exibidos Dahomey, vencedor do Urso de Ouro do Festival de Berlim; Memórias de um Caracol, vencedor do prêmio de melhor filme de animação no Festival de Annecy; e Ainda Estou Aqui, vencedor do prêmio de melhor roteiro no Festival de Veneza e indicado pelo Brasil para concorrer à indicação ao Oscar do próximo ano.

Além dos premiados, o festival também trará um olhar para o conflito atual no Oriente Médio, apresentando filmes como Contos de Gaza, do palestino Mahmoud Nabil Ahmed; Israel Palestina na TV Sueca 1958-1989, do sueco Göran Olsson; A Lista, da iraniana Hana Makhmalbaf; e o libanês Linha Verde, de Sylvie Ballyot. O filme recente Por que a Guerra?, do diretor israelense Amos Gitai, e que retrata uma correspondência trocada entre Albert Einstein e Sigmund Freud sobre como evitar a guerra, terá duas exibições durante o evento.

Homenagens

Entre os homenageados do festival está o cineasta indiano Satyajit Ray (1921-1992), que terá uma retrospectiva com sete filmes que produziu entre os anos de 1955 e 1966. Aliás, os filmes produzidos na Índia são um dos focos da mostra neste ano, com a exibição de 30 longas-metragens que oferecem uma visão abrangente da cinematografia do país, líder mundial na produção de filmes.

Outro que ganhará uma homenagem especial é o ator Marcello Mastroianni (1924-1996). Para celebrar os 100 anos de nascimento do ator italiano serão exibidos seis filmes em que ele atua.

Em memória aos 50 anos da Revolução dos Cravos, o festival vai exibir uma cópia restaurada do filme Capitães de Abril (2000), de Maria de Medeiros. A exibição será seguida de uma conversa com a diretora.

Além dos filmes, a mostra também realizará, pelo quarto ano consecutivo, o Encontro de Ideias Audiovisuais. Gratuito, ele acontece entre os dias 24 e 26 de outubro na Cinemateca Brasileira apresentando debates, exibições e lançamentos de livros. Também serão promovidas três masterclasses gratuitas que abordarão a evolução do cinema indiano, os primórdios do audiovisual e as adaptações literárias para as telas.

Itinerância

Entre os dias 31 de outubro e 6 de novembro, a mostra terá ainda uma passagem por Belém (PA), onde será exibido o filme Retrato de um Certo Oriente, de Marcelo Gomes. A sessão, no Cine Líbero Luxardo, contará com a participação do diretor.

Além disso, entre os dias 15 de novembro e 15 de dezembro, o Sesc levará o festival para dez cidades paulistas.

Mais informações e toda a programação da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo podem ser obtidas no site do festival.

Clientes de bancos têm até esta quarta para sacar valores esquecidos

Cerca de 42 milhões de pessoas físicas e 3,6 milhões de pessoas jurídicas têm até esta quarta-feira (16) para sacar recursos esquecidos no sistema financeiro. Segundo os dados mais recentes do Sistema de Valores a Receber (SVR) do Banco Central, referentes a agosto, ainda não foram sacados R$ 8,59 bilhões – R$ 6,62 bilhões por pessoas físicas a R$ 1,97 bilhão por empresas.

Na quinta-feira (17), os recursos não sacados serão transferidos para a conta única do Tesouro Nacional, para atender à lei que compensa a prorrogação da desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia e de 156 municípios, aprovada em setembro pelo Congresso. Os R$ 8,56 bilhões comporão os R$ 55 bilhões que entrarão no caixa do governo para custear a extensão do benefício.

A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) destacou que a previsão para incorporação desses recursos pelo Tesouro Nacional está prevista em legislação há mais de 70 anos, por meio da Lei 2.313 de 1954. O texto esclarece que, diferentemente de um confisco tradicional, os cidadãos poderão reclamar os valores esquecidos.

O Ministério da Fazenda, informou a Secom, publicará edital no Diário Oficial da União com informações sobre os valores a receber. O recolhimento poderá ser contestado pelos que tiverem direito.

Como sacar

O único site onde é possível fazer a consulta é o site oficial do Sistema de Valores a Receber. Ao abrir a página, o usuário deve clicar em “Consulte valores a receber”, preencher os campos com os dados, clicar em “Consultar” e conferir a existência de valores esquecidos.

Caso haja dinheiro a receber, o usuário deve clicar no botão “Acessar o SVR”. Essa segunda etapa, no entanto, requer conta nível prata ou ouro no Portal Gov.br. Após abrir a nova página, o SVR informará uma data para consultar os valores e os dados para a transferência. Na maioria dos casos, o usuário pode agendar um Pix. Em outros, será necessário entrar em contato com as instituições financeiras nos canais informados pela página do Banco Central.

Na data informada pelo sistema, o usuário deverá acessar novamente o site do SVR, com o login Gov.br. Somente então, será possível pedir a transferência dos valores. Quem perder a data do agendamento terá de entrar novamente na página e pedir nova data para o retorno.

A consulta está aberta a pessoas falecidas e empresas fechadas. O acesso é possível a herdeiro, testamentário, inventariante ou representante legal. Assim como nas consultas a pessoas vivas, o sistema informa a instituição responsável pelo valor e a faixa de valor. Também há mais transparência para quem tem conta conjunta. Se um dos titulares pedir o resgate de um valor esquecido, o outro, ao entrar no sistema, conseguirá ver as informações: como valor, data e CPF de quem fez o pedido.

Tenistas brasileiras são convocadas para a Billie Jean King Cup, em SP

A Confederação Brasileira de Tênis (CBT) definiu nesta terça-feira (15) o quinteto que vai disputar os playoffs (fase eliminatória) da Billie Jean King Cup, principal torneio feminino entre nações. Além da paulista Beatriz Haddad, que retornou ao top 10 mundial, a equipe conta ainda coma medalhista olímpica Laura Pigossi (127ª), Carolina Meligeni (305ª), Ingrid Martins (124ª) e Luiza Fullana (574ª). Estreante na competição, a brasiliense Luiza Fullana substituirá Luisa Stefani – medalha de bronze nos Jogos de Tóquio em parceria com Pigossi -, que se recupera de dores no joelho e não joga mais nesta temporada.

O Time Brasil BRB está definido para o confronto contra a Argentina pelos Playoffs da @BJKCup! 🇧🇷🎾🇦🇷

O capitão Luiz Peniza anunciou a convocação das tenistas que representarão o país nos dias 15 e 16 de novembro, no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo (SP) pic.twitter.com/O53oE0A77M

— CBT (@cbtenis) October 15, 2024

O adversario do Brasil será a Argentina, no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, nos dias 15 e 16 de novembro. O torneio prevê quatro jogos de simples para definição do vencedor. Em caso de empate, haverá uma partida de duplas para definir quem avança ao Qualifier (etapa que reúne as melhores seleções do mundo) em abril de 2025.

“As expectativas são super positivas. Contamos muito com a presença da nossa torcida para lotar o Ginásio do Ibirapuera e nos levar novamente aos Qualifiers”, convocou Luiz Peniza, técnico do time brasileiro. 

O histórico de confronto femininos entre Brasil x Argentina é equilibrado. Foram quatro vitórias para cada lado em oito encontros. No último deles, em 2022, Bia Haddad e Laura Pigossi ganharam por 3 a 1, em Tucamán (Argentina).

New year. New look #BJKCup 💜

Billie Jean King Cup has introduced a new finals format for 2025 🏆⬇️ pic.twitter.com/UjJHFNgItH

— Billie Jean King Cup (@BJKCup) October 4, 2024

Na última edição da Billie Jean King Cup, o Brasil se classificou nos Playoffs e depois chegou bem perto da tão sonhada vaga no Qualifier (fase eliminatória que antecede a final com nações de todos continentes). Após empatar em 2 sets a 2 contra a Alemanha, a equipe brasleira foi superado na quinta partida (jogo de duplas) e deu adeus à disputa do título.

Moraes determina extradição de foragidos do 8/1 que estão no exterior

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a extradição de investigados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 que estão foragidos no exterior.

A medida do ministro envolve cerca de 60 brasileiros que fugiram para a Argentina após romperem a tornozeleira eletrônica e o blogueiro Oswaldo Eustáquio, que está na Espanha.

A íntegra das decisões está em segredo de Justiça, e os detalhes não foram divulgados.

A tramitação dos pedidos de extradição é longa e não há previsão para que os acusados sejam presos e enviados para o Brasil.

Os pedidos de extradição foram feitos ao ministro pela Polícia Federal. Após a autorização da medida, os processos seguiram para o Ministério da Justiça e o Ministério das Relações Exteriores.

Caberá à diplomacia brasileira e ao ministério realizarem os trâmites internacionais do caso.

O STF já condenou mais de 200 envolvidos no 8 de janeiro. Eles respondem pelos crimes de associação criminosa armada, dano qualificado, deterioração do patrimônio tombado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e tentativa de golpe de Estado.

Auditoria investigará contratos com laboratório que fez testes de HIV

A Controladoria-Geral do Estado do Rio de Janeiro  instaurou uma auditoria extraordinária com a finalidade de identificar e punir os responsáveis pelos erros que culminaram na infecção por HIV de seis pacientes transplantados no estado. A investigação vai analisar todos os contratos entre a Fundação Saúde e o laboratório PCS Saleme. A previsão é que a auditoria seja concluída em 45 dias.

O governador Cláudio Castro reforçou, nesta terça-feira (15), o compromisso de identificar e punir os responsáveis pela infecção por HIV de pacientes transplantados. “Estamos trabalhando desde o dia em que soubemos desse erro inadmissível para corrigir, atender às vítimas e garantir que isso nunca mais aconteça. Nós já percebemos que o erro ocorreu entre dezembro de 2023 e setembro deste ano, e todos os exames estão sendo refeitos”, disse o governador, ressaltando que agentes públicos ou privados envolvidos serão punidos.

O governador esclareceu que, desde a notificação do primeiro caso, o laboratório teve o serviço suspenso pela Vigilância Sanitária do estado e foi interditado cautelarmente, e uma sindicância foi aberta pela Secretaria de Saúde. “Os exames passaram a ser realizados pelo Hemorio, que está retestando todas as amostras de sangue dos doadores armazenadas no período em que o laboratório prestou serviços ao Estado”, avaliou. 

Cármen Lúcia afirma que voto é instrumento da democracia

A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, afirmou nesta terça-feira (15) que o voto é um instrumento de realização efetiva da democracia.

A ministra reforçou a importância da democracia no país e do direito ao voto livre durante a abertura de uma exposição no TSE que conta a história do voto popular. 

“O voto é um instrumento democrático para transformar nossos lugares onde a gente vive, nossos espaços de convivência política. Enfim, de realização efetiva da democracia”, afirmou.

Cármen Lúcia também lembrou que o direito de todo cidadão votar foi uma conquista “preciosa e difícil no país”.

“Nós lutamos muito para ter direito ao voto secreto, universal, periódico, e, principalmente, livre”, completou.

Exposição

O TSE inaugurou nesta terça-feira a exposição O Voto no Brasil, que retrata a evolução do voto democrático no país.

A exposição contou com trabalho de pesquisa histórica produzida pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e mostra a conquista da votação universal ao longo dos últimos 100 anos, ressalta os momentos políticos que levaram à restrição do voto da população, além de recordar os períodos de conquistas, como o movimento Diretas Já.

Caixa reduzirá cota de financiamento e elevará entrada para imóveis

A partir de 1º de novembro, os mutuários que financiarem imóveis pela Caixa Econômica Federal terão de pagar entrada maior e financiar um percentual mais baixo do imóvel. O banco aumentou as restrições para a concessão de crédito para imóveis pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), que financia imóveis com recursos da caderneta de poupança.

Para quem financiar imóvel pelo sistema de amortização constante (SAC), em que a prestação cai ao longo do tempo, a entrada subirá de 20% para 30% do valor do imóvel. Pelo sistema Price, com parcelas fixas, o valor aumentará de 30% para 50%. A Caixa só liberará o crédito a quem não tiver outro financiamento habitacional ativo com o banco.

O valor máximo de avaliação dos imóveis pelo SBPE será limitado a R$ 1,5 milhão em todas as modalidades do sistema. Atualmente, o crédito pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH), com juros mais baixos, é restrito a imóveis de R$ 1,5 milhão, mas as linhas do Sistema Financeiro Imobiliário (SFI) não têm teto de valor do imóvel.

Segundo a Caixa, as mudanças se aplicam a futuros financiamentos e não afetarão as unidades habitacionais de empreendimentos financiados pelo banco. Nesse caso, em que o banco financia diretamente a construção, as condições atuais serão mantidas. A instituição financeira concentra 70% do financiamento imobiliário brasileiro e 48,3% das contratações do SBPE.

Em nota, o banco justificou as restrições porque a carteira de crédito habitacional do banco deve superar o orçamento aprovado para 2024. Até setembro, a Caixa concedeu R$ 175 bilhões de crédito imobiliário, alta de 28,6% em relação ao mesmo período do ano passado. Ao todo, foram 627 mil financiamentos de imóveis. No SBPE, o banco concedeu R$ 63,5 bilhões nos nove primeiros meses do ano.

“A Caixa estuda constantemente medidas que visam ampliar o atendimento da demanda excedente de financiamentos habitacionais, inclusive participando de discussões junto ao mercado e ao governo, com o objetivo de buscar novas soluções que permitam expansão do crédito imobiliário no país, não somente pela Caixa, mas também pelos demais agentes do mercado”, explicou o banco em nota oficial.

Falta de recursos

O aperto na concessão de crédito habitacional decorre do maior volume de saques na caderneta de poupança e das maiores restrições para as Letras de Crédito Imobiliário (LCI), aprovado no início do ano. Caso não limitasse o crédito, a Caixa teria de aumentar os juros.

Segundo o Banco Central (BC), a caderneta de poupança registrou o maior volume de saques líquidos do ano em setembro, com os correntistas retirando R$ 7,1 bilhões a mais do que depositaram. Esse também foi o terceiro mês seguido de retiradas. Outro fator que contribuiu para a limitação do crédito foi o aumento da demanda pelas linhas da Caixa, em meio à elevação das taxas nos bancos privados. Ainda não está claro se as mudanças serão revertidas em 2025, quando o banco tiver novo orçamento para crédito habitacional, ou se parte das medidas se tornarão definitivas no próximo ano.

Caixa muda regras de financiamento de imóveis e eleva valor de entrada

A partir de 1º de novembro, os mutuários que financiarem imóveis pela Caixa Econômica Federal terão de pagar entrada maior e financiar um percentual mais baixo do imóvel. O banco aumentou as restrições para a concessão de crédito para imóveis pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), que financia imóveis com recursos da caderneta de poupança.

Para quem financiar imóvel pelo sistema de amortização constante (SAC), em que a prestação cai ao longo do tempo, a entrada subirá de 20% para 30% do valor do imóvel. Pelo sistema Price, com parcelas fixas, o valor aumentará de 30% para 50%. A Caixa só liberará o crédito a quem não tiver outro financiamento habitacional ativo com o banco.

O valor máximo de avaliação dos imóveis pelo SBPE será limitado a R$ 1,5 milhão em todas as modalidades do sistema. Atualmente, o crédito pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH), com juros mais baixos, é restrito a imóveis de R$ 1,5 milhão, mas as linhas do Sistema Financeiro Imobiliário (SFI) não têm teto de valor do imóvel.

Segundo a Caixa, as mudanças se aplicam a futuros financiamentos e não afetarão as unidades habitacionais de empreendimentos financiados pelo banco. Nesse caso, em que o banco financia diretamente a construção, as condições atuais serão mantidas. A instituição financeira concentra 70% do financiamento imobiliário brasileiro e 48,3% das contratações do SBPE.

Em nota, o banco justificou as restrições porque a carteira de crédito habitacional do banco deve superar o orçamento aprovado para 2024. Até setembro, a Caixa concedeu R$ 175 bilhões de crédito imobiliário, alta de 28,6% em relação ao mesmo período do ano passado. Ao todo, foram 627 mil financiamentos de imóveis. No SBPE, o banco concedeu R$ 63,5 bilhões nos nove primeiros meses do ano.

“A Caixa estuda constantemente medidas que visam ampliar o atendimento da demanda excedente de financiamentos habitacionais, inclusive participando de discussões junto ao mercado e ao governo, com o objetivo de buscar novas soluções que permitam expansão do crédito imobiliário no país, não somente pela Caixa, mas também pelos demais agentes do mercado”, explicou o banco em nota oficial.

Falta de recursos

O aperto na concessão de crédito habitacional decorre do maior volume de saques na caderneta de poupança e das maiores restrições para as Letras de Crédito Imobiliário (LCI), aprovado no início do ano. Caso não limitasse o crédito, a Caixa teria de aumentar os juros.

Segundo o Banco Central (BC), a caderneta de poupança registrou o maior volume de saques líquidos do ano em setembro, com os correntistas retirando R$ 7,1 bilhões a mais do que depositaram. Esse também foi o terceiro mês seguido de retiradas. Outro fator que contribuiu para a limitação do crédito foi o aumento da demanda pelas linhas da Caixa, em meio à elevação das taxas nos bancos privados. Ainda não está claro se as mudanças serão revertidas em 2025, quando o banco tiver novo orçamento para crédito habitacional, ou se parte das medidas se tornarão definitivas no próximo ano.

Encarceramento é principal causa de tuberculose na América Latina

O encarceramento é o principal fator de risco da tuberculose na América Latina. A conclusão é de um estudo publicado hoje (15) na revista científica britânica The Lancet. A pesquisa foi realizada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em parceria com instituições da Argentina, Brasil, Colômbia, Peru, e Estados Unidos, no período entre 1990 e 2023.

Para o estudo, foram analisados dados de seis países: Argentina, Brasil, Colômbia, El Salvador, México e Peru. Eles foram escolhidos por concentrarem, ao mesmo tempo, 80% da população privada de liberdade e 80% dos casos de tuberculose na América Latina. Em 2019, de todos os casos novos de tuberculose nesses lugares, 27,2% foram relacionados ao encarceramento. O percentual é maior do que qualquer outro fator de risco, como HIV, desnutrição, diabetes, subnutrição, tabagismo e alcoolismo. Em números absolutos, o aumento da privação de liberdade produziu 34.393 casos excessivos de tuberculose em 2019.

Os dados específicos do Brasil mostram que 36,9% dos casos novos de tuberculose aconteceram por causa do encarceramento. Na sequência, vieram outros fatores, como HIV e alcoolismo, com pouco mais de 10% cada, e tabagismo, subnutrição e diabetes com menos de 10% cada. O percentual brasileiro relacionado ao encarceramento só não é maior do que em El Salvador (58,1%).

“Tuberculose faz parte do programa Brasil Saudável e está entre as 11 doenças que o país pretende eliminar ou reduzir a carga. Atualmente, a taxa de incidência da doença é de 40 casos por 100 mil e o objetivo é de chegar a 10 casos por 100 mil até 2030, o que representa redução de 75%. Se não tivermos abordagens inovadoras para reduzir a carga da doença na população privada de liberdade, a gente não vai atingir a meta”, analisa o infectologista Julio Croda, que fez parte do estudo. Ele é pesquisador da Fiocruz e professor da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS).

Nos últimos 30 anos, a população em privação de liberdade quase quadruplicou na América Latina. Crescimento mais rápido do que em qualquer outra região do mundo. As condições prisionais elevam o risco de transmissão e progressão da de tuberculose por motivos como superlotação, ventilação precária, desnutrição e acesso limitado a cuidados de saúde.

O estudo conclui que intervenções no encarceramento – como uma redução de 50% nas taxas de entrada na prisão e duração do encarceramento – poderiam diminuir a incidência da tuberculose na população geral do Brasil em 28,9%, no Peru em 16,4%, na Colômbia em 13,7%, na Argentina em 10,3% e no México em 3,0% até 2034.

Os pesquisadores defendem que sejam pensadas estratégias para a redução do próprio encarceramento em massa. E que agências internacionais de saúde, ministérios da justiça e programas nacionais de tuberculose devem enfrentar a crise sanitária com estratégias abrangentes, para reduzir os riscos de transmissão dentro dos presídios.

“Quando a gente olha o que vem sendo feito em todos os países para reduzir a carga da tuberculose nessa população carcerária, ainda são ações muito limitadas. No Brasil, existe uma recomendação clara do Ministério da Saúde de triagem em massa, de ofertar exame de diagnóstico de tuberculose para toda pessoa privada de liberdade pelo menos uma vez ao ano. Na maioria das prisões brasileiras, isso não ocorre, seja por falta de equipe, seja por falta de acesso aos testes diagnósticos”, diz Julio Croda.