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Circo Voador torna-se Patrimônio Cultural Imaterial do estado do Rio

Palco de apresentações icônicas e símbolo da cena musical do Rio de Janeiro, o Circo Voador, na Lapa, no centro da capital, agora é Patrimônio Cultural Imaterial do Estado. O título foi dado pelo governador Cláudio Castro, por meio da Lei 10.604/24, publicada nesta quinta-feira (5) no Diário Oficial, em reconhecimento à relevância do espaço para a cultura fluminense.

Fundado por um grupo de artistas e produtores culturais, em 1982, o Circo Voador é uma verdadeira entidade cultural do país.

A declaração do espaço como Patrimônio Cultural Imaterial não impede a realização de obras, reformas ou outras intervenções, diz a lei.

“Na programação, bandas consagradas e artistas que estão despontando no cenário musical voam harmoniosamente dentro d’A Nave, que é palco ainda de exibições de filmes, exposições e tudo mais que tiver arte no meio. A música é quem manda, mas o engajamento social segue junto com o Circo oferecendo anualmente diversos projetos e cursos voltados para educação e cultura”, diz o Circo Voador.

O governador também declarou a Roda de Samba Marquinhos de Oswaldo Cruz como Patrimônio Cultural Imaterial do Estado, como prevê a Lei 10.606/24. Marquinhos de Oswaldo Cruz foi um dos criadores do Trem do Samba, projeto que promove o ritmo e os sambistas do Rio.

SP: ONGs fazem ação cultural para celebrar o Mês da Consciência Negra

Como parte da celebração do Mês da Consciência Negra a ONG Ação Educativa, em parceria com organizações como Abong, Instituto Polis e Núcleo Antirracista Virginia Bicudo da Fesp, realiza neste sábado (23), um evento cultural com o tema “Nós somos o começo, o meio e o começo”. O encontro que começou às 10h e vai até às 17h30 busca valorizar a presença negra e discutir questões como racismo ambiental e territorialidade.

Inspirado nas reflexões do Mestre Antônio Bispo dos Santos, a festa terá apresentações de artistas como DJ Viny Rodrigues, Grupo Baque CT, Terreirão do Samba SP, Rappin Hood, Coletivo AMEM, Versus e Os Diplomatas, entre outros, na Rua General Jardim, no trecho entre as ruas Doutor Vila Nova e Doutor Cesário Mota Júnior.

“Ao ocupar o território da Vila Buarque, a Ação Educativa busca disputar uma narrativa sobre o bairro criando um espaço de troca e visibilidade para as comunidades negras, reconhecendo o centro como um ponto de encontro histórico de diferentes expressões culturais e afetivas do povo negro”, disse a coordenadora de Projetos Especiais e uma das curadoras da programação, Juliane Cintra.

Segundo a coordenadora executiva adjunta da Ação Educativa, Edneia Gonçalves, ao realizar uma programação cultural nas ruas, a Ação Educativa, que comemora 30 anos de existência, convida a comunidade a reconhecer a valorização da presença negra e do território como um espaço de resistência e identidade.

“A programação envolve uma diversidade de aprendizados envolvidos na permanente resistência negra às opressões, por isso arte, cultura, territórios e educação se articulam para indicar os elementos de um futuro mais igualitário”, comentou Edneia.

A programação inclui Cortejo de Maracatu; Coco de Roda e Ciranda;  Djs, Roda de Samba, entre outras atrações.

Festival Afronta! ocupa Caixa Cultural com 18 filmes

No ano em que todo o país celebra, pela primeira vez, o Dia da Consciência Negra – 20 de novembro – como feriado nacional, a Caixa Cultural Rio de Janeiro recebe a primeira edição do Festival Afronta! A programação tem 18 filmes, entre curtas, médias e longas metragens, além de rodas de conversa.

Iniciativa da Preta Portê Filmes, o evento ocorre entre os dias 19 de novembro e 1º de dezembro e terá entrada franca. Um dos destaques é o documentário Dahomey, vencedor do Urso de Ouro no Festival de Berlim deste ano e exibido recentemente na 48ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, mas ainda inédito para o público carioca.

Com a proposta de trazer uma reflexão sobre a diversidade racial no cinema, o festival apresenta produções com foco na cinematografia negra. São documentários e ficções com o propósito de explorar e amplificar debates de alcance global.

“Buscamos obras que não apenas destacam narrativas de artistas e realizadores pretos, mas também abordam questões relevantes sobre a experiência negra no Brasil e no mundo”, explica Juliana Vicente, curadora do evento.

“São filmes que oferecem diferentes perspectivas e estilos, abrangendo tanto produções independentes quanto aquelas de maior reconhecimento. No processo de escolha também consideramos as inovações nas formas de produção e distribuição, destacando projetos que enfrentam os desafios do mercado audiovisual”, acrescenta.

Única produção internacional na mostra, Dahomey, da cineasta franco-senegalesa Mati Diop, reflete sobre o apagamento cultural promovido por países europeus em territórios africanos. O documentário acompanha a devolução de relíquias africanas levadas por tropas francesas em 1892 e em exibição no Museu do Quai Branly, em Paris, para seu país de origem, a atual República do Benin. A exibição, no sábado (23), será seguida de debate com as curadoras Juliana Vicente e Diana Silva Costa.

Dentre os documentários nacionais, os destaques ficam por conta de Othelo, o Grande, de Lucas H. Rossi, e Diálogos com Ruth de Souza, de Juliana Vicente. Ambos abordam a vida e obra de duas personalidades afro-brasileiras que deixaram enorme legado no audiovisual brasileiro: Sebastião Bernardes de Souza Prata, o Grande Otelo, um dos maiores atores e comediantes do país, e Ruth de Souza, uma das grandes damas da dramaturgia brasileira e referência para muitas mulheres negras.

Black Rio! Black Power

Também integram a programação longas como o premiado Black Rio! Black Power!, que conta a história do movimento Black Rio e seus impactos na música e nos rumos da política e do movimento negro no período de redemocratização brasileira; e Racionais: das ruas de São Paulo pro Mundo, que apresenta a história do lendário grupo de rap homônimo.

Dentre as ficções, Deixa, de Mariana Jaspe, traz Zezé Motta na pele de Carmen e acompanha o dia da personagem na véspera da soltura de seu marido da prisão. O filme esteve no Festival do Rio, em 2023, e no Festival Internacional de Cinema de João Pessoa, que deu para Zezé Motta o prêmio de melhor atriz.

As séries documentais Afrofluxo: O Som da Música Preta e Vidas que transcendem, ambas de Luz Barbosa, também integram a promoção. A primeira apresenta um panorama das raízes da música preta brasileira e a segunda faz um mergulho na vida de pessoas trans, travestis e não-binárias.

Iphan reconhece Arte Santeira em Madeira como patrimônio cultural

A Arte Santeira em Madeira do Piauí e a Igreja de Nossa Senhora de Lourdes, em Teresina (PI), foram reconhecidas como Patrimônio Cultural do Brasil nesta segunda-feira(11), durante a 106ª Reunião do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Com a decisão, a Arte Santeira em Madeira do Piauí será inscrita no Livro das Formas de Expressão e a Igreja Nossa Senhora de Lourdes será inscrita no Livro do Tombo das Belas Artes, Livro do Tombo Histórico e Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico. Esta é a primeira vez que o Iphan realiza o registro simultâneo de um bem imaterial e o tombamento de uma edificação e seu acervo.

Construída entre as décadas 60 e 70, a Igreja de Nossa Senhora de Lourdes possui edificação que engloba uma tentativa de aproximação entre a Igreja Católica e a população. Em razão da aproximação com as classes trabalhadoras ela ficou conhecida como Igreja Vermelha.

A igreja recebeu tombamento provisório em 2011, e a proteção, agora definitiva, compreende seu acervo de bens móveis e integrados, assim como a poligonal de entorno. Agora, o reconhecimento inclui no inventário outros bens móveis, como um ambão, os bancos e genuflexórios, o forro, a gruta de pedra e o Sacrário com moldura e base em madeira.

Em seu parecer, o conselheiro José Reginaldo Gonçalves, destacou que a igreja é conhecida localmente, porque possui forte ressonância na comunidade dos artistas santeiros do Piauí. “A igreja foi construída segundo pressupostos da Teologia da Libertação, para a qual a ênfase deveria estar em igrejas simples, despojadas e ao alcance do povo mais pobre. A arte em madeira é simbólica e socialmente parte inseparável desse discurso”, explicou.

Além desse fato, o acervo de obras que se abriga na igreja possui valor não apenas estético, mas principalmente social e religioso. “É parte de seus mitos de origem [da Arte Santeira]. Constitui-se num lugar de memória, altamente significativo para a memória coletiva e para a autopercepção dos artistas enquanto uma cultura”, afirmou.

Arte Santeira

A Arte Santeira em Madeira do Piauí é uma manifestação plástica que utiliza a madeira como matéria-prima para o entalhe de esculturas tridimensionais, oratórios, painéis e outras peças de mobiliário, com a produção de peças únicas que expõem referências religiosas, da natureza, de paisagens locais e do modo de vida da população.

O processo teve início em 2008 quando Mestre Expedido entregou ao Iphan o pedido de registro – com 20 assinaturas, solicitando reconhecimento do Ofício e Modos de Fazer Arte Santeira do Piauí como Patrimônio Cultural do Brasil.

Em 2011, o processo foi reconhecido no Inventário Nacional de Referências Culturais (INRC), realizado pelo próprio Iphan. Em 2019, foram realizados pesquisa de campo e eventos de esclarecimento sobre o registro e tombamento da igreja junto às comunidades detentoras em Teresina e Parnaíba. Os debates e resultados dos eventos foram incorporados ao dossiê de registro.

Além da capital, Teresina, a Arte Santeira em Madeira do Piauí se destaca também nas cidades de Parnaíba, Campo Maior, Pedro II e José de Freitas. Hoje, o estado reúne cerca de 50 santeiros em atividade.

Cada santeiro define um estilo próprio, por isso, não há uma padronização da produção O entalhe de personagens sagradas e profanas carrega referenciais visuais ligados ao agreste piauiense, tendo carnaúbas, bacuraus, mandacarus e outros elementos da fauna e flora como motivos decorativos.

“Os santeiros reivindicam com veemência sua singularidade artística, a marca individual embutida em cada uma das peças, que, para eles, jamais se repetem”, destaca o dossiê de reconhecimento da Arte Santeira. “Não se trata, com efeito, de uma arte ligada a processos de reprodutibilidade técnica, mas de uma produção com especificidades estilísticas apreciadas por um público de dentro e de fora do estado.”

O Iphan destacou que após o registro da Arte Santeira em Madeira do Piauí como Patrimônio Cultural do Brasil, será elaborado o Plano de Salvaguarda, documento norteador para a formulação de políticas públicas que garantam a sustentabilidade do bem cultural que envolve a participação social dos santeiros e de instituições parceiras.

Iphan reconhece Arte Santeira em Madeira como patrimônio cultural

A Arte Santeira em Madeira do Piauí e a Igreja de Nossa Senhora de Lourdes, em Teresina (PI), foram reconhecidas como Patrimônio Cultural do Brasil nesta segunda-feira(11), durante a 106ª Reunião do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Com a decisão, a Arte Santeira em Madeira do Piauí será inscrita no Livro das Formas de Expressão e a Igreja Nossa Senhora de Lourdes será inscrita no Livro do Tombo das Belas Artes, Livro do Tombo Histórico e Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico. Esta é a primeira vez que o Iphan realiza o registro simultâneo de um bem imaterial e o tombamento de uma edificação e seu acervo.

Construída entre as décadas 60 e 70, a Igreja de Nossa Senhora de Lourdes possui edificação que engloba uma tentativa de aproximação entre a Igreja Católica e a população. Em razão da aproximação com as classes trabalhadoras ela ficou conhecida como Igreja Vermelha.

A igreja recebeu tombamento provisório em 2011, e a proteção, agora definitiva, compreende seu acervo de bens móveis e integrados, assim como a poligonal de entorno. Agora, o reconhecimento inclui no inventário outros bens móveis, como um ambão, os bancos e genuflexórios, o forro, a gruta de pedra e o Sacrário com moldura e base em madeira.

Em seu parecer, o conselheiro José Reginaldo Gonçalves, destacou que a igreja é conhecida localmente, porque possui forte ressonância na comunidade dos artistas santeiros do Piauí. “A igreja foi construída segundo pressupostos da Teologia da Libertação, para a qual a ênfase deveria estar em igrejas simples, despojadas e ao alcance do povo mais pobre. A arte em madeira é simbólica e socialmente parte inseparável desse discurso”, explicou.

Além desse fato, o acervo de obras que se abriga na igreja possui valor não apenas estético, mas principalmente social e religioso. “É parte de seus mitos de origem [da Arte Santeira]. Constitui-se num lugar de memória, altamente significativo para a memória coletiva e para a autopercepção dos artistas enquanto uma cultura”, afirmou.

Arte Santeira

A Arte Santeira em Madeira do Piauí é uma manifestação plástica que utiliza a madeira como matéria-prima para o entalhe de esculturas tridimensionais, oratórios, painéis e outras peças de mobiliário, com a produção de peças únicas que expõem referências religiosas, da natureza, de paisagens locais e do modo de vida da população.

O processo teve início em 2008 quando Mestre Expedido entregou ao Iphan o pedido de registro – com 20 assinaturas, solicitando reconhecimento do Ofício e Modos de Fazer Arte Santeira do Piauí como Patrimônio Cultural do Brasil.

Em 2011, o processo foi reconhecido no Inventário Nacional de Referências Culturais (INRC), realizado pelo próprio Iphan. Em 2019, foram realizados pesquisa de campo e eventos de esclarecimento sobre o registro e tombamento da igreja junto às comunidades detentoras em Teresina e Parnaíba. Os debates e resultados dos eventos foram incorporados ao dossiê de registro.

Além da capital, Teresina, a Arte Santeira em Madeira do Piauí se destaca também nas cidades de Parnaíba, Campo Maior, Pedro II e José de Freitas. Hoje, o estado reúne cerca de 50 santeiros em atividade.

Cada santeiro define um estilo próprio, por isso, não há uma padronização da produção O entalhe de personagens sagradas e profanas carrega referenciais visuais ligados ao agreste piauiense, tendo carnaúbas, bacuraus, mandacarus e outros elementos da fauna e flora como motivos decorativos.

“Os santeiros reivindicam com veemência sua singularidade artística, a marca individual embutida em cada uma das peças, que, para eles, jamais se repetem”, destaca o dossiê de reconhecimento da Arte Santeira. “Não se trata, com efeito, de uma arte ligada a processos de reprodutibilidade técnica, mas de uma produção com especificidades estilísticas apreciadas por um público de dentro e de fora do estado.”

O Iphan destacou que após o registro da Arte Santeira em Madeira do Piauí como Patrimônio Cultural do Brasil, será elaborado o Plano de Salvaguarda, documento norteador para a formulação de políticas públicas que garantam a sustentabilidade do bem cultural que envolve a participação social dos santeiros e de instituições parceiras.

Rio de Janeiro sedia festival cultural de combate à fome e à pobreza

Entre os dias 14 e 16 de novembro, o Rio de Janeiro será palco de uma grande ação cultural de combate à fome e à pobreza. O Aliança Global Festival será na Praça Mauá, com entrada gratuita, e reunirá importantes artistas do Brasil para promover engajamento e discussão sobre a principal marca da presidência brasileira do G20, que é a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza.

Inspirado em concertos internacionais como o Live Aid 1985 e o Free Nelson Mandela Concert 1988, ambos em Londres, na Inglaterra, o Aliança Global Festival reunirá diversos artistas como Diogo Nogueira, Larissa Luz, Mateus Aleluia, Nova Orquestra, Jovem Dionísio, Rachel Reis, Jota.Pê, Afrocidade, Marcelle Motta, Kleber Lucas, Jaloo, Aguidavi do Jêje, entre muitas outras estrelas que serão divulgadas nos próximos dias. Além das apresentações, o Black Bom será responsável pela abertura e encerramento dos shows com DJ Flash e performances do melhor da black music carioca.

A programação celebra a diversidade da cultura brasileira, reunindo grandes nomes da música nacional para engajar a todos no compromisso do Brasil de liderar a Aliança Global em defesa de um mundo sem fome e pobreza, com transição energética, justiça climática e uma representação menos desigual.

O evento antecede a Cúpula de Líderes do G20 marcada para os dias 18 e 19 de novembro e ocorre simultaneamente à Cúpula Social do G20. O festival irá aproveitar o poder transformador das expressões artísticas e culturais para lançar uma mensagem sobre o compromisso do país de construir uma rede colaborativa e de impacto duradouro, envolvendo países, organizações e cidadãos na luta pela justiça alimentar.

O Aliança Global Festival Contra Fome e a Pobreza é uma realização do governo brasileiro, com correalização da Organização dos Estados Ibero-Americanos para a Educação, Ciência e Cultura (OEI) e o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro). 

CRIA G20

Paralelamente ao festival haverá o Cria G20, no Píer Space, no centro do Rio de Janeiro. O evento conecta criadores digitais, ativistas sociais e comunicadores do Brasil e do mundo, abre espaço e levanta a voz entre as prioridades da presidência do Brasil no G20. “Com agenda robusta, o Cria G20 é um canteiro para a transformação e para o engajamento social, orientados a semear o debate sobre a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, a nova arquitetura financeira global e o enfrentamento às mudanças climáticas. Por meio de diálogos abertos, o evento mira em ampliar o debate e se propõe a inspirar ações para um mundo sem fome, com justiça climática e menos desigualdade”, dizem em nota os organizadores.

Aliança Global

A Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza visa mobilizar recursos e coordenar ações entre países, organizações internacionais e a sociedade civil para alcançar metas ambiciosas de redução da fome e da pobreza, trabalhando para buscar soluções para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 1 (erradicação da pobreza) e 2 (fome zero), da ONU.

A proposta brasileira recebeu apoio significativo de líderes internacionais e especialistas em segurança alimentar, que destacaram a necessidade de uma abordagem conjunta e sustentável para enfrentar esses desafios globais. A iniciativa é um dos pontos centrais da atuação do Brasil durante sua presidência no G20.

G20 Social

O G20 Social, também conhecido como Cúpula Social do G20, vai reunir organizações da sociedade civil para discutir temas estratégicos para o G20. O objetivo é ampliar a participação de agentes não governamentais nos processos decisórios e dar voz às diferentes reivindicações da população. A Cúpula Social do G20 será nos dias 14, 15 e 16 de novembro e os temas prioritários de discussão serão o combate à fome e às desigualdades, as mudanças climáticas, a transição energética justa e novos modelos de governança para as instituições multilaterais. As principais demandas do grupo chegarão às mãos dos chefes de Estado na Cúpula do G20.

Cúpula de Líderes G20

A Cúpula do G20 representa a conclusão dos trabalhos conduzidos pelo país que ocupa a presidência rotativa do grupo. É o momento em que chefes de Estado e de Governo aprovam os acordos negociados ao longo do ano, e apontam caminhos para lidar com os desafios globais.

A cúpula será nos dias 18 e 19 de novembro de 2024, no Rio de Janeiro, com a presença das lideranças dos 19 países membros, mais a União Africana e a União Europeia.

Inscrição para Bolsa de Retomada Cultural RS é prorrogada até dia 16

O Ministério da Cultura prorrogou o prazo de inscrições para Bolsa de Retomada Cultural Rio Grande do Sul até o dia 16 de setembro. O objetivo é beneficiar agentes culturais de 95 municípios do estado afetados pelas chuvas e inundações em abril e maio deste ano. A iniciativa tem parceria com o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS).

“A extensão do prazo é uma maneira de alcançar o maior número possível de agentes culturais que tiveram suas atividades prejudicadas nos municípios gaúchos”, destaca a ministra da Cultura, Margareth Menezes.

As inscrições podem ser feitas diretamente no site do ministério, que direciona para o portal único Gov.br. Lá, é necessário preencher os dados, optar pelo curso e atestar, por meio de autodeclaração eletrônica, que é agente cultural e que as informações prestadas são verídicas, sob pena de sanções cíveis e penais, sem prejuízo do ressarcimento à União.

Os agentes que se inscreverem e concluírem os cursos oferecidos pelo IFRS recebem duas bolsas de R$ 2.250. Há sete cursos na modalidade a distância, com duração de 70 horas. As bolsas serão recebidas via Pix, cuja chave deve ser o CPF do beneficiário.

Os cursos oferecidos pelo IFRS são: planejamento e gestão de eventos culturais; administração e gestão financeira para eventos; organização e decoração de eventos; marketing e comunicação digital na cultura; artes visuais e interculturalidade; cerimonial e etiqueta para eventos; desenvolvimento pessoal e interpessoal para profissionais da cultura.

Festival de Parintins é reconhecido patrimônio cultural

O Festival Folclórico de Parintins e o Arraial da Pavulagem, realizados nos estados do Amazonas e Pará, foram reconhecidos como manifestações da cultura nacional. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou nessa quarta-feira (4) dois projetos de lei reconhecendo-as como patrimônio cultural do país.

Festival de Parintins

O Festival Folclórico de Parintins é realizado anualmente, em junho, na cidade de Parintins, no Amazonas. A manifestação cultural já é reconhecida como Patrimônio Cultural pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O evento está ligado à tradição cultural do boi-bumbá e envolve uma competição acirrada entre os bois-bumbás: Garantido e Caprichoso.

A manifestação popular gira em torno de uma lenda sobre a ressurreição do boi. No Caprichoso, a cor principal é o azul, mas a torcida também se veste com tons claros de azul, verde escuro, verde mar, violeta, roxo e lilás. No Curral Zeca Xibelão, casa do boi, não são permitidas as cores do concorrente.

No Garantido, o vermelho é a cor principal e também são utilizadas cores complementares em tons avermelhados claros, laranja, rosa claro e escuro, rosé e terracota. No Curral Lindolfo Monteverde, não são permitidas as cores do rival.

Parintins (AM), 29/06/2024 – Apresentação do Boi Garantido no 57º Festival Folclórico de Parintins, no Bumbódromo. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil/Arquivo

As baterias também têm designações diferenciadas. No Garantido, é a batucada, e no Caprichoso, a marujada. Em 2024, pelo terceiro ano seguido, o boi Caprichoso foi o campeão do festival.

Parintins (AM), 29/06/2024 – Apresentação do Boi Caprichoso no 57º Festival Folclórico de Parintins, no Bumbódromo. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil/Arquivo

Arraial do Pavulagem

O Arraial do Pavulagem é realizado em Belém, no Pará, durante os meses de junho e julho, cujo personagem central é o Boi Pavulagem, o boizinho azul. A Pavulagem é um cortejo popular que ocorre no centro comercial da capital paraense, que utiliza diversos elementos da cultura popular amazônica, ritmos musicais característicos, a exemplo do carimbó, siriá, lundu, xote e marajoara, entre outros.

Adereços de chapéu de palha com fitas coloridas são uma peculiaridade representativa dessa manifestação da cultura popular. Como principal atração, estão as danças e encenações dos bois-bumbás que na Pavulagem são boi de folia, com adereços diferenciados do bumba-meu-boi do Maranhão, do boi-bumbá do Pará ou até mesmo do Amazonas, cada um sendo representado pelas suas distinções específicas.

Desde 2020, o Arraial do Pavulagem é Patrimônio Cultural de natureza imaterial do estado do Pará.

Samba

Nessa quarta-feira (4), o Senado aprovou o projeto de lei que trata do reconhecimento de mais uma manifestação da cultura popular. O projeto aprovado reconhece o samba, os instrumentos e suas práticas como manifestações da cultura nacional. O PL 5.025/2019 será encaminhado à sanção presidencial, entrando em vigor na data de sua publicação.

Pelo projeto, ficam reconhecidos como manifestações da cultura nacional, em todo o território nacional, os modos de produção dos instrumentos musicais de samba e as práticas e tradições culturais a eles associadas.

Brasília (DF) – O samba de roda carrega tradições que passam de geração a geração. – Foto:TV Brasil/Arquivo

Os instrumentos musicais reconhecidos são o pandeiro, tantã, cuíca, surdo, tamborim, rebolo, frigideira, timbas e repique de mão. Sendo denominados como tais quando seguirem as práticas e tradições culturais e os respectivos modos de produção. As formas e os modos de produção serão regulamentados por decreto do Poder Executivo.

Dia da Amazônia tem virada cultural em todas as regiões do país

Cultura, proteção da floresta e enfrentamento à crise climática reúnem pessoas em todo o Brasil em shows, saraus, roda de rima, festival de carimbó, artesanatos, oficinas e debates pelo Dia da Amazônia. A programação, com mais de 340 atividades nos 27 estados e no Distrito Federal, é parte da Virada Cultural Amazônia de Pé 2024, que ocorre até o dia 8 de setembro.

Virada Cultural Amazônia de Pé – Foto: Alisson Pinheiro/Divulgação Amazônia de Pé

Neste terceiro ano do encontro, a mobilização traz como tema central Florestas Públicas Não Destinadas da Amazônia. “A gente entende na Amazônia de Pé, que essas florestas são patrimônio do povo brasileiro. Elas são uma riqueza de todos nós. E, infelizmente, como elas não foram destinadas para nenhum tipo de proteção, é nessas florestas que a gente tem os maiores índices de grilagem e de desmatamento hoje na região amazônica”, destaca a diretora do movimento Amazônia de Pé, Daniela Orofino. A entidade reúne ativistas, organizações sociais e coletivos ambientais no Brasil.

Ela explica que a virada é um momento de encontro, conexões e diálogo, onde a cultura se torna uma ferramenta para debater a importância dos biomas para o país, o planeta e existência humana e mostrar que o que acontece na Amazônia, impacta a todos.

“O povo brasileiro está sentindo os efeitos na pele da crise climática, seja com as queimadas, seja com calor cada vez mais forte nas cidades do Brasil, seja com os eventos climáticos extremos, como no Rio Grande do Sul esse ano, seja com o aumento do preço da alimentação, com o aumento do preço da energia. Então, a crise climática já é uma realidade para todo mundo que vive no Brasil”, diz Daniela.

As atrações são as mais diversas: Circuito Amazônia, em Belém; Kaimbe Cultural, em Boa Vista; Amazônia de Pé na Praça, em Manaus; Festival Nossa Amazônia, em Macapá; Roda de Conversa no Bororo, em Brasília; Baile da Terra e Conversa no Parque, em São Paulo e outras centenas de atividades em escolas, praças públicas e circuitos culturais, todas com entrada gratuita.

A programação faz parte de uma seleção feita pelo movimento em todo país e também de um calendário voluntário que resultou em um mapa interativo de atividades alinhadas com a agenda climática. “Como curadora da virada cultural, eu entendo que a gente fica com a maior expectativa de mobilizar cada vez mais pessoas e de furar a bolha que normalmente está conversando sobre assuntos climáticos e fazer com que esse assunto realmente vire um assunto do dia a dia, fazer com que esse assunto esteja nas ruas, nos rios, e que as pessoas tenham vontade de promover essa conscientização”, diz Marcele Oliveira, que junto com o artista Zek Picoteiro realizou a curadoria das atividades pelo país.

Carta

Além de todas essas contribuições, o público também poderá contribuir assinando carta de reivindicação pela proteção das florestas públicas e pela inclusão de vozes e demandas de pessoas, movimentos populares do país, populações indígenas, quilombolas e ribeirinhas nas negociações da 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada em Belém, no Pará, em 2025.

“Acreditamos que é necessário aumentar ainda mais a ambição do governo federal na destinação e proteção dos hectares de florestas públicas na Amazônia Legal e defendemos a proteção total dos 57 milhões de hectares de florestas públicas não destinadas da região”, destaca a carta.

Segundo Daniela, o documento será entregue ao ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira e à ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, responsáveis respectivamente pela condução e participação na Câmara Técnica de Destinação e Regularização Fundiária de Terras Públicas Federais Rurais. A previsão é que isso ocorra durante a Cúpula Social do G20, entre 14 e 16 de novembro, no Rio de Janeiro.

“A gente tem essa oportunidade, enquanto país, de fazer algo efetivo no combate à crise climática, que é proteger a Floresta Amazônica. Não é todo país que tem essa oportunidade. A gente é casa, a principal casa de uma floresta que cumpre um papel fundamental na regulação do clima em nível global”, conclui Daniela.

Caixa Cultural no Rio apresenta mostra Faróis do Cinema

A partir desta terça-feira (27), a Caixa Cultural Rio de Janeiro Unidade Passeio sedia a mostra gratuita Faróis do Cinema dedicada exclusivamente a cineastas do sexo feminino. A quarta edição da mostra permanecerá aberta até 8 de setembro, de terça-feira a domingo, a partir das 13h. Haverá distribuição de senhas 30 minutos antes do início das sessões e das atividades extras. A programação pode ser acessada no site da Caixa Cultural.

Serão exibidos 12 longas-metragens dirigidos por diretoras brasileiras de várias gerações, e 11 longas e quatro curtas indicados por elas como seus “faróis”, ou seja, filmes que influenciaram suas carreiras ou serviram de inspiração, informou à Agência Brasil a curadora da mostra, Mariana Bezerra Cavalcanti. 

“A mostra fala mais dos filmes faróis do que das obras das diretoras, nesta edição”, explicou Mariana. Ela celebrou o fato de o evento poder reunir, atualmente, um número significativo de diretoras de cinema, coisa que há alguns anos não era imaginável. “Felizmente, tem aumentado a participação de mulheres no cinema nacional”, disse.

Muitas das cineastas têm como “faróis” obras estrangeiras consideradas marcos históricos do cinema, como Hiroshima Meu Amor, de Alain Resnais, de 1959, e Viver a vida, de Jean-Luc Godard, de 1962. Há “faróis” nacionais de relevo também, entre os quais Deus e o diabo na terra do sol, de Glauber Rocha, de 1964, e A hora da estrela, de Suzana Amaral, de 2011.

Projeto

De acordo com Mariana, a mostra foi inspirada no blog Faróis, escrito em 2008 pelo crítico de cinema Carlos Alberto Mattos, no qual entrevistava diretores de cinema. Em 2010, o cineasta Marcelo Laffitte e a produtora Mariana Bezerra Cavalcanti propuseram a Mattos realizar uma mostra inspirada no seu blog, que recebeu o título Faróis do Cinema – Documentário Brasileiro – Quem Faz e Quem Inspira. A partir daí, houve novas edições em 2011, 2014 e, agora, este ano.

A abertura da mostra 2024 será com Susanna Lira, nesta terça-feira, com a pré-estreia do filme Fernanda Young, foge-me ao controle e a exibição do seu “farol” Cabra marcado para morrer, de Eduardo Coutinho. Seguem Aída Marques, diretora de Agudás – Os brasileiros do Benin, que indicou Hiroshima Meu Amor, de Alain Resnais. Mangueira em dois tempos, de Ana Maria Magalhães, será acompanhado por Viver a vida, de Jean-Luc Godard. Beth Formaggini, diretora de Xingu Cariri Caruaru carioca, escolheu Deus e o diabo na terra do sol, de Glauber Rocha, como seu “farol”.

Clarissa Campolina, co-diretora de Enquanto estamos aqui, tem como “farol” Iracema, uma transa amazônica, de Jorge Bodanzky e Orlando Senna. Helena Ignez apresenta seu mais recente filme, A alegria é a prova dos nove, e sua inspiração Quanto mais quente melhor, de Billy Wilder. Como nossos pais, de Laís Bodanzky, faz par com A hora da estrela, de Suzana Amaral. Luciana Bezerra, co-diretora de A festa de Léo, indicou curtas-metragens de Kleber Mendonça Filho (Vinil verde, Eletrodoméstica e Noite de sexta, manhã de sábado).

Marina Meliande, diretora de Mormaço, tem como “farol” O bandido da luz vermelha, de Rogério Sganzerla. Patrícia Niedermeier, co-diretora de Salto no vazio, indicou As praias de Agnès, de Agnès Varda. A dupla jornada, de Helena Solberg, é o “farol”de Tetê Moraes, diretora de O Sol – Caminhando contra o vento. E Adeus América, de Sergio Oksman, foi o filme escolhido por Theresa Jessouroum, diretora de O corpo é nosso!

Extras

A Mostra Faróis do Cinema oferecerá ao público bate-papos com dez cineastas convidadas após a exibição dos filmes, com participação dos críticos de cinema Leonardo Luiz Ferreira e Carlos Alberto Mattos. No dia 31 deste mês, às 13h15, a cineasta mineira Clarissa Campolina, que trabalha com uma linguagem mais poética, dará uma oficina de produção sobre cinema. “Ela tem um coletivo de mulheres e falará sobre como as mulheres fazem cinema”, disse Mariana Bezerra Cavalcanti. As vagas são limitadas a 25 pessoas e os ingressos gratuitos devem ser retirados antecipadamente, 30 minutos antes da atividade. A classificação etária para a oficina é 16 anos.

No dia 4 de setembro, às 19h, Carlos Alberto Mattos e a curadora Mariana contarão ao público a história da mostra, falando de casos, conversas e filmes exibidos desde a primeira edição, em 2010.