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Polícia Federal faz nova ação contra suspeito de fraudar INSS no Rio

A Polícia Federal (PF) faz nesta sexta-feira (7) mais uma ação contra um suspeito de chefiar organização criminosa que cometeu fraudes contra o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Estão sendo cumpridos os sequestros de três imóveis localizados em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, e pertencentes ao alvo da operação, no valor total de R$ 1,5 milhão.

Essa é a segunda fase da Operação Rábula, cuja primeira fase foi desencadeada em setembro do ano passado, e mirou um grupo criminoso que usava nomes fictícios para receber o Benefício de Prestação Continuada (BPC), destinado a idosos de baixa renda.

Os benefícios eram então sacados mensalmente pela quadrilha. O prejuízo estimado chega a mais de R$ 6 milhões.

Na primeira fase da ação, foram cumpridos seis mandados de prisão preventiva e dez de busca e apreensão, expedidos pela 2ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro. A investigação contou com apoio do Ministério da Previdência Social.

 

Dia D contra a poliomielite terá mais de 650 postos no Rio

A Secretaria Municipal de Saúde do Rio Janeiro promove neste sábado (8) o dia D de vacinação contra a paralisia infantil. Serão disponibilizados mais de 650 pontos de vacinação, das 8h às 17h, entre unidades de Atenção Primária (clínicas da família e centros municipais de saúde) e postos extramuros montados para facilitar o acesso da população.

No município do Rio de Janeiro, a meta é vacinar 237 mil crianças de 1 a 4 anos de idade, o que corresponde a 95% da população alvo, atualmente 248 mil indivíduos.

A campanha faz parte da Estratégia Nacional de Vacinação contra Poliomielite, que teve início no dia 27 de maio e vai até o dia 14 de junho, com o objetivo de reduzir o risco da reintrodução da doença no país e aumentar a cobertura vacinal.

“Além das doses previstas no esquema regular, estamos aplicando mais uma de reforço em crianças de 1 a 4 anos. Por isso, convocamos os pais que ainda não levaram seus filhos que aproveitem essa mobilização, para garantir a proteção dos nossos pequenos cariocas. Isso é muito importante para que a poliomielite não volte a circular no país. A imunização é a forma mais eficaz de prevenção e nesse dia D queremos aumentar a nossa cobertura vacinal”, disse o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz.

Conforme orientação do Ministério da Saúde, crianças de 1 a 4 anos de idade que estejam em dia com o esquema básico devem receber mais uma dose da vacina oral (VOP). A recomendação é que pais e responsáveis levem a caderneta de vacinação da criança para avaliação da situação vacinal pelas equipes de saúde.

A vacina está disponível em todas as 238 clínicas da família e centros municipais de saúde espalhados por toda a cidade, além do Super Centro Carioca de Vacinação, em Botafogo, que funciona todos os dias, das 8h às 22h; e do Super Centro Carioca de Vacinação unidade Campo Grande, no ParkShopping Campo Grande, que também funciona todos os dias, de acordo com o horário do centro comercial.

O Brasil não registra casos de pólio desde 1989. Em 1994, o país recebeu a certificação de área livre de circulação do poliovírus selvagem. No ano passado, entretanto, o Brasil foi classificado pela Comissão Regional para a Certificação da Erradicação da Poliomielite na Região das Américas como território de alto risco para reintrodução do poliovírus.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a poliomielite afeta principalmente crianças com menos de 5 anos de idade, sendo que uma em cada 200 infecções leva à paralisia irreversível, geralmente das pernas. Entre os acometidos, 5% a 10% morrem por paralisia dos músculos respiratórios.

Número de mortes por leptospirose chega a 15 no Rio Grande do Sul

A Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul confirmou nesta quarta-feira (5) mais duas mortes por leptospirose, após as cheias que atingiram o estado desde o início de maio. Uma das vítimas foi um homem de 51 anos, residente em Novo Hamburgo, que tinha um histórico de exposição às águas de inundação. 

Os sintomas começaram no dia 13 de maio, com náusea seguida de vômitos, mialgia (dor muscular) e inapetência, mas não houve registro de febre. A morte ocorreu em 30 de maio, após os exames de sorologia apresentarem resultado positivo.

O outro óbito também foi comunicado hoje pelo Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) do Rio Grande do Sul. Trata-se de um homem de 50 anos, residente em Igrejinha e com histórico de exposição às águas da inundação. 

Os sintomas iniciaram em 16 de maio, manifestados por sensação febril, náusea seguida de vômitos, calafrios, mialgia e inapetência. O óbito foi confirmado no dia 26 de maio de 2024, após testes de sorologia IGM de leptospirose concluírem com resultado reagente.

A leptospirose é uma doença infecciosa febril aguda que é transmitida a partir da exposição direta ou indireta à urina de animais, principalmente ratos, infectados pela bactéria leptospira. Sua penetração ocorre a partir da pele com lesões, pele íntegra imersa por longos períodos em água contaminada ou por meio de mucosas. O período de incubação pode variar de um a 30 dias e normalmente ocorre entre sete a 14 dias após ter entrado em contato com as águas de enchente ou esgoto.

Os principais sintomas são: febre, dor de cabeça, fraqueza, dores no corpo (em especial, na batata da perna) e calafrios. A doença apresenta elevada incidência em determinadas áreas além do risco de letalidade, que pode chegar a 40% nos casos mais graves. 

Turismo será importante para reconstruir Rio Grande do Sul, diz Freixo

A retomada do setor turístico será fundamental para a recuperação econômica do Rio Grande do Sul, um dos principais destinos escolhidos por turistas no Brasil e que foi gravemente atingido por inundações no último mês. A avaliação é do  presidente da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), Marcelo Freixo. 

“O turismo será um instrumento de recuperação e reconstrução da economia do Rio Grande do Sul. É claro que tem etapas de prioridades, no momento tem toda a reconstrução, limpeza e saúde pública. Mas desde agora temos que programar como será essa recuperação”, disse Freixo à Agência Brasil, após participar de gravação do programa DR com Demori, da TV Brasil. 

Segundo Freixo, já foram realizadas reuniões com o governador do estado, Eduardo Leite, e com representantes do setor turístico do Rio Grande do Sul para iniciar um planejamento de recuperação, tanto do turismo terrestre como do aéreo, que passa pela reabertura do aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, interditado há mais de 30 dias após ser atingido pelas inundações. 

Freixo lembra que, além de destinos conhecidos como Gramado, Canela e a região das vinícolas, o estado conta com um turismo terrestre internacional, por causa da proximidade com países como Argentina, Uruguai e Paraguai. “A previsão [de retomada do funcionamento] do aeroporto é no final do ano, mas a gente quer recuperar o terrestre antes disso e usar outros aeroportos com a dinâmica de alguns eventos possíveis naquelas cidades que se recuperarem primeiro”, disse. 

A estimativa do governo estadual é que serão necessários em torno de R$ 1 bilhão apenas para recuperar o setor turístico. 

Até o momento, a 52ª edição do Festival de Cinema de Gramado está confirmada para o próximo mês. No fim do ano, a cidade turística realiza o Natal Luz, que também atrai milhares de turistas para a Serra Gaúcha. 

Grande Rio registra média de 17 confrontos por dia, diz estudo

A região metropolitana do Rio de Janeiro registrou, de 2017 a 2023, uma média de 17 confrontos por dia, totalizando 38.271 no período. Quase 50% dos confrontos mapeados tinham a presença de policiais. Apesar dos números elevados, mais da metade dos bairros não são afetados por nenhum tipo de ocorrência.

Os dados fazem parte do estudo inédito Grande Rio sob Disputa: Mapeamento dos Confrontos por Território, elaborado pela instituição e pelo Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense (Geni-UFF), divulgado hoje. O trabalho considerou dados sobre tiroteios e operações entre 2017 e 2023 obtidos pelo Fogo Cruzado, pelo Geni, pelo Disque Denúncia e também pelo Instituto de Segurança Pública (ISP-RJ) no período de 2017 a 2022.

Quando se analisam todos os territórios ao longo desses anos, verifica-se que 60% dos bairros foram afetados por confrontos envolvendo policiais. Os 40% restantes registraram confrontos, mas sem a presença de policiais.

Para a diretora de Dados e Transparência do Instituto Fogo Cruzado, Maria Isabel Couto, a segurança pública tem que ser feita com base em evidências, tanto no estado do Rio de Janeiro quanto no Brasil como um todo. “O problema é grave no Rio de Janeiro, mas, quando nos baseamos em evidências, conseguimos ver luz no fim do túnel.”

Dentro dos bairros afetados por confrontos, a maioria registra eventos pontuais e de baixa intensidade. “São violências episódicas. Não são violências crônicas. Na média, só 3,7% dos bairros, a cada ano, foram afetados por conflitos regulares e de alta intensidade”, avalia Maria Isabel.

Um em cada quatro bairros afetados por confronto foi caracterizado por conflitos de preponderância policial: 85% dos casos naquele bairro ocorreram com a presença da polícia. “Significa que o remédio não está listado para a doença”, disse Maria Isabel, acrescentando que a solução oferecida para a segurança pública não está calcada em evidências da realidade enfrentada. Por isso, a medida está descalibrada e piorando o problema, acentuou.

Segundo ela, uma política pública eficiente precisa levar em consideração tais evidências para aplicar medidas corretas e nos locais necessários.

“Se são aplicados recursos de guerra, como fuzis, de forma indiscriminada, em áreas de baixa intensidade e de baixa regularidade de conflitos, agrava-se a violência. A violência está na parte do problema e da solução. O que se vê é a polícia atuando de forma indiscriminada e, às vezes, tornando-se parte do problema”, disse Maria Isabel.

Distribuição

O Rio de Janeiro tem um número muito elevado de conflitos. De acordo com o relatório, na região metropolitana do Rio de Janeiro são, em média, 17 confrontos por dia, totalizando 38.271 no período de sete anos. Maria Isabel ressalta, contudo, que os conflitos não se distribuem igualmente pelos bairros da região metropolitana.

“Existe uma concentração em determinadas áreas. E essa concentração não se dá só por recorte geográfico. Observam-se também padrões de concentração no que diz respeito à atuação das forças policiais e qual grupo armado é preponderante no território.”

De certa forma, esperavam-se mais confrontos com a presença da polícia em áreas do tráfico do que em áreas da milícia porque, para esses anos estudados, há uma área maior coberta pelo tráfico. No entanto, percebe-se disparidade de concentração de confrontos envolvendo policiais em área do tráfico, que é muito maior do que na milícia. “Isso ocorre não só sobre quantos territórios cada grupo armado tem”, disse a diretora do Instituto Fogo Cruzado. ”Tem algo a mais do que isso.”

Segundo o estudo, dos territórios dominados pelo tráfico, 70% registram conflitos envolvendo policiais. No caso das milícias, o percentual cai para 31,6%. “Existe um padrão de desigualdade muito grande. Sob outra abordagem, vê-se que para cada área dominada por facções do tráfico afetada por confrontos sem a polícia, há cinco bairros afetados por confrontos policiais. No caso da milícia, nessa mesma comparação, é um para um. Ou seja, cada área de milícia que tem confrontos sem a presença da polícia tem em contrapartida uma área de milícia que registra confrontos policiais.”

Conquistas

Proporcionalmente falando, a polícia intervém muito mais em áreas dominadas pelo tráfico do que em áreas dominadas pela milícia. Maria Isabel destacou, porém, que os dados do mapa dos grupos armados não aponta para a conclusão de que o tráfico é mais violento que a milícia. Houve um padrão de expansão desses grupos territoriais. Quando se fala de territórios conquistados por um grupo armado a partir de confrontos, constata-se que o Comando Vermelho é o que acumula o maior número de áreas dominadas (45,3%). A milícia vem em segundo lugar, com 25,5% e, em seguida, o Terceiro Comando Puro (TCP), com 23,3%. “O Comando Vermelho é o que mais conquista, mas é também o que mais perde”, comentou Maria Isabel.

De acordo com o estudo, 78,5% dos territórios conquistados pela milícia por meio de conflitos foram áreas controladas pelo Comando Vermelho.

“Os dados mostram que aquele mito do início dos anos 2000 de que milícia seria um mal menor, que ela se comportava através de dinâmicas de violência diferentes do tráfico e de que existia para livrar a população do tráfico não é verdade. As milícias também usam a força, o confronto, para dominar territórios”.

Segundo Maria Isabel, o que chama a atenção é que o Estado opta por intervir muito mais em áreas do tráfico do que em áreas de milícia.

Chama-se conquista quando um grupo armado domina um novo território por meio de confronto, estabelecendo uma relação de conflito para expulsar o que dominava aquela área. Já a colonização é quando a estratégia de expansão não passa pelo confronto. “Ou vai ser a dominação de um território que antes não era controlado por ninguém, ou pode ser, por exemplo, através da cooptação da liderança local, quando o líder local que era de uma facção passa para outro grupo. São, em geral, modelos de expansão”.

A análise do período de seis anos mostra que todos os grupos implantaram os dois tipos de padrão de expansão. Mas a maior parte dos territórios foi conquistada por colonização: 82,3% pelo TCP, 84%, no caso do Comando Vermelho e 90% da milícia. “A maior parte da expansão dos grupos territoriais não se dá a partir do conflito”.

A pesquisa sobre os confrontos no Grande Rio é parte do projeto Mapa Histórico dos Grupos Armados do Rio de Janeiro, lançado em 2021.

Governo autoriza construção de nova ponte sobre o Rio Caí, no RS

O ministro dos Transportes, Renan Filho, assinou com os prefeitos de Nova Petrópolis (RS), Jorge Darlei Wolf, e de Caxias do Sul (RS), Adiló Didomenico, na terça-feira (4), a ordem de serviço para construção de uma nova ponte sobre o Rio Caí, na divisa entre os dois municípios, na rodovia federal BR-116/RS.

Em maio, a ponte anterior cedeu no pilar central, instalado dentro do rio, após pressão do alto volume de águas das chuvas que atingiram a Serra Gaúcha. Em 12 de maio, devido aos danos estruturais e rachaduras no asfalto, a ponte foi interditada. Atualmente, é o único trecho totalmente bloqueado na BR-116/RS.

De acordo com o Ministério dos Transportes, a ponte definitiva custará cerca de R$ 31 milhões. O prazo para execução da obra será de oito meses. Porém, o ministro Renan Filho afirmou que a construtora e o governo tentarão dar celeridade à obra e entregar a nova ponte em menor tempo. “Nós já temos os recursos e queremos entregá-la, no máximo, em seis meses”, previu Renan Filho.

Nova ponte

O projeto prevê o uso de novas tecnologias na construção da ponte, sem a necessidade de um pilar central para sustentá-la. O ministro também explicou que equipes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) têm trabalhado para adaptação das margens do rio, com construção nas cabeceiras para receber a estrutura.

O projeto autorizado pelo governo federal inclui o serviço de demolição da ponte antiga, que neste momento tem um trecho rebaixado; e também a instalação de uma ponte metálica provisória que será erguida nos próximos dias pelo Exército. A instalação da ponte metálica permitirá o fim da interrupção da BR-116, enquanto durarem as obras da estrutura definitiva.

“O Exército Brasileiro pede até 15 dias para entregar a ponte provisória, mas a gente espera que ela fique pronta até o final da semana que vem”, estimou Renan Filho.

No Rio, Theatro Municipal tem espetáculos por R$ 2 na hora do almoço

Concertos bem na hora do intervalo para o almoço, em pleno centro do Rio de Janeiro, e com preços a partir de R$ 2. Essas são estratégias do Theatro Municipal do Rio de Janeiro para atrair novos públicos e fidelizar quem não tem muito tempo e dinheiro para assistir a espetáculos. O projeto Municipal ao Meio-Dia está de volta ao centenário prédio que é uma atração turística na região da Cinelândia, uma das mais movimentadas da região.

A apresentação nesta quinta-feira (6) leva para o público o espetáculo O Sinfonismo de Ouro da Música Brasileira de Concerto dos Séculos XIX e XX. A programação dá destaque a obras de grandes nomes da música sinfônica brasileira, com participação do Coro e Orquestra Sinfônica do Municipal.

São criações dos consagrados Francisco Braga, Alberto Nepomuceno, Leopoldo Miguez e Heitor Villa-Lobos, considerado por muitos o maior músico do país.

“É a oportunidade de o público assistir a um concerto de música brasileira, de alto nível, por apenas R$ 2”, ressalta a presidente da fundação que administra o Theatro Municipal, Clara Paulino.

O diretor artístico do Municipal, Eric Herrero, destaca que o programa oferecido é um resgate de obras que por muito tempo não eram apresentadas ao público, seja em concertos ou óperas.

“É o caso de Arthemis, de Alberto Nepomuceno, além de Jupyra, de Francisco Braga”, elenca.

Ingressos solidários

Na sexta-feira (7), as apresentações acontecem à noite, a partir das 19h, com ingressos que variam de R$ 15 a R$ 60. Esse segundo espetáculo é em benefício à Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa). Todos os que comparecerem à bilheteria do Theatro Municipal com alimentos não perecíveis ou produtos de limpeza terão direito a ingressos solidários, equivalentes à meia-entrada.

Tudo o que for arrecadado por meio de doações será remetido ao Rio Grande do Sul, que enfrenta consequências da tragédia climática que deixou grande parte do estado alagada. Até o começo desta semana, mais de 610 mil pessoas estavam fora de casa no estado. O número de mortes passa de 170.

“O Theatro Municipal do Rio de Janeiro tem muita honra em ajudar os amigos sulistas nesse momento tão difícil. Alguns músicos e seus familiares perderam tudo o que tinham, e a forma que encontramos de dar o nosso apoio foi pensando em ações como essas, onde unimos forças com a contribuição de nosso público também. Esperamos a casa cheia e a colaboração de todos”, disse à Agência Brasil Clara Paulino.

Riqueza cultural

A regência dos concertos é do maestro Ricardo Rocha, que além de extensa carreira no país, foi um desbravador da música brasileira no exterior.

“Este programa, dedicado à nossa música brasileira de concerto, atua como o cenário que abre uma janela importante para um público mais amplo, incluindo muitos dos que desconhecem a existência de um patrimônio nacional que não é menos que a expressão sofisticada do espírito de nosso povo”, disse o maestro, que criou e dirigiu por 11 anos na Alemanha o ciclo Brasilianische Musik im Konzert, para a difusão da música sinfônica brasileira, regendo grandes orquestras estrangeiras.

Rocha disse que o programa a ser apresentado reúne nomes responsáveis pela “ponte entre a música europeia e a brasileira”. Ele considera que há 300 anos o Brasil é dono de “uma música culta e erudita de grande envergadura, patrimônio que ainda não foi corretamente catalogado e mapeado, não passando, até hoje, de uma ilustre e desconhecida fonte de riqueza cultural”.

Serviço

Música Brasileira em Foco

O Sinfonismo de Ouro da Música Brasileira de Concerto dos séculos XIX e XX

6 de junho, às 12h

7 de junho, às 19h

Local: Theatro Municipal do Rio de Janeiro, Praça Floriano, s/n° – Centro, Rio de Janeiro

Classificação: Livre

Duração: 70 minutos + 15 de intervalo

Programa:

Francisco Braga – Abertura da ópera Jupyra

Alberto Nepomuceno – Sinfonia em Sol menor

Intervalo

Leopoldo Miguez – poema sinfônico Ave Libertas

Heitor Villa- Lobos – Choros n.10 – Rasga Coração

Ingressos para sexta-feira:

Frisas e Camarotes – R$ 60 (ingresso individual) ou R$ 360 (6 lugares)

Plateia e Balcão Nobre – R$ 40

Balcão Superior – R$ 30

Balcão Superior Lateral – R$ 30

Galeria Central – R$ 15

Galeria Lateral – R$ 15

Polícia indicia 4 pessoas por poluição das águas do Guandu, no Rio

A Polícia Civil indiciou quatro pessoas por suspeita de lançamento indevido de poluentes em rios da bacia do Guandu, em agosto do ano passado. Eles são ligados a uma empresa da região, que atua no ramo da fabricação de sabões e detergentes.

O inquérito, concluído no início desta semana pela Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA), apurou a responsabilidade de sócios e diretores da empresa.

A DPMA considerou que a empresa foi responsável pelo lançamento de produto surfactante (usado para reduzir a tensão superficial de líquidos), em suas galerias de águas pluviais, com base em perícias realizadas pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e pelo Instituto de Criminalística Carlos Éboli.

Em agosto do ano passado, foi detectada uma espuma branca espessa no rio Guandu, o que fez com que a Cedae suspendesse o abastecimento de água de grande parte da região metropolitana do Rio. 

Guandu

O Sistema Guandu, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, é responsável por 80% do abastecimento de água da região metropolitana do Rio de Janeiro. Com uma vazão de 43 mil litros por segundo, a estação de tratamento atende a mais de 9 milhões de pessoas, segundo informações da Cedae.

O rio Guandu corta oito municípios, a maioria na Baixada, são eles: Piraí, Paracambi, Itaguaí, Seropédica, Japeri, Queimados, Nova Iguaçu e Rio de Janeiro. O Guandu deságua na Baía de Sepetiba. A captação de água para tratamento é feita após 43 quilômetros de percurso do rio, em Nova Iguaçu.

Evento no Rio debate impactos desiguais das mudanças climáticas

O seminário “Racismo Ambiental: o que isso tem a ver com o seu quintal?”, que debate os impactos desiguais das mudanças climáticas, começou nesta terça-feira (4) no Fórum de Ciência e Cultura da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O evento é promovido pela organização não governamental ActionAid, em parceria com a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), o Centro Brasileiro de Justiça Climática (CBJC), e com o apoio da Fundação Heinrich Böll e do Projeto SETA (Sistema de Educação por uma Transformação Antirracista).

A mesa de abertura teve a participação do gerente-executivo regional da EBC, Acácio Jacinto, que apresentou a visão da empresa sobre os temas centrais do seminário. Ele disse que a empresa tem desempenhado um papel fundamental na promoção de uma comunicação pública que informa, conscientiza e mobiliza a sociedade.

“Em relação à justiça climática, é intrínseco no nosso papel de serviço público informar com precisão, educar com profundidade e engajar com empatia. Racismo ambiental é uma injustiça histórica que precisa ser enfrentada com urgência. E compreendemos que ele se comunidades de cor e de baixa renda são desproporcionalmente expostos aos riscos ambientais, e têm menos acesso à recursos para mitigação e adaptação”, disse o gerente executivo.

O dia teve mais duas mesas de debates. A primeira delas, com o nome “Território de Partilha: produção de dados nas quebradas”, contou com a presença de Kayo Moura (LabJaca), Fran Paula (CONAQ), Naira Santa Rita e Matheus Pereira (Instituto DuClima), e foi mediada por Maurício Dutra (Redes da Maré).

Naiara Ritam falou das experiências e missões do Instituto DuClima, que ela diz ter nascido depois de sobreviver às fortes chuvas que atingiram o Morro da Oficina, em Petrópolis, em 2022. Na época, mais de 200 pessoas morreram. O evento climático extremo aprofundou o engajamento dela no combate ao racismo ambiental, para ajudar outras famílias a não passarem pelo mesmo problema. Um dos eixos de trabalho é a produção de dados a partir da perspectiva dos territórios.

“Quem traz a demanda é a sociedade civil. Isso é diferente da situação em que o acadêmico ou o pesquisador vai até o território, analisa na perspectiva dele, e decodifica aquilo. A gente muda essa narrativa, inverte a lógica, e faz com que a população traga esses indicadores. E a partir disso, tem uma visão muito mais estratégica e assertiva. Quem conhece mais o território do que quem mora ali há anos?”, disse Naiara.

Rio de Janeiro (RJ) 04/06/2024 – Seminário “Racismo Ambiental: o que isso tem a ver com o seu quintal?”. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil – Fernando Frazão/Agência Brasil

 

A outra mesa de debate trouxe o tema “Repensando uma educação ambiental antirracista: infância, juventude e clima”. E teve a participação de Thaís Brianezi (ECA/USP), Thuérzia Souza (Projeto Meninas em Movimento – CMC), Carolina Silva (ActionAid). Mediação: Luciana Ribeiro (SETA).

A jovem ativista Thuérzia Souza, de 16 anos, apresentou as principais conquistas voltadas para a educação de meninas em Cabo Santo Agostinho, na região metropolitana do Recife. Os projetos têm como base a educação pública inclusiva e de qualidade. E um dos eixos de trabalho inclui a formação política de meninas da região, para que sejam capazes de lutar efetivamente contra as desigualdades de raça, gênero e classe.

“Em uma das campanhas, fizemos visitas às escolas para falar da importância de tirar o título de eleitor e de votar. É muito importante ver as meninas escolherem prefeito e vereadores que tragam políticas públicas voltadas para elas”, disse Thuérzia. “A gente quer candidatos que olhem para a gente, que pensem na juventude e em como ela está vulnerável. Em como ela precisa de cultura, escola, faculdade e estabilidade financeira”.

O seminário “Racismo Ambiental” conclui a programação nesta quinta-feira (5) com mais quatro mesas de debates, que acontecem entre 9h30 e 17h. Os temas são: “Território de Partilha: Defensoras da terra e do clima: extrativismo e cuidado”; “Mudanças Climáticas, Mobilidade Urbana e Ocupação das Cidades”; “Políticas públicas de enfrentamento ao racismo ambiental, para questões climáticas, ambientais e agrárias”; e “Entre o rural e o urbano: a produção espacial do racismo ambiental”.

Mortes por leptospirose chegam a 13 no Rio Grande do Sul

Aumentou para 13 o número de mortes provocadas por leptospirose em consequência dos temporais e cheias de rios no Rio Grande do Sul. Os números foram confirmados nesta terça-feira (4) pelo Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) da Secretaria de Estado de Saúde do Rio Grande do Sul. A doença é transmitida pela água suja contaminada pela urina de ratos.

Do total de 3.658 casos notificados, 242 casos da doença foram confirmados. Há ainda outros sete óbitos em investigação e cinco casos que estavam sendo investigados foram descartados. 

As mortes confirmadas pela doença ocorreram nas cidades de Venâncio Aires, Três Coroas, Travesseiro, Sapucaia do Sul, São Leopoldo, Encantado, Canoas, Cachoeirinha, Alvorada, Viamão e Novo Hamburgo, com um óbito cada, além de duas mortes em Porto Alegre. 

A leptospirose é uma doença infecciosa febril aguda que é transmitida a partir da exposição direta ou indireta à urina de animais, principalmente ratos, infectados pela bactéria leptospira. Sua penetração ocorre a partir da pele com lesões, pele íntegra imersa por longos períodos em água contaminada ou por meio de mucosas. O período de incubação pode variar de um a 30 dias e normalmente ocorre entre sete a 14 dias após ter entrado em contato com as águas de enchente ou esgoto.

Os principais sintomas são: febre, dor de cabeça, fraqueza, dores no corpo (em especial, na batata da perna) e calafrios. A doença apresenta elevada incidência em determinadas áreas além do risco de letalidade, que pode chegar a 40% nos casos mais graves. 

Considerando o atual cenário de extensos períodos de chuvas e cheias, suspeitos oriundos de área de alagamento e com sintomas compatíveis com leptospirose devem iniciar tratamento medicamentoso imediato.