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Petrobras anuncia aumento de 7,12% no preço da gasolina

A Petrobras anunciou nesta segunda-feira (8) que aumentará em R$ 0,20 o preço do litro da gasolina a partir desta terça-feira (9). Com o reajuste, de 7,12%, o preço de venda da gasolina A para as distribuidoras passará a ser de R$ 3,01 por litro.

O impacto no preço da gasolina vendida ao consumidor final, que tem 27% de etanol em sua composição, deverá ser de R$ 0,15 por litro. No entanto, o valor cobrado pelos postos de combustível depende de cada varejista, uma vez que ainda são incluídos no valor as margens de lucro do comerciante e da distribuidora, além dos custos associados ao transporte.

Segundo a Petrobras, esse é o primeiro reajuste da gasolina neste ano. A última vez que a estatal havia modificado o preço do produto havia sido em 21 de outubro de 2023, quando houve redução de 4%. O último aumento ocorreu em 16 de agosto daquele ano (16%).

GLP

A Petrobras também anunciou aumento do preço do gás de cozinha (GLP), que subirá R$ 3,10 por botijão de 13h kg (9,81%) e passará a custar R$ 34,70. O último ajuste no preço do gás de botijão havia sido feito em 1º de julho de 2023, quando houve queda (-3,9%). O último aumento (24,9%) havia sido feito em 11 de março de 2022.

Petrobras reajusta em 7,12% preço da gasolina para distribuidoras

A Petrobras anunciou nesta segunda-feira (8) que aumentará em R$ 0,20 o preço do litro da gasolina a partir desta terça-feira (9). Com o reajuste, de 7,12%, o preço de venda da gasolina para as distribuidoras passará a ser de R$ 3,01 por litro.

O impacto no preço da gasolina vendida ao consumidor final, que tem 27% de etanol em sua composição, deverá ser de R$ 0,15 por litro. No entanto, o valor cobrado pelos postos de combustível depende de cada varejista, uma vez que ainda são incluídos no valor as margens de lucro do comerciante e da distribuidora, além dos custos associados ao transporte.

Segundo a Petrobras, esse é o primeiro reajuste da gasolina neste ano. A última vez que a estatal havia modificado o preço do produto havia sido em 21 de outubro de 2023, quando houve redução de 4%. O último aumento ocorreu em 16 de agosto daquele ano (16%).

GLP

A Petrobras também anunciou aumento do preço do gás de cozinha (GLP), que subirá R$ 3,10 por botijão de 13h kg (9,81%) e passará a custar R$ 34,70. O último ajuste no preço do gás de botijão havia sido feito em 1º de julho de 2023, quando houve queda (-3,9%). O último aumento (24,9%) havia sido feito em 11 de março de 2022.

Comunidades tradicionais pedem ao governo e Congresso melhoria no Pnae

O governo federal e o Congresso Nacional receberam carta nesta segunda-feira (8) com 23 propostas de melhorias para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). Assinam o documento 52 organizações e pessoas, que incluem: entidades da sociedade civil, associações comunitárias, indígenas, quilombolas, nutricionistas, centros de pesquisa, secretarias de Educação e prefeituras.

O objetivo geral do documento é ampliar o acesso de comunidades tradicionais do país ao Pnae. No lugar de ultraprocessados e produtos com agrotóxicos, seriam valorizados no cardápio escolar alimentos agroecológicos e sem pesticidas. Além de mais saudáveis, também seriam mais adequados aos hábitos culturais de cada região.

“A produção desses alimentos já ocorre nessas comunidades. O que precisamos é de uma organização para que seja ampliada a compra desses produtos. Se isso não acontecer, escolas indígenas e quilombolas vão continuar recebendo Coca-Cola, produto de caixinha, linguiça, salsicha, presunto, ultraprocessados com alto teor de sódio e açúcar. Ou seja, coisas que não têm nada a ver com a cultura alimentar dessas populações”, diz a secretária executiva do Observatório das Economias da Sociobiodiversidade (ÓSocioBio), Laura Souza.

Brasília – Comunidades tradicionais pedem ao governo e Congresso melhorias no Pnae – Foto Marcelo Coutinho/FIAN Brasil/Divulgação

É o caso do que é produzido pela Associação de Mulheres Produtoras de Polpa de Frutas (AMPPF) de São Félix do Xingu, no Pará, que existe desde 2014. São mais de 60 sócios, 80% mulheres, que produzem e distribuem as polpas de frutas pela região. As entregas para as escolas são coletivas. Cada pessoa fica responsável por direcionar, em média, 50 quilos.

Uma delas é Joelma Meneses, de 27 anos, que mora na Colônia Manguari, a 25 quilômetros (km) do centro da cidade e está na associação há dois anos e meio. Apesar de já fornecer alimentos para o Pnae, a associação espera mudanças

“A gente trabalha, tem os gastos, as dificuldades, mas nem por isso desiste. Mesmo com preços lá embaixo, com normas que não concordamos. Mas vivemos da agricultura e mantemos nossa esperança de que tudo isso venha a mudar”, diz Joelma. “Temos fé que eles [governo federal e Congresso] vão olhar com carinho especial e ver o que é melhor para os produtores, valorizar a agricultura familiar”.

Carta de propostas

O encontro que deu origem à carta foi realizado nos dias 27 e 28 de maio em Brasília, sob o nome “Compras públicas para a alimentação escolar entre povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais: por onde avançar?”. As propostas cobram a execução das diretrizes estabelecidas há 15 anos na Lei da Alimentação Escolar (11.947/2009). Segundo os organizadores, ainda há muitos desafios para que todos os objetivos dela e do Pnae sejam cumpridos.

Das 23 propostas presentes no documento, 18 são direcionadas ao governo federal e cinco ao Congresso Nacional. A carta também foi entregue para representantes do Judiciário e do Ministério Público. Os pontos apresentados ao Executivo Federal são direcionados ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e outros órgãos que fazem parte do Comitê Gestor do Pnae.

“Temos uma boa perspectiva sobre a entrega dessas propostas. Estamos abertos para o diálogo. A carta foi construída com participação de uma base muito forte. São pessoas que já trabalham com os alimentos, que estão tentando acessar melhor o Pnae. A carta não foi criada simplesmente por ONGs [organizações não governamentais], mas tem envolvimento de produtores dos povos tradicionais, que conhecem muito sobre o assunto. E queremos melhorar esse processo para todo mundo”, diz Laura Souza.

O documento pede a criação de um marco normativo específico para as compras públicas, orientado para o reconhecimento do autoconsumo e da autodeterminação dos povos. O que demandaria adequação das chamadas públicas, do cadastro dos agricultores, das exigências sanitárias, das necessidades logísticas e de mecanismos de mitigação dos eventos climáticos.

Brasília – Comunidades tradicionais pedem ao governo e Congresso melhorias no Pnae – Foto FIAN Brasil/Divulgação

Entre as outras propostas direcionadas ao Executivo, destacam-se: incluir todas as categorias com assento no Conselho Nacional dos Povos e Comunidades Tradicionais no Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF) e no Cadastro Único das Políticas Sociais (CadÚnico); incluir no Censo Escolar a identificação de escolas e estudantes de povos e comunidades tradicionais em geral; aprimorar o desenho de financiamento e de repasses do Pnae, com reajuste anual automático; elaborar um novo modelo de chamada pública específica; criar um programa de agentes de apoio ao Pnae e ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA); criar um aplicativo para a automatização dos processos de assinaturas de contratos, emissão de guias de entrega e notas e pagamentos; instituir um plano de carreira para as nutricionistas e cozinheiras; estruturar e equipar as cozinhas escolares; capacitar servidores dos órgãos gestores dos territórios tradicionais; integrar as diferentes políticas voltadas à agricultura familiar e aos povos indígenas, quilombolas e demais povos e comunidades tradicionais.

As propostas apresentadas ao Legislativo são: incluir como prioridade na lei do Pnae todos os grupos sociais que têm assento no Conselho Nacional dos Povos e Comunidades Tradicionais (CNPCT); rejeitar projetos de lei que proponham a retirada da prioridade de povos indígenas, quilombolas, assentados da reforma agrária e mulheres nas compras públicas do Pnae; ampliar o orçamento do programa e do PAA; criar mecanismo de reajuste anual dos valores per capita na lei do Pnae; e avançar na proposta de uma Política Nacional de Promoção da Alimentação e dos Produtos da Sociobiodiversidade de Povos e Comunidades Tradicionais, prevista no Projeto de Lei (PL) 880/2021.

Quebradeiras de coco babaçu

Maria de Jesus, de 33 anos, mora na comunidade Jatobá, no município de Joca Marques, norte do Piauí. Ela integra o Movimento Interestadual de Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB), grupo coordenador por 24 mulheres no Piauí, Maranhão, Pará e Tocantins. A maior parte da produção vai para os programas de alimentação estaduais e federal. Além do comércio de produtos feitos à base do babaçu, elas se organizam para defender os direitos das mulheres, lutar por terras e combater diferentes tipos de violência, como a patrimonial, física e psicológica.

Por parte de pai, Maria é filha e neta de agricultores. Por parte de mãe, filha e neta de quebradeiras de coco. Ela entrou para o MIQCB em 2014, o que representou um reencontro com as próprias origens e a afirmação de uma nova luta.

“Tenho orgulho muito grande de ser quebradeira de coco. É um trabalho físico, mas tem a questão da identidade. É o que eu sou e de onde eu vim. Na minha infância, era a nossa única fonte de renda junto com a agricultura familiar”, lembra Maria. “Quando se é jovem, há a ideia de ir para a cidade grande para ter um emprego e qualidade de vida melhor. A gente pensa que na comunidade não tem nenhuma perspectiva de geração de renda. Passei por esse processo de êxodo rural e, quando voltei, encontrei um grupo de mulheres bastante organizado, com uma unidade produtiva funcional de azeite, farinha, bolos, biscoitos, goma”.

Ela defende a necessidade de maior regulação e incentivo do governo federal diante das dificuldades em ampliar o acesso aos cardápios escolares dos municípios. Lembra que muitos gestores ainda dão preferência a produtos de grandes redes. 

“Queremos reivindicar mais políticas públicas e dialogar diretamente com o governo. Para que os alimentos que nossas crianças consomem diariamente em casa também estejam presentes no cardápio escolar. Hoje, a merenda comprada no comércio vem cheia de agrotóxicos. E o que a gente consome no dia a dia, a gente sabe de onde vem, como plantou, sabe que é um produto saudável. E é isso que queremos que nossos filhos consumam nas escolas. E como é produto das nossas comunidades, precisa ser valorizado, ter mais incentivo, para ajudar a preservar os nossos modos de vida”.

Brasília – Comunidades tradicionais pedem ao governo e Congresso melhorias no Pnae – Foto Marcelo Coutinho/FIAN Brasil/Divulgação

Agricultura quilombola

Jorge Henrique Gonçalves Flores, 56 anos, segue os passos dos antepassados e trabalha como agricultor no Quilombo São Miguel, no município de Maracaju, Mato Grosso do Sul. Em 2009, o quilombo começou a fornecer alimentos para as escolas das redondezas por meio do Pnae. Os principais alimentos são as frutas e verduras, mas também são produzidos pão, macarrão, polpas, doces e mel. Pelo menos 56 escolas recebem esses produtos, que envolvem o trabalho de 18 pessoas.

A comunidade espera que a carta de propostas seja acolhida pelo governo e o Congresso, e lista as principais questões hoje que impedem maior desenvolvimento do trabalho.

“Hoje, a dificuldade dos pequenos agricultores familiar é o acesso ao Pronaf [Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar] e ao CAF [Cadastro Nacional da Agricultura Familiar]. Gostaríamos que fossem eliminados alguns entraves que encontramos para acessar esses créditos e poder desenvolver uma agricultura melhor. E gostaríamos também que os líderes do país tivessem um olhar especial para os pequenos agricultores. Precisamos ter mais acesso a tecnologias e conhecimentos técnicos para ter a valorização dos nossos produtos”, diz Jorge Henrique.

Cultura Viva é tema do Caminhos da Reportagem desta segunda-feira

A Política Nacional de Cultura Viva completou no sábado (6) duas décadas. A concretização dessa política se deu com os Pontos de Cultura, reconhecidos como grupos que desenvolvem atividades culturais em suas comunidades. O programa ajudou a fortalecer essas práticas, sendo considerada a primeira política de base comunitária do Sistema Nacional da Cultura. O Caminhos da Reportagem de hoje traz o panorama do Cultura Viva e mostra como o programa tem sido importante para a cultura nas mais diferentes regiões.

A edição vai ao ar nesta segunda-feira (8), às 23h, na TV Brasil, e fica disponível também no app TV Brasil Play.

São 5.166 Pontos de Cultura espalhados pelo Brasil. Somente na Grande São Paulo são 340. Um deles é o São Mateus em Movimento, no extremo leste da capital paulista. O bairro de São Mateus já foi considerado um dos mais violentos da cidade e o projeto busca trazer uma alternativa de cultura para as crianças e adolescentes. O Ponto de Cultura oferece oficinas de instrumentos musicais e de graffiti, aulas de reforço escolar e outras atividades.

Nascido em 1986, o grupo de rap De Menos Crime é uma das referências da região e tem no Ponto de Cultura um apoio para manter seu trabalho. “O São Mateus em Movimento serve de estrutura para a gente estar planejando o que fazer no futuro e dando assistência para os manos que vêm de fora. Através da cultura a gente coloca a consciência e faz a união da comunidade”, diz o rapper Mago Abelha.

Brasília – Experiência do Ponto de Cultura Aquarela, em Campinas (SP), ajudou a servir de base para o programa Cultura Viva – Frame TV Brasil

Em Campinas, no interior paulista, o Ponto de Cultura Aquarela é outro local de encontro e troca de saberes. O coordenador do local é Marcos Brytto, que explica que tudo começou com sua mãe, Maria de Oliveira, que fundou uma cooperativa de costureiras e deu início a aulas de alfabetização no local. “A gente tinha duas turmas de alfabetização, com quase 40 pessoas frequentando a casa diariamente, e 15 costureiras fazendo uma cooperativa de costuras aqui”, conta.

Fundada há mais de 30 anos como Casa de Cultura, com apoio da prefeitura do município, a entidade foi uma das experiências que ajudou a servir de base para a formulação do Programa Cultura Viva. Hoje o Ponto de Cultura oferece oficinas de artesanato, feiras solidárias, formação para professores e diversas atividades culturais, como contação de histórias, apresentações de teatro e de música.

Do interior de São Paulo, a nossa equipe de reportagem seguiu para o Ceará a fim de mostrar a força dos Pontos de Cultura pelo interior do país. A região do Cariri, no Ceará, é um celeiro de cultura popular. No Crato, há quase sete décadas o Mestre Aldenir é brincante do Reisado, manifestação popular que celebra o nascimento do menino Jesus e a chegada dos reis magos, na tradição católica.

A filha de Aldenir, Maria Vera da Silva, foi educada na cultura desde criança. “Eu estava com dez anos de idade, ele me trajava de rainha, aí nós íamos brincar no Natal, dia de ano, Dia de Reis. Desde esse tempo que eu peguei esse gosto, até hoje, estou com 66 anos e estou com a energia boa para brincar até mais longe, se Deus quiser”, conta ela. A festa está no sangue da família, e já chega aos bisnetos de Mestre Aldenir, que aos 90 anos ensina a eles e a outras crianças a sua arte.

A forma de olhar para a criação cultural nos territórios foi o diferencial para o Cultura Viva. “Toda política pública é sempre pensada de cima para baixo, a partir do critério da falta, da carência. Com o Cultura Viva e o Ponto de Cultura é o oposto disso. A gente trabalha a partir do critério da potência, da capacidade de transformação que existe nas comunidades”, diz Célio Turino, que coordenou a criação do programa, a partir de 2004.

A ministra da Cultura, Margareth Menezes, ressalta o legado do programa: “O Cultura Viva dá a possibilidade de solidificar as ações culturais de grupos, tanto tradicionais como as novas manifestações culturais, como a cultura urbana, o hip-hop. Essa é a função do ministério neste momento, é colaborar para que todos sejam acolhidos dentro das políticas públicas.”

Decisão do STF sobre porte de maconha demanda novos procedimentos

Os peritos criminais brasileiros aguardam o estabelecimento de novas orientações para o seu trabalho, quando tiverem que examinar maconha apreendida em pequena quantidade pela polícia. A demanda se dá após o Supremo Tribunal Federal (STF) definir que não é crime ter até 40 gramas de cannabis sativa ou seis plantas-fêmeas – que produzem flores ricas no composto psicoativo tetra-hidrocanabinol (THC).

“Com certeza, deverão estabelecer novos procedimentos, até mesmo para deixar bem caracterizada a situação que vai ficar provocada pela decisão”, aponta o perito criminal do estado do Mato Grosso Marcos Secco, presidente da Associação Brasileira de Criminalística, que representa peritos, médicos-legistas e odonto-legistas em todo o território nacional.

Nas sessões que julgaram um recurso extraordinário sobre a posse de pequenas quantidades de maconha, o STF determinou que se uma pessoa for flagrada usando a droga, a maconha será confiscada e o usuário levado à delegacia. O delegado não deverá determinar a prisão em flagrante ou instaurar inquérito, mas registrar o fato como infração administrativa e liberar a pessoa, após notificá-la de que deverá comparecer em juízo para ser ouvida e, eventualmente, receber sanção de caráter não-penal. 

A droga apreendida deverá ser examinada por peritos em laboratório para, por exemplo, identificar a substância e mensurar o volume. Segundo Marcos Secco, faltam definições quanto à obrigação de fazer a pesagem do entorpecente em balança certificada. Além de regras pontuais, o perito imagina que será necessário preparar os laboratórios e os técnicos para nova rotina. “No caso de plantas [confiscadas pela polícia], teríamos que aumentar o serviço de botânica dentro dos institutos de criminalística”, diz o perito. 

 Veja aqui os principais pontos de decisão

Advertências 

Quem cometer a infração administrativa por porte de maconha poderá ser advertido sobre os efeitos da droga ou ter de frequentar curso a respeito. Contudo, o defensor público Bruno Shimizu, presidente do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCRIM), aponta lacuna nesse encaminhamento.

De acordo com ele, não há na Lei das Drogas (Lei nº 11.343/2006) um procedimento específico para a apuração de infração administrativa. “O STF entendeu que, enquanto não houver regulamentação desse procedimento, a imposição dessas sanções continua a se dar em um processo judicial”. Em sua decisão, o Supremo aponta que as regras definidas pela corte valem enquanto o Congresso Nacional não criar uma nova lei sobre o assunto.

O STF também determina que o governo crie programas educativos sobre os riscos do uso de drogas e forneça tratamento à saúde para dependentes. Essas iniciativas devem envolver diferentes órgãos de Estado. Na articulação de grande parte dessas políticas públicas estará a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos (Senad), do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Para a advogada Lívia Casseres, coordenadora-geral de projetos especiais sobre drogas e justiça racial da Senad, a decisão do Supremo pode diminuir o estigma sobre as pessoas que consomem drogas e possibilita alcançar essas pessoas “com políticas de verdade preventivas, de promoção da saúde e do cuidado”. Segundo ela, além dos órgãos públicos, a elaboração dessas políticas envolverá a sociedade civil por meio do Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas (Conad).

“Há vários pontos da decisão [do STF] que ainda [a Senad] não tem total clareza, por conta de ainda não ter sido publicado o acórdão da decisão. Tem muitas complexidades que vão precisar ser pensadas, acho que por todos os poderes do Estado”, diz a coordenadora. 

Ela assinala que algumas definições técnicas não estão estabelecidas, e “vão precisar ser discutidas, amadurecidas, primeiro a partir da compreensão do conteúdo total do acórdão, de tudo que foi decidido pelo Supremo.” O envio do acórdão deverá ocorrer somente em agosto, após o recesso judiciário. Por ora, o STF encaminhou à Senad e outros órgãos apenas a ata com o resumo dos debates e a resolução.

Até mesmo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que é comandado pelo próprio presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, aguarda o acórdão da Suprema Corte para tratar de novas políticas judiciárias que deverão ser implementadas após a decisão, como a realização de mutirões carcerários para revisar a ordem de prisão de pessoas flagradas com menos de 40 gramas de maconha.

Impacto relativo 

Além de lacunas quanto a procedimentos técnicos e indefinições para formulação de novas políticas públicas, há dúvidas e divergências sobre os efeitos da decisão. O advogado Cristiano Maronna, diretor do Justa, um centro de pesquisa não-governamental sobre a Justiça, teme que o impacto da decisão do STF seja muito pequeno e que a resolução “muda algo para que tudo permaneça como está.”

Para ele, a decisão do Supremo mantém a pressuposição de que o caso é de tráfico, e não de uso recreativo, no testemunho do policial, ancorado em provas como o volume de droga apreendida e, eventualmente, a posse de embalagens, balanças ou registros de venda.

“O tráfico não pode ser presumido. A finalidade mercantil tem que ser provada e tem que ser uma prova corroborada externamente para além do testemunho policial e das provas ancoradas”, aponta o advogado. “O que realmente poderia mudar é qualificar a investigação criminal, chegar de fato a quem é traficante, a quem ganha dinheiro com isso, afinal, se for um negócio bilionário, não é possível que só prenda os miseráveis negros”.

O advogado Gabriel de Carvalho Sampaio, diretor de litigância e incidência da ONG Conectas Direitos, admite que “é preciso avançar muito mais”, mas diverge de Maronna e aponta que a decisão do STF tem efeito importante que parece simbólico, mas que tem muitos desdobramentos na realidade, que é o fato da Suprema Corte reconhecer as injustiças feitas pelo Judiciário e pela polícia na aplicação da lei de drogas.

“A resolução do Supremo passa a constituir uma ferramenta importante no cotidiano, ou seja, não bastará mais a apreensão com a quantidade, uma mera declaração subjetiva da polícia para que o enquadramento seja de tráfico. As pessoas usuárias têm, a partir de agora, uma declaração do Supremo Tribunal Federal de que elas não praticam o crime ao consumir a droga, no caso, a maconha”, avalia.

Brigadista escolheu profissão após perder filho por problema pulmonar

Atiçado pelo vento, o fogo atacava por todos os lados na Serra da Bodoquena, em Corumbá, Mato Grosso do Sul. Lá no meio, a brigadista Débora Ávila reviu a vida inteira. As chamas que queimavam o Pantanal fizeram com que ela reencontrasse o medo. Mas não era somente esse sentimento que ela carregava em sua mais difícil missão profissional, em junho do ano passado. 

Neste ano, Débora continua na região pantaneira para enfrentar o fogo da maior seca das últimas quatro décadas. Cada vez que vai trabalhar, está movida pela coragem e por ideais. Ela escolheu a profissão depois que o filho de apenas 5 meses de vida morreu por complicações no pulmão. 

O menino nasceu com síndrome de Edward, alteração genética que pode causar problemas no funcionamento de diferentes órgãos. Ela ouviu dos médicos que a fumaça das queimadas abreviou a vida do bebê.  

“A queima do Pantanal impediu que ele ficasse mais tempo comigo. Hoje trabalho por outras pessoas”, disse a brigadista, de 42 anos, à Agência Brasil depois de mais uma missão. Depois que o filho morreu, em 2020, Débora foi diagnosticada com depressão. Três anos depois, em meio ao luto, resolveu se informar como é o trabalho do brigadista. “Eu amo ser brigadista. É um trabalho em que me encontrei e sou feliz.”

Para chegar à profissão que ama, inscreveu-se na seleção do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama). Selecionada, passou nos testes físicos. Mostrou que poderia carregar o tubo de água nas costas e também o soprador para findar o fogo. Aprendeu até como operar a motosserra, fundamental para avançar no terreno ameaçado pelas chamas. Débora, hoje, tornou-se a única mulher  em um grupo de 45 brigadistas. 

“Vai lá, minha vida”

A profissional de 1,60 metro fez do combate ao fogo uma missão de vida. Quando veste a gandola (peça do vestuário militar) e coloca o capacete, sabe que tanto faz a hora. Pode ser durante o dia ou no avançar da madrugada… dá um beijo no marido e avisa que está indo para o trabalho. “No começo, ele achou estranho”. Mas depois passou a ouvir do companheiro, que trabalha como pedreiro: ‘vai lá, minha vida’” 

Para Débora, encarar adversidades não é exatamente uma novidade. A corumbaense trabalha desde a adolescência. Já vendeu salgados na rua com a avó. Trabalhou com limpeza, como empregada doméstica na “casa dos outros” e foi gari da prefeitura. Na quentura que vem do chão, tentou se equilibrar, na maior parte do tempo, com um salário mínimo. Foi também servente de obra, como o pai (que morreu de câncer), e “tinha” que cuidar da casa, como a mãe, mas sem tempo ruim. Aprendeu a colocar lajota e paralelepípedos nas ruas. 

Só depois, pelas fumaças da vida, resolveu combater o fogo. No caminho para o trabalho, costuma ficar sensibilizada com a entrega de oxigênio nas casas. “Imagino sempre que pode ter crianças ou idosos com problemas de respiração por causa dessas queimadas. Sei que há outras pessoas passando pelo mesmo que eu sofri.”  

Desde que descobriu o novo trabalho, passou a se interessar também pela volta aos estudos. Tinha parado na sétima série. E gostaria de saber e falar mais sobre meio ambiente. “Tive que parar os estudos para trabalhar. Agora, quero concluir o ensino fundamental. Quem sabe um dia fazer uma faculdade de gastronomia”. Enquanto lembra de comida, recorda dos tempos em que vendia chipa (uma espécie de pão de queijo da região) com a avó para ajudar no sustento da família. Hoje, é apreciadora dos peixes do Rio Paraguai e gosta de criar receitas.

Contrato

Hoje Débora tem um contrato temporário de seis meses pelo edital do Ibama. Por mês, recebe R$ 1.980, além de auxílios.

A gestora ambiental do Ibama, Thainan Bornato, que atua na coordenação da Prevfogo-MS, afirma que o trabalho dos brigadistas é fundamental em um momento como esse. A escassez de chuvas modificou as cheias e a seca no Pantanal. “Há alguns anos, a gente tem tido também a antecipação desse momento de seca do Pantanal. Depois de novembro, não houve mais chuvas, e o Pantanal não encheu. A gente também registrou o pior junho da história em relação aos incêndios florestais”, lamenta.

Sem os brigadistas, ela explica, não haveria como extinguir focos de incêndio. “A gente contrata os brigadistas no período crítico, de junho a dezembro, e tem observado que há necessidade de extensão desse período de contratação deles. Já não podemos dizer que o período crítico é só [de] junho a dezembro.”

Segundo Thainan, por isso, houve necessidade de aumento do contingente em Mato Grosso do Sul. Desde o ano passado, foram contratados 145 brigadistas de junho a dezembro, com cinco brigadas indígenas e uma de pronto-emprego, que é a sediada em Corumbá, especializada em Pantanal. “A Débora é a única mulher brigadista, mas temos visto aumento do interesse das mulheres em participar”. Para isso, é necessário preparo para o teste de aptidão física e o de uso de ferramenta agrícola. 

“Em uma brigada, é muito importante ter vários tipos de habilidade. É a diversidade que faz a brigada ser o que é”. A chegada de Débora deixou a gestora muito emocionada. “A história dela motiva outras pessoas. Não é apenas alguém que carrega um instrumento para combater fogo, mas uma profissional que inspira. “Eu costumo falar para os brigadistas que estão aqui para fazer a educação ambiental, para fazer a prevenção, para conhecer o território. É um agente multiplicador de mudança, de conscientização.”

Orgulho

O medo passou, e Débora hoje tem orgulho de ser mulher e de estar nessa luta – Marcelo Camargo/Agência Brasil

Passou a fazer parte da vida da Débora esse trabalho em grupo e colaborativo, em que um colega depende do outro o tempo inteiro. Nesse momento de estiagem, não pode ir muito longe. Ela gosta de jogar futebol com os novos amigos, o que a faz recordar que já sonhou ser atleta, quando tinha 16 anos. O trabalho fez com que parasse. 

Em dias como esses, o futebol tem que ser mais rápido. De repente, surge o helicóptero para ir a uma área isolada tomada pelo fogo. É preciso entrar no helicóptero para chegar aos locais isolados e em áreas de mata virgem.  Ela não tem mais o medo de antes. “Tenho orgulho de ser mulher e estar nessa luta por mim e por muita gente.”

Cerca de 2,4 mil famílias ocupam imóveis abandonados no centro do Rio

O cheiro de urina é forte ao se aproximar do edifício. Lençóis substituem as janelas. Arbustos crescem pela fachada, dando ao prédio de oito andares um aspecto a mais de abandono. Tudo parece estar caindo aos pedaços, se desfazendo aos poucos. No portão de ferro preto da entrada, dois algarismos pintados em branco informam, ao correio, que ali é o número 53 da Avenida Venezuela, na zona portuária da cidade do Rio de Janeiro.

Ocupação Zumbi dos Palmares, no centro do Rio – Tomaz Silva/Agência Brasil

Esse imóvel insalubre e inseguro, que inclusive está oficialmente interditado pela Defesa Civil, é o “lar” de cerca de 100 pessoas, que, por diversos motivos, precisaram buscar uma moradia e consideraram que ali seria a alternativa menos pior.

O local é apenas um entre as 69 edificações abandonadas na região central do Rio de Janeiro, que foram transformadas em moradia por 2.435 famílias sem teto, segundo levantamento publicado recentemente pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional (Ippur) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Observatório das Metrópoles e Central de Movimentos Populares.

De acordo com a pesquisa, 50 imóveis ocupados (72,5% deles) são privados e 19 são públicos (27,5%). A maioria (34 imóveis) é formada por prédios verticalizados. Mas também há ocupações em antigos casarões (18), conjuntos de casas (11), terrenos ocupados (cinco) e instalações fabris ou galpões (um).

Em 30 ocupações visitadas, o estudo constatou que as famílias viviam geralmente em cômodos unifamiliares. Mas também foram identificados cômodos nos quais residiam mais de uma família. Os pesquisadores também perceberam que cerca de 25% dos cômodos eram ocupados por mães solos e que mais de 500 crianças moravam nesses imóveis.

O levantamento mostrou que a ocupação desses imóveis se torna alternativa habitacional para os segmentos sociais mais vulneráveis, como mulheres pretas, mães solos, pessoas em situação de rua, egressos do sistema penitenciário, desempregados, migrantes, pessoas LGBTQIA+ vítimas de violência, entre outros grupos sociais vulneráveis.

Ocupação Zumbi dos Palmares

No caso do número 53 da Avenida Venezuela, dezenas de famílias, com idosos, adultos, jovens e crianças, se dividem em cômodos improvisados espalhados pelos andares daquele prédio abandonado, numa região da cidade que vem recebendo milhões de reais em investimentos para revitalização, desde antes dos Jogos Olímpicos Rio 2016.

O coletivo de moradores, chamado de Ocupação Zumbi dos Palmares, começou em 2005 e teve que enfrentar uma retirada forçada em 2011, mas, diante da permanência da situação de abandono da edificação, voltou a sofrer ocupações por novas famílias nos anos seguintes. A atual ocupação começou pouco antes do início pandemia de covid-19.

Quase 20 anos se passaram desde a primeira ocupação por pessoas sem teto e as incertezas sobre o futuro permanece entre aqueles que vivem no local. O proprietário do edifício, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), tenta reaver a posse do imóvel na Justiça.

O prédio, que já foi sede do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Empregados em Transportes e Cargas (Iapetec) está sem uso pelo INSS há anos e é classificado pelo instituto como “não operacional”, segundo o Núcleo de Assessoria Jurídica Popular (Najup), da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Ainda de acordo com o Najup, o prédio encontra-se em processo de transferência para a Secretaria de Patrimônio da União (SPU), que, por sua vez, informou que o imóvel ainda não está sob sua administração.

Um levantamento realizado pelo Najup em 2022, com 54 moradores da ocupação Zumbi dos Palmares, mostrou que 85,2% são pretos ou pardos, 64,8% são mulheres cis e 3,7% são mulheres trans. Entre os chefes de família, 63% são do sexo feminino, das quais 34,3% são mães solo. Dos moradores, 61 eram crianças e adolescentes.

“São famílias que estavam em outras ocupações urbanas na região central, também precárias; muitas pessoas que estavam em situação de rua; algumas mulheres vítimas de violência doméstica; algumas pessoas trans”, afirma a professora da Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Mariana Trotta, que coordena o Najup. “É um público majoritariamente de camelôs, catadores de material reciclável e algumas pessoas que vivem apenas de doação. São pessoas extremamente vulnerabilizadas”.

Dificuldades

Larissa Rodrigues, de 26 anos, vive com três de seus cinco filhos. Fugindo de uma situação de violência doméstica, ela saiu de sua casa e precisou buscar um novo refúgio.

“Faz três anos que eu moro aqui, mas o prédio é cheio de rachaduras e balança muito. A água é escassa e a bomba só consegue jogar até o quarto andar. Quem mora no quinto e sexto, tem que descer pra buscar água. E a luz é complicada, porque só tem luz quem consegue comprar uma fiação. Quem não tem dinheiro pra comprar fio, não tem luz”.

Larissa Rodrigues mora com três, dos cinco filhos na ocupação – Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Larissa, que é uma beneficiária do Programa Bolsa Família, mas vende doces para complementar a renda, diz que, dia desses, teve um sonho auspicioso. “Sonhei que vinha uma pessoa me procurando, com uma chave”, conta esperançosa. “Quem sabe não é a chave de uma casa nova chegando”, afirmou.

A manicure Thayane Cristina, de 28 anos, também teve que sair de casa, vítima de um relacionamento abusivo, com suas filhas. “Eu me separei do meu marido e fiquei uma semana na praia, com as crianças, sem ter pra onde ir. Antes de vir pra cá, eu tentei viver em um outro casarão. Era estranho viver sem água e sem luz. Mas para sair daquele sofrimento que eu vivia na minha casa, eu tive que ir pra lá. Depois eu vim pra cá, que era melhor e acabei ficando”.

Hoje ela tem quatro filhas, com idades entre um e nove anos. Mesmo vivendo em um imóvel com risco estrutural há cerca de dois anos, Thayane diz que prefere ficar ali do que na rua. Ela entende que a melhor solução para os moradores da Zumbi dos Palmares seria a reforma do prédio para que eles pudessem continuar no local. Se não for possível, ela gostaria de morar em outro lugar no centro da cidade.

“Todos os dias é o mesmo desespero, de alguém chegar aqui, despejar a gente e a gente não ter pra onde ir. Todo mundo aqui tem uma história. Ninguém está aqui porque quer”, diz Thayane. “O risco de viver aqui é nítido pelas rachaduras na parede. Mas se a gente sair daqui, vai pra onde com esse tanto de criança?”

Para buscar uma solução para o prédio da avenida Venezuela e seus moradores, o Ministério Público Federal convocou uma audiência pública, para o próximo dia 16. Foram convidados representantes do INSS, da Secretaria de Patrimônio da União, do Ministério das Cidades e das secretarias estadual e municipal de Habitação.

Segundo o procurador regional dos Direitos do Cidadão adjunto no Rio de Janeiro, Julio Araujo, o objetivo da audiência pública é garantir a resolução dos problemas estruturais do imóvel e a destinação do prédio para moradia digna das famílias de baixa renda.

“O Ministério Público entende que, independentemente dos problemas estruturais do imóvel e da necessidade eventual de retirada temporária dos moradores, é fundamental garantir a destinação daquele imóvel para uma finalidade social e uma finalidade social de moradia, já que é um prédio vago que o INSS não ocupa, [um prédio] que não cumpre sua função social bastante tempo”, explicou Araujo, à Agência Brasil.

Autoridades

A Defesa Civil Municipal realizou 23 vistorias no prédio da avenida Venezuela desde 2007, sendo a última delas em 29 de maio deste ano. Segundo o órgão, durante esta última inspeção, os técnicos identificaram “o péssimo estado de conservação do local, com condições insalubres e instalações clandestinas que podem ocasionar risco de incêndio. O imóvel foi interditado pela Defesa Civil e o documento foi entregue aos responsáveis do INSS, uma vez que a vistoria foi feita com a presença de representantes do instituto”.

A Defesa Civil informou que também encaminhou o laudo técnico para a Secretaria Municipal de Assistência Social e para a Subprefeitura do Centro.

 Ocupação Zumbi dos Palmares, na Avenida Venezuela. Prédio pertence ao INSS – Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Segundo Mariana Trotta, os problemas estruturais do imóvel colocam a vida dos moradores em risco. Para ela, a solução seria conceder provisoriamente aluguel social para essas famílias, até que elas fossem realocadas em um imóvel permanente no próprio centro da cidade.

“Ou que o imóvel fosse requalificado pelo INSS ou pela Secretaria de Patrimônio da União, por esse programa de democratização dos imóveis da União, para que fosse feita a locação social para essas famílias”, destacou a professora da UFRJ.

Por meio de sua assessoria de imprensa, o INSS informou que está negociando com a prefeitura do Rio de Janeiro para que o poder público municipal compre o imóvel da avenida Venezuela e faça a devida alocação das pessoas que atualmente o ocupam.

O Ministério das Cidades não respondeu à Agência Brasil sobre possíveis propostas para o destino da ocupação. A Secretaria Estadual de Habitação informou apenas que o prédio pertence ao governo federal.

Segundo a Secretaria Municipal de Habitação, a prefeitura já fez o cadastramento dos moradores da ocupação Zumbi dos Palmares e está retomando o Programa Minha Casa, Minha Vida junto ao Governo Federal para dar prosseguimento às ações necessárias.

No entanto, a Secretaria não respondeu à Agência Brasil sobre quais são os planos de moradia para as famílias que vivem nas outras ocupações do centro da cidade do Rio de Janeiro.

Mudanças climáticas e futuro sustentável são temas da reunião da SBPC

O debate sobre um futuro sustentável e incluso ocupará o centro das discussões da 76ª reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que começa neste domingo (7) e vai até o dia 13 de julho, em Belém. O evento, que tem como tema “Ciência para um futuro sustentável e inclusivo: por um novo contrato social com a natureza”, deve reunir mais de 35 mil pessoas. Será um momento para ouvir a comunidade científica sobre os desafios das mudanças climáticas, necessidade de redução do processo de aquecimento global e do crescimento sustentável.

Maior evento científico da América Latina, a reunião da SBPC, tem o Theatro da Paz como local da cerimônia de abertura. A programação prevê mais de 300 atividades, entre elas, conferências, mesas-redondas, painéis, webminicursos e sessão de pôsteres.

No campus Guamá da Universidade Federal do Pará (UFPA), serão realizados eventos como o SBPC Cultural, a SBPC Jovem, a Jornada Nacional de Iniciação Científica, com trabalhos de pesquisa científica e de ensino aprendizagem de estudantes (ensino básico, profissionalizante, graduação ou pós-graduação), professores (ensino superior, básico ou profissionalizante), pesquisadores e profissionais.

Trabalhos

Este ano serão apresentados 391 trabalhos, distribuídos nas áreas: Ciências Exatas e da Terra, Ciências Biológicas, Engenharias, Ciências da Saúde, Ciências Agrárias, Ciências Sociais Aplicadas, Ciências Humanas, Linguística, Letras e Artes.

Também haverá o espaço SBPC Afro e Indígena, onde estão previstas exposições de cultura material e fotografias; oficinas; rodas de conversa com a participação de lideranças indígenas, quilombolas e de outros povos e comunidade tradicionais.

 Seca no Amazonas. – Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Outro espaço de destaque é o voltado para a cultura alimentar, com uma tenda montada próximo ao Rio Guamá. Batizado de Paneiro: Espaço da Cultura Alimentar a tenda dará destaque para a culinária típica paraense e permitirá que aos participantes degustem os sabores da culinária regional e conheçam um pouco da história e das tradições que estão por trás de alguns preparos.

Na programação também estão previstas as participações dos ministros da Educação, Camilo Santana; da Ciência Tecnologia e Inovação, Luciana Santos; da Saúde, Nísia Trindade; do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva; e do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet.

App

Para auxiliar os participantes, a SBPC lançou um aplicativo da reunião. Disponível para Android e iOS, a ferramenta traz todas as informações sobre o evento: programação, mapas, perfis dos palestrantes e serviços úteis pela cidade de Belém. Além disso, é possível salvar os eventos preferidos em uma agenda, que conta também com um serviço de alerta. A instalação do aplicativo é gratuita e ele pode ser encontrado pelo nome da entidade nas lojas de aplicativo. 

Nesta sexta-feira (5), durante entrevista à imprensa para falar da reunião, o presidente da SBPC, professor titular da Universidade de São Paulo (USP) e ex-ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, disse que a presença de pesquisadores de diversas áreas tem o potencial de trazer a visão dos cientistas, da sociedade civil e do governo sobre a temática e também contribuições para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), que ocorrerá na capital paraense de 10 a 21 de novembro de 2025.

O evento também precede a 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (5ª CNCTI), que acontece em Brasília no final de julho e que deve definir os rumos do setor no país para os próximos  dez anos. “São mais de 400 cientistas de todo o país que vão estar presentes nas mesas redondas, conferências, discutindo como a ciência pode melhorar as vidas das pessoas”, disse Ribeiro ao falar sobre a importância da reunião da SBPC.

Ribeiro destacou que o encontro vai debater temas que estão na ordem do dia do país e, especialmente para a Amazônia, a exemplo do debate sobre créditos de carbono e da exploração de petróleo e gás na margem equatorial brasileira, região abrange uma área com mais de 2,2 mil quilômetros de litoral, que vai do Rio Grande do Norte ao Amapá e inclui as bacias hidrográficas da foz do Rio Amazonas. “Pensamos muito na questão do meio ambiente, na COP, em como vamos conseguir limitar a poluição, o aquecimento climático e promover o desenvolvimento sustentável”, disse.

Câncer de bexiga ultrapassa 19 mil mortes em 4 anos

Tipo de câncer mais incidente em homens, o tumor de bexiga matou de 800 mil pessoas no mundo e mais de 19 mil no Brasil de 2019 a 2022.

Dados do Sistema de Informações do Ministério da Saúde (SIH/SUS) indicam mais de 110 mil casos de neoplasia maligna da bexiga desde 2019. Assim como em outros tipos de câncer, o tabagismo é o principal fator de risco da neoplasia de bexiga.

Julho é mês de conscientização do câncer de bexiga. A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) aproveita a data para alertar sobre a importância da detecção precoce deste tipo de tumor, quando as chances de cura são maiores. Nas redes sociais, posts, vídeos e live com especialistas informam o público leigo.

Estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca) apontam que este ano deverão ser registrados 11.370 novos casos de câncer de bexiga, sendo 7.870 em homens e 3.500 em mulheres, o que corresponde a um risco estimado de 7,45 casos novos a cada 100 mil homens e 3,14 a cada 100 mil mulheres. Segundo o Inca, este é o sétimo câncer mais incidente entre os homens (exceto o de pele não melanoma), representando mais de 3% dos cânceres no sexo masculino.

“O câncer de bexiga tem como principal fator de risco o tabagismo, relacionado a mais de 50% dos casos. Portanto, eliminando esse hábito, conseguimos diminuir significativamente as chances de aparecimento desse tumor. Outro ponto fundamental na prevenção é seguir hábitos saudáveis, como manter uma alimentação balanceada, beber água em quantidade adequada e exercitar-se”, alerta o presidente da SBU, Luiz Otavio Torres.

O motorista Edgar Azevedo dos Santos, de 51 anos, descobriu a doença após uma dor lombar em 2017. Ele fez ultrassom que constatou nódulos. Ele passou por uma cirurgia e sessões de quimioterapia. “Eu nunca imaginaria que teria um câncer. De lá para cá faço acompanhamentos periódicos”.

“Temos observado que muitas pessoas desconhecem o câncer de bexiga, como se manifesta e quais são os principais vilões. A maioria já sabe que o fumo pode levar ao câncer de pulmão, por exemplo, mas muitos desconhecem que ele também é o principal causador do câncer de bexiga.

Além disso, apesar de que muitas vezes causa sangramento na urina, geralmente no início é intermitente e não provoca dor, e por isso é comum as pessoas não darem a devida importância e retardarem a ida ao médico, podendo agravar o quadro”, esclarece a diretora de Comunicação da SBU e coordenadora das campanhas de awareness da entidade, Karin Jaeger Anzolch.

Apesar de geralmente ser silencioso no estágio inicial, o tumor de bexiga pode provocar sangue na urina, maior frequência urinária, ardência ao urinar, urgência para urinar e jato urinário fraco

“A presença de sangue visível na urina é o sintoma mais comum do câncer de bexiga e está normalmente presente em 80% dos pacientes. Outros sintomas comumente relatados são aumento da frequência urinária, urgência miccional e dor para urinar, que podem estar relacionados à presença de carcinoma in situ.

O câncer de bexiga pode ser também assintomático e detectado através de exames de imagem com ultrassonografia, tomografia ou ressonância nuclear magnética”, explica o coordenador do Departamento de Uro-Oncologia da SBU, Mauricio Dener Cordeiro.

Tipos de câncer

O câncer de bexiga pode ser classificado de acordo com a célula que sofreu alteração, sendo os principais: carcinoma de células transicionais (ou urotelial) que representa a maioria dos casos e tem início na camada mais interna da bexiga; carcinoma de células escamosas (ou epidermoide) que afeta as células delgadas e planas da bexiga, ocorre após infecção ou inflamação prolongadas; e adenocarcinoma que é mais raro, tem início nas células glandulares (de secreção) após infecção ou irritação prolongadas.

O câncer de bexiga é considerado superficial quando se limita ao tecido de revestimento da bexiga e infiltrativo quando transpassa a parede muscular, podendo afetar órgãos próximos ou gânglios linfáticos.

Fatores de risco

O tabagismo (também o passivo) é o principal fator de risco do câncer de bexiga, porém há outras ameaças como: exposição a substâncias químicas; alguns medicamentos e suplementos dietéticos; gênero e raça (homens brancos têm mais chances de desenvolver a doença); idade avançada; histórico familiar.

“Além do tabagismo, o contato com substâncias químicas como as presentes em defensivos agrícolas, tinturas utilizadas na indústria, fumaça de diesel ou outras substâncias também podem predispor a essa doença. Medicamentos como a pioglitazona, utilizada para o controle do diabetes, já foram associados com o desenvolvimento do câncer de bexiga. Contudo, o risco é relativamente baixo, e o principal ponto de atenção deve ser para pacientes que já tiveram câncer de bexiga e utilizam essa medicação”, explica o supervisor da Disciplina de Câncer de Bexiga da SBU, Fernando Korkes.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico do câncer de bexiga pode ser feito por exames de urina e de imagem, como ultrassom, tomografia computadorizada e cistoscopia (investigação interna da bexiga por meio do cistoscópio, instrumento dotado de câmera introduzido pela uretra). Durante a cistoscopia, caso o especialista identifique alguma alteração, pode ser retirado material para biópsia.

O tratamento do câncer de bexiga varia conforme o estágio da doença e pode consistir em cirurgia, quimioterapia e radioterapia.

Os tipos de cirurgia consistem em: ressecção transuretral – remoção do tumor por via uretral; cistectomia parcial – retirada de uma parte da bexiga; cistectomia radical – remoção completa da bexiga, com a construção de um novo órgão para armazenar a urina.

Nos casos de lesões iniciais, após removido o tumor, pode ser administrada a vacina BCG ou algum quimioterápico dentro da bexiga a fim de evitar recidiva da doença.

“Algumas das novidades nessa área incluem novas medicações como imunoterapia, terapias alvo e terapias com anticorpos conjugados a drogas que já têm sido utilizados na prática e trazem benefícios para muitos pacientes. Quanto à cirurgia, as plataformas robóticas auxiliam bastante nos casos em que é necessário remover a bexiga e fazer algum tipo de reconstrução”, ressalta Fernando Korkes.

Mortalidade

De 2019 a 2022 o Sistema de Informações sobre Mortalidade registrou 19.160 óbitos em decorrência de neoplasia maligna da bexiga. Desses, 12.956 (67,6%) eram do sexo masculino e 6.204 (32,3%) do sexo feminino.

Para o diretor da Escola Superior de Urologia da SBU, Roni de Carvalho Fernandes, para rastrear o câncer de bexiga e desenvolver políticas públicas eficazes para reduzir a incidência e mortalidade, é essencial considerar várias estratégias, começando por campanhas de conscientização e educação como essa promovida pela SBU, além de identificar grupos de alto risco, garantir que todos tenham acesso a serviços de saúde que ofereçam diagnóstico e tratamento adequados com a criação de centros especializados para garantir padrões elevados de cuidado e resultados melhores para os pacientes.

“Implementar essas medidas requer colaboração entre profissionais de saúde, governos, instituições de pesquisa, organizações não governamentais e a própria comunidade para enfrentar de forma eficaz esse grande desafio, que é reduzir as taxas de mortalidade do câncer de bexiga”, afirma Fernandes.

Entenda o que é PMMA e os riscos do uso em procedimentos estéticos

O polimetilmetacrilato (PMMA) é um componente plástico com diversos tipos de aplicação, tanto na saúde quanto em setores produtivos, a depender da forma de processamento e desenvolvimento da matéria-prima. O PMMA pode ser encontrado, por exemplo, em lentes de contato, implantes de esôfago e cimento ortopédico. No campo estético, o PMMA pode ser usado para preenchimento cutâneo, em forma semelhante a um gel.

Relatos de complicações relacionadas ao uso do componente em procedimentos estéticos se tornaram mais frequentes no Brasil. Em 2020, uma influencer (influenciadora digital) perdeu parte da boca e do queixo após fazer preenchimento labial com PMMA. Nesta semana, outra influencer morreu após se submeter a um procedimento estético para aumentar os glúteos.

Segundo parentes, ela apresentou um quadro de infecção generalizada em razão da aplicação de PMMA.

Uso e limites de aplicação

No Brasil, o PMMA para preenchimento subcutâneo precisa ser registrado na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), por se tratar de um produto de uso em saúde da classe IV ou risco máximo. “Somente após a análise técnica, esses produtos são liberados para venda e uso, visando à proteção do paciente e do consumidor”, informou a agência reguladora.

O componente está autorizado para correção de lipodistrofia, um tipo de alteração no organismo que leva à concentração de gordura em algumas partes do corpo, geralmente provocada pelo uso de medicamentos antirretrovirais em pacientes com HIV/aids, e correção volumétrica facial e corporal, uma forma de tratar alterações como irregularidades e depressões no corpo fazendo o preenchimento em áreas afetadas por meio de bioplastia.

Segundo a Anvisa, a concentração de PMMA em produtos estéticos varia e há indicações claras dos locais do corpo onde as aplicações podem ser feitas, como derme profunda, tecido muscular subcutâneo ou em nível intramuscular. “A dose usada é aquela estritamente necessária para correção de defeitos tegumentares ou da pele. Portanto, depende de avaliação médica”, reforçou a agência.

Em casos de atrofia facial associada ao HIV/aids, por exemplo, um dos fabricantes de PMMA registrados no país explica que a quantidade necessária varia de 4 a 12 mililitros (ml) para cada lado do rosto. Já em sequelas de poliomielite com atrofia de musculatura da panturrilha, a dose deve ser de cerca de 120ml, implantada de uma vez ou em etapas sucessivas, com 45 dias de intervalo, dependendo da elasticidade da pele de cobertura.

A Anvisa destaca que o PMMA deve ser administrado por profissionais médicos habilitados e treinados para o uso. “Para cada paciente, o médico deve determinar as doses injetadas e o número de injeções necessárias, dependendo das características cutâneas, musculares e osteocartilaginosas de cada paciente, das áreas a serem tratadas e do tipo de indicação”, detalhou a agência.

“A Anvisa também esclarece que o produto não é contraindicado para aplicação nos glúteos para fins corretivos. Porém, não há indicação para aumento de volume, seja corporal ou facial. Cabe ao profissional médico responsável avaliar a aplicação de acordo com a correção a ser realizada e as orientações técnicas de uso do produto.”

Etiqueta de rastreabilidade

A chamada etiqueta de rastreabilidade consiste em um documento com dados como o número do registro, códigos, descrição do modelo, lote, razão social do fabricante e/ou importador. O regulamento vigente define que é obrigatório o fornecimento de, no mínimo, três etiquetas de rastreabilidade, a serem fixadas no prontuário clínico do paciente, na documentação fiscal que gera cobrança pelo serviço e no documento que deve ser entregue ao paciente.

Segundo a Anvisa, a etiqueta de rastreabilidade é um direito do paciente e deve ser solicitada sempre que o consumidor passar por procedimentos cirúrgicos como:

– implantação de um dispositivo cardíaco ou ortopédico;
– implantes de coluna ou articulações;
– stents coronarianos;
– implantes dentários;
– válvulas cardíacas;
– endopróteses vasculares;
– implantes mamários;
– preenchedores intradérmicos à base de PMMA.

A agência reguladora destaca que a etiqueta de rastreabilidade não deve ser confundida com rótulo, instruções de uso ou bula. Trata-se de um documento adicional que deve constar na própria embalagem do produto.

“Mesmo com a existência de diversos mecanismos para o controle sanitário dos dispositivos médicos, é importante compreender que podem ocorrer eventos adversos ou queixas técnicas decorrentes do seu uso. Nesses casos, as etiquetas de rastreabilidade constituem importantes instrumentos que permitem a execução de ações por parte da agência e do fabricante na busca de soluções.”

Serviço ao consumidor

Todos os produtos usados em procedimentos médicos e estéticos em comercialização no Brasil precisam ter registro na Anvisa, órgão responsável pela avaliação da segurança, eficácia e qualidade dos itens.

Em caso de dúvidas, a orientação é que o consumidor busque um dos canais de atendimento disponíveis no site da Anvisa, para esclarecer questões relacionadas a medicamentos, insumos farmacêuticos, cosméticos e alimentos, dentre outros.

Alerta

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) elencou as principais intervenções estéticas feitas no Brasil por profissionais não médicos que causam complicações ou mesmo a morte de pacientes. O levantamento inclui aplicação de PMMA no rosto; aplicação de ácido hialurônico em rinomodelação; lipoenzimática no intuito de eliminar gordura localizada de várias partes do corpo; peeling de fenol contra rugas e flacidez e luz intensa pulsada em melanoma.

De acordo com a SBD, os procedimentos são rotineiramente realizados por dentistas, biomédicos, farmacêuticos, fisioterapeutas e enfermeiros, dentre outros profissionais que não têm “outorga legal para procedimentos invasivos”.

No mês passado, a entidade, o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) apresentaram, durante o I Fórum de Defesa do Ato Médico, um dossiê com uma lista de procedimentos estéticos considerados invasivos e a serem realizados apenas por médicos. São os seguintes:  

– procedimentos estéticos invasivos que envolvem a aplicação de toxina botulínica, conhecida popularmente como botox;
– preenchedores cutâneos para harmonização facial com ácidos hialurônico e polilático;
– bioestimuladores de colágeno;
– PMMA;
– eletrocauterização e exérese de lesões como nevus, verrugas e queloides;- endolaser para tratamento de celulite;
– peelings químicos como o de fenol, usado contra rugas e flacidez.