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Trump condenado a pagar 83,3 milhões de dólares a escritora por difamação

27 de janeiro de 2024

 

Um júri de um tribunal de Nova Iorque decidiu que o antigo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deve pagar 83,3 milhões de dólares de indemnização à jornalista e escritora E. Jean Carroll por difamação.

Carroll processou Trump em 2019 por menosprezar a sua alegação de que ele a agrediu sexualmente numa loja na década de 1990 e pediu pelo menos 10 milhões dólares ao empresário, argumentando que ele havia prejudicado a sua reputação como jornalista.

O veredito foi proferido nesta sexta-feira, 26, por um júri de nove pessoas, composto por sete homens e duas mulheres.

O júri levou cerca de 3 horas e meia para tomar a decisão.

Trump compareceu ao banco das testemunhas na audiência de ontem para se defender das acusações e manteve a sua posição de que eram falsas.

Trump, o provável candidato republicano em 2024 para concorrer contra o Presidente democrata Joe Biden nas eleições presidenciais de novembro, negou até mesmo conhecer Carroll, agora com 80 anos.

 

Oposição reclama no STF de buscas da PF contra Carlos Jordy

Senadores de oposição se reuniram nesta quarta-feira (24) com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, para reclamar da ordem de busca e apreensão determinada pelo ministro Alexandre de Moraes contra o deputado Carlos Jordy (PL-RJ).

Na semana passada, o parlamentar foi alvo de uma fase da Operação Lesa Pátria, da Polícia Federal (PF), que busca identificar os mentores dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.

Durante o encontro, o senador Rogério Marinho (PL-RN) contestou a medida de busca realizada contra Jordy, que ocupa o posto de líder da oposição na Câmara dos Deputados. Além de Marinho, os senadores Hamilton Mourão (Republicanos-RS), Izalci Lucas (PSDB-DF) e Márcio Bittar (União-AC) também participaram da reunião.

“A busca e apreensão que foi feita contra o deputado Carlos Jordy não foi contra o deputado, foi contra o líder da oposição na Câmara. Nós esperamos que isso não seja um padrão e não haja banalização dessa situação. Nós não acreditamos que ninguém está acima da lei. Todo mundo pode e deve ser investigado se houver algum indício. Nós estamos discutindo a forma. A Constituição precisa ser cumprida”, disse.

Os senadores também defenderam, no encontro com Barroso, a saída de Alexandre de Moraes da relatoria dos processos oriundos das investigações do 8 de janeiro. Rogério Marinho citou que Moraes concedeu uma entrevista na qual afirmou que um dos objetivos dos atos era enforcá-lo em praça pública.

“Acreditamos que ele deveria abrir mão de conduzir o processo até para que haja isenção e não haja nulidade”, concluiu.

Após ser alvo das buscas da PF, Carlos Jordy negou haver mensagens que o incriminem em relação ao 8 de janeiro. “Não tem nada que possa me incriminar em relação ao 8 de janeiro. Vocês nunca vão encontrar nenhuma mensagem”, afirmou. 

Pelas redes sociais, o deputado também disse que a busca contra ele é “medida autoritária e sem fundamento, que visa a perseguir, intimidar e criar narrativa às vésperas de eleição municipal”.

Eleições 2024: Trump vence primária em New Hampshire

Trump durante a campanha

24 de janeiro de 2024

 

A ex-governadora da Carolina do Sul, Nikki Haley, prometeu permanecer na corrida pela indicação presidencial republicana na terça-feira, depois que o ex-presidente Donald Trump venceu as primárias do partido em New Hampshire.

Trump teve cerca de 54% dos votos em comparação com os 45% de Haley, com 56% dos votos contados. Isso foi uma vantagem suficiente para Trump ser nomeado o vencedor projetado.

A vitória foi a segunda para Trump, depois da vitória da semana passada nas prévias de Iowa.

Falando aos seus apoiadores na noite de terça-feira, Haley parabenizou Trump, dizendo que ele conquistou a vitória em New Hampshire. Mas apesar das afirmações de Trump de que a corrida terminaria após a votação de terça-feira, Haley prometeu continuar.

“Esta corrida está longe de terminar”, disse Haley. “Restam dezenas de estados, e o próximo é meu doce estado da Carolina do Sul.”

Trump, dirigindo-se a seus apoiadores na noite de terça-feira, disse que Haley “teve uma noite muito ruim” e classificou Haley como muito comemorativa em seu discurso.

“Este não é o típico discurso de vitória, mas não vamos permitir que alguém ganhe uma vitória quando teve uma noite muito ruim.”

Ele também destacou os resultados da semana passada em Iowa, após os quais o segundo colocado, o governador da Flórida, Ron DeSantis, desistiu da corrida. Haley terminou logo atrás de DeSantis.

Na terça-feira anterior, a campanha de Haley prometeu que ela permaneceria na disputa até a Superterça, 5 de março, quando 16 estados votarão no mesmo dia.

Os democratas de New Hampshire também realizaram eleições primárias na terça-feira, com projeções mostrando uma vitória de Biden, embora o nome dele não aparecesse na cédula.

O Partido Democrata esperava evitar que New Hampshire realizasse as eleições primárias da corrida presidencial, preferindo colocar o estado da Carolina do Sul, no sudeste, em primeiro lugar neste ciclo.

Mas os democratas de New Hampshire dizem que as leis estaduais exigem que realizem a primeira primária, por isso prosseguiram com a votação. Aqueles que desejassem apoiar Biden tiveram que escrever em seu nome.

A campanha de Biden disse que os resultados de terça-feira deixaram “cada vez mais claro” que as eleições de novembro serão uma revanche da votação de 2020, na qual Biden derrotou Trump.

“Os resultados desta noite confirmam que Donald Trump praticamente garantiu a nomeação do Partido Republicano”, disse a gerente de campanha de Biden, Julie Chavez Rodriguez, em um comunicado.

 

Trump e Haley se enfrentam nas primárias presidenciais de New Hampshire

Trump discursando

23 de janeiro de 2024

 

O ex-presidente dos EUA, Donald Trump, e a ex-governadora da Carolina do Sul, Nikki Haley, se enfrentam nesta terça-feira nas eleições primárias republicanas no estado de New Hampshire, no nordeste do país.

As pesquisas de opinião pré-votação em New Hampshire mostraram Trump bem à frente de Haley. Uma pesquisa da Suffolk University/Boston Globe/WBTS divulgada na segunda-feira mostrou Trump com 57% de apoio, em comparação com 38% de Haley.

Trump venceu as prévias de Iowa na semana passada com mais de 50% dos votos, com Haley ficando em terceiro lugar.

A corrida pela indicação presidencial republicana evoluiu desde Iowa, com o segundo colocado Ron DeSantis desistindo, junto com o empresário Vivek Ramaswamy, que terminou em um distante quarto lugar.

Isso deixa Trump e Haley como os únicos candidatos importantes restantes na batalha para enfrentar o suposto candidato democrata, Joe Biden.

Haley disse na segunda-feira, durante o último dia de campanha: “Esta é uma corrida para duas pessoas”. Ela classificou a sua candidatura como trazendo “novas soluções” em contraste com um potencial segundo mandato de Trump que significaria “mais do mesmo”.

Trump, que obteve o apoio de ex-concorrentes, incluindo DeSantis e Ramaswamy, disse a seus apoiadores que o Partido Republicano está “se tornando cada vez mais unificado”.

Os democratas de New Hampshire também realizarão eleições primárias na terça-feira, mas Biden não aparece nas cédulas.

O Partido Democrata esperava evitar que New Hampshire realizasse as primeiras eleições primárias da corrida presidencial, preferindo colocar a Carolina do Sul em primeiro lugar neste ciclo.

Mas os democratas de New Hampshire dizem que as leis estaduais exigem que eles realizem as primeiras primárias, por isso eles prosseguiram com a votação. Aqueles que desejam apoiar Biden terão a oportunidade de colocá-lo como candidato inscrito.

A Carolina do Sul ajudou a reviver a campanha de Biden em 2020, após uma série de maus desempenhos iniciais. Os eleitores no estado do sudeste votarão nas primárias em 3 de fevereiro.

Depois que as disputas eleitorais estado por estado forem concluídas, os republicanos escolherão formalmente seu candidato presidencial em uma convenção em julho.

Os democratas realizam sua convenção de nomeação em agosto.

 

Homem que levou chicotadas no Rio em 2023 será João Cândido na Sapucaí

Chicote, chibata, coleira de cachorro são materiais que, em diferentes épocas, foram usados para violentar corpos negros – da escravidão entre os séculos 16 e 19, passando pela revolta de marinheiros em 1910, até o caso do entregador agredido na zona sul do Rio. Max Ângelo dos Santos, atacado com uma coleira de cachorro em 2023 por uma mulher branca, vai ter a oportunidade de apresentar a conexão histórica entre esses acontecimentos. Ele vai desfilar no carnaval do Rio pela escola de samba Paraíso do Tuiuti representando o almirante negro João Cândido, líder da Revolta da Chibata. 

Max participou pela primeira vez do ensaio técnico da escola nesse domingo (21) e está ansioso para o dia do desfile na Sapucaí, que vai acontecer na segunda de carnaval. 

“Esse convite foi uma surpresa imensa. Eu nunca desfilei antes por escola nenhuma. Fui conhecer o barracão do Tuiuti e lá eles me contaram a história do João Cândido. E eu fiquei super feliz de saber que ia representar um herói nacional, que ainda não tem muito reconhecimento”, disse Max Ângelo à Agência Brasil. “Só quem passa por esse tipo de violência sabe como é. Tem a dor física, mas a dor mental é muito pior. Acho que tem tudo a ver a história do João Cândido com outras histórias atuais e a minha. E o enredo fala muito disso”. 

O nome oficial do samba-enredo do Tuiuti é “Glória ao Almirante Negro!” e está sendo desenvolvido pelo carnavalesco Jack Vasconcelos. Em destaque, a vida de João Cândido, marinheiro brasileiro que lutou em 1910 contra os açoites, maus-tratos e a má alimentação que ele e os companheiros, a maioria negra, recebiam na corporação. Para eles, era uma prova de que a abolição em 1888 não havia sido completa, como fica claro em uma das cartas endereçadas pelos revoltosos ao presidente da República. 

“Nós, marinheiros, cidadãos brasileiros e republicanos, não podendo mais suportar a escravidão na Marinha Brasileira, a falta de proteção que a Pátria nos dá e até então não nos chegou; rompemos o negro véu, que nos cobria aos olhos do patriótico e enganado povo”. 

Um dos trechos do samba do Tuiuti reforça a ideia de liberdade incompleta para a população negra: “Lerê lerê, mais um preto lutando pelo irmão. Lerê lerê e dizer nunca mais escravidão”. 

Entregador chicoteado desfilará como João Cândido. Max Ângelo encontra carnavalesco da Paraíso do Tuiuti, Jack Vasconcelos. Foto Divulgação/Paraíso do Tuiuti

Questões que se estendem ao século 21, nas palavras de Max Ângelo: “Imagina tomar uma chicotada como se tivesse voltado lá atrás na época dos ancestrais, quando você era açoitado apenas por olhar para o senhor da fazenda. E, um ano depois, eu ainda sinto aquilo e não desejo para ninguém. É a pior coisa do mundo. É mais fácil levar um soco no rosto do que ser açoitado como se você fosse um escravo”. 

Quando a Revolta da Chibata chegou ao fim em 1910, muitos dos amotinados foram dispensados da Marinha, outros presos em protestos posteriores e até enviados para campos de trabalho em plantações. Coletivamente, eles conseguiram dar uma demonstração de força, união e legar aos futuros marinheiros um ambiente livre da prática de castigos corporais. 

Max Ângelo, depois das agressões sofridas em 2023, recebeu ajuda financeira por meio de uma arrecadação coletiva, teve apoio de artistas famosos e conseguiu um novo emprego como auxiliar administrativo em uma empresa de publicidade. Hoje, aos 38 anos, enquanto luta para conseguir uma vida melhor, também entende que se tornou uma voz importante contra o racismo e os diferentes tipos de violência que atingem a população negra no Brasil. 

“Eu, dentro da avenida, quero dar voz, quero que as pessoas saibam que elas não estão sozinhas. Quero incentivar as que passam por situações parecidas com as que aconteceram comigo e dizer que a gente não tem que baixar a cabeça”, afirma Max. “O Brasil nunca vai ter um futuro melhor se continuar com essas situações de agressão e racismo. É muito triste as pessoas te humilharem por conta da sua pele ou por causa do lugar que você mora. Eu tenho muito orgulho de morar na favela e da minha pele preta”. 

Eleições 2024: Ron DeSantis desiste de candidatura e apoia Trump

21 de janeiro de 2024

 

O governador da Flórida, Ron DeSantis, anunciou a desistência da indicação do Partido Republicano para eleição presidencial dos Estados Unidos de 2024.

“Estou orgulhoso de ter cumprido 100% das minhas promessas e não vou parar agora. É claro para mim que a maioria dos eleitores republicanos nas primárias quer dar outra oportunidade a Donald Trump”, disse.

Ele então declarou apoio ao principal concorrente, Donald Trump. “Embora eu tenha tido divergências com Donald Trump, como sobre a pandemia do coronavírus e seguir Anthony Fauci, Trump é superior ao atual presidente, Joe Biden. Isso está claro. Assinei um compromisso de apoiar o candidato republicano e honrarei esse compromisso. Ele tem o meu apoio, porque não podemos voltar à velha guarda republicana de antigamente ou à forma reformulada de corporativismo requentado que Nikki Haley representa”, concluiu.

Nikki Haley, terceira colocada nas pesquisas atrás de DeSantis e Trump, comentou a desistência. “Quero dizer ao Ron que ele fez uma ótima corrida. Ele tem sido um bom governador e o desejamos boa sorte. Dito isto, agora resta ‘um cara e uma senhora’. Então, havia 14 pessoas nesta corrida. Havia muitos caras. Todos os caras estão fora, exceto este”, disse Haley pedindo votos.

Todas as pesquisas indicam que Trump deve concorrer em novembro. Seu principal oponente, do Partido Democrata, deve ser Joe Biden.

 
 

Estará a Europa preparada para um possível regresso do Presidente Trump?

21 de janeiro de 2023

 

Os aliados dos EUA na Europa estão debatendo como se preparar para um possível segundo mandato de Donald Trump na Casa Branca, depois que ele garantiu uma vitória recorde nas convenções republicanas de segunda-feira em Iowa, consolidando sua posição como favorito para enfrentar Joe Biden nas eleições de novembro.

Questionado numa conferência de imprensa televisiva na quarta-feira sobre a possibilidade de um regresso de Trump, o presidente francês, Emmanuel Macron, disse que a Europa deve estar preparada.

“Sempre tive a mesma filosofia: aceito os líderes que as pessoas me dão. E comprometo-me a servir a França e os seus interesses e a dialogar com quem quer que seja. Fiz isso com o Presidente Trump durante todo o seu mandato, o seu primeiro mandato, e alcançamos resultados. Ainda podemos fazer coisas importantes juntos”, disse Macron.

“[A América] partilha os nossos valores. Mas é uma democracia que também atravessa uma crise, cuja principal prioridade é o seu próprio interesse, e a sua segunda prioridade é a questão da China. Como europeus, devemos estar lúcidos sobre isto. É também por isso que Quero uma Europa mais forte, que possa defender-se e não depender dos outros”, disse o presidente francês aos jornalistas em Paris.

Macron e Trump tiveram uma relação turbulenta durante o primeiro mandato deste último. Durante a campanha eleitoral de Iowa neste mês, o ex-presidente dos EUA pareceu zombar do sotaque do líder francês, para deleite de seus apoiadores – um lembrete do estilo diplomático não convencional de Trump.

Mas a Europa tem preocupações maiores do que a política de personalidade. Com a invasão da Ucrânia pela Rússia a transformar-se numa amarga guerra de desgaste, Kiev necessita urgentemente de ajuda militar ocidental.

Trump disse que buscaria um acordo de paz imediato entre a Ucrânia e a Rússia. Os seus apoiantes republicanos no Congresso estão a bloquear cerca de 50 mil milhões de dólares em assistência militar a Kiev. Os aliados da OTAN estão preocupados com a possibilidade de a ajuda acabar completamente.

“Os EUA estão a pagar um pouco menos de metade dessa parte” da ajuda ocidental, disse Fabrice Pothier, antigo chefe de planeamento político da NATO e agora CEO da consultora política Rasmussen Global.

“Mas os EUA têm um papel muito predominante, se não o de liderança, quando se trata de questões políticas estratégicas sobre a Ucrânia. Portanto, perder os EUA, no sentido de ter um presidente dos EUA que pode ser realmente contrário aos interesses da Ucrânia e aos interesses da Europa , seria um grande golpe”, disse ele.

Numa reunião na Câmara Municipal na semana passada, Trump recusou-se a comprometer-se com a adesão dos EUA à NATO num segundo mandato quando foi questionado pelo apresentador da Fox News.

“Depende se eles nos tratarem adequadamente”, disse Trump. “A NATO aproveitou-se do nosso país. Os países europeus aproveitaram-se… tiraram vantagem de nós no comércio. E depois tiraram vantagem de nós na nossa protecção militar.”

O comissário da UE, Thierry Breton, afirmou este mês que Trump disse em 2020 que os EUA “nunca ajudariam a Europa se fosse atacada” e que deixariam a NATO. Autoridades de Trump não comentaram a afirmação de Breton.

O antigo presidente dos EUA exigia frequentemente que os aliados da América na NATO gastassem mais na sua própria defesa. Alexander Stubb, o principal candidato às próximas eleições presidenciais na Finlândia – o mais novo membro da OTAN – disse que Trump estava certo.

“Precisamos de uma NATO mais europeia”, disse Stubb à Reuters no Fórum Económico Mundial anual em Davos, na Suíça. “Acho que os americanos não nos deixarão em paz, mas é sempre útil estarmos preparados numa situação em que temos de assumir mais responsabilidade pela nossa própria defesa. E penso que os americanos têm razão nisso.”

A Europa está a investir mais na defesa, incluindo o aumento da produção de munições e armas para a Ucrânia. Mas substituir o papel central que os EUA assumiram na Ucrânia sob o presidente Biden levaria tempo – algo que Kiev não tem.

 

Governo cria grupo para discutir retomada de isenção a religiosos

Após suspender a isenção tributária sobre salários de líderes religiosos, o governo criou um grupo de trabalho para discutir a possível retomada da medida, informou nesta sexta-feira (19) o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O anúncio ocorreu após o ministro se reunir com parlamentares da bancada evangélica.

Segundo Haddad, o grupo terá participantes da Receita Federal, do Tribunal de Contas da União (TCU), da Advocacia-Geral da União (AGU) e integrantes da Frente Parlamentar Evangélica do Congresso.

Após o encontro, o ministro explicou que a Receita Federal suspendeu a isenção para que o benefício seja rediscutido com segurança jurídica. “Não queremos prejudicar quem quer que seja. A Receita quer cumprir a lei, mas há dúvidas [sobre a legalidade da isenção]”, disse.

O ministro acrescentou que o ato declaratório editado em julho de 2022 trazia insegurança jurídica e criava uma “margem para interpretação” de que a medida seria casuística. “Não foi uma revogação, nem uma convalidação, foi uma suspensão. Vamos entender o que a lei diz e vamos cumprir a lei”, comentou. O benefício gera perda de arrecadação de R$ 300 milhões por ano à União.

Reação

Compareceram à reunião o coordenador da Frente Parlamentar Evangélica, deputado Silas Câmara (Republicanos-AM), e o deputado Marcelo Crivella (Republicanos-RJ). Os parlamentares disseram que o grupo de trabalho pretende discutir não apenas o benefício tributário a pastores e líderes evangélicos, mas outras medidas de interesse do setor, como a Proposta de Emenda à Constituição 5/2023, de autoria de Crivella, que propõe a imunidade tributária de bens e de serviços concedidos a organizações religiosas.

“A gente vai construir esse momento de forma que o ato seja restabelecido com os ajustes que tenham a clareza que a gente precisa e que respeite também os indicativos que o Tribunal de Contas da União e o Ministério Público da União apontam”, disse Câmara. Para o deputado, a decisão do governo decorre de uma série de “desencontros e desinformações”, e ele disse esperar que o grupo de trabalho tenha desfecho positivo.

Crivella elogiou a disposição do governo em conversar com os líderes religiosos e afirmou que o Executivo não está atuando contra as igrejas evangélicas. “É bom deixar claro que há interesse do governo em dialogar com a Frente Parlamentar Evangélica”, declarou. “Vamos aguardar esse grupo de trabalho em que vamos debater todas as outras frentes. Tenho certeza que, com esse movimento de diálogo, vamos melhorar o relacionamento da secretaria de Receita Federal com o segmento religioso com o Brasil”, acrescentou.

Histórico

Na quarta-feira, a Receita determinou o fim da isenção fiscal aos salários de líderes religiosos, adotada no segundo semestre de 2022, 15 dias antes do início da campanha para as eleições presidenciais. Na ocasião, o Fisco informou que a medida atendia a uma determinação do Tribunal de Contas da União (TCU), mas o órgão esclareceu que o processo ainda está em fase de análise pelo ministro Aroldo Cedraz, com base em uma representação do Ministério Público junto ao TCU.

Assinado pelo secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, o ato declaratório suspende o benefício concedido pelo então secretário especial do órgão, Julio Cesar Vieira Gomes. Julio Cesar foi exonerado da Receita Federal em junho do ano passado, após vir à tona o envolvimento dele no caso da liberação de joias dadas de presente por governos estrangeiros ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

Quando comandava o órgão, Julio Cesar assinou o despacho que pedia aos auditores da Receita no Aeroporto de Guarulhos que entregassem um conjunto de joias presenteadas pelo governo da Arábia Saudita ao ex-presidente em 2022. A defesa de Bolsonaro nega qualquer irregularidade.

Eleições 2024: Trump vence prévias em Iowa

17 de janeiro de 2024

 

O ex-presidente dos EUA, Donald Trump, venceu as prévias em Iowa, conquistando a primeira das disputas de indicação por estado que o Partido Republicano usará para escolher seu candidato para enfrentar a eleição presidencial de novembro.

Trump garantiu mais da metade dos votos, cerca de 51%, com o governador da Flórida, Ron DeSantis, ficando em segundo lugar, com 21%, e a ex-governadora da Carolina do Sul, Nikki Haley, logo atrás, com 19%.

“Esta tem sido uma experiência incrível”, disse Trump aos seus apoiantes num discurso de vitória em Des Moines. “E eles disseram, bem, se você vencer por 12%, será uma grande vitória. Isso será muito difícil de fazer. Bem, acho que mais do que dobramos esse valor”.

O número que os candidatos estarão atentos ao longo do processo de nomeação é o número de delegados que acumulam, com os votos em cada estado a determinar quantos delegados são atribuídos a cada candidato na sua busca para obter os 1.215 necessários para obter a maioria.

Iowa, por sua importância como a primeira disputa do calendário, é relativamente menor em termos de delegados, com Trump ganhando 20 por sua vitória, enquanto DeSantis obteve oito e Haley sete.

Os três principais candidatos projetaram confiança após as prévias de segunda-feira, enquanto aguardavam a próxima disputa em New Hampshire, na próxima semana, e as primárias da Carolina do Sul, no final de fevereiro.

Haley se apresentou como uma “nova geração de liderança conservadora” ao falar com seus apoiadores. “Quando você olha como estamos indo bem em New Hampshire, na Carolina do Sul e além, posso dizer com segurança que esta noite Iowa transformou as primárias republicanas em uma disputa entre duas pessoas”, disse Haley.

DeSantis descreveu a sua candidatura como representando “esperança para o futuro deste país” ao agradecer aos apoiantes. “Temos muito trabalho a fazer, mas posso dizer uma coisa: como próximo presidente dos Estados Unidos, farei o trabalho para este país”, disse DeSantis.

Vivek Ramaswamy, que também disputava e terminou em quarto lugar com 7,7% dos votos, anunciou que estava suspendendo sua campanha para presidente e apoiando Trump na disputa.

Mesmo antes da votação em Iowa, a falta de apoio significou o fim de várias outras campanhas republicanas, incluindo as do vice-presidente de Trump, Mike Pence, do ex-governador de Nova Jersey, Chris Christie, e do senador da Carolina do Sul, Tim Scott.

Embora a disputa tenha diminuído, os republicanos não nomearão oficialmente seu candidato presidencial até a convenção do partido em julho, enquanto os democratas deverão nomear Biden como seu candidato em uma convenção de agosto.

No final, a maioria das sondagens e dos analistas políticos prevêem outra disputa entre dois políticos idosos, Trump, 77, e Biden, 81. Seria uma repetição da controversa eleição de 2020.

 

Ataques no Mar Vermelho agravam conflito no Oriente Médio

O conflito entre Israel e Palestina, iniciado em 7 de outubro após ataque do grupo Hamas a Israel, pode ampliar a área de conflagração, envolver mais atores, mais armamentos, ferir e matar mais inocentes. Um sinal dessa expansão são os quase 30 ataques dos rebeldes Houthis do Iêmen a embarcações comerciais que navegam pelo Mar Vermelho, no Oceano Índico entre a Ásia e a África, a caminho do Canal de Suez para abastecimento da Europa (pelo Mar Mediterrâneo).

A rota é passagem de petroleiros e cargueiros com produtos e insumos industriais chineses. Com a ameaça de ter navios alvejados por mísseis e drones, as quatro maiores transportadoras marítimas do mundo e a companhia British Petroleum anunciaram que não farão deslocamentos pelo Canal de Suez, optando por contornar, pelo Índico e pelo Atlântico, o continente africano para chegar à Europa.

“Os navios estão procurando caminho mais longo. E tudo fica mais lento e mais caro”, observa historiador Bernardo Kocher, professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) e especialista em Oriente Médio. A demora e o encarecimento afetam o fornecimento de bens duráveis e de consumo, e pressionam por mais altas do preço do barril do petróleo.

A commodity fechou em alta de 1% no mercado internacional de ontem (11) para hoje (12), após os Estados Unidos e a Grã-Bretanha realizarem mais de 70 bombardeios a bases dominadas pelos Houthis no Iêmen. Altas no preço de petróleo afetam a economia global e podem gerar inflação em nível internacional.

“Os Houthis são um grupo rebelde. Se eles influenciam a economia mundial e conseguem vergar uma pressão sobre Israel, ganham um prestígio muito grande e um enorme capital político”, avalia Bernardo Kocher.

Menos de um mês após os ataques de Israel à Faixa de Gaza, os Houthis anunciaram a entrada no conflito ao lado do Hamas. Os dois movimentos, junto com o libanês Hezbollah, agem com armamento fornecido pelo Irã e formam um “eixo de resistência” que se opõe à Israel e à influência norte-americana no Oriente Médio.

Além de problemas econômicos e bélicos, há riscos políticos – em especial ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, do Partido Democrata, que deverá tentar em novembro a reeleição, possivelmente contra o ex-presidente Donald Trump, do Partido Republicano.

Para Bernardo Kocher, as derrotas no exterior têm impacto na popularidade de Biden. “Que condições tem de concorrer um presidente que está perdendo duas guerras? O presidente Biden [já] perdeu a Guerra da Ucrânia [ainda em andamento] e a guerra em Gaza, que é um desastre humanitário. Muitos grupos minoritários como eleitores de origem árabe e latina não vão votar nele”, afirma o historiador.