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Empresas gaúchas podem aderir a programa de apoio financeiro

Portaria do Ministério do Trabalho e Emprego publicada esta semana fixa regras para que empresas de municípios gaúchos em situação de calamidade possam aderir, até a próxima quarta-feira (26), ao Programa Emergencial de Apoio Financeiro para trabalhadores do estado.

O programa, que consiste no pagamento de duas parcelas de R$ 1.412 cada por empregado em julho e agosto, foi instituído por Medida Provisória nº 1.230. Em nota, o ministério informou que o pagamento da primeira parcela será dia 8 de julho e a segunda está programada para 5 de agosto.

Pescadores profissionais artesanais, segundo a pasta, recebem nos mesmos dias dos formais. Já para empregados domésticos, a adesão ocorre entre os dias 29 de junho e 26 de julho, com pagamento da primeira parcela escalonada conforme data de adesão, a ser liberada nos dias 8, 15 e 22 de julho, com a segunda parcela paga em 5 de agosto.

“Assim que a empresa aderir e forem atendidos os critérios de elegibilidade, serão processados os pagamentos de Apoio Financeiro aos empregados, inclusive os estagiários e os aprendizes ativos e com remuneração enviada ao eSocial em pelo menos uma folha de pagamento entre as competências de março e maio de 2024.”

O calendário completo de pagamentos pode ser conferido no site do governo federal

Entenda

A adesão e a declaração de redução do faturamento e da capacidade de operação do estabelecimento em decorrência dos eventos climáticos que causaram enchentes no estado, de acordo com o ministério, devem ser realizadas via Portal Emprega Brasil – Empregador.

Já o requerimento do empregado doméstico deve ser realizado no aplicativo da Carteira de Trabalho Digital ou no Portal Emprega Brasil – Trabalhador. Pescadores artesanais não precisam realizar a adesão, feita de forma automática no sistema do Seguro Desemprego dos Pescadores Artesanais.

Empresas públicas e sociedades de economia mista, incluídas as suas subsidiárias, não podem aderir ao Apoio Financeiro.

O auxílio está condicionado à localização dos estabelecimentos dos empregadores em áreas efetivamente atingidas, na mancha de inundação delimitada por georreferenciamento, em municípios em situação de calamidade ou de emergência reconhecido pelo governo federal.

“Os beneficiários não precisam se preocupar em abrir contas para o recebimento do valor. A Caixa identifica se o trabalhador já possui conta corrente ou poupança no banco e efetua o crédito automaticamente, sem que seja necessário comparecer a uma agência. Caso o beneficiário não tenha conta, a Caixa se encarrega de abrir, também de forma automática, uma Poupança Caixa Tem, que poderá ser movimentada pelo aplicativo Caixa Tem”, concluiu a pasta.

Loterias Online da Caixa têm instabilidade em dia da Quina de São João

Os sistemas de apostas online das loterias da Caixa Econômica Federal apresentaram instabilidade na manhã deste sábado (22), com a indisponibilidade para apostas em diversas modalidades, entre elas a Quina de São João, que será sorteada hoje, com prêmio estimado em R$ 220 milhões. Nas casas lotéricas, as apostam ocorreram normalmente.

A equipe técnica do banco detectou a instabilidade, mas não houve nenhum registro de ataque externo ou comprometimento dos sistemas, apenas o volume de demandas. À tarde, as apostas operavam normalmente, tanto no aplicativo como no site Loterias Online.

Além da Quina de São João, o concurso regular da Mega-Sena também será realizado hoje, com prêmio acumulado em R$ 86 milhões. No caso da Quina de São João, por se tratar de sorteio especial, o prêmio não acumula. Se não houver ganhadores na faixa principal, com acerto de cinco números, o prêmio será dividido entre os acertadores da segunda faixa (quatro números) e assim por diante, conforme as regras da modalidade.

As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília) nas casas lotéricas credenciadas pela Caixa, ou pela internet. Os sorteios serão realizados a partir das 20h, no Espaço da Sorte, em São Paulo, com transmissão ao vivo pelo canal da Caixa no YouTube e no Facebook das Loterias Caixa.

Chinês criador das cidades-esponja diz que Brasil pode ser referência

No momento em que os brasileiros ainda acompanham, quase que incrédulos, as consequências causadas pelos temporais de abril e maio no Rio Grande do Sul, o Brasil recebeu a visita do arquiteto e paisagista chinês Kongjian Yu, criador do conceito cidade-esponja, que se utiliza da própria natureza para melhor resistir à ocorrência crescente de tempestades.

“Espero que o Brasil possa ser referência sobre como devemos construir o mundo”, diz o professor da Universidade de Pequim, que veio ao país a convite do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Ele participou, na última terça-feira (18), de um seminário na sede do banco, no Rio de Janeiro, sobre experiências nacionais e internacionais na reconstrução de cidades devastadas por tragédias ambientais.

Arquiteto e paisagista da Universidade de Pequim, Kongjian Yu durante debate “Reconstrução de cidades e mudança climática: experiências internacionais e nacionais para o Rio Grande do Sul e o Brasil” – Tomaz Silva/Agência Brasil

O encontro foi motivado pela calamidade que atingiu o Rio Grande do Sul, classificada pelo governador gaúcho, Eduardo Leite, como o “maior desastre climático do Brasil” em termos de extensão territorial e impacto econômico. Mais de 170 mortes foram confirmadas.

Kongjian Yu ressaltou que ficou impressionado com a ênfase que o BNDES tem dado a assuntos relacionados à busca de um futuro mais verde. “Eu nunca tinha ouvido uma instituição financeira falar tanto sobre mudanças climáticas, soluções verdes e determinação para o Brasil virar referência na construção de um futuro sustentável”, disse.

“Estou orgulhoso de estar aqui para compartilhar a minha experiência de como o planeta pode ser sustentável”, completou.

Origem camponesa

Yu contou que começou a pensar no conceito de cidade-esponja ao perceber que o vilarejo em que ele morava, em Zhejiang, província no leste da China, estava sendo recorrentemente afetada por inundações.

Segundo o professor, os problemas se agravaram à medida em que avançava o que ele chama de “infraestrutura cinza”, a presença crescente de concreto nas cidades, canalizando rios e impermeabilizando grandes áreas.

Dessa forma, ele colocou em prática projetos de paisagismo que privilegiam a própria natureza para lidar com enchentes, priorizando grandes áreas alagáveis e presença de vegetação nativa. Assim, partes de cidades se tornam uma espécie de esponja, com capacidade de receberem inundação e dar “tempo” para o escoamento da água, diminuindo danos a áreas habitadas.

“A enchente passa a não ser uma inimiga, resume.

O sucesso do projeto de Yu fez com que o paisagismo cidades-esponja fosse usado em maior escala em mais de 250 cidades chinesas e replicado também fora do país.

Em 2023, o pioneirismo e alcance do conceito renderam a Yu o Prêmio Internacional de Arquitetura Paisagística Cornelia Hahn Oberlander.

O conceito desenvolvido por Yu não se limita a criar áreas cuja única finalidade é ser um espaço alagável. Ele trabalha com a harmonização entre construções e natureza. Os exemplos mais recorrentes são parques que, durante estações de seca, são frequentados pelas pessoas. Muitos são um emaranhado de trilhas e passarelas cercadas por pequenos lagos e muito verde. “Seguros e bonitos”, descreve.

Yu atribui esse conhecimento de lidar com o ambiente sem intervenções drásticas – construção de muros de contenção e canalização de rios – à sabedoria de antepassados.

“Não é nada novo para aqueles que viviam há milhares de anos em regiões de monções”, disse, se referindo à temporada de ventos que causam tempestades no sudeste asiático.

China. Projeto de cidade-esponja do paisagista e arquiteto chinês Kongjian Yu. Jinhua Harbin Qunli Stormwater Park. – Foto Divulgação escritório Turenscape

Contra infraestrutura cinza

Kongjian Yu é crítico da infraestrutura cinza.

“Gastamos bilhões de dólares canalizando rios, construindo represas, diques, tentando evitar que cidades e aldeias sejam inundadas”.

Segundo o arquiteto, essas intervenções devem ser consideradas para resolver questões imediatas no curto prazo apenas. “Não existe represa segura sempre, o que aumenta o perigo potencial de inundações”, declarou.

“Espero que o Brasil possa aprender com isso. Aprender com o que deu errado na China”, adverte, se referindo ao uso crescente de intervenções da engenharia.

Ele cita ainda que a produção de cimento é um emissor de gases do efeito estufa. Assim, diminuir a presença da infraestrutura cinza contribui diretamente para a redução do nível de poluentes liberados para a atmosfera.

O paisagista chinês defende que o conceito de cidade-esponja é uma solução sistemática para uma trajetória de resiliência, uma filosofia oposta à infraestrutura cinza, e que consiste em reter a água onde ela cai “Essa é a ideia do planeta esponja”, assinala.

O professor da Universidade de Pequim explica que parte do aumento do nível do mar – fenômeno que ameaça ilhas e países costeiros – se dá por causa do escoamento de água pluvial e, segundo Yu, caso essa água fique armazenada na região em que acontecem as chuvas, poderia ser absorvida na mesma área, diminuindo o volume levado para os oceanos.

China. Projeto de cidade-esponja do paisagista e arquiteto chinês Kongjian Yu. Jinhua Harbin Qunli Stormwater Park.- Foto Divulgação escritório Turenscape

Brasil

Yu enalteceu a biodiversidade brasileira e mostrou-se entusiasmado com o papel que o Brasil pode exercer no planeta. “Vocês são uma esperança, são um país muito jovem ainda”.

Apesar do otimismo, ele criticou a forma em que a agricultura é cultivada. “Vejo quilômetros e quilômetros de soja. Não há espaço para a água. Vocês podem estar usando técnicas erradas. Uma pequena e simples solução pode mudar a situação dramaticamente: tornem a terra em uma esponja para captar mais água”, recomendou.

O arquiteto considera que um dos primeiros passos para a elaboração de cidades-esponja é a criação de um plano diretor, em que fique claro “qual espaço ceder para água e onde não construir”.

Ele orienta que as áreas alagáveis sejam preenchidas com florestas, parques e lagos. “A nossa solução é tirar o muro. Deixar a água entrar. A água irriga o parque”.

Os muros de contenção são, na visão do paisagista, uma ameaça. Ele explica que quando acontecem transbordamentos, as superfícies de concreto funcionam como barreiras que impedem a água de retornar para o leito dos rios.

Outro fator negativo é que rios canalizados – geralmente mais retilíneos e com menos curvas que traçados naturais – aumentam a velocidade do fluxo d’água, em vez de retardá-la.

Segundo Yu, é preciso planejamento para que rios canalizados sejam transformados em rios-esponja, com vegetação, pequenas ilhas verdes que absorvam parte da água. “Nós temos que pensar grande”, incentiva.

Ele entende que, em vez de quilômetros e mais quilômetros de muros de contenção, é preferível criar uma “parede belíssima que respira, com vegetação nativa, um corredor verde, bem no meio da cidade”.

Kongjian Yu considera que iniciativas individuais também podem contribuir para que as cidades exerçam melhor a função de esponjas. Ele dá o exemplo de prédios e apartamentos que podem absorver a água da chuva. “É possível coletar e levar para a varanda, irrigando hortas”, detalha.

“Nós precisamos repensar a maneira com que reconstruímos nossas cidades. Buscar uma solução baseada na natureza”, finaliza.

Com doses próximas do vencimento, Saúde amplia vacinação contra dengue

O Ministério da Saúde voltou a ampliar o público-alvo da vacinação contra a dengue para evitar perdas de estoques de vacinas que estão próximas do vencimento. Doses com validade até 30 de junho e 31 de julho poderão ser aplicadas, preferencialmente, em crianças e adolescentes de 6 a 16 anos e não apenas de 10 a 14 anos.

Em nota técnica, a pasta orienta que estados com municípios que ainda não foram contemplados com a vacina da dengue realizem, preferencialmente, o remanejamento das doses com vencimento próximo para essas localidades. Já nos estados onde todos os municípios foram contemplados, as doses poderão ser aplicadas na faixa etária de 6 a 16 anos.

No documento, o ministério destaca ainda que, em casos onde os dois procedimentos forem comprovadamente insuficientes para esgotar as doses próximas do vencimento, a critério dos gestores municipais, a vacinação contra a dengue poderá ser estendida a pessoas de 4 a 59 anos, limite etário especificado na bula do imunizante Qdenga.

Para garantir a segunda dose, aplicada com intervalo de 90 dias, às pessoas que forem vacinadas com vacinas remanejadas dentro das recomendações feitas pela pasta, estados e municípios devem oficializar a estratégia escolhida por meio dos e-mails : dengue.cgici@saude.gov.br; pni@saude.gov.br; cgici@saude.gov.br.

“O Ministério da Saúde reforça que esta é uma estratégia temporária e excepcional, aplicada apenas para as vacinas que possuem prazo de validade até 30 de junho e 31 de julho de 2024”.

Auxílio Reconstrução: 182 prefeituras ainda não cadastraram famílias

Prefeituras de 182 cidades do Rio Grande do Sul ainda não registraram famílias para receberem o Auxílio Reconstrução do governo federal. O cadastramento é o passo inicial para solicitação do benefício de R$ 5,1 mil, destinado às famílias residentes em áreas atingidas pelas enchentes, que abandonaram suas casas, de forma temporária ou definitiva, nos municípios com reconhecimento da situação de calamidade ou emergência.

O prazo termina na próxima terça-feira (25) e o cadastro dos dados deve ser feito na página do Auxílio Reconstrução. Ao todo, 444 municípios gaúchos estão com reconhecimento federal vigente e tem direito a solicitar o valor. Desses, 182 não registraram nenhuma família.

O Rio Grande do Sul enfrenta o pior desastre climático da sua história e vem trabalhando na recuperação de estruturas após as enchentes atingirem o estado nos meses de abril e maio. Dos 497 municípios gaúchos, 478 foram afetados, uma população de mais de 2,4 milhões. Também houve 177 mortes e 37 pessoas continuam desaparecidas, segundo a Defesa Civil estadual.

Nesta semana, mais chuvas atingem o estado e nível dos rios voltou a subir, o que preocupa moradores de áreas de risco. Poucos dias após muitos regressarem para casa, a água voltou inundar áreas da região metropolitana de Porto Alegre.

Pago em parcela única de R$ 5,1 mil, o Auxílio Reconstrução pode ser usado livremente, para comprar itens perdidos durante os alagamentos ou para reformar imóveis.

Análises

As análises e os pagamentos para as famílias já cadastradas para receberem o auxílio vão continuar, após o dia 25, até a finalização de todas as análises. Na sequência, o responsável familiar precisa confirmar as informações no mesmo site do Auxílio Reconstrução, utilizando a conta registrada no site Gov.br. Então, a Caixa Econômica Federal realizará o pagamento.

As famílias não precisam abrir contas no banco. A Caixa identificará se o responsável já tem conta-poupança ou corrente na instituição e fará o crédito automaticamente. Caso o beneficiário não tenha conta, o próprio banco se encarregará de abrir uma Poupança Social Digital para o pagamento do auxílio. O valor poderá ser movimentado pelo aplicativo Caixa Tem.

Atualmente, 256,7 mil famílias de 115 municípios tiveram o benefício aprovado, sendo que 208 mil encaminharam a confirmação dos dados. Entre as famílias que confirmaram as informações, 202 mil estão com dinheiro em conta.

O governo federal espera atender 375 mil famílias gaúchas, representando R$ 1,9 bilhão de investimento. O valor destinado ao Auxílio Reconstrução era, inicialmente, de R$ 1,23 bilhão para 240 mil famílias. Na última quarta-feira (19), o governo abriu crédito extraordinário de 689,7 milhões para o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional para a ampliação do benefício a mais 135 mil famílias.

Milhares de estudantes gaúchos continuam sem aula: “pior que pandemia”

Milhares de crianças e adolescentes continuam fora das escolas no Rio Grande do Sul desde que fortes chuvas devastaram o estado em maio. Na rede estadual de educação, 27 escolas permanecem fechadas e mais de 8,4 mil estudantes estão sem aulas. E, segundo dados da Secretaria Estadual de Educação, 36 mil estão em sistema de ensino remoto.

Na rede municipal de educação de Porto Alegre, há 7 mil alunos sem aulas e 14 escolas municipais ainda continuam sem condições de uso por causa dos alagamentos. Em Canoas, na região metropolitana, uma das cidades mais atingidas, apenas oito das 44 escolas municipais voltaram a funcionar somente a partir de terça-feira (18). Mais seis retomam as atividades na próxima semana e 30 ainda precisam passar por limpeza ou estão sendo usadas como abrigos.

Em Eldorado do Sul, Ginásio Elyseu Quinhones serve de abrigo para atingidos pelas cheias – Bruno Peres/Agência Brasil

Entre as que voltaram às aulas nesta semana está a Escola Municipal de Ensino Fundamental Rio Grande do Sul, no bairro Mato Grande, que atendia cerca de 700 alunos antes da enchente. A água chegou a 40 centímetros dentro das salas, destruindo parte da biblioteca e do material didático e literário.

Por enquanto, cerca de 60% dos alunos dessa escola voltaram a estudar no local. O diretor da instituição, Fernando Lazzaretti, explicou que muitos estudantes estão alojados em outros municípios e não puderam voltar.

Para o pedagogo, o impacto das enchentes será mais grave que o da pandemia. “Na pandemia, as pessoas tinham minimamente o conforto de suas casas, e muitos da nossa comunidade não têm mais casa, não têm para onde retornar. Então, na pandemia, por mais que tivemos que ficar isolados, o contato foi virtual. Nesse período de 45 dias aproximadamente muitos alunos não têm nem esse contato virtual. Por isso, a gente acha que, em curto e médio prazos, o impacto da enchente vai ser maior que o impacto da pandemia.”

A professora de dança Ana Paula Fagundes, de 34 anos, foi buscar a pequena Maria Luiza, de 7 anos na escola, e a menina estava feliz por poder voltar a estudar. “Saiu da rotina dela, saiu de perto dos colegas. Ela ficou bem ansiosa por isso, coitada, e demorou a entender que todo mundo tinha perdido tudo. Ontem não deu para a gente vir, e ela chorou horrores porque eu não a trouxe, [disse] que não era justo”, contou a mãe.

Sem escolas

Não tiveram a mesma sorte os três filhos da dona de casa Janete da Silva Campos, de 38 anos. As crianças, de 7, 12 e 14 anos, estão matriculadas na Escola Municipal de Ensino Fundamental Assis Brasil, que está fechada e coberta de entulho.

“Mesmo que o colégio abra, hoje não tem como voltar porque eles não receberam material, nem uniforme. Eles até falam que queriam voltar para o colégio. Alguns dos amiguinhos deles já estão ali na [escola] Rio Grande do Sul. Eles ficam em casa o dia todo, perdem tempo com brincadeira, correndo na rua”, contou a mãe. Janete conta que nenhum dos três filhos sabe ler e escrever bem devido também à pandemia.

A Agência Brasil visitou ainda a maior escola de Canoas que atendia cerca de 1,3 mil alunos antes da enchente, a Escola Municipal de Ensino Fundamental Thiago Würth, no popular bairro de Mathias Velho, um dos mais atingidos pelas chuvas e onde ainda é possível ver montanhas de entulho em quase todas as ruas.

Nesta sexta-feira 921), o Exército brasileiro tentava retirar o entulho e limpar a Escola Thiago Würth para retomar as atividades. O assessor pedagógico José de Jesus D’Avila trabalha há 31 anos no estabelecimento escola e se emocionou ao falar da situação.

“Fora o prejuízo econômico, é um sentimento de tristeza ver as crianças fora da sala de aula. Elas estão sendo prejudicadas pedagogicamente, mas o pessoal tem força. Nós vamos levantar a escola de novo”, afirmou.

Matemática 

O bairro da professora e líder comunitária Gisele Vidal, de 35 anos, não foi atingido pelos alagamentos. Mesmo assim, a escola do seu filho, Gabriel, de 8 anos, não está funcionando porque virou abrigo para as pessoas que perderam suas casas.

“Ele pergunta quando volta quase todos os dias. Ele perguntou se a gente ia voltar antes da festa de São João. Ele estava de aniversário em maio, e a festinha ia ser na escola”, lembrou Gisele Vidal.

O pequeno Gabriel disse que sente saudade dos “temas”, que são as atividades da escola. “Estou com saudades da minha professora, dos meus amigos e de estudar os temas. Porque eu sou bom na matemática, e eu gosto de temas de matemática”, afirmou.

Governos

O secretário municipal de Educação de Canoas, Aristeu Ismailow, afirmou à Agência Brasil que espera que todas as escolas retomem as atividades até a metade do mês de julho. “Firmamos uma parceria com o Exército e também temos uma contratação para a limpeza das nossas escolas”, disse.

Ismailow acrescentou que o calendário escolar está sendo reorganizando para dar o máximo de dias letivos possível. O Ministério da Educação (MEC) flexibilizou o mínimo de 200 dias letivos para escolas do Rio Grande do Sul, mas manteve a obrigação de cumprir 800 horas/aulas no ano. “Provavelmente com o uso dos sábados, mas sabemos que teremos que usar atividades complementares para conseguir atingir as 800 horas/aulas das quais não se abre mão”, completou.

Nesta semana, o governo gaúcho iniciou a entrega de novo mobiliário para duas escolas, uma em Canoas e outra em Venâncio Aires, totalizando 352 cadeiras e carteiras e 18 mesas. “Até 26 de junho, mais 15 escolas estaduais de Canoas, São Leopoldo, São Sebastião do Caí e Montenegro receberão os novos mobiliários”, disse, em nota, a secretaria estadual de Educação.

Já o MEC abriu prazo para as escolas e redes municipais solicitarem material didático para substituir o perdido pelas chuvas. Além disso, uma medida provisória (MP) do governo federal abriu crédito extraordinário de R$ 25,8 milhões para alimentação escolar e mais R$ 46,1 milhões para limpeza e pequenas reformas no Rio Grande do Sul, entre outras ações.

Oferta pública de ações da Sabesp é aberta

O governo de São Paulo abriu na noite dessa sexta-feira (21) a oferta pública das ações da Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo (Sabesp). Com isso, inicia-se a última etapa da privatização da empresa. No início do mês, o governo paulista anunciou que ficará com apenas 18,3% das ações da companhia. Atualmente, o estado detém 50,3% dos papeis; o restante está nas mãos de empresas ou pessoas físicas. 

Segundo o Palácio dos Bandeirantes, a venda de ações será dividida em dois lotes: o primeiro, de 15% dos papeis, será destinado a um investidor de referência; já o segundo, com cerca de 17% das ações, será aberto a todo o mercado, inclusive pessoas físicas, jurídicas e funcionários da companhia.

A partir da próxima segunda-feira (24) e até a sexta-feira (28), os investidores profissionais que se credenciaram na Bolsa de Valores (B3) até o último dia 17 poderão apresentar suas propostas de preço pelo primeiro lote (15% das ações da companhia). Dois investidores de referência selecionados serão anunciados no dia 28, após o fechamento do mercado.

Disputa

Os dois investidores de referência farão uma nova disputa para determinar quem ficará com os 15% dos papeis. “Se um investidor de referência tiver o melhor preço no livro de mercado, mas estiver gerando menor retorno financeiro ao estado, esse poderá recorrer ao right to match e cobrir o valor da oferta do concorrente, vencendo a disputa”, explica, em nota, o governo do estado.  O vencedor será divulgado no dia 15 de julho.

Já as vendas do segundo lote de ações (17% dos papeis da companhia) terão início em 1º de julho e ocorrerão até 15 de julho. Os interessados, inclusive pessoas físicas, poderão apresentar ofertas por meio de suas corretoras.

A liquidação e o encerramento da operação de privatização das ações do estado ocorrerão em 22 de julho. A oferta pública de ações da Sabesp está sendo conduzida pelos bancos BTG Pactual, Bank of America, Citi, UBS e Itaú BBA. 

De acordo com o Palácio dos Bandeirantes, não haverá oferta primária, o que significa que apenas ações que atualmente são do Governo de São Paulo serão vendidas.

Busca no exterior

O governo do estado de São Paulo tentará encontrar compradores da companhia no exterior a partir de segunda-feira (24), nos Estados Unidos e na Europa.

“O Governo de São Paulo inicia na próxima segunda-feira (24), em Nova Iorque, a terceira missão internacional do ano, que prevê agendas também na Europa. Liderada pelo governador Tarcísio de Freitas, a comitiva paulista participa de uma série de encontros com executivos de grupos e fundos globais de investimentos para apresentar o modelo da oferta”, disse o governo, em nota.

Pesquisa aponta problemas no ensino da educação física em escolas

Uma pesquisa realizada com mais de 3 mil professores de educação física de todo o país revelou problemas como necessidades de melhoria da estrutura e falta de materiais para as aulas. O estudo, realizado pela Organização não Governamental Instituto Península, envolveu profissionais de escolas públicas (86%) e de escolas particulares (13%), entre outubro e novembro de 2023.

Segundo o levantamento, 94,7% dos professores apontaram que o espaço onde são ministradas as aulas de educação física precisam de melhorias. Entre os problemas apontados estão a situação ruim de quadras esportivas, a ausência de vestiários e a falta de materiais como bolas de handebol, basquete, vôlei e até mesmo de futsal.

Quando perguntados sobre que estratégias adotam quando enfrentam problemas de infraestrutura, 51,9% dizem levar seu próprio material, 50,9% respondem que fazem seu próprio material, 16% usam doações e 14,6% só fazem tarefas que não precisam de material e 11,1% levam estudantes para fora do ambiente escolar.

Além disso, segundo a pesquisa 79,8% dos professores informaram já ter comprado material com dinheiro do próprio bolso em algum momento. Entre os materiais adquiridos pelo próprio docente mais comuns estão bolas de futsal (19,2%), bolas de vôlei (17%), bambolês (13,6%) e bolas de handebol (11,2%).

“Isso quer dizer que eles sentem que não têm as ferramentas suficientes para poder fazer o seu trabalho. Eles também sentem necessidade da melhoria nos espaços das escolas para que eles possam dar aula. Ou seja, eles não têm o espaço nem o material para atuarem como professores de educação física”, afirma Daniela Kimi, do Instituto Península, ONG que trabalha com a capacitação de professores.

Bullying

Outro destaque da pesquisa é o fato de que 76,1% dos professores já presenciaram bullying, ou seja, a intimidação sistemática, física ou psicológica em atos de humilhação ou discriminação, cometido por alunos em aulas de educação física.

A maior parte dos casos de bullying envolve a habilidade técnica de outros alunos (79,7%), mas também foram registradas temáticas como aparência (54,6%), gênero (28,8%) e sexualidade (23%).

Entre aqueles professores que já presenciaram bullying nas aulas, 21,4% disseram não ter preparo para lidar com a situação.

“A reflexão que a gente traz é que o espaço da educação física é mais propício para que os alunos tenham essas atitudes. E os professores também nos trazem a necessidade de saber como intervir nessas situações”, explica Daniela.

A pesquisa questionou também sobre dificuldades para incluir meninas nas aulas de educação física. Aqueles que apontaram esse problema somaram 36,9% do total. “O curioso é que a gente pergunta ‘você gostaria de ter apoio no sentido de incluir as meninas?’, mais de 60% [63,6%] afirmam que sim. Então a gente acha que esse número de 37% seja ainda maior”, destaca Daniela.

A Agência Brasil entrou em contato com a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), com o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e com a Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), mas não teve resposta.

Caruaru comemora festa junina com 72 dias de programação

A cidade de Caruaru, no agreste de Pernambuco, é conhecida por realizar uma das maiores festas juninas do país. Este ano, são 72 dias de programação e neste fim de semana, por causa do dia de São João na segunda-feira (24), é o mais aguardado por moradores e visitantes.

A festa começou no início de abril e só termina no próximo dia 29 de junho. As atrações estão distribuídas em 27 polos da cidade, entre eles pontos gastronômicos, de atrações musicais, danças, shows e artesanato.

Segundo o secretário de Turismo de Caruaru, Pedro Augusto, a estimativa é de que 4 milhões de turistas circulem na cidade nesse período. A movimentação na economia deve gerar em torno de R$ 700 milhões.

Este fim de semana, que antecede o dia de São João, é um dos mais aguardados, com atrações musicais para todos os gostos. Até segunda-feira, vários artistas nacionais passam pelo principal palco da festa, entre eles o cantor João Gomes, Matheus e Kauan, Zé Neto e Cristiano e a banda Magníficos.

No total, serão 240 atrações divididas em 13 polos na zona urbana da cidade. Não só a noite, mas também durante o dia Caruaru tem muito forró, já que a cidade é conhecida como capital do forró.

A festa se concentra no Polo do Alto do Moura, o maior centro de artes figurativas da América Latina, berço do mestre Vitalino que, com a arte do barro, tornou a cidade conhecida mundialmente.  Por lá também é possível encontrar vários pontos gastronômicos, com culinária regional.

 As atrações começam ao meio-dia e se estendem até as 17h.

Mostra sobre mosaicos celebra 150 anos da imigração italiana no Brasil

Uma mostra multimídia, imersiva e itinerante a ser aberta ao público neste sábado (22), no MIS Experience, celebra os 150 anos da imigração italiana no Brasil. Chamada de Mosaico – Código Itálico de uma Arte Atemporal, a exposição conta a história da Itália por meio de um de seus importantes aspectos artísticos e históricos: o mosaico.

“Temos a intenção de dar um presente ao Brasil nos 150 anos da imigração italiana”, disse Lillo Teodoro Guarneri, diretor do Instituto Italiano de Cultura e adido cultural do Consulado da Itália, em entrevista à Agência Brasil.

“O mosaico é a perfeita junção de uma alta parte artística, do desenho e da imaginação com uma alta parte técnica. São Paulo foi planejada e construída em grande parte pelos italianos – e não só arquitetos, mas também por pessoas que faziam a decoração, os artesãos. Pensamos em trazer uma exposição que possa favorecer o diálogo, lembrando daqueles italianos que vieram aqui com um grande conhecimento técnico”, acrescentou.

Sangue italiano

“São Paulo é uma cidade onde 25% da população têm sangue italiano. E os italianos foram fundamentais na construção dessa cidade. Então, homenagear essa imigração, que comemora 150 anos, estava muito no nosso objetivo e essa exposição caiu como uma luva. Aqui, a gente celebra a cultura, a arte do mosaico, que é muito italiana e que depois, claro, cresceu para outros lugares. Essa é uma arte que exige muito talento, tanto dos artistas quanto dos artesãos capazes de produzir o material necessário e de fixá-lo com precisão”, afirmou André Sturm, diretor do MIS.

Além de embelezar e decorar ambientes, os mosaicos são considerados um patrimônio histórico, narrando histórias de reis, religiões, cotidianos e costumes. Eles também são uma história sobre a própria arte e de como seus estilos vão se alterando ao longo dos anos.

“A técnica é variada no tempo e o conteúdo também é variável. No período romano, obviamente, era mais dedicado à geometria, às cenas de caça e às cenas amorosas. Na parte mais tradicional, depois da entrada do cristianismo na história, ele é mais voltado para o tema religioso. Na modernidade se retoma esta parte muito forte relacionada ao urbanismo. O mosaico sempre foi um signo de poderio, sempre foi relacionado a momentos muito fortes de grande capacidade artística, técnica e de dinheiro”, explicou o diretor do Instituto Italiano de Cultura.

Percurso

A exposição é dividida em sete estações que relatam a arte dos mosaicos em diversos locais italianos como Roma, Pompeia, Aquileia, Ravenna, Palermo, Monreale, Praça Armerina e na cidade submersa de Baia. Essa arte é mostrada por meio de conteúdos audiovisuais inéditos, filmagens subaquáticas e feitas com drones, materiais de arquivo, animações gráficas e uma trilha sonora especialmente composta para a mostra.

A primeira protagonista da mostra é Roma, cujo passado ganha vida através de mosaicos guardados nos Museus Capitolinos e nas duas basílicas alto-medievais: Santos Cosme e Damião e Santa Praxedes. Depois, vem a Casa do Fauno, em Pompeia, com fragmentos que testemunham a Batalha de Isso.

A segunda estação mostra o pavimento da Basilica de Aquileia e, a terceira, é dedicada a Ravenna. Ao mosaico da Sicília, são dedicadas duas estações: a época de Rogério II revive em um itinerário solene de seus lugares sagrados, do Duomo de Monreale à Capela Palatina e Martorana. Já os costumes, tradições e hábitos dos romanos são exibidos ao longo dos corredores e salas de um achado arqueológico de valor inestimável: a Villa Romana del Casale da Praça Armerina.

A última estação apresenta mosaicos que só foram redescobertos na década de 1960, no Golfo de Nápoles: os mosaicos do Parque Arqueológico Subaquático de Baia, que só podem ser vistos presencialmente por quem mergulha.

“Esses mosaicos que estão na exposição são de oito lugares diferentes da Itália. Tem até uma parede que mostra mosaicos que ficam embaixo d’água, e que, portanto, só poderiam ser vistos visitando uma exposição, como essa nossa mostra aqui”, frisou Sturm.

Produzida pela Direção Geral para a Diplomacia Cultural do Ministério das Relações Exteriores e da Cooperação Internacional da Itália (Maeci) e idealizada e realizada pela Magister Art, a mostra é uma cooperação entre o MIS Experience e o Instituto Italiano de Cultura de São Paulo.

“Essa é uma exposição também imersiva, portanto, ela tem vídeos, tem trilha sonora, tem uma ambientação de iluminação e um plus a mais, que é quando você chega, você recebe um fone de ouvido conectado a um celular com a narração da exposição”, finalizou o diretor do MIS.

Mais informações sobre a mostra podem ser obtidas no site do MIS Experience.