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Justiça da Venezuela chama partidos para periciar resultado de eleição

O Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela convocou os dez candidatos à eleição presidencial do país para comparecer à Corte nesta sexta-feira (2), às 3h da tarde (horário de Brasília), para iniciar a apuração sobre o resultado da votação do último domingo (28).

O TSJ aceitou recurso apresentado pelo presidente Nicolas Maduro, que solicita uma perícia técnica de todo o processo eleitoral para que se apresentem as atas e documentos em mãos de todos os partidos com os dados das mais de 30 mil mesas de votação.

“Se admite, se avoca e inicia o processo de investigação e verificação para certificar de maneira irrestrita os resultados do processo eleitoral realizado em 28 de julho de 2024”, afirma, em decisão, a sala eleitoral do tribunal venezuelano, acrescentando que irá “assumir o compromisso com a paz, a democracia e em procura da ordem Constitucional da República, garantindo que a vontade das eleitoras e dos eleitores receba uma efetiva e oportuna tutela judicial”.

Como as atas com os resultados da votação em cada urna são distribuídas aos fiscais de cada partido presentes no local da votação, seria possível conferir os diferentes documentos, que contam com códigos que comprovam sua veracidade.

Oposição

A oposição tem publicado supostas atas na internet que mostram a vitória do candidato Edmundo González. Com base nesses dados, o governo dos Estados Unidos reconheceu a vitória da oposição.

Países como Brasil, México e Colômbia pedem a publicação dos dados desagregados e evitam reconhecer o resultado antes dessa auditoria que, segundo os três países latino-americanos, deve ocorrer pela via institucional.

Na madrugada da última segunda-feira (29), o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) divulgou que o presidente Nicolás Maduro venceu a eleição com 51,21% dos votos e Edmundo González teria ficado com 44%. Porém, como não foram publicados os dados por mesa, a oposição, observadores internacionais e diversos países têm questionado o resultado.

De acordo com a lei eleitoral da Venezuela, o CNE tem 30 dias para publicas os resultados no Diário Oficial do país. Porém, as auditorias previstas para após a votação ainda não foram realizadas. O poder eleitoral do país argumenta que um ataque cibernético atrasou os trabalhos. 

Atletas mães veem “mudança cultural” na Olimpíada de Paris

Embora a maternidade já tenha sido vista como incompatível com uma carreira no esporte de alto rendimento, mães que também são atletas olímpicas têm mostrado que os velhos estereótipos estão enfraquecendo no judô à esgrima, passando pelo basquete e outras modalidades.

Com a mudança dos ventos para quem viaja para a Olimpíada com crianças, a ex-velocista norte-americana Allyson Felix fez uma parceria com a marca Pampers para estabelecer a primeira creche para filhos de atletas.

Felix, maior medalhista do atletismo na história dos Jogos Olímpicos, com 11 pódios, disse à Reuters que as instalações podem nivelar as chances entre os atletas com muitos recursos à disposição e aqueles sem acesso a tal condição.

“Estamos falando sobre (atletas de) países que podem ser muito pequenos e sem recursos. Sabemos o quão caro é”, disse Felix, que retomou sua carreira competitiva após ser mãe pela primeira vez em 2018.

Ela afirmou que houve avanços desde que revelou, há cinco anos, que romperia com a patrocinadora Nike, depois de a empresa ter cortado seu pagamento quando ela engravidou.

“Houve uma mudança cultural”, afirmou. A creche reflete a crescente necessidade de recursos para os Jogos, com atletas desafiando os velhos estereótipos sobre mães esportistas.

Isso está muito evidente na cidade de Lille, onde a jogadora de basquete norte-americana Breanna Stewart afirmou que havia mais crianças do que nunca na sua delegação: “Falando em nome das mães, especialmente aquelas que estão aqui na Olimpíada, queremos ser grandes em ambas as funções”, disse Stewart, que disputa sua terceira edição dos Jogos. “Só queremos continuar mudando os padrões, mudando a narrativa.”

A filha da jogadora, Ruby, nasceu por meio de barriga de aluguel, menos de 48 horas após o time dos EUA ganhar o ouro nos Jogos de Tóquio. A atleta e sua esposa, a ex-jogadora espanhola Marta Xargay, tiveram mais um filho, Theo, no ano passado.

Torcedores em Paris aprovaram a presença de mães competindo em alto nível: “As carreiras não precisam acabar quando você tem um bebê, e isso é lindo”, afirmou a francesa Auriane Sanchez, de 21 anos, que assistiu à compatriota Clarisse Agbegnenou conquistar o bronze no judô, na terça-feira.

A judoca, que deu à luz sua filha em 2022, liderou uma campanha para que o Comitê Olímpico Francês providenciasse quartos de hotel para atletas que estejam amamentando.

“É incrível voltar assim depois da gravidez. Uma pequena menina que eu ainda estou amamentando. É doido. Posso ficar orgulhosa de mim mesma. Colocarei a medalha no pescoço da minha filha”, disse.

A judoca brasileira Natasha Ferreira, que adotou seu filho há sete anos, quando tinha 18, afirmou ter aprovado a ajuda que recebeu em Paris.

“Os atletas já precisam ser muito disciplinados e, quando você tem um filho, você tem que ser ainda mais disciplinada para poder ter tempo de qualidade”, disse. “Foi muito bom ter meu filho comigo na Olimpíada.”

Produção industrial cresce 4,1% em junho, maior alta desde 2020

A produção da indústria brasileira cresceu 4,1% na passagem de maio para junho. Além de interromper dois meses de queda, o resultado é o maior já registrado desde julho de 2020, quando houve expansão de 9,1%.

A constatação é da Pesquisa Industrial Mensal, divulgada nesta sexta-feira (2), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Com o resultado de junho de 2024, a indústria nacional encontra-se em nível superior ao patamar pré-pandemia, 2,8% acima de fevereiro de 2020. No entanto, fica ainda 14,3% abaixo do ponto máximo anotado em maio de 2011.

Em relação ao mesmo mês do ano passado, a alta é de 3,2%. Observando apenas os meses de junho, o resultado é o maior também desde 2020, quando havia avançado 10%.

No primeiro semestre, a atividade industrial brasileira soma expansão de 2,6%. No acumulado de 12 meses, o desempenho positivo é de 1,5%.

Chuvas e enchentes

O gerente da pesquisa do IBGE, André Macedo, explica que o resultado expressivo de junho é impulsionado não só pela base de comparação, que tinha recuado 1,8% nos dois meses anteriores, abril e maio. Mas também pela volta da produção em várias unidades afetadas pelas enchentes que atingiram fábricas no Rio Grande do Sul em abril e maio.

Entre maio e junho, 16 das 25 atividades apuradas pelo IBGE apresentaram desempenho positivo, com destaque para a produção de coque (tipo de combustível derivado do carvão), derivados do petróleo e biocombustíveis (4%), produtos químicos (6,5%), produtos alimentícios (2,7%) e indústrias extrativas (2,5%).

O setor de produtos alimentícios, que representa 15% da atividade industrial brasileira, avançou 2,7%. “Houve alta na produção de produtos importantes, como açúcar, produtos derivados de soja, suco de laranja e carnes de aves”, indica o IBGE.

Na indústria extrativa, que subiu 2,5%, os dois produtos de maior importância dentro da atividade mostraram expansões: minério de ferro e petróleo.

Israel confirma morte de jornalista da Al Jazeera

Os militares israelenses confirmaram na quinta-feira (1º) que mataram o jornalista da Al Jazeera Ismail Al-Ghoul em um ataque aéreo em Gaza, dizendo que ele era um agente do Hamas que havia participado do ataque a Israel em 7 de outubro.

A Al Jazeera rejeitou o que disse serem “alegações infundadas” que, segundo ela, eram uma tentativa de justificar o assassinato deliberado de seus jornalistas.

“A rede condena as acusações contra seu correspondente Ismail Al-Ghoul, sem fornecer qualquer prova, documentação ou vídeo”, disse em um comunicado, acrescentando que se reservava o direito de tomar medidas legais contra os responsáveis.

A emissora do Catar disse na quarta-feira que Al-Ghoul e o cinegrafista Ramy El Rify foram mortos em um ataque israelense na Cidade de Gaza quando estavam em uma pauta para filmar perto da casa de Ismail Haniyeh, o chefe do Hamas morto no Irã no início do mesmo dia.

Os militares israelenses disseram que Al-Ghoul era membro da unidade de elite Nukhba, que participou do ataque de 7 de outubro e instruiu os agentes do Hamas sobre como gravar as operações, e disse que ele estava envolvido na gravação e divulgação dos ataques às tropas israelenses.

“Suas atividades em campo eram parte vital da atividade militar do Hamas”, disseram em um comunicado.

A Al Jazeera disse que Al-Ghoul trabalhava para a rede desde novembro de 2023 e que sua única profissão era a de jornalista.

A emissora disse que ele havia sido preso e detido no Hospital Al-Shifa, na parte norte da Faixa de Gaza, quando foi tomado pelas forças israelenses em março, antes de ser libertado, o que, segundo a emissora, “desmascara e refuta a falsa alegação de sua afiliação a qualquer organização”

O governo israelense proibiu a Al Jazeera de operar em Israel, acusando-a de representar uma ameaça à segurança nacional.

A Al Jazeera, que tem criticado fortemente a campanha israelense em Gaza, nega ter incitado a violência.

O escritório de mídia do governo de Gaza, dirigido pelo Hamas, disse que a morte dos dois membros da equipe da Al Jazeera aumentou para 165 o número de jornalistas palestinos mortos por fogo israelense desde 7 de outubro.

“Estou em estado de graça”, diz Guto Lacaz ao festejar 50 anos de arte

Um artista inventor repleto de bom humor, que transforma os objetos do cotidiano em obras de arte que desafiam a percepção de mundo. Assim é Guto Lacaz, artista que é celebrado pelo Itaú Cultural com a mostra Guto Lacaz: cheque mate, que entrou em cartaz nessa quinta-feira (1), em São Paulo.

Com curadoria dos designers Kiko Farkas e Rico Lins, a mostra apresenta um panorama de mais de 50 anos de atividade do artista, apelidado pelos curadores de Guto ‘Sagaz’, por sua grande perspicácia e subversão.

Cada objeto retirado do cotidiano ganha novo significado nas mãos do artista, geralmente acrescido de uma certa animação. Difícil passar por suas obras – repletas de movimentos e sutilezas – e não sorrir.

“Estou em estado de graça”, disse o artista, em entrevista à Agência Brasil, na inauguração de sua mostra. “É uma delícia ver as coisas que estão embrulhadas e encostadas em casa serem agora expostas”, acrescenta.

Sempre de bom humor, o artista comprova que essa não é uma característica exclusiva sua ou de suas obras. “Na verdade, [o humor] é característica da minha família. A minha família é muito palhaça, sabe? Desde meu pai, meus tios, meus sobrinhos, meus irmãos, todo mundo é metido a engraçado. E eu gostava muito de desenhar e fui optar pelos cartunistas, que são os desenhistas de humor como o Ziraldo, o Jaguar, o Borjalo. Depois, na faculdade, eu conheci o Saul Steinberg [cartunista nascido na Romênia]. Então, eu copiava essa turma que desenhava, em que o desenho era engraçado. E eu pensava: ‘e se eu conseguir fazer um desenho?’. Depois comecei a fazer objetos e os objetos saíam engraçados também”, conta.

“O Guto é um artista raro”, descreve o curador Rico Lins. “Além de sua formação ser uma coisa bem eclética e não linear, ele é um cara que traz muito humor para seu trabalho. E esse humor é um diferencial, um divisor de águas. Primeiro porque isso é uma coisa meio rara dentro das artes visuais. Você acha que, quando a pessoa tem humor, ela não é séria. E, no entanto, o Guto consegue uma forma de comunicação absolutamente direta com todos os públicos. Ele é um artista muito generoso, que se vale do humor como uma ferramenta. E esse humor tem um componente lúdico também, que é um outro ponto muito importante no trabalho dele”.

Artista multimídia

Guto Lacaz é também um artista multimídia. Além de suas instalações e performances, ele tem uma produção variada como desenhista, ilustrador, cartunista, designer, cenógrafo e assinando projetos gráficos editoriais e logomarcas para empresas. Formou-se em arquitetura e eletrônica industrial pela Universidade de São Paulo (USP), na década de 1970, mas decidiu virar artista.

Hoje com 76 anos e mais de 50 anos de carreira, seu universo artístico é uma imensidão de objetos singulares, dispositivos engenhosos e incomuns, vídeos de performances inusitadas, peças com trocadilhos e jogos de palavras.

“O Guto Lacaz é um artista paulista e muito paulistano que trabalha com plataformas variadas. Ele trabalha com cinema, com performance, com teatro, com ilustração, com escultura, desenho, poesia e é um artista que deveria ser mais reconhecido”, opina o curador Kiko Farkas.

“Uma das coisas que são legais em seu trabalho é que ele pega coisas do cotidiano e vai transformando-as, vai dando novos significados, novas funções. Ou às vezes vai destruindo sua função e não põe nenhuma nova função no lugar. É sempre uma brincadeira, mas sempre tem um cunho crítico. Ele faz uma crítica a essa sociedade de consumo e ao mito do progresso tecnológico e da industrialização”, diz Farkas.

A exposição em cartaz no Itaú Cultural faz uma retrospectiva da obra de Lacaz, apresentando trabalhos desde o início de sua carreira até mais recentes e inéditos. Entre eles, Eletrolinhas, uma instalação que brinca com os sentidos criando uma espécie de ilusão de óptica, composta por linhas brancas se movimentando suavemente em caixas pretas. “Esse trabalho estava há 20 anos guardado em casa. Fiz em 2004 e só agora que o estou expondo”, conta Lacaz.

Outro trabalho recente é Nomes, em que mostra uma coleção de folhetos de vendas de imóveis em que ele brinca com os nomes dos corretores e das edificações. Essa é uma obra em que ele provoca reflexão sobre a especulação imobiliária na capital paulista.

“Todo dia eu recebo [esses folhetos]. Todo dia recebo um na minha caixa de cartas. Não tem esforço nenhum. Foi só reunir [tudo isso]. E é uma obra bem atual porque estão destruindo São Paulo inteira com prédios enormes que derrubam quadras inteiras de casinhas lindinhas”, descreve o artista.

“Os folders de imobiliárias são muito bem desenhados. Eles contratam um designer, então são muito elegantes. Mas os adesivos com os nomes dos corretores que vão vender os apartamentos [aplicados sobre esses folders] são muito trash. Eles põem o adesivo em qualquer lugar. O título da obra ficou Nomes, porque há esse contraste entre a gráfica dos corretores, que é mais trash, e a gráfica da imobiliária, que é metida a elegante, metida a chique”, explica.

Humor e crítica social

A exposição inteira conta com cerca de 170 de suas obras que trazem muito humor, crítica social, experimentação e originalidade. E tem início no primeiro andar, onde foram instalados trabalhos de grande proporção. Entre eles, a obra Pororoca, que é toda cinética. “Esse é um trabalho que eu gosto muito e que estava guardado em casa. Agora o restauramos e ele está lindo”, observa o artista.

Guto Lacaz celebra mais de 50 anos de atividade. Foto – Bruno Poletti/Divulgação

Nesse andar também está a inédita Volare, feita especialmente para essa mostra e que reúne grandes cilindros transparentes, em pé, dentro dos quais um ventilador faz girar paletas sem sair do lugar, criando uma ilusão ótica. “Nesse piso temos obras de grande porte”, explica Farkas.

No primeiro subsolo há cartuns e também artes gráficas que ele fez para revistas e marcas variadas. Podem ser vistas, por exemplo, as ilustrações que Lacaz fez para a revista Caros Amigos e para a coluna de Joyce Pascowitch, na Folha de S. Paulo. Outra obra vista neste andar é A Terceira Margem do Rio, em que um espelho posicionado próximo de canoas revela uma nova canoa, que só existe no reflexo.

Já o segundo subsolo, diz Rico Lins, busca explorar o processo criativo de Lacaz. Ali se apresentam elementos de seu ateliê, onde ele guarda cadernos, blocos, fotos e memórias. “É como se a gente fosse mergulhando na cabeça do Guto”, revela o curador.

Além da exposição, o Itaú Cultural ainda vai apresentar o documentário Guto Lacaz – um olhar iluminado, dirigido por Marcelo Machado e conduzido por Farkas e Lins. O filme será disponibilizado no streaming Itaú Cultural Play, gratuitamente.

Mais informações sobre a exposição, que fica em cartaz até o dia 27 de outubro, podem ser obtidas no site.

 

Funeral de líder do Hamas ocorre no Catar

O funeral do líder do Hamas Ismail Haniyeh foi realizado no Catar na sexta-feira (2), após seu assassinato há dois dias em Teerã, capital do Irã – um de uma série de assassinatos de figuras importantes do grupo militante palestino, em meio à guerra entre Israel e o Hamas em Gaza.

Entre os que estavam na cerimônia em uma grande mesquita ao norte da capital Doha estava Khaled Meshaal, que é cotado para ser o novo líder do Hamas. Outras autoridades graduadas do Hamas e o Emir do Catar, Tamim bin Hamad al-Thani, também compareceram.

Ele seria enterrado em um cemitério na cidade de Lusail, ao norte de Doha.

O caixão de Haniyeh, coberto com a bandeira palestina, foi carregado pela mesquita por centenas de pessoas, juntamente com o caixão de seu guarda-costas, que foi morto no mesmo ataque em Teerã na quarta-feira (31).

O representante sênior do Hamas Sami Abu Zuhri falou à Reuters por telefone enquanto participava do funeral: “Nossa mensagem para a ocupação (Israel) hoje é que vocês estão afundando na lama e seu fim está mais próximo do que nunca. O sangue de Haniyeh mudará todas as equações”.

Haniyeh foi morto por um míssil que o atingiu diretamente em uma pousada em Teerã, onde ele estava hospedado, disse o oficial sênior do Hamas Khalil Al-Hayya em uma coletiva de imprensa, citando testemunhas que estavam com ele.

Tanto o Irã quanto o Hamas acusaram Israel de ter cometido o assassinato e prometeram retaliar seu inimigo. Israel não reivindicou a responsabilidade pela morte nem a negou.

O ataque foi um dos vários que mataram figuras importantes do Hamas ou do movimento libanês Hezbollah, alimentando a preocupação de que a guerra em Gaza entre Israel e militantes palestinos esteja se transformando em um conflito regional que se estende do Mar Vermelho até a fronteira Líbano-Israel e além.

Nos Estados Unidos, o presidente norte-americano, Joe Biden, disse que a morte de Haniyeh não foi útil para os esforços internacionais para garantir um cessar-fogo na guerra em Gaza, agora em seu décimo mês.

“Não ajuda”, afirmou Biden a repórteres na quinta-feira (1º), quando perguntado se a ação arruinou as chances de uma trégua.

O Catar tem liderado o esforço de paz junto com o Egito e os Estados Unidos, o principal aliado de Israel.

Haniyeh era o representante da diplomacia internacional do Hamas durante a guerra em Gaza e participou das negociações indiretas de cessar-fogo.

Ele era visto por muitos diplomatas como um moderado em comparação com os membros mais linha-dura do grupo apoiado pelo Irã dentro de Gaza, embora alguns israelenses tenham dito que ele era considerado por alguns do lado israelense como um obstáculo para um acordo.

Nomeado para o cargo mais alto do Hamas em 2017, ele se mudou entre a Turquia e Doha, escapando das restrições de viagem da Faixa de Gaza bloqueada.

 

Fiscais retiram de circulação 50 toneladas de sabão em pó falsificado

Fiscais de Proteção e Defesa do Consumidor do Estado do Rio (Procon-RJ) apreenderam cerca de 30 toneladas de sabão em pó falsificado nessa quinta-feira (1º), no Centro de Abastecimento do Rio (Ceasa), em Irajá. No dia anterior, também foram recolhidas 20 toneladas de sabão em pó falsificado. Em dois dias, quase 50 toneladas do produto foram retiradas de circulação.

Os fiscais chegaram até o principal centro de abastecimento do Rio depois de verificar uma denúncia de venda do produto adulterado em um supermercado de Belford Roxo, na Baixada Fluminense. O dono do comércio apresentou uma nota fiscal e explicou que comprou o produto de um distribuidor do Ceasa.

No Ceasa, os fiscais localizaram toneladas do sabão em pó na área de estoque da central de abastecimento. Em outro distribuidor, o representante disse que já tinha separado o sabão em pó para não ser comercializado.

O Procon já tinha recebido informação da indústria produtora de que o sabão em pó original vinha sendo falsificado. Há dois meses, o fabricante ofereceu treinamento aos fiscais do Procon para que eles identificassem com mais facilidade produtos falsificados vendidos no mercado.

Identificação

Com a capacitação, a fiscalização aprendeu a identificar características como ausência da marca d’água na caixa do produto, verificada apenas por luz negra, e a facilidade na abertura das caixas de sabão em pó por estarem coladas de forma manual, após a falsificação. Na verdadeira, a aplicação é feita por pentes aplicadores na linha de produção.

No dia anterior (31), fiscais da Secretaria Estadual de Defesa do Consumidor (Sedcon) – em ação conjunta com agentes da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial – apreenderam 20 toneladas de sabão em pó falsificado.

Só no Supermercado Megabox, de Olaria, na zona norte do Rio, foram retiradas de circulação 18 toneladas do produto das gôndolas. Foram apreendidos também mais duas toneladas em pequenos mercadinhos na Baixada Fluminense.

O presidente do Procon-RJ, Cássio Coelho, disse que “o consumidor muitas das vezes não tem conhecimento da origem falsa do produto, sendo atraído por preços mais baratos ou pela aparência similar ao original. O consumidor que adquire um produto falsificado perde dinheiro, pois este não possui a mesma qualidade e durabilidade do original”, avaliou.

Viagem de Lula ao Chile terá como foco diversificação de parcerias

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva viaja ao Chile na próxima semana para uma visita de Estado que deverá contar com a assinatura de mais de 15 acordos bilaterais. A expectativa é diversificar a parceria entre os dois países para além da agenda comercial e ampliar o leque de produtos brasileiros exportados.

Além de ministros, assessores e outros integrantes do governo federal, cerca de 200 empresários brasileiros também deverão desembarcar em Santiago para participar do Fórum Empresarial Chile-Brasil, que ocorre concomitante à agenda presidencial.

A embaixadora Gisela Padovan, secretária de América Latina e Caribe do Ministério das Relações Exteriores (MRE), disse que a visita é um símbolo da reaproximação diplomática entre os dois países, após a posse de Gabriel Boric, em março de 2022.

“Nós estamos buscando expandir essa agenda bilateral para exatamente trabalhar uma amizade que vai além dos temas econômicos e comerciais, para assuntos como ciência e tecnologia, defesa da democracia e direitos humanos, educação, inovação, saúde. Nós temos uma agenda muito densa e que abrange vários aspectos”, disse Padovan, durante briefing promovido pelo Ministério das Relações Exteriores para detalhar a viagem.

De acordo com a secretária, o Brasil possui interesse em discutir com os chilenos questões envolvendo a indústria de defesa – e nessa área os países já possuem uma parceria histórica na fabricação de aeronaves – e na ampliação dos itens agropecuários exportados ao Chile – a exemplo dos óleos. O Chile tem interesse em discutir aspectos relativos à segurança, combate ao crime, riscos de desastres naturais e segurança cibernética.

“Nós queremos trabalhar para que a região não seja simplesmente uma exportadora de commodities, mas possa também beneficiar e gerar empregos de qualidade”, afirmou. Ela destacou ainda a coincidência de posições de Lula e Boric em torno de vários temas da agenda global como democracia, integração regional, meio ambiente, direitos humanos, inclusão social e a situação da Palestina. “São temas da agenda internacional em que há convergência de visões, então o diálogo político vai ser também muito importante”, analisou.

Acordos

De acordo com o Itamaraty, 17 cooperações estão prontas para serem assinadas durante a visita, que dependerão da participação das autoridades de cada setor na delegação brasileira.

Na área social e de direitos humanos, por exemplo, devem ser firmadas parcerias envolvendo a saúde pública – em razão do interesse dos chilenos na experiência do Sistema Único de Saúde -, política de cuidados, boas práticas para recursos hídricos e o meio ambiente, e direitos humanos das pessoas LGBTQIA+, pessoas idosas e pessoas com deficiência, além de temas como ciência, tecnologia e inovação.

Na esfera comercial e de investimentos, estão previstos acordos envolvendo o fortalecimento das relações de exportação, certificação de produtos orgânicos, exploração de minerais considerados estratégicos para a transição energética e estímulo ao turismo.

O Chefe da Divisão de Argentina, Uruguai e Chile do Itamaraty, Carlos Cuenca lembra que a visita presidencial estava prevista para maio deste ano e foi adiada em razão da tragédia socioambiental no Rio Grande do Sul, o que permitiu que outros acordos que até então não estavam prontos para serem assinados fossem concluídos. “É uma lista de acordos que mostra essa diversificação da agenda bilateral com o Chile”, observou.

Relação

Brasil e Chile já somam 188 anos de relações com mais de 90 acordos bilaterais em vigor. O Brasil é o terceiro maior parceiro comercial do Chile e o maior destino dos investimentos chilenos em todo o mundo, com exemplos nas áreas de celulose, varejo e energia – sendo a companhia aérea Latam a maior empresa presente em solo brasileiro.

Por outro lado, o Chile é o sexto maior destino das exportações do Brasil, que é o maior investidor latino-americano no país. O intercâmbio comercial entre os dois países atinge US$ 12 bilhões por ano.

Jogos de Paris: Medina supera Chumbinho e está nas semifinais do surfe

Gabriel Medina foi o campeão do embate de brasileiros por uma vaga nas semifinais do torneio masculino de surfe dos Jogos Olímpicos de Paris (França). O tricampeão mundial mostrou toda a sua técnica para desbancar João Chianca, também conhecido como Chumbinho, por 14,77 a 9,33, nas ondas de Teahupoo nesta quinta-feira (1). Agora o surfista de São Sebastião medirá forças com o australiano Jack Robinson para buscar uma vaga na grande decisão.

Apesar de o mar não estar tão grande como em dias anteriores, Medina mostrou a agressividade que lhe é característica logo no início da bateria de forma a jogar a pressão para Chumbinho. Logo nos primeiros minutos da disputa o tricampeão mundial tirou da cartola dois tubos para receber as suas duas melhores notas na disputa, um 6,67 e um 8,10.

Já João Chianca tinha muitas dificuldades para responder à altura, em especial em um mar com condições difíceis. Desta forma teve como melhor nota um 4,83, o que foi insuficiente para impedir a classificação de Medina.

“Esta é a minha onda favorita [de Teahupoo], como sempre falei. Fico feliz só de entrar na água aqui, e hoje foi uma bateria importante contra o João, que é meu amigão e tivemos de nos enfrentar. E fico feliz de estar na semifinal”, declarou o surfista de São Sebastião após a classificação.

Ao ser perguntado sobre a condição do mar, Medina expressou a expectativa de que ele melhore nos próximos dias para a disputa das semifinais: “Teahupoo muda muito [as condições do mar], pois é muito exposto. Hoje a gente lidou com o vento, com o tamanho, que diminuiu bastante, mas na próxima [disputa], provavelmente sábado, a previsão está bem boa para as ondas. Então acredito que o mar vai dar uma melhorada”.

Tati na semifinal

O Brasil também garantiu presença na semifinal da disputa do surfe feminino, com Tatiana Weston-Webb, que superou a espanhola Nadia Erostarbe nas quartas de final por 8,10 a 6,34. Antes a brasileira já tinha dado prova de que é forte candidata ao ouro olímpico após deixar pelo caminho a norte-americana Caitlin Simmers, atual número um do mundo.

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— Time Brasil (@timebrasil) August 2, 2024

“Estou me sentindo ótima [com a classificação para a semifinal]. Encontrei condições muito difíceis [no mar], mas passando essa bateria me deu condições, pois foi uma bateria super difícil, mas consegui mostrar um pouco do meu surfe e pegar uma ondas, e graças a Deus deu para passar mais uma” declarou a brasileira após a classificação.

Na próxima fase da competição Tati medirá forças com a costarriquenha Brisa Hennessey, que superou a brasileira Luana Silva por 6,37 a 5,47 e impediu uma semifinal brasileira no feminino.

Indígenas expõem peças de artesanato em Brasília e pedem visibilidade

No pescoço da artesã indígena Airy Gavião, de 68 anos, o colar com o muiraquitã (pequena pedra em forma de rã) significa muito mais do que um adereço que ela produz. “É o amuleto das mulheres guerreiras. Isso tem um significado muito forte para mim”. Tão forte que faz lembrar quando, aos 18 anos, decidiu deixar, com saudade, a comunidade de Aturiaí, no Pará, para tentar a vida em Brasília. Chegou com o muiraquitã e contava sua história a quem não conhecia, dizendo que o artesanato que aprendeu em casa era o símbolo da própria vida. 

Airy Gavião “junta sementinhas” desde a infância – Bruno Peres/Agência Brasil

Até sexta-feira da semana que vem, 9 de agosto, Dia Internacional dos Povos Indígenas, artesãos como Airy expõem seus trabalhos em uma feira organizada pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), no prédio onde está sediado o órgão, no centro da capital. “Somos artesãos desde a infância, quando a gente começa a juntar as sementinhas. Mas o meu forte mesmo era ajudar meu pai a fazer as peças de madeira.”

Airy Gavião trabalha com todo tipo de artesanato, inclusive pinturas figurativas de indígenas e natureza. Ela ensinou a arte aos três filhos, que nasceram em Brasília. Os trabalhos que ela cria também são uma forma de voltar a se sentir na comunidade no Pará. “Tenho saudades de quando fazia farinha escaldada. De estar lá junto. De brincar. Todo mundo junto e cantando. Sinto falta do sentido de coletividade”.

Conhecimentos ancestrais

Na mostra, estão à venda peças feitas por indígenas dos povos Gavião, Pataxó, Kariri Xocó, Guajajara e Bororo.

Segundo diretora de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável da Funai, Lucia Alberta, a feira pode colaborar com a geração de renda e o fortalecimento das atividades produtivas que  enriqueçam a cultura indígena. “[É] sempre bom ressaltar que tudo que se vê em uma feira indígena é fruto dos conhecimentos ancestrais representados nos pequenos objetos que se pode ver nessa exposição”, afirmou Lucia Alberta. 

A artesã Murian Pataxó, de 49 anos, que vive em uma comunidade indígena na região administrativa do Paranoá, diz que esse saber ancestral representa modo de vida e de renda para eles. Murian lembra que tudo o que aprendeu foi com os pais e avós em Santa Cruz Cabrália, na Bahia, e fazem recordam de quando foram ensinadas a reunir as sementinhas de morototó e de açaí, por horas a fio no cordão.

“Tudo feito a mão. Essas pulseiras e colares fazem parte do que nós somos”, afirma Murian. A artesã ressalta que o artesanato indígena precisa ter visibilidade cultural e comercial.

Murian Pataxó pede visibilidade para arte indígena – Bruno Peres/Agência Brasil

Gerações

As gerações mais novas garantem que não deixarão essa arte secar com o passar do tempo. A artesã Bruna Togojebado, de 30 anos, diz que tem felicidade de explicar o que aprendeu para a filha, de 9 anos. “Estou grávida e quero o melhor para quem vai vir depois da gente. A gente passa de pais para filhos essa sabedoria”.

Uma novidade é  que os mais novos estão ensinando os mais velhos a vender os produtos pela internet.

Aliás, o local de exposição e venda dos produtos foi motivo de descontentamento para os indígenas no primeiro dia da da feira. Os artesãos reclamaram para a Funai que gostariam de um espaço com mais visibilidade no próprio Edifício Parque Cidade Corporate.

A artesã Jacy Pataxó, de 50 anos, afirma que as peças estão expostas em um corredor onde há pouca movimentação de visitantes e que é preciso fazer um ajuste. “A gente depende das vendas. Queremos um lugar mais visível”.

Consultada pela reportagem sobre esse tema, a Funai não se manifestou.

Serviço

Exposição de Arte Indígena

Data: Até 9 de agosto, de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h.

Endereço: Setor Comercial Sul, Quadra 9, Asa Sul – Brasília/DF

Local: Edifício Parque Cidade Corporate – Torre B

*Colaborou Ana Carolina Alli, estagiária sob supervisão de Marcelo Brandão