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Mossoró: Lula cogita que presos tiveram ajuda na fuga de penitenciária

O presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, levanta a hipótese de que os dois detentos que fugiram da Penitenciária Federal de Mossoró (RN) na última quarta-feira (14) podem ter tido algum tipo de apoio. Lula destacou a rápida decisão tomada pelo ministro da Justiça e da Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, para instaurar uma sindicância sobre o caso.

“Queremos saber como esses cidadãos cavaram um buraco e ninguém viu. Não quero acusar, mas teoricamente parece que houve a conivência de alguém do sistema lá dentro. Como não posso acusar ninguém, sou obrigado a acreditar que a investigação que está sendo realizada pela polícia local e pela Polícia Federal nos indique o que aconteceu”, disse ele neste domingo (18), em coletiva de imprensa concedida durante sua viagem à Etiópia e transmitida pela internet.

Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento foram os primeiros detentos da história brasileira a escapar de uma penitenciária federal, que são consideradas de segurança máxima. Além da unidade de Mossoró, existem outras quatro no país: em Catanduvas (SC), Campo Grande (MS), Porto Velho (RO) e Brasília (DF).

“É a primeira vez que fogem pessoas nesses presídios. Isso significa que pode ter havido relaxamento e nós vamos saber de quem”, acrescentou Lula. Uma operação para recapturar os dois fugitivos mobiliza cerca de 300 agentes federais. A forma como ambos escaparam está sendo investigada. Um buraco foi encontrado em uma parede e suspeita-se que eles tenham usado ferramentas destinados a uma obra interna.

Fluminense e Vasco ficam no 0 a 0 em jogo com arbitragem confusa

Em uma partida com uma arbitragem muito confusa e criticada de lado a lado, Fluminense e Vasco não passaram de um empate sem gols na noite desta quarta-feira (14) no estádio do Maracanã. Com o resultado do jogo, válida pela 8ª rodada da Taça Guanabara do Campeonato Carioca e transmitida pela Rádio Nacional, o Tricolor das Laranjeiras dorme na liderança da competição, com 18 pontos, mas deixa aberta a possibilidade de o Flamengo (que enfrenta o Bangu na quinta-feira) assumir a ponta da tabela.

Fim de jogo no Maraca. Flu empata em 0 a 0 com o Vasco e segue na liderança do @Cariocao. pic.twitter.com/tlpepH4iYZ

— Fluminense F.C. (@FluminenseFC) February 15, 2024

Já para o Cruzmaltino o resultado foi muito negativo, com a queda para a 5ª posição da classificação com 13 pontos. A equipe de São Januário teve um gol do argentino Vegetti anulado, além de pedir a marcação de dois pênaltis a seu favor. O Fluminense também criticou muito o trabalho do juiz, que expulsou um jogador de cada lado, além do técnico Fernando Diniz. Os tricolores também pediram a marcação de um pênalti.

Quem gostou do empate no Maracanã foi o Botafogo, que derrotou o Volta Redonda por 3 a 0, com gols de Júnior Santos, Savarino e Bastos, para subir para a 3ª posição da classificação com 14 pontos.

Vitória do Peixe

O dia também foi de clássico no Campeonato Paulista, com vitória de 1 a 0 do Santos sobre o São Paulo em pleno estádio do Morumbi. A partida foi marcada pelas críticas à arbitragem, que anulou dois gols do Tricolor. A vitória do Peixe foi garantida graças a gol de Morelos em cobrança de pênalti.

Seis vitórias em oito jogos, com dois triunfos em clássicos, liderança do grupo e classificação antecipada. É o início de um temporada essencial de reconstrução. O trabalho está só no começo! ⚡ pic.twitter.com/XjmyjsVLZ3

— Santos FC (@SantosFC) February 15, 2024

Também no Paulista, o Corinthians foi até o estádio Santa Cruz para golear o Botafogo-SP por 4 a 1 com gols de Yuri Alberto, Wesley e Ángel Romero (dois). Esta foi a segunda vitória seguida do Timão sob o comando do técnico António Oliveira.

🎶 Sai do chão, é goleada do Timão! 🎶🤪

📸 Rodrigo Coca #VaiCorinthians pic.twitter.com/A6WcdeYsb9

— Corinthians (@Corinthians) February 15, 2024

Mudanças climáticas podem ampliar infestação de mosquito Aedes no Rio

As mudanças climáticas vão aumentar a frequência de dias mais quentes no Rio de Janeiro, nos próximos anos, e isso tem o potencial de ampliação da da população de mosquito Aedes aegypti e a transmissão da dengue no estado. A conclusão é de estudo realizado pelos pesquisadores Antonio Carlos Oscar Júnior, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), e Francisco de Assis Mendonça, da Universidade Federal do Paraná (UFPR)

A pesquisa, publicada em 2021 utiliza modelos de previsão climática para as próximas décadas e uma avaliação sobre o potencial impacto à eclosão de ovos do mosquito Aedes, transmissor da dengue, e ao ciclo de vida do inseto, para estimar a ocorrência da doença até 2070.

Segundo a pesquisa, um dos principais fatores para o aumento da proliferação do mosquito é a temperatura. No Rio de Janeiro, a previsão é de aumentos das temperaturas média e mínima nos próximos anos, o que favoreceria o ciclo de reprodução do Aedes.

Com isso, o período de inverno, quando historicamente há menos infecção pelo vírus da dengue, deverá passar a ter dias mais quentes, o que ampliará a janela de temperatura ótima para a infestação pelo mosquito Aedes e, consequentemente, o potencial para novos casos da doença nessa estação.

O aumento da temperatura no estado também poderá expandir a ocorrência do mosquito em locais do território fluminense onde hoje é limitada por causa do frio, como a região serrana, o sul fluminense e o noroeste do estado.

“Provavelmente, até 2070, vai ser ampliada a população do estado exposta à dengue. Eu não posso falar que vai ter um aumento no número de infecções ou um aumento no número de mortes. O que posso dizer é que são desenvolvidas condições ambientais adequadas para um aumento da população do mosquito. Como aumenta o vetor, tem uma maior difusão do vírus e uma maior exposição da população ao vírus”, afirmou.

A publicação do estudo, em 2021, não encerrou a pesquisa, que continua coletando dados climáticos e sua relação com a ocorrência do Aedes aegypti. O professor Oscar Júnior coordena uma rede de estações que fazem monitoramento meteorológico e possuem ovitrampas (armadilhas para mosquitos).

A rede de monitoramento hoje funciona em cerca de dez estações no Grande Rio e nas regiões sul, serrana e dos Lagos. A meta é expandi-la para outras regiões do estado. Além de contribuir para o entendimento entre a relação do mosquito com o clima, o sistema poderá ser usado para alertar autoridades sanitárias sobre riscos de infestação de Aedes aegypti, através de relatórios periódicos.

“Através dessa rede de monitoramento, a gente quer criar um sistema de alerta para que a gente possa diuturnamente, semanalmente avaliar o risco de desenvolvimento do Aedes aegypti e, portanto, de infecção”, explica Oscar Júnior. “A gente acredita que esse sistema de alerta vai ser um produto útil e prático pra fornecer informações semanalmente para que sejam tomadas decisões e possam atuar em relação ao risco de um aumento do número de casos de dengue”.

A ideia é começar a emitir relatórios semanais, a partir dos dados coletados na rede de monitoramento, já no próximo semestre.

Segundo Oscar Júnior, independentemente da imunização da população contra a dengue, que deve começar neste mês em algumas cidades brasileiras, o monitoramento do mosquito continua sendo importante, não só por causa da dengue, mas também devido a outras arboviroses transmitidas pelo Aedes, como a zika, a chikungunya e a febre amarela.

Livros que dão samba: as histórias que vão agitar a Sapucaí em 2024

 

Uma boa história pode ser contada em diferentes formas, linguagens e ritmos. Nos livros, ela se desenvolve de forma mais lenta, minuciosa e costuma agitar mais os olhos e pensamentos. Quando transmitida por meio da música, principalmente em um samba-enredo, vem em frases curtas, rimadas e movimenta todo o corpo num compasso rápido. É esse tipo de experiência sensorial e intelectual que pode ser esperada de quem acompanhar os desfiles da Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro, no carnaval deste ano. Pelo menos cinco escolas se inspiraram em obras da literatura na hora de montar as composições.

O escritor Alberto Mussa vai ser um dos autores privilegiados por ter um livro dele como referência no Sambódromo. Apaixonado por carnaval, ele foi criado em uma família que sempre teve laços fortes com as agremiações cariocas.

O tio, conhecido como Didi, foi compositor da União da Ilha e do Salgueiro. Escreveu sambas populares como É Hoje e O Amanhã. O escritor torce para as duas agremiações desde pequeno, mas vai acrescentar uma terceira torcida em 2024 para a Grande Rio, escola de Duque de Caxias, na região metropolitana do Rio de Janeiro, que tem o livro dele, Meu destino é ser onça, lançado em 2009, como principal referência do samba-enredo. 

“Fiquei felicíssimo. Talvez seja o maior prêmio da minha carreira de escritor. Algumas obras literárias viraram enredo e deram origem a sambas antológicos. Como Macunaíma, Os Sertões, A invenção de Orfeu. Há uma série de clássicos da literatura brasileira que figuraram nesse universo e, de repente, me ver dentro desse rol, é um orgulho muito grande, uma felicidade enorme”, disse Mussa. 

O livro do escritor parte de registros da cultura tupinambá feitos pelo frade André Thevet, em 1550, e outras fontes dos séculos 16 e 17 para reconstituir o que teria sido o texto original de uma narrativa indígena. Ele conta que ficou satisfeito ao ver as ideias do livro transportadas para o enredo de samba. 

“Eu achei muito bem feito. O samba evidentemente não vai dar conta do livro todo. E o enredo também não é apenas sobre o livro. Ele vai além. Eles ampliaram essa visão da onça, extrapolaram o universo tupinambá e trouxeram outras culturas originárias da América do Sul. E tiveram uma solução muito inteligente no enredo. No início, fala do mito de criação do mundo. O final do samba é exatamente o fim do livro, que é a possibilidade de destruição final, quando a onça come a lua”. 

Para Mussa, o número expressivo de escolas de samba que usaram livros como fontes dos enredos deste ano reforça que o carnaval sempre esteve preocupado em trazer discussões sociais importantes para a Avenida. A festa é folia, diversão, mas também um espaço de conhecimento. 

“Se a gente pensar bem, historicamente figuras emblemáticas, que hoje são símbolos nacionais vão aparecer nos sambas. Caso do Zumbi dos Palmares, no Salgueiro em 1960, a Teresa de Benguela, mulher escravizada com vida de rebelião e contestação, que era desconhecida e virou enredo da Viradouro nos anos 90. Esse espaço das escolas de samba sempre foi de vanguarda, de muita discussão sobre a cultura popular e povos brasileiros de origem não europeia que sempre ficaram relegados e considerados culturalmente inferiores”, diz o escritor. 

Outros enredos 

Outras escolas de samba encontraram inspiração na literatura. A Portela tem o enredo baseado no livro Um defeito de cor, lançado em 2006 pela escritora Ana Maria Gonçalves. A obra conta a saga de Kehinde, mulher negra que é sequestrada no Reino do Daomé, atual Benin, na África, quando tinha oito anos de idade, e trazida para a Bahia, onde é escravizada. 

A partir dessa história individual, são tratados temas importantes como a exploração de africanos e descendentes na diáspora, assim como processos de luta e resistência durante oito décadas no Brasil. A protagonista, Kehinde, é inspirada em Luísa Mahin, que teria sido mãe do poeta Luís Gama e participado da célebre Revolta dos Malês, movimento liderado por escravizados muçulmanos a favor da abolição. 

A queda do céu, livro do yanomami Davi Kopenawa e do antropólogo Bruce Alberts, é a principal referência para o desfile do Salgueiro. A partir dele, a escola construiu um samba dedicado a exaltar a mitologia yanomami e defender a Amazônia. O enredo é apresentado pelo título Hutukara, que na língua yanomami significa “o céu original a partir do qual se formou a terra”. 

Temas como o aquecimento global e o desmatamento também vão ser abordados. Assim como a história de mais de mil anos dos yanomami na maior Terra Indígena (TI) do país, ao norte do Brasil e sul da Venezuela, nos estados do Amazonas e Roraima, nas bacias do Rio Negro e do Rio Branco. 

A Porto da Pedra, de São Gonçalo, vai apresentar o desfile sobre intitulado Lunário Perpétuo: A Profética do Saber Popular. A referência é ao almanaque do período medieval, escrito na Espanha por volta do século 14, que chega 200 anos depois ao Brasil. E passa a servir de guia para a medicina, agricultura e pecuária locais. Além de circular pelas classes mais ricas, passa a ter algum alcance entre os mais pobres, principalmente no Nordeste. 

A Imperatriz Leopoldinense, campeã do carnaval em 2023, vai trazer para a Avenida o enredo Com a sorte virada pra lua segundo o testamento da cigana Esmeralda. A letra é baseada em um cordel escrito há mais de 100 anos pelo poeta paraibano Leandro Gomes de Barros. Na história, uma mulher cigana deixa um testamento, que serve como um manual da sorte para indicar o destino das pessoas, interpretar sonhos, decifrar a astrologia e o futuro.

Em ritmo de folia, Flamengo derrota Volta Redonda no Maracanã

Contando com o faro de gol do lateral Ayrton Lucas e dos atacantes Gabriel Barbosa e Pedro, o Flamengo derrotou o Volta Redonda por 3 a 0, na tarde deste sábado de Carnaval (10) no estádio do Maracanã. Com a vitória na partida transmitida pela Rádio Nacional, o Rubro-Negro chegou ao total de 15 pontos, assumindo a vice-liderança da classificação da Taça Guanabara do Campeonato Carioca, que tem o Fluminense (com 17 pontos) na ponta da classificação.

FIM DE JOGO NO MARACA! O Mengão vence o Volta Redonda, pelo Carioca, por 3 a 0 com gols de Gabigol, Pedro e Ayrton Lucas! #CRF #VamosFlamengo pic.twitter.com/wFNfnxYJyV

— Flamengo (@Flamengo) February 10, 2024

Mesmo com uma equipe alternativa, na qual Gabriel Barbosa e Bruno Henrique ganharam uma oportunidade no ataque ao lado de Luiz Araújo, e Victor Hugo e Allan compuseram o meio-campo com De La Cruz, o Flamengo foi superior e abriu o placar logo aos 8 minutos, quando Luiz Araújo avançou pela direita e cruzou de três dedos para Gabriel Barbosa, que não perdoou.

A equipe da Gávea continuou dominando na etapa final, na qual ampliou aos 39 minutos com o atacante Pedro em cobrança de pênalti. Oito minutos depois o uruguaio Arrascaeta lançou o lateral Ayrton Lucas em profundidade, que bateu cruzado para superar o goleiro Paulo Henrique.

Proliferação do mosquito transmissor da dengue aumenta com períodos de chuva e de calor intenso

10 de fevereiro de 2024

 

O aumento de casos de dengue é observado em diversas cidades do País, como São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Brasília, que lidera o número de infectados e mortes pela doença. Embora preocupante, o aumento de casos já era esperado com o fenômeno climático El Niño.

O professor Pedro Luiz Côrtes, titular da Escola de Comunicação e Artes (ECA) e do Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da Universidade de São Paulo, conversa sobre a ligação entre o El Niño e o mosquito da dengue, e o que esperar do próximo fenômeno, La Niña.

Conforme explica o professor, a dengue é uma arbovirose, ou seja, doença transmitida por artrópodes como mosquitos e carrapatos. A proliferação desses agentes aumenta com o nível de chuva e calor, dois efeitos provocados pelo El Niño nas regiões Sul e Sudeste do Brasil.

“O que aconteceu, não só com El Niño como La Niña, é que os efeitos têm sido potencializados pelas mudanças climáticas. Então, os oceanos muito aquecidos acabam colocando mais energia nesse sistema oceano-atmosfera e os fenômenos acontecem com maior intensidade. Até se discutiu sobre a possibilidade de que a gente teria um ‘super El Niño’ no início do verão do ano passado”, relata o professor.

Com o fim do verão no final de março, o El Niño dará lugar a outro fenômeno climático, o La Niña, que deve começar em julho, segundo o pesquisador. Com a inversão, deve ocorrer um “efeito gangorra”: o Sul e o Sudeste ficarão mais frios, enquanto o Norte e Nordeste devem registrar aumento de chuvas, que promoverá a proliferação de mosquitos.

“O Norte e Nordeste são regiões notadamente quentes, há uma tendência de maior proliferação desses casos nessas regiões. O que a gente vai ter é uma sobreposição de casos nas regiões atualmente afetadas e também um aumento dos casos no Norte e Nordeste”, afirma Côrtes.

Para o professor, o aumento de casos de dengue tem relação também com a falta de medidas preventivas por parte dos governos, que poderiam fazer uso de novas tecnologias para identificar criadouros do mosquito.

“Faltaram medidas preventivas por parte das Prefeituras no sentido de identificar criadouros. Nós temos imóveis que não estão ocupados e dentro desses imóveis podem existir criadouros. Então, uma inspeção com drones, por exemplo, seria possível para identificar uma casa que tem uma piscina desativada e que pode ser um grande proliferador do Aedes aegypti“, explica Côrtes.

 

Fiocruz vai dobrar produção de testes de dengue em 2024

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) vai produzir 600 mil testes moleculares de diagnóstico (RT-PCR) de dengue esse ano. A previsão inicial era de 300 mil testes, mas a quantidade foi dobrada por causa da situação epidemiológica e de emergência em alguns municípios do país.

Metade dessa produção será concluída nos primeiros meses de 2024 e o restante ao longo do ano. Os primeiros testes devem ser entregues ao Ministério da Saúde nas próximas semanas, segundo a instituição. Os testes permitem confirmar a infecção e identificar o sorotipo circulante de dengue (1, 2, 3 e 4), zika e chikungunya.

Medidas de proteção individual para evitar picadas de mosquitos. Foto: Arte/EBC – Arte/EBC

Segundo Mario Moreira, presidente da Fiocruz, a instituição reforça o compromisso de enfrentar os desafios epidemiológicos do país.

“Esta iniciativa visa fortalecer o diagnóstico preciso e ágil, permitindo uma resposta eficaz diante das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. Estamos empenhados em contribuir com a saúde pública nacional e continuaremos trabalhando incansavelmente para contribuir para a saúde da nossa população”, diz.

“[O Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos] Bio-Manguinhos/Fiocruz está acompanhando a situação epidemiológica da dengue no país e reforça seu importante papel de apoio ao diagnóstico junto ao Ministério da Saúde. Nossas equipes estão engajadas e comprometidas, não somente em dobrar esse quantitativo previsto, como em realizar estas entregas o mais breve possível”, complementa Mauricio Zuma, diretor da unidade da Fiocruz.

 >> Saiba quais cidades receberão doses de vacina contra a dengue

 

Caso raro de gambá infectado com raiva acende alerta sobre circulação do vírus em ambiente urbano

Gamba

7 de fevereiro de 2024

 

Encontrado em 2021 no Parque Bosque dos Jequitibás, região central de Campinas, o corpo de uma fêmea de gambá-de-orelha-branca (Didelphis albiventris), mamífero também conhecido como saruê ou sariguê, teve a causa da morte determinada por um grupo de pesquisadores do Instituto Adolfo Lutz e da USP, além de profissionais da saúde de instituições públicas dos municípios de São Paulo e Campinas: meningoencefalite causada por infecção pelo vírus da raiva. Publicado na revista Emerging Infectious Diseases, o resultado acende um alerta sobre a presença do vírus, mortal para humanos, no ambiente urbano.

“A variante da raiva de cães não é mais detectada no Estado de São Paulo, por conta do sucesso das campanhas de vacinação de animais domésticos. Por isso, é importante monitorar outros mamíferos que possam ser vetores do vírus, principalmente animais negligenciados por esse tipo de vigilância, como os gambás”, alerta Eduardo Ferreira Machado, que conduziu o trabalho durante seu doutorado na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da USP, com bolsa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Os sinais neurológicos da doença detectados no animal sugerem a forma que causa paralisia e é transmitida por morcegos. A detecção de partículas virais em outros órgãos indicou, ainda, que a infecção estava na fase de espalhamento sistêmico.

O gambá foi um dos 22 testados para raiva e outras doenças pela equipe em 2021, no âmbito de um projeto de vigilância epidemiológica realizado em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo e o Centro de Controle de Zoonoses de Campinas. No mesmo ano, a equipe analisou ainda 930 morcegos, 30 deles positivos para a raiva. Entre os infectados, a maior parte (17 ou 56,7%) era de espécies frugívoras do gênero Artibeus. Os outros 13 (43,4%) eram insetívoros de três gêneros diferentes.

A transmissão entre morcegos e gambás pode se dar pela interação entre os animais, que competem por hábitats tanto naturais (como alto de árvores) quanto aqueles fornecidos por humanos (sótãos de casas, por exemplo). Em 2014, um caso de raiva em um gato foi notificado em Campinas. O vírus era de uma variante encontrada em morcegos. Assim como os gatos, os gambás também podem predar esses animais, o que leva à hipótese mais provável para a transmissão.

 

Rio alerta para possíveis novos casos de leptospirose

Documento elaborado pela Gerência de Doenças Transmitidas por Vetores e Zoonoses da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ), distribuído aos municípios, orienta para a necessidade de intensificação na vigilância da leptospirose e na preparação dos serviços de assistência ao paciente, em razão das fortes chuvas ocorridas no início deste ano. As enchentes podem provocar o surgimento de novos casos de leptospirose no estado, disse a secretaria.

O documento mostra que, em 2023, houve 442 casos prováveis de leptospirose no estado, dos quais 196 foram concentrados entre janeiro e março. A gerente de Doenças Transmitidas por Vetores e Zoonoses da SES-RJ, Cristina Giordano, informou que a medida é necessária devido a uma maior probabilidade de contato com água e alimentos contaminados durante as enchentes.

“Com a recorrência das chuvas nesse período de verão, o risco de infecção por leptospirose é maior. A doença é causada pela exposição direta ou indireta à urina de roedores. A penetração do microrganismo ocorre através da pele, que fica imersa por longos períodos em água contaminada, lama ou por outros tipos de transmissão possíveis, como contato com sangue, tecidos, órgãos de animais infectados, ingestão de água ou alimentos contaminados”, argumentou Cristina.

Sintomas

Uma das recomendações é em relação aos sintomas que podem aparecer para quem teve contato com locais contaminados, que são diferentes dos sinais de outras causas de doenças febris agudas. Em geral, a fase precoce da leptospirose dura aproximadamente de três a sete dias e se caracteriza pelo aparecimento repentino de febre, acompanhada de dor de cabeça, dor muscular, anorexia, náuseas e vômitos, além de diarreia, dor em uma das articulações, fotofobia, dor ocular e tosse, informou a Secretaria de Saúde.

A Gerência de Doenças Transmitidas por Vetores e Zoonoses salientou, por outro lado, que, como nenhum desses sinais da fase precoce é específico para distinguir a doença de outras síndromes febris agudas, é recomendável uma completa análise médica da pessoa sob suspeita de contaminação, com o levantamento de sua história epidemiológica.

Além das orientações para a população em geral, a secretaria recomenda que profissionais de saúde, militares e equipes da Defesa Civil utilizem equipamentos de proteção individual (EPI) durante as ações de resgate em áreas alagadas.

Lula e Tedros Adhanom discutem produção de vacina contra a dengue

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, conversaram nesta segunda-feira (5), em reunião no Palácio do Planalto, sobre parcerias para a eliminação de doenças e produção de vacinas brasileiras contra a dengue. A presidência brasileira do G20, que criou um grupo de trabalho de saúde, também foi assunto do encontro. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, participou da reunião.

De acordo com informações do Palácio do Planalto, que não deu detalhes sobre iniciativas em curso, Adhanom afirmou que o Brasil pode ser um fornecedor do imunizante contra a dengue, por meio do Instituto Butantan e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Atualmente, a única vacina disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), incorporada no ano passado, é a Qdenga, produzida pelo laboratório japonês Takeda.

Tedros Adhanom também afirmou, segundo o governo, que a OMS pretende dar todo o apoio possível ao Brasil na eliminação de doenças como a tuberculose, a hanseníase, a doença de Chagas e doenças transmitidas de mãe para filho, como o HIV. São exemplos das chamadas doenças determinadas socialmente.

Na próxima quarta-feira (7), o diretor-geral da OMS participará, com a ministra Nísia Trindade, do lançamento de um programa nacional de combate a essas doenças.

G20

O diretor-geral da OMS e o presidente Lula ainda conversaram sobre a presidência do G20, que conta com um grupo de trabalho de saúde. Também falaram sobre a conclusão dos trabalhos do Órgão de Negociação Intergovernamental na elaboração e negociação de instrumento internacional para prevenção, preparo e resposta a pandemias. Nesse órgão, o Brasil atua como representante das Américas no grupo responsável pela coordenação dos trabalhos.

Em nota, o Palácio do Planalto destacou que Adhanom agradeceu o apoio do presidente Lula e pediu que o G20 possa pautar a discussão sobre o financiamento da saúde. Lula ressaltou que considera necessário haver uma melhor política tributária, que possa ampliar o financiamento do setor.