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IBGE ainda não pode avaliar efeito da chuva na coleta de preços no RS

Como já tinha ocorrido durante a pandemia da covid-19, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) precisou se adaptar para realizar a coleta de preços na região metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, importante para a elaboração do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que será divulgado pelo órgão na próxima semana.

Segundo a diretora de Pesquisas do IBGE, Elizabeth Hypolito, as informações estão sendo obtidas, na medida do possível, por meio de entrevistas por telefone e pela internet, uma vez que algumas instalações da instituição no estado foram atingidas pelas enchentes.

Impacto

De acordo com Elizabeth Hypolito, ainda não é possível avaliar o impacto que isso terá nas pesquisas, porque será necessário esperar o fechamento de cada uma delas. “O IBGE sempre prezou muito pela transparência, um dos princípios relacionados no nosso código de boas práticas. Então, à medida que formos fechando e divulgando as pesquisas, as informações sobre os impactos serão comentadas”, informou Elizabeth.

Ela destacou, no entanto, que é preciso aguardar o momento oportuno, o fechamento, a correta avaliação desse impacto, para que o IBGE  possa se manifestar de forma apropriada.

O presidente do IBGE, Márcio Pochmann, explicou que, como as chuvas fortes no Rio Grande do Sul começaram no final de abril, o impacto nos indicadores daquele mês é restrito.

“Nós ainda não temos a definição final. Isso será feito, conforme disse a nossa diretora Elizabeth, de forma transparente no momento da divulgação. Antes disso, não há por que antecipar, pois nós não temos ainda condições de avaliar. De maneira geral, o método de coleta e de processamento das pesquisas é quase automatizado. Então só teremos a informação mais ao final. O mês de maio ainda está em curso e, por isso, também não temos condições de definição resolutiva nesse ponto”, completou.

Elizabeth Hypolito e Márcio Pochmann deram as informações nesta segunda-feira (20), em resposta aos jornalistas durante a apresentação da força-tarefa nacional criada pelo IBGE para capacitar autoridades municipais do Rio Grande do Sul no uso das várias ferramentas do órgão que vão permitir aos gestores e iniciativa privada lidarem com os efeitos do pior evento extremo que atingiu o estado.

Saúde defende escuta humanizada no acolhimento de vítimas de desastres

O Ministério da Saúde classifica como essencial o que define como escuta ativa e humanizada no acolhimento de vítimas de desastres, incluindo populações afetadas pelas enchentes do Rio Grande do Sul. Essas pessoas, segundo a pasta, podem apresentar reações como medo, desconfiança e tristeza.

Diante desse cenário, o ministério lançou materiais com recomendações emergenciais para a promoção da saúde mental e atenção psicossocial. Um dos volumes trata de respostas emocionais e primeiros cuidados psicológicos em desastres e emergências. O segundo, de perdas e lutos. E o terceiro, da situação de crianças em abrigos provisórios.

O conteúdo completo pode ser acessado gratuitamente.

Primeiros cuidados

De acordo com a publicação, desastres como as inundações no Rio Grande do Sul podem repercutir no bem-estar psicológico e na saúde mental de indivíduos e coletivos, sobretudo em função das múltiplas perdas, como a ausência de contato ou a morte de pessoas da rede socioafetiva, bem como residências, estruturas comunitárias – escolas, igrejas, espaços de lazer-, rotinas, trabalho e meios de subsistência.

Segundo a pasta, é preciso estar atento quando há exacerbação de reações psicológicas em pessoas com demandas de saúde mental preexistentes. Aumento no uso de substâncias também são reações esperadas, assim como a ocorrência de diferentes formas de violência. 

Nesses casos, as seguintes estratégias são listadas pelo ministério no intuito de tentar ajudar:

– oferecer apoio prático, de forma não invasiva;

– buscar lugar silencioso para conversar, escutando ativamente, mas sem pressionar a pessoa a falar;

– manter-se tranquilo, permitir o silêncio e confortar a pessoa, o que a ajudará a também se sentir calma;

– auxiliar na busca por outros apoios e serviços, oferecendo informações honestas e precisas, o que favorece a redução do estresse, permite a retomada do contato com pessoas da rede socioafetiva e o acesso a direitos.

Perdas e lutos

Já o material que trata de perdas e lutos destaca que situações de desastres como as enchentes no Rio Grande do Sul podem acarretar múltiplas perdas. “Por vezes, as pessoas precisam deixar moradias ou comunidades e ficam sem contato com familiares, vizinhos e amigos. Frente a todos esses impactos, vulnerabilidades são aprofundadas”.

Segundo a publicação, as repercussões à saúde e ao bem-estar, nesses casos, podem ocorrer por longos períodos, tanto pelo estressor primário, as próprias enchentes, quanto pelos estressores secundários, associados à reconstrução, que surgem quando as pessoas tentam recuperar suas vidas, relações interpessoais e bens materiais.

“A vizinhança e o bairro consistem em espaços de referência, convívio e identidade comunitária. Perder a própria casa ou lugares familiares pode desencadear um processo de luto, considerando os significados atribuídos e a história construída nesses locais”, aponta a publicação. 

Quando uma moradia é atingida em um desastre, a orientação do ministério é garantir a oferta de abrigo com acesso a alimentação, abastecimento de água e serviços de saúde, buscando minimizar danos e proteger o bem-estar e a dignidade.

“Em curto prazo, sugere-se que as pessoas em abrigos, residências de membros da rede socioafetiva ou outros locais de acolhimento possam trazer características suas a esses espaços, como por exemplo, desenhos, objetos ou outros elementos, sempre que possível. Isso potencialmente contribui para a representação simbólica de pertencimento e identidade, consistindo em uma estratégia para enfrentamento às perdas decorrentes do desastre”.

O material destaca ainda que o processo de luto é único e individual. “Portanto, comparações entre indivíduos e suas perdas não devem ser realizadas. Em desastres, por exemplo, frente à morte de pessoas, corre-se o risco de minimizar a dor decorrente de outras perdas (tais como de animais de estimação ou bens materiais)”.

“Toda manifestação de luto deve ser reconhecida como potencialmente geradora de sofrimento, independentemente da natureza da perda. É quem vive o luto que sabe da importância daquilo que foi perdido para a sua vida”.

Crianças em abrigos

Por fim, o último volume do material disponibilizado pelo ministério destaca que todas as crianças vulnerabilizadas por desastres devem ter acesso a um abrigo próximo ao seu território de origem, em condição de recebê-las com ou sem suas famílias (no caso de estarem desacompanhadas de familiares ou responsáveis legais em razão do desastre).

Tais condições, segundo a pasta, incluem:

– infraestrutura física do espaço (banheiros limpos e seguros; local para dormir com algum conforto térmico e redução da iluminação; espaço de convívio e para brincar);

– segurança alimentar e acesso a água própria para consumo humano;

– acesso a profissionais e/ou voluntários que possam acolher e valorizar suas demandas e as dos adultos no seu entorno.

“As crianças deverão ser mantidas junto às famílias e adultos de referência, recebendo pulseira de identificação com seu nome e nome do responsável. O desmembramento das famílias deve ser evitado em qualquer condição, exceção feita àquelas vivenciando situação de violência intrafamiliar e/ou com medida de afastamento determinada pelo Poder Judiciário”, recomenda o ministério.

Já crianças desacompanhadas, de acordo com o ministério, devem receber atenção especial por parte dos profissionais e/ou voluntários. 

“Quando disponíveis, devem ser encaminhadas preferencialmente a centros de cadastramento e triagem ou a abrigos organizados para tais fins. Quando isso não for possível, torna-se ainda mais urgente a articulação com a rede de proteção social (saúde, assistência social, conselho tutelar), Ministério Público e Poder Judiciário”, ressalta.

Batata, banana, laranja e melancia estão mais baratas, segundo a Conab

Preços de produtos como batata, banana, laranja e melancia estão em queda nas centrais de abastecimento do país (Ceasas), segundo levantamento divulgado nesta segunda-feira (20) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Tendo por base preços cobrados no atacado, o 5º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort) mostra que o preço da batata caiu pelo segundo mês consecutivo, na comparação com os meses de março e abril, mesmo com a menor oferta do produto no mercado.

 Centrais de Abastecimento do Distrito Federal, a Ceasa-DF. Foto:Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

De acordo com a Conab, isso ocorreu em resposta à queda de demanda pela batata. A maior redução registrada foi observada na Conab de Santa Catarina, onde houve uma queda de 25,1% em relação a março.

A expectativa da Companhia é de que esse comportamento pode não se repetir em maio. “No início deste mês, a média dos preços nas Ceasas está acima da praticada em abril”, informou a Conab ao ressaltar que pode estar iniciando um “período de entressafra do tubérculo, uma vez que há uma tendência de o pico da safra das águas ter passado, e iniciado, por outro lado, a safra da seca/inverno, que ainda não se apresenta suficiente forte para pressionar a cotações para baixo”.

Banana, laranja e melancia

O cenário é de preço menor também para a banana, em função do aumento da oferta da fruta no país, em especial com relação à variedade nanica do Vale do Ribeira, em São Paulo, do norte mineiro e do norte catarinense. “Esse incremento na quantidade do produto também pressionou os preços da banana-prata”, segundo a Conab ao descrever como “mais favorável que a batata” as projeções futuras para a banana.

“Há perspectiva da chegada de boa safra em meados de junho, as cotações devem diminuir ainda mais, tanto para a variedade prata quanto nanica”, detalhou a companhia.

A redução de preços da laranja e da melancia está relacionada à questão climática, uma vez que se costuma observar que a demanda pelas duas frutas costuma cair nos dias de frio, o que acaba por pressionar para baixo as contações.

“Já as demais frutas e hortaliças analisadas no Boletim Prohort ficaram mais caras no último mês. No caso da alface, as chuvas registradas nas regiões produtoras até o meio do mês passado impactaram na oferta da folhosa e elevaram os preços. Para a cenoura, a alta interrompe dois meses de queda nas cotações praticadas. Com o menor envio da raiz a partir de Minas Gerais, principal abastecedor, ocorre a natural pressão de demanda sobre produções de outros estados”, informou a companhia.

Cebola e tomate

A cebola tem apresentado alta de preços desde outubro do ano passado, fora o mês de janeiro, quando foi verificada queda de preços. Com o término da safra em Santa Catarina, a partir de maio o abastecimento passou a ter como origem os estados de Goiás, Minas Gerais e da Bahia. A Conab explica que essa descentralização de oferta costuma resultar em queda de preço, uma vez que os gastos com transporte acabam ficando mais baixos.

O aumento na quantidade de tomate enviada aos atacados do país no mês de abril, na comparação com o mês anterior, não foi suficiente para reduzir preços. Isso também se explica, a exemplo da cebola, por a produção se encontrar na entressafra. Além disso, a safra de verão ainda não foi compensada, neste início da safra de inverno.

Frutas

 Ceasa-DF, Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

No caso das frutas, o boletim registrou alta nos preços da maçã e do mamão. “A colheita da gala e seu armazenamento nas câmaras frias foram finalizados, com um menor volume colhido e, por isso, menores estoques acumulados”, informa a Conab.

“Já a maçã fuji teve colheita lenta por causa das chuvas na Região Sul que castigaram os pomares em março e abril, principalmente no estado gaúcho”. No caso do mamão, houve queda de oferta nas áreas produtoras da Região Sudeste

Comercialização

A Conab apresentou também um balanço com os dados de comercialização de frutas e hortaliças em 2023, nas 57 Ceasas do país.

No ano, o setor movimentou 17,4 milhões de toneladas de produtos hortigranjeiros, o que resultou em um total de R$ 66,7 bilhões comercializados. “O resultado representa um aumento de 4,73% no quantitativo comercializado e de 9,6% no valor transacionado, em comparação a mesma base de dados de 2022”, informou a Conab.

As Ceasas do Sul foram as únicas que apresentaram redução no volume comercializado (-4,94%) e no valor transacionado (-1%) na comparação com 2022. De acordo com a companhia, a queda se deve aos efeitos do El Niño na região e ao excesso de chuvas. As demais regiões apresentaram aumento tanto na quantidade comercializada como no valor transacionado.

Assange recebe permissão para recorrer contra extradição para os EUA

O jornalista e fundador do site WikiLeaks, Julian Assange, recebeu permissão de um tribunal de Londres para recorrer contra o pedido dos Estados Unidos (EUA) para extraditá-lo sob acusações de espionagem, informaram nesta segunda-feira (20) familiares de Assange.

Centenas de pessoas protestavam na manhã desta segunda-feira (20) em frente ao tribunal na capital inglesa pedindo a libertação imediata do jornalista. Assange enfrenta 18 acusações baseadas na Lei de Espionagem dos EUA. Se condenado, pode pegar até 175 anos de prisão.

“Os juízes chegaram à decisão certa. Passamos muito tempo ouvindo os Estados Unidos passarem batom em um porco, mas os juízes não acreditaram. Como família, estamos aliviados. Mas por quanto tempo isso pode durar?”, questionou a esposa de Assange, Estella Assange.

Após a decisão desta segunda-feira, a esposa do jornalista fez novo apelo para que o presidente americano Joe Biden desista de acusar Assange. “Os Estados Unidos deveriam ler a situação e abandonar esse caso agora. Agora é o momento de fazer isso. Basta desse ataque vergonhoso aos jornalistas, à imprensa e ao público, que já dura 14 anos”, completou.

O fundador do WikiaLeaks revelou 250 mil documentos militares e diplomáticos confidenciais que apontam crimes de guerra e abusos de direitos humanos ocorridos nas guerras do Afeganistão e do Iraque. As autoridades norte-americanas querem condenar Assange argumentando que suas ações no WikiLeaks prejudicaram a segurança nacional dos EUA, colocando em perigo a vida de agentes norte-americanos.

Para Estella Assange, à medida que o caso avança, está mais claro que Julian está na prisão “por fazer bom jornalismo, por expor a corrupção, por expor as violações de pessoas inocentes em guerras abusivas para as quais há impunidade. E além dessa impunidade, eles foram atrás do homem que colocou essa impunidade em registro público”.

De acordo com a agência de notícias Reuters, com a decisão da Corte de Londres, o australiano Julian Assange poderá apresentar um recurso completo contra sua extradição. A defesa do jornalista argumentou que ele não poderia usar, nos tribunais dos EUA, o direito previsto na Primeira Emenda da Constituição estadunidense, que garante o direito à liberdade de expressão e proíbe limitar a liberdade de imprensa, tanto por ser estrangeiro, quanto pelo fato das acusações serem de espionagem.

Já as autoridades dos EUA afirmaram no tribunal que a Primeira Emenda seria suficiente para permitir a extradição e que o jornalista não seria discriminado por ser australiano, ainda segundo a Reuters.

Repercussão

A decisão de que Assange terá o direito a mais um recurso na justiça britânica animou os manifestantes presentes que pediam sua libertação. O caso de Assange é visto por organizações de jornalistas e de direitos humanos como de grande importância, por  representar um ataque à liberdade de expressão e de imprensa.

Em comunicado publicado nesta segunda-feira, a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) afirmou que a extradição de Assange teria impacto para a liberdade de imprensa e segurança dos jornalistas em todo o mundo.

“O caso Assange tem implicações profundas para jornalistas de todo o mundo: devemos garantir que eles possam exercer a sua profissão sem medo de represálias desproporcionais ou de processos transnacionais”, disse o presidente da FIJ, Dominique Pradalié.

Neste domingo (19), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se manifestou pedindo a libertação de Assange “o mais rápido possível”.

“Julian Assange, o jornalista que deveria ter ganhado o Prêmio Pulitzer ao revelar segredos dos poderosos, ao invés disso está preso há cinco anos na Inglaterra, condenado ao silêncio de toda a imprensa que deveria estar defendendo a sua liberdade como parte da luta pela liberdade de expressão”, disse Lula em uma rede social.

Promotor do TPI acusa Netanyahu de usar fome como arma em Gaza

O promotor do Tribunal Penal Internacional (TPI),  Karim A. A. Khan KC (foto), acusou nesta segunda-feira (20) o primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o seu ministro da Defesa, Yoav Gallant, de usarem a fome como arma de guerra contra a população civil na Faixa de Gaza.

Khan pediu a prisão das duas lideranças israelenses e solicitou também mandados de prisão para três líderes do grupo Hamas pelas ações no 7 de outubro. Os pedidos devem ser analisados pelos juízes do tribunal internacional, com sede em Haia, nos Países Baixos.

De acordo com o comunicado, a investigação liderada pelo promotor mostrou que “Israel privou intencional e sistematicamente a população civil em todas as partes de Gaza de objetos indispensáveis à sobrevivência humana”.

Kam afirma que isso ocorreu por meio de um cerco total ao enclave palestino, fechando completamente três pontos de passagem, em Rafah, em Kerem Shalm e em Erez, a partir de 8 de outubro por longos períodos e depois, quando reabertas, impondo uma restrição arbitrária à entrada de alimentos e medicamentos por essas passagens.

“O cerco também incluiu o corte do fornecimento de água de Israel para Gaza – a principal fonte de água potável dos habitantes de Gaza – por um período prolongado com início em 9 de outubro de 2023, e o corte e impedimento do fornecimento de eletricidade desde pelo menos 8 de outubro de 2023 até hoje”, completou o promotor.

Atos de guerra

Esses atos, segundo o parecer, foram cometidos como parte de “um plano comum para usar a fome como atos de guerra” visando, entre outros fins, “punir coletivamente a população civil de Gaza, a quem eles consideravam uma ameaça para Israel”. 

O TPI foi fundado a partir do Estatuto de Roma para julgar pessoas acusadas de crimes de guerra, genocídios e crimes contra a humanidade. Em março de 2023, o tribunal pediu a prisão do presidente russo Vladimir Putin por supostos crimes cometidos na Ucrânia.

Na denúncia de hoje, o promotor do TPI acusou Netanyahu e Gallant de outros crimes de guerra, como ataques contra civis, “incluindo aqueles que faziam fila para obter comida; obstrução da prestação de ajuda por parte de agências humanitárias; e ataques e assassinatos de trabalhadores humanitários, que forçaram muitas agências a cessar ou limitar as suas operações em Gaza”.

O gabinete do promotor diz que os supostos crimes de guerra são visíveis e amplamente conhecidos, sendo confirmados por várias testemunhas entrevistas pela equipe do TPI.

“Israel, como todos os Estados, tem o direito de tomar medidas para defender a sua população. Esse direito, no entanto, não isenta Israel ou qualquer Estado da sua obrigação de cumprir o direito humanitário internacional”, completou.

Hamas

O promotor do TPI, Karim A. A. Khan KC, também pediu a prisão dos líderes do Hamas Yahya Sinwar, chefe do grupo em Gaza; de Mohammed Diab Ibrahim Al-Masri, conhecido como A Deif, comandante das Brigadas Al-Qassam, a ala militar do Hamas; e Ismael Haniyeh, chefe da ala política do grupo palestino.

Eles são acusados por crimes supostamente cometidos no ataque do Hamas contra Israel em 7 de outubro de 2023. De acordo com o comunicado do promotor, há motivos razoáveis para acreditar que os reféns retirados de Israel foram mantidos em condições desumanas.

“Alguns foram sujeitos à violência sexual, incluindo violação, enquanto eram mantidos em cativeiro. Chegamos a essa conclusão com base em registros médicos, vídeos contemporâneos e evidências documentais e entrevistas com vítimas e sobreviventes. O meu gabinete também continua a investigar denúncias de violência sexual cometidas em 7 de outubro”, diz o comunicado.

Ainda de acordo com o promotor, as denúncias que apresentou foram revisadas por especialistas em direito humanitário internacional e direito penal internacional de diferentes organizações. “Esta análise de peritos independentes apoiou e reforçou os pedidos hoje apresentados pelo meu gabinete”, disse.

Intimidações

O promotor do TPI destacou ainda que as intimidações contra o trabalho do tribunal devem parar. “Insisto que todas as tentativas de impedir, intimidar ou influenciar indevidamente os funcionários deste tribunal devem cessar imediatamente. O meu gabinete não hesitará em agir nos termos do artigo 70º do Estatuto de Roma se tal conduta continuar”, garantiu.

Ainda de acordo com Karim A. A. Khan KC, a série de denúncias apresentadas hoje perante o TPI representa uma necessidade para provar que a corte internacional aplica a lei de forma igual para todos.

“Se não demonstrarmos a nossa vontade de aplicar a lei de forma equitativa, se esta for vista como sendo aplicada seletivamente, estaremos a criar as condições para o seu colapso”, disse o promotor.

Para ele, é agora, mais do que nunca, que a Corte deve mostrar que o direito humanitário internacional se aplica a todos. “É assim que provaremos, de forma tangível, que as vidas de todos os seres humanos têm igual valor”, concluiu.

“Ultrajante”

O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Kartz, afirmou que a decisão do promotor do TPI é “ultrajante” e representa um ataque às vítimas do 7 de outubro e aos 128 reféns em Gaza.

“Enquanto os assassinos e violadores do Hamas cometem crimes contra a humanidade contra os nossos irmãos e irmãs, o procurador menciona ao mesmo tempo o primeiro-ministro e o ministro da Defesa de Israel ao lado dos vis monstros semelhantes aos nazis do Hamas – uma desgraça histórica que será lembrada para sempre”, disse o chanceler de Israel em uma rede social.

O representante do governo israelense prometeu criar um centro de comando para lutar contra a decisão, além de pedir para os ministros dos negócios estrangeiros dos principais países do mundo para se oporem à decisão do promotor do TPI.

Khan também prometeu pedir aos governos para que declarem que, “mesmo que sejam emitidos mandados, não pretendam aplicá-los contra os líderes israelenses”.

DR com Deneri recebe Denise Fraga na TV Brasil

O programa DR com Demori, que vai ao ar na próxima terça-feira (21), na TV Brasil, traz uma conversa exclusiva com a atriz Denise Fraga. Em um papo leve e bem-humorado, ela conta histórias do seu trabalho no teatro, relembra o início da carreira e o sucesso de quadros na televisão.

Uma das maiores atrizes brasileiras, Denise é vencedora de dezenas de prêmios de dramaturgia, especialmente pela sua atuação no teatro e cinema. No bate-papo, ela fala sobre sua paixão pelos palcos e relembra que no início da carreira chegou a fazer curso para ser aeromoça, pois não tinha certeza de que ia prosperar na dramaturgia. Ela conta que ainda hoje é abordada pelas pessoas a respeito do quadro que manteve por anos no Fantástico, da TV Globo, em que encenava histórias de pessoas comuns. “O roteiro da vida é muito surpreendente e fascinante”, afirma.

Na conversa, a atriz conta porque prefere os palcos à atuação em TV, fala sobre como o uso do celular modificou nossas relações e experiências, como a ida ao teatro. Com peças que lotam plateias por todo o Brasil, ela conta como consegue se conectar com o público mesmo em dramas e textos aparentemente mais densos.

“A gente vive a ditadura da comédia, porque muita gente fica com tanto medo de gastar o seu rico dinheirinho e não se divertir, que eles são capazes de assistir uma comédia ruim, sendo que eles iriam se divertir muito mais vendo um bom drama, uma peça com uma boa história. As pessoas querem comédia, sendo que muitas vezes elas nem tem vontade de rir e deixam de ver aquilo que os divertiram”, aponta.

Sobre o programa

O programa Dando a Real com Leandro Demori, ou simplesmente DR com Demori, traz personalidades para um papo mais íntimo e direto, na tela da TV Brasil. Já passaram pela mesa nomes como o ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes; a deputada federal Erika Hilton; o psicólogo Alexandre Coimbra; e o fundador da banda Pink Floyd, Roger Waters.

Ao vivo

Acompanhe a programação da TV Brasil pelo canal aberto, TV por assinatura e parabólica.

Seus programas favoritos estão no TV Brasil Play, pelo site ou por aplicativo no smartphone. O app pode ser baixado gratuitamente e está disponível para Android e iOS. Assista também pela WebTV.

Serviço

Dando a Real com Leandro Demori – terça-feira, dia 21/05, às 21h30, na TV Brasil

Dando a Real com Leandro Demori – sábado, dia 25/05, às 19h30, na TV Brasil

Dando a Real com Leandro Demori – domingo, dia 26/05, às 22h30, na TV Brasil

DR com Demori recebe Denise Fraga na TV Brasil

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Uma das maiores atrizes brasileiras, Denise é vencedora de dezenas de prêmios de dramaturgia, especialmente pela sua atuação no teatro e cinema. No bate-papo, ela fala sobre sua paixão pelos palcos e relembra que no início da carreira chegou a fazer curso para ser aeromoça, pois não tinha certeza de que ia prosperar na dramaturgia. Ela conta que ainda hoje é abordada pelas pessoas a respeito do quadro que manteve por anos no Fantástico, da TV Globo, em que encenava histórias de pessoas comuns. “O roteiro da vida é muito surpreendente e fascinante”, afirma.

Na conversa, a atriz conta porque prefere os palcos à atuação em TV, fala sobre como o uso do celular modificou nossas relações e experiências, como a ida ao teatro. Com peças que lotam plateias por todo o Brasil, ela conta como consegue se conectar com o público mesmo em dramas e textos aparentemente mais densos.

“A gente vive a ditadura da comédia, porque muita gente fica com tanto medo de gastar o seu rico dinheirinho e não se divertir, que eles são capazes de assistir uma comédia ruim, sendo que eles iriam se divertir muito mais vendo um bom drama, uma peça com uma boa história. As pessoas querem comédia, sendo que muitas vezes elas nem tem vontade de rir e deixam de ver aquilo que os divertiram”, aponta.

Sobre o programa

O programa Dando a Real com Leandro Demori, ou simplesmente DR com Demori, traz personalidades para um papo mais íntimo e direto, na tela da TV Brasil. Já passaram pela mesa nomes como o ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes; a deputada federal Erika Hilton; o psicólogo Alexandre Coimbra; e o fundador da banda Pink Floyd, Roger Waters.

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Dando a Real com Leandro Demori – domingo, dia 26/05, às 22h30, na TV Brasil

Presidente iraniano e ministro das Relações Exteriores encontrados mortos no local da queda de helicóptero

Ebrahim Raisi

20 de maio de 2024

 

O presidente iraniano, Ebrahim Raisi, o ministro das Relações Exteriores, Hossein Amirabdollahian, e outras autoridades foram encontrados mortos na segunda-feira no local de um acidente de helicóptero no noroeste do Irã, informou a mídia estatal.

Equipes de busca encontraram os destroços na segunda-feira, um dia depois que o helicóptero caiu devido ao mau tempo perto de Varzaqan, na província iraniana do Azerbaijão Oriental.

A mídia estatal disse que os passageiros viajavam de volta ao Irã após um evento do outro lado da fronteira com o Azerbaijão, onde se reuniram com o presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, para inaugurar um projeto de barragem.

A notícia da morte de Raisi trouxe mensagens de condolências, inclusive do primeiro-ministro do Paquistão, Shehbaz Sharif, que declarou um dia de luto na segunda-feira.

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, disse estar chocado com o acontecimento e que “a Índia está ao lado do Irão neste momento de dor”.

O primeiro-ministro iraquiano, Mohammed Shia al-Sudani, expressou “grande tristeza e grande dor”.

O presidente dos Emirados Árabes Unidos, bin Zayed Al Nahyan, disse que os Emirados Árabes Unidos “se solidarizam com o Irã neste momento difícil”.

A constituição do Irão diz que se o presidente morrer ou ficar incapacitado, o cargo é ocupado pelo primeiro vice-presidente, cargo actualmente ocupado por Mohammad Mokhber, até que novas eleições presidenciais sejam realizadas no prazo de 50 dias. O papel do presidente está subordinado ao líder supremo do Irão, o aiatolá Ali Khamenei, que detém a autoridade final sobre os assuntos do país.

Raisi, um protegido ultraconservador de Khamenei visto por alguns observadores como o sucessor preferido do líder supremo, foi eleito presidente numa votação de 2021 que impediu a candidatura dos seus rivais mais proeminentes e registou uma participação eleitoral recorde.

A agência de notícias estatal IRNA citou Khamenei dizendo: “A nação iraniana não deveria se preocupar. “Não haverá interrupções nas operações do país.”

A IRNA também publicou uma fotografia que mostra o vice-presidente Mokhber presidindo uma sessão de emergência do gabinete para abordar as consequências do acidente.

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Novo presidente de Taiwan toma posse

Presidente de Taiwan, Lai Ching-te

20 de maio de 2024

 

O presidente de Taiwan, Lai Ching-te, prometeu no seu discurso de posse que a democracia não pode ser comprometida e que os dois lados do Estreito de Taiwan não são afiliados entre si.

Ele prestou juramento no Palácio Presidencial de Taiwan. O discurso de Lai Ching-te foi dividido em sete pontos-chave, entre os quais enfatizou particularmente os “valores democráticos” de Taiwan e disse que “a democracia e a liberdade são a insistência inabalável de Taiwan”. Especialmente desta vez, Lai Ching-te mudou a terminologia usada pelo ex-presidente Tsai Ing-wen. Em vez de chamar a China de “o outro lado”, ele chamou diretamente de “China” e enfatizou que “a República da China (Taiwan) e República Popular da China (China) não são afiliada entre si.”

Lai Ching-de disse: “Há um alto grau de consenso internacional de que a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan são um elemento indispensável da segurança e da prosperidade globais”. No entanto, “as ações militares e a coerção cinzenta da China são consideradas o maior desafio estratégico”. para a estabilidade global.”

Diante das relações através do Estreito, Lai Ching-te disse que seu novo governo aderirá às “quatro insistências”, não será humilde nem arrogante e manterá o status quo.

Ele disse: “Gostaria também de apelar à China para que pare com os seus ataques civis e militares a Taiwan e que assuma as responsabilidades globais com Taiwan. Estamos empenhados em manter a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan e na região, e em garantir que o o mundo está livre do medo da guerra.”

Lai Qingde acredita que se os líderes nacionais colocarem o bem-estar do povo como a sua maior consideração, “a paz, o benefício mútuo, a coexistência e a prosperidade comum através do Estreito de Taiwan deverão ser os nossos objectivos comuns”.

Ele disse: “Espero que a China enfrente o fato de que a República da China existe, respeite a escolha do povo de Taiwan, mostre sinceridade e substitua o confronto pelo diálogo e pelo intercâmbio com o governo democraticamente eleito e legítimo de Taiwan, sob os princípios de reciprocidade e dignidade.

Ele também alertou o povo de Taiwan: “Embora a China ainda não tenha desistido do uso da força para invadir Taiwan, nosso povo deve compreender que, mesmo que aceitemos totalmente a proposta da China e renunciemos à nossa soberania, a tentativa da China de anexar Taiwan não desaparecerá. .”

No seu discurso, Lai Qingde apelou a “qualquer partido político para se opor à anexação e proteger a soberania, e não sacrificar a soberania nacional por causa do poder político”.

A China reivindica Taiwan como parte do seu território e disse que “não tem compromisso de renunciar ao uso da força” para unificar a ilha. Tsai Ing-wen já estava no poder há oito anos. A sua rejeição das propostas da China levou a uma acentuada deterioração nas relações com Pequim. O Partido Comunista Chinês chegou a chamar Lai de “separatista perigoso” e disse que ele traria “guerra e declínio”. para Taiwan.

Lai Ching-te descreveu-se como um “trabalhador pragmático da independência de Taiwan” no passado e disse que “não há necessidade de declarar a independência de Taiwan, Taiwan já é um país soberano e independente”.

Desta vez, 51 delegações internacionais participaram da cerimônia de posse do presidente de Taiwan. Entre os países com relações diplomáticas, foram convidados delegações de 8 chefes de estado. Representantes de países não diplomáticos, incluindo Estados Unidos, Japão, Canadá e Cingapura. compareceram para expressar seu apoio ao apoio à democracia de Taiwan.

Fonte
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Brasil tem domingo dourado no Mundial de atletismo paralímpico

Graças ao paulista André Rocha e a potiguar Thalita Simplício o Brasil teve um domingo (19) dourado no Mundial de atletismo paralímpico que está sendo disputado em Kobe (Japão). Com estas conquistas e o bronze do fluminense Felipe Gomes a equipe brasileira chegou ao total de 14 pódios (oito ouros, quatro pratas e dois bronzes).

Com estas conquistas o Brasil ocupa a segunda posição do quadro geral de medalhas da competição, atrás apenas da China (dez ouros, oito pratas e oito bronzes).

Thalita Simplício garantiu o tricampeonato mundial da prova dos 400 metros da classe T11 (deficiência visual) com o tempo de 57s45, superando inclusive a atual recordista mundial da prova a chinesa Cuiqing Liu.

Thalita Simplício confirma tricampeonato nos 400m em Kobe em dia de ouro de André Rocha após sete anos. 🥇

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— Comitê Paralímpico Brasileiro (@BraParalimpico) May 19, 2024

Já o lançador paulista André Rocha brilhou na prova do lançamento de disco pela classe F52 com a marca de 20,72 metros para se tornar bicampeão mundial.

“Sensação única. São tantas coisas que passamos. Fui campeão em Londres 2017, mas fiquei fora do esporte por um tempo depois daquele feito. Voltei no ano passado, com o bronze em Paris 2023. E agora, com um ano muito bom para mim, conquistar o bicampeonato. Estou vivendo um momento muito bom. É a minha volta por cima”, afirmou.

A terceira medalha do Brasil foi um bronze, conquistado pelo velocista Felipe Gomes na prova dos 400 metros da classe T11. Ele finalizou a prova na terceira colocação com o tempo de 52s65, a sua melhor marca do ano.