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Anvisa divulga propostas de advertência para derivados do tabaco

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou as propostas de imagens de advertência sanitária para embalagens de produtos fumígenos derivados do tabaco e para expositores e mostruários do  produto em pontos de venda. As propostas serão apresentadas em audiência pública agendada para a próxima sexta-feira (18).

“As advertências sanitárias precisam ser atualizadas de forma recorrente, para garantir a manutenção da eficácia de comunicar ao público os principais danos à saúde causados pelo consumo dos derivados do tabaco e as principais substâncias (causadoras desses danos) que estão contidas nos produtos”, destacou a Anvisa, em nota.

A audiência pública será realizada das 9h às 13h, no auditório da agência, em Brasília. O encontro é aberto ao público e não é necessário fazer inscrição. O número de participantes, entretanto, é limitado a 240, capacidade máxima do local. O acesso acontecerá por ordem de chegada. A recomendação é que os interessados cheguem ao local com antecedência.

Entenda

Em comunicado, a Anvisa avaliou as advertências sanitárias em questão como uma das campanhas de comunicação em saúde mais efetivas já desenvolvidas no Brasil, “tendo colaborado significativamente para a política de saúde pública de combate ao tabagismo”. A estratégia é atualizar o layout e a distribuição dos elementos nas embalagens.

“Para chegar até a proposta atual, a Anvisa realizou um estudo de avaliação das atuais advertências e criou um grupo técnico composto por especialistas, com o objetivo de realizar o levantamento e a análise de requisitos técnicos para o desenvolvimento do novo conjunto de advertências.”

Abenutri reprova 18 marcas de creatina vendidas no mercado

A Associação Brasileira de Empresas de Produtos Nutricionais (Abenutri) reprovou 18 marcas de creatina comercializadas no mercado, conforme o laudo deste ano, divulgado nesta quinta-feira (10) pela entidade. Na comparação com 2023, desta vez 21% das marcas reprovadas anteriormente foram aprovadas nesta edição da análise.

O estudo da associação comparou as informações constantes no rótulo dos produtos com o respectivo conteúdo das suas embalagens. No total, foram 88 produtos verificados.

O dado mais interessante do laudo foi a constatação de que dez marcas, fabricadas por quatro empresas, não continham nenhuma grama de creatina no produto. Nesta situação, uma empresa fabrica sozinha cinco das dez marcas reprovadas.

Conforme a legislação, é permitida uma variação de até 20% entre a indicação da quantidade de creatina e sua presença efetiva no produto comercializado.

Com tal critério – presença ou não de creatina no produto comercializado -, o laudo é dividido em cinco categorias: de 0% a 5%, 5,1% a 10%, 10,1% a 20%, -100% e -21% a 99%.

No primeiro caso (0% a 5%) foram 48 marcas aprovadas. Nas categorias seguintes (5,1% a 10% e 10,1% a 20%) foram 13 marcas aprovadas.

Veja a relação de todas as marcas analisadas, aprovadas e reprovadas, no site da Abenutri.

Os fabricantes já entraram com medidas judiciais contra a divulgação dos resultados.

Covid-19 aumenta entre idosos nas regiões Norte e Nordeste

O  novo Boletim InfoGripe  da Fiocruz sinaliza crescimento da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) entre os idosos, provavelmente por Covid-19, em alguns estados das regiões Norte e Nordeste – Acre, Pará e Pernambuco. Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos de Sars-CoV-2 (Covid-19) foi de 30%. Entre os óbitos, o índice registrado foi de 63%.

A análise também mostra tendência de interrupção do crescimento e de diminuição dos casos de SRAG por Covid-19 em estados da região Centro-Sul. A atualização aponta que apenas duas das 27 unidades federativas do país, Minas Gerais e Pernambuco, apresentam sinal de aumento.

Segundo o estudo, a redução dos casos de SRAG observada no agregado nacional se deve a uma queda ou interrupção do crescimento das ocorrências associadas à Covid-19 e ao rinovírus em diversos estados do país, embora ambos os vírus ainda apresentem tendência de aumento em outros estados.

O InfoGripe destaca ainda a diminuição do número dos casos graves pelo rinovírus, que atinge principalmente crianças e adolescentes de até 14 anos. Esse cenário foi constatado em quase todos os estados do país, com exceção de Santa Catarina e Pernambuco onde se verifica aumento de ocorrências graves pelo vírus. 

Pesquisadora do Programa de Computação Científica da Fiocruz e do InfoGripe, Tatiana Portella reforça a importância da vacinação contra a Covid-19, especialmente para indivíduos que fazem parte dos grupos de risco como idosos, crianças e pessoas com comorbidade.

“Gostaria de reforçar também a importância da vacinação em crianças pequenas, já que esse é um dos grupos, junto com os idosos, com maior incidência de internações pelo vírus. Então é muito importante que os pais levem seus filhos para vacinar contra a Covid-19”, diz Portella.

Outras recomendações são o uso de máscara em locais fechados – com maior aglomeração de pessoas e dentro dos postos de saúde -, principalmente para quem que mora em regiões onde tem se observado aumento de casos de SRAG. E em caso de aparecimento de sintomas, a pesquisadora chama atenção que o ideal é ficar em casa em isolamento, evitando transmitir o vírus. “Se não for possível, o recomendado é sair de casa usando uma boa máscara”.

Governo brasileiro doa 24 mil insumos de saúde ao Líbano

O governo brasileiro vai doar ao Líbano 20 mil seringas com agulhas e 4 mil agulhas individuais. A doação de insumos estratégicos em saúde, em razão da emergência vivida pela população daquele país, está prevista para sair do Brasil neste domingo (6), da Base Aérea de São Paulo, em Guarulhos, com destino a Beirute.

A carga pesa aproximadamente 115 quilos, não tem necessidade de refrigeração e será transportada em avião da Força Aérea Brasileira (FAB). A operação foi coordenada pelo Ministério da Saúde em parceria com a Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério das Relações Exteriores. Outros bens emergenciais devem ser doados nos próximos dias.

A mesma aeronave trará um novo grupo de brasileiros repatriados do Líbano nos próximos dias.

A doação atende a demanda apresentada pela Embaixada do Líbano em Brasília, no dia 23 de setembro. A cooperação humanitária internacional do Brasil é feita com base nos estoques do Sistema Único de Saúde (SUS). As doações só são realizadas após análise técnica que assegure não haver risco de comprometimento do abastecimento nacional no âmbito do SUS.

Em 2023, o Brasil fez doações humanitárias de medicamentos, imunizantes e insumos de saúde a diversos países, entre eles, Bolívia, Cabo Verde, Cuba, Líbia, Haiti, Palestina, Suriname e Turquia. Em 2024, Granada, Guiana, Honduras, Paraguai, São Vicente e Granadinas e Uruguai também receberam doações brasileiras na área de saúde.

Operação Raízes do Cedro

O primeiro voo de resgate de brasileiros na zona de conflito no Oriente Médio, na operação batizada de Raízes do Cedro, chegou às 10h25 deste domingo (6), na Base Aérea com 229 passageiros, entre brasileiros e familiares, e três animais domésticos repatriados do Líbano. 

De acordo com o comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro do ar Marcelo Kanitz Damasceno, a operação terá caráter continuado com o intuito de repatriar, por semana, cerca de 500 brasileiros. O novo grupo de repatriados deve chegar ao Brasil na terça-feira (8), por volta das 10h.

Fiocruz oferece a profissionais curso online de prevenção ao HIV

Profissionais de saúde da rede pública podem ampliar os conhecimentos para a utilização da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) oral, que desde 2017 vem se mostrando como uma das principais estratégias de prevenção ao HIV no Brasil. A formação dos profissionais é uma iniciativa do Departamento de HIV/Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde (Dathi/SVSA/MS) em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS), o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

O curso online e autoinstrucional Profilaxia Pré-Exposição de Risco à Infecção pelo HIV Oral foi lançado pelo Campus Virtual da Fiocruz. Segundo a Fiocruz, o objetivo é atualizar profissionais de saúde para que estejam mais bem preparados e atentos para recomendar de forma assertiva a PrEP, identificando quem pode se beneficiar dessa estratégia de prevenção e garantindo o acesso adequado à medicação, além de fornecer acompanhamento e suporte contínuos.

A Profilaxia Pré-Exposição de Risco à Infecção é feita por meio da combinação de dois medicamentos, que, segundo a Fiocruz, bloqueiam alguns dos caminhos que o HIV usa para infectar o organismo. “(A PrEP) consiste no uso de antirretrovirais – tenofovir e entricitabina – por qualquer pessoa com risco acrescido ao HIV e, quando tomados corretamente, evitam a infecção caso aconteça uma eventual exposição ao vírus”, diz texto divulgado nesta quarta-feira (2) pela fundação.

Desde 2018, o Ministério da Saúde recomenda este tipo de profilaxia como adicional ao pacote de prevenção combinada, mas, desde 2022, a prática se estendeu a adolescentes acima de 15 anos, com peso corporal igual ou superior a 35 quilos, sexualmente ativos e sob risco aumentado de infecção pelo HIV.

De acordo com a Fiocruz, há situações que podem indicar o uso da PrEP com prioridade. “O não uso frequente de camisinha nas relações sexuais (anais ou vaginais); uso repetido de Profilaxia Pós-Exposição ao HIV (PEP); histórico de episódios de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST); contextos de relações sexuais em troca de dinheiro, objetos de valor, drogas, moradia etc e chemsex, prática sexual sob a influência de drogas psicoativas (metanfetaminas, Gama-hidroxibutirato (GHB), MDMA, cocaína, poppers.”

No entendimento do diretor adjunto do Dathi/SVSA/MS, Artur Kalichman, a melhor forma de prevenção é a que se adapta às necessidades e realidades das pessoas. Para Kalichman, uma das estratégias é a PrEP. “Nossa intenção com o novo curso é oferecer aos profissionais de saúde que prescrevem essa profilaxia – médicos, enfermeiros e farmacêuticos – orientações sobre quando e como ofertá-la. A intenção é ampliar a oferta da PrEP nos serviços de saúde para impactar diretamente na redução de novos casos no Brasil, considerando, principalmente, as pessoas que se encontram em situação de maior vulnerabilidade ao HIV”, informou.

A coordenação do curso pela Fiocruz está sob responsabilidade das pesquisadoras da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz) Vanda Cota e Marly Cruz, que estão entusiasmadas por participar da ampliação do conhecimento e melhoria da oferta dos serviços de saúde. Para Marly Cruz, a ampliação do acesso à profilaxia tem sido o grande desafio do Ministério da Saúde para oferecer o tratamento de forma universal em toda rede de atenção ao HIV/Aids do Sistema Único de Saúde (SUS), tanto pela tele PrEP quanto em ações extramuros.

“A efetivação dessa estratégia requer maior investimento na capilaridade da formação para a atualização e qualificação dos profissionais de saúde que estão aptos a recomendar e prescrever a PrEP. Assim, essa oferta visa, sobretudo, ampliar o acesso a um conteúdo atualizado sobre PrEP para alunos de todo o Brasil e outros países, oferecendo ainda a possibilidade de construção de capacidades e habilidades que visem à redução das vulnerabilidades e dos novos casos de HIV, não só da população-chave”, diz o texto da Fiocruz.

A pesquisadora Vanda Cota afirmou que o curso é uma revisão, tradução e adaptação de uma formação originalmente feita pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) em sua plataforma, mas a versão lançada agora foi desenvolvida pelo Dathi/SVSA/MS em parceria com a Ensp/Fiocruz. “A realização desse curso é crucial para a capacitação, atualização e melhoria da qualidade do atendimento, além de promover a disseminação de informações essenciais para a prevenção do HIV.”

O curso também contribuirá para a redução do estigma associado ao HIV e à sexualidade, ampliando os conhecimentos dos profissionais sobre prevenção e a importância do acesso à saúde”, reforçou, acrescentando que a oferta à distância permite que profissionais de saúde, de diferentes regiões, incluindo áreas remotas, tenham acesso às informações atualizadas sobre a PrEP, sem precisarem se deslocar e podendo ainda conciliar a capacitação com a rotina de trabalho.

Relevância

Na visão da Fiocruz, a implementação da PrEP no SUS representa um marco importante na resposta ao HIV/aids no Brasil, porque avança na prevenção para qualquer pessoa com risco significativo de infecção pelo HIV e/ou que manifestem desejo de usar a profilaxia. Conforme números do Ministério, cerca de 100 mil pessoas no Brasil fazem uso da PrEP. Desse total, mais de 90% de forma gratuita pelo SUS.

“O objetivo do MS é, até 2027, aumentar em 142% o número de usuários de PrEP com foco naquelas pessoas sob maior risco de infecção ao HIV”, concluiu a Fiocruz.

Governo envia kits para cidades do Amazonas que enfrentam seca severa

O governo federal enviou, na madrugada desta sexta-feira (4), kits de medicamentos e insumos para cidades do Amazonas que enfrentam uma das mais severas secas na região.

Os 54 kits vão permitir atendimento a 81 mil pessoas (cada kit pode atender 1,5 mil pessoas) por um período de 30 dias nos municípios mais impactados.

De acordo com o Ministério da Saúde, na semana passada a titular da pasta, Nísia Trindade, se reuniu com os secretários de saúde da região Norte do país para ampliar o diálogo sobre as necessidades de cada estado.

Na mesma data, o ministério iniciou a campanha Se tem fumaça, tem que ter cuidado, para alertar a população e gestores de saúde sobre os riscos que a poluição do ar representa para a saúde pública.

A pasta também disponibilizou uma página dedicada ao tema, em que a população pode encontrar orientações sobre os cuidados com a saúde e como se proteger durante o período de queimadas.

A ideia é mobilizar a sociedade para adotar medidas preventivas e reduzir os impactos à saúde provocados pela exposição à fumaça.

*Com informações do Ministério da Saúde

TCU vai acompanhar impacto do mercado de bets na saúde e economia

O Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu nesta quarta-feira (2) que vai acompanhar os impactos do mercado apostas online no Brasil. Os jogos são promovidos por empresas nacionais e internacionais conhecidas como bets – nome em inglês que significa aposta.

De acordo com decisão do plenário do TCU, a medida é necessária para verificar o impacto das apostas na saúde pública, no poder de compra das famílias e no andamento das ações propostas pelo governo federal para prevenir a lavagem de dinheiro, o roubo de dados dos apostadores e o envolvimento de menores de idade nas apostas.

A proposta de acompanhamento foi feita pelo presidente do TCU, ministro Bruno Dantas, e aprovada por unanimidade. O ministro citou dados da XP Investimentos que mostram que o setor de bets deve movimentar entre R$ 90 bilhões e R$ 130 bilhões neste ano. Também foram citados dados do Itaú para demonstrar que os apostadores gastaram R$ 68,2 bilhões nos últimos 12 anos.

“Estima-se que o mercado de apostas também pode repercutir no orçamento da saúde, uma vez que, com a inclusão de ações voltadas à população com vicio nas bets, haverá possibilidade de um aumento significativo nos atendimentos em saúde mental realizados na Atenção Primária à Saúde e nos Centros de Atenção Psicossocial”, argumentou o ministro.

Ontem (1°),  o Ministério da Fazenda divulgou a lista das casas de apostas virtuais que pediram autorização até 30 de setembro e cumpriram os requisitos legais para se manter em funcionamento.

A partir do dia 11 deste mês, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) bloqueará as páginas ilegais. Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, até 600 páginas terão o acesso derrubado.

Marburg: entenda vírus com potencial pandêmico que preocupa a África

Na última sexta-feira (27), o Ministério da Saúde de Ruanda confirmou casos inéditos no país de infecção pelo vírus Marburg. Amostras de sangue de pacientes que apresentaram sintomas compatíveis foram analisadas pelo Laboratório Nacional de Referência e testaram positivo para a doença. Dois dias depois, pelo menos 26 casos já haviam sido confirmados em sete dos 30 distritos de Ruanda, sendo que mais da metade dos infectados são profissionais de saúde de duas unidades da capital Kigali.

O último boletim divulgado por autoridades sanitárias de Ruanda esta semana contabiliza 31 pessoas infectadas e 11 mortes. Ao todo, 19 pacientes estão sendo mantidos em isolamento enquanto recebem tratamento.

O rastreamento e a testagem de pessoas próximas aos infectados, de acordo com o Ministério da Saúde local, está em andamento, com mais de 300 pessoas sendo monitoradas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) coordena as ações para controle e prevenção de casos no país e em nações vizinhas.

A entidade define a doença de Marburg como altamente virulenta e responsável por um quadro de febre hemorrágica com taxa de mortalidade que chega a 88%, dependendo da cepa e do gerenciamento de casos. Pertencente à mesma família do vírus Ebola, o Marburg provoca sintomas que começam de forma abrupta, incluindo febre alta, dor de cabeça severa e forte mal-estar. Muitos pacientes desenvolvem sintomas hemorrágicos graves em um período de apenas sete dias.

>> Confira as principais perguntas e respostas sobre o Marburg (informações da OMS e do Centro de Controle e Prevenção de Doenças no Continente Africano – Africa CDC, na sigla em inglês):

O que é a doença do vírus Marburg?

É classificada como uma enfermidade grave e, muitas vezes, fatal, causada pelo vírus Marburg. A infecção leva a um quadro de febre hemorrágica viral grave em humanos, caracterizada por febre, dor de cabeça severa, dor nas costas, dores musculares intensas, dor abdominal, vômito, confusão mental, diarreia e, em estágios muito avançados, sangramentos.

Etiópia, 02/10/2024 – Imagem de microscópio da doença de Marburg. Foto: AfricaCDC/Divulgação

A doença foi identificada pela primeira vez no município de Marburg, na Alemanha, em 1967. Desde então, há um número limitado de surtos, notificados em Angola, na República Democrática do Congo, no Quênia, na África do Sul, na Uganda e, agora, em Ruanda.

 

Em 2023, foram identificados dois surtos distintos de Marburg em dois países: Guiné Equatorial e Tanzânia. De acordo com a OMS, a doença figura como uma grave ameaça à saúde pública em razão de sua elevada taxa de mortalidade, além da ausência de um tratamento antiviral ou mesmo de uma vacina capaz de conter a disseminação do vírus.

Como é a infecção pelo vírus?

Inicialmente, seres humanos podem ser infectados ao entrarem em contato com morcegos Rousettus, um tipo de morcego frugívoro (que se alimentam de frutas) frequentemente encontrado em minas e cavernas. Já a transmissão de pessoa para pessoa acontece principalmente por meio do contato com fluidos corporais de pessoas infectadas, incluindo sangue, fezes, vômito, saliva, urina, suor, leite materno, sêmen e fluidos da gravidez.

A infecção também ocorre por meio do contato com superfícies e materiais contaminados com esses fluidos corporais. A doença não se espalha pelo ar.

A OMS alerta que o vírus, muitas vezes, se espalha de um membro da família para outro ou ainda de um paciente para um profissional de saúde que não utilize equipamentos de proteção adequados.

Pessoas infectadas permanecem transmitindo o Marburg enquanto houver carga viral no sangue, o que significa que os pacientes devem receber tratamento em unidades de saúde específicas e aguardar que testes laboratoriais confirmem o momento de retornar ao convívio em segurança.

Quais os sinais e sintomas?

Os primeiros sintomas podem surgir logo após a infecção e incluem febre alta, calafrios, dor de cabeça intensa e cansaço intenso. Dores musculares também são sintomas iniciais comuns.

O quadro tende a se agravar com o passar do tempo, quando aparecem náuseas, vômitos, dores de estômago e/ou no peito, erupções cutâneas e diarreia, que podem durar cerca de uma semana.

Nas fases tardias da doença, é comum ocorrer sangramento em diversos locais do corpo, como gengivas, nariz e ânus. Os pacientes podem sofrer choque, delírio e falência de órgãos.

De acordo com a OMS, os sintomas de infecção por Marburg mais relatados são:

– febre;

– dor nas costas;

– dor muscular;

– dor de estômago;

– perda de apetite;

– vômito;

– letargia;

– irritação na pele;

– dificuldade em engolir;

– dor de cabeça;

– diarreia;

– soluço;

– dificuldade para respirar.

Qual o intervalo de tempo até que os sintomas comecem a aparecer?

A janela de tempo entre a infecção por Marburg e o início dos sintomas varia de dois a 21 dias. Alguns pacientes apresentam sangramento entre cinco e sete dias sendo que a maioria dos casos fatais geralmente apresenta algum tipo de sangramento – geralmente, em múltiplas áreas do corpo. Quadros de sangue no vômito e/ou nas fezes, por exemplo, costumam ser acompanhados de sangramentos no nariz, nas gengivas e na vagina.

“A morte pode ocorrer rapidamente e, geralmente, é causada por sepse viral, falência múltipla de órgãos e sangramento”, alerta a OMS.

Os vírus Marburg e Ebola provocam a mesma doença?

A OMS classifica as duas infecções como raras e semelhantes, mas causadas por vírus distintos, ambos membros da família dos filovírus e com capacidade de causar surtos com altas taxas de mortalidade.

A doença de Marburg pode ser confundida com outros quadros infecciosos como ebola, malária, febre tifoide e dengue, em razão da semelhança dos sintomas.

Por esse motivo, apenas a testagem realizada em laboratório, utilizando amostras de sangue, tecido ou outros fluidos corporais do paciente, pode confirmar a infecção.

O que fazer em caso de sintomas de Marburg?

Se você ou alguém próximo a você apresentar sintomas semelhantes aos da infecção por Marburg, a orientação da OMS é entrar em contato com um profissional de saúde local para obter conselhos atualizados e precisos.

Em casos em que há resultado de teste positivo para a infecção, o atendimento precoce em um centro de tratamento específico é considerado essencial, além de aumentar as chances de sobrevivência.

Não existe tratamento específico para a doença. Entretanto, no intuito de maximizar as chances de recuperação e ampliar a segurança de pessoas próximas, todos os pacientes devem receber cuidados e permanecer em um centro de tratamento designado para esse tipo de caso até que sejam autorizados a sair. A OMS não recomenda o tratamento em casa.

“Se você ou um ente querido testar negativo para doença de Marburg, mas ainda apresentar sintomas compatíveis, permaneça vigilante até que eles desapareçam e até que você seja liberado pelo seu médico”, destacou a organização.

“Siga sempre os conselhos dos profissionais de saúde, já que podem ser necessárias análises laboratoriais adicionais em casos de resultado laboratorial negativo mas com paciente sintomático”.

Como proteger do vírus?

A melhor forma de prevenir a infecção por Marburg é evitar o contato com indivíduos ou animais infectados e praticar uma boa higiene, além de seguir outras medidas possivelmente recomendadas por governos e autoridades sanitárias locais.

Caso você more ou esteja viajando para áreas onde foi relatada a presença do vírus – ainda que não apresente sintomas e que não tenha entrado em contato com um paciente infectado –, a orientação é seguir medidas preventivas como:

– procurar atendimento caso surjam sinais da infecção;

– lavar as mãos regularmente com sabão ou com solução para esfregar as mãos à base de álcool;

– evitar contato com fluidos corporais de pessoas com sintomas de infecção por Marburg, além de evitar o manejo do corpo de alguém que faleceu com sintomas da doença;

– ao parar em pontos de controle sanitários oficiais, aderir a quaisquer medidas preventivas em vigor, incluindo a triagem de temperatura e o preenchimento de formulários de declaração de saúde.

 

Centro de pesquisa da doença de Marburg. Foto: AfricaCDC/Divulgação

Tem tratamento da doença?

Atualmente, não há tratamento disponível para pacientes diagnosticados com o vírus. Por isso, a OMS considera essencial que pessoas que apresentem sintomas semelhantes procurem atendimento precoce. C

Cuidados de suporte, incluindo o fornecimento de hidratação adequada, o controle da dor e de outros sintomas que possam surgir deve ser feito por profissionais de saúde e é considerado a forma mais segura e eficaz de gerir a infecção.

O tratamento de coinfecções, como por malária, doença bastante comum no continente africano, também é definido como crucial para os cuidados de suporte contra o Marburg.

Segundo a OMS, terapias em fase de teste e ainda não aprovadas para o tratamento da infecção foram priorizadas para avaliação da entidade por meio de ensaios clínicos randomizados.

Existem vacinas?

Até o momento, não existem vacinas aprovadas para prevenir a infecção pelo vírus Marburg. Há, entretanto, algumas doses atualmente em processo de desenvolvimento. “A OMS identificou a doença de Marburg como uma doença de alta prioridade para a qual se faz urgentemente necessária uma vacina”, informa a OMS. 

Surto de Marburg em Ruanda já matou 11 pessoas

O surto do vírus Marburg recentemente declarado em Ruanda já deixou pelo menos 11 mortos. De acordo com o Ministério da Saúde do país africano, desde sexta-feira (27), quando o primeiro caso foi confirmado, 31 pessoas foram infectadas. Desse total, 19 estão em isolamento enquanto recebem tratamento. 

“O rastreamento e a testagem de pessoas próximas aos infectados estão em andamento”, destacou a pasta, ao alertar para sintomas como febre alta, dor de cabeça severa, dores musculares, vômito e diarreia. Já as medidas de prevenção incluem evitar contato próximo com pessoas sintomáticas e reforçar medidas de higiene.

Em comunicado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que a doença de Marburg é altamente virulenta e leva a um quadro de febre hemorrágica, com taxa de mortalidade de até 88%. Pertencente à mesma família do vírus Ebola, o Marburg provoca sintomas que começam abruptamente, incluindo febre alta, dor de cabeça severa e forte mal-estar.

“Muitos pacientes desenvolvem sintomas hemorrágicos graves em um período de sete dias. O vírus é transmitido a humanos por morcegos frugívoros e se espalha de pessoa para pessoa por meio do contato direto com fluidos corporais de pacientes infectados, além de superfícies e materiais contaminados”, explica o ministério.

Potencial epidêmico

Em agosto, a OMS atualizou sua lista de mais de 30 patógenos com potencial de desencadear uma epidemia, sendo o Marburg um deles. De acordo com a organização humanitária Médicos Sem Fronteiras, durante a primeira epidemia da doença – entre 1999 e 2000, na República Democrática do Congo –, a taxa de letalidade chegou a 70%.

Antes de Ruanda, surtos e casos esporádicos do vírus Marburg já haviam sido identificados em países como Angola, República Democrática do Congo, Quênia, África do Sul e Uganda. A taxa média de mortalidade, segundo a OMS, é de cerca de 50%, mas já variou de 24% a 88%, dependendo da cepa e do gerenciamento de casos.

“Em apoio aos esforços em curso, a OMS está mobilizando informações e ferramentas de resposta a surtos, incluindo o fornecimento de insumos médicos de emergência, para ajudar a reforçar as medidas de controle implementadas para conter o vírus”, destacou a organização. 

A previsão é que uma primeira remessa de insumos chegue a Ruanda nos próximos dias.

Centro de Controle

No domingo (29), o Centro de Controle e Prevenção de Doenças no continente africano (Africa CDC, na sigla em inglês) enviou à Ruanda uma equipe de especialistas para auxiliar nos esforços de resposta ao Marburg. A entidade trabalha ainda com autoridades sanitárias de países fronteiriços, como Burundi, Uganda, Tanzânia e República Democrática do Congo.

“O Ministério da Saúde de Ruanda pede à população que permaneça vigilante e que reforce as medidas preventivas, garantindo a higiene, lavando as mãos com sabão, higienizando as mãos e tomando todas as medidas de precaução necessárias quando em contato com outros indivíduos”, destacou o Africa CDC.

A entidade ressaltou que, como não há vacina ou tratamento específico para a infecção por Marburg, medicações para conter os sintomas devem ser iniciadas de forma imediata em qualquer caso suspeito. “Os mesmos protocolos de prevenção e controle de infecção utilizados para outros quadros de febre hemorrágica, como na infecção por Ebola, devem ser adotados”, recomenda a África CDC.

Panorama Covid-19 mostra queda do número de casos no Rio de Janeiro

A nova edição do Panorama Covid-19, divulgada nesta terça-feira (1º), apresenta diminuição de seis do total de sete indicadores da doença, após nove semanas com tendência de alta.

De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde, o único indicador que manteve a tendência de alta foi a taxa de positividade do teste rápido de antígeno em amostras coletadas em unidades de saúde da rede pública. Aumentou de 8% na Semana Epidemiológica (SE) 34 para 11% na SE 38, uma variação de 39%. Já os testes rápidos da Dasa (amostras coletadas em laboratórios da rede privada) tiveram redução de 39%: de 18% na semana 34 para 11% na 38.

A redução das taxas de positividade, registradas pelos testes RT-PCR, também foi acentuada. Nas amostras coletadas pelo Laboratório Central de Saúde Pública Noel Nutels (Lacen), na rede pública, houve variação negativa de 41%, caindo de 12% na SE 34 para 7% na SE 38. Nos laboratórios da rede particular Dasa, a redução foi de 32%, caindo de 13% para 9%.

Os atendimentos nas unidades de pronto atendimento 24h (UPAs) do estado do Rio também mostraram a tendência de redução, com diminuição de 7% para adultos e crianças. O boletim registra  uma tendência geral de estabilização dos atendimentos com sintomatologia de síndrome gripal compatível com a Covid-19, com leves variações aleatórias.