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Cantor sertanejo João Carreiro morre aos 41 anos 

O cantor sertanejo João Carreiro morreu nesta quarta-feira (3), aos 41 anos, durante procedimento cirúrgico de válvula cardíaca, em um hospital de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul. A informação da morte foi divulgada no perfil oficial do artista, no Instagram. 

Na rede social, a viúva de João, Francine Caroline, escreveu: “minha vida me deixou”. Antes disso, ela havia publicado vídeo informando que ele estava no centro cirúrgico e agradecendo as orações. Ela também havia publicado um texto comemorando, durante a cirurgia, que a nova válvula tinha sido implantada e o coração dele já estava funcionando sozinho. 

João Carreiro nasceu em Cuiabá, em 24 de novembro de 1982, e tornou-se nacionalmente conhecido durante o período em que fez dupla com o cantor Capataz. Entre os sucessos da dupla está a música Bruto, rústico e sistemático, que fez parte da trilha sonora da novela Paraíso, da TV Globo, em 2009. 

Desde 2014, João estava em uma carreira solo, após a separação da dupla. “Recebi esta notícia triste ao lado da minha filha, hoje com 21 anos. Lembro quando começamos (ela na barriga da mãe), chorou ao meu lado. Ninguém, além de nós, sabe o que vivemos. Deus sabe o meu coração. Vá em paz, João, Deus conforte sua família e te receba de braços abertos”, escreveu Capataz na rede social.

Em seu perfil, a dupla Maiara e Maraísa também lamentou a morte do cantor. “Ainda estamos distantes de compreender os planos maiores para nós e, por isso, pedimos a Deus que ilumine sua passagem e conforte todos os seus familiares e entes queridos. Sua música é seu legado, o sertanejo sua bandeira e a voz sua identidade”. 

O corpo está sendo velado na Câmara Municipal de Campo Grande, até as 9h, depois segue para Cuiabá, segundo o perfil oficial do cantor.

Parte de teto de hospital desaba devido a chuva no Rio de Janeiro 

Parte do teto de um setor do Hospital Municipal Pedro II, na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro, desabou na noite desta quarta-feira (3). Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, as fortes chuvas sobrecarregaram o sistema de calhas da unidade e provocaram goteiras em alguns setores do segundo andar. 

Uma placa de gesso do forro se encheu de água e desabou, mas ninguém ficou ferido. De acordo com a secretaria, quando as goteiras começaram, os pacientes foram removidos para outras partes do hospital. 

As equipes de manutenção estão trabalhando nos reparos e a previsão é que o conserto seja concluído em até 48 horas.  

O hospital continua funcionando, mas para evitar sobrecarga na unidade, as ambulâncias estão sendo encaminhadas para o Hospital Rocha Faria, também na zona oeste, no início da manhã desta quinta-feira (4). 

As chuvas provocaram alagamentos em alguns pontos da região metropolitana da capital, como a zona oeste da cidade e Mesquita, na Baixada Fluminense. 

Segundo a Secretaria Estadual de Defesa Civil, os bombeiros atenderam 40 ocorrências relacionadas às chuvas no estado, nas últimas 24 horas. O Centro Estadual de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden-RJ) está acompanhando a situação e enviando alertas para os municípios quando necessário. 

Ainda de acordo com a Defesa Civil, neste momento é alto ou muito alto o risco hidrológico na capital, na Baixada Fluminense e nas regiões Serrana e Sul, com possibilidade de inundações nos municípios do Rio de Janeiro, Nilópolis, Mesquita, São João de Meriti, Teresópolis, Rio Claro e Barra Mansa.

“É alto o risco geológico na capital, nas regiões Serrana, Sul e na Baixada Fluminense, com possibilidade de deslizamentos nos municípios de Rio de Janeiro, Teresópolis, Barra Mansa, Rio Claro, Itaguaí, Nilópolis e Mesquita”, informa nota da Defesa Civil. 

ONU: Braille é essencial para plena realização dos direitos humanos 

Mesmo em circunstâncias normais, pessoas com deficiência têm menos chance de acessar serviços de saúde, educação e emprego. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), é mais provável que elas vivam na pobreza, registrem taxas mais elevadas de violência, negligência e abuso e estejam entre os mais marginalizados. No caso de deficientes visuais, a pandemia de covid-19, segundo a entidade, mostrou a importância de produzir informação essencial em formatos acessíveis, incluindo Braille e formatos sonoros.  

“Muitas pessoas com deficiência poderiam enfrentar risco maior de contaminação devido à falta de acesso a orientações e precauções para proteger e reduzir a propagação de uma pandemia. A covid-19 também enfatizou a necessidade de intensificar todas as atividades relacionadas com a acessibilidade digital para garantir a inclusão digital de todos”, destacou a ONU. No Dia Mundial do Braille, lembrado nesta quinta-feira (4), a proposta é ampliar a conscientização do Braille como meio de comunicação para a plena realização dos direitos humanos de pessoas com deficiência visual. 

Entenda 

O Sistema Braille foi criado em 1825 pelo francês Louis Braille, que ficou cego aos 3 anos em razão de um acidente que causou infecção nos dois olhos. A versão mais conhecida da escrita data de 1837. O sistema permite a comunicação em várias línguas. 

Dia Mundial do Braille é comemorado em 4 de janeiro – Foto Freepik

Formado por símbolos alfabéticos e numéricos, o sistema possibilita a escrita e a leitura, por meio da combinação de um a seis pontos. A leitura, com uma ou ambas as mãos, se faz da esquerda para a direita. Os pontos em relevo obedecem a medidas padrão e a dimensão da cela Braille corresponde à unidade de percepção da ponta dos dedos. 

No Brasil, o Braille foi introduzido por José Álvares de Azevedo, idealizador da primeira escola para o ensino de pessoas cegas no país, o Imperial Instituto de Meninos Cegos, atual Benjamin Constant. Em 8 de abril, aniversário de Azevedo, é comemorado o Dia Nacional do Braille. 

A ONU destaca que o Braille é considerado essencial no contexto da educação, da liberdade de expressão e de opinião, bem como da inclusão social, conforme previsto na Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. 

Números 

Condições oculares são consideradas extremamente comuns. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que pelo menos 1 bilhão de pessoas em todo o mundo apresentam algum tipo de deficiência visual, seja para enxergar de perto ou de longe, que poderia ter sido evitada ou que ainda não foi solucionada.  

“As pessoas com deficiência visual têm maior probabilidade do que as que não têm de sofrer taxas mais elevadas de pobreza e desvantagem. Não satisfazer as suas necessidades ou não cumprir os seus direitos tem consequências de amplo alcance: a perda de visão representa, muitas vezes, uma vida inteira de desigualdade, problemas de saúde e barreiras à educação e ao emprego”, alertou a ONU. 

Mais sete macacos bugios são soltos no Parque Nacional da Tijuca 

Um grupo de sete bugios-ruivos (Alouatta guariba) foi solto nessa terça-feira (2) no Parque Nacional da Tijuca, no Rio de Janeiro. Essa é a segunda reintrodução da espécie no local, parte de um projeto iniciado em 2015. 

Os bugios-ruivos eram nativos do parque, área de conservação federal e uma das duas grandes regiões de Mata Atlântica da cidade do Rio de Janeiro, mas estavam extintos do local há cerca de 200 anos. 

Em 2015, um casal de bugios-ruivos foi solto no local. Eles se reproduziram e deram origem à população atual, que tem oito animais. O novo grupo, que veio do Centro de Primatologia do Rio de Janeiro (CPRJ), é composto por um macho e seis fêmeas, com idade entre oito meses e 15 anos. 

A expectativa é que eles interajam com a família que já vive no parque e possam garantir a diversidade genética da espécie no local. 

“Esse novo grupo, que está sendo reintroduzido agora, praticamente dobra o patrimônio genético dessa população, então as chances de a população se manter e crescer são muito maiores”, afirma a veterinária Silvia Bahadian Moreira, do CPRJ, órgão vinculado ao Instituto Estadual do Ambiente (Inea). 

Segundo o biólogo Marcelo Rheingantz, do projeto Refauna e pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o projeto de reintrodução de bugios teve que ser interrompido em 2017, devido à epidemia de febre amarela entre primatas. 

Em 2020, os bugios já estavam vacinados contra a febre amarela e prontos para a soltura, mas a pandemia de covid-19 adiou mais uma vez o projeto. “Ano passado, a gente começou o processo todo de novo, porque os três animais [iniciais] viraram sete, então tivemos que vacinar os quatro novos”, conta Rheingantz. 

Segundo o biólogo, está prevista a reintrodução de novos animais. A meta é que a população de bugios na floresta chegue a 100. “Isso é fundamental para que a gente tenha uma população estabelecida num longo prazo, ou seja, com pelo menos dez grupos de bugios andando pela floresta”, diz Rheingantz, destacando que os bugios são um dos 25 primatas mais ameaçados do mundo. 

Rio de Janeiro – Soltura de antas do Projeto Refauna – Foto Vitor Marigo

As solturas dos primatas são parte do projeto Refauna, iniciado em 2009, com o objetivo de ampliar a população da floresta da Tijuca. Além dos bugios, já foram reintroduzidas no parque cutias-vermelhas (Dasyprocta leporina), jabutis-tinga (Chelonoidis denticulatus) e pássaros trinca-ferro (Saltator similis). 

“A floresta da Tijuca é maravilhosa, mas empobrecida de bichos. Nossa ideia é reconstruir a fauna e, com isso, o funcionamento do ecossistema, porque vamos reconstruir também as interações ecológicas das quais esses animais fazem parte, como a dispersão de sementes das árvores e a polinização”, explica Fernando Fernandez, pesquisador da UFRJ e diretor-presidente da organização não governamental Refauna, que executa o projeto. 

Portabilidade da dívida do cartão trará maior controle ao consumidor

Regulamentada junto com o teto dos juros para o rotativo, a portabilidade do saldo devedor do cartão de crédito trará maior controle ao consumidor. Os especialistas, no entanto, recomendam comparar as propostas entre as instituições financeiras, antes de negociar condições mais favoráveis.

Diferentemente do limite das taxas do rotativo, que entrou em vigor nesta quarta-feira (3), a portabilidade só valerá a partir de julho, junto com medidas que trarão mais transparência à fatura do cartão.

Segundo o presidente do Instituto Locomotiva e fundador do Data Favela, Renato Meirelles, a portabilidade trará maior controle ao consumidor, ao permitir que ele negocie as condições do refinanciamento da dívida com a instituição que oferecer as menores taxas ou os prazos mais longos. “O brasileiro estava preso em uma situação de endividamento, de uma agiotagem legalizada, com juros absurdamente distorcidos e agora passa a ser dono da própria dívida, com condições de negociar e não tem mais um risco tão grande de ficar preso na bola de neve do cartão”, ressalta.

Professora de finanças da Fundação Getulio Vargas (FGV) Myrian Lund aconselha o consumidor a não aceitar a primeira proposta oferecida nas faturas ou nos aplicativos das instituições financeiras. Segundo ela, é importante conversar com um gerente ou outro agente financeiro e negociar condições mais favoráveis.

“Sempre que seu crédito vai para a análise, você consegue uma taxa menor. Tudo que é fácil é ruim”, explica. A professora recomenda as ofertas de cooperativas de crédito, que fazem análises mais criteriosas na hora de conceder o crédito, mas costumam oferecer condições melhores que os bancos.

Diretor Executivo do Procon-SP, Luiz Orsatti Filho diz que a portabilidade precisa ser acompanhada do repasse de informações corretas aos consumidores e de investimento em educação financeira. Ainda neste mês, o Procon-SP convidará representantes de empresas de crédito para discutir ações de informação e orientação eficazes no relacionamento das instituições com os clientes e na definição de rotinas e procedimentos para cada modelo de negócio.

Regulamentação

A portabilidade e a transparência nas faturas foram regulamentadas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) no fim de dezembro, na mesma resolução que instituiu o limite de juros para o crédito rotativo e a fatura parcelada em 100% do valor da dívida.

Por meio da portabilidade, a dívida com o rotativo e com o parcelamento da fatura poderá ser transferida para outra instituição financeira que oferecer melhores condições de renegociação. A medida, que não estava prevista na Lei do Desenrola, que instituiu o teto para o rotativo, também vale para os demais instrumentos de pagamento pós-pagos, modalidades nas quais os recursos são depositados para pagamento de débitos já assumidos.

Em relação à transparência, as faturas dos cartões de crédito deverão trazer, a partir de 1º de julho, uma área de destaque, com as informações essenciais, como valor total da fatura, data de vencimento da fatura do período vigente e limite total de crédito.

As faturas também deverão ter uma área em que sejam oferecidas opções de pagamento. Nessa área deverão estar especificadas apenas as seguintes informações: valor do pagamento mínimo obrigatório; valor dos encargos a ser cobrado no período seguinte no caso de pagamento mínimo; opções de financiamento do saldo devedor da fatura, apresentadas na ordem do menor para o maior valor total a pagar; taxas efetivas de juros mensal e anual; e Custo Efetivo Total (CET) das operações de crédito.

Por fim, as faturas terão uma área com informações complementares. Nesse campo, devem estar as informações como lançamentos na conta de pagamento; identificação das operações de crédito contratadas; juros e encargos cobrados no período vigente; valor total de juros e encargos financeiros cobrados referentes às operações de crédito contratadas; identificação das tarifas cobradas; limites individuais para cada tipo de operação, entre outros dados.

Teto do rotativo reduz endividamento, mas juros continuam altos

Em vigor desde esta quarta-feira (3), o novo limite dos juros do rotativo do cartão de crédito é um importante passo para reduzir o endividamento no país, dizem especialistas. Eles alertam, no entanto, que a medida vale apenas para novos financiamentos e, mesmo com a redução, os juros continuam altos, e os consumidores devem tomar cuidado para não se endividarem ainda mais.

Quando o consumidor não paga o valor total da fatura do cartão de crédito até o vencimento, automaticamente entra no crédito rotativo. Ou seja, contrai um empréstimo e começa a pagar juros sobre o valor que não conseguiu quitar. O problema é que a taxa do rotativo está entre as mais altas do mercado.

Segundo os dados mais recentes do Banco Central (BC), em outubro juros do rotativo do cartão de crédito estavam, em média, em 431,6% ao ano. Isso significa que uma pessoa que entre no rotativo em R$ 100 e não quita o débito, deve o equivalente a R$ 531,60 após 12 meses.

Após 30 dias no crédito rotativo, os consumidores devem quitar a dívida ou entrar no crédito parcelado e negociá-la com as instituições financeiras.

Agora, essa taxa de juros no rotativo terá um teto de 100%. Quem deixa de pagar uma fatura de R$ 100, por exemplo, pode ter que pagar, no máximo, o equivalente a R$ 200 após 12 meses.

Segundo o diretor Executivo do Procon-SP, Luiz Orsatti Filho, a medida é um passo importante. No entanto, acredita que a taxa idealmente deveria ser ainda menor. “[A medida] vai beneficiar o público em geral e não apenas o superendividado, que tem essa dívida com o cartão de crédito, mas o público em geral que, às vezes, precisa fazer algum tipo de financiamento”, diz. “Para um país como o Brasil, esse índice infelizmente ainda é muito alto. É um passo importante, mas ainda temos muito a caminhar, mas não deixa de ser um passo importante”, acrescenta.

Estatísticas

No Brasil, três a cada quatro famílias estão endividadas. Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), 76,6% das famílias brasileiras têm dívidas a vencer em cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, cheque pré-datado e prestações de carro e da casa. O maior percentual de dívidas em atraso (36,6%) é dos consumidores de baixa renda, de até três salários mínimos. 

A pesquisa mostra também que o cartão de crédito ainda é o mais usado pelos endividados, atingindo 87,7% do total de devedores. “Qualquer crédito deve ser a última opção de qualquer situação. Pode ser uma emergência, pode ser o acaso, mas deve ser a última opção, e claro, procurar instituições financeiras autorizadas pelo Banco Central, não qualquer tipo de agente não oficial. E, claro, buscar o crédito mais barato, seja ele consignado, pessoal e, por último o rotativo”, diz Orsatti Filho.

Crescimento econômico

Segundo o presidente do Instituto Locomotiva e fundador do Data Favela, Renato Meirelles, a medida é acertada, uma vez que o rotativo é uma das maiores causas do endividamento. “Os juros do rotativo eram maiores do que os que qualquer consumidor de baixa renda pagaria a um agiota do bairro onde mora, por exemplo. Sei que a frase é forte, mas é uma verdade absoluta. Não tinha nenhum modelo de empréstimo que cobrava mais juros do consumidor e acredito que o crédito rotativo é o verdadeiro responsável pela inadimplência”, ressalta.

À medida que a inadimplência cair, diz Meirelles, surgirão novas necessidades dos consumidores. Além disso, novas condições econômicas provocadas pela redução dos juros deverão influenciar a decisão das autoridades e dos bancos. “Se isso vai levar a uma queda ainda maior dos juros, isso o tempo vai dizer. Mas o que a gente vê é um incentivo, um caminho da economia nacional de redução da taxa de juros, o que tem impacto grande na redução da inadimplência, de um lado, e no aumento do crédito à população de menor renda, por outro, o que incentiva o crescimento de toda a economia”, diz.

Pesquisas realizadas pelo Instituto Locomotiva em setembro de 2023 mostram a importância do crédito para os brasileiros, que acabam usando a modalidade para comprar bens de necessidade e também para realizar sonhos. Meirelles destaca também a importância da modalidade de parcelamento sem juros, cuja mudança ou extinção chegou a ser cogitada em 2023.

De acordo com o Instituto Locomotiva, a inadimplência chega a 50% entre aqueles que parcelaram com juros, caindo para 33% entre os que parcelaram a compra sem juros. Por isso, para Meirelles, a redução do juro do rotativo foi acertada e terá impactos positivos.

Adequação dos limites

Para a professora de finanças da Fundação Getulio Vargas (FGV) Myrian Lund, a redução da taxa de juros deverá fazer com que os bancos e as instituições financeiras reduzam também os limites dos cartões de crédito “Cada banco te dá um limite astronômico e isso acaba levando as pessoas a consumir mais que a capacidade de pagamento”, diz.

Com a queda dos juros, as instituições deixarão de ganhar com as taxas dos endividados e isso poderá fazer com que revejam os limites, adequando-os à capacidade de pagamento de cada consumidor. “O limite do cartão acaba virando complemento da renda. Na verdade, o que precisa é um processo de educação financeira, onde tem que se adequar ao que ganha”.

A taxa de 100% da dívida total, diz Lund, continua alta. Por isso, a professora da FGV dá algumas dicas aos consumidores para evitar o endividamento. Primeiro, ter apenas um cartão de crédito ativo. “A nossa mente não soma os vários cartões que tem, sempre acha que gastou pouco”, justifica.

A segunda dica é reduzir o limite do cartão, para evitar gastar além do que se pode pagar. E, por fim, evitar o parcelamento sem juros, a não ser para bens de maior valor como um notebook ou uma geladeira, evitando usar essa modalidade em compras diárias, como roupas, farmácia ou mercado. “Teria que guardar dinheiro para pagar no mês seguinte e são raríssimas as pessoas que fazem isso”, diz a professora.

Ano do Dragão, sinal de sorte, começa mal no Japão

4 de janeiro de 2024

 

Os japoneses estão tendo que lidar não só com um ano que começa difícil, mas com as próprias crenças. Segundo o Japan Today, 2024 é um ano do dragão, sinal de boa sorte e prosperidade, mas o terremoto de 7,0 graus (de 10) na Escala Richter que atingiu a província de Ishikawa e um acidente num aeroporto envolvendo um avião de passageiros da Japan Airlines e um avião menor da Guarda Costeira que levaria suprimentos para os afetados estão mostrando tempos “sombrios”.

Dezenas de pessoas morreram no terremoto e o acidente causou a morte dos cinco tripulantes do avião menor, ao mesmo tempo em que a Família Imperial teve que cancelar sua tradicional saudação pública de Ano Novo da sacada do palácio e o primeiro-ministro Fumio Kishida foi impedido de viajar ao Santuário de Ise para uma cerimônia religiosa.

“Foi um começo desfavorável para 2024”, opinaram os jornalistas na reportagem do Japan Today.

O ano do dragão

Segundo o calendário chinês, o ano do dragão iniciará em 10 de fevereiro de 2024 e seguirá até 28 de janeiro de 2025. O dragão também é um dos signos do zodíaco chinês, que no zodíaco ocidental corresponde ao signo de áries (carneiro).

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Registro de armas de fogo em 2023 caiu 82% em relação ao ano anterior

O registro de novas armas de fogo para defesa pessoal de cidadãos que vivem no Brasil caiu em 2023. A redução foi de quase 82% em relação ao ano anterior. Segundo dados do Sistema Nacional de Armas (Sinarm), no ano passado foram cadastradas 20.822 novas armas de fogo para defesa pessoal, número bem inferior às 111.044 armas que foram contabilizadas em 2022.

Segundo a Polícia Federal (PF), esse é o menor número cadastrado de armas de fogo para defesa pessoal desde 2004. Naquele ano, 4.094 registros foram registrados pelo órgão.

As pistolas lideram a lista de armas registradas por civis na PF, com 14.277 cadastros feitos em 2023. Em seguida aparecem as espingardas (2.309 registros) e os rifles (2.215).

Em uma postagem publicada nesta quarta-feira (3) em suas redes sociais, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, se manifestou sobre essa queda nos registros de armas de fogo por civis e também sobre a diminuição do número de crimes violentos letais intencionais. Para ele, essa é uma combinação “muito relevante” para o país.

“Isso prova cientificamente que não é a proliferação irresponsável de armas que enfrenta a criminalidade. E sim polícias equipadas, preparadas tecnicamente, com planejamento adequado. Sem esquecer, claro, o principal para novas e sustentáveis conquistas: políticas de justiça social, a exemplo de escolas de tempo integral”, escreveu.

Política mais restritiva

A queda no cadastro de novas armas de fogo por civis ocorre após o governo federal ter adotado medidas para tentar desarmar a população e diminuir a violência no país. Em julho de 2023, o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva assinou um decreto que reduz o número de armas e munições em posse de civis.

Também foi editado um decreto que aumentou as alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) que incidem sobre armas de fogo, munições e aparelhos semelhantes.

Em entrevista à Agência Brasil, a gerente de projetos do Instituto Sou da Paz, Natália Pollachi, disse que essa redução no registro de armas por civis é explicada principalmente pela política mais restritiva, mas que esse não é o único fator que deve ser levado em consideração. “Com certeza o mais influente foi a mudança de normativa que a gente teve no ano passado”, disse ela.

“O governo federal anterior [Jair Bolsonaro] emitiu uma série de decretos e portarias facilitando bastante o acesso às armas de fogo. E aí, em 2023, logo no dia 1º de janeiro, tivemos um novo decreto do presidente Lula suspendendo novos registros para CACs [Colecionadores, Atiradores Desportivos e Caçadores]”, afirmou Pollachi, lembrando ainda da sinalização do atual governo de que haveria mudanças também na quantidade de armas e calibres permitidos. Essas mudanças ocorreram ao longo do ano.

“É bastante compreensível que, mesmo que as pessoas tivessem interesse em adquirir armas, muitas delas tenham optado por esperar para ver qual seria a nova norma e quais seriam os calibres de uso restrito, para que ela não tivesse que fazer o processo e depois tivesse que refazer ou ter a sua solicitação negada”, acrescentou.

Para a gerente de projetos do Instituto Sou da Paz, a queda nos registros e a política de maior restrição às armas são positivas para o país. Mas ela ressalta que, apesar de a nova regulamentação estar satisfatória, ainda é preciso melhorar a fiscalização para as pessoas que já têm armas de fogo.

“Um dos decretos do governo federal previa a transferência de parte das competências de fiscalização do Exército para a Polícia Federal. Esse é um processo bem delicado, porque a gente está falando da transferência de banco de dados, de todo um processo de expertise, que demanda que a Polícia Federal receba investimentos proporcionais para que ela consiga se empenhar nessa função”.

Outra questão que precisa ser resolvida, destacou, é a publicação e implementação de um programa de recompra de armas que estão em posse de civis. “O governo [deveria] abrir um programa de recompra com valores atraentes para as pessoas que querem se livrar dessas armas – e que talvez tenham comprado por impulso ou em uma quantidade muito grande que hoje não faz mais sentido. A gente tem a campanha de entrega voluntária, que persiste hoje no país, mas os valores que ela paga são bastante desatualizados”.

Em MS, município de Dourados inicia vacinação em massa contra dengue

Em ação inédita, a Secretaria Municipal de Saúde de Dourados (MS) deu início, nesta quarta-feira (3), a uma campanha gratuita de vacinação contra a dengue, que deve atingir cerca de 150 mil pessoas entre 4 a 59 anos. O trabalho é fruto de uma parceria com o laboratório japonês Takeda, que desenvolveu a vacina Qdenga, já disponível na rede privada de saúde, e que oferece imunidade completa com duas doses, sendo que a segunda deve ser aplicada após três meses da primeira. Segundo a prefeitura, o laboratório já entregou cerca de 90 mil doses, que foram distribuídas para todas as unidades básicas de Saúde (UBS). Para receber a primeira dose, basta se dirigir à unidade de saúde mais próxima, com documentos como CPF e carteirinha do Sistema Único de Saúde (SUS).

Em dezembro do ano passado, o Ministério da Saúde anunciou a incorporação da vacina Qdenga ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) do SUS, o que faz do Brasil o primeiro país do mundo a oferecer o imunizante no sistema público universal. A vacina não será disponibilizada em larga escala em um primeiro momento, mas será focada em público e regiões prioritárias, que ainda estão em processo de definição pela pasta. A incorporação do imunizante foi analisada e aprovada pela Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias no SUS (Conitec). A previsão é que sejam entregues mais de 5 milhões de doses em 2024, entre fevereiro e novembro.

O imunizante Qdenga tem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) com indicação para prevenção de dengue causada por qualquer sorotipo do vírus para pessoas de 4 a 60 anos de idade, independentemente de exposição prévia.

Em 2023, o Brasil bateu recorde de mortes por dengue. Dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan online), do Ministério da Saúde, revelam que foram registradas 1.079 mortes pela doença até o último dia 27 de dezembro. Em 2022, o número de óbitos fechou em 1.053.

O ciclo completo de imunização com a Qdenga é atingido com as duas doses, em intervalo de três meses. Nos ensaios clínicos, a eficácia geral registrada foi de 80,2% contra a dengue causada por qualquer sorotipo, após 12 meses da segunda dose. A vacina também reduziu as hospitalizações em 90%. Segundo o laboratório Takeda, a vacina garante imunização contra a doença por até cinco anos.

Córrego transborda e invade casas em vila a 15 km da Esplanada

As fortes chuvas que atingem o Distrito Federal (DF) desde esta terça-feira (2) inundaram diversas casas da Vila Cauhy, a cerca de 15 quilômetros da Esplanada dos Ministérios, em Brasília. O Córrego Riacho Fundo subiu mais de 2 metros acima do nível normal, transbordando três vezes entre a noite de ontem e o início da tarde desta quarta-feira (3).

Os moradores ouvidos pela reportagem informaram que essa foi a pior das quatro inundações de que têm memória na Vila Cauhy. A última foi registrada em fevereiro de 2021. Desta vez, as águas do córrego que corta a comunidade atingiram a cota de 6,9 metros por volta das 7h45, enquanto a cota média gira em torno dos 4,4 metros, segundo a Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento do Distrito Federal (Adasa).

Em algumas residências, a marca da água ultrapassava o 1,5 metro, e um idoso e seu cachorro precisaram ser resgatados por uma embarcação dos bombeiros. A primeira inundação ocorreu no início da noite de ontem, e a água voltou a subir, pela terceira vez, no início da tarde desta quarta.

A diarista Vera Lúcia, de 38 anos, destacou que a situação é desesperadora. “Essa enchente foi muito triste porque foi muito pesada. [É] muito triste e muito desesperador”, lamentou a trabalhadora que vive com o marido e o filho no local. A moradora acrescentou que, até o momento, não havia recebido qualquer orientação ou visita do Poder Público.

“Eles [o Poder Público] deviam olhar mais pelas pessoas aqui, não olhar só no tempo da política, né? Porque no tempo da política aparece todo mundo, mas na hora que a gente está aqui, ilhado e tudo, não aparece ninguém”, reclamou.

Vera Lúcia contou que se mudou recentemente para a Vila Cauhy porque queria ficar em uma região mais próxima do centro de Brasília, devido ao trabalho e à faculdade do filho. Eles viviam antes no município de Valparaíso, em Goiás, a 40 quilômetros do centro de Brasília.

Veja a galeria de fotos:

O pedreiro Antônio Ferreira Costa, de 58 anos, vive com mulher e três filhos na Vila Cauhy e já presenciou quatro inundações ao longo da vida. Desta vez, ele perdeu sofá, guarda-roupa e colchões, sendo a pior de todas as enchentes de que tem lembrança e afirmou que não tem outro lugar pra ir.

A esposa dele depende de hemodiálise diária e não conseguiu realizar a operação ontem por causa da inundação. Para o trabalhador, o ideal seria subir a casa. “A enchente é Deus que manda, tem como não, só se subir os barracos, só se for assim, mas não tem dinheiro para subir, como é que sobe?”, questionou.

O motorista autônomo Wagner da Silva, de 49 anos, vive há 23 anos na Vila Cauhy com mulher e filhos. Ele não conseguiu dormir na última noite com medo da enchente. A casa dele estava com todos os móveis suspensos.

“Passei a noite apreensivo, deitado na cama e me levantando toda hora para ver se não estava enchendo. Dormindo pensando no que que poderia acontecer”, relatou o trabalhador, que acredita que são necessárias obras de drenagem para evitar o aumento das águas.

Área de risco

Autoridades do governo do Distrito Federal (GDF), do Corpo de Bombeiros Militar do DF e da Defesa Civil estavam montando tendas na manhã desta quarta-feira na Vila Cauhy para atender à população. Uma escola pública da comunidade foi reservada para receber pessoas desabrigadas.

O secretário de Cidades do Distrito Federal, Cláudio José Trinchão Santos, visitou a Vila Cauhy nesta quarta-feira para avaliar os estragos causados pela chuva. Ele disse que o governo vai analisar a situação da comunidade e responsabilizou a ocupação urbana desordenada e o excesso de lixos nas ruas pela inundação.

“Aqui nós temos problemas ambientais. Essas construções não poderiam existir aqui, mas foram ocupando e a cada dia nós identificamos ocupações novas.” O secretário acrescentou que o governo está estudando como regularizar essa área ou se haverá possibilidade de transferir essas famílias para outras localidades.  

“Não há solução simples. É uma situação complexa e provavelmente as soluções vão afetar muitas pessoas que estão aqui ocupando há décadas. Que lá no passado permitiram que fosse ocupada, a Vila Cauhy não existe de agora, existe há décadas, e essa situação foi se consolidando e hoje nós estamos pagando o preço”, argumentou. 

A Vila Cauhy está entre os 22 locais de risco alto ou muito alto do DF para eventos como deslizamentos, inundações e enxurradas. Ao todo, cerca de 44 residências e 176 famílias vivem em áreas de risco da Vila Cauhy, segundo levantamento de 2022 do Serviço Geológico do Brasil. O estudo identificou ausência de infraestrutura de drenagem urbana na comunidade.  

Assista ao vídeo: