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Bombas russas matam e ferem dezenas de pessoas numa loja em Carcóvia

26 de maio de 2024

 

O ataque russo no sábado em Carcóvia causou pelo menos 14 mortos e dezenas de feridos num bombardeamento que atingiu uma loja de ferragens cheia de pessoas, disseram as autoridades ucranianas na manhã de domingo.

Duas bombas guiadas atingiram o hipermercado Epicentr DIY numa zona residencial da cidade provocando um grande incêndio.

Quarenta e três pessoas ficaram feridas, segundo o Ministério Público.

O presidente da câmara de Carcóvia, Ihor Terekhov, disse que cerca de 120 pessoas estavam na loja quando o local foi atingido por bombas russas.

“O ataque teve como alvo o centro comercial, onde havia muitas pessoas – isto é claramente terrorismo”, disse Terekhov.

Numa publicação na aplicação Telegram, o Ministro do Interior da Ucrânia Ihor Klymenko disse que 16 pessoas ainda estavam desaparecidas.

O Presidente francês Emmanuel Macron, escrevendo na plataforma de mídia X, denunciou o ataque à loja como “inaceitável.”

Um ataque separado com mísseis no início da noite atingiu uma área residencial edifício no centro da cidade de 1,3 milhão de habitantes. O número de feridos por aquele ataque subiu para 25 no domingo manhã.

O míssil deixou uma cratera com vários metros de profundidade no passeio ao pé do prédio.

Do outro lado da fronteira, na região russa de Belgorod, o governador regional disse que quatro residentes morreram em ataques ucranianos.

Fonte
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Brasília recebe primeira Parada do Orgulho da Pessoa com Deficiência

Quem aproveitou a tarde de sol e calor para visitar a região da Torre de TV, no centro de Brasília, neste domingo (26), encontrou uma série de apresentações artísticas com grupos formados exclusivamente por pessoas com deficiência (PcD).

Break dance em cadeira de rodas, banda de percussão formada por pessoas surdas e declamação de poesias são algumas das atrações que transformaram o centro da capital do país em ponto de encontro e convivência para PcD’s.

Um dos fundadores da parada, o soteropolitano Marcelo Zig, explica que a ideia é ocupar um espaço de alta visitação com uma programação cultural toda formada por pessoas com deficiência.

“Ela é originalmente uma manifestação de pessoas com deficiência para pessoas com deficiência”, afirmou Marcelo Zig. “É um evento em que todos os setores têm a participação de pessoas com deficiência, na organização, na realização e na apresentação”.

A primeira Parada do Orgulho PcD do Brasil ocorreu em setembro, em São Paulo, por ocasião do Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência. Com o sucesso, os organizadores buscam agora replicar o evento em outras cidades. Além de Brasília, a parada já ocorreu em Salvador e no mês que vem segue para Belo Horizonte. Em setembro, ocorre a segunda edição na capital paulista.

“É a melhor experiência essa oportunidade para gente ter esse sentimento de pertencimento. Nunca imaginei que isso poderia ser possível”, relatou Inês Salvínia, de 24 anos, que é cega e moradora de Sobradinho, no entorno de Brasília.

“É uma oportunidade que a gente tem de as pessoas se conhecerem, se conectarem, conversar e projetar futuros, e também de PcDs interagirem com pessoas sem deficiência”, completou.

Além da programação cultural neste domingo, que segue até a noite, a 1ª Parada do Orgulho PcD de Brasília contará ainda com uma sessão solene na Câmara Legislativa do Distrito Federal, na próxima terça-feira (28).

RS suspende aulas em três cidades por causa de previsão de chuvas

O governo do Rio Grande do Sul anunciou a suspensão das aulas nas próximas segunda-feira (27) e terça-feira (28) nas cidades de Porto Alegre, Pelotas e Rio Grande. A medida foi adotada por causa da previsão de fortes chuvas nos próximos dias. 

“Em virtude da previsão meteorológica de mais chuva e em consonância com as redes municipais de educação, estamos suspendendo as aulas na rede estadual nos municípios de Porto Alegre, Pelotas e Rio Grande na segunda e terça-feira dessa semana”, informou o vice-governador Gabriel Souza, nas redes sociais. 

Na capital gaúcha, as escolas, públicas e privadas, estão fechadas para os alunos desde sexta-feira (4) em razão da volta dos temporais na cidade. 

Previsão do tempo

O estado teve um final de semana de trégua nas chuvas fortes. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o estado permaneceu neste domingo na zona amarela, de risco potencial. Nesta segunda, no entanto, a previsão é de chuva desde de manhã. A temperatura deve ficar entre 9 e 16 graus Celsius (ºC).

A região costeira e os municípios do sul do estado entram em situação de perigo. Na região sul, a previsão é de chuvas intensas, com risco de corte de energia elétrica, queda de galhos de árvores, alagamentos e de descargas elétricas. Nas regiões litorâneas, o aviso é de intensificação dos ventos, que poderão movimentar dunas de areia sobre construções na orla. As condições devem perpetuar até o início de terça-feira (28).

Escolas e alunos afetados

De acordo com levantamento do estado, divulgado neste domingo (26), 246.437 estudantes ainda não voltaram às aulas por causa das enchentes que devastaram o estado, o número corresponde a 33% de todos os estudantes. No caso de  91.324, não há data de retorno prevista. 

Em seis cidades, a volta às aulas está suspensa desde a última sexta-feira (24). São elas: Porto Alegre, São Leopoldo, Estrela, Guaíba, Santana do Livramento e Gravataí. 

No total, conforme os dados, 1.065 escolas em 205 municípios foram afetadas de algum forma pela tragédia: sofreram danos, estão funcionando como abrigos ou têm problemas de transporte e acesso. Elas são responsáveis por 381.231 estudantes. 

Ajuda humanitária deve começar a entrar em Gaza pela passagem de Kerem

Cerca de 200 caminhões de ajuda humanitária, incluindo quatro veículos de combustível, deverão entrar em Gaza neste domingo (26) através da passagem de fronteira de Kerem Shalom, disse à Reuters Khaled Zayed, chefe da Sociedade do Crescente Vermelho Egípcio no Sinai do Norte.

A Al Qaeda News TV, afiliada ao governo egípcio, compartilhou um vídeo no site de mídia social X do que disse serem os caminhões de ajuda quando eles entraram no cruzamento.

A passagem fronteiriça de Rafah, que era o principal ponto de entrada em Gaza para ajuda humanitária e fornecimentos comerciais, está fechada há quase três semanas, desde que Israel assumiu o controle do lado palestino da passagem, ao mesmo tempo que intensificou a sua ofensiva militar na área no dia 6 de maio.

Alguns fornecimentos de alimentos com destino a Gaza começaram a apodrecer com o encerramento da passagem de Rafah.

O Egito e os EUA concordaram em 24 de maio em enviar ajuda através da passagem próxima de Kerem Shalom, em Israel, até que sejam tomadas medidas legais para reabrir Rafah pelo lado palestino, disse a presidência egípcia.

Um monitor global alertou para a fome iminente em partes de Gaza, onde vivem 2,3 milhões de pessoas.

* Texto de Jaidaa Taha

* É proibida reprodução deste conteúdo

Hugo Calderano conquista título do WTT Contender Rio

O brasileiro Hugo Calderano conquistou neste domingo (26) o título do WTT Contender Rio de Janeiro, uma das principais competições do Circuito Mundial de Tênis de Mesa. O título foi alcançado após triunfo sobre o sul-coreano An Jaehyun, por 4 sets a 0 (parciais de 11/7, 11/5, 11/5 e 11/6) na Arena Carioca I, no Parque Olímpico da Barra da Tijuca.

Hugo Calderano é CAMPEÃO do WTT RIO! 🏓🇧🇷

Jogando em casa e tendo apoio total da torcida, o nosso mesa-tenista conquista a vitória ao derrotar o coreano An Jaehyun por quatro games a zero (11/7, 11/5, 11/5 e 11/6). ✅

Que momento, Hugo. Parabéns por mais um título!
É O BRABO!… pic.twitter.com/c0dqj27y2v

— Time Brasil (@timebrasil) May 26, 2024

“Muito feliz com este título. Foi incrível jogar na frente dessa torcida incrível, na minha cidade, no meu país. Muita gente veio assistir o tênis de mesa, então fiquei muito feliz com esse título a alguns meses dos Jogos Olímpicos. É uma competição muito importante”, comemorou Calderano, que, com o título, ganhou 400 pontos para o ranking mundial da ITTF (Federação Internacional de Tênis de Mesa).

O WTT Contender Rio de Janeiro reuniu 160 mesa-tenistas, que disputaram torneios individuais e em duplas (femininas, masculinas e mistas) que distribuíram pontos para o ranking mundial da modalidade, que definirá os últimos classificados para a próxima edição dos Jogos Olímpicos, em Paris (França).

Defesa Civil do RS contabiliza 200 toneladas de alimentos doados

A Defesa Civil do Rio Grande do Sul divulgou um levantamento com todas as doações recebidas em meio à tragédia climática que atinge o estado. Segundo os dados, foram doados 1,5 milhão de litros de água potável e 202,2 toneladas de alimentos diversos.

As doações foram distribuídas em 167 municípios, entre 25 de abril e 25 de maio. Segundo o balanço, foram recebidas ainda 166.076 cestas básicas, 136 mil litros de leite, 98 mil cobertores, 24 mil colchões e 244 mil kits de higiene e limpeza.

No total, a Defesa Civil contabilizou 3,375 milhões de itens recebidos e distribuídos, incluindo também 62 mil sacos de ração animal, 42 mil fraldas, 364 mil kits de roupas.

De acordo com o balanço mais recente do governo gaúcho, mais de 2,3 milhões de pessoas foram afetadas de alguma maneira, enquanto 581 mil foram desalojadas de suas casas. Ainda permanecem em abrigos temporários 55.813 pessoas.

Em paralelo, os Correios informaram ter transportado mais de 15 mil toneladas de doações. A empresa estatal recebe os itens em suas agências espalhadas pelo país e faz o transporte gratuito até o estado. A expectativa de empresa é de que possa levar 500 toneladas de doações por dia para o povo gaúcho.

As autoridades alertam, contudo, para a queda natural nas doações com o passar da fase aguda da tragédia e pedem que as pessoas continuem a doar, uma vez que os atingidos levarão tempo para conseguir se reerguer.

Nessa fase, a orientação é doar, por ordem de prioridade:

Água e itens de cesta básica (verifique a validade de todos os itens e não doe se estiverem vencidos ou perto do vencimento);
Ração para pet;
Itens de higiene pessoal (escova de dente, creme dental, sabonete, absorventes, papel higiênico e fraldas infantis e geriátricas);
Itens de limpeza (secos, como sabão em barra, sacos de lixo, panos de limpeza, luvas, escova de limpeza, esponjas).

As doações de roupas têm sido desencorajadas no momento.

Confira as orientações para facilitar a triagem das doações:

Cestas básicas devem ser entregues já fechadas ou com os alimentos reunidos em sacos transparentes.
O ideal também é que os itens de higiene pessoal sejam entregues já reunidos em kits, em sacos transparentes.
Separe os itens por categorias e coloque em caixas ou sacolas que podem ser fechadas/amarradas.
Coloque em caixas ou sacola com boa vedação, com cuidado para não haver rasgos ou furos.

Rapper denuncia apagamento da presença negra em enchentes no RS

Em menos de seis meses de funcionamento, o recém-inaugurado Museu da Cultura Hip Hop, o primeiro e único do gênero na América Latina, localizado na zona norte de Porto Alegre, se tornou um espaço importante na logística de coleta e distribuição de doações às famílias afetadas pela enchente na região metropolitana da capital gaúcha.

Museu da Cultura Hip Hop tornou-se central para recebimento e destinação de doações no RS. Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Quem dá as coordenadas na ação, que envolve dezenas de pessoas, é o ativista, rapper e MC Rafa Rafuagi, uma das principais referências da cultura de periferia no Rio Grande do Sul. Ali, em pouco mais de três semanas de emergência climática, foram 200 toneladas de itens como roupas, cobertores, camas, colchões, água, alimentos, entre outros, escoados para as regiões mais atingidas de pelo menos 10 municípios do estado.

“A gente está na fase da retomada dos lares. Não estamos na fase mais crítica, quando tinha falta de alimento, de água, de tudo”, descreve Rafuagi, que recebeu a reportagem da Agência Brasil na manhã de sábado (25), na sede do museu, onde comandava a saída de mais um caminhão de entrega, repleto de colchões e roupas de cama, com destino a Canoas.

Ele próprio viveu na pele essa fase dramática do estado.

“Quando tu tá vendo a água subir, parece cena do [filme] Titanic, as pessoas com coisas na mão tentando correr para salvar algo, as mães com crianças no colo. Um vizinho me ajudou a subir a geladeira, os móveis, mas não adiantou nada. Foi tudo perdido”, conta.

Rafuagi, 36 anos, é porto-alegrense de nascimento, mas cresceu em Esteio, na região metropolitana, onde fundou uma Casa de Cultura Hip Hop. O espaço é a semente do que veio a ser o museu, e berço de um ativismo que teve seu ápice no ano passado, quando rapper foi figura central na cerimônia que marcou a edição, pelo governo federal, de um decreto de fomento da cultura periférica e apresentação de um projeto de lei para instituir o Dia Nacional do Hip Hop no Brasil. Cultura preta por excelência, forjada nas periferias das metrópoles, o Hip Hop que corre nas veias de Rafuagi o faz denunciar o apagamento da presença afro-gaúcha em contexto de grande sofrimento da população.    

Inaugurado em 2023, o Museu da Cultura Hip Hop do Rio Grande do Sul conta a história do gênero no estado. Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Há cerca de 10 dias, em uma visita a São Leopoldo, outra cidade da região metropolitana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou a expressiva presença de pessoas negras no do Rio Grande do Sul, sobretudo as vítimas da enchente, após visitar abrigo e ver imagens na televisão.

“Em São Leopoldo, onde o presidente estava, uma das maiores periferias é a Feitoria, bairro mais populoso da cidade, com dezenas de milhares de pessoas negras. (…) A enchente revelou, talvez, uma das faces que escancara tudo isso. Não estou dizendo que são majoritariamente pessoas negras, acho que todo mundo perdeu igual, e não estou aqui para dizer que um perdeu mais e outro perdeu menos. Todo mundo perdeu igual, infelizmente”, diz Rafuagi.

Apesar disso, argumenta, há um apagamento que recai sobre a pele negra quando se pensa no Rio Grande do Sul. Ele cita, por exemplo, que um programa de televisão foi dedicado a artistas gaúchos, porém só havia a presença de brancos e representantes de gêneros não periféricos. 

“Populares [os artistas], talvez, mas não periféricos. Nesse sentido, a gente vê que é importante mostrar essa participação do negro na construção do estado e na ação própria emergencial que estamos vivendo”, acrescenta.

Racismo ambiental

Mapas produzidos pelo Núcleo Porto Alegre do Observatório das Metrópoles mostram uma demarcação muito clara de desigualdade de renda e de raça nas pessoas que foram mais atingidas pela catástrofe. As áreas mais alagadas foram, principalmente, as mais pobres, com impacto proporcionalmente muito maior sobre a população negra, que representa cerca de 21% dos habitantes do estado, segundo o Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Nesse caso, as áreas que mais sofreram com as inundações apresentam concentração expressiva de população preta e parda, geralmente acima da média dos municípios. É o caso de bairros como Humaitá, Sarandi e Rubem Berta, em Porto Alegre, e de Mathias Velho, em Canoas.

“Existe uma questão de racismo ambiental na cidade que está relacionado à catástrofe, essa relação de falta de lugares mais arborizados e as periferias estarem viradas em concreto, não terem praças. Se a gente for no Sarandi, que é o bairro que mais alagou [em Porto Alegre], são pouquíssimos espaços de lazer, espaços arborizados ou espaço que, de fato, as pessoas possam pensar em ações coletivas, como hortas comunitárias, uma ação popular. Não há um plano que pense a mudança desse paradigma, de construir mais espaços que possam pensar a qualidade do ar”, analisa Rafuagi.

Para ele, isso se combina de forma perversa com um negacionismo científico que predominou nas políticas públicas no estado.

Rafa Rafuagi aponta ainda negligência nos alertas de evacuação por causa de rompimento de diques, o que impediu que os moradores conseguissem salvar bens e sair das casas antes das inundações, além da falta de manutenção do sistema de prevenção nas áreas mais pobres. “Houve uma negligência, tanto da informação, da questão de alertas, de rompimento de diques. […] Há, no estado mais racista do Brasil, um negacionismo sobre a questão, de que não é investimento a questão ambiental, mas custo”.

Negritude gaúcha

Embora normalmente associado à colonização europeia branca do século 19, o Rio Grande do Sul é terra de nomes fundamentais do movimento negro, como o poeta e escritor Oliveira Silveira (1941-2009), um dos criadores do Grupo Palmares, que idealizou o dia 20 de novembro, data da morte de Zumbi dos Palmares, como o Dia da Consciência Negra, em detrimento do 13 de maio, data da Abolição da Escravidão.

E de Petronilha Silva, professora porto-alegrense, relatora no Conselho Nacional de Educação do projeto que tornou obrigatória o ensino de história e cultura afro-brasileira nos currículos das instituições de educação básica, com a edição da Lei 10.639, em 2003, até hoje não plenamente cumprida.

Na história da construção do próprio estado, foram pretos escravizados que compuseram a lendária infantaria dos Lanceiros Negros, que formou parte do exército gaúcho na Revolução Farroupilha, mas que mais tarde acabaram sendo chacinados em uma emboscada preparada pelo exército imperial comandando por Duque de Caxias. Muitos historiadores vinculam o massacre dos Porongos, como ficou conhecida a emboscada, a uma ação orquestrada em acordo com o chefe militar dos farrapos, David Canabarro, o que facilitou um acordo de paz entre a elite rio-grandense e o Império.   

“É fundamental que haja um processo de oportunizar que a história do negro do Rio Grande do Sul possa ganhar escala nacional, uma evidência mais forte. Porque isso, inclusive, gera um processo inverso que os brancos xenofóbicos racistas gaúchos fazem com o Norte e Nordeste. Por exemplo, agora, com a enchente, tinha muita gente falando: ‘ah, por que ajudar o Sul? O Sul só tem branco, o Sul não sei o quê’. E esquecem que existem negros, um monte de terreiro de matriz africana aqui no Sul”.

“Agora, de fato, os negros não são a maioria da população no estado. Eles estão espalhados em regiões que não são, em grande parte, na área metropolitana, embora haja muitos negros na metropolitana. Esses negros estão na região sul do estado, que foi o caminho da migração durante a escravização, o porto de Rio Grande [litoral sul] como ponto de entrada. E eles ficaram mais por ali: Tapes, Camaquã, Aram Baré, Cangussu, Turuçu, Cristal, Pelotas, Rio Grande e Jaguarão. Em todas essas regiões, a população é negra, majoritariamente. Por outro lado, na região da Serra [Gaúcha], que são lugares majoritariamente mais brancos, por causa das colônias italiana e alemã, onde se assentaram e tiveram seus privilégios, não são tão habitadas por negros”, explica o rapper.

Afroturismo

Rafuagi prevê a retomada da programação normal do Museu da Cultura Hip Hop já na próxima semana. Até e eclosão das enchentes, o espaço recebia um média de 1 mil visitantes por semana, a maioria estudantes do ensino básico. Com cerca de 4 mil metros quadrados, o espaço conta com a exibição de mais de 500 artefatos, painéis e arquivos digitais que contextualizam a história do hip hop no estado, no Brasil e no mundo. Além disso, na área externa, há quadra, um multipalco, sala de oficinas e uma horta que produz frutas e hortaliças doadas para comunidades.

 Museu da Cultura Hip Hop do Rio Grande do Sul recebe 1 mil visitantes por semana. Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

A equipe do museu agora pretende dar andamento a um projeto que prevê a estruturação de um roteiro turístico de cultura negra em Porto Alegre, em parceria com a Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur).

“Esse afroturismo busca conectar pontos de memória ou ação prática do movimento negro, em todo o Brasil, para que as pessoas quando vierem aqui não irem apenas a Gramado, um lugar branco e europeu. Virem no Museu do Hip Hop, irem no galpão cultural no Morro da Cruz, na casa do Hip Hop em Esteio, irem lá no pavilhão eco sustentável na Restinga, que é um bairro periférico daqui”, propõe o MC gaúcho.

Tendas vão atender e acolher população de rua durante o frio em SP

A prefeitura de São Paulo vai montar a partir desta segunda-feira (27) tendas em cinco regiões da cidade para atender a população em situação de rua no período de baixas temperaturas. Os espaços funcionarão das 18h à meia noite, com oferta de sopas, pão, chocolate quente, chá e água. Além disso, serão distribuídos cobertores e as pessoas serão encaminhadas para a rede de assistência.

Também serão disponibilizadas 1,2 mil vagas emergenciais de acolhimento nas unidades públicas para pernoite. Mais 191 profissionais irão reforçar o Serviço Especializado de Abordagem Social (SEAS), além dos 590 que já trabalham na busca ativa de pessoas em situação vulnerável nas madrugadas.

Pelo número telefônico 156, é possível solicitar a abordagem social a pessoas em situação de rua que precisem de acolhimento. O pedido pode ser feito de forma anônima, com a necessidade de indicar apenas um endereço aproximado e características da pessoa que esteja exposta ao frio.

Previsão

Neste domingo (26,) as temperaturas já chegaram aos 13,6ºC na capital paulista, segundo medição do Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE). No extremo sul da cidade, os termômetros marcaram 12,7ºC na última madrugada.

Com tempo fechado e chuvas intermitentes, a temperatura não deve, de acordo com o CGE, ultrapassar os 16ºC ao longo deste domingo. Para segunda-feira (27), está prevista nebulosidade e chuvas fracas, com as temperaturas variando entre 13°C e 20°C. Na terça-feira (28), a mínima pode chegar a 12°C, e máxima de 22°C.

Seleção brasileira cai diante da Itália no Ginásio do Maracanãzinho

A seleção masculina foi derrotada pela Itália por 3 sets a 2 (parciais de 25-17, 15-25, 25-22, 17-25 e 13-14), neste domingo (26), no jogo que encerrou a sua participação na primeira semana da Liga das Nações Masculina (VNL), que foi disputada no Ginásio do Maracanãzinho, no Rio de Janeiro.

Com o revés, o Brasil, que já tem vaga garantida nos Jogos Olímpicos de Paris, ocupa a 8ª posição da classificação da VNL com seis pontos conquistados, enquanto os italianos, que ainda buscam a classificação olímpica, lideram o torneio com onze pontos.

Agora a seleção brasileira volta a entrar em ação pela Liga das Nações Masculina no dia 4 de junho, oportunidade na qual medirá forças com a Alemanha a partir das 00h (horário de Brasília), na partida que marcará a sua estreia na segunda semana de jogos da competição, que será disputada em Fukuoka (Japão).

Construções indevidas agravam problema de erosão costeira no Brasil

A erosão da costa do Rio de Janeiro é um problema antigo, que se agrava em momentos de grandes ressacas, como ocorreu no último fim de semana em Macaé, no norte fluminense. As ondas que atingiram quase 3 metros (m) provocaram estragos na Praia Barra de Macaé, no bairro Fronteira, zona norte da cidade, e resultaram na interdição de 74 imóveis, sendo que em sete houve desabamentos parciais ou totais. Também foram registradas queda de cinco postes e perda da pista da orla. Além disso, quatro pessoas ficaram desabrigadas e 180, desalojadas.

O geógrafo marinho da Universidade Federal Fluminense (UFF) Eduardo Bulhões explicou que a praia é muito próxima da foz do Rio Macaé e tem essa instabilidade causada, entre outros fatores, pela ocupação dos terrenos próximos à linha de água.

“Uma questão relevante de o poder público entender é que não existem medidas definitivas para acabar com o problema da erosão, uma vez que a gente trabalha basicamente nos sintomas, nas consequências e não necessariamente nas causas dela. Por exemplo, uma ressaca muito forte a gente não tem como evitar. A gente tem como preparar o litoral para conseguir lidar melhor com esses impactos. O primeiro passo é entender que a gente precisa de medidas para o controle do problema e não para soluções definitivas dele como muitos gestores querem vender a ideia”, defendeu em entrevista à Agência Brasil.

Bulhões é um dos integrantes do grupo de trabalho que vai realizar o estudo técnico e ambiental acertado pela prefeitura de Macaé, no norte fluminense, com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). “Eles [da prefeitura] estão querendo se capacitar para entender melhor como ocorrem esses eventos, esses processos. Sabem que tem risco, mas não sabem por que”, completou.

O estudo será realizado pelo Instituto Politécnico e o pelo Instituto de Biodiversidade e Sustentabilidade (Nupem) da UFRJ, sob a coordenação do decano do Centro Multidisciplinar da entidade de ensino no município, professor Irnak Barbosa. A intenção é analisar o processo de erosão costeira que há tempos atinge o município. O trabalho terá ainda o acompanhamento do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ).

Atafona

Em Atafona, distrito da cidade de São João da Barra, também no norte fluminense, a perda de construções e avanço da faixa de areia têm evoluído ao longo dos anos. O problema não para por aí. “Em Atafona já foram mais de 500 construções destruídas. Tem impacto também em Rio das Ostras, em Campos dos Goytacazes. Perto da capital tem impactos significativos em Maricá. A Praia da Macumba, na cidade do Rio de Janeiro, é um dos lugares bem vulneráveis e volta e meia tem que reconstruir a orla. A erosão costeira no Brasil ocorre em vários municípios. Tenho trabalhado neste tema há muitos anos”, destacou Bulhões citando locais atingidos.

Estudo

O geógrafo estimou que, até esta semana, o grupo que vai realizar o estudo terá os nomes publicados no Diário Oficial do Município, o que é um trâmite para iniciar o trabalho. “Uma vez instituído, a gente vai trabalhar para soluções de controle da erosão”, pontuou.

A partir disso, disse o especialista, devem ser analisadas medidas estruturais como recomposição da praia e da vegetação de restinga. “Acho que essa é mais moderna para lidar com o problema. A gente pressupõe que as praias, a vegetação de restinga e as pequenas dunas frontais agem como defesa, de fato, do litoral. Isso é o entendimento da literatura internacional sobre isso, recompor o ecossistema e utilizá-lo como uma barreira ao ataque das ondas e tempestades. Medidas estruturais podem ser obras e também composição dos ecossistemas litorâneos.”

Bulhões destacou ainda algumas medidas não estruturais. Uma delas é a chamada retração planejada, quando se faz a remoção de um conjunto de construções instalado em local inadequado e que, por isso, não pode permanecer naquele lugar.

“Por exemplo, nessas casas que caíram, a gente não pode permitir que haja uma reconstrução de residências no mesmo local. Então, a retração traz a ideia de que em alguns casos a gente precisa recuar as nossas estruturas para que consigamos recompor o ecossistema e que ele funcione como uma barreira natural”, explicou o geógrafo.

Bulhões acrescentou que estão ainda dentro desse tipo de medidas o sistema de previsão e alerta e o que ele chamou de alfabetização climática, que seria o convencimento da sociedade de que algumas áreas do litoral precisam ser desocupadas.

Em 2018, o geógrafo fez parte de um grupo que produziu o livro Panorama da Evasão Costeira no Brasil, composto por 17 capítulos, um para cada estado que passa por esse tipo de problema. Ele participou do que trata do Rio de Janeiro, que compreende a faixa desde São Francisco de Itabapoana, no norte do estado, na divisa com o Espírito Santo, até Paraty, na divisa com São Paulo. “A gente tem muitas áreas em erosão, sendo a mais grave a de Atafona, mas temos em Rio das Ostras, Cabo Frio, Campos, Macaé, cidade do Rio de Janeiro, Angra dos Reis”, disse.

Bulhões lembrou que, na Praia da Macumba, na zona oeste da capital, em 2005 foi feito um projeto na orla com calçadão e instalação de quiosques e de ciclovia. “De lá para cá, aquele lugar já sofreu com ressacas mais de seis vezes. A gente, enquanto sociedade, construiu em lugar errado. O principal problema em praias urbanas nas grandes cidades é o avanço da urbanização em direção ao mar. Isso é um problema grave, porque na verdade essas estruturas não foram feitas para conter o avanço do mar, mas para dar um ar mais urbanizado para a orla e acabam sendo sujeitas a esses impactos”, afirmou.

Outro equívoco, na avaliação do geógrafo, era o projeto da prefeitura do Rio que pretendia instalar mantas de concreto sob a faixa de areia que se estende dos postos 3 ao 8, da Praia da Barra da Tijuca, na zona oeste. Depois de críticas de especialistas, o MPRJ determinou a paralisação da obra, e o município interrompeu os trabalhos. “A gente achou que aquilo estava muito errado, porque a principal forma de combater a erosão é dar espaço para a praia, se restabelecer a faixa de areia e a vegetação de restinga. Esses ecossistemas têm naturalmente essa função de defesa do litoral.”

Força da ressaca

O oceanógrafo Marcelo Sperle Dias, professor da Faculdade de Oceanografia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), alertou que não somente a altura das ondas determina a força da ressaca. Segundo ele, o período da onda, que é o tempo que ela leva para estourar na praia, pode causar grandes estragos. Esse foi o caso de Macaé.

“Especificamente essa ressaca teve um período de ondas muito largo. A média do período de ondas no estado do Rio de Janeiro é na faixa de oito a dez segundos. Nessa ressaca, como outras que já aconteceram, o período foi de 16 a 18 segundos. Em termos de fluido da água, isso funciona quase como um tsunami. Quanto maior o comprimento do período de ondas, mais ela invade o litoral”, esclareceu Dias em entrevista à Agência Brasil.

Alertas

O professor contou que os avisos da Marinha sobre a ocorrência de ressacas costumam trazer a previsão de altura das ondas e ainda os períodos que vão levar para estourar. E isso é importante para se fazer um planejamento de cuidados. Segundo o oceanógrafo, normalmente os alertas têm quatro informações principais: trecho do litoral que vai ser mais atingido, qual é a direção das ondas (se estão vindo do sul, sudeste), a altura da onda e o período. Diante disso, ele sugeriu que as prefeituras tenham equipes capazes de fazer essas observações para propor medidas que evitem danos maiores. “Nós precisamos que a Defesa Civil das prefeituras tenha profissionais capacitados acostumados a trabalhar com este tipo de problema.”

Dias participa desde 1997 do grupo de especialistas do projeto Erocosta, que trata da erosão costeira e monitora vários pontos chamados de hotspots do litoral fluminense, entre eles, esse trecho de Macaé e de Atafona que, segundo ele, está cada vez mais crítico. “O hotspot é uma área do litoral onde várias condições, não só da ressaca e da energia das ondas, várias outras forçantes, que a gente chama, condicionam que aquele ponto tenha eventualmente impactos associados à questão de erosão costeira”, explicou.

O professor salientou que o impacto das ressacas nesses locais vai depender também da orientação do litoral, definida pela direção de partida das ondas. “Dependendo de onde estão vindo as ondas, um ou outro desses vai ter maior impacto. Não acontece em todos ao mesmo tempo, porque cada um deles está suscetível a estar mais de frente para onde as ondas grandes associadas à ressaca estão vindo”, revelou.

O especialista reforçou o entendimento de que a ocupação urbana contribui para a ocorrência de danos na orla, causados por ressacas. “Todo mundo já foi criança e construiu castelo na areia da praia. Vem uma onda e derruba o castelo. Hoje tem pessoas que constroem as casas quase na areia da praia, quer sair de casa e pisar já na areia. Além disso, se coloca uma ciclovia ou um quiosque, que avançam por sobre a praia. Ou seja, qualquer tipo de edificação, obra sólida, vai receber o impacto das ondas. Nossos avós já diziam ‘água mole em pedra dura, tanto bate até que fura’. Não tem jeito. Ao longo do tempo, essas estruturas vão sofrendo esses impactos e uma hora acabam desmoronando”, observou.

O oceanógrafo destacou ainda que, conforme o Projeto de Gestão Integrada da Orla Marítima do governo federal, do qual o Erocosta é integrante, a recomendação é que a área de amortecimento em regiões urbanas deveria ser de 50 m além da praia. E, em áreas não urbanas de, pelo menos, 200 m atrás da linha da praia.

“A gente sabe que isso é o ideal, é ter a zona de amortecimento para a dissipação da energia das ondas acontecer naturalmente. As nossas praias e restingas, toda a região litorânea, são como se fossem um filtro natural para a energia das ondas. Se não tivesse ali nenhuma edificação, naturalmente, fosse a ressaca que fosse, ela seria dissipada pela própria passagem da onda. Inundaria toda a praia, atingiria a área de vegetação e a energia se perderia. Se as construções estivessem atrás da área de amortecimento, se evitariam muitas coisas”, indicou, sugerindo que na área atingida de Macaé haja a remoção dos escombros e no lugar seja recuperada a vegetação de restinga.

“Vamos ter cada vez mais tempestades, ressacas e chuvas mais fortes, inundações e secas maiores. É um período de mudança climática, não há dúvidas, mas nós seres humanos temos que usar esse nosso conhecimento para nos adaptarmos a isso”, disse.