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Valores esquecidos somavam R$ 8,69 bi em novembro

Até o fim de novembro, os brasileiros não tinham sacado R$ 8,69 bilhões em recursos esquecidos no sistema financeiro, segundo informações divulgadas nesta quarta-feira (8) pelo Banco Central (BC). De acordo com  a atualização mais recente, o Sistema de Valores a Receber (SVR)  devolveu R$ 8,69 bilhões, de um total de R$ 17,63 bilhões postos à disposição pelas instituições financeiras.

Em 16 de outubro, os recursos esquecidos foram transferidos para o Tesouro Nacional e aguardam a publicação de um edital com as novas regras para o saque. Caso o dinheiro não seja requerido nos próximos 25 anos, será incorporado definitivamente ao patrimônio da União.

As estatísticas do SVR são divulgadas com dois meses de defasagem. Apesar da transferência ao Tesouro, as estatísticas continuarão a ser atualizadas, com a inclusão de dados que estavam defasados. Os dados de dezembro, segundo mês após o repasse do dinheiro ao Tesouro, só serão apresentados em 7 de fevereiro.

Em relação ao número de beneficiários, até o fim de novembro, 27.411.547 correntistas haviam resgatado valores. Apesar de a marca ultrapassar os 27 milhões, isso representa apenas 36,15% do total de 75.832.439 correntistas incluídos na lista desde o início do programa, em fevereiro de 2022.

Entre os que retiraram valores até o fim de novembro, 25.279.680 são pessoas físicas e 2.131.867 são pessoas jurídicas. Entre aqueles que ainda não fizeram o resgate, 44.546.559 são pessoas físicas e 3.874.333 são pessoas jurídicas.

A maior parte das pessoas e empresas que não fizeram o saque têm direito a pequenas quantias. Os valores a receber de até R$ 10 concentram 64,88% dos beneficiários. Os valores entre R$ 10,01 e R$ 100 correspondem a 23,68% dos correntistas. As quantias entre R$ 100,01 e R$ 1 mil representam 9,68% dos clientes. Só 1,75% tem direito a receber mais de R$ 1 mil.

Depois de ficar fora do ar por quase um ano, o SVR foi reaberto em março de 2023, com novas fontes de recursos, um novo sistema de agendamento e a possibilidade de resgate de valores de pessoas falecidas. Em novembro, foram retirados R$ 238 milhões, relativos a pedidos realizados antes da transferência dos valores esquecidos para o Tesouro Nacional.

O repasse ao Tesouro ocorreu para compensar a prorrogação da desoneração da folha de pagamento até 2027. Os cerca de R$ 8,7 bilhões comporão os R$ 55 bilhões que entrarão no caixa do governo para custear a extensão do benefício, mas a decisão caberá ao Supremo Tribunal Federal (STF), que julgará uma ação que questiona a constitucionalidade da devolução ao Tesouro.

Melhorias

Desde setembro, o BC permite que empresas encerradas consultem valores no SVR. O resgate, no entanto, não podia ser feito pelo sistema, com o representante legal da empresa encerrada enviando a documentação necessária para a instituição financeira.

Como a empresa com CNPJ inativo não tem certificado digital, o acesso não era possível antes. Isso porque as consultas ao SVR são feitas exclusivamente por meio da conta Gov.br.

Agora, o representante legal pode entrar no SVR com a conta pessoal Gov.br (do tipo ouro ou prata) e assinar um termo de responsabilidade para consultar os valores. A solução aplicada é semelhante ao acesso para a consulta de valores de pessoas falecidas.

Fontes de recursos

Em 2023, foram incluídas fontes de recursos esquecidos que não estavam nos lotes de 2022. Foram acrescentadas contas de pagamento pré ou pós-paga encerradas, contas de registro mantidas por corretoras e distribuidoras encerradas e outros recursos disponíveis nas instituições para devolução.

Além dessas fontes, o SVR engloba os seguintes valores, já disponíveis para saques no ano passado: contas-corrente ou poupança encerradas; cotas de capital e rateio de sobras líquidas de ex-participantes de cooperativas de crédito; recursos não procurados de grupos de consórcio encerrados; tarifas cobradas indevidamente; e parcelas ou despesas de operações de crédito cobradas indevidamente.

Golpes

O Banco Central aconselha o correntista a ter cuidado com golpes de estelionatários que alegam fazer a intermediação para supostos resgates de valores esquecidos, mesmo com a interrupção dos saques. O órgão ressalta que todos os serviços do Valores a Receber são totalmente gratuitos, que não envia links nem entra em contato para tratar sobre valores a receber ou para confirmar dados pessoais.

O BC também esclarece que apenas a instituição financeira que aparece na consulta do Sistema de Valores a Receber pode contatar o cidadão. O órgão também pede que nenhum cidadão forneça senhas e esclarece que ninguém está autorizado a fazer tal tipo de pedido.

Empresa suspeita de sonegar R$ 152 milhões é alvo de operação em SP

O Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos no Estado de São Paulo (Cira-SP) deflagrou nesta quarta-feira (8) a Operação Narmer, para combater a sonegação fiscal por parte de uma indústria do setor de tabaco, sediada em São Paulo, mas com atuação em Pernambuco e Mato Grosso do Sul. A suspeita do órgão é que as fraudes tenham totalizado R$ 152 milhões. Sob alegação de sigilo, o Cira-SP não divulgou o nome da empresa, mas trata-se da IBC (Indústria Brasileira de Cigarros), fabricante da marca Egipt.

A ação de hoje é consequência de operação realizada em 31 de maio de 2022. O nome Narmer é referência ao nome do primeiro faraó do Egito unificado (alto e baixo Egito) e faz referência à principal marca de cigarro comercializada pela organização sob investigação.

A 1ª Vara Especializada em Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Comarca da Capital expediu 22 mandados de busca e apreensão.

O Cira-SP é formado pela Secretaria da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo (Sefaz-SP), pelo Ministério Público (com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e a Procuradoria-Geral do Estado (PGE). A operação contou ainda com o apoio das polícias Civil e Militar.

“O alvo principal da operação é uma distribuidora de cigarros responsável atualmente por uma dívida superior a R$ 152 milhões com o Estado de São Paulo, fruto de contumaz e sistemática inadimplência tributária e de uma sofisticada blindagem patrimonial por meio de estruturas societárias nacionais”, informou o comitê.

As investigações do comitê apontaram que a sonegação fiscal e a “preordenada” inadimplência tributária envolviam, “além da blindagem patrimonial, operações simuladas de produção e circulação de cigarros e importação irregular do produto efetivamente comercializado”.

O próximo passo será analisar documentos e equipamentos eletrônicos apreendidos, pois a perícia poderá fornecer dados capazes de consolidar a investigação. “O ramo do tabaco é problemático no país, pois milhões de reais são sonegados todos os anos”, disse o promotor de Justiça Alexandre Castilho.

A Agência Brasil tenta contato com a empresa alvo da operação. O espaço está aberto para manifestação.

Oferta de crédito impulsionou venda de veículos em 2024, diz Fenabrave

O resultado positivo de 2024, com crescimento de 14,15% na venda de veículos novos [e que inclui automóveis, comerciais leves, ônibus e caminhões], pode ser explicado principalmente pela oferta de crédito, que se expandiu com a aprovação do Marco Legal das Garantias. A afirmação foi feita nesta quarta-feira (08) pelo novo presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), Arcelio Alves dos Santos Júnior.

“Com certeza, a aprovação do Marco Legal das Garantias foi um fator super importante porque volta na questão do crédito, que é fundamental para o nosso setor”, disse, após entrevista coletiva concedida na sede da Fenabrave para apresentação do balanço do setor. Além disso, destacou, o resultado do setor também sofreu influência do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e do agronegócio.

Em todo o ano passado, mais de 2,6 milhões de unidades de veículos novos foram comercializados, apontou o balanço do setor. Considerando-se apenas os automóveis e comerciais leves (como picapes e furgões) o crescimento foi de 14,02% em relação a 2023, com o emplacamento de 2.484.740 unidades.

Para 2025, a Fenabrave projeta uma desaceleração motivada por uma alta na taxa de juros, com crescimento em torno de 5% nas vendas de automóveis, comerciais leves, ônibus e caminhões. Além disso, o setor espera crescimento de 7% na venda total de veículos, o que incluiria também motocicletas e implementos rodoviários. A entidade reforçou, no entanto, que essa é uma projeção “conservadora”.

“Esperamos que, apesar do nosso conservadorismo, possamos revisar os números”, disse o presidente da entidade. “Acreditamos que, se as condições econômicas melhorarem, especialmente vinculadas a juros e taxa cambial, possamos rever o número até para cima”, falou.

Governo do Rio nega fechamento de Arquivo Público e exonera diretor

Um dia após anunciar o fechamento do Arquivo Público, o governo do Rio de Janeiro voltou atrás. De acordo com nota divulgada nesta quarta-feira (8) pela Secretaria de Estado da Casa Civil, a decisão de fechar as portas havia sido tomada de forma unilateral pelo diretor Victor Travancas. Segundo a pasta, ele foi exonerado.

“O prédio do Arquivo não oferece risco estrutural”, registra a nota divulgada pela secretaria. O comunicado foi divulgado junto com laudo emitido pela Empresa de Obras Públicas (Emop), em 24 de julho de 2024. No documento, consta que uma vistoria no edifício identificou uma fissura na laje da sala 304 que demanda tratamento com injeção de resina epoxi.

Segundo laudo assinado pelo engenheiro Marco Aurélio Corrêa, “tal anomalia não interfere na utilização do prédio, entretanto recomendamos que a referida sala não tenha acréscimo na quantidade de arquivos ali alocados”.

A Casa Civil afirma que a estrutura do edifício está íntegra e que o problema será reparado. Alega também que as instalações do Arquivo Público possuem Laudo de Exigências e Certificado de Aprovação válidos e foram vistoriadas pelo Corpo de Bombeiros no dia 30 de dezembro, sendo afastada a existência de risco iminente que justificasse uma interdição.

A suspensão de suas atividades por tempo indeterminado foi anunciada nesta terça-feira (7) por meio de um comunicado oficial do governo fluminense. De acordo com o texto, a decisão havia sido motivada pelas condições críticas da sede da instituição, que apresentaria risco iminente de desabamento e incêndio.

“O prédio sofre com um sistema elétrico obsoleto e não possui alvará de funcionamento emitido pelo Corpo de Bombeiros, expondo funcionários, colaboradores e pesquisadores a graves perigos.”, disse a nota de terça-feira (7).

O comunicado ainda trazia uma declaração do diretor Victor Travancas. De acordo com ele, a interdição do prédio era “uma medida necessária e urgente” e a reforma era indispensável.

“A direção informa que as irregularidades serão encaminhadas ao Ministério Público e à Justiça para que as responsabilidades sejam apuradas e as medidas cabíveis sejam tomadas”, finalizava o texto.

De acordo com a Casa Civil, o diretor foi o responsável pelo comunicado, sem ter consultado o governo e sem ter aval dos órgãos competentes para analisar as condições físicas do Arquivo Público.

Segundo a pasta, a Empresa de Obras Públicas realizou, entre junho de 2022 e maio de 2023, uma série de obras para melhoria das instalações do Arquivo Público. Houve colocação de drywall, forro, impermeabilização, pintura, assentamento e polimento dos pisos.

“Ciente da importância do Arquivo para preservação de documentos que contam a história do Estado, o governo continuará investindo na melhoria das instalações do prédio e das condições de guarda e classificação do seu rico acervo”, acrescenta a nota divulgada pela Secretaria de Estado da Casa Civil nesta quarta-feira (8).

Memória

O Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro é uma das instituições responsáveis pela preservação da memória histórica do estado e tem um arquivo com mais de 30 mil peças históricas. Com mais de 93 anos de existência, está localizado na Praia de Botafogo, zona sul da capital fluminense, e conserva documentos de diversos gêneros e suportes, como textuais, audiovisuais, cartográficos, bibliográficos, eletrônicos, além de objetos relevantes para o estudo da história e da sociedade fluminense, entre a segunda metade do século 18 e os dias atuais. Ele guarda, por exemplo, documentos produzidos durante a ditadura militar pelo extinto Departamento de Ordem Política e Social (Dops).

Sidônio: mudanças nas redes sociais prejudicam a democracia

O publicitário Sidônio Palmeira, que será o próximo ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), comentou nesta quarta-feira (8) as mudanças anunciadas pela multinacional Meta, empresa de tecnologia que controla Facebook, Instagram e Whatsapp, no funcionamento dessas redes sociais. Entre as alterações, está uma nova política de moderação de conteúdos nessas plataformas, que inclui o fim do programa de checagem de fatos que verifica a veracidade de informações que circulam nas redes, o fim de restrições para assuntos como migração e gênero, e a promoção de “conteúdo cívico”, entendido como informações com teor político-ideológico.

“Isso é ruim pra democracia. Por quê? Porque você não faz o controle da proliferação do ódio, da desinformação, da fake news. Esse que é o problema. E a gente precisa ter um controle. É preciso ter uma regulamentação das redes sociais. Isso tem que estar acontecendo na Europa, nos países daqui. Por que que nos Estados Unidos, muitas vezes, botam pra fora lá o TikTok e não querem? Por que que a China barra isso? E por que que a gente fica exposto a tudo isso? Essa é a pergunta”, afirmou o publicitário a jornalistas, no Palácio do Planalto, nesta quarta-feira (8) após participar do ato político em defesa da democracia e em memória dos atos golpistas de 8 de janeiro.

Embora as novas regras da Meta, por enquanto, só tenham validade dos Estados Unidos, o futuro ministro de Lula disse que cabe aos países, de forma soberana, estabelecerem uma legislação que abranja o funcionamento do setor, sem especificar. “Agora, a decisão da meta é uma decisão de uma empresa. O governo brasileiro e a justiça brasileira podem adotar outros critérios. Claro, claro. A gente tem um país autônomo, independente, que vai tomar as medidas necessárias”, afirmou.

O atual secretário de Políticas Digitais da Secom, João Brant, já havia criticado nesta terça-feira (7) o anúncio da Meta. Segundo ele, a empresa sinaliza de forma explícita que não aceita a soberania dos países sobre o funcionamento do ambiente digital, em uma antecipação de ações que serão tomadas pelo governo de Donald Trump, presidente eleito dos Estados Unidos, que toma posse no dia 20 de janeiro.

Novo ministro

Sidônio foi anunciado ontem (7) como novo ministro, no lugar de Paulo Pimenta, e deve ser empossado na próxima terça-feira (14). Na conversa com jornalistas, ele revelou que o presidente Lula, na metade do mandato, espera que a Secretaria de Comunicação Social possa comunicar com eficácia as ações do governo para a população pelos próximos dois anos.

“O governo tem muita coisa e a sensação que eu tenho é o seguinte, a expectativa do governo é maior do que o governo e o governo é maior do que a percepção popular. O ideal, no governo, é que os três [pontos] estejam alinhados. É nossa compreensão. E aí, como fazer isso? Aí tem a questão de comunicação, tem a questão de gestão e tem a questão de política”, observou. 

Publicada resolução que garante direitos a menores vítimas de estupro

Após decisão judicial, governo federal publicou, nesta quarta-feira (8), uma resolução do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) sobre o atendimento a vítimas de violência sexual.

A Resolução n° 258, de dezembro de 2024, estabelece um protocolo específico em caso de gravidez de criança e adolescente resultante de violência sexual. A norma estabelece a garantia de acesso rápido e seguro ao serviço de saúde para a realização da interrupção legal da gestação, em caso de violência, de forma humanizada e respeitosa.

O atendimento deve seguir o princípio da celeridade, da não-revitimização e do respeito a autonomia e escuta da criança e do adolescente.

A norma também define diretrizes para a prevenção da violência sexual na infância, inclusive com o direito à educação sexual, e indica os deveres do Estado nestes casos.

Em dezembro, a resolução foi aprovada pela maioria dos conselheiros do Conanda, mas os representantes do governo federal contrários à resolução pediram vista do processo. O pedido de vista não foi acatado e a resolução foi aprovada.

Em seguida, a senadora e ex-ministra do governo de Jair Bolsonaro Damares Alves (Republicanos-DF) acionou a Justiça pedindo a suspensão da resolução, alegando que o pedido de vista do representante da Casa Civil havia sido desrespeitado.

Em primeira instância, a senadora conseguiu uma liminar, que foi derrubada nesta terça-feira (7) pelo Desembargado Ney Bello. Com isso, a publicação da resolução foi autorizada.

O magistrado considerou que o Conselho agiu dentro de suas atribuições, “estabelecendo os pressupostos necessários à correta interrupção da gravidez quando fruto de abominável violência”.

O desembargador disse ainda que “uma sociedade em que suas instituições privilegiam o embate ideológico e suas verdades pré-concebidas, sobre a sanidade, a liberdade e proteção de menores vítimas de violência está fadada ao fracasso enquanto aventura da modernidade racional”.

O Gabinete de Assessoria Jurídica às Organizações Populares, representando as entidades da sociedade civil do Conanda, alegou que a decisão cumpriu a previsão do regimento do Conanda e foi tomada por meio democrático.

A entidade alertou ainda que o impedimento da publicação da resolução impede a proteção de milhares de meninas, vítimas de violência sexual, que sofrem novas violências ao buscar amparo do Estado para proteger seus direitos.

Autoridades pedem responsabilização por tentativa de golpe

O Palácio do Planalto foi palco, na manhã desta quarta-feira (8), de um ato político sobre os dois anos da invasão e destruição dos prédios na Praça dos Três Poderes, em uma tentativa de golpe de Estado para depor o atual governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que derrotou o ex-presidente Jair Bolsonaro nas urnas, em 2022. Acompanhado por autoridades, entre magistrados de tribunais superiores, parlamentares e ministros, o evento contou com discursos dos representantes dos Poderes presentes, que reafirmaram a necessidade de que o episódio de ataque à democracia assegure a responsabilização de seus mentores e executores.

Brasília (DF), 08/01/2025 – Autoridades participam de ato político que relembra os ataques de 8 de janeiro de 2023- Marcelo Camargo/Agência Brasil

“Não podemos ser tolerantes com os intolerantes. Não podemos homenagear o fascismo, o ódio político. Precisamos aprender com a história. Aqueles que querem romper com a democracia não podem ter de nossa parte a leniência”, afirmou a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), segunda-secretária da Câmara dos Deputados. Ela representou o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), que não compareceu ao ato. Em alguns momentos durante a cerimônia, os presentes gritaram em coro a frase “sem anistia”, em alusão aos processos judiciais e investigação em curso contra os envolvidos nos atos golpistas.  

Pelo Senado Federal, o vice-presidente Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB) foi o representante no lugar do presidente Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Para ele, o ato não significa partidarização, mas a necessidade de preservar a memória de uma agressão à democracia. Na presença dos comandantes das Forças Armadas (Exército, Força Aérea e Marinha), Veneziano falou sobre destacar aquelas autoridades que permaneceram fiéis à democracia, separando-as de quem tentou quebrar as regras constitucionais.

“Entre membros das Forças houve aqueles que não se predispuseram a subjugar-se à infâmia dos que tentavam e tramavam contra as vidas, como a do presidente Lula, do vice-presidente Alckmin, do ministro Alexandre de Moraes. É necessário que façamos justiça porque não podemos tratar igualmente os que são desiguais”, afirmou.

Já o presidente Lula fez questão, antes iniciar o seu discurso, de destacar a presença dos comandantes militares. “Eu quero agradecer ao José Múcio [ministro da Defesa], que trouxe os três comandantes das Forças Armadas, para mostrar a esse país que é possível a gente construir as Forças Armadas com o propósito de defender a soberania nacional”, disse.

O vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin, foi quem discursou no lugar do ministro Luís Roberto Barroso, que está em viagem. “Relembrar essa data, com a gravidade que o episódio merece, constitui um esforço para virarmos a página, mas sem arrancá-la da história. A maturidade institucional exige a responsabilização por desvios dessa natureza. Ao mesmo tempo, porém, estamos aqui para reiterar nossos valores democráticos, nossa crença no pluralismo e no sentimento de fraternidade. Há lugar para todos que queiram participar sob os valores da Constituição”, afirmou Fachin lendo um discurso do próprio ministro Barroso.

Redes sociais

O ministro prosseguiu o discurso do presidente do STF, enfatizando as iniciativas para desregulamentar a profusão de notícias falsas nas redes sociais. Foi uma menção indireta ao anúncio da empresa Meta, que controla Instagram, WhatsApp e Facebook, que afrouxará regras sobre conteúdos de ódio nas plataformas.

“Não devemos ter ilusões. No Brasil e no mundo, está sendo insuflada a narrativa falsa de que enfrentar o extremismo e o golpismo, dentro do Estado de direito, constituiriam autoritarismo. É o disfarce dos que não desistiram das aventuras antidemocráticas, com violação das regras do jogo e supressão dos direitos humanos. A mentira continua a ser utilizada como instrumento político naturalizado”.

Em seu discurso, Lula falou que a democracia venceu que, agora, é preciso que as pessoas que provocaram a tentativa de quebra democrática e de crimes graves sejam processadas e punidas. “Os responsáveis pelo 8 de janeiro estão sendo investigados e punidos. Ninguém foi ou será preso injustamente. Todos pagarão pelos crimes que cometeram, inclusive os que planejaram os assassinatos do presidente, do vice-presidente da República e do presidente do Tribunal Superior Eleitoral”, afirmou.  

Brasília (DF), 08/01/2025 – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa de eventos em referência aos episódios antidemocráticos ocorridos em 8 de janeiro de 2023 – Marcelo Camargo/Agência Brasil

Segundo a Presidência da República, três governadores compareceram ao evento: Fátima Bezerra (Rio Grande do Norte), Jerônimo Rodrigues (Bahia) e Elmano de Freitas (Ceará). A vice-governadora de Pernambuco, Priscila Krause, também estava presente. Já entre os ministros do governo, o comparecimento foi amplo, com 34 titulares do primeiro escalão presentes. Presidentes de tribunais superiores, como o Superior Tribunal de Justiça (STJ) e o Superior Tribunal Militar (STM), também marcaram presença no ato. 

Consideradas extintas, antas são vistas no Rio após 100 anos

Pela primeira vez em 100 anos, antas (Tapirus terrestris) foram flagradas em vida livre no território do estado do Rio de Janeiro pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea). O animal, que é o maior mamífero da América do Sul, até então considerado extinto na natureza fluminense, era encontrado somente em instituições de proteção à fauna e em pontos de introdução na natureza com indivíduos nascidos em instalações assistidas.

O flagrante foi feito por meio de armadilhas fotográficas disponibilizadas pela Vale ao Inea, por meio de parceria firmada em 2020, na qual se desenvolvem ações de proteção ecossistêmica aliadas à conservação da biodiversidade nas áreas de abrangência do Parque Estadual Cunhambebe.

Os 108 registros, feitos pelas dez câmeras instaladas em uma unidade de conservação administrada na Costa Verde, flagraram grupos com até três indivíduos em uma única captura, além de uma fêmea com filhote – o que sugere uma população bem estabelecida da espécie na região. A redescoberta é resultado do trabalho de conservação da biodiversidade da Mata Atlântica, que oferece um habitat preservado para a anta e outras espécies-chave, como a onça-parda (Puma concolor).

“É a primeira vez, em dez décadas, que são flagrados, registrados e monitorados no Rio de Janeiro tais animais em total vida livre, ou seja, indivíduos que não dependeram de ação humana direta ou projetos de reintrodução de fauna,” diz o Inea.

Segundo o secretário de Estado do Ambiente e Sustentabilidade, Bernardo Rossi, as unidades de conservação estaduais são responsáveis pela proteção direta de quase meio milhão de hectares de Mata Atlântica no território fluminense. “Em episódios como esse, nos certificamos de que estamos no caminho certo. Essa redescoberta é um marco não só para o Rio de Janeiro, mas para a ciência”, afirmou Rossi.

A anta-brasileira é um mamífero terrestre, que pode pesar até 250 quilos e se destaca por sua adaptabilidade e importância ecológica, pois potencialmente age como dispersora e predadora de sementes, o que contribui com a manutenção de seu habitat natural e, consequentemente, desempenha papel vital no ecossistema.

Sua capacidade de se movimentar com facilidade em diferentes tipos de terreno, incluindo áreas alagadas e encostas íngremes, aliada à sua habilidade como nadadora, a torna bem adaptada a evitar predadores.

O último registro do animal no estado do Rio tinha sido feito em 1914, no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, sendo consideradas as principais causas para seu desaparecimento a perda de habitat, a caça e exploração desenfreadas e a urbanização. Atualmente, a espécie encontra-se incluída na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas como vulnerável.

“Apresentar esses registros da anta, após mais de 100 anos classificada como extinta no estado do Rio de Janeiro, é um momento histórico e significativo. A partir do material capturado pelas armadilhas fotográficas, é possível promover estratégias eficazes de conservação e conscientizar a sociedade sobre a importância da biodiversidade e do fortalecimento dos ecossistemas locais”, afirmou o presidente do Inea, Renato Jordão.

Parque Cunhambebe

Segundo maior parque do estado, o Cunhambebe abrange quase 40 mil hectares de áreas naturais protegidas.

Além das ações de proteção ambiental, o parque se destaca por suas iniciativas consistentes em educação ambiental, promovendo uma aproximação efetiva com as comunidades do entorno e incentivando a pesquisa científica. Essas ações não apenas fortalecem a conservação da biodiversidade, mas também engajam a sociedade na valorização e preservação dos recursos naturais.

CNPU: começa hoje reembolso da taxa de inscrição

Os candidatos do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU) que solicitaram a devolução da taxa de inscrição começaram a receber o valor nesta segunda-feira, 8. De acordo com o Ministério de Gestão e Inovação, mais de 29 mil pessoas já foram reembolsadas de um total de mais de 31 mil.

O prazo para solicitação de reembolso ocorreu de 5 a 7 de julho de 2024. A taxa de inscrição do concurso foi de R$ 90 para os cargos de nível superior e de R$ 60 para os de nível médio.

Para o procedimento de devolução, a Fundação Cesgranrio, banca responsável pela seleção, orientou os solicitantes por e-mail a criar uma chave PIX do tipo CPF — o mesmo informado na inscrição — no sistema bancário de sua preferência. Essa medida visa a facilitar o pagamento pelo Banco do Brasil.

O processo de devolução por este meio será realizado durante 30 dias corridos, a contar do dia 6 de janeiro. Nos casos em que não foi possível registrar a chave PIX, o reembolso será feito por outros meios, em um prazo maior.

O ministério informou que 31.050 candidatos solicitaram devolução da taxa de inscrição do CPNU e, com isso, a participação deles no processo seletivo foi cancelada. O pedido de reembolso foi permitido a todos os candidatos inscritos no país.

Ouça na Radioagência:

CNPU: começa hoje reembolso da taxa de inscrição

Os candidatos do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU) que solicitaram a devolução da taxa de inscrição começaram a receber o valor nesta segunda-feira (6). De acordo com o Ministério de Gestão e Inovação, mais de 29 mil pessoas já foram reembolsadas de um total de mais de 31 mil.

O prazo para solicitação de reembolso ocorreu de 5 a 7 de julho de 2024. A taxa de inscrição do concurso foi de R$ 90 para os cargos de nível superior e de R$ 60 para os de nível médio.

Para o procedimento de devolução, a Fundação Cesgranrio, banca responsável pela seleção, orientou os solicitantes por e-mail a criar uma chave PIX do tipo CPF — o mesmo informado na inscrição — no sistema bancário de sua preferência. Essa medida visa a facilitar o pagamento pelo Banco do Brasil.

O processo de devolução por este meio será realizado durante 30 dias corridos, a contar do dia 6 de janeiro. Nos casos em que não foi possível registrar a chave PIX, o reembolso será feito por outros meios, em um prazo maior.

O ministério informou que 31.050 candidatos solicitaram devolução da taxa de inscrição do CPNU e, com isso, a participação deles no processo seletivo foi cancelada. O pedido de reembolso foi permitido a todos os candidatos inscritos no país.

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