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Saúde do professor é o principal desafio da educação em São Paulo

Pesquisa do Sindicato dos Especialistas de Educação do Ensino Público Municipal de São Paulo (Sinesp) em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) indicou que o bem-estar dos profissionais da educação está no centro das preocupações do setor. Segundo o Sinesp, este ano, a média do índice de insatisfação dos profissionais da educação da capital paulista foi 0,42, em uma escala que varia de 0 a 1, sendo 0 a pior nota e 1 a melhor.

Segundo o levantamento, o indicador saúde foi o pior avaliado, com índice 0,20, quando comparado aos outros indicadores. “Devido à precarização do trabalho nas escolas, à falta de profissionais na rede municipal de educação e ao excesso de trabalho que isso provoca, ao excesso de burocratização, que gera tarefas desnecessárias, e à falta de suporte para o trabalho pedagógico e ao atendimento à comunidade educacional, muitos profissionais relataram um agravamento de suas condições de saúde”, avalia o sindicato.

Os dados mostram que apenas 15% dos entrevistados relataram que não precisaram trabalhar doentes este ano. Quando questionados sobre sentirem sentimentos negativos relacionados ao trabalho, como desespero, ansiedade, depressão e angústia, apenas 6,6% disseram que nunca sentiram, ante 83,9% que declararam que tais sentimentos são motivados pelo trabalho. 

Entre os diagnósticos mais comuns estão estresse/tensão (43%), ansiedade/pânico (34%) e distúrbios do sono/insônia (25%). Além disso, 93% disseram que adquiriram fadiga e cansaço extremo devido ao trabalho. Apenas 8,7% dos profissionais não tiveram alguma doença ou problema de saúde.

“A saúde dos profissionais da educação continua sendo a preocupação central, especialmente diante da carga excessiva de trabalho e da falta de apoio adequado da Secretaria Municipal de Educação. Além disso, a gestão de pessoas também se mostra deficiente, com insuficiência de capacitação e políticas de suporte, o que reflete diretamente na qualidade do ensino e no bem-estar dos gestores e educadores”, explica a presidente do Sinesp, Norma Lúcia Andrade.

A 14º edição do Índice Sinesp da Educação Municipal (Isem) avalia a gestão de pessoas, o apoio técnico da Secretaria Municipal de Educação, a capacitação, o ambiente físico, a saúde e a violência. O objetivo é identificar dificuldades deixadas pelo poder público na educação municipal. 

Todas as edições da pesquisa são entregues à Secretaria Municipal de Educação, às diretorias regionais de Educação e também aos vereadores para basear diálogos, leituras amplas da realidade da educação municipal, negociações, propostas de ações e futuras políticas educacionais na cidade.

Das 13 diretorias regionais de Ensino (DRE) que participaram da pesquisa, Pirituba teve o pior índice (0,38), seguido por Itaquera (0,39), Jaçanã/Tremembé, Ipiranga e São Mateus (0,40). As diretorias de São Miguel, Freguesia/Brasilândia e Penha obtiveram as melhores avaliações, com um Isem 0,45. 

A pesquisa contou com 1.535 respondentes dos cargos de coordenador pedagógico (484), assistente de diretor de escola (360) e diretor de escola (347).

O Isem mostrou que o indicador Gestão de Pessoas, com índice 0,34, está aquém do esperado para a gestão da educação pública em uma cidade do porte de São Paulo. Entre os principais desafios apontados pelos gestores, que impactam diretamente o trabalho e a aprendizagem, está a falta de professores para conduzir determinadas disciplinas, além da carência de apoio administrativo e pedagógico e de professores orientadores de área. 

Segundo o levantamento, 80% dos profissionais da área afirmam que os módulos de pessoas são insuficientes para atender às necessidades das unidades. E 72% dizem que os módulos estão incompletos.

A pesquisa mostra que o índice Segurança foi o mais bem avaliado, com 0,62, mesmo com 48% das pessoas afirmando que o entorno do local de trabalho ainda enfrenta problemas. A falta de segurança, caracterizada por violência, assaltos e drogas, é o principal desafio destacado por 73% dos pesquisados. 

Quanto ao ambiente de trabalho, 50% consideram o espaço inseguro, sendo o entorno o maior fator de preocupação (71%) e a falta de vigilância e policiamento mencionada por 60% dos participantes.

Número de homicídios no estado de São Paulo cresce em setembro

Balanço mensal divulgado na tarde desta quinta-feira (31) pela Secretaria de Segurança Publica (SSP) de São Paulo apontou crescimento no número de homicídios dolosos, os chamados homicídios intencionais, em todo o estado no mês de setembro. 

No mês passado, foram notificados 242 casos de homicídios dolosos, contra 239 em igual mês do ano anterior. Este foi o maior volume de homicídios registrado neste ano. Também foi a primeira vez, desde abril, que o índice ultrapassou o número de 200 casos. 

Os casos de estupro também cresceram no período, saindo de 1.249 casos em setembro de 2023 para 1.337 neste ano. Também foi o maior registro do ano. Quanto aos feminicídios, foram notificados 24 crimes em setembro.

Já os latrocínios, roubos seguidos de morte, caíram, passando de 16 casos no ano passado para 15 casos neste ano. Também caiu o total de roubos, que passou de 17.899 ocorrências registradas em setembro do ano passado para 14.231 neste ano. 

Segundo a SSP, esse tipo de crime vem apresentando tendência de queda desde junho, e os índices mensais têm sido os menores da série histórica desde 2001, quando as ocorrências criminais passaram a ser contabilizadas.

Quanto aos furtos em geral, foram 45.906 registros em setembro deste ano, 2,2 mil a menos do que no ano anterior.

Justiça de São Paulo suspende leilão de concessão de escolas estaduais

A Justiça do estado de São Paulo suspendeu o leilão de concessão administrativa de 33 escolas estaduais, divididas em dois lotes: Oeste e Leste. Em ambos, o edital prevê a construção e a gestão administrativa das unidades escolares, incluindo serviços de manutenção e conservação, com prazo de concessão de 25 anos, e valores estimados em R$ 2,1 bilhões.

O leilão do Lote Oeste aconteceu na última terça-feira (29) e contempla a construção de 17 unidades escolares distribuídas em municípios da região oeste do Estado. 

A ação na Justiça foi movida pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (APEOESP), que alega que o edital desconsidera o princípio constitucional da gestão democrática da educação, desrespeitando a integração necessária entre a administração do espaço físico escolar e as funções pedagógicas, resultando em uma terceirização indevida de atividades essenciais ao serviço público de educação.

“A educação, quando prestada pelo Poder Público, qualifica-se como serviço público essencial que se constitui dever do Estado, conforme definido nos artigos 6º, 24, inciso IX, e 205 da Constituição Federal que enfatizam a educação como direito social e de competência concorrente entre os entes federativos. Dessa forma, cabe ao Poder Público garantir o acesso e a qualidade ao ensino público e proporcionar a participação ativa de todos os envolvidos na comunidade escolar”, afirmou na decisão o juiz da 3ª Vara de Fazenda Pública, Luis Manuel Fonseca Pires.

Na liminar, Pires argumenta que a gestão democrática transcende a atividade pedagógica em sala de aula, pois envolve a maneira pela qual o espaço escolar é ocupado e vivenciado, muito além da “gestão” em sentido orçamentário, de edificação e preservação estrutural dos prédios. 

“A gestão democrática da escola envolve a direção pedagógica, a participação direta de professores, estudantes, pais e mães e comunidade local, na forma como se pensam e relacionam-se os espaços que vão além da sala de aula – corredores, quadras, jardins, refeitórios etc.”.

A decisão alega que o uso e destino de todo o ambiente escolar dizem respeito também ao que se idealiza e pratica-se no programa pedagógico. Segundo o juiz, as possibilidades de deliberar de modo colegiado e participativo por todos os atores envolvidos na educação não podem ser subtraídas da comunidade escolar com a transferência a uma empresa privada que teria o monopólio de gestão por 25 anos. Pires diz que o que fazer com os espaços da escola para alunas e alunos do ensino infantil é diferente das necessidades das crianças no ensino fundamental e dos adolescentes no ensino médio. 

O governo estadual ainda poderá recorrer da decisão. Em nota, o governo informou que ainda não foi notificado da decisão. “Assim que isso ocorrer, analisará o caso e adotará as medidas recursais cabíveis”, diz a nota.

Leilão 

O vencedor do leilão do Lote Oeste foi o Consórcio Novas Escolas Oeste SP, que ofereceu um desconto de 21,43% em relação ao valor de referência do leilão, que era de R$ 15,8 milhões mensais. Os pagamentos serão iniciados quando as escolas estiverem prontas. A empresa será responsável por merenda, internet, segurança, infraestrutura e limpeza das escolas.

O consórcio tem como empresa líder a Engeform Engenharia, uma das empresas que compõem a Consolare, que administra sete cemitérios na cidade de São Paulo: Consolação, Quarta Parada, Santana, Tremembé, Vila Formosa I e II e Vila Mariana. Sob seu comando, o preço cobrado para a realização de enterros multiplicou por cinco.

Já o Lote Leste tem a licitação agendada para o dia 4 de novembro e abrange 16 unidades construídas nas cidades de Aguaí, Arujá, Atibaia, Campinas, Carapicuíba, Diadema, Guarulhos, Itapetininga, Leme, Limeira, Peruíbe, Salto de Pirapora, São João da Boa Vista, São José dos Campos, Sorocaba e Suzano.

Apagão em São Paulo: AGU acionará Enel por dano moral coletivo

A Advocacia-Geral da União (AGU) pretende ajuizar uma ação judicial para tentar obrigar a empresa distribuidora de energia elétrica Enel a indenizar a população de São Paulo por prejuízos decorrentes do apagão que deixou cerca de 2,3 milhões de consumidores da região metropolitana da capital paulista no escuro em setembro.

“Ela [Enel] vai ter que pagar caro pelos danos sofridos pela população”, disse o advogado-geral, o ministro Jorge Messias, ao participar, nesta quinta-feira (30), do programa Bom Dia, Ministro, do Canal Gov, e transmitido pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

“Estou concluindo uma ação por dano moral coletivo, para que a população de São Paulo seja indenizada por todos os danos causados pela Enel”, revelou Messias, acrescentando ter pedido informações ao Ministério de Minas e Energia, à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e à Secretaria Nacional de Defesa do Consumidor para embasar a ação judicial.

Ao mencionar que o fornecimento de energia elétrica para parte da região metropolitana de São Paulo já tinha sido interrompido em outras ocasiões recentes, como em março deste ano, quando cerca de 2,1 milhões de consumidores foram prejudicados, Messias disse que a Enel “já mostrou sua incompetência várias vezes”.

“O caso da Enel é gravíssimo. É prioritário para o governo federal”, acrescentou, assegurando que o governo federal vem cobrando que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) – responsável por regular o setor elétrico brasileiro – cumpra seu papel e fiscalize a atuação da Enel.

“É inadmissível […] [Quase] toda a população [da região metropolitana] de São Paulo ficou submetida à incompetência e ineficiência desta empresa privada, concessionária de um serviço público essencial, regulado pela Aneel, que tem diretores com mandato e autonomia [para, entre outras atribuições, regular a geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica]”, acrescentou o ministro.  

Ministro Jorge Messias deseja que a população de São Paulo seja indenizada por prejuízos causados por apagão – Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Crimes ambientais

O advogado-geral da União também defendeu o endurecimento das penas para quem comete crimes ambientais no Brasil. No último dia 15, o governo federal entregou ao Congresso Nacional projeto de lei que propõe que penalidade para quem comete delitos como atear fogo em vegetação passe de quatro para seis anos e que as eventuais punições sejam inicialmente cumpridas em regime fechado.

“Do ponto de vista penal, as queimadas, por exemplo, têm, hoje, penas muito baixas. O que acaba desestimulando as pessoas a cumprirem com suas obrigações ambientais. Daí termos construído uma proposta de lei que o presidente [Luiz Inácio Lula da Silva] apresentou ao Congresso Nacional para aumentar as penas desses infratores ambientais”, assegurou Messias, alegando que a legislação hoje em vigor é de um tempo em que a sociedade ainda não tinha o atual “grau de preocupação ambiental”, nem a consciência da gravidade das mudanças climáticas.

Bombeiros controlam incêndio em shopping no centro de São Paulo

O Corpo de Bombeiros do estado de São Paulo informou, no início da tarde de hoje (30), que o incêndio no Shopping 25 de Março, localizado no Brás, em São Paulo, está controlado. Segundo a corporação, não há mais possibilidade de as chamas se propagarem para as edificações vizinhas. Os bombeiros estão combatendo os focos de incêndio no interior da edificação.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP), o Corpo de Bombeiros foi acionado por volta das 6h20 desta quarta-feira (30) para um incêndio de grandes proporções na Rua Barão de Ladário, região central da capital paulista. Minutos depois, as primeiras oito viaturas começaram a trabalhar no local, controlando as chamas. Ao menos 24 viaturas e 76 pessoas trabalharam no combate ao fogo.

 

Incêndio de grandes proporções atingiu shopping na região do Brás, em São Paulo – Paulo Pinto/Agência Brasil

Equipes da Defesa Civil do estado foram encaminhadas ao local para dar suporte ao atendimento. “Estima-se que cerca de 200 pequenas lojas tenham sido atingidas pelo incêndio, que resultou no colapso do telhado. Entretanto, a Defesa Civil informa que não há risco de colapso estrutural total da edificação”, informou o órgão, em nota, durante a manhã.

A edificação vizinha chegou a ser evacuada. Mais cedo, três pessoas sofreram lesões leves devido à inalação de fumaça e foram encaminhadas ao Pronto-Socorro do Tatuapé.
 

Incêndio atinge Shopping 25 de Março, em São Paulo

Um incêndio de grandes proporções atinge o Shopping 25 de Março, na manhã desta quarta-feira (30), informou a Defesa Civil. A edificação fica na Avenida Barão de Ladário, no Brás, região central da capital paulista.

O Corpo de Bombeiros foi acionado por volta das 6h40. Até o momento, 17 viaturas estão empenhadas em conter as chamas, segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo. Não há informações sobre vítimas.

 

Incêndio atinge Shopping 25 Brás, em São Paulo

Um incêndio de grandes proporções atinge o Shopping 25 Brás, na manhã desta quarta-feira (30), informou a Defesa Civil. A edificação fica na Avenida Barão de Ladário, no Brás, região central da capital paulista.

O Corpo de Bombeiros foi acionado por volta das 6h40. Até o momento, 17 viaturas estão empenhadas em conter as chamas, segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo. Não há informações sobre vítimas.

 

Estado de São Paulo emite alerta para Sarampo e recomenda vacinação

A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo emitiu um alerta epidemiológico nesta terça-feira (29) para a vacinação contra o sarampo no estado. O aviso do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) do órgão foi publicado após confirmação, pela prefeitura da capital paulista, de registro de dois casos da doença em outubro. 

Os pacientes são um homem de 37 anos e uma mulher de 35 anos que viajaram recentemente ao exterior. As secretarias municipal e estadual de Saúde ainda não informaram sobre o estado de saúde dos pacientes.

O país está próximo de retomar o status de livre da doença, que ocorre após mais de dois anos sem registro de casos transmitidos localmente.

Segundo a pasta, a detecção do vírus no estado alerta a população sobre o risco de transmissão local e de disseminação. “Ao viajante que retorna, deve manter a atenção ao aparecimento de sintomas em até 21 dias. Caso apresente febre e vermelhidão na pele, evite o contato com outras pessoas, até ser avaliado por um profissional da saúde”, informa a diretora do CVE, Tatiana Lang, em nota da pasta.

Doença 

O sarampo é uma doença viral, altamente transmissível, que pode ter uma apresentação grave e até levar à morte. A transmissão ocorre pela tosse, fala, espirro ou pela aspersão de gotículas de saliva de uma pessoa doente.

A vacinação é a maneira mais efetiva de evitar a infecção. Os principais sintomas do sarampo são manchas vermelhas no corpo e febre alta (acima de 38,5°) acompanhada de um ou mais dos seguintes sintomas: tosse seca; irritação nos olhos (conjuntivite); nariz escorrendo ou entupido.

Segundo o Ministério da Saúde, a cobertura para a doença, através da vacina tríplice viral, tem esquema vacinal de duas doses para pessoas de 12 meses até 29 anos de idade e uma dose para adultos de 30 a 59 anos. O imunizante protege contra o sarampo, a caxumba e a rubéola e teve aumento da cobertura da primeira dose, de 80,7% em 2022 para 87% em 2023. 

O último caso autóctone de sarampo (transmitido no país) foi há dois anos, no Amapá. A vacina é recomendada a todas as pessoas entre 12 meses e 59 anos e o alerta indica que adolescentes e adultos não vacinados ou com esquema incompleto devem iniciar ou completar o esquema vacinal.

São Paulo inicia Maratona de Leilões com concessão de escolas

O Consórcio Novas Escolas Oeste SP venceu o lote oeste do leilão da Parceira Pública Privada de Novas Escolas (PPP) realizado nesta terça-feira (29) na B3, bolsa de valores de São Paulo. O valor oferecido foi R$ R$ 11.989.753,71 da contraprestação prevista de R$ 15,2 milhões, o que resultou em um deságio de 21,43%. 

O edital foi o primeiro da Maratona de Leilões e envolve a construção de 17 escolas, com 462 salas de aula e 17,1 mil vagas. As cidades atendidas serão Araras, Bebedouro, Campinas, Itatiba, Jardinópolis, Lins, Marília, Olímpia, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Rio Claro, São José do Rio Preto, Sertãozinho e Taquaritinga.

A Maratona de Leilões deve garantir mais de R$ 19,1 bilhões em investimentos privados para o estado de São Paulo, e inclui mais dois lotes do Novas Escolas, lotes da Rota Sorocabana e a Loteria Estadual . 

O leilão do lote leste PPP Novas Escolas está marcado para 4 de novembro. Ao todo, a PPP prevê a construção de 33 novas unidades escolares no estado, em 29 cidades, com 34,8 mil vagas de tempo integral na rede estadual dos anos finais do ensino fundamental e ensino médio. Os investimentos previstos totalizam R$ 2,1 bilhões ao longo dos 25 anos da concessão.

As novas escolas são de três modelos, com 21, 28 ou 35 salas de aula, e a estrutura contará com ambientes integrados e interligados, uso interativo de tecnologia, auditório de múltiplo uso e espaços dedicados a esportes, cultura, vivência, estudo individualizado e inovação. Todas estarão dentro dos padrões de acessibilidade. Além das atribuições pedagógicas, que continuarão sob responsabilidade da Secretaria da Educação do estado, o governo paulista vai coordenar e fiscalizar a execução do contrato por meio da Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp).

Concessões

Segundo o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, as concessões desobrigam os diretores das escolas de cuidar da manutenção predial, porque quem passará a cuidar dessa infraestrutura será o setor privado. 

O governador ressaltou que a gestão moderna via PPP permitirá ofertar o melhor serviço para o cidadão. 

Entre outros programas de sua gestão para a melhoria da educação, Tarcísio de Freitas citou o Prontos pro Mundo, programa de intercâmbio que seleciona alunos da rede pública para cursos de idiomas no exterior, e o Provão Paulista, que oferece 15 mil vagas no ensino superior por meio de vestibular feito de forma seriada no ensino médio.

Ao lembrar os graves problemas de infraestrutura nas escolas, o secretário de Educação de São Paulo, Renato Feder, disse que com a PPP “queremos ter qualidade educacional e aprendizagem”

“Não vamos dever para escola particular. Isso tem a ver com infraestrutura. Construímos a parte pedagógica e agora temos a área privada nos ajudando na manutenção, na parte predial, na alimentação, nos laboratórios. É um dia muito especial”, ressaltou.

O secretário de Parcerias e Investimentos de São Paulo, Rafael Benini, acredita que o leilão da Parceira Pública Privada de Novas Escolas trará grandes benefícios, entre os quais mais de 17 mil alunos com mais qualidade para o ensino público com as escolas novas. 

“Estamos falando de mais tempo a professores e diretores para o ensino ao invés de questões administrativas. É um projeto transformador para o estado, que tirou dezenas de contratos que uma escola precisa gerir, substituindo por um contrato só”, disse.

Evento sobre audiovisual discute em São Paulo regulação do streaming

A Secretaria do Audiovisual (SAV) do Ministério da Cultura abriu, nesta segunda-feira (28), o Seminário Economia do Audiovisual e Interseccionalidades. O evento vai até quarta-feira (30), na sede da Federação das Indústrias de São Paulo e na Cinemateca Brasileira, na vila Clementino, na capital paulista. O seminário é parte do processo de elaboração do Plano de Diretrizes e Metas do Audiovisual Brasileiro (2025-2034).

Participam do evento a ministra da Cultura, Margareth Menezes, e o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, além de autoridades e personalidades do campo do audiovisual.

“O objetivo é traçar um panorama sobre o atual estágio da indústria audiovisual brasileira e projetar o seu fortalecimento para a próxima década, tanto no mercado interno quanto no cenário internacional”, diz, em nota, o Ministério da Cultura.

A diretora-geral da Cinemateca Brasileira, Dora Mourão, ressaltou a importância da restauração dos filmes, ressaltando que não se trata apenas de digitalização. “Muitos filmes antigas, e não tão antigos assim, foram restaurados e relançados com sucesso, como A Hora da Estrela, por exemplo”, disse. Dora alertou para os altos custos que a recuperação das películas, mas disse que países da Europa e os Estados Unidos têm preocupação com tal atividade, mesmo para fins da indústria do audiovisual.

O diretor do Sindicato da Indústria Audiovisual do Estado de São Paulo, Paulo Roberto Schmidt, lembrou que os trabalhos para recuperação do setor foram prejudicado pela pandemia de covid-19 e pela gestão anterior. Schimdt ressaltou a prioridade da regulamentação do streaming (processo de transmissão e reprodução de conteúdos, como música, vídeos ou jogos, em tempo real pela internet) e a simplificação nos processos de realização dos filmes, como outros pontos.

“Estamos produzindo cada vez mais em alto nível, sem dever nada aos enlatados que nos enviam de fora. Tivemos aqui agora o DNA do Crime, que ficou semanas entre os mais vistos da Netflix em seu calendário global. Estamos falando de uma indústria que já tem produtos de excelência e que precisamos apenas ter uma visão estratégica da importância dessa indústria para o estado brasileiro, para nossa identidade e para nossa economia”, disse o presidente da Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial, Ricardo Capelli.

A ministra da Cultura, Margareth Menezes, ressaltou que o governo federal tem compromisso com a cultura, incluindo o audiovisual. “Temos obrigação de implementar políticas estratégicas  estruturantes para extrairmos o melhor para essa mina de oportunidades que precisa consolidar seu lugar enquanto indústria criativa, perpassando pelas dimensões cidadã, econômica e democrática”, afirmou a ministra.

Já o vice-presidente Geraldo Alckmin ressaltou que fazer um seminário sobre a indústria do audiovisual “na casa da indústria” (Fiesp) tinha tudo a ver. “Neste sentido, queremos colocar à disposição à Apex, que tem missão de atrair investimentos no exterior e divulgar nosso país lá fora, assim como o BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social] para fomentar a atividade cultural.” Alckmin também citou os projetos para regulamentação do streaming, tanto do Executivo quanto do Legislativo.

“A indústria criativa hoje é importantíssima e no futuro será mais. A indústria primária, por exemplo, tem mecanização muito grande. A indústria do setor secundário se robotiza, mas o serviço terciário é que vai gerar emprego e renda. Será o campeão de empregos, incluindo aqui a indústria criativa nesse campo”, completou Alckmin, que confessou ser cinéfilo apaixonado.

“Fizemos um levantamento recente que demonstra que o comportamento das salas de cinema é totalmente otimista, que a projeção para os próximos dez anos é que ultrapasse a marca de espectadores de antes da pandemia”, disse a diretora da Escarlate Produtora e Distribuidora, Joana Henning.

“O mercado está passando por um momento de transição importante, que é a regulamentação do streaming. A partir dessa mudança, acredito que a cultura do comportamento de assistir a filmes de outras línguas privilegia o Brasil nos âmbitos nacional e internacional, porque o filme brasileiro passa a ter uma maior competitividade perante os filmes internacionais”, completou Joana.  

Nos três dias de evento, outra temática a ser abordada diz respeito às organizações da sociedade civil para a revisão do Plano de Diretrizes e Metas do setor sob uma perspectiva de políticas afirmativas, tendo em vista as interseccionalidades de gênero, raça, LGBTQIAPN+ e acessibilidade.

A ideia é que as contribuições e sugestões levantadas durante o seminário e etapas seguintes sejam consolidadas e avaliadas pelo Conselho Superior de Cinema, responsável pela elaboração do plano vai nortear as ações futuras do setor.