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SP: mutirão de limpeza chama atenção sobre descarte adequado do lixo

Com luvas e sacos de lixo nas mãos, um grupo de pessoas saiu na manhã de hoje (21) recolhendo lixo, bitucas de cigarro e materiais reciclados pela Avenida Paulista, em São Paulo. A ação celebra o Dia Mundial da Limpeza, data criada em 2018 e que é realizada em mais de 191 países para enfrentar o problema global do lixo e aumentar a conscientização da sociedade sobre o descarte adequado. No Brasil, o mutirão foi organizado pelo Instituto Limpa Brasil.

Oficialmente, o Dia Mundial da Limpeza ocorre no dia 20 de setembro mas, durante todo o mês, ações estão sendo promovidas no país para reafirmar o compromisso com essa data. A meta no Brasil é impactar 1 milhão de pessoas com as ações de limpeza.

“Hoje, coincidentemente, é o Dia da Árvore”, lembrou Celso Oikawa, 54 anos, voluntário do Movimento dos Escoteiros, que também participou da ação. “O dia da limpeza foi um dia definido pela Organização das Nações Unidas (ONU) para a gente pensar na sociedade, numa forma de transformar a sociedade em um mundo melhor. Nesse dia, fazemos uma ação de limpeza em uma determinada região. É simples assim: é fazer aquele lugar ficar um pouco melhor nesse dia”, explicou.

“O principal benefício disso é o exemplo. Se pensarmos em quanto lixo iremos recolher [com essa ação], isso será muito pouco em relação ao que a cidade produz. Mas, se todos os dias colocarmos na nossa mente que podemos pegar aquele lixinho e colocar no lugar certo, fazendo a destinação correta e separando o que é reciclável ou não, conseguiremos dar nossa contribuição para esse mundo melhor”, destacou Oikawa.

Depois de recolherem o lixo pela Avenida Paulista, esse material será separado. O que for lixo será recolhido pela prefeitura de São Paulo e, os materiais que forem recicláveis, serão destinados a uma cooperativa, que fará a destinação correta.

“O nosso empenho começa com a limpeza para a promoção da mudança comportamental da sociedade, ou seja, para a maior responsabilidade ambiental e equidade social”, completou Edilainne Pereira, diretora-executiva do Instituto Limpa Brasil.

O Dia Mundial da Limpeza foi integrado ao calendário oficial da Organização das Nações Unidas (ONU) pela organização global Let’s Do It World. Anualmente, a ação que mobiliza a sociedade civil em todo o mundo, acontece no terceiro sábado de setembro, com o objetivo de diminuir a poluição ambiental com o desperdício de plástico, impulsionando uma mudança comportamental na sociedade.

Acidente com BRT no Rio deixa 57 feridos

Um ônibus articulado do BRT bateu neste sábado (21) por volta das 6h, em um dos pilares do viaduto do Gasômetro, na zona portuária do Rio de Janeiro, deixando 57 pessoas feridas. O ônibus tinha 64 passageiros.

Os bombeiros do Quartel Central chegaram ao local às 6h08 e atenderam 15 vítimas. Sete delas foram liberadas e oito levadas para hospitais públicos da região. O motorista ficou preso nas ferragens por quase 3 horas até conseguir ser retirado e levado em estado grave para o hospital. De acordo com a Polícia Civil, o motorista teria sofrido um mal súbito e perdido o controle do veículo, provocando o acidente.

A Mobi-Rio, que coordena os ônibus do BRT, informou que o veículo envolvido no acidente fazia a linha 60 ligando o bairro de Deodoro ao terminal Gentileza, perto da Rodoviária do Rio. Os feridos foram encaminhados para quatro hospitais públicos, três da prefeitura: hospitais municipais Souza Aguiar, Salgado Filho, Evandro Freire e Getúlio Vargas, da rede estadual de saúde.

Em nota, o governo do Estado informou que atuou de forma integrada com seus órgãos para prestar rápido socorro e atendimento às vítimas. “O Corpo de Bombeiros foi acionado pela manhã e mobilizou quatro quartéis da corporação, com 8 viaturas, sendo 4 ambulâncias. Na ação, foram utilizadas ainda 19 ambulâncias do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu), um carro de intervenção rápida e uma ambulância de desastres, usada para fazer a triagem de feridos”.

A Polícia Civil realiza investigações no local e está ouvindo as vítimas. O caso foi registrado na 17ª delegacia policial, em São Cristóvão.

 

Governo destrói pista de pouso clandestina na Terra Yanomami

As Forças Armadas destruíram na última quarta-feira (18) a primeira pista de pouso dentro da Terra Yanomami, utilizada para abastecer o garimpo ilegal. A ação realizada na região de Surucucu marca o início de mais um foco de trabalho do governo federal no combate ao garimpo ilegal.

Com a demolição dessa infraestrutura, o governo busca interromper as principais rotas de abastecimento dos garimpeiros, dificultando o acesso as áreas remotas onde ocorrem atividades ilícitas. Além dessa pista, outras 44 já foram destruídas, entre março e setembro desse ano, essas estavam localizadas ao redor da Terra Índígena Yanomami.

Essas rotas clandestinas têm sido mapeadas através de sobrevoos de reconhecimento, imagens de satélite e tecnologia avançada fornecida Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), que identifica as operações de mineração dentro do território. O radar SABER M60, desenvolvido pelo Exército, também ajudou na identificação da localização dessa via de acesso ilegal.

Com base na análise das imagens e na coleta de dados de inteligência das Forças Armadas, as informações foram enviadas à Casa de Governo, que coordenou a operação em conjunto com os militares. A destruição de pistas clandestinas é fundamental para desarticular a logística dos garimpeiros e desincentivar a abertura de novas áreas dentro e fora da Terra Yanomami.

“A destruição de pistas causa um impacto significativo na logística do garimpo”, afirmou o assessor da Secretaria-geral da Presidência da República, Nilton Tubino. Ele avaliou que, sem essas rotas de acesso aéreo, os garimpeiros enfrentarão muito mais dificuldade para continuar suas atividades, o que pode desmotivá-los a permanecer na área indígena.

Monitoramento

O governo federal vem monitorando outras pistas clandestinas e a expectativa é que novas ações sejam realizadas em breve, como parte do plano de retirada da Terra Yanomami. O monitoramento contínuo, apoiado por tecnologias avançadas, é um dos pilares para o sucesso dessa estratégia.

Balanço

Entre março e setembro de 2024, o governo intensificou suas operações, causando prejuízos estimados em R$ 209 milhões aos garimpeiros. Nesse período, foram realizadas 1.812 operações, que resultaram na destruição de 20 aeronaves, 96 antenas Starlink, 45 pistas de pouso, 11 quadriciclos, 761 motores, 86.560 toneladas de cassiterita, 239 geradores, 298 acampamentos clandestinos e 93.854 litros de óleo diesel.

Glauber Braga e três estudantes são liberados da Cidade da Polícia

O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) foi liberado na noite desta sexta-feira (20) após passar a tarde detido por defender estudantes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) de uma ação de desocupação. Ao deixar a Cidade da Polícia, na zona norte do Rio, o parlamentar disse que “hoje é um dia lamentável do ponto de vista do que foi feito, estudante lutando pelo direito de ficar na universidade e sendo recebido por bomba”. Glauber foi liberado junto com três estudantes da Uerj detidos na ação de desocupação do Pavilhão João Lyra Filho, no Maracanã, zona norte do Rio. Os universitários estudam enfermagem, jornalismo e oceanografia.

O Pavilhão João Lyra Filho, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), no Maracanã, zona norte do Rio, foi liberado pouco antes das 15h, com a entrada da tropa de choque da Polícia Militar, que cumpriu determinação da Justiça para liberação do prédio. A reitoria da universidade disse que na segunda-feira (23) o prédio será avaliado para verificar o que necessita de reparo.

Em nota, o deputado estadual Flavio Serafini, presidente da executiva estadual do PSOL/RJ, criticou a posição da universidade.

“É lamentável o que aconteceu na Uerj hoje. O deputado federal Glauber Braga, jornalistas e estudantes foram presos, em um episódio que jamais deveria ocorrer em uma universidade pública. A luta dos alunos por seus direitos precisa ser ouvida e respeitada, e não respondida com repressão. “Nossa solidariedade a Glauber, aos jornalistas e estudantes da Uerj. Repúdio a qualquer forma de violência que impeça o diálogo e o avanço da educação pública”, escreveu Serafini.

O coronel André Matias, do Comando de de Operações Especiais (COE), fez um relato da desocupação do prédio. Um policial que participou da desocupação ficou ferido ao manejar um artefato explosivo [bomba de efeito moral] da própria corporação. Ele foi levado para o hospital central da corporação, no Estácio e está fora de perigo. O comandante Matias explicou que o deputado federal Glauber Braga foi detido por atrapalhar o cumprimento do mandado judicial e que a Uerj já está totalmente desocupada. Além do deputado federal, três estudantes também foram detidos: um de enfermagem, outro de oceanografia e um terceiro de jornalismo.

“O deputado federal obstruiu o cumprimento do mandado judicial, inclusive se colocando entre a polícia e uma aluna que foi presa. A Uerj está oficialmente desocupada. Não tem mais alunos. Está entregue ao procurador da universidade. Os que participavam da ocupação saíram da universidade por conta própria. Fugiram da ocupação enquanto a Polícia Militar entrava. Eles saíram do local no momento em que a gente cumpria o mandado”, disse o oficial.

Ocupação

A Uerj foi ocupada pelos estudantes no dia 26 de julho último. A ocupação do pavilhão foi uma forma de protesto contra mudanças nas regras para a concessão de bolsas e auxílios de assistência estudantil.  Eles pedem a revogação do Ato Executivo de Decisão Administrativa 038/2024, que estabelece, entre outras medidas, que o auxílio-alimentação passará a ser pago apenas a estudantes cujos cursos tenham sede em campi que ainda não disponha de restaurante universitário. O valor do auxílio- alimentação será de R$ 300, pago em cotas mensais, de acordo com a disponibilidade orçamentária.

Além disso, ato da Uerj estabelece como limite para o recebimento de auxílios e Bolsa de Apoio a Vulnerabilidade Social ter renda familiar, por pessoa, bruta igual ou inferior a meio salário-mínimo vigente no momento da concessão da bolsa. Atualmente, o valor é equivalente a até R$ 706. Para receber auxílios, a renda precisa ser comprovada por meio do Sistema de Avaliação Socioeconômica.

Em nota, a reitoria da universidade informou que na próxima segunda-feira (23), o campus Maracanã da Uerj vai permanecer fechado para apuração dos danos. “Ainda não há uma definição de quando será possível retornar às aulas”.

Polícia Civil

Em nota, a Polícia Civil informou que a 18ª delegacia policial, na Praça da Bandeira,  investiga o descumprimento de decisão judicial. Os quatro conduzidos foram ouvidos na condição de testemunhas e, posteriormente, liberados. Diligências estão em andamento para esclarecer todos os fatos.

Entenda as linhas de investigação dos incêndios florestais no país

Com 85 inquéritos instaurados para investigar um cenário de incêndios florestais sem precedentes no Brasil, as apurações apontam indícios de crime ambiental. De acordo com o delegado da Polícia Federal à frente dos processos, Humberto Freire de Barros, são diferentes as hipóteses que podem ter motivado pessoas de diferentes partes do país a dar início ao fogo que consome riquezas, saúde e capacidade do ser humano existir no seu lugar.

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva. Foto: Tânia Rêgo/Arquivo Agência Brasil

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, vê também um cenário de resistência à retomada de uma política pública ambiental.

“Nós conseguimos retomar a criação de unidades de conservação, demarcação de terra indígena, combate ao garimpo, fazer um esforço enorme para reduzir desmatamento no ano passado em 50%, esse ano já reduzimos 45% e estamos agora diante de uma situação, é uma combinação de um evento climático extremo que está assolando não só o Brasil, mas o planeta, e criminosos ateando fogo no país.”

Há menos de dez dias para o fim do mês de setembro, o Brasil já registra quase 200 mil focos desde o início do ano. Mais da metade desse total teve início na Amazônia.

Grilagem

Segundo o pesquisador Mauricio Torres, do Instituto Amazônico de Agriculturas Familiares (Ineaf) da Universidade Federal do Pará (UFPA), que estuda conflitos territoriais na região amazônica, historicamente, o fogo é uma das etapas de um processo mais amplo de apropriação de terras públicas não destinadas. Embora o uso desse elemento tenha muitas outras funções no campo, como controle de pragas em áreas de pastagens ou eliminação de resíduos sólidos, o fogo também serve para completar o processo da derrubada.

“Uma floresta recém-derrubada cria um volume imenso de galhos, troncos e se não tocar fogo, não é possível fazer nada, nem entrar na área. Não consegue formar pastagem, não consegue fazer nada. Então, o que eles fazem? Esperam isso secar, tocam fogo e o solo fica exposto”.

Essas derrubadas têm comumente o objetivo de grilagem para apropriação de terras públicas que ainda não foram destinadas a cumprir uma função, como as terras indígenas ou as unidades de conservação, por exemplo, explica Torres. De acordo com o pesquisador, a apropriação de terras é sempre pensada na lógica das sucessivas anistias concedidas aos invasores, como as estabelecidas pelas Leis 11.962/2009 e 13.465/2017. A primeira anistiou invasões até 2004 e a segunda estendeu o benefício até 2008, além de determinarem outros critérios como limite de área e tipo de ocupação.

Para Torres nesse processo de grilagem, o desmatamento ocupa um lugar de destaque. “Segundo os atuais programas de ‘regularização fundiária’, um dos melhores documentos para provar o tempo de ocupação é um auto de infração ambiental por desmatamento. Ele mostra por um documento oficial que ele [o invasor] estava lá na data da infração. Se ele não teve a ‘sorte’ de ter sido autuado, ele precisa mostrar uma imagem de satélite com esse desmatamento feito até 2008”, explica.

Em imagens de satélites, o pesquisador mostra que o desmatamento se alastra, ao longo de mais de 20 anos, exatamente pelas áreas públicas ainda não destinadas, por isso é necessário pensar medidas de enfrentamento aos incêndios florestais que vão além do controle do fogo. “Não basta você ter uma fiscalização ambiental, você tem que ter uma ação fundiária. Você tem que deixar de fazer com que o desmatamento seja premiado por um título da terra. Você tem que combater a grilagem”, diz.

Crimes

Diretor de Amazônia da Polícia Federal (PF), Humberto Freire de Barros. Foto: José Cruz/Agência Brasil

Para o delegado da Polícia Federal, a ação humana no uso do fogo em um momento em que o manejo foi proibido já aponta a existência de um crime, mas ainda é necessário entender cada caso.

De acordo com Barros, esse crime pode ser culposo, quando a pessoa não teve a intenção de causar o incêndio, ou doloso quando a ignição é intencional.

Nesse último caso, a grilagem é apenas um dos crimes conexos aos crimes ambientais que têm sido apurados nas investigações, mas há outros, como a formação de quadrilha, ou crime organizado, lavagem de dinheiro, corrupção. “Por isso que a nossa investigação muitas vezes leva um tempo maior, para que possamos correlacionar esses outros crimes e dar a resposta do poder público que esses criminosos merecem”, diz.

Retaliação

Barros diz que o surgimento concomitante de pontos de ignição do fogo em fração de minutos também é um indício de ação coordenada que leva a outras hipóteses investigativas.“A gente fez no sul do Amazonas, recentemente, uma ação de repressão à mineração ilegal no Rio Madeira e nós destruímos mais de 420 dragas. Isso gera uma insatisfação por parte daqueles que estavam praticando o crime e a gente trabalha com uma possibilidade de retaliação por parte desses criminosos ambientais, a esse novo momento que vivemos de retomada da agenda ambiental”.

Outras ações de desintrusão de terras indígenas e desocupação de unidades de conservação também levantam essa hipótese. Ainda no mês de julho, a publicação em um jornal local do município de Novo Progresso, no sudeste do Pará, trazia a declaração de pecuaristas insatisfeitos com a desocupação da Floresta Nacional Jamanxim afirmando que seriam capazes de incentivar incêndios na unidade de conservação, caso tivessem que retirar os rebanhos da área pública federal.

Unidades de conservação

Incêndio de grandes proporções atingiu o Parque Nacional de Brasília no último domingo. Bombeiros e populares tentavam conter as chamas Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

Nos últimos meses, a queima de unidades de conservação foram além da Amazônia e afetaram parques e florestas nacionais em outros biomas, como o Cerrado, o segundo mais atingido pelo fogo.

Para a pesquisadora Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia e coordenadora do MapBiomas Fogo, Vera Arruda, em agosto deste ano, as savanas do Cerrado tiveram um aumento de 221% na área queimada em comparação ao ano anterior.

“Esses eventos resultam na perda de biodiversidade, com espécies de plantas e animais, muitas vezes endêmicas, sendo impactadas. A destruição da vegetação nativa também afeta a capacidade do bioma de funcionar como regulador do ciclo hidrológico, já que o Cerrado abriga nascentes de importantes bacias hidrográficas. Além disso, os incêndios podem causar a degradação do solo, aumentar a emissão de gases de efeito estufa e comprometer os serviços ecossistêmicos”, explica.

Danos ecossistêmicos

De acordo o delegado Barros, nos inquéritos policiais iniciados em razão desses incêndios florestais, os custos desses serviços ecossistêmicos também serão calculados para que os responsáveis pelos crimes ambientais, também sejam responsabilizados a indenizar essas perdas. “Esses serviços ecossistêmicos que a área atingida deixa de prestar é monetizável, aferível financeiramente e isso está constando, desde julho do ano passado quando a normatização foi atualizada, nos nossos laudos”, concluiu.

Festival de Danças folclóricas começa neste sábado em São Paulo

A 51ª edição do Festival de Danças Folclóricas Internacionais, que irá contar com apresentações que compartilham um pouco da cultura de 19 países, começa neste sábado (21), na capital paulista, e terá a estreia dos dançarinos Sumaq, representante do Peru, ao lado dos outros 26 grupos. O evento é organizado pela Bunkyo – Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social, entidade sem fins lucrativos e mantida por voluntários.

O festival é uma oportunidade para as pessoas se aproximarem da arte da Alemanha, Armênia, Áustria, Bolívia, Croácia, Escócia, Espanha, Grécia, Hungria, de Israel, do Japão, da Lituânia, do Paraguai, Peru, de Portugal, da Rússia, Síria, Suíça e Ucrânia, ao longo dos dois dias de programação. Haverá ainda estandes de comida típica e produtos.

“Existe todo um ensaio, um cuidado e você percebe o quanto os grupos têm prazer de dançar. E eles passam essa energia boa. Você nem percebe o tempo passar. É tão boa a energia que termina um, começa outro e vai”, elogia Teruco Araki Kamitsuji, presidente da comissão organizadora do evento, pontuando que o festival chamou a atenção de um museu do Japão.

Sumaq

Por trás do grupo Sumaq, palavra que, em quéchua, significa “bonito, charmoso, gostoso”, está a turismóloga peruana Maria Angélica Cuno, natural de Cusco. Ela conta que, desde a escola, dança, assim como sua mãe, de quem herdou uma roupa, o ponto de partida de tudo.

Angelita, como é carinhosamente chamada pelos mais íntimos, saiu de seu país natal, onde trabalhava como guia de turismo, para “sair do conforto”. “Cheguei aqui sempre pensando na cultura, no folclore”, diz.

Começa na capital paulista a 51ª edição do Festival de Dan. Foto: Arquivo pessoal de Maria Angélica

Aos poucos, foi se abrindo a novas amizades no novo lugar, compartilhando seu conhecimento sobre as rotas possíveis de seu país. À medida que ia fazendo amizades, as pessoas pediam a ela para mostrar as danças de sua terra natal. Depois de vários convites e gente a instigando a montar um grupo pequeno de peruano, pôs em prática o plano.

Entretanto, apesar dos incentivos, muitos não mantiveram sua palavra de pagar pelas roupas que trouxe do Peru. Outro desafio, que ainda permanece, é chegar a consensos, já que “cada um tem um jeito diferente de pensar”.

Mesmo com um amontoado de obstáculos, a turismóloga não se deixa abater e estimula os integrantes a também se comprazer com a fruição da arte. “Fico incentivando, dizendo ‘Somos imigrantes. Aproveitemos que estamos aqui para nos divertir dançando. Essa é a finalidade'”, afirma Angelita.

Volga

Os integrantes do grupo Volga, que é parte de uma associação de mesmo nome, também são orientados a se deixar contaminar pela alegria, ao subir no palco, segundo a fundadora da entidade, Tamara Gers Dimitrov. Ela destaca que selecionam, de todo o repertório russo, músicas mais famosas para levar ao público, e que usam acessórios como o enfeite de cabelo feminino kokoshnik. Outra característica são os passos de dança que conferem mais altivez aos membros do gênero masculino, e à delicadeza às do gênero feminino.

São Paulo-20/09/2024 Começa na capital paulista, a 51ª edição do Festival de Danças Folclóricas Internacionais. Foto: Arquivo pessoal da Maria Angélica

Algo que demonstra o entrecruzamento cultural entre países é uma boneca bastante conhecida, que vem do artesanato: a matriosca. “Ela representa toda a família e surgiu de uma ideia do Japão. Tinha aquele bonequinho japonês, que é um dentro do outro, e um artista quis fazer alguma coisa representando a Rússia. Então, representou a mulher camponesa russa”, sintetiza Tamara.

Edelweiss

Carlos Busch entrou no grupo Edelweiss, que já completou 45 anos, ainda na sua primeira década de existência. Hoje, sua esposa, Mônica Busch, é coordenadora dos trajes dos integrantes.

Ela explica que o figurino se inspira no que ficou no imaginário social durante o período pós-guerra, em relação ao sul da Alemanha e também à Áustria, como calça de couro e vestidos típicos de camponesas. “Optou por um traje que todo mundo bate o olho e sabe que é alemão”, enfatiza ela, acrescentando que as coreografias incluem danças em círculo ou quadrilha (grupos de quatro pares), que remete às danças da corte, e são bem pensadas, já que é preciso caber em um espaço de dez minutos.

Em relação aos instrumentos musicais, o que se escuta são os sons de sanfona, violino, contrabaixo e, eventualmente, flauta. “Nós não temos música ao vivo, infelizmente. É muito difícil encontrar músicos que acompanhem o ritmo de um grupo de dança. Mas, com uma sanfona, a gente faz um bailão. A gente brinca e diz isso.”

Veja a programação

51º Festival de Danças Folclóricas Internacionais

21 de setembro (sábado), às 16h e 22 de setembro (domingo), às 15h

Grande Auditório do Bunkyo (Rua São Joaquim, 381 – Liberdade, São Paulo | próximo ao metrô São Joaquim

Dia 21 de setembro (sábado) – 16h

1. Awaodori Represa – Japão

2. Colégio Benjamin Constant – Alemanha

3. Brasil Caledônia – Escócia

4. Aldeias da Nossa Terra – Portugal

5. Neolea Asteri – Grécia

6. Kilikia – Armênia

7. Tanzgrupe Helvetia – Suíça

8. Kyiv – Ucrânia

9. Mabruk – Síria

10. Kantuta – Bolívia

11. Tanzfreunde – Alemanha

12. Apolo – Grécia

Dia 22 de setembro (domingo) – 15h

1. Chaverim – Israel

2. Lembranza e Agarimo – Espanha

3. A.C. Kolping – Alemanha

4. Alma Guarani – Paraguai

5. Sumaq Perú – Peru

6. Volga – Rússia

7. Casa dos Açores – Portugal

8. Tirol – Áustria

9. Ryuka Sousaku Eisa Taiko – Japão

10. Rambynas – Lituânia

11. Jadran – Croácia

12. Kyiv – Ucrânia

13. Edelweiss – Alemanha

14. Caporales Mi Viejo San Simón – Bolívia

15. Pántlika – Hungria

16. Zorbás – Grécia

Mega-Sena sorteia neste sábado prêmio acumulado em R$ 6 milhões

As seis dezenas do concurso 2.777 serão sorteadas, a partir das 20h (horário de Brasília), no Espaço da Sorte, localizado na Avenida Paulista, nº 750, em São Paulo.

O sorteio terá transmissão ao vivo pelo canal da Caixa no YouTube e no Facebook das Loterias Caixa. O prêmio está acumulado em R$ 6 milhões.

As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), nas casas lotéricas credenciadas pela Caixa, em todo o país ou pela internet. O jogo simples, com seis números marcados, custa R$ 5.

Marcha pelo Clima no Rio pede justiça ambiental e climática 

O Rio de Janeiro foi palco nesta sexta-feira (20) da Marcha pelo Clima, reunindo ativistas, organizações e movimentos sociais que se somam ao Ato Global pelo Clima, que está sendo realizado hoje em outras 15 cidades do Brasil. O ato se repete no mundo por justiça ambiental e climática e contra o racismo ambiental. 

O ato começou na Cinelândia e reuniu centenas de manifestantes até os Arcos da Lapa, onde foi lançada a campanha “Rio Capital do Caô Climático”. A marcha começou em 2007 para evitar que as emissões de gases de efeito estufa ultrapassem níveis toleráveis.

“A gente precisa lutar para evitar o pior. Mas a gente já está no colapso climático. O ano de 2025 vai ser muito pior do que 2024. Já 2026 vai ser pior do que 2025. E não é o fenômeno do La Niña, não. É o modelo de desenvolvimento econômico. É o latifúndio, é o petróleo. É isso que destrói o clima e destrói a vida humana”, disse o coordenador da Coalizão pelo Clima no Rio de Janeiro, Pedro Graça Aranha. 

Os manifestantes lembraram que o ser humano está prejudicando o clima do planeta, derrubando florestas, gerando queimadas e provocando inundações. Eles alertam que o mundo já ultrapassou 1,5º Celsius (ºC) na temperatura média global e pode chegar até a 3ºC até o fim do século, o que vai influir em todo o clima do planeta, provocando derretimento de geleiras e o aumento do nível dos oceanos.

Governo quer criar centro integrado de informações entre polícias

O governo federal pretende criar um centro integrado de informações para as forças policiais regionais, de modo a promover o intercâmbio de dados entre estados, Receita Federal e o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf ), antecipou o secretário nacional de Segurança Pública, Mário Sarrubbo, em um seminário na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), nesta sexta-feira (20).

Segundo Sarrubo, a iniciativa busca tratar a segurança pública de forma integrada e horizontal, com mais transparência e eficácia nas ações policiais em todo o país. “Sem inteligência, não teremos sucesso. Precisamos encarecer e dificultar a atividade criminosa, unindo as forças policiais com sistemas integrados e governança segura”, disse o secretário.

O seminário Segurança Pública e Democracia, realizado pela Comissão de Direitos Humanos D. Paulo Evaristo Arns e o Instituto Vladimir Herzog reuniu autoridades, especialistas e pesquisadores para debater a segurança pública no campo democrático. 

Em outra mesa de discussão, o professor de Direito, jurista e escritor Gabriel Chalita analisou o tema com base no populismo autoritário, lembrando de uma frase muito repetida no Brasil em que se diz que “bandido bom é bandido morto” e mostrando a facilidade com que frases desse tipo são assimiladas facilmente.

“E as pessoas vão repetindo isso e dizendo que estão em defesa de sua vida, de sua família, de suas condições. Aí quando vamos falar de segurança pública de uma forma mais democrática e mais correta, a frase não é tão simples, porque o ser humano não é tão simples. Então vamos às origens do que gera violência, vai nas construções da sociedade. A neurociência nos mostra o que significa a pessoa no seu início, seus processos educacionais, influências e desenvolvendo atitudes mais ou menos violentas, mais ou menos ligadas ao respeito humano”, explicou.

Para Chalita, o combate real à violência e uma política real de segurança pública discute segurança com educação, com escolas de tempo integral, cuidados com a gestante, ou seja, cuidados desde o início da vida. Ressaltou, no entanto, que essa é uma visão de sociedade que se constrói a médio e longo prazo, mas traz resultados. 

“Imaginar que uma política só com polícias vai resolver o problema de segurança pública, é não entender da literatura internacional, de países que tiveram grandes problemas ligados à violência e conseguiram reverter isso com uma política integrada com várias atividades”, disse.

Chalita alertou para o perigo dos populismos autoritários, já que nos tempos atuais, onde há “muitas informações não informativas com bombardeios de mentiras vindo de todos os lados”. 

“É triste que as pessoas não reflitam profundamente sobre todos os fatos, sobre o humano como ser mais complexo. Não apenas pensar em uma dimensão maniqueísta, se é bandido ou se é não é bandido, ou se é bom ou se é mau. Ou acredita no ser humano, em políticas formativas, ou tudo aquilo que a segurança desenvolver será só para atender a expectativa das pessoas naquele momento “, destacou o jurista.

O ex-ouvidor das Polícias e ex-secretário de Segurança Pública de Diadema e coordenador do Núcleo de Segurança Pública na Democracia do IREE Benedito Mariano avaliou que os mais de 40 anos da transição democrática do Brasil não priorizaram ter uma segurança pública da democracia. Segundo ele, a transição democrática deve ao povo brasileiro uma política de segurança pública que só é possível estabelecendo amplas reformas constitucionais e infraconstitucionais do sistema de segurança pública que ainda é um sistema autoritário, anacrônico, com muitas de suas estruturas vindas não só dos períodos autoritários da República, mas do Brasil Império.

“A transição democrática do Brasil não teve vontade e decisão política de fazer a segurança pública na democracia. Tivemos momentos importantes, e São Paulo é o maior exemplo. O governo Mário Covas foi um marco. Foi o governo que mais implementou política de transparência da atividade policial. Criou a primeira ouvidoria da polícia do país, que contribuiu para diminuir alguns índices de letalidade policial. Eu acho que a grande contribuição do Mário Covas foi criar um organismo relacionado à transparência da atividade policial, mas nós não fizemos grandes reformas nos sistemas de segurança pública e nas polícias”, disse.

Benedito Mariano concorda que é impossível pensar em uma segurança pública da democracia sem transversalidade e sem ampliar o debate para envolver as secretarias sociais, como esporte, cultura e lazer e dialogar com os profissionais de segurança pública. 

“A transição democrática, a esquerda, o campo democrático, dialogou muito pouco com os policiais, e essa falta de diálogo levou ao crescimento da extrema-direita. E aí nós estamos vendo a extrema-direita cada vez crescendo mais. Está na hora de colocarmos essa discussão de forma mais plural em uma agenda de prioridade para enfrentar algumas narrativas absurdas que começam com a bobagem de que linha dura é sinônimo de ser manso com as organizações criminosas e ser duro com os pobres e negros”, finalizou.

Avenida 23 de Maio é totalmente liberada após incêndio em viaduto

A Avenida 23 de Maio, que estava parcialmente bloqueada após um incêndio que atingiu o viaduto Condessa de São Joaquim, na região central da capital paulista, foi totalmente liberada para o tráfego de veículos às 15h19 de hoje (20), informou a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET).

O tráfego em cima do viaduto Condessa de São Joaquim foi liberado hoje de manhã para veículos leves e ônibus, mas caminhões ainda não poderão circular por ele. Mais cedo, a prefeitura informou que não foram constatados danos estruturais ao viaduto, mas equipes seguem fazendo avaliações no local.

O Viaduto Condessa de São Joaquim sofreu um incêndio na tarde de ontem e prejudicou o trânsito na região. Segundo a Defesa Civil, o incêndio foi provocado por fogo em objetos de pessoas em situação de rua que se abrigavam embaixo do viaduto, o que gerou muita fumaça devido à existência de materiais como cobertores, entulho e madeira. Não houve feridos.