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Campinas registra 24 casos de coqueluche desde janeiro deste ano

A cidade de Campinas, localizada a noroeste de São Paulo, registrou 24 casos de coqueluche desde janeiro deste ano, o maior número desde 2019. Antes desta data, foram registrados 54 em 2018, 124 em 2014 e 88 em 2012. A prefeitura alerta os cidadãos a tomarem a vacina como medida de prevenção, uma vez que nas crianças de até cinco meses a doença se apresenta na forma mais grave e pode ser fatal.

A coqueluche é uma infecção respiratória, transmissível e causada pela bactéria Bordetella Pertussis. Ela compromete o aparelho respiratório, traqueia e brônquios, e se caracteriza por ataques de tosse seca. Presente no mundo todo, a doença é transmitida por tosse, espirro ou fala de pessoa contaminada. Os sintomas podem se manifestar em três níveis. No primeiro, o mais leve, os sintomas são parecidos com os de um resfriado e incluem mal-estar geral, corrimento nasal, tosse seca e febre baixa. Esses sintomas iniciais podem durar semanas, período em que a pessoa também está mais suscetível a transmitir a doença.

No estágio intermediário da coqueluche, a tosse seca piora e outros sinais aparecem e a tosse passa de leve e seca para severa e descontrolada, podendo comprometer a respiração. As crises de tosse podem provocar ainda vômito ou cansaço extremo. Geralmente, os sinais e sintomas da coqueluche duram entre seis e dez semanas.

“A coqueluche, conhecida também como ‘tosse comprida’, é uma doença que pode se manifestar de forma grave, principalmente em crianças menores de 6 meses, tendo sido uma causa importante de óbito no passado, quando não havia vacina. É muito importante que todos os profissionais de saúde estejam atentos, notifiquem e investiguem os casos de crianças com tosse paroxística [intensa e rápida] para tratamento adequado, e que os pais mantenham sempre em dia a vacinação de seus filhos”, explica a médica infectologista da Secretaria Municipal de Saúde de Campinas, Valéria de Almeida.

Segundo os dados da Secretaria de Saúde do município, no ano passado, a cobertura da dose pentavalente em Campinas ficou em 94,97%. A meta é 95% e a dose considerada pela Saúde como indicador é a terceira do esquema primário para crianças. A vacina pentavalente protege contra a coqueluche, a difteria, o tétano, a hepatite B e o Haemophilus influenzae do tipo B, que causa meningite.

A vacina é disponibilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e o esquema primário inclui três pentavalente aos 2, 4 e 6 meses. Em seguida há reforços com DTP, que protege contra difteria, tétano e pertussis – tríplice bacteriana. “A vacina é segura e a aplicação em gestantes estimula a produção de anticorpos maternos contra a coqueluche que passam pela placenta e protegem diretamente a criança nos primeiros meses de vida, e indiretamente pela diminuição do risco de infecção da mãe”.

Imunização ampliada

Em meio a tantos surtos de coqueluche, o Ministério da Saúde publicou neste mês nota técnica em que recomenda ampliar, em caráter excepcional, e intensificar a vacinação contra a doença no Brasil. A pasta pede ainda que estados e municípios fortaleçam ações de vigilância epidemiológica para casos de coqueluche.

O documento amplia a indicação de uso da vacina dTpa (tríplice bacteriana acelular tipo adulto), que combate difteria, tétano e coqueluche, para trabalhadores da saúde que atuam em serviços de saúde públicos e privados, ambulatorial e hospitalar, com atendimento em ginecologia e obstetrícia; parto e pós-parto imediato, incluindo casas de parto; UTIs e UCIs, berçários (baixo, médio e alto risco) e pediatria.

Ainda de acordo com a nota técnica, profissionais que atuam como doulas, acompanhando gestantes durante os períodos de gravidez, parto e pós-parto; além de trabalhadores que atuam em berçários e creches onde há atendimento de crianças com até 4 anos, também devem ser imunizados contra a coqueluche.

A administração da dose nesse público deve considerar o histórico vacinal contra difteria e tétano (dT). Pessoas com o esquema vacinal completo devem receber uma dose da dTpa, mesmo que a última imunização tenha ocorrido há menos de dez anos. Já os que têm menos de três doses administradas devem receber uma dose de dTpa e completar o esquema com uma ou duas doses de dT.

Imunidade

Nas crianças, a imunidade à doença é adquirida apenas quando administradas as três doses da vacina, sendo necessária a realização dos reforços aos 15 meses e aos 4 anos de idade. Bebês menores de 6 meses podem apresentar complicações pela coqueluche e o quadro pode levar à morte.

O ministério alerta que um adulto, mesmo tendo sido vacinado quando bebê, pode se tornar suscetível novamente à coqueluche, já que a vacina pode perder o efeito com o passar do tempo. Por conta do risco de exposição, a imunização de crianças já nos primeiros meses de vida é tão importante.

Diretoria da Fundação Saúde que contratou PCS Saleme renuncia

Integrantes da diretoria da Fundação Saúde colocaram os cargos à disposição e o governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro, aceitou. Em nota, o governo do estado informou que a medida, além de trazer transparência, evita interferências nas investigações sobre o caso de pacientes transplantados que foram infectados pelo vírus do HIV.

“O Governador Cláudio Castro aceitou a renúncia da diretoria da Fundação Saúde, apresentada na manhã desta segunda-feira (21). A medida amplia a transparência e assegura que não haja interferências nas apurações já determinadas pelo Governo do Estado”, informou a nota do Palácio Guanabara, sede do governo fluminense.

A nova diretoria, conforme o governo do Rio, será anunciada em breve. “A Secretaria de Estado de Saúde está empenhada em preservar a prestação dos serviços à população e, em breve, será anunciada a nova diretoria”, concluiu.

Ainda não há informação se haverá uma edição extra do Diário Oficial do Estado, nesta segunda-feira (21), para publicação das exonerações.

A empresa pública Fundação Saúde foi responsável pela contratação, em dezembro de 2023, do Laboratório Patologia Clínica Dr Saleme (PCS Saleme), unidade privada localizada em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

O anúncio ocorre dez dias depois da divulgação dos erros nos resultados de testes em amostras de sangue de dois doadores de órgãos realizados pelo PCS Saleme. Os resultados deram negativo, quando na verdade eram positivos. Seis pacientes que receberam órgãos desses doadores no Sistema Único de Saúde (SUS) no Rio de Janeiro foram infectados pelo vírus HIV.

Conanda proíbe uso de armas letais em unidades socioeducativas

O Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) publicou a Resolução 252 que proíbe o uso de armas letais e menos letais em unidades socioeducativas contra adolescentes e jovens infratores, e prioriza as soluções de conflito de forma pacífica para restabelecimento de relações.

A resolução determina diretrizes nacionais para prevenir a violência e combater situações de tortura e tratamento vexatório e degradante de adolescentes – entre 12 e 18 anos de idade incompletos – e jovens – entre 18 e 21 anos de idade incompletos – em restrição e privação de liberdade, no Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase).

O objetivo da medida é proteger de forma integral esses jovens em situação de internação ou semiliberdade, além de oferecer segurança aos funcionários, familiares e demais visitantes desses locais.

As gestões federal, estaduais e distrital terão o prazo de 18 meses para se adequarem às diretrizes estabelecidas na resolução.

A medida difere da aprovação pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, na quarta-feira (16), do Projeto de Lei 4.256/2019  que permite que agentes de segurança socioeducativos e oficiais de justiça portem arma de fogo, para defesa pessoal.

O projeto modifica o Estatuto do Desarmamento (Lei 10.826 de 2003), que regula a posse, o porte e a comercialização de armas de fogo no Brasil. Pela proposta, as armas deverão ser escondidas na vestimenta dos agentes.

O PL de iniciativa do senador Fabiano Contarato (ES-PT) seguiu para análise da Câmara dos Deputados.

Armamento

No caso de necessidade de imobilizar temporariamente as pessoas, a resolução do Conanda sugere o uso de armamentos menos letais para evitar mortes e ferimentos permanentes aos jovens. Entre eles, estão os dispositivos elétricos incapacitantes, que emitem pulsos elétricos; balas de borracha; sprays irritantes como o de pimenta ou gengibre; granadas de efeito moral e cassetetes.

Adicionalmente, os cortes de cabelo ou intervenções corporais compulsórias são igualmente proibidos. Já a revista pessoal deve ser detalhada, porém, não invasiva é deve ser realizada na presença de mais de um profissional.

Os materiais para cuidados de higiene pessoal devem ser entregues em quantidade suficiente considerando a necessidade de cada adolescente ou jovem.

Os internos devem ter garantido o direito à participação em todas as atividades educativas, recreativas, culturais e esportivas ofertadas pela unidade socioeducativa, bem como o direto à convivência familiar e comunitária, além de todos os outros direitos assegurados pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Em caso de encaminhamento do jovem a um serviço de saúde, o Ministério Público, a Defensoria Pública e o Conselho estadual ou distrital dos Direitos da Criança e do Adolescente devem ser comunicados imediatamente para que possam adotar as medidas cabíveis.

Socioeducadores

A resolução aponta também princípios que devem ser seguidos por todos os profissionais socioeducadores que atuam nessas unidades. Entre a instruções está a prestação de atendimento humanizado, com sensibilidade às especificidades individuais de cada adolescente e jovem, considerando aspectos sociais, culturais, étnicos, raciais, psicológicos, de deficiência, de gênero e de sexualidade; a garantia do sigilo, a confidencialidade e a proteção de todas as informações obtidas no atendimento profissional; a atuação de forma interdisciplinar, possibilitando diagnósticos e acompanhamentos contínuos para assegurar o desenvolvimento integral dos adolescentes e jovens, entre outras ações.

Os profissionais ainda devem portar obrigatoriamente a identificação institucional. Esses agentes também devem adotar trajes civis que os identifiquem como trabalhadores da instituição e que sejam distintos das usadas no sistema penal, pela segurança pública ou pelas forças armadas, para, assim, preservar o caráter socioeducativo e não punitivo dos estabelecimentos socioeducativos.

Unidades

A resolução aborda também aspectos para estruturar o funcionamento das unidades de atendimento socioeducativo de privação e restrição de liberdade, que incluem, por exemplo, a obrigatoriedade de elaboração de fluxos e procedimentos de acolhimento e recepção de adolescentes e jovens, respeitadas as estruturas e a capacidade de cada estabelecimento e unidade de atendimento socioeducativo.

Entre outras determinações está a de que todos os estabelecimentos socioeducativos devem ter um plano de prevenção e combate a incêndio, usar colchões e travesseiros fabricados com materiais que atendam às normas de segurança contra incêndios, manter comunicação constante com o corpo de bombeiros local, incluindo a realização de inspeções e treinamentos.

Ex-diretor da EBC, jornalista José Roberto Garcez morre aos 72 anos

O jornalista gaúcho José Roberto Garcez, de 72 anos, morreu na noite deste domingo (20), em São Paulo, vítima de infarto. Natural de Porto Alegre, ele ocupou importantes cargos ao longo de sua trajetória. Foi diretor da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e presidente da Radiobras.

O presidente da EBC, Jean Lima, destacou o papel de Garcez na criação da empresa. “A comunicação perde um jornalista de grande importância, que desempenhou um papel essencial na criação e na defesa da EBC. Garcez sempre foi um defensor da valorização da comunicação pública, deixando um legado significativo. Meus sinceros sentimentos à família, aos colegas de trabalho e amigos”, disse.

A jornalista Tereza Cruvinel, primeira presidente da EBC, contou que Garcez já vinha das lutas pela comunicação pública antes da criação da empresa, tendo presidido a Fundação Piratini e a Radiobras. “Teve papel ativo no Fórum da TV Pública e na luta pela aprovação da MP 398, que gerou a lei da EBC. Vou lembrar sempre dele como um lutador que colocava os resultados acima das vaidades, lamentando termos tido pouco contato nos últimos tempos.”

“Nos primeiros quatro anos de existência da EBC, período crucial para consolidação da empresa e da TV Brasil, Garcez foi mais que um extraordinário diretor da EBC Serviços, unidade que atendia às demandas da Secom, segundo nosso contrato. Tive nele um colaborador sempre disposto a assumir outras tarefas que surgiam. Por muito tempo ele acumulou, por exemplo, o desafio de articular a rede pública de televisão com as emissoras estaduais”, relatou. “Tive também nele um conselheiro que eu sempre ouvia nos momentos difíceis e um pacificador na hora dos conflitos”, lembrou Tereza.

Presidente da Radiobras no governo Luiz Inácio Lula da Silva, o jornalista Eugênio Bucci afirmou que Garcez foi uma influência e uma presença forte na gestão e na condução da empresa durante o período em que esteve lá. Quando Bucci se afastou da presidência da empresa, Garcez ficou em seu lugar. “E ele participou da transição para a criação da EBC e eu também participei um pouco ao lado dele”, lembrou. “Eu tenho, sempre tive, um respeito enorme pela seriedade, pela competência, pela visão humanista e marcadamente generosa com que ele trabalhava todos os dias e que ele imprimia à sua conduta”, disse Bucci.

“Garcez foi um militante incansável da comunicação pública, um líder generoso, um colorado fanático e um amigo leal. Foi fundamental na reforma democrática da Radiobras e na construção da EBC. Como clássico militante de esquerda, se dedicou muito mais ao projeto do que à própria biografia. Fez história e ficará para sempre, em nossa memória, como um admirável  brasileiro”, disse a jornalista Helenise Brant, que foi diretora de Jornalismo na Radiobras e diretora executiva de Produção na EBC.

A jornalista Patrícia Duarte, atualmente na Secretaria de Comunicação da Presidência da República, foi sua colega na Radiobras. Ela descreveu Garcez como um jornalista comprometido com a defesa da comunicação pública e da democratização dos meios de comunicação. “Trabalhar com ele foi uma admiração construída, aprendi muito, era uma pessoa muito dócil, muito gentil, muito alegre, que sempre fazia a gente se sentir à vontade. Muito mais do que isso, era um jornalista extremamente competente, com um texto brilhante e uma pessoa muito agradável no convívio.”

“Além de ter sido diretor de Jornalismo da Radiobras, ele foi um dos pilares da construção da Empresa Brasil de Comunicação que a gente conhece hoje. Ele esteve presente na Conferência Nacional de Comunicação e fez um trabalho sensacional nessa área. Era um jornalista extremamente comprometido com a defesa dessa comunicação pública e por essa luta para que cada vez mais cidadãos e cidadãs participassem da construção de uma comunicação livre, democrática, num país como o Brasil”, disse Patrícia.

O jornalista foi também diretor da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (SindJoRS), além de presidir a Fundação TV Piratini, responsável pela TV e rádio pública do Rio Grande do Sul, hoje extinta.

O SindJoRS manifestou, em nota de pesar, solidariedade à família, aos colegas e amigos. Garcez fez parte da diretoria do sindicato, onde atuava desde 12 de março de 1979. A Associação Riograndense de Imprensa também lamentou, por meio de rede social, a perda de Garcez.

Marcus D’Almeida é bronze na final da Copa do Mundo do tiro com arco

O carioca Marcus D’Almeida faturou a medalha de bronze na grande final da Copa do Mundo de tiro com arco, que reuniu no domingo (20) os oito melhores atletas do planeta em Tlaxcala (México). Campeão ano passado, D’Almeida também já conquistara prata na Copa do Mundo no início da carreira, em 2014. Os sul coreanos Kim Woojlin e Lee Work Seok foram para final, e levaram ouro e prata, respectivamente. Woojlin, que eliminou D’Almeida nas oitavas dos Jogos de Paris, venceu de virada o compatriota Seok, bronze olímpico em Paris, por 7 a 3.

“É muito difícil chegar até a final, e ainda mais desafiador estar no pódio dois anos seguidos. O ouro não veio, mas eu dei o meu melhor, dentro do que meu corpo aguentou e do que minha mente permitiu. Depois de Paris, precisei de muito apoio para me manter firme e focado no objetivo de sair daqui com uma medalha”, revelou o brasileiro após a conquista, em rede social.

Thrilling competition for a spot on Tlaxcala’s podium. 🥉 #ArcheryWorldCup #archery pic.twitter.com/oiioU1BQYj

— World Archery (@worldarchery) October 20, 2024

A final da Copa do Mundo teve início na fase de quartas de final. No primeiro duelo, Marcus D’Almeida passou fácil pelo espanhol Andrés Temiño por 6 a 2. Na sequência, o brasileiro caiu na semifinal diante sul-coreano Seok por 6 a 4. Depois, na disputa pelo bronze, D’Almeida levou a melhor sobre o mexicano Matias Grande, por 6 a 2.

Julgamento de tragédia em Mariana começa nesta segunda no Reino Unido

Começa nesta segunda-feira (21) o julgamento na Justiça britânica, que irá definir se a mineradora anglo-australiana BHP Billiton é responsável pela tragédia do rompimento da barragem de Fundão, que ocorreu em 5 de novembro de 2015, em Mariana (MG). A barragem pertencia à mineradora Samarco, uma joint-venture entre a BHP Brasil e a mineradora Vale. A previsão é que o julgamento se estenda até 5 de março de 2025.

As audiências do julgamento começam com as declarações iniciais dos advogados de ambas as partes. A primeira fase das audiências deve durar quatro dias. Nas três semanas seguintes, serão ouvidas as testemunhas da BHP Brasil. Tanto a empresa quanto o escritório de advocacia poderão dirigir perguntas sobre questões como o nível de controle que a BHP tinha sobre barragem, sua segurança e sua conduta após o colapso.

O passo seguinte será a oportunidade de especialistas em direito ambiental, societário e de responsabilidade civil, convidados tanto pela BHP quanto pelo escritório de advocacia Pogust Goodhead (PG), explicarem à juíza britânica como funcionam as leis brasileiras.

Depois de um recesso de fim de ano, as audiências serão retomadas por quatro dias em janeiro, com a oitiva de especialistas na área de geotecnia, que poderão explicar à juíza britânica detalhes técnicos relativos ao incidente. As audiências se encerram com a sustentação oral dos advogados dos autores da ação e da BHP, o que deve ocorrer entre 24 de fevereiro e 5 de março. A previsão é que a juíza leve até três meses para divulgar sua decisão.

As informações são do escritório PG, que representa 620 mil pessoas, 46 municípios e 1,5 mil empresas atingidas pelo rompimento da barragem, no processo que corre na Corte de Tecnologia e Construção de Londres.

Nesta fase do processo, de acordo com o PG, ainda não há definição de valores de indenizações, o que só deve ocorrer posteriormente, caso a BHP seja responsabilizada, mas a equipe do escritório estima que os valores a serem pagos às vítimas do rompimento girem em torno de R$ 230 bilhões.

Segundo o escritório de advocacia, caso a BHP deseje fazer um acordo com seus clientes, isso pode ser feito a qualquer momento, antes ou depois do julgamento no tribunal britânico.

O escritório defende que a mineradora BHP Billiton deve ser responsabilizada, uma vez que era controladora da Samarco e, portanto, responsável por suas decisões comerciais, além de beneficiária e financiadora da atividade de mineração que causou o desastre.

Em nota, a BHP afirmou, na semana passada, que a ação no Reino Unido duplica e prejudica os esforços em andamento no Brasil. “A BHP refuta as alegações acerca do nível de controle em relação à Samarco, que sempre foi uma empresa com operação e gestão independentes. Continuamos a trabalhar em estreita colaboração com a Samarco e a Vale para apoiar o processo contínuo de reparação e compensação em andamento no Brasil”.

A mineradora classifica o rompimento da barragem de Fundão da Samarco como “uma tragédia” e afirmou que sua “profunda solidariedade permanece com as famílias e comunidades atingidas”.

A sócia da BHP na Samarco, a brasileira Vale não é ré no processo que corre na Justiça britânica. Mas um acerto entre as duas empresas define que cada uma arcará com metade dos custos dessas futuras indenizações, caso a BHP seja condenada.

Outro processo foi impetrado pelo PG contra a Vale na Justiça holandesa, uma vez que a mineradora brasileira tem subsidiária na Holanda. Acordos reparatórios que sejam firmados no Brasil, envolvendo as mineradoras, a União e os governos de Minas Gerais e Espírito Santo, não afetam os processos internacionais, segundo o PG.

Atingidos por barragens

O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) acompanha o início do julgamento diretamente de Londres. Em nota, o MAB ressalta que o julgamente ocorre quase dez anos após o rompimento da barragem de Fundão, que resultou em 19 mortes e derramou toneladas de lama tóxica por quase 700 km, do interior de Minas Gerais ao oceano Atlântico, chegando ao mar do Espírito Santo, o caso está indo agora a julgamento no Reino Unido.

“Para os atingidos por barragens, representados pelo MAB, neste momento, resta a esperança de que a justiça de Londres seja, de fato e de direito, justa e coerente com os acontecimentos e que puna com todo rigor as empresas responsáveis por esse crime, cuja repercussão na vida das pessoas e do meio ambiente não tem precedentes históricos e suas consequências e danos para a vida dos atingidos e para o meio ambiente são contínuos e vão perdurar por anos a fio”, diz a nota.

Estudo diz que G20 injetará R$ 432,5 milhões na economia do Rio

Levantamento da fundação Visit Rio mostra que, em novembro próximo, quando a cidade sediará a cúpula do G20, o Rio de Janeiro terá 41 eventos que devem injetar R$ 432,5 milhões na economia local.

Desse total, 13 iniciativas estão diretamente relacionadas ao G20, com um impacto estimado de R$ 32,6 milhões, além de uma arrecadação de R$ 1,6 milhão em Imposto sobre Serviços (ISS). O Visit Rio é uma fundação privada mantida com recursos de seus 240 associados, que vão de redes de hotéis a shoppings e restaurantes. 

O G20 é um fórum de cooperação econômica internacional que reúne os países mais desenvolvidos e emergentes para debater temas relacionados à estabilidade econômica global.

Entre os destaques de novembro figuram a Cúpula Social, o Giga Workshop Mural do Clima, a Cúpula Urban 20, o I Fórum de Planejamento Municipal: Cidades Sustentáveis, a Cúpula Oceans 20, a Conferência de Segurança de Munique e os encontros do Think Tanks T20.

Promoções em alta

A pesquisa também aponta crescimento no setor de promoções do Rio de Janeiro entre 2023 e 2024. Este ano, foram realizados, até agora, 414 eventos, um aumento de 28,17% na comparação com os 323 de 2023. A receita gerada cresceu de forma expressiva, superando R$ 6,42 bilhões, o que representa alta de 12,27% em relação a 2023.

A projeção do Visit Rio abrange despesas com hospedagem, alimentação, transporte e atrativos, mas não inclui outros fatores, como a geração de empregos e ganhos de fornecedores, entre outros aspectos.

Para o presidente-executivo do Visit Rio, Carlos Werneck, esses números refletem a posição consolidada do Rio como um dos principais destinos para eventos no Brasil.

Para ele, a expectativa é que os números sejam ainda melhores a partir do G20. “Esses resultados mostram o impacto positivo do setor de eventos na economia local, fortalecendo a cidade como um polo de negócios e entretenimento. A expectativa é que o G20 impulsione ainda mais essa visibilidade [do Rio] e contribua para um futuro ainda mais promissor”, finalizou Werneck.

Hemorio faz nova etapa de análises em testes de doadores de órgãos

As análises preliminares do Instituto Estadual de Hematologia Arthur de Siqueira Cavalcanti (Hemorio), da Secretaria de Estado de Saúde do Rio (SES) , não encontraram nas amostras de 288 doadores de órgãos, nenhuma infecção por HIV. Em nota, a SES informou que, apesar disso, o Hemorio fará mais uma bateria de análises por causa da gravidade da situação.

“O Hemorio informa que as análises preliminares constataram que não havia mais nenhuma amostra de sangue de doador de órgãos infectada por HIV. No entanto, considerando a enorme relevância do caso e o rigor que o processo exige, a direção da unidade decidiu fazer uma segunda bateria de testes com cada uma das amostras para que não haja qualquer tipo de dúvidas”, diz a nota da SES.

Segundo a secretaria, os laudos definitivos serão emitidos ao final dessa etapa de análises, que continua em andamento. As amostras dos doadores foram avaliadas pelo laboratório PCS Saleme, unidade privada localizada em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Seis pacientes, que foram transplantados no Sistema Único de Saúde (SUS) no Rio de Janeiro, contraíram HIV, porque receberam órgãos de pacientes infectados pelo vírus, o que não foi notado nos testes do laboratório.

Investigações

Desde a confirmação dos casos, o caso vem sendo investigado pela Polícia Civil do Rio e pela Polícia Federal. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Ministério da Saúde também abriram investigações para identificar e responsabilizar os culpados pela contaminação.

Neste domingo (20), a Polícia Civil prendeu, na segunda fase da Operação Verum, Adriana Vargas dos Anjos, coordenadora técnica do Laboratório PCS Saleme, suspeita de envolvimento na emissão de laudos errados pela instituição, contratada por licitação pela Fundação Saúde, em dezembro de 2023, para atender o programa de transplantes.

De acordo com nota da Secretaria de Estado de Polícia, a operação, que teve participação de policiais civis da Delegacia do Consumidor (Decon) e apoio do Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE), serviu para o cumprimento de oito mandados de busca e apreensão e para “robustecer a investigação em andamento”.

As investigações da Delegacia do Consumidor indicam que a decisão do laboratório de reduzir custos resultou em uma falha operacional no controle de qualidade aplicado nos testes. As análises das amostras que eram realizadas diariamente passaram a ser semanais.

Na primeira fase da operação, quatro pessoas foram presas: o médico Walter Ferreira, sócio do laboratório PCS Lab Saleme, e os funcionários Jacqueline Iris Bacellar de Assis, Cleber de Oliveira Santos e Ivanildo Ferreira dos Santos, que tiveram a prisão temporária mantida pela Justiça do Rio.

Além da apuração sobre o que ocorreu e sobre quem são os culpados, o processo de contratação do laboratório está sendo investigado por uma força-tarefa montada pelo governo do estado.

Sistema de Transplantes

O Ministério da Saúde destacou que o Sistema Nacional de Transplantes (SNT) é reconhecido como um dos mais transparentes, seguros e consolidados do mundo. “Existem normas rigorosas que visam proteger tanto os doadores quanto os receptores, garantindo que os transplantes realizados no país mantenham alto nível de confiabilidade”, diz nota.

Dados do ministério mostram que, garantido a toda a população por meio do SUS, o SNT é responsável pelo financiamento de cerca de 88% dos transplantes no país.

Contaminação

Assinados pelo laboratório PCS Lab Saleme, os laudos de dois doadores não apontaram infecção por HIV antes que os órgãos fossem destinados a transplantes no estado do Rio de Janeiro. Nas testagens, eles foram considerados negativos, mas, na verdade, eram positivos para o vírus. Como consequência, seis pacientes foram infectados com HIV no processo de transplantes.

Com a divulgação desses resultados, o PCS Lab Saleme foi interditado pela Vigilância Sanitária estadual até a conclusão das investigações, e novos exames das amostras começaram a ser feitas pelo Hemorio. Considerado grave pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) e pelo Ministério da Saúde, o caso é sem precedentes.

Ucrânia não será tema dos Brics, diz chanceler brasileiro

Ao chegar à Rússia na manhã desta segunda-feira (21), o ministro das Relações Exteriores do Brasil, o chanceler Mauro Vieira, foi questionado por jornalistas se a Ucrânia seria tema de discussão na 16ª cúpula do Brics, que ocorre entre esta terça (22) e quinta-feira (24).

“Aqui nos Brics o tema é a cooperação dos Brics”, respondeu o chanceler brasileiro. De acordo com Vieira, a agenda é voltada para fortalecer a parceria entre os países membros, o que inclui a Rússia que, desde fevereiro de 2022, está em guerra contra a Ucrânia.

Vieira acrescentou que a cúpula deve se concentrar na discussão sobre a modalidade de membro associado do bloco. Até então, cerca de 30 países manifestaram interesse em ingressar no grupo. 

“O Brics, com a expansão, é um processo em formação e os chefes de Estado vão discutir todos os temas que estão na agenda, que são os novos parceiros e as modalidades [de participação no bloco]”, explicou o chefe da delegação brasileira.

Questionado por jornalistas sobre se a Venezuela teria chances de ingressar no grupo como membro associado, Mauro Vieira respondeu que “todos os países candidatos têm [chance]”.

Segundo a diplomacia brasileira, um dos destaques da cúpula deste ano é a definição dos critérios para que novos membros ingressem no bloco, não como membros permanentes, mas como membros associados. Após definidos os critérios, a expectativa é que os novos membros associados sejam anunciados. 

O ministro Mauro Vieira foi designado para representar o país depois que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sofreu um acidente doméstico no sábado (19) e os médicos recomendaram que ele evitasse viagens longas. 

Este será o primeiro encontro do Brics com os novos membros que ingressaram no bloco neste ano. Formado até então por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o Brics agora conta também com Irã, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egito e Etiópia como membros plenos.

Cúpula Brics

O governo russo informou que 32 países confirmaram presença no evento, sendo 23 representados por líderes de Estado.

Os membros do bloco também devem discutir medidas para reduzir a dependência do dólar no comércio entre os países, além de ações para fortalecer instituições financeiras alternativas ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e ao Banco Mundial, controlados principalmente por potências ocidentais. 

Estima-se que o Brics concentre cerca de 36% do Produto Interno Bruto (PIB) global, superando o G7, grupo das maiores economias do planeta com Estados Unidos, França, Reino Unido e Alemanha, que concentra cerca de 30% do PIB mundial. Além disso, o Brics concentra cerca de 42% da população mundial.

 

Ucrânia não será tema do Brics, diz chanceler brasileiro

Ao chegar à Rússia na manhã desta segunda-feira (21), o ministro das Relações Exteriores do Brasil, o chanceler Mauro Vieira, foi questionado por jornalistas se a Ucrânia seria tema de discussão na 16ª cúpula do Brics, que ocorre entre esta terça (22) e quinta-feira (24).

“Aqui nos Brics o tema é a cooperação dos Brics”, respondeu o chanceler brasileiro. De acordo com Vieira, a agenda é voltada para fortalecer a parceria entre os países membros, o que inclui a Rússia que, desde fevereiro de 2022, está em guerra contra a Ucrânia.

Vieira acrescentou que a cúpula deve se concentrar na discussão sobre a modalidade de membro associado do bloco. Até então, cerca de 30 países manifestaram interesse em ingressar no grupo. 

“O Brics, com a expansão, é um processo em formação e os chefes de Estado vão discutir todos os temas que estão na agenda, que são os novos parceiros e as modalidades [de participação no bloco]”, explicou o chefe da delegação brasileira.

Questionado por jornalistas sobre se a Venezuela teria chances de ingressar no grupo como membro associado, Mauro Vieira respondeu que “todos os países candidatos têm [chance]”.

Segundo a diplomacia brasileira, um dos destaques da cúpula deste ano é a definição dos critérios para que novos membros ingressem no bloco, não como membros permanentes, mas como membros associados. Após definidos os critérios, a expectativa é que os novos membros associados sejam anunciados. 

O ministro Mauro Vieira foi designado para representar o país depois que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sofreu um acidente doméstico no sábado (19) e os médicos recomendaram que ele evitasse viagens longas. 

Este será o primeiro encontro do Brics com os novos membros que ingressaram no bloco neste ano. Formado até então por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o Brics agora conta também com Irã, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egito e Etiópia como membros plenos.

Cúpula Brics

O governo russo informou que 32 países confirmaram presença no evento, sendo 23 representados por líderes de Estado.

Os membros do bloco também devem discutir medidas para reduzir a dependência do dólar no comércio entre os países, além de ações para fortalecer instituições financeiras alternativas ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e ao Banco Mundial, controlados principalmente por potências ocidentais. 

Estima-se que o Brics concentre cerca de 36% do Produto Interno Bruto (PIB) global, superando o G7, grupo das maiores economias do planeta com Estados Unidos, França, Reino Unido e Alemanha, que concentra cerca de 30% do PIB mundial. Além disso, o Brics concentra cerca de 42% da população mundial.