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Candidato a vereador agredido no Rio tem alta hospitalar

Novo boletim divulgado pelo Hospital Glória D’Or informa que o radialista Leonel Querino da Silva recebeu alta médica na noite desta segunda-feira (2). Conhecido como Leonel de Esquerda e filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT), ele é candidato a vereador do Rio de Janeiro. O radialista, agora liberado para ir para casa, estava internado na unidade desde 12h54 de domingo (1º) em decorrência de uma agressão por parte do deputado estadual Rodrigo Amorim, que é candidato a prefeito da capital fluminense pelo União Brasil.

O episódio ocorreu na Praça Varnhagem, na Tijuca, bairro da zona norte do Rio de Janeiro. Após o ocorrido, a equipe de Leonel de Esquerda e o PT usaram as redes sociais para denunciar o caso. Mais cedo, um outro boletim médico havia sido divulgado informando que ainda não havia previsão para alta. Segundo o documento, Leonel havia chegado ao hospital lúcido e acordado, apresentando amnésia recente. Exames indicaram uma fratura no nariz e, como ele apresentou desorientação, foi internado no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) para vigilância neurológica e demais cuidados. No entanto, tomografias de crânio e de coluna cervical não indicaram nenhuma alteração.

Leonel Querino da Silva Neto tem 35 anos, se declara negro e quilombola, trabalha na Empresa Brasil de Comunicação (EBC) como radialista e está licenciado para se candidatar ao cargo político. Em imagens que circularam nas redes sociais, ele aparece com lesões e sangue no rosto e nas costas. Um vídeo flagrou o momento em que o celular dele cai no chão e ele se abaixa para recolher o aparelho, quando recebe um chute no rosto.

Também pelas redes sociais, o deputado estadual Rodrigo Amorim deu sua versão dos fatos. Ele alegou que estava indo almoçar com sua esposa quando foi abordado de forma desrespeitosa por Leonel de Esquerda, acusando-o ainda de ter um histórico de proferir injúrias contra a honra de sua família. “Vou tomar todas as providências dentro da lei para encerrar de vez com o assédio moral”, escreveu. Amorim afirmou que registrou o caso em delegacia. Uma nota divulgada pela equipe do deputado estadual aponta que ele foi intimidado e “agiu em defesa própria”.

Ainda no domingo, a Polícia Civil do Rio de Janeiro confirmou que o caso estava sendo investigado. “Diligências estão em andamento para esclarecer os fatos”, informou em nota encaminhada à Agência Brasil.

Procurada nesta segunda-feira (2), a Polícia Civil não forneceu novas informações. Em nota, o PT cobrou providências do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ) e classificou o episódio como “ataque à democracia brasileira, às eleições livres e à integridade física daqueles que se candidatam ao voto popular”.

Rio de Janeiro recebe Abertura do Mundial Universitário de Praia

Foi realizada, nesta segunda-feira (2) na Praia de Botafogo, no Rio de Janeiro, a Cerimônia de Abertura do Campeonato Mundial Universitário de Praia, evento que contará com a participação de atletas de 35 países que se envolverão em disputas de quatro modalidades: beach soccer, vôlei de praia, beach wrestling e handebol de praia.

“É um prazer absoluto dar as boas-vindas a cada um de vocês à Cerimônia de Abertura do Rio 2024. Queridos estudantes, desejo a vocês um evento muito seguro. Aproveitem a oportunidade para mostrar suas habilidades, conhecer uns aos outros e ganhar experiência valiosa. Desejo a todos o melhor”, declarou Ali Massari Al Dhaheri, membro do Comitê Executivo da Federação Internacional do Esporte Universitário (Fisu, na sigla em inglês).

“Em nome do comitê organizador, sejam bem-vindos ao Brasil e ao primeiro Campeonato Mundial Universitário da FISU. Hoje, estamos fazendo história”, declarou Luciano Cabral, primeiro vice-presidente da FISU e presidente do Comitê Organizador.

O Campeonato Mundial Universitário de Praia será disputado até o próximo domingo (8).

Candidato a vereador agredido no Rio segue internado sem alta prevista

O radialista e candidato a vereador do Rio de Janeiro, Leonel de Esquerda (PT), permanece internado no Hospital Glória D’Or sem previsão de alta. É o que indica o boletim médico divulgado às 11h30 desta segunda-feira (2).

A equipe de Leonel de Esquerda e o PT usaram as redes sociais para denunciar neste domingo (1º) que o radialista havia sido alvo de agressões por parte do deputado estadual Rodrigo Amorim (União Brasil), candidato a prefeito do Rio de Janeiro. O episódio ocorreu na Praça Varnhagem, na Tijuca, bairro da zona norte da capital fluminense.

Segundo o boletim médico do Hospital Glória D’Or, o radialista deu entrada na emergência às 12h54 do domingo (1º) acompanhado da esposa. Chegou lúcido e acordado, apresentando amnésia recente. Exames indicaram uma fratura no nariz e, como Leonel apresentou desorientação, foi internado no Centro de Tratamento Intensivo para vigilância neurológica e demais cuidados. Embora tomografias de crânio e de coluna cervical não tenham indicado alterações, ele seguirá em acompanhamento por especialistas em neurologia e otorrinolaringologia.

Leonel Querino da Silva Neto tem 35 anos, se declara negro e quilombola, trabalha na Empresa Brasil de Comunicação (EBC) como radialista e está licenciado para se candidatar ao cargo político. Em imagens que circularam nas redes sociais, ele aparece com lesões e sangue no rosto e nas costas. Um vídeo flagrou o momento em que o celular dele cai no chão e ele se abaixa para recolher o aparelho, quando recebe um chute no rosto.

Também pelas redes sociais, o deputado estadual Rodrigo Amorim deu sua versão dos fatos. Ele alegou que estava indo almoçar com a esposa quando foi abordado de forma desrespeitosa por Leonel de Esquerda, acusando-o ainda de ter um histórico de proferir injúrias contra a honra de sua família. “Vou tomar todas as providências dentro da lei para encerrar de vez com o assédio moral”, escreveu.

Diligências

Amorim afirmou que registrou o caso em delegacia. Uma nota divulgada pela equipe do deputado estadual aponta que ele foi intimidado e “agiu em defesa própria”. Ainda no domingo, a Polícia Civil do Rio de Janeiro confirmou que o caso estava sendo investigado. “Diligências estão em andamento para esclarecer os fatos”, informou em nota encaminhada à Agência Brasil. Procurada nesta segunda-feira (2), a Polícia Civil não forneceu novas informações.

Em nota, o PT do Rio de Janeiro cobrou providências do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e classificou o episódio de “ataque à democracia brasileira, às eleições livres e à integridade física daqueles que se candidatam ao voto popular”. A legenda também prestou solidariedade ao radialistas e a seus familiares. “O fascismo continua vivo no Brasil e precisamos, em nome da democracia brasileira, combater com veemência o ódio que não tolera diálogo com o contraditório”, acrescenta o texto.

Candidato a vereador é internado após agressão durante campanha no Rio

A equipe do candidato a vereador do Rio de Janeiro Leonel de Esquerda (PT) usou as redes sociais neste domingo (1) para denunciar que o radialista foi agredido por “um adversário político da direita carioca” quando estava em campanha. Em nota, o PT do Rio afirmou que os agressores foram o candidato a prefeito Rodrigo Amorim (União Brasil) e sua equipe. Amorim, por sua vez, alega que “agiu em defesa própria” para afastar o celular de Leonel de seu rosto ao ter sido abordado “de forma premeditada” pelo candidato a vereador.

A publicação da campanha de Leonel afirma que a agressão foi grave e que o candidato se encontrava hospitalizado na tarde deste domingo, sem condições de se pronunciar. Imagens publicadas na imprensa mostram Leonel com lesões e sangue no rosto e nas costas. Um vídeo flagrou o momento em que ele está abaixado, aparentemente para pegar o celular, recebe um chute no rosto e cai no chão. A Agência Brasil confirmou que Leonel está internado no Hospital Glória D’Or, mas a Rede D’Or não deu detalhes sobre seu estado de saúde. 

Em nota, o Partido dos Trabalhadores do Rio de Janeiro repudiou a agressão e cobrou providências imediatas das autoridades “frente a mais um episódio de ataque à democracia brasileira, às eleições livres e à integridade física daqueles que se candidatam ao voto popular”.

“Hoje, Rodrigo Amorim, candidato a Prefeito pelo União Brasil, e integrantes da sua campanha, agrediram covardemente o candidato a vereador do PT Leonel de Esquerda, que nesse momento encontra-se hospitalizado, ainda sem boletim médico divulgado. Reafirmamos nossa solidariedade aos familiares e ao nosso companheiro Leonel de esquerda”, disse o PT. “Exigimos das autoridades e, sobretudo, do TRE/RJ providências para que possamos fazer o debate saudável, democrático pautar o que é melhor para o povo da cidade do Rio de Janeiro”.

Leonel Querino da Silva Neto tem 35 anos, se declara negro e quilombola, trabalha na Empresa Brasil de Comunicação (EBC) como radialista e está licenciado para se candidatar ao cargo político.

Outro lado

A assessoria de imprensa do candidato a prefeito Rodrigo Amorim informou que o deputado estadual não estava em agenda de campanha e foi com sua mulher ao encontro de seu irmão, o candidato a reeleição como vereador Rogério Amorim (PL), para que fossem almoçar juntos na Praça Varnhagen, na Tijuca, onde Rogério divulgava sua candidatura.

Segundo a nota, o deputado foi abordado na praça por Leonel, que filmava com um celular e proferia ofensas. Amorim alega que “agiu em defesa própria” tentando afastar o celular de Leonel de seu rosto. “O youtuber caiu durante a confusão, e o deputado reagiu pedindo para todos os envolvidos se afastarem a fim de acabar com o tumulto. Em seguida, se abrigou, diante da chegada de seguranças de Leonel”.

Amorim afirma que registrou o caso com seus advogados na 19ª Delegacia de Polícia (Tijuca). A Agência Brasil entrou em contato com a Polícia Civil do Rio de Janeiro e aguarda confirmação.

Cidade do Rio teve mais de 1.200 casos de mpox desde 2022

A Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro informou ter registrado 119 casos da mpox em 2024, sendo sete no mês de agosto. Desde 2022, 1.266 foram confirmados de desde 2022, sem registro de mortes. No ano de 2023, foram 142 casos e no ano anterior, 1.005.

Causada pelo vírus monkeypox, a doença pode se espalhar entre pessoas e, ocasionalmente, do ambiente para pessoas, através de objetos e superfícies que foram tocados por um paciente infectado. Em regiões onde o vírus está presente entre animais selvagens, a doença também pode ser transmitida para humanos que tenham contato com os animais infectados.

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Sintomas

A mpox pode causar uma série de sinais e sintomas.

O sintoma mais comum da doença é a erupção na pele, semelhante a bolhas ou feridas, que pode durar de duas a quatro semanas. O quadro pode começar com ou ser seguido de febre, dor de cabeça, dores musculares, dores nas costas, apatia e gânglios inchados. A erupção cutânea pode afetar o rosto, as palmas das mãos, as solas dos pés, a virilha, as regiões genitais e/ou anal.

As lesões também podem ser encontradas na boca, na garganta, no ânus, no reto, na vagina ou nos olhos. O número de feridas pode variar de uma a milhares. Algumas pessoas desenvolvem ainda inflamação no reto, que pode causar dor intensa, além de inflamação dos órgãos genitais, provocando dificuldade para urinar.

Embora algumas pessoas apresentem sintomas menos graves, outras podem desenvolver quadros mais sérios e necessitar de atendimento em unidades de saúde.

O vírus se espalha de pessoa para pessoa por meio do contato próximo com alguém infectado, incluindo falar ou respirar próximos uns dos outros, o que pode gerar gotículas ou aerossóis de curto alcance; contato pele com pele, como toque ou sexo vaginal/anal; contato boca com boca; ou contato boca e pele, como no sexo oral ou mesmo o beijo na pele. Durante o surto global de 2022/2023, a infecção se espalhou sobretudo por via sexual.

Tiroteio na zona norte do Rio deixa 4 mortos e 5 feridos

Um ataque a tiros a um bar em Turiaçu, na zona norte do Rio de Janeiro, deixou quatro mortos e cinco feridos. Segundo a Polícia Militar, informações preliminares indicam que o caso, ocorrido na madrugada de sábado (31), era uma disputa entre grupos criminosos.

A direção da UPA Rocha Miranda informou que quatro pessoas com ferimentos por arma de fogo deram entrada na unidade já em óbito. Os corpos foram encaminhados para o Instituto Médico Legal.

A direção do Hospital Estadual Getúlio Vargas informou que Ana Carolina Santoro, Tatiana Silvestre Filho e Luiz Cláudio Galisa dos Santos tiveram alta hospitalar. Ryan da Silva Mascarenhas segue internado em estado estável e Erick Patrick Pereira da Silva Mascarenhas está em estado grave. 

Rio: falta de saneamento em favelas confirma racismo ambiental

Dados do Censo Demográfico de 2022, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que 62,5% dos brasileiros residem em domicílios conectados à rede de coleta de esgoto. Apesar do aumento de 9,7 pontos percentuais em relação ao censo anterior (52,8%), em 3.505 dos 5.569 municípios, menos da metade da população conta com o serviço.

Segundo o IBGE, os desafios se intensificam entre jovens negros e indígenas, enquanto pessoas amarelas e brancas têm maior acesso à infraestrutura de saneamento.

No estado do Rio de Janeiro, 84,38% das moradias contam com acesso à rede de esgoto, 84,72% à rede de abastecimento de água e 98,03% à coleta de lixo. Os números, no entanto, não revelam a realidade das favelas distribuídas pelo território, que formam o conjunto de locais com maior dificuldade em acessar serviços de saneamento básico.

“É ilusório pensar que existe saneamento básico nas comunidades do Rio de Janeiro”, avalia o professor do Departamento de Geologia e Geofísica da Universidade Federal Fluminense (UFF), Estefan Monteiro da Fonseca.

“O que acontece é a dificuldade geográfica de fazer a instalação de uma rede coletora, porque geralmente são ambientes de alta declividade, com um amontoamento de pessoas, não havendo arquitetura propícia para a instalação. Então o esgoto corre ao ar livre”.

Rio Faria-Timbó, na comunidade de Manguinhos, zona norte da cidade. Um esgoto a céu aberto. Foto – Tânia Rêgo/Agência Brasil

De acordo com o professor, serviços como distribuição de água, coleta e tratamento de esgoto e lixo acontecem apenas em determinadas áreas do estado, enquanto outras regiões lidam com o escoamento superficial para dentro dos corpos hídricos e com o acúmulo de resíduos sólidos, prejudicando tanto o meio ambiente quanto a saúde dos moradores desses locais. Associada à ausência de saneamento básico, há ainda a proliferação de doenças, a contaminação do lençol freático e o mal-estar provocado pelo mau cheiro.

“As pessoas deixam de sentir o cheiro dos gases, que são cancerígenos e fazem mal para a saúde”.

No Brasil, conforme a geógrafa pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e integrante do Comitê de Bacia da Região Hidrográfica da Baía de Guanabara, Rejany Ferreira dos Santos, o saneamento básico é composto por quatro componentes: acesso à água potável, tratamento de esgoto, coleta de lixo e escoamento de águas pluviais. Refletindo sobre esses elementos, a geógrafa observa que, historicamente, as favelas brasileiras enfrentam problemas relacionados à falta de saneamento.

“Não podemos dizer que não existe saneamento nas favelas, porque existe, mas ele é inadequado”, observa.

Fábio Monteiro, engenheiro ambiental e sanitário, ao lado do rio Faria-Timbó, em Manguinhos. Foto – Tânia Rêgo/Agência Brasil

O país reúne mais de 10 mil favelas e comunidades urbanas, moradias de cerca de 16,6 milhões de pessoas. Destas, estima-se que 36 mil habitam o Complexo de Manguinhos, composto por 12 comunidades na zona norte do Rio de Janeiro.

À Agência Brasil, o morador Fábio Monteiro, formado em Engenharia Ambiental e Sanitária pela Universidade Estácio de Sá, conta que a estrutura de saneamento atual da comunidade não suporta o crescimento desordenado da população do conjunto de favelas.

Há 14 anos em Manguinhos, ele afirma que “o território é bastante vulnerabilizado, e isso é algo que não pode ser naturalizado, mas, infelizmente, é a realidade da maioria das favelas por conta da ausência de ações de saneamento e infraestrutura que garantam moradias dignas para a população”. 

Rio de Janeiro (RJ), 29/08/2024 – André Lima, ativista social e membro da Coordenação de Cooperação Social da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil – Tânia Rêgo/Agência Brasil

Em épocas de temperaturas intensas, o ativista social e membro da Coordenação de Cooperação Social da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) André Lima denuncia que a situação precária da comunidade se agrava com a distribuição insuficiente de água.

“O território de Manguinhos é abandonado pelas políticas públicas de saneamento básico. Na comunidade, existem áreas que sofrem constantemente com a falta de fornecimento de água para consumo.”

Morador de Manguinhos por 18 anos, de 2004 a 2022, o ativista compartilha que sofreu diretamente com a falta de água em diversos momentos, principalmente em épocas de calor, quando a distribuição de água é menos regular.

Lima ressalta ser importante refletir sobre essa situação porque com “as mudanças climáticas, a tendência é da temperatura se elevar cada vez mais”. 

“A privatização de dois componentes do saneamento no estado do Rio de Janeiro, a água e o esgoto, com a justificativa de melhorar o saneamento das cidades, piorou as condições de saneamento nas favelas, pois houve um aumento significativo da falta de água nos territórios periféricos”, analisa Santos.

Concessionária

Procurada pela Agência Brasil, a Águas do Rio, concessionária responsável pela distribuição de água na cidade do Rio de Janeiro, não comentou sobre as reclamações de falta de água na comunidade. 

Rejany também aponta as dificuldades envolvendo a coleta de lixo. Ela afirma que os caminhões da companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) não circulam por toda a comunidade de Manguinhos.

“Primeiro, você tem becos e vielas, então a prefeitura municipal coloca caçambas em determinados pontos da favela, mas elas não conseguem receber todo o lixo produzido nesse território porque são muitas pessoas”.

A ausência de coleta afeta, sobretudo, a saúde dos moradores, levando ao maior contato com ratos e mosquitos, vetores de diversas doenças.

Há, ainda, o sofrimento psíquico associado às perdas materiais em épocas de chuvas intensas e alagamentos por falta de uma estrutura segura de escoamento das águas pluviais. Para lidar com os riscos de inundação, Lima explica que os moradores de Manguinhos acabam desenvolvendo estratégias para proteger móveis, eletrodomésticos e documentos importantes, como levar os pertences para a parte mais alta da casa ou empilhar sobre outros móveis.

“Não podemos ignorar que, além dos problemas de saneamento, temos um cenário de diversas violações de direitos em Manguinhos, porque o Estado não garante minimamente o cumprimento dos direitos fundamentais da pessoa humana”, declara. 

Racismo ambiental

Uma pesquisa promovida pelo Instituto Locomotiva, em parceria com o Data Favela e a Central Única das Favelas (Cufa), revelou que 67% dos moradores das comunidades são pessoas negras, média acima da proporção nacional de pessoas pretas e pardas no país (55,5%) segundo informações do IBGE.

Para a integrante do Comitê de Bacia da Região Hidrográfica da Baía de Guanabara, Rejany Ferreira dos Santos, sendo a maior parcela da população desses territórios negra e o Estado não atuando para a melhoria das condições de vida dos moradores desses territórios socioambientalmente vulnerabilizados, “isso deixa nítido o racismo ambiental que a população periférica e favelada sofre no seu cotidiano, porque quando falamos de saneamento, falamos também do cotidiano e da melhoria da qualidade de vida das pessoas.” 

Desenvolvida na década de 1980 pelo químico e ativista pelos direitos civis Benjamin Franklin Chavis Jr., a expressão “racismo ambiental” descreve uma forma de desigualdade socioambiental que afeta, especialmente, minorias sociais, como pessoas negras, indígenas e em situação de vulnerabilidade socioeconômica.

“O racismo ambiental representa essa situação em que os lugares mais precários são, justamente, territórios de moradia de pessoas marginalizadas”, resume a professora do Departamento de Serviço Social da UFF de Campos Ana Cláudia Barreto. “São os lugares em que não há o descarte correto de lixo e o saneamento básico é inexistente ou, se existe, é precário”, acrescenta. 

Considerando o recorte de gênero, Barreto destaca que as mulheres negras que residem em locais periféricos são as principais afetadas pelas injustiças ambientais. Além disso, para ela, a condição de precariedade vivenciada pela população negra nas cidades brasileiras, sobretudo nas favelas, é um problema estrutural, sendo o Estado o maior violador dos direitos humanos desse grupo. É ele quem determina quais serão as áreas com melhores estruturas e condições de vida, na avaliação da pesquisadora. “A ausência de saneamento básico vai expressar justamente isso: a negação do Estado a melhores condições de vida”, define.

Mobilização dos moradores

“É importante dizer”, começa Lima, “que todo esse cenário tem como pano de fundo uma luta organizada dos moradores por cobrança do Estado por políticas públicas”. O ativista inúmera uma série de ações estabelecidas a partir de cobranças da comunidade, como o Programa de Desenvolvimento Local Integrado e Sustentável (DLIS) Manguinhos, de 1999 a 2003, e a Agenda Redutora da Violência, em 2005, que inclusive estabeleceu a ausência de saneamento básico como uma grave violência enfrentada pelos moradores do complexo de favelas.

“Recentemente, em março de 2023, diversas lideranças de Manguinhos se juntaram a lideranças da comunidade de Jacarezinho e de outras áreas da cidade para fazer um ato da Greve Global pelo Clima. Vários moradores também estiveram em discussão com a Prefeitura para a revisão do Plano Diretor da Cidade do Rio de Janeiro, cobrando pela inserção de um capítulo específico sobre comunidades”, relembra.

“Temos o costume de colocar a população de Manguinhos como meros reféns de um contexto passivo, mas, na realidade, eles buscam ser sujeitos de direito, mesmo que as condições sejam adversas”.

Questionada sobre as ações para garantir o amplo acesso aos serviços de saneamento básico no bairro, a prefeitura do Rio informou à Agência Brasil que a Secretaria Municipal de Habitação (SMH) atuou de 2005 a 2010 com uma série de obras, associadas ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal e realizada em diversas comunidades, incluindo o Complexo de Manguinhos.

Coordenação de Cooperação Social da Fiocruz ressalta que  ações não são feitas de forma a garantir efetivamente o direito ao saneamento básico Foto – Tânia Rêgo/Agência Brasil

“As intervenções contemplaram obras de abastecimento de água, esgotamento sanitário, drenagem pluvial, pavimentação de ruas, becos e vielas, iluminação pública, coleta de lixo, regularização fundiária, construção de creches, paisagismo, quadras poliesportivas e praças. O investimento foi de R$ 93,3 milhões, com recursos da União e contrapartida da Prefeitura do Rio de Janeiro”.

De 2015 a 2020, diversas intervenções também foram feitas no Parque Estadual Oswaldo Cruz, em Manguinhos, com investimento de R$ 19 milhões. Já com relação à coleta de resíduos sólidos, o órgão informou que a Comlurb realiza a limpeza e a coleta de lixo em todas as comunidades do município do Rio de Janeiro diariamente, sendo em algumas até duas vezes ao dia.

“Nas áreas em que não há possibilidade dos caminhões trafegarem, a Companhia disponibiliza em pontos estratégicos caixas metálicas para que a população possa colocar os resíduos. O trabalho só não é feito quando há situações de conflito ou violência que possam expor os funcionários a riscos. Então o serviço é suspenso temporariamente e a rotina é regularizada assim que a condição na área volte ao normal e as equipes tenham condições de atuarem sem correr perigo.”

A prefeitura complementa que “essas áreas também contam com tratores de comunidade, com dois eixos articulados, independentes, o que permite mais mobilidade e capilaridade no interior das comunidades, em vias de difícil acesso, com curvas muito fechadas e áreas mais íngremes. Eles foram pensados para atender às complexidades dessas localidades e garantir mais agilidade ao serviço por conseguir circular com mais desenvoltura por becos e vielas, garantindo mais eficiência no recolhimento dos resíduos”.

Direitos básicos

Apesar da série de medidas, o membro da Coordenação de Cooperação Social da Fiocruz ressalta que essas ações não são feitas de forma a garantir efetivamente o direito ao saneamento básico.

“O Poder Público atua de forma negligente com relação aos moradores de Manguinhos, e isso se repete em outras favelas. É fácil perceber isso se você verificar como a Prefeitura atua em alguns bairros da cidade e como atua em Manguinhos, aí começamos a perceber que existem cidadãos de segunda e terceira classe.” 

As favelas no Rio de Janeiro são espaços fortemente impactadas por práticas de injustiça ambiental, que se justificam na existência de “zonas de sacrifício”, afirma o ativista. “Desde o início do século 20, as favelas são algo a ser removido e exterminado. Querem que Manguinhos seja exterminado, querem que Manguinhos não exista mais, provocando, inclusive, o epistemicídio, que é o processo de extermínio do conhecimento produzido nesses territórios periféricos.”

Para que direitos básicos como o acesso aos serviços de saneamento básico sejam garantidos, Lima argumenta que é preciso “territorializar” as políticas públicas, considerando os espaços marginalizados e fatores multissetoriais, articulando as ações também com outras medidas, como de defesa à educação. “É preciso pensar as políticas públicas articuladas umas às outras e colocando os moradores em diálogo com o Poder Público.”

“Apenas com uma política intersetorial territorializada e estruturada em um quadro de governança democrático que conseguimos construir ações efetivas para os territórios marginalizados, como Manguinhos”, conclui.

Já a professora da UFF ressalta ser imprescindível considerar questões de gênero e raça ao elaborar novas ações: “A partir do momento em que se inclui raça na elaboração de políticas, estamos fazendo uma reparação e amenizando as disparidades raciais. Inclusive, promovendo justiça ambiental.”

*Estagiária sob supervisão de Léo Rodrigues

Rock in Rio quer reduzir 14 toneladas de resíduos no festival em 2024

A estimativa do Rock in Rio para a edição de 2024 é reduzir 14 toneladas de resíduos durante os sete dias de festival agora no mês de setembro. A vice-presidente executiva da Rock World, empresa que criou, organiza e produz o evento, Roberta Medina, disse que grande parte da meta será alcançada com a operação inédita de copos reutilizáveis com as marcas de bebidas patrocinadoras do evento. Celebrando seus 40 anos, o Rock in Rio terá shows nos dias 13, 14, 15, 19, 20, 21 e 22 de setembro de 2024.

“Nosso objetivo sempre foi reduzir a quantidade de resíduos gerada aqui dentro. Com o copo reutilizável, você compra a sua primeira bebida com um copo, a partir daí a bebida custa menos e você vai consumir quantas vezes quiser”, afirmou em coletiva na Cidade do Rock, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. Ela destaca ainda que, somado a isso, haverá bebedouros de água espalhados por toda a área da Cidade do Rock, e, com o copo reutilizável, o público poderá se abastecer de graça. Será permitida ainda a entrada de garrafas de plástico transparentes de 500 ml que também poderão ser reabastecidas.

“Isso também demonstra uma evolução no comportamento do público. Hoje, com o ponto de atenção na sustentabilidade, a gente já mostra que ninguém vai pegar a garrafinha e jogar no colega da frente. Acho que aqui a gente avançou e com esta iniciativa a gente espera reduzir 14 toneladas. O nosso objetivo este ano é saltar dos 81% de resíduos corretamente enviados para reciclagem, que foi o que a gente alcançou em 2022, para mais de 90%”, disse.

Roberta citou a previsão da Fundação Getulio Vargas (FGV) de que o impacto do Rock in Rio na economia da cidade é de R$ 2,9 bilhões e acrescentou que o festival, ao longo dos anos, busca aumentar seu impacto mais por meio do projeto Por um Mundo Melhor, lançado em 2001. Desde lá, junto com parceiros, houve investimentos de R$ 118 milhões em projetos socioambientais, 200 instituições receberam apoio e mais de 1 milhão de pessoas foram beneficiadas.

Em relação à acessibilidade, o festival conta neste ano com pré-cadastro de pessoas com necessidades especiais, aumento das plataformas elevadas, espaço sensorial com terapeutas ocupacionais, kits sensoriais, equipe especializada para atendimentos, mochilas vibratórias e audiodescrição. Haverá ainda sessões de esclarecimento e encontros sobre diversidade com colaboradores, e ações de acolhimento e inclusão com time especializado em combate à violência de gênero, suporte para cães-guia, banheiros PCD. O pré-cadastro pode ser feito na página exclusiva de acessibilidade no site do Rock in Rio, que é atualizada constantemente.

Já no que diz respeito à mobilidade, os organizadores incentivam o uso do transporte público, que também é uma forma reduzir emissões geradas pelo evento. Além de ida e volta com esquema especial da concessionária MetrôRio, será oferecido o Serviço BRT Expresso Rock in Rio,que vai utilizar a faixa exclusiva do BRT, em viagens diretas e expressas para o Terminal Centro Olímpico. “O Rio de Janeiro tem essa facilidade porque não dá para vir ao Rock in Rio sem ser de transporte público, por exemplo em Portugal é um grande desafio porque lá o volume de emissões está no transporte público”, exemplificou.

Ato repudia assassinato violento de homem em situação de rua no Rio

O Movimento Nacional da População em Situação de Rua do Rio de Janeiro (MNPR/RJ) promove neste sábado (31), a partir das 16h, na Praça Mauá, zona portuária do Rio, um ato inter-religioso em memória de Luiz Felipe Silva dos Santos, que vivia em situação de rua e foi morto a pauladas na sexta-feira da semana passada (23) pelo segurança da boate e bar Flórida, que fica na praça. Após um desentendimento com Luiz Felipe, que tinha 43 anos, Carlos Alberto Rodrigues do Rosário Júnior correu atrás da vítima e, depois de alcançá-la, a matou e foi embora, deixando o corpo na calçada. O suspeito fugiu, mas imagens de câmeras de segurança do local o identificaram e ele acabou preso em flagrante pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC).

“Neste momento de profunda tristeza, nos reuniremos pela memória do Luiz Felipe Silva dos Santos e todas as vítimas de violência”, afirma Paulo Celso de Souza, da coordenação municipal do Movimento Nacional de População em Situação de Rua do Rio de Janeiro. “Além disso, queremos chamar a atenção da sociedade para a importância de valorizar todas as vidas e em defesa de direitos. Juntos, podemos construir um mundo mais justo e humano”, completou Souza. 

“Luiz Felipe, presente! Luiz Felipe era uma pessoa em situação de rua e foi espancado até a morte de maneira cruel no centro do Rio de Janeiro. As pessoas em situação de rua precisam ser respeitadas. Chega de sangue, chega de mortes”, afirma o deputado federal Reimont (PT-RJ), que é coordenador da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos da Pessoa em Situação de Rua. 

O Movimento Nacional de População em Situação de Rua do RJ emitiu nota de repúdio ao crime e de solidariedade a Luiz Felipe. “Expressamos nosso profundo pesar e indignação pelo covarde assassinato ocorrido na região central, especificamente na Praça Mauá. Luiz Felipe, uma pessoa em situação de rua apenas buscava o que muitos de nós consideramos básico e essencial – alimento – foi brutalmente agredido até a morte por um segurança de um estabelecimento comercial. Este crime é um reflexo doloroso da crescente desumanização e violência contra as pessoas em situação de rua”.

A nota diz ainda que “a agressão, que resultou em sua morte, não é apenas uma violação dos direitos humanos, mas também um sintoma de uma sociedade que negligência e marginaliza os mais vulneráveis. Não podemos como sociedade, aceitar que atos de tamanha brutalidade sejam cometidos contra aqueles que mais precisam de proteção e compaixão”.

O documento acrescenta que “nos solidarizamos com todos aqueles que, como Luiz Felipe, lutam diariamente para sobreviver em condições de extrema vulnerabilidade. Reiteramos nosso compromisso de continuar lutando pela dignidade, respeito e direitos de toda a população em situação de rua para que atrocidades como esta nunca mais se repitam”. O documento é assinado por Maralice dos Santos, coordenadora do Movimento Nacional no Rio

Luiz Felipe foi enterrado no sábado (24), no cemitério de Ricardo de Albuquerque, zona norte da cidade. Ele nasceu em Queimados, na Baixada Fluminense. Deixa mulher e três filhos. Após a morte da mãe há dois anos, a quem era muito ligado, acabou se viciando em álcool e drogas e se afastou da família.

No Rio, prédios em demolição na Maré ocupam terreno da União

O terreno onde a prefeitura do Rio de Janeiro faz operações para demolir prédios considerados irregulares, no Complexo de Favelas da Maré, zona norte do Rio de Janeiro, pertence à União. A confirmação é da Secretaria do Patrimônio da União (SPU) em resposta ao Ministério Público Federal (MPF), que busca informações sobre a legalidade da ação.

“A área objeto da operação onde se realiza a demolição de edificações na comunidade da Maré, considerando o que foi veiculado na imprensa, é caracterizada como terreno acrescido de Marinha, de dominialidade da União”, registra o ofício da Superintendência do Patrimônio da União no Rio de Janeiro.

A SPU é ligada ao Ministério de Gestão e Inovação em Serviços Públicos e responsável por bens da União, como o uso de terrenos e imóveis.

Operação

A ação conduzida pela Secretaria de Ordem Pública (Seop) entrou no 13º dia, nesta sexta-feira (30), com apoio das polícias Civil e Militar. De acordo com a Seop, as construções irregulares ficam em um condomínio com 41 imóveis. Até esta sexta-feira, foram demolidos parcialmente 32 prédios, somando mais de 162 apartamentos.

A Polícia Civil suspeita que as construções tenham sido erguidas em esquema de lavagem de dinheiro de organizações criminosas que comandam o tráfico na região.

Moradores do Parque União – comunidade da Maré onde ocorrem as demolições – relatam que a ação ocorre de forma irregular e já fizeram protestos.

“As pessoas estão tristes, destruídas por dentro, todos os dias acordamos cedo demais, entre 4h40 e 5h da manhã, com caveirão [veículo blindado] entrando, muitos policias fortemente armados, invadem casas, comércios sem mandando [judicial]”, contou à Agência Brasil Caitano Silva, comunicador popular ligado à Associação de Moradores do Parque União. Segundo ele há relatos também de abuso de poder.  

Um dos principais impactos para a população local é no funcionamento das escolas. A Secretaria Municipal de Educação informou que, das 46 escolas municipais no Complexo da Maré, as 24 que ficam na área sob operação policial não abriram nesta sexta-feira. Mesmo questionada, a secretaria não informou quantos alunos foram impactados.

Na rede estadual, os dois colégios que ficam na área afetada, Ciep 326 César Pernetta e Colégio Estadual Professor João Borges de Moraes, que juntos atendem 1.424 alunos, não abriram por questão de segurança, de acordo com a Secretaria Estadual de Educação. A pasta afirmou que conteúdos pedagógicos perdidos serão repostos para evitar prejuízos aos alunos.

Pedidos de informação

Os pedidos de informação sobre a operação feitos pelo MPF foram conduzidos pelo procurador Julio José Araújo, da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão.

A SPU afirmou também na resposta que a área onde ocorrem as ações da prefeitura não se insere no perímetro referente ao acordo de cooperação técnica celebrado, em 2022, entre a SPU e a Secretaria Municipal de Habitação (SMH), para regularização fundiária da comunidade.

“Sua vigência de 24 meses se encerrou em 04 de abril de 2024 sem que tenham sido efetivadas as ações previstas. Atualmente a SPU-RJ e a SMH encontram-se em tratavas com vistas à celebração de novo termo”, registra a correspondência assinada pelo superintendente substituto, Carlos Rodrigues.

O MPF também questionou à Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp) sobre haver fundamento legal para a operação. Na interpretação da Procuradoria Regional, a resposta da Sesp indica que a ação foi uma empreitada administrativa da prefeitura do Rio.

O ofício assinado pelo secretário de Segurança, Victor dos Santos, afirma que “o apoio prestado pelas Polícias durante a operação realizada na Favela da Maré, no Parque União, visou garantir a integridade física não apenas dos agentes que participaram da mesma (inclusive daqueles responsáveis pelas demolições e remoções), mas principalmente dos moradores daquela comunidade”.

O documento acrescenta também o objetivo de “garantir de forma preventiva quaisquer possíveis alterações na ordem pública”.

Titularidade

A prefeitura do Rio solicitou à Procuradoria Regional mais 30 dias para fornecer informações. Para justificar a extensão do prazo para resposta, o ofício enviado pelo chefe de gabinete da prefeitura, Fernando dos Santos Dionísio, cita um despacho da Secretaria Municipal de Habitação.

“No momento, não dispomos da territorialização das ações policiais ocorridas, e, portanto, não temos como afirmar a titularidade da área onde tais ações se deram”.

Para o procurador Julio José Araújo, a ação da prefeitura não poderia ter sido feita sem consultar a União.  

“É necessário entender por que o Município atuou no terreno da União, sem consultá-la, para remover pessoas de suas casas sem o devido processo legal. E mais: entender por que não cumpriu o acordo que havia assinado para fazer regularização fundiária na região”, disse à Agência Brasil.

A  Agência Brasil pediu posicionamentos às secretarias municipais de Ordem Pública e Habitação, mas não recebeu resposta até a conclusão da reportagem.