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Panorama Covid-19 mostra queda do número de casos no Rio de Janeiro

A nova edição do Panorama Covid-19, divulgada nesta terça-feira (1º), apresenta diminuição de seis do total de sete indicadores da doença, após nove semanas com tendência de alta.

De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde, o único indicador que manteve a tendência de alta foi a taxa de positividade do teste rápido de antígeno em amostras coletadas em unidades de saúde da rede pública. Aumentou de 8% na Semana Epidemiológica (SE) 34 para 11% na SE 38, uma variação de 39%. Já os testes rápidos da Dasa (amostras coletadas em laboratórios da rede privada) tiveram redução de 39%: de 18% na semana 34 para 11% na 38.

A redução das taxas de positividade, registradas pelos testes RT-PCR, também foi acentuada. Nas amostras coletadas pelo Laboratório Central de Saúde Pública Noel Nutels (Lacen), na rede pública, houve variação negativa de 41%, caindo de 12% na SE 34 para 7% na SE 38. Nos laboratórios da rede particular Dasa, a redução foi de 32%, caindo de 13% para 9%.

Os atendimentos nas unidades de pronto atendimento 24h (UPAs) do estado do Rio também mostraram a tendência de redução, com diminuição de 7% para adultos e crianças. O boletim registra  uma tendência geral de estabilização dos atendimentos com sintomatologia de síndrome gripal compatível com a Covid-19, com leves variações aleatórias.

Outubro Rosa: mulheres têm exames gratuitos na rodoviária de Brasília

A chegada do décimo mês do ano, nesta terça-feira (1°), marca o início do Outubro Rosa, mês dedicado à conscientização da sociedade e dos profissionais de saúde sobre a prevenção ao câncer de mama, sobre o diagnóstico precoce dessa doença e adoção de hábitos saudáveis que podem contribuir para a diminuição dos casos.

Em 2024, no Instituto Nacional de Câncer (Inca) escolheu como tema da campanha Saúde da Mulher: Desafios e Perspectivas para o Controle do Câncer. Em todo o país, os próximos 30 dias serão marcados por iluminação de prédios públicos com luzes rosa, palestras, eventos e atividades educativas, além do exames preventivos.

No Distrito Federal, por exemplo, o Serviço Social do Comércio do Distrito Federal (Sesc-DF) estacionou unidades móveis na plataforma superior da rodoviária do Plano Piloto, para oferecer gratuitamente a mulheres consultas e exames para prevenção de câncer de mama e, também, de colo uterino. 

Brasília (DF), 01/10/2024 – André Abreu, gerente da unidade móvel do Sesc-DF – José Cruz/Agência Brasil

O gerente de Unidades Móveis do Sesc-DF, André Abreu, explica que a carreta da mulher tem a missão de chamar a atenção das moradoras. “O foco é a prevenção, com muita conversa e muitas consultas”.

Mulheres

Nesta terça, o espaço com tendas, cercado por grades cor-de-rosa, atraiu a atenção de uma das quatro filhas de Maria da Glória Costa, de 60 anos, quando passavam pela área central de Brasília, vindas da cidade do Gama. As duas decidiram parar no local para voltar a investigar o nódulo que a Glória detectou na mama direita, em 2021. À época, foi feita biópsia do tecido da mama e a análise em laboratório classificou o tumor como benigno, mas Glória não foi mais ao médico e, agora, se sente incomodada pelo inchaço no seio. “Meu seio ficou defeituoso. Eu sinto o carocinho e o vejo até por cima da roupa. Por isso, quero fazer a mamografia para tirar minhas dúvidas.” 

Primeira vez

No mesmo local, a dona de casa Lilian Cristina Cavalcanti, fez pela primeira vez uma mamografia, a radiografia específica das duas mamas que possibilita a identificação precoce de alterações nos seios. Com 51 anos e mãe de três filhos, ela admite que, até hoje, deixou a questão de lado por falta de tempo e por achar que seria difícil conseguir a vaga em uma unidade pública de saúde. “Nunca tentei. Não tenho paciência para ficar na fila esperando e, como nunca senti nada [no autoexame da mama], deixei passar”, confessou.

Mas, chegou a hora dela realizar a mamografia bilateral. Lilian Cristina se posicionou em pé, em frente ao aparelho e, imóvel, teve as mamas comprimidas em diferentes ângulos para captura das imagens detalhadas. No fim, ela saiu da carreta do Sesc com impressões positivas sobre o exame. “Achei que doía mais, mas foi bem tranquilo. Agora, espero ansiosa pelo resultado do exame.” 

Brasília (DF), 01/10/2024 – Lilian Cavalcanti passou pela primeira vez pelo exame preventivo durante a campanha – José Cruz/Agência Brasil

André Abreu, do Sesc-DF, explica que as imagens em alta resolução captadas pelos mamógrafos são enviadas automaticamente aos profissionais do Hospital de Barretos (SP) para análise e emissão do laudo médico, em até 30 dias. “Se o laudador já identificar visualmente um câncer, ele avisará a equipe de Brasília que poderá ter que repetir o exame e esta deverá encaminhar a mulher examinada como paciente ao Hospital de Base de Brasília”. Nos demais casos, quando for constatada a normalidade das mamas, a mulher receberá o laudo em um envelope nominal no prazo citado, no mesmo local – a rodoviária do Plano Piloto.

Câncer na família

A mamografia de rastreamento de doenças deve ser feita a cada dois anos e é indicada para mulheres a partir de 50 anos. Porém, o risco é mais elevado de ocorrência em pessoas com histórico familiar de câncer de mama.

A situação é vivida pela técnica administrativa Vera Lúcia Brasil, de 60 anos, que viu as primas com câncer no seio, o que a motiva a fazer mamografia anualmente. “Por enquanto, nunca apareceu nada.  No câncer, se você fizer sua parte no início, dá certo. Se não, já era! E com a idade que tenho, a doença avança mais rápido ainda”, opina.

Já a auxiliar de limpeza, Joseline Lima Santos, mesmo tendo 48 anos, compareceu ao local para tentar fazer a mamografia. A justificativa apresentada é a de que a mãe dela faz tratamento de quimioterapia para destruir células cancerosas e, em novembro, fará uma mastectomia em um hospital público do Distrito Federal, para remoção da mama. “Eu quero muito fazer o exame porque minha mãe tem câncer de mama e quero evitar. Ela está na sétima sessão de quimio, de um total de 12.”

Atendimento no DF

O técnico em radiologia Ademar Cardoso revelou que, nos dez anos de atuação na área, muitas vezes percebeu a presença de nódulos nas mamas de pacientes ainda no momento de realização da mamografia e comenta a relevância da prevenção. “Muitas vezes vejo pessoas sem informação e, por isso, o exame de graça é tão importante, porque é feito o encaminhamento necessário e a paciente pode dar início a tratamento, quando for o caso.”

Durante este mês, de segunda a sexta-feira, o Sesc distribuirá 20 senhas por dia às interessadas em fazer a mamografia. A auxiliar de serviço gerais Carmina de Alves da Silva, de 54 anos, conseguiu pegar uma das vagas e atualizou a última mamografia, realizada há dois anos. “O importante mesmo é a prevenção ao câncer que, em certa idade, é mais perigoso.”

Brasília (DF), 01/10/2024 – Carmina Alves da Silva atualizou o exame preventivo durante a campanha- José Cruz/Agência Brasil

Outra mulher que garantiu que não irá mais se descuidar da própria saúde é a diarista Roseny Alves da Silva, de 59 anos. “O exame é importante e a gente tem que se cuidar. Tem tempo que eu não faço e, agora, vou aproveitar a oportunidade de graça. Por causa da minha idade, tenho que fazer”, disse antes entrar na sala do mamógrafo.

Brasil

De acordo com Inca, o câncer de mama é o tipo que mais acomete as mulheres no Brasil. As maiores taxas de incidência e de mortalidade estão nas regiões Sul e Sudeste do país. 

Em 2024, estão estimados mais de 73,6 mil casos novos de câncer de mama. A estimativa de risco é de 66,54 casos a cada 100 mil mulheres. Apenas cerca de 1% dos casos ocorre em homens.

Serviço

De 1º a 30 de outubro, a mobilização do Sesc-DF oferecerá 200 atendimentos por dia, entre eles, a mamografia, o exame citopatológico do colo do útero, também conhecido como Papanicolau ou preventivo, além de inserção de dispositivos intrauterinos (DIU). A estimativa é que sejam realizados mais de 4,5 mil atendimentos gratuitos direcionados exclusivamente ao público feminino, no período.

As senhas serão distribuídas sempre às 8h e cada senha dá direito a um serviço por dia, conforme a disponibilidade:

Para ser atendida, a mulher deve: portar documento de identificação com foto. Para mamografia, levar também o Cadastro de Pessoas Físicas (CPF), comprovante de residência e número do Sistema Único de Saúde (SUS). As mulheres com idade entre 50 e 69 anos não precisam de pedido médico para realizar o exame. Mas fora dessa faixa etária, sim.  

Para a colocação do DIU, é preciso ter um exame preventivo (citopatológico) recente, estar menstruada ou levar um exame de sangue que detecta a gravidez (Beta HCG), feito nas 24 horas anteriores ao procedimento.

Saúde e Cidades são pastas mais afetadas por contenção de R$ 13,3 bi

Mesmo com a liberação de R$ 1,6 bilhão do Orçamento Geral da União, os Ministérios da Saúde e das Cidades continuam a ser as pastas mais atingidas pelo congelamento de R$ 13,3 bilhões. A distribuição das verbas foi detalhada em decreto publicado em edição extraordinária do Diário Oficial da União no fim da noite desta segunda-feira (30).

No último dia 20, o Relatório Bimestral de Receitas e Despesas, documento que orienta a execução do Orçamento, reverteu o contingenciamento de R$ 3,8 bilhões anunciado em julho, mas elevou as despesas bloqueadas de R$ 11,2 bilhões para R$ 13,3 bilhões.

Segundo o relatório, o volume de despesas bloqueadas subiu R$ 2,1 bilhões, passando de R$ 11,2 bilhões para R$ 13,2 bilhões, mas o contingenciamento de R$ 3,8 bilhões anunciado em julho foi revertido, liberando o total de R$ 1,6 bilhão em gastos. O bloqueio adicional teve de ser redistribuído entre os ministérios, o que, pela legislação, é definido dez dias depois da publicação do relatório.

Tanto o contingenciamento como o bloqueio representam cortes temporários de gastos. O novo arcabouço fiscal, no entanto, estabeleceu motivações diferentes. O bloqueio ocorre quando os gastos do governo crescem mais que o limite de 70% do crescimento da receita acima da inflação. O contingenciamento ocorre quando há falta de receitas que comprometem o cumprimento da meta de resultado primário (resultado das contas do governo sem os juros da dívida pública).

Pelo decreto publicado na segunda à noite, o Ministério da Saúde teve R$ 4,5 bilhões bloqueados, R$ 100 milhões a mais que o valor retido no relatório anterior, em julho. As demais pastas tiveram alívio orçamentário, por causa da reversão do contingenciamento de R$ 3,8 bilhões.

Mesmo com a redução na verba congelada, o Ministério das Cidades ficou em segundo lugar, com R$ 1,8 bilhão, com o Ministério da Educação em terceiro, com R$ 1,4 bilhão.

O governo também cortou as emendas parlamentares em R$ 974,9 milhões. Apesar de quase todas as emendas serem impositivas, a legislação estabelece que, em caso de contingenciamentos ou bloqueios, elas sofrem um corte linear (mesmo percentual para todas as emendas) na mesma proporção do corte das despesas discricionárias (não obrigatórias).

O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) teve redução de R$ 3,7 bilhões. Tanto o bloqueio quanto o contingenciamento de despesas é feito em gastos discricionários. A contenção pode atingir tanto gastos de custeio (manutenção da máquina pública, como energia, internet, água, diárias, passagens e material de escritório) como investimentos (obras públicas e compra de equipamentos).

A contenção de despesas é feita na verba não obrigatória dos ministérios. Portanto, o ajuste é feito em investimentos e gastos de custeio, como energia elétrica e água, diárias e passagens e serviços de comunicações.

Déficit primário

Para este ano, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) prevê meta de déficit primário zero, com margem de tolerância de R$ 28,75 bilhões para mais ou para menos, o equivalente a 0,25 ponto percentual do Produto Interno Bruto (PIB). A última versão do relatório reduziu a previsão de déficit para R$ 28,3 bilhões, dentro da margem de tolerância.

A estimativa foi reduzida porque o Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas incorporou um aumento de arrecadação de R$ 30,1 bilhões em recursos não administrados pela Receita Federal. A maior parte desse total, R$ 18,3 bilhões, vem da aprovação da lei que compensará a prorrogação da desoneração da folha de pagamento até 2027.

Saúde lança guia sobre mudanças climáticas para profissionais de saúde

O Ministério da Saúde lançou um guia de bolso sobre mudanças climáticas e os efeitos na saúde humana, voltado para profissionais como médicos e enfermeiros. O material, segundo a pasta, foi montado a partir de uma publicação da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), com linguagem e necessidades adaptadas ao Sistema Único de Saúde (SUS).

Em nota, o ministério informou que a proposta do documento é facilitar o atendimento de profissionais da saúde, incluindo agentes comunitários de saúde e outros, permitindo o acesso rápido a informações relacionadas a mudanças climáticas e à saúde humana, de forma que as orientações aos pacientes sejam feitas com maior segurança.

“As mudanças climáticas são uma realidade recente para a população e, para os profissionais, não é diferente. Por isso, o documento é fundamental para uma pronta resposta às necessidades dos brasileiros”, destacou a pasta, ao citar que as mudanças climáticas afetam não apenas a saúde das pessoas, mas também a estrutura dos serviços de saúde.

Ondas de calor, inundações e secas extremas, segundo o ministério, trazem preocupação adicional tanto para quem organiza os serviços de saúde como para quem presta assistência aos pacientes. O guia será entregue a trabalhadores do SUS e também está disponível no portal do ministério.

Entenda

Com mais de 130 páginas, o guia traz informativos sobre alterações em tratamentos cardiovasculares, respiratórios, renais, oftalmológicos, cutâneos, gastrointestinais e neurológicos, além de recomendações sobre o impacto de efeitos climáticos na saúde mental e materno-infantil.

O material também aborda zoonoses (doenças infecciosas transmitidas entre animais e pessoas) e doenças de transmissão vetorial, como dengue, malária, doença de Chagas, leishmaniose, febre amarela, febre do Oroupouche, mayaro, filarioses e febre do Oeste do Nilo. O documento traz orientações específicas para pacientes e para comunidades em geral.

Saiba o que é Doença de Crohn, que afeta o jornalista Evaristo Costa

Síndrome inflamatória do trato intestinal, a Doença de Crohn, que afeta o jornalista Evaristo Costa, atinge predominantemente a parte inferior do intestino delgado e o intestino grosso (cólon), mas pode afetar qualquer parte do trato gastrointestinal.

O apresentador contou nesta terça-feira (1º) que perdeu mais de 22 quilos em três semanas por conta da inflamação. De acordo com o glossário do Ministério da Saúde, trata-se de uma doença crônica, provavelmente provocada por desregulação do sistema imunológico, responsável pela defesa do organismo.

 A Doença de Crohn não tem cura. As terapias disponíveis contribuem para reprimir o processo inflamatório desregulado, ajudam a reduzir a inflamação e a controlar os sintomas.

Sintomas

Diarreia, cólica abdominal, febre frequente e, às vezes, sangramento retal estão entre os principais sintomas associados à Doença de Crohn, segundo o Ministério da Saúde. Também podem ocorrer perda de apetite e perda de peso.

“A diarreia pode se desenvolver lentamente ou começar de maneira súbita, podendo haver também dores articulares e lesões na pele. Na Doença de Crohn a dor abdominal e a diarréia freqüentemente surgem após as refeições. São comuns dores nas juntas, falta de apetite, perda de peso e febre. Outros sintomas precoces da doença de Crohn são lesões da região anal, incluindo hemorróidas, fissuras, fístulas e abscessos”, informa o site do Ministério da Saúde.

A doença é diagnosticada por meio de exames de imagem como raio-x e endoscopias, além de exames de sangue. O tratamento é realizado em etapas por meio de um sistema que mede a atividade da doença baseado no número de evacuações, de dores abdominais e da indisposição geral, dentre outras ocorrências. No entanto, se o paciente apresentar um quadro mais leve, a evolução da doença pode ser acompanhada por um clínico.

Brasil elimina elefantíase como problema de saúde pública

A filariose linfática, popularmente conhecida como elefantíase, foi eliminada do território brasileiro como problema de saúde pública. Considerada uma das maiores causas globais de incapacidade permanente ou de longo prazo, a doença permanecia endêmica apenas na região metropolitana do Recife, incluindo Olinda, Jaboatão dos Guararapes e Paulista. O último caso confirmado, segundo o Ministério da Saúde, foi registrado em 2017.

Causada pelo verme nematoide Wuchereria Bancrofti, a filariose linfática é transmitida pela picada do mosquito Culex quiquefasciatus, também conhecido no Brasil como pernilongo ou muriçoca, infectado com larvas do parasita. Entre as manifestações clínicas mais importantes estão edemas ou acúmulo anormal de líquido nos membros, nos seios e na bolsa escrotal, que podem levar o paciente à incapacidade.

Em nota, a Organização Mundial da Saúde (OMS) parabenizou o país pela eliminação da filariose linfática como problema de saúde pública. “Eliminar uma doença é uma conquista importante e que exige um compromisso inabalável”, avaliou o diretor-geral da entidade, Tedros Adhanom Ghebreyesus. 

“Parabenizo o Brasil por seus esforços para libertar sua população do flagelo de uma doença dolorosa, desfigurante, incapacitante e estigmatizante. Este é mais um exemplo do incrível progresso que estamos fazendo contra as doenças tropicais negligenciadas, além de dar esperança a diversas outras nações que ainda lutam contra a filariose linfática para que também possam eliminar a doença”, completou Tedros.

Cenário global

De acordo com a OMS, o Brasil agora se une a outros 19 países e territórios que também foram certificados pela eliminação da filariose linfática como problema de saúde pública. São eles: Malawi, Togo, Egito, Iêmen, Bangladesh, Maldivas, Sri Lanka, Tailândia, Camboja, Ilhas Cook, Quiribati, Laos, Ilhas Marshall, Niue, Palau, Tonga, Vanuatu, Vietnã e Wallis e Futuna.

Nas Américas, três países permanecem classificados pela entidade como endêmicos para a filariose linfática: República Dominicana, Guiana e Haiti. Nessas localidades, segundo a OMS, se faz necessária a administração em massa de medicamentos capazes de interromper a transmissão da doença.

“Além de se tornar o 20º país a ser validado pela eliminação da filariose linfática como problema de saúde pública, o Brasil também se tornou o 53º país a eliminar pelo menos uma doença tropical negligenciada”, destacou a OMS, em comunicado publicado nesta terça-feira (1º).

Dados da entidade mostram que, em 2023, 657 milhões de pessoas em 39 países e territórios viviam em áreas onde é recomendado tratamento em massa contra a filariose linfática. A estratégia consiste na administração de quimioterapia preventiva para interromper a infecção. A meta definida pela OMS é eliminar pelo menos 20 doenças tropicais negligenciadas até 2030.

Picadas de aranhas são segunda causa de envenenamento no país

O Brasil registrou 341.806 acidentes com animais peçonhentos ao longo de todo o ano de 2023 – sendo 43.933 ocasionados por aranhas. O número representa 12% do total. O Ministério da Saúde alerta que as aranhas respondem, atualmente, como o segundo maior causador de envenenamentos por animais peçonhentos no país, atrás apenas dos escorpiões.

“Acidentes por animais peçonhentos representam um importante desafio para a saúde pública no Brasil. Devido à rica biodiversidade e ao clima tropical favorável, o país abriga uma grande variedade de serpentes, aranhas, escorpiões e outros animais peçonhentos, cujas picadas ou mordidas podem resultar em graves consequências para a saúde humana”, destacou a pasta.

Segundo o ministério, embora apenas três grupos de aranhas causem acidentes graves no Brasil, todas fazem parte do convívio humano, seja dentro de casa, em quintais ou parques.

Os chamados soros antivenenos, incluindo o soro antiaracnídico, são distribuídos exclusivamente via Sistema Único de Saúde (SUS) e podem ser disponibilizados por hospitais públicos, filantrópicos e privados, desde que seja garantido tratamento sem custo ao paciente.

Veja as aranhas mais causadoras de acidentes 

Acidentes por aranhas ou araneísmo configuram um quadro clínico de envenenamento decorrente da inoculação da peçonha de aranhas, através de um par de ferrões localizados na parte anterior do animal.

Confira, a seguir, as principais aranhas causadoras de acidentes graves no Brasil:

Loxosceles (aranha-marrom ou aranha-violino)

Os sinais e sintomas da picada incluem dor de pequena intensidade. O local acometido pode evoluir com palidez mesclada com áreas equimóticas (placa marmórea), instalada sobre uma região endurada. Também podem ser observadas vesículas ou bolhas sobre a área endurada, com conteúdo sero‐sanguinolento ou hemorrágico.

Nos casos mais graves, ocorre hemólise intravascular, de intensidade variável, sem associação direta com a extensão da lesão cutânea, tendo como principais complicações a insuficiência renal aguda por necrose tubular.

Phoneutria (aranha-armadeira ou macaca)

A dor imediata é o sintoma mais frequente. Sua intensidade é variável, podendo irradiar até a raiz do membro acometido.

Outros sintomas são inchaço por acúmulo de líquidos, manchas vermelhas na pele, formigamento ou dormência na pele e excesso de suor no local da picada, onde podem ser visualizadas as marcas de dois pontos de inoculação.

Latrodectus (viúva-negra)

Os sinais e sintomas incluem dor na região da picada, suor generalizado e alterações na pressão e nos batimentos cardíacos.

Podem ocorrer ainda tremores, ansiedade, excitabilidade, insônia, dor de cabeça, manchas vermelhas na face e pescoço. Há relatos de distúrbios de comportamento e choque, em casos graves.

O que fazer

Em caso de acidente, as orientações são:

– procurar atendimento médico imediatamente;

– fotografar ou informar ao profissional de saúde o máximo possível de características do animal, como tipo de animal, cor, tamanho;

– se possível e, caso tal ação não atrase a ida do paciente ao atendimento médico, lavar o local da picada com água e sabão;

– realizar compressas mornas, que podem ajudar a aliviar a dor;

Confira aqui a lista de hospitais de referência para soroterapia em casos de acidentes por animais peçonhentos, separada por estado, constando as cidades onde estão localizados, nomes dos hospitais, endereços, telefones.

Em caso de emergência, a recomendação é contatar imediatamente o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192) ou o Corpo de Bombeiros (193). Também é possível entrar em contato com o Centro de Informação e Assistência Toxicológica que atende a região onde o acidente ocorreu.

Prevenção

As medidas para prevenir acidentes com aranhas incluem:

– manter jardins e quintais limpos;

– evitar o acúmulo de entulhos, folhas secas, lixo doméstico, material de construção nas proximidades das casas;

– evitar folhagens densas (plantas ornamentais, trepadeiras, arbusto, bananeiras e outras) junto a paredes e muros das casas;

– limpar periodicamente terrenos baldios vizinhos – pelo menos numa faixa de um a dois metros junto das casas;

– sacudir roupas e sapatos antes de usá-los;

– vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos e vãos entre o forro e as paredes, consertar rodapés despregados, colocar soleiras nas portas e telas nas janelas.

– usar telas em ralos do chão, pias ou tanques;

– afastar camas e berços das paredes e evitar que roupas de cama e mosquiteiros encostem no chão;

– inspecionar sapatos e tênis antes de calçá-los.

Acre: Sindicato dos Médicos denuncia instalações de raio-x inadequadas

O Sindicato dos Médicos do Acre (Sindmed-AC) encaminhou um documento ao Ministério Público Estadual, ao Conselho Regional de Medicina e à Secretaria Estadual de Saúde do Acre (Sesacre) para verificar denúncias de radiação por meio de aparelhos de raio-x instalados nos hospitais dos municípios de Feijó e Sena Madureira. Em nota, o sindicato informou que durante visita técnica, uma equipe da representação dos profissionais verificou que “salas improvisadas possuem aparelhos de raio-x em pleno funcionamento, mas sem o devido isolamento e contenção da radiação”.

Na nota, a diretoria do Sindmed-AC classifica a situação como gravíssima e que será denunciada também à Comissão Nacional de Energia Nuclear [CNEN]. “Essa é uma situação gravíssima que deve ser investigada pelas autoridades competentes na área, por isso pediremos ajuda à Comissão Nacional de Energia Nuclear”, expôs o vice-presidente do Sindmed-AC, Rodrigo Prado, na nota.

A entidade denuncia, inclusive, que por ser próximo ao pronto-socorro improvisado, até o prédio do Ministério Público Estadual de Sena Madureira, “pode estar recebendo radiação secundária proveniente do aparelho de raio-x”.

Conforme o órgão de classe, a suspeita foi resultado de alertas feitos pelos trabalhadores, “que denunciaram a falta de barita nas paredes e a ausência de uma porta adequada no espaço. Assim, o risco é de uma contaminação silenciosa, causando danos irreparáveis à saúde das pessoas”.

Conforme o sindicato, o aparelho de Sena Madureira está apontado para uma parede de área externa. “Isso significa que os vizinhos da frente da unidade podem estar recebendo doses diárias de radiação primária, enquanto a radiação secundária, de menor intensidade, se espalha ao redor e, mesmo sendo menos potente, acaba sendo perigosa devido à frequência”, acrescentou.

Já em Feijó, segundo a entidade, o equipamento foi instalado no almoxarifado, na direção da frente provisória do hospital. “Assim, pacientes, acompanhantes e, principalmente, os servidores podem estar recebendo rajadas de radiação primária, enquanto o material disponibilizado dentro da sala acaba contaminado com a radiação secundária”, completou.

Rodrigo Prado disse que o caso de Sena Madureira já foi discutido pelo Sindicato em reuniões com autoridades realizadas na Sesacre. “Existem até denúncias anteriores, quando uma situação semelhante ocorreu no antigo pronto-socorro. A situação está se agravando e trazendo riscos para a população”, relatou.

A entidade também cita denúncias de que a unidade do município de Manoel Urbano enfrenta situação semelhante, “o que levanta um alerta sobre a eficiência do isolamento em todas as unidades do estado”.

A intenção da denúncia, de acordo com o sindicato, “é evitar algo semelhante à catástrofe ocorrida em 1987, em Goiânia, quando a exposição ao Césio-137 (137Cs) resultou na morte de quatro pessoas. Na época, indivíduos acabaram violando uma máquina abandonada em uma unidade de saúde, levando o material radiológico para casa por acreditar que era um objeto de valor”.

CNEN

Em resposta à Agência Brasil, a CNEN informou que “o controle de raio-x para fins diagnósticos não é de competência da CNEN, e sim da ANVISA, em suas unidades locais”.

MPAC

O Ministério Público do Estado do Acre disse que a apuração das denúncias está em andamento. “Ao tomar conhecimento, o Ministério Público do Estado do Acre, por meio das Promotorias de Justiça de Sena Madureira e Feijó, adotou providências para apurar as denúncias”.

A Agência Brasil procurou a Anvisa, a Secretaria de Estado de Saúde do Acre e o Conselho Regional de Medicina e aguarda posicionamento sobre as denúncias.

Governo vai abrir 15 centros para cuidado da pessoa com deficiência

O Ministério da Saúde vai abrir 15 centros dedicados à reabilitação e ao cuidado de pessoas com deficiência, chamados Centros Especializados em Reabilitação (CER). As unidades serão instaladas em 13 municípios. 

Além dos novos centros, será ampliado em 20% o repasse para oito centros, já existentes, habilitados a atender pessoas com deficiências intelectuais e com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Outra ação é que o CER de Maracanaú, localizado no Ceará, passará a oferecer reabilitação auditiva. Transportes sanitários, usados na locomoção das pessoas com deficiência nos centros, serão adaptados.

No total, serão aplicados mais de R$ 49 milhões, conforme a pasta. 

De acordo com o ministério, os recursos poderão ser destinados ainda ao fortalecimento dos centros, responsáveis por oferecer tratamento auditivo, visual, intelectual e físico, considerados fundamentais para que as pessoas com deficiência possam recuperar ou manter habilidades funcionais. 

Estima-se que são 18,6 milhões de brasileiros com algum tipo de deficiência, sendo mais de metade mulheres. 

Teste rápido na detecção da febre bubônica é avaliado em campo

Uma nova etapa no desenvolvimento de um teste rápido para diagnóstico da peste bubônica foi realizada por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz Pernambuco (Fiocruz), em parceria com o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz), Ministério da Saúde (MS) e a Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais.

Os pesquisadores estiveram no município de Virgem da Lapa, no leste mineiro, entre os dias 6 e 16 deste mês para conduzir treinamentos e testes de campo com um material pioneiro no mundo. O foco da investigação foi a detecção da doença em roedores e cães, utilizando uma nova tecnologia capaz de entregar resultados em apenas 15 minutos.

Esse teste já demonstrou 100% de eficácia em laboratório, e representa um avanço significativo em comparação com os métodos tradicionais, que podem levar dias para apresentar resultados e custam cerca de R$ 200. Agora, o custo será reduzido para apenas US$ 1, tornando o diagnóstico mais acessível e eficiente, segundo a Fiocruz.

Os cientistas testaram mais de 100 mamíferos, entre cães e roedores, e realizaram análises adicionais em laboratório para garantir a precisão dos resultados. O teste rápido é realizado com a coleta de algumas gotas de sangue do animal, que são misturadas ao reagente disponível na ferramenta. Em poucos minutos, o resultado é revelado a olho nu, sem precisar de equipamentos especiais, que costumam ter preço elevado e necessitar de técnicos com formação específica para serem operados. 

Os resultados observados têm sido promissores. O próximo passo será a aprovação do teste pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, para que possa ser disponibilizado em todo o país.

“Eu, particularmente, fico grato ao ver esses materiais sendo utilizados em campo. Foi um trabalho feito por muitas mãos, e eu realmente estou feliz por isso”, disse microbiologista da Fiocruz Pernambuco Matheus Bezerra, destacando a relevância da inovação, referindo-se ao impacto que o teste terá no cotidiano das pessoas, garantindo uma resposta rápida e eficaz a futuros episódios. 

Essa inovação tem o potencial de beneficiar regiões do mundo onde a peste bubônica ainda representa uma ameaça, avalia o microbiologista.

Embora rara no Brasil, a peste bubônica ainda é uma preocupação de saúde pública. A doença, causada pela bactéria Yersinia pestis e transmitida por pulgas que parasitam roedores, pode ser fatal tanto para humanos quanto para animais se não tratada rapidamente. 

A Fiocruz, em conjunto com governos estaduais e o Ministério da Saúde, tem desempenhado um papel essencial no monitoramento e prevenção da doença, ajudando a prevenir surtos no país.