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Palmas amplia vacinação contra a dengue

A partir da próxima segunda-feira (6), crianças a partir de 6 anos, pessoas de 15 a 59 anos com comorbidades e a população em situação de rua também poderão ser imunizadas contra a dengue. Até então, apenas crianças e adolescentes de 10 a 14 anos estavam recebendo a dose.

Em nota, a secretaria informou que a imunização será feita das 8h às 18h em todas as unidades de saúde de Palmas.  No ato da vacinação, é preciso apresentar o cartão de vacina e, nos casos de pacientes com comorbidades, comprovar a existência do agravo por meio de laudo ou de consulta ao sistema de saúde que conste o acompanhamento do paciente.

As comorbidades relacionadas pela pasta, no caso de pessoas de 15 a 59 anos, incluem doenças crônicas neurológicas, cardiopáticas, hepáticas e renais; síndromes como a síndrome de Down; e diabetes mellitus. Gestantes e pessoas imunodeprimidas não podem receber o imunizante.

Dados

Até o momento, das 9.082 doses enviadas pelo Ministério da Saúde à capital do Tocantins, 3.425 foram aplicadas. O número corresponde a 37,7% do quantitativo recebido, restando 5.637 doses, que serão destinadas à ampliação do público-alvo.

A partir do final de maio, será feita a aplicação da segunda dose dos primeiros imunizados em Palmas, já que o esquema vacinal é composto por duas aplicações com intervalo de três meses entre elas.

Lula pedirá ao Japão acesso ao mercado de carne bovina do país

Transição energética, proteção da Amazônia, recuperação do Cerrado degradado e o acesso do Brasil ao bilionário mercado japonês de carne bovina estão entre os temas que serão discutidos entre o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta sexta-feira (3), em Brasília.

O governo brasileiro deve aproveitar a visita do chefe do governo japonês, a primeira desde 2014, para estreitar as relações políticas, ambientais e econômicas, o que inclui a histórica reinvindicação para o Brasil participar do mercado de carne bovina do Japão.  

 “O presidente Lula mencionará essa intenção de diversificarmos as trocas comerciais e eu acho que um grande objetivo é obtermos acesso ao mercado japonês para a nossa carne bovina e a ampliação do acesso à carne suína, a qual, por ora, apenas Santa Catarina está habilitada [a exportar para o Japão]”, destacou o embaixador Eduardo Paes Saboia, secretário de Ásia e Pacífico do Ministério das Relações Exteriores (MRE).

De acordo com o Itamaraty, o Japão importa cerca de 70% da carne bovina que consome, o que representa de US$ 3 a US$ 4 bilhões do ano. Desse total, 80% são importados dos Estados Unidos e da Austrália, históricos aliados do país asiático. O MRE conta que, desde 2005, o Brasil tenta, sem sucesso, entrar no mercado japonês de carne bovina.

“Hoje a condição sanitária brasileira é muito melhor do que a de 2005. Inclusive, em matéria de reconhecimento de áreas livres de febre aftosa sem vacinação. Então, essa condição precisa ser reconhecida porque o Brasil exporta para mais de 90 mercados de carne bovina”, completou o embaixador.

Etanol

Outra demanda do Brasil é a ampliação da participação do etanol brasileiro no Japão.  De acordo com o embaixador Saboia, o etanol brasileiro é melhor que o de outros fornecedores do Japão, como os Estados Unidos.

“Todas as medições objetivas e científicas atribuem ao etanol brasileiro, inclusive o etanol de milho, uma eficiência energética maior que de outros fornecedores” comentou.

Ainda segundo o Itamaraty, o Brasil deve solicitar ao Japão que participe dos investimentos na chamada neoindustrialização brasileira, programa do governo federal criado para aumentar a participação da Indústria na economia, e também no novo PAC [Programa de Aceleração do Crescimento], programa de infraestrutura que depende de investimentos privados.

O primeiro ministro Kishida será recebido pelo presidente Lula nesta sexta, às 9h30, no Palácio do Planalto. Ele vem acompanhado por uma comitiva de 35 líderes empresariais japoneses. Em Brasília, estão previstas assinaturas de acordos nas áreas de cibersegurança, ciência e tecnologia, industrial e de cooperação em agricultura e meio ambiente.

Após o almoço no Itamaraty, o chefe do governo do Japão segue para o Paraguai. No sábado, Fumio Kishida retorna ao Brasil para uma agenda com empresários e a comunidade japonesa em São Paulo, que deve contar com a presença do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviço, Geraldo Alckmin.

Questões ambientais

O governo brasileiro acredita que o Brasil pode ajudar o Japão em sua transição energética. A ideia é que o país asiático invista em energia renovável no Brasil para que o país possa exportar energia limpa para o Japão.

“80% ou mais da energia consumida no Japão é importada e, boa parte dela, é de fontes não renováveis. Então, o Japão também possui capacidade de investir, de apostar na ampliação da energia renovável no Brasil, para que nós possamos também ampliar a nossa vocação de potência de energia renovável”, destacou Eduardo Paes Saboia, secretário do Itamaraty para Ásia e Pacífico.

Além disso, um acordo entre Brasil e Japão deve ser assinado para o país asiático financiar o programa brasileiro de recuperação de áreas degradadas do Cerrado. Outro tema será o investimento para o Fundo Amazônia, que desenvolve projetos para proteção do bioma. O Japão foi o primeiro país asiático a investir no Fundo com um total de U$S 14 milhões. “Mas nós queremos mais, eu acho que é muito pouco”, comentou Saboia.

Geopolítica

O representante do MRE destacou ainda que o governo brasileiro deve aproveitar a visita do primeiro ministro japonês para reforçar as agendas políticas comuns aos dois países, como o pleito para reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU).

“São também países que têm essa aspiração de ocuparem um assento permanente no Conselho de Segurança ampliado e há valores comuns que serão objeto das conversas entre os dois líderes”, disse Saboia.

O embaixador acrescentou que todos os grandes temas internacionais podem estar na mesa de discussão, uma vez que Brasil e Japão são membros do G20, grupo das 20 maiores econômicas do mundo, incluindo a União Europeia e a União Africana.

Financiamento climático para enfrentar as mudanças do clima, combate global à fome e as guerras em curso estão entre os temas possíveis de discussão. “Engajar o Japão na aliança global no combate à fome é algo que certamente estará entre os chamados do lado brasileiro à parte japonesa”, completou.

Relações históricas

O Japão é o segundo principal parceiro comercial do Brasil na Ásia, atrás apenas da China, e o 9º principal parceiro comercial do Brasil no mundo. O fluxo comercial entre os dois países é de US$ 11,7 bilhões, com superávit brasileiro de US$ 1,4 bilhão. O Japão ocupa a posição de 8º maior investidor externo no Brasil, com estoque de cerca de US$ 28,5 bilhões.

O Brasil exporta, principalmente, ferro, frango, café, alumínio e milho e importa do Japão, principalmente, produtos manufaturados, como autopeças, compostos químicos, instrumentos de medição e circuitos integrados.

O Brasil ainda tem a maior população nipodescendente fora do Japão, estimada em mais de dois milhões de pessoas. Já o Japão abriga a 5ª maior comunidade brasileira no exterior, com cerca de 221 mil nacionais.  

Evento do G20 em São Paulo debate informação como bem público

Autoridades brasileiras e estrangeiras se reuniram nesta quarta-feira (1º), em São Paulo, para discutir a importância de ações que fortaleçam o acesso à informação de qualidade como um bem público. Promovido pelo Grupo de Trabalho de Economia Digital do G20 (grupo das 20 maiores economias do planeta, mais União Europeia e União Africana), o seminário sobre integridade da informação contou com a presença de representantes de cerca de 50 países e abordou temas como o enfrentamento à desinformação e aos discursos de ódio, principalmente no ambiente digital.

“As pessoas sempre tiveram discursos de ódio, sempre mentiram, sempre espalharam maledicências, mas [a atual] escala global e nível de sofisticação [com que estes conteúdos são disseminados] é preocupante”, declarou a subsecretária-geral de Comunicações Globais da Organização das Nações Unidas (ONU), Melissa Fleming, na abertura do evento.

Responsável por supervisionar as operações de comunicações estratégicas da ONU, incluindo os serviços de notícias e mídia digital, Melissa comentou que a própria organização composta por 193 Estados-Membros é alvo de campanhas organizadas de desinformação. Para a subsecretária, a divulgação de desinformação e discursos de ódio ameaça as instituições públicas e a democracia em todo o mundo, principalmente em um contexto de crescente uso de ferramentas de inteligência artificial.

“Podemos dizer que é um momento de grande ansiedade. Alguns, inclusive, podem dizer que este é um momento temeroso […] Na minha perspectiva, estamos vendo ameaças em todos os cantos do mundo […] Estamos preocupados pois sabemos que a inteligência artificial tem alimentado algoritmos projetados para atrair a atenção de usuários e amplificar postagens que geram ódio e conteúdos racistas, xenofóbicos e antissemitas, por exemplo. Ao mesmo tempo, esses mesmos algoritmos frequentemente limitam o alcance das informações verdadeiras”, comentou Melissa, defendendo o direito de as pessoas obterem informações confiáveis.

“Falamos muito sobre a informação digital porque o ambiente digital, de fato, gera grande parte das toxinas dos nossos sistemas [de informação] e navegar neste ambiente tóxico e polarizado é extremamente difícil, mas precisamos de um ecossistema saudável por inteiro. Estamos especialmente preocupados com o impacto [das campanhas de desinformação] nos processos democráticos. Bilhões de eleitores irão às urnas este ano, em mais de 60 países. Eles tomarão decisões importantes não só para seus futuros, mas que, em um mundo interconectado, importam a todos”, acrescentou Melissa, conclamando todos a conhecerem os princípios que a ONU vem recomendando que os Estados-Membros adotem como forma de aprimorarem suas iniciativas em defesa da integridade da informação. “Temos esperança de que eles sirvam como guias para os países-membros na construção de regulamentações nacionais”, destacou.

Bem público

O diretor-geral adjunto de Comunicação e Informação da Organização da ONU para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Tawfik Jelassi, também comentou a importância de o acesso a informações de qualidade ser tratado como um bem público.

“Esse conceito da informação como um bem público já foi endossado pela Unesco e seus Estados-Membros. É isso que precisamos promover e proteger, pois não queremos informações que representem uma ameaça pública. A questão é como transformar essa ideia em ações concretas”, disse Jelassi, acrescentando que a Unesco aprovou uma série de sugestões para a efetiva governança das plataformas digitais.

“Sabemos que as plataformas e as mídias sociais criaram oportunidades para democratizar o acesso [da população global às informações e ao conhecimento], mas também sabemos os inúmeros desafios e riscos que elas trazem consigo”, comentou o diretor-geral da Unesco, endossando a preocupação de Melissa Fleming com o eventual impacto do uso indevido da inteligência artificial durante o processo eleitoral.

“Sabemos que, este ano, cerca de 2,6 bilhões de eleitores de diversos países irão às urnas votar. Tememos o risco da desinformação, da [divulgação de] informações erradas que influenciam [a decisão dos] eleitores, isso quando não os impedem de participar de um processo democrático. Obviamente, o resultado destas eleições vão moldar o mundo de amanhã. E serão um teste global para a democracia e para as liberdades de expressão e de acesso à informação em todo o mundo”, afirmou Jelassi.

Brasil

O ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, destacou algumas das ações que o governo brasileiro vem implementado, como a estratégia nacional de educação midiática. Nesta quarta-feira, a Secom lançou o primeiro vídeo da campanha contra a desinformação e o discurso de ódio na internet.

“Acreditamos que a integridade da informação depende do fortalecimento do jornalismo público, comunitário e privado. Estamos trabalhando na expansão da rede nacional de comunicação pública, em parceria com as universidades e institutos federais, o que vai triplicar a rede de rádios e pode duplicar as emissoras de televisão. Ampliamos os mecanismos de sustentabilidade de emissoras comunitárias e estamos caminhando para fortalecer a sustentabilidade de produtores de conteúdo jornalístico”, disse Pimenta.

“Além disso, entendemos que é fundamental avançar na regulamentação democrática das plataformas digitais. O modelo de negócios das empresas favorece a disseminação da desinformação e do discurso de ódio. As plataformas precisam ter mais responsabilidade para garantir que o ambiente digital não seja usado para a disseminação de conteúdos ilegais”, acrescentou o ministro, defendendo que a regulação deve ser “equilibrada para promover a liberdade de expressão e, ao mesmo tempo, proteger outros direitos fundamentais para os cidadãos”.

Paulo Pimenta também destacou que esta foi a primeira vez que o tema da integridade da informação foi pautado em um evento do G20, que este ano está sendo presidido pelo Brasil. “Este é um reconhecimento de que os impactos da desinformação e dos discursos de ódio são enormes”, avaliou.

Polícia Federal recupera livro histórico furtado de museu paraense

Uma obra literária furtada em 2008 do Museu Emílio Goeldi, em Belém, no Pará, foi recuperada nesta quarta-feira (01) pela Polícia Federal. O livro “Simiarum et vespertilionum Brasiliensium species novae”, de 1823, do zoólogo alemão Johann Baptist von Spix, estava em Londres, no Reino Unido. De acordo com nota da PF, a investigação sobre o furto contou com trabalho de cooperação policial internacional e colaboração da Polícia Metropolitana de Londres (Scotland Yard), por intermédio de sua Unidade de Artes e Antiguidades.

A obra de Johann Baptist von Spix é um dos exemplares de uma coletânea produzida pelo autor sobre a fauna e a flora brasileiras, com foco predominante em macacos. Três servidores do Museu Emílio Goeldi foram denunciados por peculato culposo em 2011, em decorrência das investigações.

Em dezembro de 2023, a obra a “Reise in Chile und auf dem Amazonstrome”, do naturalista suíço Eduard Friedrich Poeppig, foi recuperada na Argentina, em ação de cooperação jurídica com o país vizinho. Em março deste ano, a obra holandesa intitulada “De India utriusque re naturali et medica”, de Guilherme Piso, também foi recuperada em Londres. Ambas também foram furtadas do Museu Emílio Goeldi.

“A repatriação das obras literárias representa um marco fundamental para o Brasil, demonstrando um compromisso renovado com a preservação do patrimônio cultural e estabelecendo um precedente essencial para a recuperação de elementos históricos”, ressaltou, em nota, a Polícia Federal.

Johann Baptist von Spix – Domínio Público

 

Expedição

Nascido em 1781, na cidade de Höchstadt an der Aisch, território do Reino da Baviera entre 1805 e 1918, Johann Baptist von Spix ingressou na Escola Episcopal de Bamberg, aos 11 anos, e logo no ano seguinte foi transferido para o Seminário Episcopal da cidade. Aos 19, já era doutor em filosofia e logo um famoso filósofo da natureza. Também se formou doutor em medicina, no ano de 1807, e em 1810, foi contratado pela Academia Real de Ciências para organizar o museu de zoologia, em Munique.

Johann Baptist von Spix – Domínio Público

A experiência e o renome definiram a escolha de Spix para coordenar as pesquisas que integrariam a comitiva da arquiduquesa austríaca Leopoldina, em viagem ao Brasil. A missão, conhecida por Austro-Bávara, buscava uma integração dos países da região europeia da futura esposa do príncipe herdeiro D. Pedro I, com a então colônia portuguesa.

Foram três anos (1817-1820) de viagem desde o Rio de Janeiro até a fronteira do Amazonas com a Colômbia, 10 mil quilômetros percorridos por sete estados, 3.381 espécies de animais brasileiros catalogadas, documentação de línguas indígenas, formação de coleções para estudos. Além disso, Spix coordenou uma equipe de cientistas que produziram muitos outros estudos etnológicos, sobre a fauna e a flora brasileira.

Seca que afetou a Amazônia em 2023 causou a maior queda nos níveis dos rios já registrada, e está relacionada a mudanças climáticas, mostra estudo

Imagem puramente ilustrativa

1 de maio de 2024

 

Jornal da Unesp

A Amazônia experimentou em 2023 uma das piores secas de sua história. A baixa acentuada dos níveis dos rios afetou a vida de todos os habitantes da região, dificultando o deslocamento das populações ribeirinhas, e o transporte de água, alimento e outros suprimentos essenciais. Junto com a seca vieram fortes ondas de calor. No lago Tefé, a temperatura da água chegou a impensáveis 39,1 graus Celsius (ºC) no dia 28 de setembro, provocando a morte de peixes e dezenas de botos e tucuxis. A busca por explicações para eventos tão extremos mobilizou uma rede internacional de pesquisadores, entre eles docentes e discentes do Programa de Pós-graduação em Desastres Naturais, que é uma parceria entre o Instituto de Ciência e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de São José dos Campos, e o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). As análises sugerem que tanto o calor quanto a seca que atingiram a maior floresta tropical úmida do mundo já refletem o panorama das mudanças climáticas, tanto em nível local como global. Os resultados do estudo foram publicados em artigo publicado em abril na revista científica Scientific Reports.

Sob coordenação do climatologista peruano Jhan-Carlo Espinoza, do Instituto Francês de Pesquisa para o Desenvolvimento (IRD), a equipe de pesquisadores analisou dados hidrológicos do Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos, operado pela Agência Nacional de Águas e pelo Serviço Geológico do Brasil, além de dados atmosféricos do Centro Europeu de Previsões Meteorológicas de Médio Prazo (ECMWF) e de chuvas, baseados em informação pluviométrica de estações meteorológicas e observações de satélite.

Pior seca já registrada?

A Amazônia já registrou neste século outros episódios de estiagem extrema e prolongada, quase sempre associados à ocorrência do fenômeno climático El Niño: a primeira em 2005, a segunda em 2010, a terceira em 2015 e 2016 e a mais recente em 2022-2023. Estes eventos afetam o bioma sob diversos aspectos. Segundo determinados quesitos, a seca que ocorreu ano passado foi a maior da história. Um destes indicadores é o nível do rio Amazonas e de seus tributários, como o rio Negro, a margem do qual fica a cidade de Manaus. Quando o nível da água no porto de Manaus cai abaixo dos 15,80 m, os estudiosos consideram como um caso de seca severa. Nos anos de 2010, 1963, 1997 e 2005 o nível das águas baixou, respectivamente, a 13,63 m, 13,64 m, 14,37 m e 14,75 m. Pois em 26 de agosto do ano passado, as águas em frente à capital manauara alcançaram apenas 12,70 m, o menor índice desde o começo da série histórica, em 1902. “Do ponto de vista do nível dos rios, esta foi a seca mais forte já registrada”, diz o pesquisador peruano. Ele diz que outros estudos em andamento podem vir a mostrar se esse episódio também foi o mais intenso do ponto de vista, por exemplo, da disponibilidade de água para a floresta, ou de sua duração. “Na verdade, ainda não estou convencido de que a seca tenha chegado ao fim”, diz.

O La Niña dá início à seca

As análises indicam que a porção sul e sudoeste da Amazônia experimentou uma diminuição significativa de chuvas a partir de novembro de 2022. Este já era um evento atípico, pois, historicamente, este período se caracteriza pelo início da época úmida na região. Essa queda nas chuvas estaria relacionada ao esfriamento das águas da região equatorial do oceano Pacífico, fenômeno conhecido como La Niña.

Espinoza explica que a ocorrência de anos consecutivos de La Niña costuma resultar na diminuição da umidade no sul da América Sul, sobretudo na faixa entre o sul do Brasil, norte da Argentina e Paraguai, propiciando longos períodos de estiagem. “No entanto, o La Niña nos últimos anos foi tão intenso que o resultado foi que a diminuição dos níveis de precipitação se estendeu até a Amazônia boliviana, próxima à fronteira com os estados de Rondônia e Acre, e os Andes tropicais”, diz o climatologista, que é o autor principal do artigo. Entre os autores está também José Antônio Marengo, que é pesquisador titular e coordenador geral de pesquisa do Cemaden.

A seguir, o déficit nos níveis de chuva nessas regiões intensificou-se com a chegada do verão austral, entre dezembro de 2022 e fevereiro de 2023. A umidade que chega à bacia amazônica é trazida por ventos que sopram do Atlântico Tropical Norte em direção ao continente. “Esse vapor de água gera chuva sobre a floresta”, explica Espinoza.

Em um primeiro momento, a vegetação e o solo absorvem a água. Em seguida, ocorre um fenômeno conhecido como evapotranspiração: parte da chuva evapora dos solos e as plantas transpiram. Essas ações devolvem uma grande fração da umidade inicial à atmosfera, que produz mais pluviosidade sobre a mata. “Essa interação gera um ciclo perene muito eficiente de reaproveitamento da água”, afirma o climatologista.

Porém, entre dezembro de 2022 e fevereiro de 2023a umidade trazida pelo Atlântico Tropical Norte ficou concentrada no norte da América do Sul, entre a Colômbia e a Guiana. “O esperado era que ela descesse até a Amazônia boliviana, o que não aconteceu”, afirma o pesquisador. A combinação desses fatores impulsionou a seca, fazendo com que atingisse uma área maior da Amazônia e perdurasse por mais tempo.

Entra em cena o El Niño

A situação se agravou entre abril e maio de 2023 com a chegada do El Niño. O fenômeno é caracterizado por um aquecimento acima da média nas águas do Pacífico, na região da linha do equador. Isso acontece quando os ventos que sopram de leste para oeste na região tropical perdem intensidade, e não dão conta de empurrar, em direção à Ásia e à Oceania, a água que apresenta temperaturas mais elevadas, pois foi aquecida pelos raios solares. A água quente permanece parada nesse trecho do Pacífico, evapora mais e favorece o surgimento de chuvas naquela região.

Águas aquecidas tendem a ficar nas regiões mais superficiais do oceano por serem mais leves, ou menos densas, que as frias, que se acumulam na parte mais profunda. Em situações “normais”, isto é, na ausência do El Niño, os ventos que correm de leste para oeste levam as águas quentes e superficiais do Pacífico Tropical das Américas para a Oceania. Esse movimento abre espaço para que as águas frias, mais profundas, subam e ocupem seu lugar. Esse afloramento, denominado ressurgência, ocorre usualmente perto da costa equatorial da América do Sul.

No Brasil, o El Niño provoca um aumento das chuvas no Sul, e seca no Norte. Dessa forma, ao longo de 2023, à medida que o El Niño se intensificou, a Amazônia central e norte ficou mais seca e quente do que o normal. “Com menos chuvas, os níveis dos rios tributários provenientes do sul da bacia, que já estavam abaixo da cota mínima histórica para aquela época do ano, tiveram mais dificuldade para se recuperar”, explica Espinoza.

Os efeitos da seca na Amazônia foram visíveis em todos os grandes rios, como o Negro, Solimões, Purus, Juruá e Madeira. O nível do Negro chegou a descer 20 centímetros por dia entre agosto e início de setembro, segundo o Serviço Geológico do Brasil. É o dobro do registrado em 2022, mas menos do que nas grandes secas amazônicas de 2005 e 2010.

O aquecimento global também intensificou os efeitos da seca, aumentando o calor e diminuindo a quantidade de água disponível para a manutenção da floresta e seu ecossistema. Soma-se a isso o desmatamento e a degradação florestal. “Como a floresta contribui para a formação de nuvens de chuva por meio da evapotranspiração das árvores, a diminuição da cobertura florestal e a piora na saúde da mata podem resultar em menos precipitações”, diz o engenheiro ambiental João Vitor Marinho Ribeiro, aluno de doutorado no Programa de Pós-graduação em Desastres Naturais, e um dos autores do artigo na Scientific Reports.

A proximidade do ponto de não retorno

A intensidade que observamos nos fenômenos El Niño e La Niña no ano de 2023 não pode ser explicada apenas por variações naturais. No texto do artigo, os autores discutem outros fatores que podem ter contribuído para esse ganho de intensidade, e sugerem dois: aquecimento global e desmatamento. A Amazônia fornece uma parte considerável da umidade — por meio dos chamados rios voadores — para as demais regiões do país, como o Centro-Oeste e o Sudeste e o Sul, e da América Latina, atuando como uma espécie de ar-condicionado do clima no âmbito regional. “À medida que é desmatada, ela perde progressivamente a capacidade de retirar mais carbono da atmosfera, o que agravaria o aquecimento global, e de fornecer vapor de água para que a chuva se forme sobre ela mesma e outras regiões”, comenta Espinoza.

“O artigo não chega a fazer prospecções de cenários futuros. Porém, lamentavelmente, se esses dois fatores não forem controlados, a tendência é que tendam a crescer com o tempo. E muitas publicações que analisam cenários futuros sugerem que as condições mais secas e mais quentes, por volta do ano 2050, se tornem algo normal na Amazônia”, diz.

Todos esses eventos ocorrem em um momento em que a Amazônia já perdeu cerca de 18% de sua cobertura florestal e caminha para o que os cientistas chamam de “ponto de não retorno”, o que indicaria o colapso parcial ou total da floresta e a aceleração do aquecimento global.

Se isso acontecer, parte considerável da floresta pode virar uma mata degradada, com menos espécies, ou até um cerrado, com poucas árvores e mais gramíneas. Este processo é chamado pelos teóricos de savanização da Amazônia. “O crescimento das condições secas e de calor vão levar a floresta até o chamado tipping point, ou ponto de não retorno, em que se inicia a savanização. E isso teria implicações muito sérias. A floresta amazônica tem funções muito importantes em umedecer a atmosfera e modular a circulação atmosférica. Sem ela, o clima vai mudar, e o resultado será, por sua vez, uma piora das secas, num processo que se retroalimenta”, diz.

João Vitor Marinho Ribeiro é aluno da primeira turma do Programa de Pós-graduação em Desastres Naturais, onde cursou primeiro o mestrado e agora, o doutorado. É também por esta perspectiva de estudioso dos desastres que ele interpreta os resultados da pesquisa. “Num episódio de seca dessa magnitude, é possível indagarmos de que forma determinar o momento em que os impactos começaram a ocorrer, e também, quando se pode dizer que terão cessado. Afinal, não é porque deixamos de ler notícias sobre esses efeitos que isso seja garantia de que terminaram”, avalia. “Os impactos se dão sob os mais diferentes aspectos: econômico, social, ambiental… E mesmo no lado ambiental há efeitos distintos sobre a fauna, a flora, as propriedades físicas do ambiente. É até difícil quantificar tais impactos, tamanha a escala do evento”, avalia

Ribeiro pondera que as mudanças climáticas estão se mostrando mais intensas, e ocorrendo numa velocidade maior do que sugeriam alguns estudos conduzidos não muito tempo atrás. “É muito importante discutirmos estratégias de mitigação das mudanças climáticas e de combate ao efeito estufa. Mas, uma vez que eventos como estas secas poderão se tornar mais frequentes, fica patente a urgência de investimento em formas que permitam adaptar nossa sociedade a esse novo cenário. E ainda se fala pouco sobre este aspecto da adaptação”, diz.

Fonte
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Campanha Maio Roxo alerta sobre doenças inflamatórias intestinais

A Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) realiza neste mês mais uma edição da campanha Maio Roxo, para alertar a população sobre as doenças inflamatórias intestinais (DIIs), que se caracterizam pela inflamação do trato gastrointestinal e podem atingir da boca ao ânus. Ao longo do mês, a SBCP divulgará textos e vídeos no Portal da Coloproctologia para esclarecer as principais dúvidas que envolvem as DIIs. A campanha destaca o Dia Mundial das Doenças Inflamatórias Intestinais, no próximo dia 19.

O diretor de Comunicação da SBCP, Helio Antonio Silva, disse à Agência Brasil que as doenças inflamatórias intestinais, muitas vezes subdiagnosticadas, têm aumentado muito no Brasil. A campanha visa alertar a população e também os médicos sobre essas doenças, cuja prevalência aumentou 15% entre 2012 e 2020, conforme estudo feito por pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica do Paraná com 212 mil pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).

A prevalência das doenças inflamatórias intestinais alcançou 100 casos para cada 100,1 mil habitantes. Em 2012, era de 30 por 100 mil habitantes. A maior concentração foi registrada nas regiões Sudeste e Sul do país. O estudo foi publicado na revista internacional Lancet, em 2022, e pode ser acessado neste link. No mundo, as DIIs acometem mais de 5 milhões de pessoas.

O médico Paulo Gustavo Kotze, membro titular da SBCP e um dos autores do estudo, destacou que os dados apurados não incluem casos do sistema de saúde suplementar, mas apenas casos da rede pública. Kotze disse que o aumento do número de casos pode ter relação com o estilo de vida ocidentalizado, a dieta e o perfil genético dos pacientes.

Sociedade industrializada

No Sul e no Sudeste, a incidência já é parecida com a de países europeus. Segundo o médico, a doença é típica de sociedades mais industrializadas. “Uma alimentação mais natural protege. O Brasil sempre foi considerado um lugar de incidência baixa de DIIs, mas, no século 21, tem aumentado muito, assumindo características de países mais ao norte da Europa, onde a incidência é maior ainda”, disse Silva.

Segundo o diretor da SBCP, ainda não se sabe qual a causa das DIIs. “Parece que é multifatorial.” O aparecimento dessas doenças pode estar ligado a fatores como histórico familiar, alterações no sistema imune, mudanças na flora intestinal, alimentação e influência do meio ambiente. O tabagismo, por exemplo, é fator de risco comprovado para agravamento da doença de Crohn.

Hélio Silva salientou que o objetivo da campanha é conscientizar as pessoas de que a doença existe, para que os pacientes procurem ajuda especializada e para que os médicos não especialistas lembrem que o tratamento tem de ser feito de forma correta, com a realização de exames como a colonoscopia.

Sem cura

As doenças inflamatórias intestinais não têm cura. As mais comuns são a doença de Crohn e a retocolite ulcerativa. Adolescentes e jovens adultos são os mais afetados pelas DIIs. “São doenças crônicas em que se consegue um bom controle, mas o paciente não pode ficar sem o medicamento. O tratamento não é uma cura definitiva. O tratamento é para controle”.

Os principais sintomas são diarreias que duram mais de 15 dias, diarreias recorrentes com cólicas, sangue, muco ou pus nas fezes, perda de peso, urgência evacuatória, falta de apetite, cansaço. “São os sinais mais comuns das duas doenças inflamatórias intestinais. Acendem o alerta para que o paciente procure um especialista, que pode ser um médico gastroenterologista ou proctologista.”

Em casos mais graves, observam-se ainda anemia, febre, desnutrição e distensão abdominal. Cerca de 15 a 30% dos pacientes podem apresentar ainda manifestações extraintestinais como dor nas articulações, lesões de pele ou nos olhos, diz a Sociedade Brasileira de Coloproctologia.

A dieta é fundamental no tratamento das DIIs, porque bons hábitos alimentares podem evitar crises, prevenir o desenvolvimento da doença e manter a remissão, diz a SBCP. A dieta deve ser individualizada, conforme o estado do paciente e fase em que se encontra, e orientada por equipe multidisciplinar que inclui médicos e nutricionistas.

Ex-técnico da seleção espanhola é nomeado para supervisionar federação

O governo da Espanha nomeou na terça-feira (30) o ex-técnico da seleção nacional Vicente del Bosque como chefe de um comitê especial para supervisionar a federação de futebol (RFEF) até que sejam realizadas novas eleições, informou a ministra dos Esportes, Pilar Alegria.

Del Bosque, de 73 anos, que levou a Espanha aos títulos da Copa do Mundo de 2010 e da Eurocopa de 2012 e o Real Madrid ao triunfo da Liga dos Campeões em 2000 e 2002, foi escolhido para chefiar o comitê criado na semana passada pelo governo por “seu compromisso com o esporte e com seu país”.

Un orgullo poder contar con Vicente del Bosque para presidir la Comisión de Supervisión, Normalización y Representación creada por @deportegob

Este organismo tutelará durante los próximos meses el funcionamiento de la Real Federación Española de Fútbol

ℹ️https://t.co/MeEHnLMCPj pic.twitter.com/VFhzEIP3oe

— Ministerio de Educación, FP y Deportes (@educaciongob) April 30, 2024

A RFEF esteve envolvida em escândalos recentemente, incluindo uma investigação de corrupção e as consequências generalizadas do beijo que o ex-presidente da entidade Luis Rubiales deu na jogadora Jenni Hermoso na cerimônia de premiação quando a Espanha venceu a Copa do Mundo feminina em Sydney no ano passado.

O governo, que busca superar os problemas dentro da RFEF enquanto a Espanha se prepara para sediar a Copa do Mundo de 2030, espera que a nomeação de Del Bosque dê ao comitê especial alguma influência – e algum espaço para respirar.

O governo disse que “espera que a RFEF, a Fifa e a Uefa colaborem com o comitê” que supervisiona a federação nacional.

“Del Bosque representa o melhor que o futebol do nosso país tem a oferecer, não apenas por causa de seus sucessos esportivos”, disse Alegria aos repórteres. “Ele é a representação mais clara de uma boa pessoa, de grande qualidade humana e um exemplo de honestidade. Del Bosque será o rosto e a representação do futebol espanhol.”

A Fifa e a Uefa haviam dito na semana passada que estavam monitorando a situação na Espanha com “grande preocupação” depois que o governo assumiu a RFEF. Os regulamentos da Fifa determinam que os membros devem administrar seus negócios de forma independente e sem influência externa.

O Conselho Nacional de Esportes – órgão governamental responsável pelo esporte – disse que o comitê especial foi criado como “uma resposta construtiva à crise de reputação que a RFEF vem enfrentando há algum tempo”.

Del Bosque supervisionará a RFEF até que novas eleições sejam convocadas após o término das Olimpíadas de Paris de 2024 em agosto.

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Judô: Brasil fatura 16 pódios, 7 deles de ouro, em Pan-Americano no RJ

O judô brasileiro encerrou Campeonato Pan-Americano e Oceania no Rio de Janeiro com a melhor equipe mista continental e na liderança do quadro de medalhas. A menos de três meses para o início dos Jogos Olímpicos de Paris, o país garantiu 16 pódios, sete deles com medalha de ouro – aa última conquistada no domingo (28), após vitória contra Cuba na disputa por equipes mistas. A competição na Arena Carioca 1, no Parque Olímpico, reuniu 480 atletas de 30 países.

#JudoRio2024 – Equipes Mistas

FINAL

Brasil x Cuba pic.twitter.com/oTlsGNr4AG

— CBJ (@JudoCBJ) April 28, 2024

“Nós pensamos e estamos focados na classificação para os Jogos Olímpicos de Paris, mas estabelecemos uma estratégia de compor a equipe com jovens atletas já pensando no futuro. Essa oportunidade de rodagem e vivenciar a energia dentro de um evento importante como o Campeonato Pan-Americano é importante para isso. Eles cumpriram a missão e não se intimidaram”, elogiou Marcelo Theotonio, gerente de alto rendimento da Confederação Brasileira de Judô (CBJ).

A equipe mista brasileira foi campeã com Vinicius Ardina e Michael Marcelino (73kg), Shirlen Nascimento (57kg), Giovanna Santos (+78kg) e Marcelo Gomes (90kg).

Além do ouro por equipes, foram mais seis pódios dourados nas disputas individuais, obtidos por Michel Augusto (categoria 60 quilos), Larissa Pimenta (52 kg), Willian Lima (66 kg), Rafaela Silva (57 kg), Beatriz Souza (78 kg) e Guilherme Schimidt (81 kg). Com exceção de Michel Augustos, todos os demais estão na primeira lista de convocados para Paris 2024, anunciada pela CBJ, no último dia 4. 

ELA É DEMAIS!

Beatriz Souza +78kg precisou de um hajime para conseguir esse ipponzaço em 20 segundos na final com Ana Laura Portuondo 🇨🇦

OURO para o time 🇧🇷🥋 no #judorio2024

🎥: Canal Olímpico do Brasil pic.twitter.com/FNiGMrOvlO

— CBJ (@JudoCBJ) April 27, 2024

Os judocas Daniel Cargnin (73 kg) e Rafael Silva “Baby” (100 kg) – ambos garantidos em Paris – e  Nauana Silva (63 kg) chegaram à finais valendo ouro,  mas foram superados e ficaram com prata.

Venceram a disputa pela medalha de bronze os brasileiros Amanda Lima (48 kg), Ketleyn Quadros (63 kg), Luana Carvalho (70 kg), Rafael Buzacarini (100 kg), Rafael Macedo (90 kg) e Leonardo Gonçalves (100 kg) – estes dois últimos também irão a Paris.

Olimpíada de Paris

No último dia 4, a CBJ anunciou os primeiros 10 judocas que irão representar o Brasil em Paris 2024. A segunda e última lista de classificados sairá no final de junho, após o fechamento do ranking olímpico da Federação Internacional de Judô (IJF, na sigla em inglês).

O judô é o esporte que mais garantiu pódios olímpicos para o Brasil na história: são 24 medalhas. A Olimpíada reunirá um total de 372 atletas, igualmente divididos entre homens e mulheres).  Os 17 primeiros colocados no ranking de cada categoria asseguram vaga em Paris 2024 (com o limite de um judoca por país). A partir das 18ª colocação no ranking, as vagas serão distribuídas por continente: Américas (21 vagas), África (24), Europa (25), Ásia (20) e Oceania (10).

Madonna chega ao Rio para show de sábado na praia

A cantora Madonna está no Rio de Janeiro. O jato da rainha do pop pousou na manhã desta segunda-feira (29), no aeroporto do Galeão, e, às 11h19, ela chegou no hotel Copacabana Palace onde está hospedada.

No próximo sábado (4), ela fará um show na Praia de Copacabana, que deve ser presenciado por 1,5 milhão de pessoas naquilo que poderá ser um dos maiores espetáculos da carreira da cantora.

A equipe e os equipamentos da artista começaram a chegar ao Rio no último fim de semana. Ao todo, são 270 toneladas de equipamentos, transportadas em três aviões cargueiros. Eles são levados em mais de 30 caminhões até a Praia de Copacabana.

O show em Copacabana, que será gratuito, será o único de Madonna na América do Sul e encerrará a The Celebration tour, que comemora os 40 anos de carreira da cantora. A turnê começou em outubro do ano passado, em Londres. Em 80 shows, ela passou também por cidades dos Estados Unidos e Europa. Na apresentação, Madonna traz as músicas de maior sucesso ao longo da carreira.

Preparativos

Para receber a cantora na praia mais famosa do Brasil, o Rio de Janeiro prepara um esquema semelhante ao adotado anualmente nos eventos de virada de ano, envolvendo autoridades. O evento deverá lotar hotéis nos bairros de Copacabana e Leme atraindo milhares de turistas.

]Segundo a Riotur, entre os dias 1º e 6 de maio estão previstos 170 voos extras, que devem levar ao Rio cerca de 15 mil passageiros adicionais entre embarques e desembarques no período. Também é esperado um movimento 30% a mais na Rodoviária Novo Rio nos dias 3 e 4.

Além disso, 226 embarcações poderão ancorar a uma distância de pelo menos 200 metros da orla, de acordo com a Capitania dos Portos.

De acordo com a prefeitura, a previsão é que Madonna suba ao palco às 21h45 de sábado e faça um show de duas horas de duração. O evento, no entanto, deve começar às 19h, com a apresentação de DJs, para terminar às duas horas da madrugada. Imagens e som dos espetáculos serão retransmitidos por 18 torres localizadas em frente e atrás do palco, que ficará situado em frente ao Copacabana Palace.

Favelas iniciam conferências para enviar sugestões ao G20

Representantes de favelas de vários países começam nesta segunda-feira (29) uma série de conferências para discutir problemas e soluções para esses territórios, em preparação para a cúpula do G20, que acontece em novembro, na cidade do Rio de Janeiro. A primeira Conferência Internacional das Favelas-20 está sendo realizada no Complexo da Penha.

Até setembro deste ano, estão previstas conferências em mais de 3 mil favelas das 27 unidades da federação e de outros 40 países, como Moçambique, Congo, Cazaquistão e Bélgica. A ideia é reunir propostas para entregar aos governantes do G20, que reúnem 19 das principais economias do mundo, além da União Europeia e União Africana.

“As favelas contribuem muito para o desenvolvimento do país, com sua mão de obra. E os pensamentos que a favela tem normalmente não são aproveitados pelo poder público, porque a favela não é consultada sobre temas relevantes. E agora, com o G20, é uma oportunidade que a gente tem da favela se organizar, pautar os temas que nos interessam. É a chance que a favela tem de mostrar que tem capacidade de pensar sobre os temas que os governos estão propondo: a sustentabilidade, os direitos humanos, a [redução da] desigualdade”, afirma Celso Athayde, cofundador da Central Única das Favelas (Cufa).

Segundo Athayde, depois das conferências locais nas favelas, serão realizados eventos estaduais e nacionais, nos 41 países. “A gente vai fazer as vozes dessas pessoas serem ouvidas. Se os chefes de Estado vão levar em consideração depois de ouvir, é responsabilidade deles. Nossa responsabilidade é se organizar e demonstrar que as favelas não podem ser apenas coadjuvantes. Elas precisam ser protagonistas quando a agenda também é delas”.

*Colaborou Cristiane Ribeiro – Repórter do Radiojornalismo