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Entenda o programa Nova Indústria Brasil

Com o objetivo de impulsionar a indústria nacional até 2033, o programa Nova Indústria Brasil, lançado nesta segunda-feira (22) pelo governo, usa instrumentos tradicionais de políticas públicas, como subsídios, empréstimos com juros reduzidos e ampliação de investimentos federais. O programa também usa incentivos tributários e fundos especiais para estimular alguns setores da economia.

A nova política tem seis missões relacionadas à ampliação da autonomia, à transição ecológica e à modernização do parque industrial brasileiro. Entre os setores que receberão atenção, estão a agroindústria, a saúde, a infraestrutura urbana, a tecnologia da informação, a bioeconomia e a defesa.

A maior parte dos recursos, R$ 300 bilhões, virá de financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii). Os financiamentos do BNDES relacionados à inovação e digitalização serão corrigidos pela Taxa Referencial (TR), que é mais baixa que a Taxa de Longo Prazo (TLP).

O mecanismo de compras governamentais provoca certa polêmica, por representar um entrave nas negociações para a adoção do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia. Os empresários europeus defendem condições de igualdade com as empresas brasileiras nas licitações para a compra de bens, a realização de obras e a contratação de serviços pelo governo brasileiro.

Principais medidas anunciadas hoje

Nova Indústria Brasil

Missões para o período de 2024 a 2033:

1. Cadeias agroindustriais sustentáveis e digitais

–    aumentar para 50% participação da agroindústria no PIB agropecuário;

–    alcançar 70% de mecanização na agricultura familiar;

–    fornecer pelo menos 95% de máquinas e equipamentos nacionais para agricultura familiar.

2. Forte complexo econômico e industrial da saúde:

–    atingir 70% das necessidades nacionais na produção de medicamentos, vacinas, equipamentos e dispositivos médicos, materiais e outros insumos e tecnologias em saúde.

3. Infraestrutura, saneamento, moradia e mobilidade sustentáveis:

–    diminuir em 20% o tempo de deslocamento de casa para trabalho;

–    aumentar em 25 pontos percentuais adensamento produtivo (diminuição da dependência de produtos importados) na cadeia de transporte público sustentável.

4. Transformação digital da indústria:

–    digitalizar 90% das indústrias brasileiras;

–    triplicar participação da produção nacional no segmento de novas tecnologias.

5. Bioeconomia, descarbonização, e transição e segurança energéticas:

–    cortar em 30% emissão de gás carbônico por valor adicionado do Produto Interno Bruto (PIB) da indústria;

–    elevar em 50% participação dos biocombustíveis na matriz energética de transportes;

–    aumentar uso tecnológico e sustentável da biodiversidade pela indústria em 1% ao ano.

6. Tecnologias de interesse para a soberania e a defesa nacionais:

–    autonomia de 50% da produção de tecnologias críticas para a defesa.

Recursos para financiamentos:

R$ 300 bi até 2026

–    Crédito: R$ 271 bi

–    Não reembolsáveis: R$ 21 bi

–    Equity (investimentos na bolsa de valores): R$ 8 bi

Fonte dos recursos: BNDES, Finep e Embrapii

Desse total, R$ 77,5 bi (28%) aprovados em 2023

Eixos:

Indústria Mais Produtiva (R$ 182 bi)

–    Expansão da capacidade e modernização do parque industrial brasileiro;

–    Novo Brasil + Produtivo: financiamentos com Taxa TR (juros reduzidos) para digitalização e financiamentos não reembolsáveis para até 90 mil micro e pequenas empresas;

–    R$ 4 bi do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust) com Taxa TR para expansão da banda larga e conectividade.

Indústria Mais Inovadora e Digital (R$ 66 bi)

–    Financiamentos do Programa Mais Inovação: Taxa TR para apoio à inovação e digitalização pelo BNDES e pela Finep;

–    Financiamentos não reembolsáveis definidos pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI);

–    Criação do Fundo Nacional de Desenvolvimento Industrial e Tecnológico (FNDIT);

–    Ampliação do uso de instrumentos de Mercado de Capitais (recursos levantados no mercado financeiro) para as seis missões industriais.

Indústria Mais Exportadora (R$ 40 bi)

–    Criação do BNDES Exim Bank: versão do BNDES voltada para apoio à exportação;

–    Linhas de financiamento do BNDES para pré e pós-embarque de bens e aeronaves;

–    Redução do spread (diferença entre os juros cobrados do tomador e as taxas de captação dos bancos) nas linhas de preembarque.

Indústria Mais Verde (R$ 12 bi)

–    Novo Fundo Clima: projetos de descarbonização da indústria com juros a partir de 6,15% a.a;

–    Instrumentos de Mercado de Capitais voltados para transição energética, descarbonização e bioeconomia;

–    Fundo de Minerais Críticos: fundo para alavancar recursos para a pesquisa e a extração de minerais usados em baterias de energia limpa.

Outras medidas

–    R$ 20 bi para a compra de máquinas nacionais para a agricultura familiar;

–    R$ 19,3 bi do Programa Mover, para estimular tecnologias menos poluentes na indústria automotiva e desenvolver novas formas de mobilidade e logística

–    R$ 3,4 bi do Programa de Depreciação Acelerada para a modernização de máquinas e equipamentos;

–    R$ 2,1 bi em isenção tributária para estimular produção de semicondutores e painéis fotovoltaicos;

–    R$ 1,5 bi em incentivos tributários à indústria química;

–    Antecipação do calendário de aumento de mistura do biodiesel ao diesel: 12% em abril de 2023, 14% em março de 2024 e 15% a partir de 2025;

–    Reservas para compras governamentais: indústrias nacionais terão vantagem em licitações;

–    Exigência de conteúdo nacional: percentuais mínimos de compra de produtos nacionais em obras do PAC, definidos por uma comissão do governo.

Instrumentos

1. empréstimos;

2. subvenções;

3. investimento público;

4. créditos tributários;

5. comércio exterior;

6. transferência de tecnologia;

7. propriedade intelectual;

8. infraestrutura da qualidade;

9. participação acionária;

10. regulação;

11. encomendas tecnológicas;

12. compras governamentais;

13. requisitos de conteúdo local;

Fonte: BNDES e MDIC

Scooby e Lucas Chumbo vencem competição de ondas gigantes em Nazaré

O surfe subiu ao topo do pódio em Nazaré (Portugal) com Pedro Scooby e Lucas Chianca, o Chumbo, que venceram a quarta edição do Desafio de Ondas Gigantes (Big Wave Challenge), competição internacional organizada pela Liga Mundial de Surfe (WSL). Nesta segunda-feira (22), a dupla foi a melhor entre outras oito equipes, cada uma com dois atletas. Os brasileiros somaram 41.16 pontos, mais de quatro de vantagem sobre os segundos-colocados, os parceiros Nic von Rupp (Portugal)  e Clement Roseyro (França), que somaram 37.81. A Praia do Norte, no litoral português, é conhecida por ondas que atingem até 30 metros de altura durante o inverno europeu. Hoje, no entanto, os paredões foram de, aproximadamente, 10 metros.

Pode avisar que o CHUMBO chegou! 🔥😎 #WSLBrasil pic.twitter.com/qojVDKEEM1

— WSL Brasil 🇧🇷 (@WSLBrasil) January 22, 2024

Nascido em Saquarema (RJ), Chumbinho surfou a melhor onda da competição:cravou nota 7.83. Além do título, ele ganhou o prêmio de melhor performance individual masculina, ao somar 23.33 pontos. Entre as mulheres, a carioca Maya Gabeira (14.00) superou a franco- brasileira Michelle Des Bouillons (9.83) e também levantou o troféu pelo melhor desempenho feminino no Big Wave Challenge.

Melhor performance individual no feminino foi dela: Maya Gabeira! 🏆🏄‍♀️🇧🇷

Tudor Nazaré #BigWaveChallenge 2024 | #WSLBrasil pic.twitter.com/ZoKBoQMP54

— WSL Brasil 🇧🇷 (@WSLBrasil) January 22, 2024

A competição teve duas sessões de três baterias, sendo cada uma com participação de três duplas. O título de melhor equipe ficou com a dupla que somou o maior número de pontos nas notas individuais. Já troféu de melhor desempenho individual levou em conta a nota mais alta de cada participante (valendo dois), somada à segunda melhor nota (valendo um). 

* Texto atualizado às 14h10 do dia 24/01/2024 para correção do título: o vencedor foi Lucas Chumbo, e não Chumbinho como constava inicialmente. Chumbinho é o apelido de João Chicana, irmão de Lucas.

Scooby e Chumbinho vencem competição de ondas gigantes em Nazaré

O surfe subiu ao topo do pódio em Nazaré (Portugal) com Pedro Scooby e Lucas Chianca, o Chumbinho, que venceram a quarta edição do Desafio de Ondas Gigantes (Big Wave Challenge), competição internacional organizada pela Liga Mundial de Surfe (WSL). Nesta segunda-feira (22), a dupla foi a melhor entre outras oito equipes, cada uma com dois atletas. Os brasileiros somaram 41.16 pontos, mais de quatro de vantagem sobre os segundos-colocados, os parceiros Nic von Rupp (Portugal)  e Clement Roseyro (França), que somaram 37.81. A Praia do Norte, no litoral português, é conhecida por ondas que atingem até 30 metros de altura durante o inverno europeu. Hoje, no entanto, os paredões foram de, aproximadamente, 10 metros.

Pode avisar que o CHUMBO chegou! 🔥😎 #WSLBrasil pic.twitter.com/qojVDKEEM1

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Nascido em Saquarema (RJ), Chumbinho surfou a melhor onda da competição:cravou nota 7.83. Além do título, ele ganhou o prêmio de melhor performance individual masculina, ao somar 23.33 pontos. Entre as mulheres, a carioca Maya Gabeira (14.00) superou a franco- brasileira Michelle Des Bouillons (9.83) e também levantou o troféu pelo melhor desempenho feminino no Big Wave Challenge.

Melhor performance individual no feminino foi dela: Maya Gabeira! 🏆🏄‍♀️🇧🇷

Tudor Nazaré #BigWaveChallenge 2024 | #WSLBrasil pic.twitter.com/ZoKBoQMP54

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A competição teve duas sessões de três baterias, sendo cada uma com participação de três duplas. O título de melhor equipe ficou com a dupla que somou o maior número de pontos nas notas individuais. Já troféu de melhor desempenho individual levou em conta a nota mais alta de cada participante (valendo dois), somada à segunda melhor nota (valendo um). 

Governo anuncia nova política para desenvolvimento da indústria

O governo federal aprovou um plano de ações para estimular o desenvolvimento do setor industrial brasileiro. Chamado Nova Indústria Brasil (NIB), o plano tem, como centro, metas e ações que, até 2033, pretendem estimular o desenvolvimento do país por meio de estímulos à inovação e à sustentabilidade em áreas estratégicas para investimento.

Tudo a partir, segundo o Planalto, de um “amplo diálogo entre o governo e o setor produtivo”, em direção à chamada neoindustrialização – modernização e evolução da indústria -. O texto da NIB foi oficialmente apresentado ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, nesta segunda-feira (22) pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI).

Lula iniciou sua fala comparando o CNDI ao Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), mais conhecido como Conselhão. Segundo ele, ambos têm ajudado significativamente o governo na formulação de políticas e diretrizes voltadas ao desenvolvimento econômico, social e sustentável do país.

“Tenho dito que a capacidade de trabalhos apresentados pelo Conselhão foi tão extraordinária que o que me preocupa é saber como conseguir implementar aquilo tudo que foi, ali, produzido intelectualmente. Agora, fico também surpreso com a participação do CNDI. Um país com essa quantidade de gente tão inteligente não precisa de inteligência artificial”, discursou o presidente.

Lula, no entanto acrescentou que as propostas apresentadas são apenas o começo de um desafio ainda maior. “O problema não termina aqui. Ele começa aqui. Temos agora 3 anos pela frente, para termos uma coisa concreta”, disse.

“Para se tornar mais competitivo, o Brasil tem de financiar algumas das coisas que ele quer exportar. Essa reunião mostra que finalmente o Brasil juntou um grupo de pessoas que vai fazer com que aconteça uma política industrial. E que muito dela virá por meio de parcerias entre a iniciativa privada e o poder público. Que a gente possa cumprir isso que a gente escreveu no papel”, acrescentou.

A nova política industrial

A nova política prevê o uso de recursos públicos para atrair investimentos privados. Entre as medidas, a criação de linhas de crédito especiais; subvenções; ações regulatórias e de propriedade intelectual, bem como uma política de obras e compras públicas, com incentivos ao conteúdo local, para estimular o setor produtivo em favor do desenvolvimento do país.

“A política também lança mão de novos instrumentos de captação, como a linha de crédito de desenvolvimento (LCD), e um arcabouço de novas políticas – como o mercado regulado de carbono e a taxonomia verde – para responder ao novo cenário mundial em que a corrida pela transformação ecológica e o domínio tecnológico se impõem”, detalhou, em nota, o Planalto.

A expectativa é de que, colocadas em prática, essas medidas resultem na melhoria do cotidiano das pessoas, no estímulo ao desenvolvimento produtivo e tecnológico; e na ampliação da competitividade da indústria brasileira, além de nortear o investimento, promover melhores empregos e impulsionar a presença qualificada do país no mercado internacional.

Nesse sentido, destinará R$ 300 bilhões em financiamentos para a nova política industrial até 2026. “Além dos R$ 106 bilhões anunciados na primeira reunião do CNDI, em julho, outros R$ 194 bilhões foram incorporados, provenientes de diferentes fontes de recursos redirecionados para dar suporte ao financiamento das prioridades da Nova Indústria Brasil”, informou a Presidência da República.

Vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckimin disse que a nova política posiciona a inovação e a sustentabilidade no centro do desenvolvimento econômico, “estimulando a pesquisa e a tecnologia nos mais diversos segmentos, com responsabilidade social e ambiental.”

Segurança alimentar, saúde e bem-estar

As metas estão agrupadas em seis missões, cada qual com suas metas. A primeira – cadeias agroindustriais – pretende garantir segurança alimentar e nutricional da população brasileira. A meta é chegar à próxima década com 70% dos estabelecimentos de agricultura familiar mecanizados. Atualmente, este percentual está em 18%, segundo o governo.

Além disso, 95% dessas máquinas devem ser produzidas nacionalmente, o que envolverá a fabricação de equipamentos para agricultura de precisão, máquinas agrícolas para a grande produção, ampliação e otimização da capacidade produtiva da agricultura familiar “para a produção de alimentos saudáveis”, explicou o Planalto.

O segundo grupo de missões é o da área da saúde, e tem como meta ampliar de 42% para 70% a participação da produção no país, no âmbito das aquisições de medicamentos, vacinas, equipamentos e dispositivos médicos, entre outros. A expectativa é de o Sistema Único de Saúde (SUS) seja fortalecido.

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, destacou, durante a cerimônia de lançamento da NIB, o poder de compra do SUS, enquanto “grande indutor” da política industrial na área de saúde. “O cuidar das pessoas é forma de gerar emprego, renda e desenvolvimento”, disse ela em meio a elogios à estratégia de se criar um complexo econômico industrial da saúde no país.

O terceiro grupo de missões – bem-estar das pessoas nas cidades – envolve as áreas de infraestrutura, saneamento, moradia e mobilidade sustentáveis. Ele tem como metas reduzir em 20% o tempo de deslocamento das pessoas de casa para o trabalho. Atualmente esse tempo é, em média, de 4,8 horas semanais no país, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde do IBGE.

Além disso, pretende ampliar em 25 pontos percentuais a participação da produção brasileira na cadeia da indústria do transporte público sustentável. Atualmente, essa participação está em 59% da cadeia de ônibus elétricos, por exemplo.

“O foco, nesta missão, será principalmente em eletromobilidade, na cadeia produtiva da bateria e na indústria metroferroviária, além do investimento em construção civil digital e de baixo carbono”, informou o Planalto.

Transformação digital, bioeconomia e defesa

A transformação digital é o foco do quarto grupo de missões, e tem como meta tornar a indústria mais moderna e disruptiva. Atualmente, 23,5% das empresas industriais estão digitalizadas. A meta é ampliar para 90%, e triplicar a participação da produção nacional nos segmentos de novas tecnologias.

Serão priorizados investimentos na indústria 4.0 [quarta revolução industrial, que abrange inteligência artificial, robótica, internet das coisas e computação em nuvem] e no desenvolvimento de produtos digitais e na produção nacional de semicondutores, entre outros.

O quinto grupo de missões será focado na bioeconomia, descarbonização e transição e segurança energéticas.  A meta é ampliar em 50% a participação dos biocombustíveis na matriz energética de transportes. Atualmente os combustíveis verdes representam 21,4% dessa matriz.

O governo pretende reduzir em 30% a emissão de carbono da indústria nacional, que está em 107 milhões de toneladas de CO2 por trilhão de dólares produzido.

Já o sexto grupo de missões abrange a área da defesa. O plano pretende “alcançar autonomia na produção de 50% das tecnologias críticas de maneira a fortalecer a soberania nacional”. Para tanto, priorizará “ações voltadas ao desenvolvimento de energia nuclear, sistemas de comunicação e sensoriamento, de propulsão e veículos autônomos e remotamente controlados.”

R$ 300 bilhões para financiamentos

Caberá ao BNDES, à Finep e à Embrapii a gestão dos R$ 300 bilhões em financiamentos previstos até 2026. Esses valores serão disponibilizados por meio de “linhas específicas, não reembolsáveis ou reembolsáveis, e recursos por meio de mercado de capitais, em alinhamento aos objetivos e prioridades das missões para promover a neoindustrialização nacional.”

O Planalto enumerou os eixos de ações previstos no plano. O eixo Mais Produtividade ampliará a capacidade industrial, com aquisição de máquinas e equipamentos; o Mais Inovação e Digitalização, projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação; o Mais Verde terá projetos de sustentabilidade da indústria; e o Mais Exportação prevê incentivos para o acesso ao mercado internacional.

O governo explica que, do total de recursos, R$ 20 bilhões serão não-reembolsáveis (com o governo compartilhando com empresas custos e riscos de atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação), e que caberá à Finep lançar 11 chamadas públicas, no valor total de R$ 2,1 bilhões.

Serão 10 chamadas de fluxo contínuo para empresas e um edital voltado especificamente à Saúde em Institutos de Ciência e Tecnologia.

Segundo o presidente do BNDES, Aloízio Mercadante, as medidas anunciadas e as parcerias com o setor industrial ajudarão o país a avançar ainda mais economicamente.

“O Brasil é a 9ª economia do mundo, vai virar a 8ª e pode ser ainda mais do que isso. Mas sem a indústria nós não chegaremos lá. Então para sermos um país menos desigual, mais moderno e mais dinâmico, precisamos colocar a indústria no coração da estratégia. É o que estamos fazendo”, disse Mercadante.

Compras públicas

Durante a cerimônia, o presidente Lula assinou dois decretos visando o uso de compras públicas para estimular os setores considerados estratégicos para a indústria do país.

De acordo com o Planalto, o primeiro define as áreas que poderão ficar sujeitas a exigência de aquisição ou ter margem de preferência para produtos nacionais nas licitações do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

É o caso, por exemplo, das cadeias produtivas relacionadas a transição energética, economia de baixo carbono e mobilidade urbana. Ainda está para ser definido os produtos manufaturados e os serviços que ficarão sujeitos a este decreto. Essa definição será feita pela Comissão Interministerial de Inovações e Aquisições do PAC.

O segundo decreto assinado pelo presidente cria a Comissão Interministerial de Compras Públicas para o Desenvolvimento Sustentável e define os “critérios para a aplicação de margem de preferência” para produtos manufaturados e serviços nacionais e para bens reciclados, recicláveis ou biodegradáveis.

A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, lembrou que os países mais desenvolvidos só chegaram no atual patamar graças a investimentos pesados em pesquisas e inovação.

“Precisamos fazer contraponto a esse debate. O debate não é mais sobre tamanho do Estado, mas sobre o Estado necessário para induzir o desenvolvimento nacional. Esta é uma premissa que cada vez mais a história e o mundo revelam ser verdadeira. E precisamos garantir isso, porque inovação é risco, e risco tecnológico pressupõe papel decisivo do Estado enquanto indutor”, argumentou a ministra.

CNI

Vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria e presidente do Conselho de Política Industrial e Desenvolvimento Tecnológico, Leonardo de Castro disse que o dia de hoje, com o anúncio do plano de ações, “pode entrar para a história, com uma política moderna que redefine escolhas para um desenvolvimento sustentável”.

Segundo Castro, “há sinais claros de mudanças” positivas para o país. “O cenário é positivo, com a retomada da política industrial e com várias medidas tomadas para o fortalecimento da indústria nacional”, disse.

“Sabemos que este é um plano em construção, e que ele só terá sucesso quando construído com intensa participação dos setores envolvidos. O setor empresarial precisa contribuir, e a CNI reafirma seu compromisso com a retomada da política industrial do país”, acrescentou.

Lucas Koo fica em nono lugar na patinação velocidade na Coreia do Sul

Na madrugada deste domingo (21), o brasileiro Lucas Koo conseguiu um resultado de destaque na patinação velocidade em pista curta, nos Jogos Olímpicos de Inverno da Juventude, em Gangwon, na Coreia do Sul. Ele terminou a prova dos 1.000 metros na nona colocação.

Considerando apenas a posição final, este é o terceiro melhor desempenho de um atleta brasileiro em uma edição de Jogos de Inverno da Juventude. Koo só ficou atrás de Zion Bethonico – dono da primeira medalha do Brasil na história, conquistada na véspera – e de Marley Linhares, que foi o oitavo colocado no monobob nos Jogos de 2016, em Lillehammer, na Noruega.

O brasileiro, que terminou em 21º na prova dos 1.500 metros, no sábado, poderia ter chegado ainda mais longe. Primeiro, ele esteve perto de alcançar a final quando disputava a segunda posição na semi, mas acabou tendo uma queda e perdendo a chance. Posteriormente, na Final B, disputa que define as colocações um pouco mais abaixo do pódio, ele venceu a bateria, o que lhe daria o 6º lugar. Porém, sofreu uma punição na briga por posição nos momentos decisivos e caiu para o nono lugar.

Lucas Koo tem mais uma chance de melhorar o próprio currículo e o do Brasil nestes Jogos de Inverno da Juventude de 2024. Na madrugada desta segunda-feira (22), às 3h no horário de Brasília, ele participa da prova dos 500 metros.

Seleção mista de curling sofre mais duas derrotas

Neste domingo, a seleção brasileira mista de curling teve mais dois compromissos para tentar superar o revés na estreia para a Coreia do Sul. No entanto, a equipe formada por Pedro Ribeiro, Julia Gentile, Guilherme Melo e Rafaela Ladeira acabou sendo derrotada em ambos: primeiro, 14 a 0 para o Canadá e, mais tarde ,14 a 1 para a Dinamarca.

Com os resultados, o Brasil está na oitava e última posição do Grupo B.

Zion ganha medalha inédita em Jogos Olímpicos de Inverno

Depois da primeira manhã de disputas em Gangwon, na Coreia do Sul, neste sábado (20), o Brasil agora tem motivos para lembrar com carinho dos Jogos Olímpicos de Inverno da Juventude de 2024.

O catarinense Zion Bethonico (foto), de 17 anos, terminou em terceiro lugar na prova do snowboard cross e conquistou a primeira medalha do país na história das Olimpíadas de Inverno – sejam adultas ou para jovens.

“Finalmente, uma medalha da qual eu posso me orgulhar. O plano é continuar com foco, seguir competindo forte e agora pegar um ouro nos Jogos Olímpicos adultos”, disse Zion, em declaração dada ao site do Comitê Olímpico Brasileiro (COB).

Na primeira fase da competição, o brasileiro realizou cinco descidas. Ao fim da etapa classificatória, ele tinha a quinta melhor somatória de pontos. Na fase seguinte, ele desceu ao lado de outros três competidores, terminando em segundo e avançando à final. Na decisão, ficou atrás apenas do francês Jonas Chollet (ouro) e do canadense Anthony Shelly (prata).

Dedicatória

Zion dedicou o resultado ao irmão, Noah, que esteve ao lado dele durante a competição e inclusive participou dos Jogos de Inverno da Juventude de Lausanne, em 2020, também no snowboard cross.

“Durante a competição, depois de todas as minhas descidas, ele subiu comigo na gôndola fazendo uma revisão do percurso, procurando me ajudar a melhorar a cada nova bateria. Essa medalha é para ele que é quem sempre esteve mais próximo”, afirmou Zion.

“Finalmente uma medalha que eu realmente me orgulho” – BETHONICO, Zion.

O craque falou sobre a alegria de conquistar o 🥉 para o 🇧🇷 e contou qual foi seu diferencial na disputa.

Confere aí 👇 pic.twitter.com/SKl8qkHuPu

— Time Brasil (@timebrasil) January 20, 2024

O sábado reservou outras estreias para brasileiros em Gangwon. No curling, a equipe do Brasil foi derrotada pela Coreia do Sul. Ainda restam mais seis jogos para o time.

Na patinação velocidade – pista curta – Lucas Koo chegou à semifinal, terminando na 21ª posição.

Já no biatlo – que une esqui e tiro esportivo – Mariana Silva acabou em 93º.

Ensaios técnicos levam emoção do público às escolas de samba do Rio

O sentimento do público nos ensaios técnicos das escolas do Grupo Especial do Rio de Janeiro tem relação direta com seu envolvimento em cada agremiação que se apresenta no Sambódromo na preparação para os desfiles oficiais durante o carnaval. Este ano, a primeira a comprovar isso foi a Unidos do Porto da Pedra, que teve a responsabilidade de abrir no domingo (7) os ensaios técnicos de 2024 e levou para as arquibancadas o seu público fiel.

Como campeã em 2023 do grupo da Série Ouro, a escola de São Gonçalo, região metropolitana do Rio, conquistou o direito de voltar ao palco da Sapucaí nos desfiles da elite do carnaval carioca.

Para o carnavalesco Mauro Quintaes, que está à frente do enredo O Lunário Perpétuo: A Profética do Saber Popular, da vermelho e branco para 2024, o apronto da Porto da Pedra neste ano agradou e mostrou o envolvimento da comunidade de São Gonçalo.

“O desfile da Porto da Pedra foi muito gratificante porque trouxe a visão de que realmente escolhemos o samba certo. Trouxe a visão de que realmente a comunidade de São Gonçalo está com o samba na ponta da língua e canta com muita paixão. O resultado foi muito positivo nos quesitos técnicos e o ensaio, satisfatório não só para mim, como artista e carnavalesco, mas também para toda a direção da escola”, disse Quintaes à Agência Brasil.

Segundo o carnavalesco, o ensaio técnico representa treino, coordenação, acerto de erros, surpresas e serve para que a direção da escola e os componentes tenham uma pequena noção do que vai ser feito na avenida, principalmente em termos de cronometragem, e as apresentações da comissão de frente e casal de mestre-sala e porta-bandeira, além da bateria.

Quintaes disse que é fã do ensaio técnico, que considera muito necessário. Para ele, seria melhor haver mais ensaios técnicos durante o ano. “O ideal seria mais de um, mas, na impossibilidade, este nosso ensaio único foi maravilhoso. A Porto da Pedra está preparadíssima. Peço que olhem e curtam o desfile da Porto da Pedra com o enredo O Lunário Perpétuo: A Profética do Saber Popular”, recomendou animado.

Em 1992, Selminha Sorriso formou com Claudinho o casal de mestre-sala e porta-bandeira Estácio de Sá. E foram campeões logo na estreia. Em 1996 transferiram-se para a Beija-Flor, onde estão até hoje e com nove campeonatos da azul e branco de Nilópolis. Embora veja um aumento de rigidez na estrutura dos ensaios técnicos com o passar dos anos, Selminha afirmou que o envolvimento do público permanece.

“É um povo que interage mais. São pessoas que, na maioria, não têm oportunidade de ir ao desfile oficial e que ficam esperando os ensaios para ter um entretenimento, uma alegria, um momento de passear. É gratuito e tem segurança, tem amor. Quem gosta de samba mesmo, gosta muito de ir ao ensaio técnico. As comunidades vão em peso. Quem é do morro desce o morro, quem é da Baixada vai para o centro [onde se localiza o Sambódromo]. É uma coisa muito mágica”, disse à Agência Brasil.

Foi o envolvimento do público que deu força à experiente porta-bandeira em um momento de dificuldade que passou em 2015. “Já tive a situação do ensaio técnico mudar a minha história. O público gritar e ovacionar a Selminha em um momento em que eu precisava mesmo de carinho. Acho que a dança contagiou e eles diziam: ‘esta é a Selminha’, gritavam o meu nome. É maravilhoso, eu me emociono sempre. Foi muito importante. Aquele momento fez muita diferença na minha carreira“, lembrou Selminha. “O ensaio técnico é um momento de congraçamento das pessoas simples de comunidades que vão ali reverenciar os seus ídolos.”

Bateria

Bateria da Mocidade Independente de Padre Miguel faz ensaio técnico para o carnaval – Alexandre Macieira/Riotur

A rigidez da organização dos ensaios contrasta com a descontração do público despertada pela bateria das escolas. A entrada dos ritmistas na avenida sempre provoca empolgação nas arquibancadas. A interação do público com os ritmistas é evidente. “A sensação é de que você pode colaborar para a alegria do povo. Isso é muito bacana. Eu gosto muito, porque ali está o verdadeiro samba. Aquele público que está ali não vai ao desfile oficial e se emociona com a gente”, ressaltou Mestre Ciça, diretor de bateria da Viradouro, em entrevista à Agência Brasil.

Para o jornalista Fábio Fabato, historiador e autor da sinopse do enredo Pede Caju que Dou… Pé de Caju que Dá!, da Mocidade Independente de Padre Miguel em 2024, o envolvimento ocorre porque tem a presença do público de fato das escolas de samba, que vive as agremiações o ano inteiro e não tem dinheiro para pagar o ingresso dos desfiles oficiais.

“É um espetáculo muito mais quente e voltado às escolas de samba no ano inteiro. O público que vai para o Sambódromo, que tem dinheiro para pagar, não é o público das escolas de samba. Por isso, temos uma certa diferença de comportamento no ensaio técnico e no desfile oficial. O público do ensaio técnico canta o samba sabendo a letra, fica muito mais envolvido, porque há uma questão passional mesmo. Ele está ali porque ama escola de samba. É uma sensação completamente diferente, é única e mágica porque consegue uma aclamação popular natural”, disse Fabato em entrevista à reportagem.

Segundo Fabato, o público canta até sem sistema de som. “O público levou no gogó o samba da Mocidade, ou seja, era o público dela e apaixonado por ela, que consome as suas informações o ano inteiro”, concluiu.

No mesmo dia do ensaio técnico da Porto da Pedra, a Mocidade enfrentou falhas no carro de som usado pela organização. Depois de reclamação da escola, em reunião plenária, a Liga das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa) determinou que haveria outra data para a escola fazer seu ensaio técnico. A apresentação será neste domingo (21) às 18h30, antecedendo os ensaios da Paraíso do Tuiuti, às 20h30; e do Salgueiro, às 22h. Pelo menos, é o que está previsto, caso os ensaios não sejam suspensos por causa da chuva, o que já ocorreu no fim de semana anterior.

Mudanças

No tempo que tem de avenida, Selminha pôde perceber as alterações que ocorreram nos ensaios técnicos. “Nós podíamos ir e voltar, parar para corrigir, conversar. Hoje, não. A cobrança é maior até pela rede social. Com um telefone à mão, todo mundo é jurado e jornalista e quer dar o seu pitaco. Tinha um tempo em que você podia fazer correções e testar o que ensaiava o ano inteiro para, no dia, fazer o melhor possível. Agora os ensaios têm uma certa cobrança e parece até que viraram uma disputa, e na verdade era para se preparar um pouco mais”, enfatizou.

Experiente no carnaval, Mestre Ciça apontou também o espírito de competição que existe atualmente no formato dos ensaios técnicos. “Hoje em dia, o ensaio técnico do carnaval virou uma competição – esta é minha opinião. Hoje não pode nem errar no ensaio técnico porque as pessoas se batem pela internet e pelas redes sociais. Na realidade, estamos fazendo um desfile em que só faltam alegoria e fantasia. A cobrança é muito grande, e as pessoas rotulam como ensaio técnico”, disse o mestre premiado, que já comandou também baterias na Estácio de Sá, Unidos da Tijuca, Grande Rio, União da Ilha.

Para o presidente da Liesa, Jorge Perlingeiro, as transformações ocorridas representam um avanço nos ensaios técnicos. “Até uns seis, sete anos atrás, os componentes do ensaio técnico iam até descalços, com um calção de cada cor. Hoje o ensaio técnico vem com fantasias, camisetas alusivas ao enredo. No lugar das alegorias, colocam caminhões grandes com painéis de led falando sobre o enredo, enfim, com todo um aparato. O ensaio técnico hoje é um belíssimo espetáculo”, afirmou Perlingeiro em entrevista à Agência Brasil.

Ele adiantou que está estudando uma forma de patrocínio para cobrir parte dos gastos com o deslocamento dos componentes das escolas para o Sambódromo e para bancar o custo dos carros de som usados nos ensaios técnicos. “Já há um projeto para que a gente faça o nosso carro de som”, revelou Perlingeiro, lembrando que atualmente o serviço é prestado por uma das três melhores empresas do mundo em sonorização, com um custo muito elevado. Ele não revelou, porém, o valor.

Detidos em ato do Passe Livre são indiciados

A Polícia Civil de São Paulo indiciou os manifestantes detidos na quinta-feira (18), no ato do Movimento Passe Livre (MPL), na capital paulista, pelo crime de tentar abolir o Estado Democrático de Direito, a mesma tipificação criminal imposta contra os participantes dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, em Brasília.  

Na manifestação, na Praça da República, no centro de São Paulo, foram presos quatro homens, de 22, 23, 25 e 19 anos de idade, e uma mulher, de 18 anos de idade. Eles foram indiciados ainda por associação criminosa. Um menor de 16 anos foi apreendido e entregue aos responsáveis mediante assinatura de termo de compromisso para apresentação à Justiça.

Os cinco adultos foram liberados provisoriamente, após passarem por audiência de custódia nesta sexta-feira (19), mediante pagamento de fiança de R$ 1 mil, e proibidos de deixarem a Comarca de São Paulo por mais de 8 dias sem autorização da Justiça.

“O juiz da audiência de custódia considerou que a prisão em flagrante foi legal, ou seja, de que há indícios de tentativa de abolição do estado democrático de direito e associação criminosa. Evidentemente isso é um absurdo”, disse Jorge Ferreira, um dos advogados que participou da defesa dos detidos. A Defensoria Pública do Estado de São Paulo também participou da defesa.

Ferreira ressaltou que as prisões foram totalmente ilegais, com abordagens sem motivação, de forma discriminatória, a depender das características das pessoas.  “Também é impossível falar de associação criminosa. Os manifestantes sequer se conheciam, foram abordados em momentos distintos e sem nenhuma intenção de cometer crimes”.

A manifestação de quinta-feira foi acompanhada por um forte efetivo policial, com a presença da Tropa de Choque, da Força Tática e do Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep). Antes mesmo do início do ato, policiais realizaram prisões dentro da estação República do metrô. Um jovem detido teve o pescoço apertado contra o chão pelos agentes do Baep, que utilizavam balaclava, o que impossibilita a identificação de seus rostos.

“Não podemos aceitar essa criminalização da luta social. Não podemos aceitar que manifestantes sejam submetidos a todo um processo criminal, e ao estigma que isso tem, especialmente para quem mora na periferia, somente por estarem lutando contra o aumento da tarifa”, reclamou o advogado dos detidos.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo disse que a polícia atuou de modo preventivo, “visando evitar danos ao patrimônio e a pessoas”.

“Durante o ato, os PMs abordaram os indiciados que estavam com mochilas, sendo realizado averiguação. Com os indiciados, foi localizado e apreendido três facas, duas tesouras, um estilete, além de explosivos plásticos, baterias e escudos. Os celulares dos indiciados também foram apreendidos”,informou a Secretaria de Segurança.

Após arrecadar alimentos, Boitatá retoma campanha para carnaval

A campanha de financiamento coletivo do Grupo Cultural Cordão do Boitatá para o carnaval deste ano deu uma parada visando arrecadar alimentos que serão distribuídos a uma instituição em São João de Meriti, no estado do Rio de Janeiro, para desabrigados pelas fortes chuvas que assolaram a região no último fim de semana.

“A gente conseguiu uma boa quantidade de alimentos arrecadados”, disse, nesta terça-feira (16), à Agência Brasil, o diretor musical do bloco, Kiko Horta. Agora, a campanha para o carnaval será retomada.

Horta acredita que a meta de financiamento – R$ 120 mil – será alcançada. “Acho que consegue chegar, sim. A campanha agora vai engrenar. Isso aconteceu também em outros anos. As pessoas vão tomando pé, vão compartilhando, vão ajudando”, afirmou. Na próxima segunda-feira (22), haverá o lançamento da camiseta do carnaval do Boitatá 2024.

Comemorações

Este ano, o Cordão do Boitatá comemora 28 anos de cortejo acústico pelas ruas da cidade e 18 anos do Baile Multicultural, que ocorre no domingo de carnaval, na Praça XV. Neste carnaval, ele será realizado no dia 11 de fevereiro. Este ano, a folia será nos dias 10 (sábado), 11, 12 e 13.

Já o cortejo está marcado para 4 de fevereiro, com saída às 8h da Rua da Assembleia, seguindo pela Rua da Carioca, onde haverá uma parada para homenagear Chiquinha Gonzaga e Anacleto de Medeiros, terminando na Praça Tiradentes, por volta das 12h.

Para o desfile deste carnaval, foram feitos três novos estandartes em homenagem ao ativista quilombola Nego Bispo, do Piauí; à maestrina e compositora Chiquinha Gonzaga; e ao diretor teatral José Celso Martinez Corrêa.

No dia 2 de fevereiro, o bloco vai lançar um disco de inéditas, intitulado Dos pés à cabeça. São músicas autorais de integrantes do Cordão, em parceria com Hermínio Bello de Carvalho (produtor musical), Vidal Assis (compositor e violonista), Marquinhos de Oswaldo Cruz (cantor e compositor), com Lazir Sinval (compositora do Jongo da Serrinha) e músicas inéditas de Eduardo Neves (instrumental, compositor e flautista), e de Manu da Cuíca (compositora e percussionista) e de Marina Iris (compositora).

Legado e transformação

O bloco tem como tema este ano Legado, Movimento e Transformação. “Tem a ver com a história do Cordão, com o legado que a gente recebeu do carnaval do Rio de Janeiro, do carnaval brasileiro; o legado que a gente participa, que ajuda a criar; legado que a gente deixa para a cidade, para as novas gerações”.

O Cordão do Boitatá tem novas gerações tocando na bateria e nos sopros. “Tem cerca de dez adolescentes da comunidade da Serrinha tocando com a gente. Tem pessoas que começaram a tocar com 15 anos, hoje têm 30 anos e já têm seus próprios blocos. O filho do trompetista Naílson Simões participava dos ensaios quando criança, na Rua do Mercado; hoje, é um dos trompetistas da orquestra. Isso é legado”. Naílson Simões foi quem trouxe os arranjos de frevo que o Boitatá toca.

Cordão do Boitatá levará alegria e cores às ruas do Rio.  foto – Micael Hocherman/Divulgação

Dinamismo

Kiko Horta salientou, ainda, o legado que cada bloco de carnaval deixa para a cidade. “Porque a forma que a gente brinca na rua está criando uma memória da forma de brincar que vai influenciar outras gerações. A gente tem falado muito disso e, também, do movimento de transformação que o carnaval promove. Carnaval é movimento. Ele é dinâmico. Não tem um carnaval igual ao outro. E esse movimento pode gerar transformação”, disse Horta.

Ele salientou a importância de sempre se refletir sobre como os lucros gerados pela festa são revertidos para a cidade, para as comunidades e para os coletivos culturais. “Essa é uma pauta importante para o carnaval de rua. É muito dinheiro que é gerado. Mas esse dinheiro volta pouco para a cidade em forma de benefícios, de projetos culturais, educacionais, projetos de estruturação de ações em comunidades. O carnaval pode ter esse foco também”, indicou.

A organização do cortejo do Cordão do Boitatá, contando com orquestra, ala das baianas, ala dos estandartes, ala de pernas de pau e equipe de produção, reúne em torno de trezentas pessoas. De acordo com estimativa de órgãos policiais, o cortejo atrai cerca de 25 mil pessoas, enquanto no Baile Multicultural os foliões são aproximadamente 70 mil.

Ciclone Belal deixa ilhas Reunião e Maurício em alerta

14 de janeiro de 2023

 

Belal em 13 de janeiro

O ciclone tropical Belal (fenômeno conhecido como furacão nos Estados Unidos e tufão na Ásia quando os ventos sustentados passam de 120 km/h) está deixando as ilhas Reunião e Maurício em alerta, enquanto se aproxima pelo noroeste. Este é o segundo ciclone da temporada de ciclones no Índico Sudoeste de 2023-2024 a chegar ao sudeste da África este ano, após Álvaro se formar no Canal de Moçambique e rumar para leste, atingindo Madagascar em 1º de janeiro passado como uma tempestade tropical.

O sistema deve passar entre as duas ilhas nas próximas 24-48 horas com ventos sustentados que podem chegar a 200 km/h e rajadas de cerca de cerca de 250. Os ventos equivalem a um furacão de categoria 3, mas devem alcançar a costa dos dois países com intensidade bem menor, com rajadas de 90-110 km/h.

Além de ventos fortes, como é comum com estes sistemas, também haverá agitação marítima e chuvas fortes. “Os acumulados serão muito significativos, pelo menos 100 a 200 mm em 24 horas nas zonas baixas e até 500 a 1000 mm em 24 horas nas zonas altas”, avisa o Meteo France Reunião.

Alerta máximo em Reunião

“Devemos preparar-nos seriamente para a possibilidade de o ciclone passar o mais próximo possível e o alerta vermelho ser acionado”, anunciou o prefeito de Reunião. Não está totalmente descartado que o sistema toque terra no norte-nordeste do pequeno território francês.

Por ora um alerta laranja está em vigor. Segundo este aviso, é necessário preparar a casa, protegendo janelas e guardando objetos que possam voar com o vento. Também é necessário fazer um estoque de comida e água e carregar baterias para caso de falta de energia, além de preparar o cômodo mais seguro da casa. As pessoas estão sendo incentivadas a ficar em casa. “A partir deste fim de semana o tempo irá piorar, assim evite sair se as condições climáticas piorarem”, diz o comunicado, ainda enfatizando que “o nível de alerta vermelho ‘ficar confinado’ será acionado consoante a evolução da situação”.

Um ciclone tropical de categoria 3, 4 ou 5 é considerado um superciclone (superfuracão).