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Chuvas deixam pelo menos dois mortos no estado do Rio

As fortes chuvas que atingiram o estado do Rio de Janeiro na noite dessa quarta-feira (21) provocaram pelo menos duas mortes, segundo informações da Secretaria Estadual de Defesa Civil. Em nota, a secretaria informou que um menino morreu em um desabamento em Japeri, na Baixada Fluminense, e uma mulher foi vítima de um deslizamento de terra em Barra do Piraí.

Ainda de acordo com a nota, no deslizamento de Barra do Piraí, no sul fluminense, quatro pessoas foram resgatadas com vida e três vítimas estão sendo procuradas pelo Corpo de Bombeiros sob os escombros.

Mais de 130 ocorrências foram registradas pelo Corpo de Bombeiros no estado. As chuvas provocaram enxurradas em municípios da Baixada Fluminense, como Nova Iguaçu e Queimados. Nas duas cidades, as aulas foram suspensas em algumas escolas municipais.

Pelo menos 26 mortos em confrontos entre tribos na Papua Nova Guiné

19 de fevereiro de 2024

 

A emissora estatal australiana informou no dia 19 que pelo menos 26 pessoas foram mortas em confrontos entre tribos na Papua Nova Guiné.

A emissora estatal australiana ABC noticiou isso hoje, citando a polícia local, e informou que as vítimas foram mortas em uma emboscada no dia anterior no norte do país. A transmissão afirmou que militares e policiais corriam risco de chegar ao local e fizeram o possível para reprimir a situação.

A agência de notícias AFP informou que dezenas de corpos foram encontrados na beira da estrada na área onde ocorreram confrontos sangrentos.

O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, disse numa entrevista de rádio que o incidente foi “muito chocante” e que o governo australiano estava fornecendo apoio à formação e segurança dos policiais da Papua Nova Guiné.

 

Chuvas matam pelo menos 33 pessoas na Bolívia

Pelo menos 33 pessoas morreram na Bolívia devido a inundações, transbordamentos e deslizamentos de terra causados pelas chuvas que têm assolado diversas regiões do país. Diante da situação do país vizinho, o governo brasileiro divulgou nesta segunda-feira (19), por meio do Itamaraty, uma nota de pesar, na qual se coloca à disposição para ações de prevenção e combate a desastres naturais.

De acordo com o vice-ministro da Defesa Civil, Juan Carlos Calvimontes, 171 casas foram afetadas; 446 casas ficaram completamente destruídas, além das 33 vítimas fatais. A capital administrativa, La Paz, é o departamento mais afetado, com 14 mortes, segundo informações da Agência Boliviana de Informação.

Em Cochabamba foram seis mortes; em Potosí, cinco; e em Santa Cruz e Chuquisaca foram contabilizadas, até o momento, quatro mortes em cada. Segundo Calvimontes, 63 municípios localizados em oito departamentos foram impactados pelas chuvas.

Itamaraty

“O governo brasileiro tomou conhecimento, com profundo pesar, das inundações e dos deslizamentos ocorridos na Bolívia nos últimos dias, que causaram perdas humanas e materiais”, informou, por meio de nota, o Itamaraty.

“Ao manifestar disposição de seguir cooperando com a Bolívia em matéria de prevenção e combate aos desastres naturais, o governo brasileiro manifesta solidariedade ao povo e ao governo bolivianos, e em particular às famílias das vítimas e aos afetados pela tragédia”, acrescentou.

Em dia de calor forte, pelo menos 41 blocos desfilam pelas ruas do Rio

Com previsão de temperatura máxima de 38 graus Celsius (ºC), o Rio de Janeiro teve mais um dia de ruas lotadas de blocos de carnaval. Mesmo com o forte calor, uma multidão tirou a fantasia do armário e aproveitou a folia. Se forem considerados apenas os blocos oficiais, regularizados pela prefeitura, 41 vão desfilar ao longo de toda essa segunda-feira (12) na cidade, segundo a Riotur.

Um dos destaques do dia foi o Sargento Pimenta, que se apresentou no Aterro do Flamengo, altura da Glória, na zona sul. O grupo, que tem como foco as músicas dos Beatles, dessa vez intercalou clássicos do conjunto britânico com os sucessos da cantora Rita Lee, a homenageada desse ano.

All You Need Is Love no ritmo do maracatu; Hey Jude em ciranda; Can’t Buy me Love no coco, e I Want to Hold You Hand no samba, foram algumas das canções tocadas pelos 100 instrumentistas do bloco. Rita Lee foi celebrada com: Pagu, Lança Perfume, Erva Venenosa, e outros sucessos.

“Trabalhamos o ano inteiro para fazer esse carnaval. A oficina de músicos começou em maio passado. Então, estamos há muito tempo nos preparando para esse trabalho bonito, que mescla as músicas dos Beatles com os ritmos brasileiros. E esse ano viemos homenagear a Rita Lee, que era grande fã dos Beatles”, disse Fernando Reznik, fundador, diretor musical e mestre de bateria.

Vestido de Obelix, personagem do quadrinho francês Asterix, o engenheiro Silvio Seroa foi ver pela primeira vez o Sargento Pimenta.

“Escolhi o Sargento Pimenta porque é um bloco que está crescendo, virando tradição e eu queria conhecer. E gosto da Rita Lee, um ícone do rock brasileiro. Vale a pena prestigiá-la”, disse Sivio.

Blocos de rua do Rio- Luciolla Villela/Riotur

Desfile florido

Também pela manhã, o desfile do Vem Cá, Minha Flor tomou conta do Centro do Rio. O bloco tem quase 10 anos de existência e costuma ser conhecido como democrático. Não tem corda em volta da bateria e reúne pessoas de diferentes lugares, idades e estilos.

A multidão cantou sem parar os sucessos de carnavais antigos e atuais. Os componentes do bloco trouxeram flores nas mãos, nos cabelos e nas fantasias.

“Estar aqui também é sinônimo de resistência. Uma mulher, principalmente uma mulher preta à frente de uma bateria é uma construção diária para conquistar o respeito das pessoas. É muito gratificante!”, disse Raquel Carvalho, maestrina e diretora musical.

A portuguesa Maria Abelardo passa pela primeira vez o carnaval no Rio e ficou encantada com o que viu. “Em Portugal, nós temos blocos de rua, mas nada comparado ao que estou vendo aqui. É mágico!”.

Bola Preta sai com menos foliões, mas com a mesma tradição

As imagens aéreas da Avenida Rio Branco, no centro do Rio de Janeiro, tomada por milhões de foliões no sábado de carnaval, fizeram do Cordão da Bola Preta um gigante famoso em todo o Brasil. Mas, na avaliação do presidente do bloco, Pedro Ernesto Marinho, desde que os desfiles dos megablocos foram deslocados para a Rua Primeiro de Março e Avenida Presidente Antônio Carlos, o bloco perdeu foliões. 

“Quando o bola passava pela Rio Branco, parecia que o asfalto sorria, os prédios batiam palmas”, lembra, saudoso. O bloco desfilava na Avenida Rio Branco desde 1919, “quando a avenida ainda era novinha”. Antes chamada de Avenida Central, a Avenida Rio Branco foi o grande marco urbanístico da reforma do então prefeito do Distrito Federal Pereira Passos, de 1906, que transformou o centro do Rio de Janeiro.

Bloco Cordão da Bola Preta desfila pelas ruas do centro da cidade  – Foto Tomaz Silva/Agência Brasil

Com a mudança de local, não há mais o mesmo romantismo, lamenta Marinho. “A Avenida Rio Branco era consagrada no mundo inteiro como local das grandes manifestações políticas, artísticas, manifestações carnavalescas. O novo local é meio inóspito. Não tem um bar, nenhum botequim”. E, para ele, carnaval e cerveja são irmãos siameses. “Não existe carnaval sem cerveja”.

Marinho lembra que, na Avenida Rio Branco, havia uma grande apoteose quando o desfile do Bola Preta chegava ao fim, na Cinelândia, com bares lotados. “Na Avenida Antônio Carlos, não tem o mesmo clima, o mesmo ambiente. Então, a frequência cai“. 

O último ano na Avenida Rio Branco foi em 2014, quando o Bola Preta estava em seu pico de foliões. “A partir de 2010, a gente nunca desfilava com menos de 2 milhões de pessoas. Atingimos o auge em 2013, com 2,5 milhões de pessoas. Quando fomos para a Primeiro de Março e Presidente Antônio Carlos, o bloco já não conseguiu arrastar o mesmo número de foliões. No carnaval de 2023, a gente colocou 1 milhão de foliões. Mas foi um número expressivo”, admitiu.

De qualquer modo, Marinho assegura que o bloco já mostrou a que veio. “A história do Bola Preta mostra que ele é um ícone positivo da cidade do Rio, é o tradicional, que representa a cidade e todo o seu povo. Então, para nós, se tiver um milhão de foliões, a gente vai ficar super satisfeito. Se forem 900 mil, também. O importante é não decepcionarmos os nossos foliões que, todo ano, esperam avidamente o Cordão da Bola Preta na rua. O Bola Preta é o original, é aquele que mantém a tradição do carnaval da Cidade Maravilhosa”.

História

Cordão da Bola Preta comemora 105 anos e defende meio ambiente – Foto: Arte/Miguel Bandeira e Rebecca Moure

Fundado em 1918 por Álvaro Gomes de Oliveira, o Kaveirinha, Francisco Brício Filho (Chico Brício), Eugênio Ferreira, João Torres e os três irmãos Oliveira Roxo, Jair, Joel e Arquimedes Guimarães, o tradicional Cordão da Bola Preta dá seguimento, este ano, às comemorações de seus 105 anos de existência. Foi Kaveirinha quem deu nome ao bloco ao ver passar uma linda mulher com vestido branco com bolas pretas. Daí surgiu o Cordão da Bola Preta.

O bloco abre o carnaval oficial neste sábado, na Rua 1º de Março e Avenida Antônio Carlos, no centro do Rio. A concentração será a partir das 8h, direto na Rua Primeiro de Março, com saída às 9h. O presidente do Bola Preta diz que, este ano, o objetivo é defender a preservação do meio ambiente. “Até pelo tempo de vida do Bola Preta, a gente, efetivamente, quer entrar nessa luta de defesa do meio ambiente”.

Ao longo do ano, a ideia é fazer plantio de árvores para participar do processo de neutralização de gás carbônico (CO2). Durante o desfile, serão colocados coletores descartáveis para depósito de resíduos pelos foliões. Pedro Marinho quer também promover o reaproveitamento de lonas e fios. “É algo que preocupa a gente, porque a quantidade de lonas é muito grande. A gente quer, realmente, entrar de cabeça nessa luta de defesa e preservação do meio ambiente”.

Participantes

Rio de Janeiro (RJ), 18/02/2023 – Bloco Cordão da Bola Preta desfila pelas ruas do centro da cidade no primeiro dia oficial do Carnaval 2023. Foto Tomaz Silva/Agência Brasil – Tomaz Silva/Agência Brasil

O Cordão da Bola Preta inclui, entre as Musas 2024, a Rainha do Carnaval Carioca 2022, Thai Rodrigues, além de Taissa Marins, Elaine BR e Adeline Gervásio, que renovam suas faixas. Mirian Duarte é a Musa do Centenário. A porta-estandarte é a atriz e diretora Leandra Leal, que assumiu o posto em 2009. “Ela continua na missão de carregar o símbolo maior do Bola Preta”. 

A madrinha é a cantora Maria Rita, também desde 2009, enquanto o posto de rainha foi ocupado, desde 2019, pela atriz Paola Oliveira. A cantora e atriz Emanuelle Araújo é a Musa da Banda do Cordão da Bola Preta. “Está sempre junto conosco”.

“Neguinho da Beija-Flor é o nosso padrinho; o [compositor] João Roberto Kelly é nosso embaixador; Tia Surita, da Portela, nossa embaixatriz, e Selminha Sorriso é a Musa das Musas. A gente procura valorizar sempre essa linha de frente. É importante para o dia a dia do Bola Preta”, afirmou o presidente da agremiação.

Zona sul de Piracicaba teve pior vendaval em pelo menos 30 anos

muro do córrego Itapuã danificado

4 de fevereiro de 2024

 

Na última quarta-feira (31), um forte vendaval atingiu a zona sul de Piracicaba, causando muitos estragos e assustando os moradores. Segundo registros de imprensa de diferentes épocas, foi o fenômeno meteorológico mais destrutivo já ocorrido na região, que escapou de outras tempestades violentas que afetaram outras partes da cidade, como em 20/10/1995, 29/03/2006, 21/07/2013 e 27/09/2023.

O vendaval foi provocado pela entrada brusca de uma frente fria, que trouxe uma massa de ar frio e seco. Os ventos chegaram a mais de 100 km/h, de acordo com a PREVOTS (Plataforma de Registros e Rede Voluntária de Observadores de Tempestades Severas), que monitora o tempo severo no Brasil. A zona sul foi a área da cidade mais atingida pelo vendaval, que não veio acompanhado de chuva.

Os bairros mais afetados foram Itapuã, Monte Líbano e Campestre, onde o vendaval danificou parte do muro do córrego Itapuã, derrubou árvores, espalhou galhos pelas ruas, e destelhou alguns imóveis. Telhas de zinco foram arremessadas a longas distâncias, e algumas lonas usadas para proteger telhados e veículos ficaram presas em fios elétricos. Apesar da intensidade das rajadas de vento, não houve falta de luz, nem desabrigados e nem desalojados.

Os moradores relataram momentos de pânico e surpresa com o vendaval que, segundo eles, veio de repente e sem aviso prévio. “Eu estava no quintal, tirando as roupas do varal, quando começou a ventar. Daí veio um redemoinho e arrancou a telha que segurava a antena parabólica. Voou tudo”, conta Maria Arrosi, do bairro Campestre.

“Eu estava na casa de um amigo. Do nada, veio uma ventania. Derrubou todas as plantas que estavam em cima do muro e jogou a tampa da caixa d’água a uns quatro metros de altura”, contou Roberto, que estava no bairro Monte Líbano no momento do evento.

Os moradores estão se ajudando de forma voluntária para limpar os estragos e consertar os danos causados pelo vendaval, que também derrubou a cobertura de um posto de combustíveis no município de Capivari.

Notícia Relacionada
“Vendaval danifica muro, derruba cobertura de posto e destelha imóveis na RMP”, Wikinotícias, 1 de fevereiro de 2024.
 

Pelo menos 129 blocos de rua cancelam a participação no carnaval de SP

Pelo menos 129 blocos de carnaval de rua desistiram de desfilar na capital paulista neste ano, muitos deles, são grupos menores e de periferia. Representantes alegam falta de recursos financeiros, falta de organização da prefeitura para viabilizar o evento e pouco tempo entre a licitação para a definição do patrocinador da prefeitura e o evento.

Emerson Boy, fundador do Bloco Jegue Elétrico, existente há 24 anos, conta que desde o início o bloco sempre saiu nos quatro dias de carnaval, porém, no ano passado, foi preciso diminuir um dia para viabilizar o desfile. Em 2024 a ideia era continuar com os três dias, mas também foi preciso desistir de mais um dia. “Eu inscrevi o bloco em três dias e pensei em desistir de dois, mas consegui desistir de só um. Tudo por questão financeira. E porque o edital definindo quem ia bancar o carnaval demorou para sair. Por isso ficamos indeciso para conseguir apoios, correr atrás de patrocínios. É tudo muito fechado, mal organizado por essa prefeitura”, reclama.

O carnavalesco alega que há muitas dificuldades em colocar um bloco na rua e ressalta que a organização não tem retorno financeiro. “Nós fazemos um esforço para trabalhar pelo carnaval da cidade, trazer esses momentos de felicidade para os foliões, para o povo de São Paulo, para ocupar as ruas e humanizar as ruas com alegria. O carnaval é uma festa muito grande para a cidade, por isso estamos tristes, porque não recebemos nenhum apoio”.

Responsável pelo maior bloco da zona leste, o Bloco Tatuapé, Gustavo Leman diz que espera conseguir fazer o desfile, mas ainda está muito difícil garantir. Neste ano o bloco completa dez anos, mas a falta de patrocínio está se mostrando como um grande impeditivo para a comemoração. “O bloco é o maior da zona leste, é o único megabloco decentralizado, reúne 50 mil pessoas, mas por sermos da zona leste acabamos sendo desinteressantes para as grandes marcas. Por isso, para nós, é sempre um pouco mais difícil, mas este ano foi o pior”.

Leman reclamou que os grandes protagonistas, que são os blocos e os organizadores, ficam apenas com as dificuldades para fazer o carnaval acontecer nas ruas da cidade. “A gente faz uma grande festa linda para a cidade que ganha muito, gera emprego, movimento, muito dinheiro, mas nós que estamos fazendo isso acontecer não conseguimos encaminhar as coisas. Isso é triste porque cada bloco tem sua importância junto com a pessoa física que o criou, além de representar muito para quem o frequenta”, reforçou.

Apesar das dificuldades, Leman diz acreditar que conseguirá fazer o desfile de dez anos, já que uma marca local resolveu apoiar o projeto, após a indicação de uma rede de comerciantes da área. “Obviamente isso não garante o desfile, não tranquilizou a ponto de termos certeza de que ele vai ocorrer da forma que se deve”.

O membro do Fórum de Blocos de São Paulo José Cury disse ser difícil fazer a contagem exata de todos os desistentes. Segundo ele, as desistências começaram a acontecer logo após a inscrição em outubro, já que muitos grupos se inscrevem mesmo sem ter certeza de que vão obter dinheiro suficiente para viabilizar o bloco.

“Muitos dizem que o bloco não foi competente para conseguir o patrocínio, mas a realidade é que a gente não tinha nem certeza de quem era o patrocinador da prefeitura. Assim as marcas ficam segurando até a licitação sair. E se ganham não patrocinam os blocos porque a verba já está comprometida. De certa forma a prefeitura prejudica a relação comercial dos blocos. E blocos maiores não precisam fazer muita coisa para conseguir, porque as marcas se interessam”, disse.

Prefeitura

Segundo a prefeitura, o Carnaval de Rua 2024, que começa neste sábado (3) e vai até o dia 18 de fevereiro, tem número recorde de blocos confirmados, com 536 desfiles, 16% a mais do que no ano passado, e está com toda a infraestrutura organizada para receber os mais de 15 milhões de foliões esperados para este ano.

O patrocínio geral será da Ambev, que venceu a licitação ao apresentar o lance de R$ 26,6 milhões no pregão realizado pela prefeitura no dia 16 de janeiro. Os valores servem para cobrir os custos da prefeitura com a realização do evento. No caso dos  blocos, o patrocínio é individual.

“Os blocos captam diretamente os patrocínios com as empresas. É bom deixar claro que não é a prefeitura que faz o pagamento para os blocos do carnaval de rua. Os blocos são autônomos, independentes, e o recurso que eles buscam, e sempre buscaram, foi direto do privado. Agora, se o privado resolve não patrocinar, aí a prefeitura não tem o que fazer”, disse o prefeito Ricardo Nunes.

Ainda assim, a prefeitura criou um plano de fomento para que os blocos com mais tradição na cidade tenham um incentivo a mais. A administração vai aportar R$ 2,5 milhões para 100 blocos (R$ 25 mil para cada) como forma de incrementar as atividades dos grupos que atuam na festa carnavalesca.

Segundo as informações da prefeitura, em 2023, 213 blocos cancelaram seus desfiles, enquanto neste ano foram 129. “Lógico que num evento desse tamanho, com centenas de blocos participando, pode ter um ou outro que desista Se algum bloco ou outro desiste, aí é um problema único e exclusivamente dele, de uma organização dele. A gente gostaria que não desistisse”, afirmou Nunes.

Setor de mineração fatura menos devido à queda de preços no exterior

O faturamento do setor de mineração brasileiro totalizou R$ 248,2 bilhões no ano passado, inferior em 0,7% ao registrado no ano anterior, que foi de R$ 250 bilhões. A queda é explicada pela redução de preços dos produtos no mercado internacional, segundo o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram). O estado que mais faturou foi Minas Gerais, com R$ 103,6 bilhões, seguido do Pará, com R$ 85,4 bilhões. Entre janeiro e novembro de 2023, foram criadas no país 9.093 novas vagas de trabalho, acumulando 210.122 empregos no setor.

Os dados divulgados nesta quarta-feira (31) mostram que as exportações alcançaram US$ 43 bilhões (alta de 3,1%), com 392 milhões de toneladas comercializadas (+9,5%). O minério de ferro respondeu por 71% das exportações nacionais. O produto teve aumento de 10% nas exportações em toneladas e de 5,7% em dólares, devido aos menores preços das commodities em 2023.

As importações minerais, por sua vez, somaram US$ 11,02 bilhões, com retração de 34,2%, embora tenham sido importadas 42 milhões de toneladas, um aumento de 4,7%. Os preços mais baixos de produtos minerais e o câmbio justificam a queda em valor, segundo o Ibram. O produto mais importado foi potássio, com participação de 46% do total. Também a arrecadação total de tributos e impostos pelo setor mostrou redução de 0,71%, alcançando R$ 85,6 bilhões.

Investimentos

O presidente do Ibram, Raul Jungamnn, informou que a previsão de investimentos evoluiu de US$ 50 bilhões no período 2023/2027 para US$ 64,5 bilhões para o período 2024/2028, expansão de 28,8%.

“Isso é extraordinário, porque o mundo está a demandar mais minerais, sobretudo minerais críticos, e o Brasil tem um imenso potencial nessa área de materiais críticos, que são decisivos, fundamentais e até essenciais para superar a emergência climática que o mundo está vivendo.”

Os minerais são usados para fazer baterias, aerogeradores, placas solares, na área de energia renovável. A Agência Internacional de Energia estima que esse mercado girava em torno de US$ 320 bilhões, em 2022/2023 e, em 2030, poderá chegar a US$ 1,2 trilhão. “Esse é um passaporte para o futuro para o Brasil”.

Jungmann criticou a criação pelo governo, no âmbito da reforma tributária, do chamado imposto seletivo, que recairá sobre determinadas indústrias com o propósito de reduzir o consumo. Segundo ele, a medida trará efeitos negativos em termos de escala.

Ele disse que no exterior são praticados impostos seletivos para bebidas, cigarros, entre outros produtos e vondenou a redução do consumo de minerais, em especial de minerais críticos, no momento em que o mundo se vê diante de conflitos como Rússia e Ucrânia e Oriente Médio. Os países procuram cadeias de suprimento seguras, como ocorre no Brasil, que tem capacidade e logística para suprir os mercados. 

O Ibram está solicitando encontro com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ao qual pretende informar os investimentos do setor, detalhando projeto por projeto; reivindicar uma política nacional para a mineração que forneça estrutura a esses projetos e permita incentivar a descoberta de minerais estratégicos no país. Além disso, quer tratar do fortalecimento de órgãos ligados ao setor, como a Agência Nacional de Mineração (ANM) e o Serviço Geológico do Brasil (SGB), antiga CPRM.

“Sem pesquisas, sem regulação, sem fiscalização e sem políticas, fica muito difícil para o setor”, afirmou Jungmann.

Reforço

O diretor de Sustentabilidade do Ibram, Julio Nery, avaliou que os investimentos estimados para o período 2024/2028 podem aumentar, dependendo do reforço dos trabalhos de pesquisa e de maiores mecanismos de financiamento. Ele lembrou que. entre 2012 e 2016, os investimentos previstos totalizaram US$ 75 bilhões.

No caso dos US$ 64,5 bilhões de investimentos projetados para 2024/2028, Julio Nery informou que a participação de minério de ferro será de 26,8%, com US$ 17,277 bilhões (+ 2,1% sobre o período 2023/2027), seguida de investimentos socioambientais (participação de 16,6%, total de US$ 10,671 bilhões e elevação de 62,7% em comparação à estimativa anterior).

No caso de logística, o diretor afirmou que os investimentos previstos somam US$ 10,362 bilhões, mostrando crescimento de 133% e participação de 16,1% do total. Os principais investimentos são previstos nos estados de Minas Gerais (30,6%), Pará (28%) e Bahia (16,1%). Os investimentos em múltiplos estados atingem US$ 8,2 bilhões.

Nery espera que o programa da nova industrialização tenha sucesso para devolver à indústria nacional a competitividade que perdeu frente a outros países do mundo. 

Menos de 8% das cidades brasileiras têm leis de antenas adaptadas a 5G

Presente em mais de 3 mil municípios e beneficiando 140 milhões de brasileiros, a tecnologia 5G enfrenta um entrave para a expansão. A falta de legislações atualizadas impede a instalação da infraestrutura necessária para a melhoria do sinal.

Segundo levantamento da Conexis Brasil Digital, entidade que reúne as empresas de telecomunicações e de conectividade, apenas 399 dos municípios brasileiros (7,16% do total) atualizaram as leis de antenas locais à tecnologia 5G. O problema afeta inclusive grandes cidades. Quatro capitais – Belo Horizonte, Fortaleza, Natal e Recife – não adaptaram a legislação de telecomunicações ao 5G, embora tenham esse tipo de sinal.

Entre as cidades do interior e de regiões metropolitanas de mais de 500 mil habitantes, oito não têm legislação adequada ao 5G: Aparecida de Goiânia, Campinas, Contagem, Guarulhos, Nova Iguaçu, São Gonçalo, Serra e Vila Velha.

O levantamento analisou tanto as cidades que aderiram as leis locais à Lei Geral de Antenas (LGA) quanto os municípios que adequaram a essa legislação, mas ainda não adaptaram a norma à instalação de infraestruturas de telecomunicações.

Quanto aos municípios com mais de 500 mil habitantes, a Conexis Brasil Digital informou que 12 têm leis adequadas ao 5G e seis atualizaram a legislação à Lei Geral de Antenas, mas ainda precisam adaptar a lei para a instalação de infraestruturas.

Nas cidades entre 200 mil e 500 mil habitantes, a situação piora. De 101 municípios nessa categoria, 53 não adaptaram as leis à LGA, 15 atualizaram, mas precisam revisar a legislação e 33 estão com leis preparadas para o 5G.

Mesmo com a demora, houve avanços. O total de municípios que adaptaram as leis locais à LGA saltou de 347 em 2022 para 573 no ano passado, alta de 65%. Desse total, no entanto, 174 localidades precisam adequar a legislação à tecnologia 5G.

Potencial

Segundo a Conexis Brasil, que gerencia o projeto Conecte 5G, a existência de leis municipais que facilitem a instalação de antenas, com regras claras e licenciamento ágil, resulta na atração de investimentos, ao oferecer mais segurança jurídica para as operadoras. Diferentemente das tecnologias 3G e 4G, o sinal 5G não exige a instalação de torres, com as antenas podendo ser instaladas no topo de prédios e interferindo pouco na paisagem urbana.

Apesar dos entraves legislativos, a cobertura do 5G no Brasil supera as metas estabelecidas pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Atualmente, a tecnologia está disponível em todas as cidades com mais de 500 mil habitantes e na maior parte dos municípios com mais de 200 mil habitantes. O edital original do 5G estipulava a universalização do 5G nas cidades com mais de 500 mil moradores até julho de 2025 e nas localidades com mais de 200 mil habitantes até julho de 2026.

Mesmo com a superação da meta, a Conexis Brasil informa que a demora reduz o potencial da tecnologia 5G. Isso porque a digitalização da economia exigirá mais antenas que a rede atual. Nas capitais que não adequaram a legislação, as operadoras enfrentam problemas para instalar as infraestruturas necessárias.

Bombardeio no mercado de Donetsk mata pelo menos 25 pessoas

21 de janeiro de 2024

 

Pelo menos 25 pessoas morreram e muitas outras ficaram feridas, incluindo duas crianças, quando um movimentado mercado foi atacado num bairro da cidade de Donetsk, controlada pela Rússia, no leste da Ucrânia, disse no domingo o chefe da região

A Rússia culpa a Ucrânia pelo ataque no bairro Tekstilshchik da cidade. A Ucrânia não comentou a acusação e as alegações russas não puderam ser verificadas de forma independente.

O chefe nomeado pela Rússia, Denis Pushilin, disse que a área foi atingida por artilharia de calibre 155 mm e 152 mm. Ele também confirmou que os serviços de emergência continuaram trabalhando no local.

Fotografias e vídeos da agência de notícias Reuters feitos no local mostraram pessoas chorando, algumas das quais disseram ter perdido seus parentes, e corpos caídos na neve encharcada de sangue na área.

Num comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo qualificou o ataque de “um ato bárbaro de terrorismo” cometido pela Ucrânia, acrescentando que foi realizado “com a utilização de armas fornecidas pelo Ocidente”.

A Rússia também condenou o ataque como “um ato traiçoeiro contra a população civil”, dizendo: “Estes ataques terroristas do regime de Kiev demonstram claramente a sua falta de vontade política para alcançar a paz e a resolução deste conflito por meios diplomáticos”.

Donetsk é uma das quatro regiões do leste e do sul da Ucrânia que a Rússia anexou no final de 2022.