Skip to content

181 search results for "martin"

Feira de Livros da Unesp começa nesta quarta com 160 editoras

“O livro ainda é um dos elementos mais eficazes para transmissão de pensamentos complexos e essa organicidade da palavra escrita em livro ela não é alcançada pela imagem, não é alcançada pelo áudio. Ela só é alcançada pelo processo de leitura tradicional”. É com essas palavras que o diretor-presidente da fundação responsável pela Editora Unesp, Jézio Hernani Bomfim Gutierre, apresenta o evento literário que a Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho abriga a partir desta quarta-feira (3), no campus paulistano: a Feira de Livros em sua sexta edição.

Até domingo, 160 editoras, das maiores às menores, segmentadas ou não, ofertam aos leitores uma infinidade de títulos com descontos que partem dos 50%. Os estandes ficam espalhados pelo campus localizado ao lado da estação Metrô Palmeiras-Barra Funda, no bairro do mesmo nome, na capital. Há também uma versão virtual do evento, de olho no público leitor de fora da capital paulista.

Pelo site do evento é possível adquirir os livros com desconto e saber qual é a programação, embora não seja possível acompanhar as mesas-redondas, apresentações e debates, que não são transmitidas em tempo real.

A programação cultural é um outro capítulo da feira. A cada dia, escritores, tradutores, acadêmicos, sociólogos, historiadores, comandam apresentações e discussões sobre assuntos diversos pertinentes ao universo literário e ao mercado editorial. Hoje, por exemplo, o sociólogo e escritor José de Souza Martins fez a conferência de abertura sobre Capitalismo e Escravidão na Sociedade Pós-escravista. À tarde, as escritoras Luciane Bonace Lopes Fernandes, Nanci Nascimento de Souza e Sarita Mucinic Sarue falam sobre Crianças Refugiadas e Vitimadas por Guerras na Literatura Brasileira. .

A última das apresentações será a única a ser transmitida ao vivo pela internet. Trata-se de um bate-papo com o brasilianista James Green sobre seu mais recente lançamento, o livro Escritos de um Viado Vermelho, com mediação do jornalista e escritor Jean Wyllys.

“A programação da feira procura atender aos mesmos objetivos da feira em geral: aproximação de autores e leitores”, resume o diretor-presidente da Fundação Editora Unesp.

Fomento à leitura

Fundamentais na preparação do caminho para se alcançar um maior número de leitores no país, feiras literárias promovidas por universidades são uma realidade nos grandes centros do Brasil. Do mesmo modo como é realidade também um número constante de leitores no país, que não cresce e delimita um problema que o diretor-presidente da Editora Unesp define como crônico.

“É um problema tanto para o avanço da indústria editorial quanto realmente – e agora eu falo mais como pessoa ligada à universidade do que ao mundo editorial – isso limita o alcance do conhecimento, seja ele científico ou não. Quando se pergunta se nós temos público para comprar o que se produz, eu diria que sim, mas isso faz com que as tiragens [dos livros], o escopo de publicações que o Brasil tem hoje, ainda fique muito a dever diante dos patamares de outros países. Particularmente países desenvolvidos, mas países latino-americanos também”, explica.

Para Jézio Gutierre é fato que existe uma massa de leitores potencialmente interessante no Brasil, mas que ainda precisa ser significativamente desenvolvida. “Como produzir e fomentar inquietas e fiéis gerações de leitores? Essa é a pergunta de um milhão de dólares que todos os estrategistas, sejam estrategistas editoriais, sejam estrategistas de políticas educacionais, procuram. Esse é um ponto que merece muita atenção por parte de todos os que trabalham dentro da ordem do livro”, diz.

A equação do fomento à leitura, observa, não é simples. Políticas públicas relacionadas ao assunto, como isenção de impostos para o mercado editorial, por exemplo, são parte da solução. “O que se pode fazer é basicamente propiciar ganho de escala. Ou seja, se tivermos a possibilidade de aumentar o universo de leitores, talvez possamos fazer com que o livro nacional seja mais barato. Isso poderia propiciar um círculo virtuoso onde os livros possam ficar cada vez mais baratos e assim aumentar a base de leitores de forma constante”, avalia o diretor da Editora Unesp.

Editoras

Reconhecida no mercado de livros do país, a Editora 34 é um dos exemplos de editora com larga trajetória, entre as 160 que participam da feira. Na feira, a editora oferece 250 títulos com 50% de desconto, dos mais variados gêneros: ficção, poesia, filosofia, ciências sociais, economia, história e outras áreas publicadas em 30 anos de vida.

Segundo informação da assessoria de imprensa da editora, a expectativa pela participação na feira é sempre grande. “Pessoas nos escrevem perguntando se estaremos na Feira do Livro da Unesp, perguntam se teremos um determinado título – dos mais recentes aos mais específicos -, preparam as suas listas de desejo o ano todo. Além dos nossos livros mais técnicos, também há muita demanda pelos mais recentes e as nossas traduções dos clássicos da literatura estrangeira, especialmente a russa”, informa.

Do outro lado do espectro das editoras em exposição na feira, há a segmentada Ediotora Malê, com foco na literatura afrobrasileira e que há dois anos participa do evento. Nesta edição, expõe para o público 57 títulos do catálogo.

“Acho super importante participarmos das feiras universitárias que acontecem em São Paulo e outros estados porque nossa literatura não chega tão fortemente às livrarias e esses espaços são qualificados para a gente atingir leitores qualificados e com isso nossos títulos passam a ser conhecidos por um perfil leitor que busca leituras que estão além dos espaços comerciais”, sintetiza Francisco Jorge, sócio e editor da Malê.

Serviço

6ª Feira do Livro da Unesp

Data: de 3 a 7 de abril

Horário:- das 9h às 21h (domingo até 18h)

Local: Presencial – Campus da Unesp em São Paulo, localizado à Rua Dr. Bento Teobaldo Ferraz, 271, ao lado da Estação Palmeiras–Barra Funda do Metrô (saída à esquerda, ao passar pelas catracas).

Entrada franca.

Mostra no CCBB-Rio exibe 24 filmes do ator norte-americano Al Pacino

Começa nesta quarta-feira (3), no Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro (CCBB-RJ), a mostra inédita Pacino, que leva ao público 24 filmes mais marcantes da carreira do ator Al Pacino, que completará 84 anos no próximo dia 25.

Os ingressos para as sessões regulares no cinema do CCBB-RJ custam R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia entrada) e podem ser adquiridos a partir das 9h do dia da sessão, na bilheteria física ou pela internet. A mostra ficará em cartaz até 6 de maio, e a programação pode ser conferida aqui.

Além dos filmes, haverá um debate no dia 11 de abril (às 18h) com o curador da mostra Paulo Santos Lima, com a atriz Karine Teles e com o professor e diretor de cinema Pedro Henrique Ferreira.

Al Pacino interpreta Sonny Wortzik em Um dia de cão, de 1975 – Divulgação CCBB-RJ

No dia seguinte (12), terá início um curso de três aulas que se estenderá até o domingo (14), das 12h às 14h, com Paulo Santos Lima. O curso abordará a história da atuação no cinema e, em especial, o método moderno de atuação nos Estados Unidos, onde se formou Al Pacino. As inscrições para o curso devem ser feitas pelo e-mail cursopacinorj@fumacafilmes.com.br.

A mostra terá também uma sessão com recursos de acessibilidade (legendagem descritiva, audiodescrição e LIBRAS) do filme Um Dia de Cão (1975), de Sidney Lumet, no dia 19 de abril, às 15h30. O debate, o curso e a sessão inclusiva são gratuitos.

Continuidade

Falando à Agência Brasil, o curador Paulo Santos Lima explicou que, de certo modo, a mostra Pacino é uma continuação da mostra De Niro, realizada em 2019. “Daí, como se fosse uma continuação, a ideia de trazer Al Pacino que assim também é uma forma de voltar aos filmes, à história do cinema e, também, a essa referência enorme que é o Al Pacino”.

Serão exibidos filmes protagonizados pelo ator entre 1971 e 2019. “pegando um arco longo que também dá para a gente ver as mudanças que Al Pacino, ao longo da carreira dele, foi tendo, como atuação”.

Pacino interpreta Frank Serpico, no filme Serpico (1973) – Divulgação CCBB-RJ

Segundo Santos Lima, a trilogia O Poderoso Chefão, que está na mostra, foi responsável por inserir o ator em um certo imaginário coletivo. “Em qualquer lugar do mundo, alguém olha a imagem de Michael Corleone e remete a Al Pacino ou Al Pacino a Michael Corleone e ao Poderoso Chefão. Em Scarface isso também é bem marcante”, destacou o curador.

Paulo Santos Lima também destacou o período que considera ser o mais rico de Pacino, os anos da década de 1970, com Um Dia de Cão e Serpico, por exemplo, e 1990, com Perfume de Mulher, que deu a Pacino seu único Oscar.

O filme Advogado do Diabo também compõe a mostra Al Pacino – Divulgação CCBB-RJ

O curador observou que enquanto Robert de Niro se caracteriza por transformações extremas do corpo, Al Pacino é marcado pelo semblante, gestual e por uma atuação que mescla contenção e explosão.

Na avaliação de Santos Lima, a característica mais marcante de Al Pacino é no seu modo de atuar, influenciado pelo método do Actors Studio, como quase todos os de sua geração, a chamada Nova Hollywood, que tem um registro mais realista na atuação.

“Acho que Al Pacino é o grande ator a trazer no corpo, na expressão, uma certa condição de mundo. Ele, às vezes, parece extremamente abatido. Tem vários papéis dramáticos e, quando é comédia, é mais leve. Está ali Al Pacino sempre com uma respiração, uma lida com o estado das coisas. Isso é muito marcante no olhar e no trabalho dele, no geral”.

Homenagem

Essa é a maior mostra já realizada em homenagem a Al Pacino, com obras que vão desde o início de sua carreira no cinema, como Os Viciados (1971), seu primeiro trabalho como protagonista, passando pela trilogia de O Poderoso Chefão (1972, 1974, 1990), até filmes mais recentes como Era uma Vez em… Hollywood (2019).

Al Pacino é Don Corleone na trilogia Poderoso Chefão – Divulgação CCBB-RJ

O estilo de Al Pacino apresenta modulações desde o início da sua carreira, indo do naturalismo do cinema mais realista dos anos 1970 – em filmes como Serpico (1973), pelo qual ganhou seu primeiro prêmio Globo de Ouro e indicação ao Oscar de Melhor Ator, e Um Dia de Cão (1975), ambos de Sidney Lumet –; a algo mais expressivo nos anos 1980, como Scarface, de Brian De Palma, e, a partir dos anos 1990, a marca Al Pacino, que ia de uma atuação quase exagerada em Perfume de Mulher (1992), de Martin Brest, premiado com o Oscar e o Globo de Ouro de Melhor Ator, e Advogado do Diabo (1997), de Taylor Hackford, à precisão de obras-primas como O Pagamento Final (1993), de Brian De Palma, e Fogo contra Fogo (1995), de Michael Mann.

A mostra Al Pacino tem patrocínio do Banco do Brasil, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Do Rio de Janeiro, ela seguirá para o CCBB Brasília, de 2 de julho a 4 de agosto e, simultaneamente, no CCBB São Paulo, de 6 de julho a 18 de agosto.

Libertadores 2024: Fluminense estreia diante do Allianza Lima

Atual campeão da Libertadores, o Fluminense inicia a caminha para buscar o bicampeonato da competição continental diante do Allianza Lima (Peru), a partir das 21h30 (horário de Brasília) desta quarta-feira (3) no estádio Alejandro Villanueva, em Lima. A Rádio Nacional transmite o confronto ao vivo.

O Campeão da América está em Lima novamente! Pra começar muito bem a @LibertadoresBR de novo! 🇭🇺🇭🇺🇭🇺 pic.twitter.com/8IXh4WvPFG

— Fluminense F.C. (@FluminenseFC) April 2, 2024

Cabeça de chave do Grupo A do torneio, a equipe das Laranjeiras estreia fora de casa. Para esta partida o técnico Fernando Diniz tem vários problemas, pois não poderá contar com os suspensos John Kennedy (atacante) e Diogo Barbosa (lateral) e os lesionados Paulo Henrique Ganso (meio-campista), Germán Cano (atacante), Manoel (zagueiro), Marlon (zagueiro), Keno (atacante) e Gabriel Pires (meio-campista).

Apesar dos desfalques, o lateral Samuel Xavier, em entrevista coletiva, expressou confiança em uma boa atuação na estreia da Libertadores: “É ruim perder atletas por lesão, mas isso faz parte do futebol. Acreditamos muito em nosso elenco”.

Com tantos desfalques, o técnico Fernando Diniz terá que adotar uma formação alternativa, na qual há a possibilidade de abrir mão da presença de um centroavante de ofício: Fábio; Samuel Xavier, Felipe Melo, Thiago Santos e Marcelo; André, Martinelli e Renato Augusto; Jhon Arias, Douglas Costa e Lelê (Marquinhos).

😍 A mais desejada!

🏆 CONMEBOL #Libertadores

⭐️ #GloriaEterna pic.twitter.com/OvBXP5V14s

— CONMEBOL Libertadores (@LibertadoresBR) March 19, 2024

O Fluminense terá como adversário o atual 6º colocado do Campeonato Abertura do Campeonato Colombiano, que chega motivado após vitória de 3 a 0 sobre o Club Deportivo los Chankas na última quinta-feira (28).

Transmissão da Rádio Nacional

A Rádio Nacional transmite Allianza Lima e Fluminense com a narração de André Luiz Mendes, comentários de Waldir Luiz, reportagem de Rodrigo Ricardo e plantão de Bruno Mendes. Você acompanha o Show de Bola Nacional aqui:

Baixada Santista: após 56 mortes, governo de SP encerra Operação Verão

O governo do estado de São Paulo decidiu encerrar a Operação Verão realizada pelas polícias militar e civil nas cidades da Baixada Santista desde dezembro de 2023. A ação deixou 56 civis mortos, em supostos confrontos com os agentes de segurança. Dois policiais também foram mortos por criminosos.

Ouvidor da Polícia do estado de São Paulo, Cláudio Aparecido da Silva avalia de forma negativa a operação e destaca o número elevado de pessoas mortas pelos agentes de segurança.

“O balanço que a ouvidoria faz da Operação Verão é um balanço bastante negativo, dada a quantidade de pessoas impactadas pela operação de forma negativa. Os números oficiais dão conta de 56 mortes”, conclui da Silva

“Nessas mortes a gente tem pessoas deficientes, pessoas que faziam uso de muleta, pessoas cegas, uma mãe de família com seis filhos. A gente não acredita na segurança pública que mata, e não acredita na segurança pública que encarcera em massa. A gente acredita na segurança pública que inibe a ação do oportunista que vai atuar em conflito com a lei”, ressaltou.

Segundo o ouvidor, o modelo de segurança pública adotado pelo estado paulista tem resultado em mais pessoas mortas, incluindo policiais. “Esse modelo de morte, esse modelo de bandido bom é bandido morto, ele não serve nem para a sociedade nem para a polícia. Morrem mais policiais e morrem mais pessoas da sociedade civil e isso a gente tem que combater”.

Balanço

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, a operação prendeu 1.025 infratores. Foram recolhidas 2,6 toneladas de drogas e 119 armas de fogo ilegais. A pasta anunciou que haverá ampliação de efetivo de 341 policiais militares que passarão a atuar de maneira permanente nas cidades da região.

O governo do estado ressaltou ainda que houve redução de roubos em 25,8% em Santos, São Vicente e Guarujá no primeiro bimestre do ano, quando comparado ao ano anterior, e destacou que, na Baixada Santista, fevereiro de 2024 foi o mês com a menor taxa de roubos da série histórica, iniciada em 2001. 

“A operação cumpriu os seus objetivos, seja capturar alvos identificados por um trabalho de inteligência conjunto entre as polícias como reduzir os índices criminais na Baixada Santista. Agora, com a ampliação do efetivo, podemos dar continuidade a esse combate, que será constante”, ressaltou o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite.

Homicídios

No entanto, dados da SSP mostram que os homicídios dolosos aumentaram na região de Santos em meses em que a operação estava ativa: em dezembro de 2023, janeiro de 2024 e fevereiro de 2024 ocorreram 40 homicídios dolosos, dois a mais do que nos mesmos meses dos anos anteriores (dezembro de 2022, janeiro de 2023 e fevereiro de 2023). 

O número de pessoas mortas por policiais militares em serviço na Baixada Santista também subiu: aumentou mais de 400% nos dois primeiros meses deste ano. Em janeiro e fevereiro os policiais militares mataram 57 pessoas, segundo dados divulgados pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) – levantamento que inclui dados totais, além da Operação Verão. No primeiro bimestre de 2023, foram registradas dez mortes por policiais em serviço na região.

Confronto

Segundo a gerente de projetos do Instituto Sou da Paz, Natália Pollachi, a polícia de São Paulo tem dado prioridade a operações de confronto e retrocedido nas políticas de controle da letalidade da corporação, como a instalação de câmeras nas fardas e a criação de comissões de análise dos casos que resultam em morte.

“Esse aumento da letalidade foi de mais de 400% na Baixada Santista, mas a gente vê um efeito contágio em todo o estado. E isso é extremamente preocupante. Porque fala de uma escolha da Secretaria de Segurança do Estado de São Paulo de retroceder em políticas que estavam mostrando muito bons resultados na redução da letalidade policial”, destacou.

No início de março, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, disse que não se preocupa com denúncias de abusos na condução da Operação Verão, deflagrada pela Polícia Militar na Baixada Santista. “Sinceramente, nós temos muita tranquilidade com o que está sendo feito. E aí o pessoal pode ir na ONU [Organização das Nações Unidas], pode ir na Liga da Justiça, no raio que o parta, que eu não tô nem aí”, disse a jornalistas, durante evento na capital para celebrar o Dia Internacional da Mulher.

*Colaboraram Maura Martins e Guilherme Jeronymo, da TV Brasil. 

Lula defende indústria naval brasileira em evento em Niterói

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a retomada dos investimentos na indústria naval brasileira como forma de alavancar o setor e gerar empregos e tecnologia no país. A declaração foi dada nesta terça-feira (2) durante o anúncio do início das obras de dragagem do Canal de São Lourenço, em Niterói (RJ). Segundo o governo, o desassoreamento de trecho da Baía de Guanabara, entre a Ilha da Conceição e a Ponte Rio-Niterói, vai aumentar de 7 para 11 metros a profundidade (calado) do local, permitindo o aumento da função operacional dos estaleiros, o estímulo a novas construções de embarcações e a movimentação do setor de reparos e manutenção. A previsão é que sejam gerados cerca de 20 mil empregos diretos e indiretos.  

“Quero que vocês tenham certeza que a gente vai recuperar a indústria naval brasileira, porque não é possível um país do tamanho do Brasil, [onde] 90% de todo o comércio é feito através do mar, não tem sentido a gente ter déficit comercial na balança, por conta de que nossos produtos são exportados e comprados em navio de bandeira estrangeira. É verdade que pode ser mais barato alguns centavos, pode ser mais barato alguns dólares, mas o fato da a gente alugar um navio lá fora, a gente não vai gerar emprego aqui, a gente não vai criar pequenas e médias indústrias, a gente não vai ter componentes nacionais. Significa que a gente vai trazer um produto mais barato, mas o povo vai estar desempregado e não vai poder comprar o produto que vai vir pra cá. Por isso, é necessário gerar emprego, porque a renda gera consumo e o consumo gera desenvolvimento”, disse Lula.

O presidente lembrou que, durante os dois primeiros mandatos, entre 2003 e 2010, o setor saltou de 3 mil empregos para 86 mil , com a reabertura de estaleiros nos estados do Rio de Janeiro, do Espírito Santo, na Bahia e em Pernambuco.

Ao todo, a obra do Canal de São Lourenço soma R$ 157 milhões em investimentos, sendo R$ 137 milhões provenientes da Prefeitura de Niterói e R$ 20 milhões da Companhia Docas do Rio de Janeiro, empresa pública ligada ao Governo Federal. O Porto de Niterói prevê mais de 30% de aumento nas atracações e nos serviços portuários após a dragagem do Canal de São Lourenço. Seus terminais oferecem suporte completo para módulos de plataformas e equipamentos de produção de petróleo e gás.

Outro projeto anunciado pelo governo federal é a revitalização do Terminal Pesqueiro de Niterói, por meio de acordo para a municipalização do espaço. Após a conclusão da dragagem do Canal de São Lourenço, a intenção é que o terminal se torne um entreposto de pesca, também beneficiando o setor marítimo. Para viabilizar a medida, o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, o presidente da PortosRio, Francisco Martins e o prefeito do Niterói, Axel Grael, assinaram o contrato de compra e venda de imóvel do antigo Terminal Pesqueiro.

Mais cedo, na capital fluminense, Lula participou da inauguração do Impa Tech, com o primeiro curso de graduação do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), no Rio de Janeiro. O ato marcou o início das aulas da primeira turma de Matemática da Tecnologia e Inovação, com quatro anos de duração.

World Central Kitchen afirma que ataque aéreo israelense matou 7 de seus funcionários em Gaza

2 de abril de 2024

 

O grupo de ajuda World Central Kitchen (WCK) disse na terça-feira que um ataque aéreo israelense matou sete de seus funcionários em Gaza e que o grupo está interrompendo imediatamente seu trabalho na região.

A WCK disse num comunicado que concluiu a entrega de 100 toneladas de ajuda alimentar a um armazém em Deir al-Balah e que um comboio de dois carros blindados com o logotipo do grupo estava a deixar o local quando foi atingido.

WCK disse que o ataque aéreo aconteceu apesar da coordenação de seus movimentos com os militares israelenses.

Os mortos incluem um palestino, cidadãos da Austrália, Polônia, Grã-Bretanha e um cidadão com dupla nacionalidade norte-americana e canadense, disse o grupo.

A Sociedade do Crescente Vermelho Palestino disse que recuperou os sete corpos na terça-feira em uma “operação desafiadora que durou várias horas”, e que eles foram levados a hospitais em preparação para serem evacuados através da passagem de Rafah, no sul de Gaza.

A CEO da World Central Kitchen, Erin Gore, chamou o ataque de “imperdoável”.

“Este não é apenas um ataque contra a WCK, é um ataque a organizações humanitárias que aparecem nas situações mais terríveis em que os alimentos são usados ​​como arma de guerra”, disse Gore.

O fundador da WCK, José Andrés, disse nas redes sociais que estava “de coração partido e de luto” depois de perder “vários de nossos irmãos e irmãs em um ataque das FDI em Gaza”.

“O governo israelense precisa acabar com esta matança indiscriminada”, disse Andrés. “É preciso parar de restringir a ajuda humanitária, parar de matar civis e trabalhadores humanitários e parar de usar os alimentos como arma. Não há mais vidas inocentes perdidas. A paz começa com a nossa humanidade partilhada. Precisa começar agora.”

O grupo começou a utilizar uma rota marítima para trazer alimentos extremamente necessários para Gaza, onde grupos humanitários se queixaram de carregamentos em camiões retidos pelos militares israelitas e da falta de acesso seguro a áreas onde as pessoas necessitam de ajuda.

O porta-voz principal das Forças de Defesa de Israel (IDF), contra-almirante Daniel Hagari, disse na terça-feira que conversou com Andrés e expressou as “mais profundas condolências” dos militares.

Hagari disse que Israel está examinando o que aconteceu e como aconteceu nos “níveis mais altos”.

“Nos últimos meses, as FDI têm trabalhado em estreita colaboração com a Cozinha Central Mundial para ajudá-los a cumprir a sua nobre missão de ajudar a levar alimentos e ajuda humanitária ao povo de Gaza”, disse Hagari. “A WCK também veio ajudar os israelenses após o massacre de 7 de outubro. Eles foram uma das primeiras ONGs aqui. O trabalho da WCK é fundamental. Eles são a linha de frente da humanidade.”

O chefe humanitário da ONU, Martin Griffiths, disse na terça-feira que está “indignado” com o ataque e classificou as ações dos responsáveis ​​como “indefensáveis”.

“Toda esta conversa sobre cessar-fogo e ainda assim esta guerra rouba o melhor de nós”, disse Griffiths num comunicado.
Open in Google Translate

O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, confirmou na terça-feira a morte de um trabalhador humanitário australiano, Lalzawmi “Zomi” Frankcom, dizendo que seu governo espera “responsabilidade total”.

“Esta é uma tragédia humana que nunca deveria ter ocorrido e é completamente inaceitável”, disse Albanese aos repórteres.

Albanese disse que os trabalhadores humanitários e todos os civis inocentes “precisam de proteção”.

O ministro das Relações Exteriores da Polônia, Radoslaw Sikorski, disse nas redes sociais que pediu uma explicação urgente ao embaixador de Israel na Polônia. Sikorski também expressou condolências à família do trabalhador polaco morto e a todas as vítimas civis na Faixa de Gaza.

A porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, Adrienne Watson, disse que os Estados Unidos estão “de coração partido e profundamente perturbados” pelo ataque mortal.

“Os trabalhadores humanitários devem ser protegidos enquanto entregam a ajuda que é desesperadamente necessária, e instamos Israel a investigar rapidamente o que aconteceu”, disse Watson no X.

O secretário de Relações Exteriores britânico, David Cameron, disse na terça-feira que o governo de seu país estava trabalhando para verificar as mortes relatadas de cidadãos britânicos no ataque.

“Eram pessoas que trabalhavam para entregar ajuda vital àqueles que dela precisavam desesperadamente”, disse Cameron em comunicado. “É essencial que os trabalhadores humanitários estejam protegidos e sejam capazes de realizar o seu trabalho.”

O chefe de política externa da União Europeia, Josep Borrell, condenou o ataque e pediu uma investigação.

“Apesar de todas as exigências para proteger os civis e os trabalhadores humanitários, vemos novas vítimas inocentes”, disse Borrell.

Israel lançou a sua campanha para eliminar o Hamas após o ataque do Hamas a Israel, em 7 de Outubro, que matou 1.200 pessoas, de acordo com os registos israelitas, e levou à captura de cerca de 250 reféns.

A contra-ofensiva de Israel em Gaza matou mais de 32.900 pessoas, dois terços das quais mulheres e crianças, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo Hamas. Os militares israelenses dizem que um terço dos mortos eram militantes.

 

As Américas relatam o triplo do número de casos de dengue do que em 2023

Mosquito Aedes aegypti, um dos vetores da dengue

1 de abril de 2024

 

A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) emitiu um alerta devido ao notável aumento de casos de dengue nas Américas. Com mais de 3,5 milhões de casos e mais de 1.000 mortes registadas até 26 de março de 2024, a situação atual representa um desafio sem precedentes para a região.

“Isso é motivo de preocupação, pois representa três vezes mais casos do que os notificados nesta mesma data em 2023, um ano recorde com mais de 4,5 milhões de casos notificados na região”, disse o diretor da OPAS, Dr. aparência publica.

Embora a dengue esteja aumentando em toda a região, Brasil (83%), Paraguai (5,3%) e Argentina (3,7%) são os países mais afetados, concentrando 92% dos casos e 87% das mortes.

“Vemos também um aumento em países como Barbados, Costa Rica, Guadalupe, Guatemala, Martinica e México, onde a transmissão costuma ser maior no segundo semestre do ano”, alertou o responsável do órgão encarregado de garantir as políticas públicas em questões de saúde no continente americano.

Esse aumento está associado principalmente à época de maior transmissão no hemisfério sul, facilitada pelas condições climáticas que favorecem a disseminação do mosquito Aedes aegypti, vetor da dengue.

Este padrão sugere uma expansão geográfica do vector e dos casos para novas áreas, desafiando potencialmente a capacidade de resposta de alguns países.

A OPAS identificou vários fatores que contribuem para a propagação da dengue, incluindo as mudanças climáticas que estão causando o aumento das temperaturas e a ocorrência de eventos climáticos cada vez mais intensos, como o mais recente fenômeno El Niño.

A isto acresce o rápido crescimento populacional e a urbanização não planeada, que resultam em condições de habitação precárias e serviços de água e saneamento insuficientes, criando ambientes propícios à proliferação de mosquitos.

Em resposta a esta ameaça crescente, a OPAS emitiu nove alertas epidemiológicos nos últimos 12 meses, oferecendo orientações aos seus Estados membros para reforçarem a prevenção e o controlo da dengue.

Um aspecto particularmente alarmante é a presença dos quatro sorotipos do vírus nos 21 países das Américas, o que aumenta o risco de epidemias e formas graves da doença.

Apesar do aumento recorde de casos, para o Dr. Barbosa “é encorajador que a taxa de mortalidade por dengue na região tenha permanecido abaixo de 0,05%”, uma conquista atribuída ao apoio contínuo da OPAS aos países desde 2010. Através de uma estratégia abrangente, que inclui o reforço da vigilância, o diagnóstico precoce e o tratamento oportuno, milhares de vidas foram salvas, indicou.

A OPAS mantém seu apelo à ação, instando a esforços intensificados para eliminar os criadouros de mosquitos e proteger contra picadas, disse ele. Nessa linha, destacou também a importância de preparar os serviços de saúde para o diagnóstico precoce e o manejo clínico oportuno, bem como educar a população sobre os sintomas da dengue para que procure atendimento médico imediatamente.

Nas palavras do Dr. Barbosa, o enfrentamento da dengue requer a colaboração de todos os setores da sociedade, incluindo a participação ativa das comunidades. “Só através de um esforço conjunto é que este desafio pode ser ultrapassado e evitadas novas perdas humanas”, admitiu.

Fonte
 

Dupla brasileira de bocha carimba vaga na Paralimpíada de Paris 2024

O Brasil carimbou nesta terça-feira (26) a sexta vaga na bocha nos Jogos Paralímpicos de Paris, no torneio qualificatório de pares BC4, em Coimbra (Portugal). Invictos na competição, a paraibana Laissa Vasconcelos, conhecida como Laissa Guerreira, e o maranhense André Martins asseguraram a vaga ao avançarem à final, após vitória de virada sobre a Espanha.

André e Laissa saíram atrás no placar na semifinal esta tarde. Começaram perdendo por 4 a 1, mas retomaram o controle do jogo e, no final, selaram a vitória por 5 a 4. A final será às 11h10 desta quarta (27) contra a Malásia, equipe já batida pela dupla brasileira na primeira fase (grupos).

A classe BC4 é destinada a atletas com quadros severos de origem não cerebral, como lesionados medulares. Os competidores não recebem auxílio durante as disputas.

A campanha brasileira em Coimbra tem 100% de aproveitamento. Andre e Larissa fecharam a primeira fase na liderança da chave, ao somarem quatro vitórias: estrearam com triunfo de 5 a 0 sobre a Malásia; bateram a Hungria por 8 a 2; superaram o Japão por  5 a 4; e ganharam de Portugal por 4 a 2.  

O país já garantira outras cinco vagas na bocha – os atletas se classificaram no Parapan de Santiago – e, no geral, já tem 118 atletas confirmados na Paralimpíada de Paris.  Além da bocha, haverá representantes brasileiros nas seguintes competições: atletismo, natação, vôlei sentado (masculino e feminino), goalball (masculino), futebol de cegos, ciclismo, hipismo, canoagem, remo, taekwondo, tiro esportivo, tiro com arco e tênis de mesa.

No Parapan de Santiago, no ano passado, o país assegurou outras cinco vagas, com medalhistas de ouro na competição. Os brasileiros disputarão a classe BC1 feminino (com Andreza Oliveira), BC2 masculino (com Maciel Santos), BC3 masculino e feminino (Mateus Carvalho e Evelyn de Oliveira), além da equipe BC1/BC2 (com Andreza Oliveira, Iuri Tauan e Maciel Santos). 

País inicia estratégia para ampliar oferta de terapias gênicas no SUS

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) assinou, nesta terça-feira (26), acordos para iniciar sua Estratégia para Terapias Avançadas, que visa baratear e, assim, ampliar a oferta de terapias gênicas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O projeto é financiado pelo Ministério da Saúde, por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

As terapias gênicas envolvem a manipulação de genes para combater doenças como câncer, doenças autoimunes, aids e síndromes genéticas. Há vários tratamentos atualmente em uso, das quais 15 têm autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para utilização no Brasil. Há outras centenas sendo estudadas em todo o mundo.

O grande problema dessas terapias é o custo. Uma terapia para a distrofia muscular de Duchenne, por exemplo, um distúrbio progressivo e irreversível dos músculos, pode chegar a custar R$ 15 milhões, valor semelhante ao da terapia contra a hemofilia A.

De acordo com a Fiocruz, estima-se que, nos próximos cinco anos serão gastos entre R$ 4 bilhões e R$ 14,5 bilhões por ano nesses tratamentos, caso seja pago o valor cobrado pelas farmacêuticas.

A oferta desses tratamentos em unidades privadas de saúde está fora do alcance para pessoas que não têm esse dinheiro. Já a oferta gratuita pelo SUS é muito cara para os cofres públicos.

A ideia é que a Fiocruz, por meio de seu Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-manguinhos), seja capaz de desenvolver e oferecer terapias gênicas a um custo de cerca de 10% do que é gasto hoje com o mesmo tratamento.

O desenvolvimento inicial desses tratamentos contará com o apoio da organização sem fins lucrativos norte-americana Caring Cross, que fará transferência de tecnologia ao instituto brasileiro.

Ministra Nísia Trindade destaca importância e inovação das terapias gênicas  – Tomaz Silva/Agência Brasil

“A orientação é que [essas terapias desenvolvidas pela estratégia da Fiocruz] sejam incorporadas ao SUS”, afirmou a ministra da Saúde, Nísia Trindade. “Essa não é apenas uma terapia importantíssima e inovadora. Há uma redução, em dez vezes, do custo dos tratamentos hoje disponíveis. O que significa multiplicar por dez o acesso a essa terapia.”

Câncer

O primeiro projeto a ser desenvolvido pela Estratégia para Terapias Avançadas envolve a reprogramação de células de defesa do organismo para combater alguns cânceres hematológicos, como linfomas e leucemias agudas. Será uma parceria da Fiocruz com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), que já desenvolve pesquisas nessa área.

“É um processo de reeducação da célula. A gente coleta as células do paciente e, em laboratório, a gente vai fazer uma modificação genética nelas, colocando um gene que leva à expressão de uma proteína que vai fazer essa célula passar a reconhecer essas células tumorais”, explicou o pesquisador do Inca Martin Bonamino. “E, depois de todo o controle de qualidade, essa célula é devolvida, como se fosse uma transfusão, para o paciente.”

A terapia chamada de CAR-T consiste em inserir, em linfócitos T (células de defesa) dos pacientes, lentivírus que carregam um gene específico para combater o tumor. Com o novo gene, o linfócito torna-se mais eficaz em encontrar o câncer no corpo e reconhecê-lo como algo a ser eliminado, enviando substâncias que vão causar a morte da célula cancerosa.

Para esse tratamento específico, cujo custo está em torno de R$ 2 milhões, existe a possibilidade de que o valor caia para R$ 200 mil. Além do desenvolvimento da terapia CAR-T, propriamente dita, haverá a produção dos lentivírus.

Os testes clínicos para validação da terapia da Fiocruz e do Inca deverão ser realizados a partir do fim deste ano, nos Estados Unidos e no Brasil.

Com a terapia validada, a ideia é que sejam instalados laboratórios em módulos de contêineres, que poderão ser instalados em hospitais de vários lugares do Brasil, possibilitando a descentralização da realização desses tratamentos.

“Nós aqui em Bio-Manguinhos, vamos aproveitar o conhecimento que a gente adquiriu durante a pandemia [de covid-19] para fazer a produção do lentivírus, que é o vetor viral. E também haverá módulos onde será realizado o processo de CAR-T. E esses módulos serão certificados pela Anvisa e por Bio-Manguinhos”, explicou o diretor de Bio-Manguinhos, Mauricio Zuma.

Segundo a ministra Nísia Trindade, o barateamento das terapias gênicas beneficiará não apenas o Brasil, mas também poderá ajudar outros países da América Latina e da África.

Hoje é dia: Marinheiros se revoltaram às vésperas do Golpe de 1964

A semana de 24 a 30 de março começa com um show de ilusionismo de Houdini, que completaria 150 anos em 2024, e termina em meio ao Sábado de Aleluia, 30 de março, em alusão ao auto de morte e ressurreição de Cristo. Na metade da semana para o final, é hora de reviver as apresentações circenses e teatrais com o Dia Nacional do Circo e o Dia Mundial do Teatro, ambos em 27 de março. 

O destaque da semana remete ao Golpe Militar, com os 60 anos da Revolta dos Marinheiros do Rio de Janeiro, ocorrida entre 25 e 27 de março. A exemplo da Revolta da Chibata, de 1910, um grupo de marinheiros lutou por condições dignas para as categorias mais pobres dessa força militar. 

O mais famoso escapatologista

Houdini nasceu em 24 de março de 1874 na Hungria, fez suas primeiras aparições em Vaudeville nos Estados Unidos e desafiou policiais por toda Europa a mantê-lo preso. Mas não era criminoso e sim escapatologista, nome para quem tem a prática de escapar de amarras ou armadilhas.

Considerado um dos mais famosos ilusionistas da história, 150 anos depois de seu nascimento, Houdini continua imortalizado no mundo do entretenimento, principalmente em obras cinematográficas. Houdini virou até animação infantil no filme francês “Houdini, o pequeno mágico”, já exibido na grade de programação da TV Brasil.

Revolta dos marinheiros desarmados

Há 60 anos, às vésperas do Golpe Militar, ocorreu a Revolta dos Marinheiros, um conflito entre autoridades da Marinha do Brasil e a Associação de Marinheiros e Fuzileiros Navais do Brasil (AMFNB) entre os dias 25 e 27 de março de 1964, no Rio de Janeiro. Sem armas, os integrantes da AMFNB se rebelaram para solicitar mudanças na corporação militar, principalmente na luta por direitos aos marinheiros mais pobres. 

Descrição da foto no site do Arquivo Nacional:
“Gorros dos marujos lançados à calçada, como símbolo da resistência contra a ordem de prisão dos organizadores de reunião comemorativa do segundo aniversário da Associação dos Marinheiros e Fuzileiros Navais, entidade considerada ilegal pela Marinha. Os revoltosos foram posteriormente anistiados pelo presidente João Goulart, o que foi duramente criticado pelo alto oficialato das Forças Armadas. Fonte: Arquivo Nacional, Correio da Manhã, BR RJANRIO PH.0.FOT.5610”

Com a ditadura militar implantada, os marinheiros envolvidos foram expulsos ou licenciados. Um deles, Edgar de Aquino Duarte, tornou-se desaparecido político de acordo com as apurações das comissões estaduais da verdade. Em 2013, a Agência Brasil noticiou oitivas da Justiça sobre o seu sequestro, como ilustra o trecho abaixo da reportagem “Justiça Federal em SP ouvirá testemunhas de acusação durante a ditadura militar”:

“Duarte nasceu em Pernambuco, em 1941, e foi fuzileiro naval. Em 1964, logo após o golpe militar foi expulso das Forças Armadas, acusado de fazer oposição ao regime após participação na revolta dos marinheiros.”

Proposta pelo Ministério Público Federal, a ação penal acusou o coronel reformado do Exército Carlos Alberto Brilhante Ustra e os delegados de polícia Alcides Singillo e Carlos Alberto Augusto pelo sequestro qualificado da vítima. Ustra comandou o Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi) de São Paulo no período de 1970 a 1974.

Do picadeiro aos tablados do mundo

Abelardo Pinto, mais conhecido como o palhaço Piolin, foi o responsável por várias gargalhadas e também pela escolha da data do Dia Nacional do Circo, em referência ao dia do seu nascimento, 27 de março de 1897. A história de Piolin foi recontada em matéria da Agência Brasil em março 2015. Leia trecho da matéria:

Piolin lutou pelas artes circenses e teve o seu trabalho reconhecido. De acordo com a Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, em 1972, em comemoração aos 50 anos da Semana de Arte Moderna, o circo de Piolin foi armado no belvedere do Museu de Arte de São Paulo (Masp) e, neste ano, a data de aniversário do palhaço se transformou no Dia Nacional do Circo.

Em 2023, a Rádio Animada celebrou o Dia do Circo narrando a trajetória de duas companhias circenses. Por isso, prepare a pipoca e ouça novamente no áudio abaixo:

Do picadeiro nacional, vamos para o tablado internacional. Dia 27 de março é o Dia Mundial do Teatro. Em 2023, a experiente repórter da Agência Brasil, Alana Granda, publicou reportagem especial sobre os 100 anos de Bárbara Heliodora, crítica teatral, professora, ensaísta e tradutora. Como Alana escreve no primeiro parágrafo do texto, Bárbara era “reconhecida como uma autoridade na obra de William Shakespeare”.

Shakespeare e Barbara Heliodora juntos são sinônimo de boa leitura! E a sessão não demora mais de seis minutos.

Trecho da matéria Mundo do teatro celebra hoje os 100 anos de Barbara Heliodora:

De modo geral, os artistas tinham medo de Barbara. Kyra afirmou que essa lenda era pura verdade. A tal ponto que alguns autores se juntaram para escrever a peça alternativa Barbara Não lhe Adora. A peça ficou em cartaz em 2015, ano da morte da crítica teatral, e fazia uma brincadeira com ela.

A peça conta a história de um grupo de teatro mambembe que, após receber uma resenha negativa da famosa crítica Barbara Heliodora, resolve sequestrá-la. No cativeiro, o grupo faz uma segunda apresentação para a crítica, mostrando a encenação em detalhes. O preço do resgate é a publicação de uma nova resenha, mas que, desta vez, tem de ser positiva.

Semana Santa

Dia 29 de março cai numa sexta-feira, quando começa a Semana Santa para religiosos cristãos. De acordo com a tradição, é a data em que se recorda a morte de Cristo.

Pelo Brasil, acontecem diferentes encenações teatrais do Auto da Paixão de Cristo. Em 2022, a Lapa, região central do Rio de Janeiro, voltou a receber a clássica apresentação e misturou músicas de cunho religioso e outras conhecidas, como de musicais famosos da Broadway.

Confira mais detalhes sobre essa volta na reportagem do Repórter Brasil:

Confira a lista semanal do Hoje é Dia com datas, fatos históricos e feriados:

24 a 30 de março de 2024

24

Nascimento do compositor fluminense Norival Reis (100 anos)

Nascimento do sacerdote cearense Cícero Romão Batista, o Padre Cícero, Padim Ciço (180 anos)

Nacimento do ilusionista húngaro Harry Houdini (150 anos) – um dos mais famosos escapologistas e ilusionistas da história

Nascimento do poeta, político e compositor pernambucano Olegário Mariano (135 anos)

Nascimento da filósofa, crítica literária e professora paulista Gilda de Melo e Sousa (105 anos)

Dia da União dos Povos Latino-Americanos

Dia Mundial de Combate à Tuberculose

Domigo de Ramos – segundo a tradição cristã, é o início da Semana Santa e celebra a entrada de Jesus em Jerusalém

25

Dia Internacional em Lembrança pelas Vítimas da Escravidão e do Tráfego Transatlântico de Escravos nos Navios Negreiros – comemoração que mereceu uma designação especial da Assembléia Geral da ONU, em 28 de novembro de 2006

Início da revolta dos Marinheiros no Rio de Janeiro (60 anos)

Dom Pedro I outorga a primeira Constituição do Brasil (200 anos)

Dia Nacional da Comunidade Árabe

Ceará é o primeiro estado brasileiro a abolir a escravidão (140 anos) – o presidente da província do Ceará declara a abolição da escravatura em todo o seu território

26

Nascimento do cantor lírico paulista Antonio Lotti (70 anos)

Nascimento da cantora e atriz estadunidense Diana Ross (80 anos)

Equipe internacional, liderada por brasileiros, publica na revista Nature pesquisa apontando a descoberta do primeiro sistema de anéis em um asteroide do Sistema Solar (10 anos)

Aniversário da cidade de Barueri (75 anos)

27

Morte do compositor e maestro amazonense Claudio Santoro (35 anos)

Nascimento da cantora estadunidense Sarah Vaughan (100 anos)

Dia Nacional do Circo

Dia Mundial do Teatro

Dia Nacional da Inclusão Digital – data não oficial

Dia do Grafite – data em homenagem ao pioneiro do grafite no Brasil, Alex Vallauri, morto em 27 de março de 1987

28

Estreia do programa “Puxa o Fole”, na Rádio Nacional AM RJ (14 anos) – dedicado ao forró

Nascimento da maratonista catarinense Márcia Narloch (55 anos)

Dia do Diagramador

Dia do Revisor

29

Morte do compositor francês Maurice-Alexis Jarre (15 anos) – famoso por compor a trilha sonora de grandes sucessos de bilheteria como o filme “Ghost: do outro lado da vida”

Morte do advogado, jornalista e poeta maranhense Teófilo Dias (135 anos) – sobrinho de Gonçalves Dias e patrono na Academia Brasileira de Letras

Fundação da Cidade de Salvador (475 anos)

Sexta-feira Santa ou Sexta-feira da Paixão – segundo a tradição cristão, é a data em que se recorda a morte de Cristo

30

Nascimento do poeta francês Paul Verlaine (180 anos) – expoente do simbolismo

Nascimento da atriz paulista Rosângela Martins Campos, a Rosi Campos (70 anos)

Nascimento da cantora estadunidense de folk, blues, soul e pop rock Tracy Chapman (60 anos) – muldialmente famosa, é vencedora de quatro prêmios Grammy Awards

Nascimento do empresário italiano Rodolfo Crespi (150 anos) – imigrante italiano radicado em São Paulo, onde construiu um dos maiores grupos industriais do Brasil da primeira metade do século XX – o Cotonífero Crespi – e incentivador da criação do time de futebol operário Clube Atlético Juventus e personalidade do bairro da Mooca

Nascimento do ex-governador de São Paulo Luiz Antônio Fleury Filho (75 anos) – deu a ordem para a invasão do presídio do Carandiru em 1992, que resultou na morte de 111 presos, conhecido como Massacre do Carandiru