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Três escolas de Goiás são investigadas por surto de H1N1

Três escolas de Goiás estão sob investigação por um surto de gripe do tipo H1N1 que matou dois estudantes. Duas escolas ficam em Goiânia, e uma em Aparecida de Goiás, próxima à capital.

A Secretaria Estadual de Saúde criou uma sala de situação para acompanhar diariamente os registros da doença. O governo estadual também faz uma campanha para que as escolas informem à secretaria sempre que houver mais de três ocorrências.

As duas mortes registradas são de uma adolescente de 12 anos, em uma escola de Goiânia, no último domingo (13), e de um menino de 5 anos, em um colégio de Aparecida de Goiânia, na última terça-feira (15).

Desde o início do ano, Goiás registrou 6.044 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave, com mais de 500 mortes. Desse total, 241 casos são de H1N1, com alta de 65% em relação aos 145 casos registrados em todo o ano de 2023. O estado registrou 47 mortes por H1N1, contra 29 mortes registradas em todo o ano passado.

A Secretaria Estadual de Saúde alerta para a manutenção da vacinação, principalmente de grupos prioritários: crianças, idosos, gestantes, mulheres que deram à luz nos últimos 45 dias e imunodeprimidos.

O governo estadual notificará a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia para reabrir cerca de 20 salas de vacinação fechadas neste ano por falta de profissionais na capital do estado.

A secretaria também recomenda o afastamento imediato das crianças e dos professores com sintomas gripais, para interromper a transmissão.

O governo estadual atualizará uma nota técnica emitida no primeiro semestre sobre os cuidados necessários.

As principais formas de prevenção à doença, destaca a Secretaria Estadual de Saúde, são a higiene das mãos, o uso de máscara e o isolamento em caso de sintomas.

Em relação às máscaras, o estado recomenda o uso, sem impor a obrigatoriedade, por enquanto.

Colombiano Borré garante vitória de 1 a 0 do Inter sobre Grêmio

O Internacional derrotou o Grêmio por 1 a 0, neste sábado no Estádio Beira-Rio, em Porto Alegre, e entrou de vez na briga por uma vaga no G4 do Campeonato Brasileiro (que garante a classificação direta para a próxima edição da Copa Libertadores da América). O triunfo do Colorado foi garantido graças ao faro de gol do colombiano Borré.

VITÓRIA DO CLUBE DO POVO DO RIO GRANDE DO SUL! 💥💥💥💥💥

COM GOL DE BORRÉ E ESPETÁCULO DOS MAIS DE 48 MIL COLORADOS E COLORADAS QUE LOTARAM O BEIRA-RIO, INTER VENCE O QUARTO GRE-NAL CONSECUTIVO E SOMA MAIS TRÊS NO BRASILEIRÃO. ⚽🇦🇹

TE AMO, MEU INTER! ❤️🤍❤️🤍❤️🤍 pic.twitter.com/tdaWxPYJ8Q

— Sport Club Internacional (@SCInternacional) October 19, 2024

Com este triunfo o Inter chegou aos 49 pontos, na 6ª posição, a apenas dois do Flamengo, 4º colocado e que foi derrotado por 2 a 0 pelo Fluminense nesta rodada. Já o Grêmio permanece com 35 pontos, agora na 12ª colocação.

O único gol da partida saiu aos 21 minutos do segundo tempo, quando o argentino Bernabéi chutou na direção da área e Borré desviou de cabeça para superar o goleiro Marchesín.

Saindo do Z4

Outra equipe a triunfar pelo placar mínimo neste sábado foi o Vitória. Jogando no Barradão, em Salvador, o Rubro-Negro bateu o Bragantino por 1 a 0 graças a um gol do atacante Everaldo.

Com o resultado o Vitória chegou aos 32 pontos, ganhando duas posições na classificação e alcançando a 16ª, fora do Z4 (zona do rebaixamento). Já o Massa Bruta permanece com 34 pontos, na 13ª colocação.

Novo herói da pátria, André Rebouças deixou legado antirracista

Quando se pensa em engenharia, uma obra de qualidade é aquela estruturalmente forte e estável, capaz de resistir aos efeitos do tempo. Esse critério bastaria para qualificar o engenheiro negro André Rebouças (1838-1898) como um dos nomes mais importantes do país.

Busto dos irmãos André e Antônio Rebouças, na Praça José Mariano Filho, na Lagoa, esculpido por Edgar Duvivier. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Mas a obra dele vai além de pontes, docas, estradas de ferro e sistemas hídricos. Ele se destacou como um intelectual crítico, abolicionista, que viajou pelo mundo colhendo experiências em sociedades segregadas e projetou um Brasil onde todos pudessem ser iguais, sem distinções raciais.

O currículo credenciou André Rebouças a ser reconhecido oficialmente nesta semana como um “herói da pátria”, o que lhe garantirá um espaço no livro que reúne as principais personalidades do país.

Historiadores ouvidos pela reportagem da Agência Brasil celebraram a inclusão de Rebouças no documento. Em primeiro lugar, por entenderem que o engenheiro precisa ser mais conhecido no Brasil. Em segundo, por um resgate e revisão de sua memória, alvo de críticas por ter apoiado Dom Pedro II.

“Embora seja um reconhecimento tardio, essa inclusão no livro de heróis vem corrigir a imagem de André Rebouças como um monarquista que desistiu do país e fez um autoexílio, ao sair junto com a família imperial no fim do Segundo Reinado. Ele sai por entender que a República nasce de um movimento revanchista, de uma elite escravocrata, que não aceitou o fim da escravidão sem indenização no Brasil. E a gente teve desdobramentos muito ruins para a projeção dessa figura histórica. Tenho certeza que ajuda, em parte a corrigir isso. Existe ainda todo um trabalho a ser feito de recuperação dessa memória”, avalia Antonio Carlos Higino da Silva, historiador e autor dos livros André Rebouças no Divã de Frantz Fanon.

Fachada do prédio do Armazém Docas Dom Pedro II, obra do engenheiro André Rebouças, na região portuária do Rio. Foto – Tânia Rêgo/Agência Brasil

“A inclusão dele no livro é um fato muito importante, porque durante muito tempo o documento só tinha a presença de heróis brancos e excluía outros grupos sociais, como negros, indígenas e mulheres. E é um passo importante nesse processo de revisão histórica, em que aqueles antes excluídos ou apresentados como passivos ou coadjuvantes da história do Brasil, agora são vistos como protagonistas e agentes históricos potentes de transformação dos 500 anos de história do nosso país”, diz o historiador Jorge Santana, professor do Instituto Federal do Paraná.

Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria

O primeiro passo é entender do que se trata o Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. Ele foi criado em 1992 e reúne personalidades do tidas como “protagonistas da liberdade e da democracia”, por terem dedicado parte da vida ao país. A obra também é conhecida com Livro de Aço, por ser feita com páginas desse material, e fica no Panteão da Pátria, na Praça dos Três Poderes, em Brasília.

A inscrição de um novo personagem depende de lei aprovada no Congresso. Entre os heróis e heroínas brasileiros, estão Tiradentes, Anita Garibaldi, Chico Mendes, Zumbi dos Palmares, Machado de Assis, Santos Dumont, Luís Gama e Joaquim Nabuco.

A Lei nº 15.003 , que oficializa a homenagem a André Rebouças, foi sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e publicada nesta quinta-feira, 17 de outubro, no Diário Oficial da União. As ministras Macaé Evaristo (Direitos Humanos) e Anielle Franco (Igualdade Racial), além do ministro Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública) também assinam a medida.

Biografia de Rebouças

André Pinto Rebouças nasceu no município de Cachoeira, na Bahia, em 3 de janeiro de 1838. Era filho de Antônio Pereira Rebouças e Carolina Pinto Rebouças. O pai, filho de ex-escravizada e de um homem branco, foi um advogado autodidata, deputado pela província da Bahia e conselheiro do imperador Dom Pedro I.

Trecho do Túnel Rebouças, que homenageia os irmãos André e Antônio Rebouças. Foto – Fernando Frazão/Agência Brasil

A família Rebouças veio para o Rio de Janeiro em 1846. André e o irmão Antônio, aos 15 e 16 anos, ingressaram na Escola Militar (precursora da Escola Politécnica) e formaram-se engenheiros militares em 1860. Depois de uma viagem pela Europa, (1861-1862) voltaram ao Brasil em 1863 e ficaram responsáveis por reformas nas fortalezas de Santos até Santa Catarina. Em 1864, André projetou o novo porto do Maranhão.

André participou da Guerra do Paraguai, entre 1865 e 1866, no batalhão dos engenheiros e retornou ao Rio de Janeiro por motivo de saúde. Participou das obras do porto da cidade, foi diretor das obras das novas Docas da Alfândega (na atual praça XV) e responsável pela construção das Docas de Pedro II (ao lado do Cais do Valongo).

“Esse armazém é uma grande fonte de inspiração e deve ser pensado como referência de resistência negra. O projeto é todo pensado pelo André Rebouças, em que ele se esforçou em não ter mão de obra escravizada, em constituir proteção social para os seus trabalhadores. Rebouças foi ao encontro de um projeto moderno, de um porto industrial, trazendo referências de um engajamento político e social importante”, diz o historiador Antonio Carlos Higino.

Rebouças nunca foi escravizado, pertencia a uma classe média negra e era protegido por uma rede de amigos poderosos, como a própria família imperial. Talvez isso explique um pouco o porquê de ter demorado a se colocar publicamente como um homem negro e abolicionista. Isso começou a mudar a partir da década de 1870. As viagens para a Europa e para os Estados Unidos, onde presenciou exemplos mais visíveis de discriminação e apartheid racial, foram fundamentais para impactar os projetos políticos e a subjetividade de Rebouças.

Na década de 1880, passa a atuar ativamente no Brasil em projetos contra a escravidão. Foi um dos criadores da Sociedade Brasileira contra a Escravidão, junto com Joaquim Nabuco e José do Patrocínio, em 1880. E participou da Confederação Abolicionista (1883) e da Sociedade Central de Imigração (1883).

“Os mais sanhudos escravocratas confessam hoje publicamente: — a escravidão é um cancro. Já não há mais quem ouse negar que a escravidão é a gangrena nacional; que é a causa primária de todas as misérias e vergonhas que afligem este império; que é o obstáculo máximo à imigração, ao progresso da agricultora, da indústria e do comércio no Brasil”, escreveu Rebouças no texto de abertura do folheto “Abolição immediata e sem indemnisação”, publicado em 1883.

Monarquista, por considerar que o republicanismo brasileiro era liderado por antigos senhores de escravizados, Rebouças partiu para o exílio em 1889 junto com a família imperial. Depois da morte de Dom Pedro II em 1891, partiu para a África, para trabalhar e ajudar no desenvolvimento do continente. Foi nesse período que Rebouças passou a ver a África como “terra de origem” e a se declarar como homem negro, meio brasileiro e meio africano. Mas decepcionou-se com as dificuldades encontradas, como a pobreza decorrente da exploração de nações europeias. Morreu em Funchal, Portugal, em 9 de maio de 1898, em circunstâncias incertas, tendo sido encontrado no pé de um precipício, aos 60 anos.

Como legado para a realidade social dos negros pelo mundo, deixou textos e análises críticas, focados na construção de um país mais igualitário.

“O André Rebouças apontava como principal preocupação o 14 de Maio, ou seja, o dia seguinte à abolição. O que teria de ser feito, como a distribuição de terras, uma reforma agrária, para que os ex-escravizados pudessem ter um meio de sustento, de sobrevivência, e pudessem ser integrados à vida econômica do país”, diz o historiador Jorge Santana.

“Ao fim movimento abolicionista e a libertação dos escravizados, André Rebouças propôs para o orçamento do ano de 1890 um aporte, parte dos recursos de orçamento, para investimento nas pessoas libertas. Ele pensou o Brasil do futuro, da proteção social, escolarização, estradas, portos, tudo que poderia esse país um lugar moderno e melhor. Ele é uma grande referência para os que querem um Brasil melhor e mais unido”, diz o historiador Antonio Carlos Higino.

Mesmo com chuva fraca, São Paulo registra falta de luz em bairros

“Infelizmente está se tornando cada vez mais real a associação entre intempéries climáticas e a falta de energia elétrica na cidade”, desabafou a cirurgiã-dentista aposentada Angela Guidini, neste sábado (19) pela manhã, após mais uma falta de energia em seu apartamento, no bairro da Saúde, em São Paulo (SP). 

Além da casa de Angela e apesar da chuva fraca, outros 111 mil imóveis ficaram sem energia elétrica, conforme a Enel Distribuição São Paulo. Foram 24 cidades na região da Grande São Paulo atingidas pela falta de eletricidade.

Na capital, além da Saúde, os bairros de Pinheiros, Vila Andrade, Jabaquara e Santo Amaro também ficaram sem luz. “Em uma grande metrópole como essa que é a cidade de São Paulo é inadmissível a falta de atenção e de competência com as quais temos convivido diariamente junto à empresa Enel”, criticou a dentista.

Enel

Conforme a distribuidora de energia, a empresa mantém seu contingente mobilizado e atuante neste sábado (19). São 2.400 profissionais de prontidão. “A chuva, de moderada a fraca, atingiu a área de concessão nesta manhã, principalmente as regiões oeste e sul”, informou a Enel, que não disponibilizou os prazos para o restabelecimento no fornecimento.

No bairro da Saúde a energia tinha voltado por volta das 13h30. Mas, segundo o boletim da empresa, até as 15h, 93.452 clientes de cidades da região metropolitana ainda estavam sem luz.

No fim de semana passado, quando uma tempestade atingiu a cidade, aproximadamente 3,1 milhões de clientes da Enel ficaram sem energia elétrica. Em alguns casos, a ausência no fornecimento demorou cerca de uma semana.

Hospital dos Servidores do Rio deverá se tornar hospital universitário

O Ministério da Saúde deve assinar, nos próximos dias, um acordo de cooperação técnica com a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio) e a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), para que eles assumam a gestão do Hospital Federal dos Servidores do Estado (HFSE). A ideia é que a unidade de saúde se torne uma extensão do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle, vinculado à UniRio e administrado pela Ebserh.

A informação foi divulgada à Agência Brasil neste sábado (19) pelo secretário adjunto de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, Nilton Pereira Junior.

“O Hospital Gaffrée é uma estrutura onde não é possível mais ampliar o número de leitos. A Ebserh tem condições de ampliar o hospital porém não na atual estrutura. E o Hospital dos Servidores também pode ser uma grande oportunidade de ele se tornar um hospital universitário. Hoje ele tem quase 170 leitos inoperantes”, explicou o secretário.

Segundo ele, depois da assinatura do acordo, será feito um diagnóstico da unidade, a fim de que ele possa se transformar em um hospital universitário. O Conselho Universitário da UniRio, no entanto, ainda precisará aprovar a medida.

“A partir daí, a UniRio faz um contrato de gestão com a Ebserh e passa a administrar esse hospital”.

De acordo com Pereira Junior, a ideia é que tanto o Gaffrée e Guinle quanto o Hospital dos Servidores tenham ganhos com a integração das duas unidades: “A ideia é transformá-los em um hospital que é maior do que a soma dos dois juntos hoje. Temos alguns leitos fechados no Gaffrée por questões estruturais de um prédio histórico de mais de 100 anos e temos muitos leitos fechados no Hospital dos Servidores por falta de profissionais e questões estruturais. Teríamos os dois hospitais numa nova modelagem mais eficiente, mais racional com mais leitos do que a soma dos dois atualmente”.

O Hospital dos Servidores será o terceiro dos seis hospitais federais gerais cariocas a sair da administração direta do Ministério da Saúde. O Hospital do Andaraí passará, nos próximos dias, totalmente para a gestão da prefeitura.

O Hospital Federal de Bonsucesso passou, nesta semana, para a gestão da estatal federal Grupo Hospitalar Conceição, vinculada ao ministério.

MPs discutem desafios digitais e mudanças climáticas

O Conselho Nacional de Procuradores-Gerais do Ministério Público dos Estados e da União (CNPG) se reúne, entre os dias 27 e 29 de outubro, no Rio de Janeiro para discutir a atuação do MP diante das transformações globais. Entre os assuntos que serão discutidos estão os desafios da era digital e as mudanças climáticas.

O encontro destaca a prioridade de promover o desenvolvimento de estratégias inovadoras para o Ministério Público, alinhadas a transformações globais e tecnológicas, com o objetivo de garantir a efetividade da Justiça e o benefício à sociedade.

Em relação aos desafios digitais, haverá discussões de temas como instrumentos de investigação, prevenção e repressão de crimes cibernéticos e crime organizado na era digital, inteligência artificial e proteção de dados.

Em relação às mudanças climáticas, os debates deverão girar em torno de questões como litigância climática, prevenção, mitigação, preparação e resposta a desastres, a experiência do Rio Grande do Sul.

Entenda o impasse na gestão do Hospital Federal de Bonsucesso

Diante do quadro de sucateamento ao longo dos anos do Hospital Federal de Bonsucesso (HFB), o Ministério da Saúde escolheu o Grupo Hospitalar Conceição (GHC), empresa estatal pública do Rio Grande do Sul, para fazer a gestão da unidade da zona norte do Rio de Janeiro. 

Além da ampliação do quadro funcional, o complexo do HFB precisa de obras de infraestrutura; retomada do serviço de emergência; reabertura de 210 leitos que estão fechados por falta de equipamentos e pessoal, bem como as UTIs e Centro cirúrgico; e obras nos sistemas elétrico e hidráulico.

A solução destes problemas cabe ao GHC desde a terça-feira (15), quando o Ministério da Saúde iniciou a transferência da gestão. A previsão da pasta e do novo gestor é de completar esse processo de transição em 90 dias, período em que se espera a reabertura do serviço de emergência e a entrega progressiva de leitos comuns e de UTI e a volta do funcionamento do Centro Cirúrgico.

De acordo com o Ministério da Saúde, um dos fatores para a escolha do novo gestor é o fato de o GHC ser “uma empresa pública vinculada ao governo federal, de atuação nacional e que atende integralmente ao Sistema Único de Saúde (SUS)”.

Para a ministra Nísia Trindade, o GHC já mostrou referência no atendimento à população, inclusive quando ajudou o ministério em missões no Haiti, no território Yanomami e no enfrentamento à grave crise climática do Rio Grande do Sul.

“Por ser vinculado ao Ministério da Saúde, o GHC é um ponto central para o nosso trabalho de qualidade. Essa é a razão do GHC: um hospital de excelência e que vai contribuir de forma fundamental no Rio de Janeiro. Estamos trazendo o que temos de melhor na gestão hospitalar do Brasil”, garantiu Nísia em texto divulgado pelo MS.

O diretor-presidente do GHC, Gilberto Barichello, contou que para retomar o atendimento nesses serviços interrompidos, são necessárias medidas emergenciais:

“Nós precisamos substituir todo o cabeamento da subestação de energia elétrica, porque hoje não tem capacidade suficiente para incorporar novas tecnologias ou para reabrir o hospital. A gente já tomou essas medidas e o cabeamento já começou a ser substituído e tem o prazo até 16 de novembro para a empresa entregar toda a substituição do cabeamento da subestação que conduz a energia para os diversos prédios” revelou em entrevista à Agência Brasil.

Outra obra necessária é a troca do telhado de parte do hospital que está avariado e impede o funcionamento, por exemplo, de 24 leitos de curta permanência que estão fechados por causa de goteiras:

“O telhado todo furado, são telhas de cerâmica antigas sustentadas por madeira danificada por cupim. As telhas estão quebradas e o telhado fica furado e os leitos estão interditados. Vamos licitar de forma urgente por dispensa para que a gente troque o telhado e devolve em até 90 dias, também esses leitos de curta permanência. A partir de agora é tudo com o Grupo Conceição”, disse Barichello.

GHC

O grupo é uma organização com mais de 64 anos aplicados em atenção à saúde. É formado por quatro hospitais, um centro de oncologia. Além de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), tem mais 12 postos de saúde do Serviço de Saúde Comunitária, três Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e uma Escola de Formação em Saúde Pública.

Vinculado ao Ministério da Saúde, o GHC é reconhecido como a maior rede pública de hospitais da região Sul, com atendimento 100% SUS. A estrutura inclui 1.391 leitos, com internações de 46,1 mil usuários por ano.

Por ano são realizados cerca de 4 milhões de exames, 1,1 milhão de consultas, 27 mil cirurgias e 6,6 mil partos. Ao todo o quadro de pessoal tem 10.852 profissionais que ingressaram por concurso público.

Processo seletivo

Para a nova gestão, o Grupo Hospitalar Conceição pode contratar 2.252 profissionais de saúde em vagas temporárias de médicos, enfermeiros, técnicos e funcionários administrativos. O processo seletivo vai priorizar profissionais do Rio de Janeiro, com o objetivo de dar capacidade plena ao Hospital Federal de Bonsucesso.

O edital que permitiu a contratação foi publicado nesta sexta-feira (18) no Diário Oficial da União (DOU). O processo seletivo simplificado está incluído nas ações para o fortalecimento da administração definida pelo Ministério da Saúde.

O Ministério da Saúde indicou que nesta transição, os servidores federais poderão optar por continuar trabalhando no hospital ou pedir transferência para outras unidades da rede.

“Os direitos dos servidores, conforme os termos do concurso público ou contrato, serão preservados, não haverá mudança de regime. Os funcionários terão direito de escolha garantido e acertado”, apontou o ministério em texto publicado no seu site.

Segundo o secretário adjunto de Atenção Especializada à Saúde, Nilton Pereira Júnior, os profissionais temporários que já trabalham no HFB poderão participar do processo seletivo e os prazos dos contratos atuais até novembro e dezembro de 2024 serão mantidos.

De acordo com Barichello, a contratação temporária é pelo período de 60 dias, que podem ser prorrogados pelo mesmo período. Durante esse tempo, o GHC vai fazer uma avaliação completa sobre o dimensionamento da unidade hospitalar para saber qual é a real necessidade de vagas que precisam para que o hospital volte ao pleno funcionamento.

Depois da análise que deve estar concluída em 180 dias, será aberto um concurso público para a contratação definitiva de profissionais. “Além de substituir o cabeamento, trocar o telhado, contratação de mais de 2,2 mil profissionais, nós queremos que, em 45 dias, todos já estejam lá trabalhando lá em dezembro”, completou.

O presidente do GHC informou que os atuais trabalhadores do HFB são do regime estatutário e seus direitos conquistados serão garantidos. Já os do GHC também passaram por concurso público mas são do regime CLT e não é possível fazer a transposição de regime. No entanto, os empregados temporários que já trabalham na unidade hospitalar poderão mudar por meio do processo de seleção que foi aberto agora.

Recadastramento

No período de dez dias será feito um recadastramento dos atuais servidores estatutários do HFB. “Nós precisamos conhecer os trabalhadores que estão lá, que turno de trabalho eles têm, que escala, carga horária, qual é o perfil e especialidade, para que a gente reorganize o hospital para reabrir com toda a capacidade instalada”, disse Barichello.

Outra medida necessária é a aquisição de equipamentos. “Para abrir todos os 210 leitos fechados, mais a emergência e salas cirúrgicas, nós precisamos adquirir equipamentos, entre eles, cama, monitores multi paramédicos, carro de anestesia… Enfim, para abrir em 90 dias precisamos concluir a aquisição de equipamentos”, observou. Essa análise deverá ser feita em dois ou três dias.

Críticas

Mesmo anunciada pelo Ministério da Saúde na terça-feira (15), a entrada das equipes do GHC no Hospital de Bonsucesso só ocorreu neste sábado (19) depois da ação de policiais federais e militares autorizados pela justiça.

Nesse período, um grupo de servidores organizados pelo Sindicato dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social no Estado do Rio de Janeiro (Sindsprev-/RJ) fez um bloqueio na porta da unidade e impediu que a nova gestão entrasse no HFB.

Mesmo com multas diárias de R$ 50 mil determinadas pela justiça do Rio junto com a ordem de desbloqueio, os manifestantes permaneceram no local e prometiam ficar lá até a audiência de conciliação marcada para a próxima segunda-feira (21).

A dirigente sindical do Sindsprev-/RJ, Christiane Gerardo, disse que os manifestantes não aceitam negociar com o Ministério da Saúde e nem com o GHC, porque não concordam com a transferência de gestão do Hospital de Bonsucesso.

“A saída é manter a gestão pública ligada diretamente ao Ministério da Saúde com respeito às decisões dos órgãos deliberativos colegiados e eles fazerem concurso público para cargo efetivo. Fora isso, não existe nenhuma possibilidade de negociação com essa gente, porque nós somos água e eles são vinho. Não nos misturamos”, apontou em entrevista à Agência Brasil.

Apesar de não conseguirem entrar no HFB por causa do bloqueio, equipes do GHC/Bonsucesso começaram a preparação para assumir o trabalho na unidade com a realização de oficinas na sede do MS no centro do Rio. A intenção era preparar os primeiros 15 dias no processo de integração entre os trabalhadores do Bonsucesso e do GHC.

Transferências de gestão

Os manifestaram eram contra também ao que chamam de fatiamento dos hospitais federais que funcionam no Rio de Janeiro, após a decisão do Ministério da Saúde de fazer a transição para novas administrações escolhidas pela pasta.

O próximo a ter a transferência de gestão prevista é a do Hospital Federal do Andaraí, na zona norte da capital, que passará a ser gerido pela Prefeitura do Rio. Por causa do período eleitoral o processo não pôde avançar e agora será retomado.

Já o Hospital Federal dos Servidores, na região portuária, terá a gestão da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), vinculada ao MEC. A mudança de gestão do Hospital da Lagoa ainda não tem prazo definido.

De acordo com o Ministério da Saúde, o HFB é um complexo hospitalar com mais de 42.242m² de área construída. A localização na Avenida Brasil, principal via do Estado do Rio de Janeiro, ligando a cidade às outras, principalmente da Baixada Fluminense, permite que a unidade seja uma referência em serviços de média e alta complexidade a toda a população fluminense.

Em 2020, um incêndio atingiu o HFB, e desde lá a precariedade aumentou com o fechamento da emergência, de leitos comuns e de UTI, além do Centro Cirúrgico.

 

“Não dá para viver no Líbano”, diz homem que trouxe família ao Brasil

O libanês Ahmad Nazar tinha 6 anos quando seu pai, Hassan, foi morto em 1986 em um bombardeio israelense na cidade de Arabsalim, na região Sul do Líbano, a menos de 100 quilômetros da capital Beirute.

Hassan estava em um posto de combustível abastecendo seu carro, quando foi atingido por uma bomba. A morte foi instantânea.

Ahmad, que hoje vive no Brasil, reencontrou neste sábado (19), parte da sua família (imagem em destaque) na Base Aérea de Guarulhos, após um voo de mais de 15 horas, saído de Beirute, que trouxe sua esposa Zeinab, e seus três filhos: Lamis, de 12 anos, Sajed, de dez, e Farah, de um ano e meio – a única de suas crianças que nasceu no Líbano, os demais são brasileiros.

Eles vieram no sexto voo da Operação Raízes do Cedro, coordenada pelo governo federal e executada pela Força Aérea Brasileira (FAB), operação que está resgatando brasileiros que vivem no Líbano.

A esposa e os filhos estavam na cidade libanesa de Arabsalim, a mesma em que o pai de Ahmad foi morto, quando se intensificaram, nas últimas semanas, os ataques israelenses no território libanês.

“Não dá mais para viver no Líbano. Não tem mais nenhuma região segura. Antes era apenas a região Sul que estava perigosa, agora não”, conta Ahmad, que mora em São Paulo desde 2007.

Ahmad e Zeinab haviam planejado que os filhos iriam ser educados no Líbano e o pai, que trabalha em São Paulo, iria visitá-los frequentemente. A guerra fez os planos mudarem. A decisão então foi trazer esposa e filhos de volta ao Brasil.

A aeronave KC-30, do Esquadrão Corsário da Força Aérea, pousou às 07h28 em uma das pistas do Aeroporto Internacional de Guarulhos trazendo, além da família Nazar, e mais 208 passageiros e um gato.

“Minha mãe está lá e somos sete irmãos. Eles estão vivendo lá. Mas está muito perigoso. A casa vizinha da minha família foi destruída em um bombardeio. Um só míssil é capaz de destruir um prédio. Eles saíram da cidade e foram para locais mais seguros. Oito dias depois, a casa da minha família foi destruída”, conta Ahmad mostrando em seu celular fotos e vídeos dos escombros do local onde viviam seus familiares.

A Operação Raízes do Cedro repatriou até agora, no total, 1.317 passageiros, sendo 242 crianças, 40 bebês, 138 idosos, 12 gestantes, 101 pessoas com alguma complicação de saúde e 12 pessoas com deficiência, além de 15 animais domésticos.

Leila Hadi, que também veio no mesmo voo da FAB, lamentava o fato de não ter conseguido trazer, junto com ela, ao menos uma de suas duas irmãs que moram no Líbano. Ela estava, há dois anos, vivendo na região do Vale do Bekaa. “

Eu precisava ter trazido ao menos uma irmã comigo. Está muito assustador lá”.

Leila Hadi desembarcou hoje do avião KC-30 da FAB, na Base Aérea de São Paulo – Paulo Pinto/Agência Brasil

Leila conta que qualquer ruído mais forte a faz lembrar dos bombardeios israelenses. “Agora mesmo, com o barulho do avião aqui na pista eu me assustei. Agora é assim, a gente leva susto dia e noite lembrando dos bombardeios”.

Outro repatriado, Mohamed Elgandur, tem família no Brasil e no Líbano e alterna sua moradia entre os dois países. Ele estava no Líbano e decidiu retornar ao Brasil, mas está preocupado com os familiares que ficaram.

“Eu moro lá e moro aqui. Tenho filhos aqui e netos aqui. A esposa não pode vir devido à saúde. A gente estava no [Vale do] Bekaa, na fronteira onde estavam ocorrendo os bombardeiros, ouvia avião e bombardeio direto. Dizer que não dava medo é mentira. A maior preocupação é com a família”.

Manifestantes são retirados; direção assume Hospital de Bonsucesso

A Polícia Militar e a Polícia Federal retiraram, na manhã deste sábado (19), os manifestantes que ocupavam dependências do Hospital Federal de Bonsucesso (HSF) e permitiram que os integrantes da nova direção entrassem na unidade de saúde, localizada na zona norte da cidade do Rio de Janeiro. A desocupação da sala de direção foi realizada por volta das 6h, depois de uma rápida e pacífica negociação de policiais com os manifestantes que estavam no local.

“A Polícia Federal, em conjunto com a PM, de forma muito tranquila, harmônica, liberou o prédio e a entrada. Entramos às 6h e já iniciamos, com 40 pessoas, a visita de todas as áreas do hospital, com o foco principal de saber como está a assistência aos pacientes internados. Temos quase 200 pacientes aqui, sete na UTI e alguns na emergência. Olhamos todos os quadros clínicos para saber sobre a segurança, se não faltam insumos e sobre as escalas de plantão”, afirmou o secretário adjunto de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, Nilton Pereira Júnior.

Protesto

Grupo de servidores do hospital e de outras unidades do Ministério da Saúde, no entanto, manteve o protesto em uma área de manobra de veículos, na entrada do HSF, durante toda a manhã deste sábado e só foram retirados depois de uma ação do Batalhão de Choque da PM. Desta vez, os manifestantes não aceitaram sair voluntariamente e os policiais usaram spray de pimenta e retiraram alguns deles à força das dependências do hospital. Uma das manifestantes foi detida.

“Foi uma ação truculenta, covarde. Não estávamos depredando nada do patrimônio. O hospital é público e nós somos servidores lutando com dignidade. A gente está aqui com o emocional abalado, tem gente passando mal, colegas nossas de idade que estavam aqui somente ocupando o lugar de espaço no trabalho”, afirmou a técnica de enfermagem Ivanilda Ferreira Alves, que é servidora do hospital.

Os manifestantes estavam ocupando as dependências do hospital havia alguns dias e impediam que os novos gestores do hospital, a estatal federal Grupo Conceição, também vinculada ao Ministério da Saúde, assumem a direção da unidade. Eles são contra a decisão de passar a gestão, do ministério para a estatal. “Fizemos denúncias contra esse grupo que está assumindo a gestão. Estamos aqui lutando pela saúde pública. Nós vamos continuar na luta”, afirmou a servidora.

Nova gestão

Segundo o secretário Nilson Pereira Júnior, o hospital enfrentava um problema de ineficiência na gestão que ele espera ser resolvido com a administração do Grupo Conceição.

A meta da nova gestão é, em 90 dias, colocar mais de 200 leitos para funcionar, além de ampliar a capacidade da unidade de tratamento intensiva (UTI) e reabrir o setor de emergência do hospital, fechado desde 2020, segundo o secretário Pereira Júnior.

“É um hospital que tem sido referência por longos anos, que trabalha na alta e na média complexidade. E não são só a emergência e os leitos, esse é um hospital que tem uma capacidade de diagnóstico importante, com exames na área de cardiologia, nefrologia, endoscopia e gastrologia. É um hospital com capacidade enorme mas que está com menos de 50% da capacidade instalada operacional, com um pouco mais de 42% de ocupação”, destacou a nova superintendente do hospital, Elaine Lopez.

O Grupo Conceição abriu nesta sexta-feira (18) um edital de contratação emergencial de 2,2 mil profissionais de saúde, em até 45 dias. Nos próximos dias, será feito um levantamento para fazer a aquisição de equipamentos para reabrir os serviços hoje fechados.

“Tomamos posse do hospital hoje e nosso primeiro objetivo é garantir a continuidade dos atendimentos que existem, garantir o abastecimento do hospital. Temos problemas na área de medicação, de insumos, de materiais. Além disso, estamos com uma equipe fazendo um diagnóstico para identificar problemas para reabrir os leitos. Sabemos que tem falta de equipamentos”, afirmou o diretor presidente do Grupo Conceição, Gilberto Barichello.

MEC busca formas de usar inteligência artificial em políticas públicas

Pesquisadores e gestores públicos debateram esta semana a utilização da inteligência artificial e a governança de dados nas políticas públicas da educação. O seminário Educação, Governança de Dados e Inteligência Artificial, promovido pelo Ministério da Educação, buscou apontar alternativas para o gerenciamento de informações que garantem direitos e o uso de dados na tomada de decisões. O evento foi realizado em parceria com a Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e o Instituto Federal de Brasília (IFB). 

Se analisados em tempo real, por exemplo, dados como a frequência em aulas podem ser usados para auxiliar uma instituição de ensino a tomar medidas necessárias para apoiar estudantes, garantindo a permanência dos alunos e o acesso à educação.

A diretora de Apoio à Gestão Educacional da Secretaria de Educação Básica (SEB), Anita Gea Martinez Stefani, afirma que um dos desafios é conseguir documentos como o histórico escolar da educação básica para alunos que estudaram em mais de uma instituição, demonstrando a necessidade de atualizar a forma que os dados são tratados na rede de educação como um todo.

“Quando falamos sobre interação e interoperabilidade de dados e conexão das informações, estamos falando sobre fornecer direitos, serviços públicos que já poderiam estar disponíveis, mas que tecnicamente a gente ainda não se organizou para disponibilizar para os cidadãos”, ressalta a diretora.

Para lidar com a demanda de atualização dos métodos usados atualmente, foi criado o Gestão Presente, um hub educacional (plataforma de armazenamento e organização de dados). O sistema foi desenvolvido em parceria do MEC e com o Núcleo de Excelência em Tecnologias Sociais (NEES/UFAL), para ser um Hub de Dados da Educação Básica, que armazena informações de estudantes e auxilia nos processos de gestão escolar, como diário de classe, matrícula, entre outros.

O representante da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Vilmar Klemann, também elenca alguns dos desafios enfrentados, como dados incorretos ou incompletos, a leitura e análise de dados e falta de profissionais qualificados.

“Geralmente profissionais qualificados não ficam nas redes municipais e infelizmente resulta em uma rotatividade muito alta”, lamenta Klemann.

As discussões apontaram como a tecnologia pode ser aplicada não só como recurso educacional, mas como ferramenta de otimização, auxiliando a escola a ser mais eficiente na gestão da educação. 

Para ver os debates, acesse o canal do MEC no youtube ou a página do evento