Skip to content

78 search results for "drama"

Embaixador pede à mídia brasileira que mostre verdade sobre Gaza

O embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben, pediu nesta terça-feira (27) aos jornalistas brasileiros presentes na embaixada, em Brasília, que mostrem a verdade sobre o que acontece na Faixa de Gaza.

“Apelamos a vocês, amigos jornalistas, para que nos ajudem a mostrar a situação verdadeira, dramática e triste na Palestina à opinião pública brasileira. É um ato de solidariedade por vossa parte e um ato corajoso de profissionalismo”, afirmou o diplomata,

Alzeben convocou a imprensa para uma conversa sobre o conflito no Oriente Médio e em sinal de apoio à Palestina, compareceram ao encontro embaixadores no Brasil do Iraque, da Líbia, do Marrocos, do Líbano, da Síria e da Liga dos Estados Árabes, que representa os 22 países da região.

Após a coletiva com a imprensa, o embaixador palestino afirmou à Agência Brasil e à Rádio Nacional que a “grande mídia” brasileira ainda não mostra exatamente o que acontece em Gaza e argumentou que “cada palavra a mais sobre a verdade do que acontece em Gaza é uma bala a menos”.

Ibrahim argumentou que Gaza está ameaçada de extinção e que o “fantasma da morte” paira sobre o minúsculo pedaço de terra.

“Três quartos [de Gaza] estão destruídos. O último quarto que sobra está lotado com 1,6 milhão de cidadãos condenados a um destino desconhecido. O resto de seus habitantes são refugiados, expulsos ou possivelmente morrendo de fome. Os hospitais em Gaza não estão funcionando. As padarias não têm farinha, nenhum combustível”, relatou.

Para o diplomata, todos os atos praticados por Israel mostram que se trata de um genocídio. “Todos os elementos dos atos no terreno mostram a existência de genocídio, atos premeditados e praticados em série”, acrescentou Alzeben, que ainda elogiou a postura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de denunciar as ações de Israel em Gaza.

Israel nega que esteja havendo genocídio em Gaza. Durante sessão sobre o tema na Corte Internacional de Justiça (CIJ) decorrente da denúncia da África do Sul, o governo de Tel Aviv afirmou que a acusação é uma distorção da situação em Gaza e que o país apenas estaria exercendo seu direito à autodefesa. 

Ibrahim Alzeben (e), durante coletiva de imprensa para falar do conflito com Israel  Antonio Cruz/Agência Brasil

Críticas à mídia

No último domingo, um ato convocado pela Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal) em frente à TV Globo, no Rio de Janeiro (RJ), acusou a emissora de não escutar os palestinos em suas reportagens, sendo recorrentes as reclamações da comunidade palestina no Brasil sobre a cobertura da mídia brasileira em relação ao conflito.  

A Rede Globo, que é a maior emissora do país, não respondeu a Agência Brasil, até o fechamento desta reportagem, para comentar as críticas à cobertura da guerra.

O embaixador palestino Ibrahim Alzeben ainda chamou a atenção para os assassinatos de jornalistas em Gaza. Desde o dia 7 de outubro, 96 profissionais de imprensa foram mortos, segundo a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ). Dados do Sindicato dos Jornalistas Palestinos, por sua vez, afirmam que o número de profissionais de mídia assassinados chegou a 126 nos quase 5 meses de guerra. 

“Muitas verdades foram soterradas com eles [jornalistas palestinos]. A imprensa está proibida de estar presente e de atuar para realizar seu trabalho na Faixa de Gaza e, em muitas partes, também da Cisjordânia e de Jerusalém. Em quatro meses foram assassinados mais jornalistas do que nos sete anos da 2ª Guerra Mundial. Na 2º Guerra Mundial foram assassinados 67 jornalistas”, destacou o embaixador.

Em entrevista exclusiva à Agência Brasil, o jornalista que perdeu família em Gaza, Wael Al-Doudouh, da TV Al-Jazeera, contou que o trabalho jornalístico em Gaza se tornou “quase impossível”, que os jornalistas viraram “alvo” no enclave e apelou para que os veículos de imprensa denunciem com mais firmeza o que ocorre na região.

Por outro lado, Israel tem afirmado que, em alguns casos, os jornalistas assassinados tinham relação com atividades terroristas. Porém, o Comitê de Proteção aos Jornalistas (CPJ) rebate que “nenhuma prova credível jamais foi produzida” para sustentar essas acusações.

Esperança

Além de pedir ajudar à mídia brasileira, o embaixador Ibrahim Alzeben revelou que está com esperanças de que um cessar-fogo ponha fim às hostilidades nos próximos dias. Ele espera que um acordo impeça a invasão da cidade de Rafah, próximo à fronteira com Egito, que hoje abriga cerca de 1,6 milhão de palestinos refugiados.

Para Alzeben, a economia de Israel e dos países da região não aguentam mais a guerra. “Esta guerra desgastou toda a região e a economia de toda a região. Além das grandes quantidades de vítimas mortais, de destruição, a região não aguenta mais. Tanto palestinos como israelenses, nos custa aguentar”, afirmou o embaixador em entrevista

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que Israel estaria pronto para um cessar-fogo que poderia ser assinado na próxima semana, embora ainda não haja confirmação de acordo por parte do Hamas. 

Entenda por que hemorragia não é o principal sintoma da dengue grave

Popularmente conhecido como dengue hemorrágica, o agravamento da dengue se caracteriza por uma queda acentuada de plaquetas – fragmentos celulares produzidos pela medula óssea que circulam na corrente sanguínea e ajudam o sangue a coagular – e que geralmente leva ao extravasamento grave de plasma. O termo dengue hemorrágica, na verdade, deixou de ser usado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2009, uma vez que a hemorragia, nesses casos, nem sempre está presente.

De acordo com as diretrizes publicadas pela OMS, as autoridades sanitárias atualmente distinguem as infecções basicamente entre dengue e dengue grave. Enquanto os casos de dengue não grave são subdivididos entre pacientes com ou sem sinais de alerta, a dengue grave é definida quando há vazamento de plasma ou de acúmulo de líquidos, levando a choque ou dificuldade respiratória. Pode haver ainda sangramento grave e comprometimento de órgãos como fígado e até mesmo o coração.

A OMS diz que, de 2009 em diante, a magnitude do problema da dengue no mundo aumentou de forma dramática, além de se estender, geograficamente, a muitas áreas anteriormente não afetadas pela doença. A avaliação da entidade é que a dengue foi e permanece sendo, ainda hoje, a mais importante doença viral humana transmitida por artrópodes – grupo de animais invertebrados que inclui o mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença.

Atualmente, a classificação de gravidade clínica para a dengue definida pela OMS e seguida pelo Ministério da Saúde no Brasil é a seguinte:

Dengue sem sinais de alarme

Nesses casos, o paciente apresenta febre geralmente por um período de 2 a 7 dias acompanhada de duas ou mais das seguintes manifestações clínicas: náusea ou vômitos; exantema (erupção cutânea); dor de cabeça ou dor atrás dos olhos; dor no corpo ou nas articulações; petéquias (manchas avermelhadas de tamanho pequeno); e baixos níveis de glóbulos brancos no sangue.

Dengue com sinais de alarme

Qualquer caso de dengue que apresente um ou mais dos seguintes sinais durante ou preferencialmente após a queda da febre: dor abdominal intensa e sustentada ou sensibilidade no abdômen; vômito persistente; acúmulo de líquidos; sangramento de mucosas; letargia ou inquietação; hipotensão postural (pressão arterial baixa ao levantar-se da posição sentada ou deitada); aumento do fígado; e aumento progressivo do hematócrito (porcentagem de hemácias no sangue), com queda na contagem de plaquetas.

Dengue grave

Qualquer caso de dengue que apresente uma ou mais das seguintes manifestações clínicas: choque ou dificuldade respiratória devido a extravasamento grave de plasma dos vasos sanguíneos; sangramento intenso; e comprometimento grave de órgãos (lesão hepática, miocardite e outros).

SAG Awards 2024: veja vencedores da 30.ª edição da premiação

25 de fevereiro de 2024

 

A 30.ª edição do Prêmio Anual do Screen Actors Guild (SAG Awards), um dos maiores “termômetros” para o Oscar, ocorreu na noite deste sábado (24) em Los Angeles, nos Estados Unidos. Atores e produções do cinema e da televisão foram premiados em 13 categorias.

Oppenheimer dominou a noite de premiação ganhando o prêmio de melhor elenco, melhor ator principal para Cillian Murphy e melhor ator coadjuvante para Robert Downey Jr. O drama sobre J. Robert Oppenheimer e o desenvolvimento da bomba atômica foi um inesperado sucesso de bilheteria no verão passado e é considerado um dos principais candidatos ao Oscar do próximo mês.

Cinema
Melhor elenco de filmeOppenheimer
American Fiction
Barbie
A Cor Púrpura
Assassinos da Lua das FloresMelhor ator em filmeCillian Murphy por Oppenheimer
Bradley Cooper por Maestro
Colman Domingo por Rustin
Paul Giamatti por Os Rejeitados
Jeffrey Wright por American FictionMelhor atriz em filmeLily Gladstone por Assassinos da Lua das Flores
Annete Bening por Nyad
Carey Mulligan por Maestro
Margot Robbie por Barbie
Emma Stone por Pobres CriaturasMelhor ator coadjuvante em filmeRobert Downey Jr. por Oppenheimer
Sterling K. Brown por American Fiction
Willem Dafoe por Pobres Criaturas
Robert de Niro por Assassinos da Lua das Flores
Ryan Gosling por BarbieMelhor atriz coadjuvante em filmeDa’Vine Joy Randolph por Os Rejeitados
Emily Blunt por Oppenheimer
Danielle Brooks por A Cor Púrpura
Penélope Cruz por Ferrari
Jodie Foster por NyadTelevisão

Melhor elenco em série dramática

Succession
The Crown
The Gilded Age
The Last of Us
The Morning ShowMelhor ator em série dramáticaPedro Pascal por The Last of Us
Brian Cox por Succession
Billy Crudup por The Morning Show
Kieran Culkin por Succession
Matthew Macfadyen por SuccessionMelhor atriz em série dramáticaElizabeth Debicki por The Crown
Jennifer Aniston por The Morning Show
Bella Ramsey por The Last of Us
Keri Russell por A Diplomata
Sarah Snook por SuccessionMelhor elenco em série de comédiaO Urso
Abbott Elementary
Barry
Only Murders in the Building
Ted LassoMelhor ator em série de comédiaJeremy Allen White por O Urso
Brett Goldstein por Ted Lasso
Bill Hader por Barry
Ebon Moss-Bachrach por O Urso
Jason Sudeikis por Ted LassoMelhor atriz em série de comédiaAyo Edebiri por O Urso
Alex Borstein por The Marvelous Mrs. Maisel
Rachel Brosnahan por The Marvelous Mrs. Maisel
Quinta Brunson por Abbott Elementary
Hannah Waddingham por Ted LassoMelhor ator em minissérie ou filme para a TVSteven Yeun por Treta
Matt Bomer por Fellow Travelers
Jon Hamm por Fargo
David Oyelowo por Lawmen: Bass Reeves
Tony Shalhoub por Mr. Monk’s Last Case: A Monk MovieMelhor atriz em minissérie ou filme para a TVAli Wong por Treta
Uzo Aduba por Painkiller
Kathryn Hahn por Tiny Beautiful Things
Brie Larson por Lessons in Chemistry
Bel Powley por A Small LightGaleria

Cillian Murphy por Oppenheimer

Lily Gladstone por Assassinos da Lua das Flores

Robert Downey Jr. por Oppenheimer

Da’Vine Joy Randolph por The Holdovers

Pedro Pascal por The Last of Us

Elizabeth Debicki por The Crown

Jeremy Allen White por The Bear

Ayo Edebiri por The Bear

Steven Yeun por Beef

Ali Wong por Beef

 
 

Sem Censura, com Cissa Guimarães, volta às origens nesta segunda-feira

Quando as luzes do estúdio anunciarem o “ao vivo”, uma história de quase quatro décadas vai ser acionada. As memórias vivas abrem as câmeras para um presente com novas tecnologias, temas e vozes.

O programa Sem Censura, que nasceu em 1985 para celebrar a democracia e o fim da ditadura, volta ao ar diariamente na TV Brasil a partir das 16h desta segunda-feira (26), com apresentação de Cissa Guimarães.

“Todas as temáticas relevantes e pertinentes para o público brasileiro serão trazidas para cá. Nas duas primeiras semanas, a gente vai ter programas que vão falar mais de cultura”, adiantou à Agência Brasil a nova apresentadora.

Cissa Guimarães acrescentou que temas que envolvam o interesse público presente, de saúde à economia, farão parte das conversas na bancada.

“ Vai ter um programa especial para o Dia da Mulher [em março], que vai trazer pessoas incríveis. O Sem Censura é um programa diário, de duas horas de duração, que vai ter lugar para todos esses assuntos”.

Ela explica que, para encarar o desafio de apresentar o programa diário, foi necessário estudar com profundidade a vida dos entrevistados para aproveitar ao máximo a participação de cada um deles. “Eu quero que o Sem Censura seja uma grande celebração e que todo mundo possa falar o que quiser com o máximo respeito”. Ela garante que o programa vai promover interatividade e participação do público.

Diário

O Sem Censura volta ao formato diário, depois de mais de mais de três anos. Teve essa característica até novembro de 2020. Em abril de 2021, era veiculado com entrevistas semanais de personalidades do mundo da política. A última edição inédita foi apresentada por Marina Machado, em maio do ano passado. O Sem Censura terá bancada redonda com a apresentadora ao centro.

A diretora de Conteúdo e Programação da EBC, Antonia Pellegrino, explica que a proposta é ter de volta a pluralidade de ideias, de pessoas, de sotaques e de culturas. Todas as sextas-feiras, contará com atrações musicais que se apresentarão fazendo um tributo a outros artistas – o primeiro deles será uma homenagem a Gal Costa. Até a trilha sonora original, baseada em uma obra de Bach, vai ganhar uma releitura.

Trilha

Gerente de Música na TV Brasil, Bia Aparecida explica que os temas ficaram um “pouco mais rápidos”. “O Sem Censura está voltando para as origens e a gente resolveu também retomar a trilha original. A gente queria compor uma trilha bem brasileira e que mostrasse também uma diversidade da cultura própria para um programa diurno. A gente regravou tudo. Com novos instrumentos, como tamborim, cavaco, tambor e até violino”, explica.

Confira aqui a nova trilha de abertura.

Bia Aparecida fará parte do grupo de debatedores fixos, que inclui também a comediante Dadá Coelho, o dramaturgo Rodrigo França, a radialista Fabiane Pereira, a jornalista Katy Navarro, e o jornalista e influenciador digital, Murilo Ribeiro.  

Cadeiras e bancada

A direção-geral do programa é de Bruno Barros, que também já foi apresentador do Sem Censura. “É um programa que tem uma apresentadora no meio que fica conversando com várias pessoas em uma bancada. A nossa ideia é fazer um retorno às origens, resgatar o DNA do Sem Censura, que estreou lá em 1985.

Nesse DNA tem pluralidade. Às vezes, tem um médico, uma artista famosa, uma pauta de economia. O artista vem falar da peça, mas se interessa pela pauta de saúde que está sendo discutida”, exemplifica.

O resgate do papel do debatedor é uma novidade implementada para lembrar o começo de tudo”. Ele explica que serão de três a quatro entrevistados por dia, mais o debatedor. “A nossa bancada tem cinco cadeiras”.

Origens

A primeira apresentadora do programa, a jornalista Tetê Muniz, hoje aos 79 anos, recorda que o convite para comandar a atração partiu do então presidente da TVE, Fernando Barbosa Lima (1933 – 2008).

“Conversamos na época que poderia haver um programa de entrevistas, naquela época de abertura democrática, com algo mais leve. Nós tínhamos duas horas”.

Ela recorda que passou cerca de um ano no programa antes de voltar a comandar programas jornalísticos da emissora. “A gente tinha um retorno muito bom”, recorda.

Outra ex-apresentadora, Gilsse Campos lembra que nessa segunda metade da década de 1980 o Sem Censura ajudou a mudar o discurso do Brasil. “O País estava voltando a ser um país democrático”.

Ela recorda que o programa precisava ser comandando com sensibilidade e que logo na primeira edição que esteve à frente emocionou-se com os entrevistados. Uma das orientações que recebeu foi tratar o programa com isenção. “Eu fiquei por dois anos. Sempre foi marcado pela criatividade”.  

Também ex-apresentadora, a jornalista Liliana Rodrigues, hoje aos 67 anos, recorda que foi chamada para apresentar o programa no final da década de 1980, quando estava grávida. “Tinha 33 anos e trabalhei até o dia do parto do meu filho. Ser contratada grávida há mais de 30 anos era muito relevante. Fui coroada com a apresentação desse programa. Foi um divisor de águas na minha carreira”.

Entre as entrevistas realizadas, a que mais marcou foi com Tom Jobim. “Falávamos com 10 pessoas por dia. Eram duas horas, mas podia durar mais”. Liliana Rodrigues foi convidada para o programa pelo então presidente da TVE, Leleco Barbosa.

Líder de audiência

Hoje, Leleco diz que a volta do Sem Censura é um fato que deve ser comemorado. Ele, que é filho de Chacrinha, diz que lutou para que o programa tivesse veiculação nacional. Em São Paulo, ainda não era transmitido na ocasião.

“Era o nosso principal programa que sempre deu muita audiência. Por isso, sempre valorizamos muito”.

Outra apresentadora que conversou com a Agência Brasil foi Elizabeth Camarão. Ela recorda que trabalhou por nove anos como debatedora no programa e depois foi para o comando.

“É uma experiência única. Cada dia é um assunto diferente e conhecemos pessoas que fazem com que a gente aprenda muito. O Sem Censura me fez conhecer muita gente”.

Entre as apresentadoras mais recentes, está Vera Barroso, que foi apresentadora do programa depois de mais de 30 anos de jornalismo público. “Nunca teve um programa que tivesse audiência como o Sem Censura teve. Eu sempre fui fã”.

Ela destaca que comandou o programa de 2017 até 2020, quando teve início a pandemia. “A experiência me deu a certeza do que era preciso fazer e que é necessário muito estudo, mas a adrenalina sempre faz parte”.

Essa adrenalina faz parte da história dessas apresentadoras, como da jornalista Leda Nagle que ficou na bancada por duas décadas, de 1996 a 2016. A mesma emoção que Cissa Guimarães experimenta a partir desta segunda. “Frio na barriga é pouco. Mas a minha felicidade é maior”.

Serviço:

O Sem Censura terá exibição simultânea pelo Youtube da emissora e pelo aplicativo da TV Brasil.

O app pode ser baixado gratuitamente e está disponível para Android e iOS. Assista também pela WebTV.  

A partir de 26 de fevereiro, de segunda a sexta-feira, das 16h às 18h, na TV Brasil. Clique aqui e saiba como sintonizar.

 

Mostra de Jeff Alan traz visibilidade à população negra, diz curador

O jornalista e antropólogo, Bruno Albertim, curador da exposição Comigo Ninguém Pode – A Pintura de Jeff Alan, conta que o artista preenche os espaços “brancos perversos da história”, nos quais rostos e corpos pretos ao longo do tempo sempre eram retratados como objeto ou na visão do homem, dito branco e com acesso aos códigos europeus, mas que nunca tiveram autonomia para se retratar. A mostra está montada no Centro Cultural da Caixa, no Passeio, região central do Rio de Janeiro.

“A pintura de Jeff é uma pintura etnográfica, no sentido mais orgânico do termo, porque ele conhece muito bem essas pessoas que estão retratadas aqui. Ele é um pintor extraordinário. Tem um domínio de luz absurdo, do jogo de claro e escuro. Traz a dramaticidade das figuras e também o frescor da cultura pop”, apontou.

Artista de Recife expõe no Rio de Janeiro – Foto Cristina Indio do Brasil

A história do curador com o artista começou quando se conheceram na Casa Estação da Luz, em Olinda, Pernambuco, um espaço cultural que pertence ao cantor e compositor Alceu Valença. Antes disso, Albertim já vinha notando que Jeff tinha aparecido de forma marcante na cena contemporânea de Recife.

“Há dois anos comecei a ouvir falar no nome dele e de umas obras sempre de maneira espalhada. Procurei conhecê-lo e me apresentei em Olinda, coincidentemente, na Casa Estação da Luz”, revelou à Agência Brasil.

No encontro, Albertim contou ao artista que já tinha um trabalho muito maduro e uma unidade de discurso que estava espalhada pela cidade. Ele sentiu que aquele era o momento para montar uma exposição individual e, dessa forma, pela primeira vez, o público pôde ver um conjunto das obras do artista, na Casa Estação da Luz.

“Foi um sucesso, no sentido mais sincero da palavra. Muita gente foi e a mídia de Pernambuco recebeu de maneira muito espontânea, criou uma ressonância no trabalho de Jeff.”

A partir daí Jeff venceu um edital da Caixa e montou uma exposição, desta vez no Centro Cultural da Caixa, em Recife. Durante pouco mais de dois meses a mostra recebeu 85 mil pessoas.

“O que confirma não apenas o grande talento individual do artista Jeff Alan, mas a importância desse discurso visual que ele traz nesse momento”, apontou.

Para Albertim, a exposição se insere em uma tradição artística muito forte em Pernambuco. O modernismo pernambucano é muito marcado pelo figurativismo, pelo retrato de pessoas, pela retratação de paisagens não apenas como elemento geográfico, mas como extensão de uma subjetividade coletiva.

Segundo o curador, nos anos 1960, Rio de Janeiro e São Paulo concentraram a arte com o concretismo e experimentações de novas estéticas.

“Pernambuco, por ter ficado perifericamente ao sistema de arte do Brasil, mais poderoso do ponto de vista financeiro, se manteve fiel a este aspecto do figurativismo. Jeff retoma esse figurativismo, mas com uma inversão muito forte no olhar”, disse.

O curador destacou que durante muito tempo a arte ao redor do mundo valorizava a figura do homem branco e isso acabou se tornando “interesses ou verdades universais”.

Atualmente, conforme destacou, um grande figurativismo preto emergiu: “é o caso aqui no Brasil e em Pernambuco de Jeff Alan, que tenho certeza é, não só um dos nomes mais fortes de Pernambuco, onde já está consolidado, mas do Brasil.”

Exposição do artista Jeff Alan, no Rio de Janeiro – Foto Cristina Indio do Brasil

Albertim destacou ainda a representatividade na arte de Jeff, como se pode notar no quadro com a figura da modelo baiana Ivana Pires, que faz carreira ligada a grandes marcas da moda mundial.

“A Ivana é a própria Ivana, mas é também as mulheres que a antecedem. Várias delas, que foram obrigadas a se tornar anônimas e tiveram rostos, nomes e sobrenomes amputados, decepados da história. O povo preto no Brasil não teve ainda o pleno direito à construção de memória. Os brancos – e pelo amor de Deus, aqui não vai nenhum ativismo do ponto de vista racial – têm tido o privilégio histórico de prantear os seus antepassados, seu bisavô, seu tataravô. Um homem preto da minha idade – tenho um pouco mais de 40 anos –, dificilmente sabe quem foi seu bisavô, porque os registros foram apagados. Essa pessoa sequer tem digitais”, observou.

“Ao trazer o retrato, a figura desses personagens pretos e periféricos, que infelizmente no Brasil ainda são sinônimos, para o centro não só na tela, mas para lugares que socialmente ou historicamente lhes são negados, ele traz o indivíduo e toda a sua ancestralidade e a promessa dos que nos suscederão”, completou, acrescentando que essa é uma exposição individual, mas extremamente coletiva por retratar os personagens pretos.

Pertencimento

O historiador Renan Freira Guimarães, 27 anos, trabalha no Centro Cultural como mediador para orientar os visitantes, inclusive guiando o público dando informações sobre as obras. Ele já tinha visto as obras do artista de Recife em uma publicação no perfil de Jeff no Instagram para divulgar a exposição. Renan contou que o seu conceito sobre as obras mudou muito quando conheceu o artista pessoalmente.

“A chave que mudou a minha percepção foi conversar com o Jeff, dele chegar aqui e fazer questão de apertar a mão de todo mundo, falar com todo mundo, se apresentar. A primeira coisa que ele falou foi ‘meu nome é Jefferson, estou tentando resgatar esse Jefferson menino antes desse Jeff artista. Isso já me gerou um interesse. Já em um ‘oi’ ele chegou com profundidade e aí foi falando da relação que tem com as pessoas que ele pinta”, contou à reportagem da Agência Brasil.

Renan gostou de saber também da relação que Jeff mantém com o bairro do Barro, na zona oeste de Recife, onde nasceu, cresceu, vive e tem atelier de pintura.

“Ele não saiu de lá e pinta as pessoas de lá. Em cada quadro ele traz uma trajetória, uma história e como essa trajetória ali gravada na tela é importante não só para a pessoa que está sendo representada, mas para outras pessoas que se sentem parecidas também. Acabou que esta exposição começou a se tornar muito importante para mim.”

A característica de retratar pessoas com expressão séria também impressionou Renan. “Liguei muito com as ferramentas que eu utilizo nos meios sociais para poder viver enquanto pessoa preta, que é de estar sempre fechado, de ter essa armadura. O próprio sangue nos olhos que ele traz também, esse caminho vermelho difícil que a gente trilha e da própria vontade de não mais querer trilhar esses caminhos, que aí já vem a parte do azul que ele traz que são os sonhos. Isso mexeu demais comigo”, afirmou.

Exposição do artista Jeff Alan – Foto Cristina Indio do Brasil

O historiador, que é negro, se sente representado nos trabalhos de Jeff Alan. “Com certeza, desde a conversa que tive com ele, essa identificação com os quadros ficou muito mais forte. Eu gosto muito mais dessa obra mais recente – Coragem. Tem uma também lá no cantinho que é a única com uma pessoa sorrindo, diferente de todas. Eu gosto muito. Meu objetivo na vida é não precisar mais usar estas ferramentas de proteção [rosto fechado]”, contou, indicando as preferências entre as obras.

Visitante

O engenheiro mecânico Cláudio de Paula, 66 anos, foi à exposição após receber a dica da filha Narelle Nicolau de Paula, também engenheira. Ficou tão ansioso em conhecer a mostra que aproveitou o horário de almoço para visitar a exposição, já que trabalha no prédio em cima do Centro Cultural da Caixa.

“É um trabalho muito bonito e, com certeza, minha filha vai adorar porque ela luta bastante pelas mulheres negras, para que todas tenham espaço para se expressar. Ela vai adorar esta exposição. É difícil a gente ver tantas expressões que são familiares, que nos lembram as nossas expressões e as expressões dos nossos pais, dos nossos ancestrais”, disse à Agência Brasil, acrescentando que voltaria à tarde com a filha.

“A dica dela foi excelente, então vou voltar para visitar com a exposição guiada que talvez seja elucidativa de cada um dos quadros”, concluiu.

Hoje é Dia: combate ao alcoolismo e voto feminino estão em destaques

A semana entre 18 e 24 de fevereiro de 2024 é marcada por uma questão importante de saúde pública. 20 de fevereiro é o Dia Nacional de Combate ao Alcoolismo. A data marca o início da Semana Nacional de Combate ao Alcoolismo, e pretende conscientizar a população sobre os malefícios do consumo excessivo de álcool, além de promover a busca por tratamentos e apoio para aqueles que lutam contra a dependência.

Em 2022, a Agência Brasil falou sobre o assunto. Em 2021, o Tarde Nacional debateu a importância do tema. Em 2020, o Repórter Brasil também abordou a data.

 

No dia seguinte, 21 de fevereiro, comemora-se o Dia Internacional da Língua Materna. A data foi criada pela Unesco para marcar a importância da preservação das línguas locais como parte do patrimônio imaterial de países. A Radioagência Nacional celebrou a data em 2022. 

Em 24 de fevereiro, o Brasil celebra o chamado Dia da Conquista do Voto Feminino. A data relembra um marco histórico na luta das mulheres pelo reconhecimento de seus direitos políticos. Foi nesse dia, em 1932, que as brasileiras conquistaram o direito ao voto. No ano passado, o Viva Maria abordou a data.

Voto feminino Fonte: Agência Câmara de Notícias – FGV/CPDOC

Travolta, Sócrates e Solano

Entre figuras marcantes, destacamos três datas na semana. No dia 18 de fevereiro, celebra-se o nascimento do ator estadunidense John Travolta, que completa 70 anos de idade. Quem também nasceu há 70 anos (só que no dia 19) é o médico e jogador de futebol paraense Sócrates.

Falecido em 2011, Sócrates (irmão do também jogador Raí) foi considerado um dos jogadores mais inteligentes e engajados com lutas sociais da história do futebol no país. A Rádio Nacional falou sobre a trajetória dele em 2018 em um programa especial sobre a Copa do Mundo. Em 2010, ele participou de uma edição do Ver TV, da TV Brasil:

Também no dia 19, a morte do poeta pernambucano Solano Trindade completa 50 anos. Conhecido por sua vasta contribuição para as artes e sua atuação como ativista pelos direitos dos negros, Solano Trindade deixou um importante legado cultural e político na história do Brasil. O Antena MEC (em 2021), o Arte Clube (em 2020) e o Paratodos (em 2013) falaram sobre a sua trajetória:

A semana tem, ainda, os 35 anos de criação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), órgão responsável pela proteção e preservação do meio ambiente no país.

PF, IBAMA e ICMBio desmontam garimpos ilegais, por Policia Federal/divulgação

 

Confira a lista semanal do Hoje é Dia com datas, fatos históricos e feriados:

18 a 24 de fevereiro de 2024

18

Nascimento da cantora maranhense Maria de Fátima Andrade Almeida, a Fátima Passarinho (70 anos)

Morte do pintor, escultor, poeta e arquiteto italiano Michelângelo (460 anos)

Nascimento do pianista, maestro e compositor pernambucano Marlos Nobre (85 anos) – ocupou a direção musical da Rádio MEC (1971) e do Instituto Nacional de Música da Funarte (1976). Entre 1985 e 1987 esteve na presidência do Conselho Internacional de Música da Unesco, em Paris, passando a dirigir a Fundação Cultural de Brasília em 1988. Dirigiu a Fundação Cultural do Distrito Federal entre os anos de 1986 a 1990. Foi o primeiro brasileiro a reger a Royal Philharmonic Orchestra de Londres, em 1990. Entre outras orquestras regeu a Orchestre Philharmonique de l’ORTF em Paris; l’Orchestre de la Suisse Romande; l’Orchestre de l’Opéra de Nice, France; Orquesta Filarmónica del Teatro Colón, Orquesta Sinfónica de México, Orquesta Sinfónica de La Habana. Atualmente ocupa a cadeira nº 1 da Academia Brasileira de Música

Nascimento do estilista francês Paco Rabanne (90 anos)

Falecimento da religiosa baiana Mãe Mirinha do Portão (35 anos) – o Terreiro São Jorge Filhos da Goméia, por ela fundado, foi tombado como Patrimônio Cultural do estado da Bahia

Morte do regente, arranjador, pianista e compositor paulista Vicente Paiva Ribeiro (60 anos) – figura importante da música popular brasileira nas décadas de 1930 e 1940, quando atuou em várias frentes. Responsável por grandes sucessos de nossa música popular como a marchinha Mamãe eu quero, além da Marcha do Cordão do Bola Preta, e do sucesso de Carmen Miranda Disseram que eu voltei americanizada

Nascimento do ator estadunidense John Travolta (70 anos)

Nascimento do engenheiro, industrial, intelectual orgânico, administrador, empresário, escritor e político paulista Roberto Cochrane Simonsen (135 anos)

Morte do cantor e compositor baiano Anísio Silva (35 anos)

19

Nascimento do médico e jogador de futebol paraense Sócrates (70 anos)

Morte do poeta, folclorista, pintor, ator, teatrólogo, cineasta e ativista negro pernambucano Solano Trindade (50 anos)

Morte do compositor fluminense José Ivo da Costa, o Zeca Ivo (60 anos) – foi um dos primeiros parceiros de Ary Barroso em seu começo de carreira, com quem compôs a canção “Meu pampa lindo”. Percorreu o Brasil integrando grupos teatrais ou sozinho, realizando recitais de poemas e canções

20

Nascimento do economista maranhense Ignácio Rangel (110 anos) – analista do desenvolvimento econômico brasileiro

Nascimento do contrabaixista e arranjador cearense Adriano Giffoni (65 anos)

Dia Nacional de Combate ao Alcoolismo e início da Semana Nacional de Combate ao Alcoolismo

Dia Mundial da Justiça Social – comemoração internacional, que foi instituída pela 62ª sessão da Assembleia Geral da ONU

21

Morte do guerrilheiro nicaraguense Augusto César Sandino (90 anos) – revolucionário e líder da rebelião contra a presença militar dos Estados Unidos na Nicarágua entre 1927 e 1933. Rotulado como bandido pelo governo dos Estados Unidos, foi assassinado e é considerado um símbolo da resistência à dominação estadunidense na América Latina

Nascimento do ator, cantor, comediante, compositor, desenhista, diretor, dramaturgo, engenheiro, escritor, filantropo, humorista, pintor, poeta, produtor de televisão, publicitário e roteirista mexicano Roberto Gómez Bolaños (95 anos) – criador e protagonista das séries televisivas El Chavo del Ocho, (“Chaves”, no Brasil) e El Chapulín Colorado, (“Chapolin”, no Brasil) e do Programa Chespirito

Dia Internacional da Língua Materna – data da Unesco que visa a preservação das línguas locais como patrimônio imaterial das nações

Dia Nacional do Imigrante Italiano – a escolha da data é uma homenagem à expedição de Pietro Tabacchi ao Espírito Santo, em 1874. Este evento ficou marcado como o inicio do processo de migração em massa dos italianos para o Brasil

22

Morte do cantor, compositor, violonista e violeiro paulista Adauto Santos (25 anos)

Nascimento do automobilista austríaco Niki Lauda (75 anos)

Criação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) (35 anos)

23

Nascimento do guitarrista e cantor de blues estadunidense Johnny Winter (80 anos)

Nascimento do cineasta estadunidense Victor Fleming (135 anos) – dirigiu filmes como “E o Vento Levou…”; “O mágico de Oz” e “O Médico e o Monstro”

24

Nascimento da soprano e diretora operística italiana Renata Scotto (90 anos) – considerada uma das proeminentes cantoras da sua geração, especialmente no repertório do bel canto, com excursões ao verismo e ao repertório de Giuseppe Verdi

Morte do compositor francês Marc-Antoine Charpentier (320 anos)

Eclosão da Revolta de Beckman (340 anos)

Dia da Conquista do Voto Feminino no Brasil

Incêndio de grandes proporções na Vila Socó, em Cubatão (40 anos)

Lula: Conselho de Segurança deve ser pacifista e não fomentar guerras

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta quinta-feira (15), que os membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) devem ser atores pacifistas e não atores que fomentam guerras.

Em visita ao Cairo, capital do Egito, Lula voltou a defender mudanças na governança global, durante declaração à imprensa ao lado do presidente do país, Abdel Fattah Al-Sisi.

Desde que assumiu o mandato, no ano passado, em discursos em diversas instâncias internacionais, Lula vem defendendo que o modelo atual de governança, criado depois da Segunda Guerra Mundial, não representa mais a geopolítica do século 21.

Para o presidente, é preciso uma representação adequada de países emergentes, como da África e América Latina, em órgãos como o Conselho de Segurança da ONU.

Atualmente, esse conselho reúne apenas Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido – países que podem vetar decisões da maioria. Outros países também participam como membros rotativos, mas sem poder de veto.

“É preciso que tenha uma nova geopolítica na ONU. É preciso acabar com o direito de veto dos países. E é preciso que os membros do Conselho de Segurança sejam atores pacifistas e não atores que fomentam a guerra. As últimas guerras que nós tivemos, a invasão ao Iraque não passou pelo Conselho de Segurança da ONU, a invasão à Líbia não passou pelo Conselho de Segurança da ONU, a Rússia não passou pelo Conselho de Segurança para fazer guerra com Ucrânia e o Conselho de Segurança não pode fazer nada na guerra entre Israel e Faixa de Gaza”, disse Lula.

Crise no Oriente Médiio

O presidente falou ainda sobre o conflito entre Israel e o grupo palestino Hamas. Para Lula, os israelenses tradicionalmente não cumprem decisões da ONU.

No dia 7 de outubro, o Hamas, que controla a Faixa de Gaza, lançou um ataque surpresa de mísseis contra Israel, com incursão de combatentes armados por terra, matando cerca de 1,2 mil civis e militares e fazendo centenas de reféns israelenses e estrangeiros.

Em resposta, Israel vem bombardeando várias infraestruturas do Hamas, em Gaza, e impôs cerco total ao território, com o corte do abastecimento de água, combustível e energia elétrica. Os ataques israelenses já deixaram mais de 22 mil de mortos, sendo a maioria mulheres e crianças, além de feridos e desabrigados.

A guerra entre Israel e Hamas tem origem na disputa por territórios que já foram ocupados por diversos povos, como hebreus e filisteus, dos quais descendem israelenses e palestinos.

“Eu não encontro uma explicação porque que a ONU não tem força suficiente para evitar que essas guerras aconteçam, antecipando qualquer aventura. Porque a guerra não traz benefício a ninguém, ela traz morte, destruição e sofrimento”, disse Lula. O Brasil defende um cessar-fogo imediato e sustentável na região e a criação de um Estado Palestino.

“O Brasil foi um país que condenou de forma veemente a posição do Hamas no ataque a Israel e ao sequestro de centenas de pessoas. E nós condenamos e chamamos de ato terrorista. Mas não tem nenhuma explicação o comportamento de Israel, a pretexto de derrotar o Hamas, estar matando mulheres e crianças”, argumentou o presidente, reforçando que o Brasil está empenhado em fazer as mudanças necessárias nos órgãos de governança global.

“A única coisa que se pode fazer é pedir paz pela imprensa, mas ao que me parece, Israel tem a primazia de descumprir, ou melhor, de não cumprir nenhuma decisão emanada da direção das Nações Unidas, então é preciso que a gente tome decisão”, acrescentou.

Até dezembro deste ano, o Brasil ocupa a presidência do G20, grupo das 20 maiores economias do mundo, e uma das prioridades é discutir a atuação das instâncias internacionais.

Durante a declaração à imprensa, Lula ainda agradeceu o presidente egípcio pela colaboração na retirada de brasileiros e seus familiares da Faixa de Gaza, via Rafah, cidade palestina que faz fronteira com o Egito. Foram quatro missões de repatriação específica com pessoas que estavam no lado palestino do conflito, quando 149 brasileiros e parentes próximos foram resgatados.

O presidente brasileiro está em visita ao Egito e hoje participou de reunião com o presidente Abdel Fattah Al-Sisi e assinatura de atos bilaterais em agricultura e ciência e tecnologia. Ainda nesta quinta-feira, Lula terá agenda na sede da Liga dos Estados Árabes.

Ao fim do dia, a comitiva brasileira embarca para Adis Abeba, capital da Etiópia, onde o presidente Lula participará, como convidado, da Cúpula de Chefes de Estado e Governo da União Africana, nos dias 16 e 17.

Matéria ampliada às 10h37

 

Método Wolbachia reduz casos de dengue em Niterói

Em meio ao aumento de casos de dengue no país e de mortes pela doença, Niterói mantém níveis baixos da doença. De acordo com a prefeitura, a situação é resultado de monitoramento diário durante o ano todo e também do chamado método Wolbachia, uma aposta de longo prazo, que começou a ser implementado na cidade em 2015. Em 2023, o município tornou-se o primeiro no Brasil com 100% do território coberto pelo método.  

Wolbachia é uma bactéria presente em cerca de 60% dos insetos na natureza, mas ausente no Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue. O método Wolbachia consiste em inserir a bactéria em ovos do mosquito, em laboratório, e, assim, criar Aedes aegypti que portam o microrganismo. Constatou-se que, por terem a Wolbachia, esses mosquitos não são capazes de carregar os vírus que causam a dengue, zika, chikungunya ou febre amarela e tornam-se, assim, inofensivos.

Esses mosquitos, apelidados Wolbitos, quando se reproduzem passam a bactéria para os novos mosquitos, fazendo com que menos desses insetos possam transmitir doenças para os seres humanos.

Mosquitos com Wolbachia reduzem casos de dengue em Niterói – Foto: Flávio Carvalho/WMP Brasil/Fiocruz

“Teve muita desconfiança da população quando fomos fazer a soltura dos mosquitos na cidade. Poxa, todo mundo matando mosquito e Niterói vai soltar mosquito? Como assim? Nós fizemos um trabalho intenso com as lideranças comunitárias, com as associações de moradores, com a Federação das Associações de Moradores de Niterói, e elas nos apoiaram nesse convencimento junto à população para que os mosquitos pudessem ser soltos. Hoje, a gente tem uma situação menos dramática do que em grande parte do Brasil”, lembra a secretária de Saúde de Niterói, Anamaria Schneider.

Segundo a secretaria, os números apontam a redução de cerca de 70% dos casos de dengue, 60% de chikungunya e 40% de zika nas áreas onde houve a intervenção entomológica. Os casos foram caindo ano a ano. Em 2015, ano da implantação do projeto, foram confirmados 158 casos de dengue em Niterói. Em 2016, foram 71, em 2017, 87. Em 2018, houve um aumento para 224 pacientes confirmados com a doença, mas o número caiu no ano seguinte, quando foram registrados 61 casos. A partir de 2020, com 85 casos, os números caíram a cada ano, com 16 em 2021 e 12, em 2022. Em 2023, foram confirmados 55 casos de dengue na cidade. Até o momento são cerca de 30 casos suspeitos.

O trabalho foi iniciado em 2015 com uma ação piloto no bairro Jurujuba. Em 2017, o método Wolbachia chegou a 33 bairros das regiões das praias da Baía e Oceânica. Em 2023, Niterói se tornou a primeira cidade brasileira com 100% do território coberto pelo método Wolbachia. 

Mesmo com o Wolbito, o município não abandonou as ações de prevenção e monitoramento, que são realizadas ao longo de todo o ano.

“É um trabalho contínuo, não para. Nós temos 300 agentes de endemias que fazem visitas em 5 mil imóveis diariamente. A gente tem um grupo que visita só imóvel abandonado. Eles conseguem entrar em imóveis que ninguém tem acesso. A gente visita porque tem muitos focos de mosquitos. Nessa época, aumentam as denúncias da população, mas é um trabalho rotineiro, durante todo o ano”, explica, Schneider.

Cidades com Wolbito

Mosquitos com Wolbachia reduzem casos de dengue em Niterói – Foto: Flávio Carvalho/WMP Brasil/Fiocruz

O método, que tem origem na Austrália, é aplicado no Brasil porque o país integra, desde 2014, o rol de 11 países que compõem o Programa Mundial de Mosquitos, em inglês World Mosquito Program (WMP). No Brasil, é conduzido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com financiamento do Ministério da Saúde em parceria com governos locais. Atualmente, as cidades já incluídas na pesquisa são Campo Grande (MS), Petrolina (PE), Belo Horizonte, Niterói e Rio de Janeiro.

Este ano, o método chegará a mais seis cidades: Natal, Uberlândia (MG), Presidente Prudente (SP), Londrina (PR), Foz do Iguaçu (PR) e Joinville (SC).

O método, no entanto, não tem resultado imediato e precisa ser associado a outras ações para combater a doença. “O método Wolbachia não é um método de ação imediata, como é um inseticida, por exemplo, que você aplica e mata o mosquito. A Wolbachia é preventiva. A gente precisa cobrir um território, aguardar esse estabelecimento dos mosquitos. Acaba sendo algo preventivo, de médio prazo, porque a gente precisa estabelecer, fazer todo o processo e aguardar um tempo para que os resultados sejam vistos”, explica o líder de operações da WMP Brasil, Gabriel Sylvestre.

Segundo ele, em cerca de 2 anos, é possível observar os resultados do método. No entanto, ele não deve ser a única forma de combate à dengue e às demais doenças. “O método Wolbachia não pode ser pensado de uma forma única. É preciso que haja esse esforço coletivo, tanto do poder público quanto da população. Aí a gente entra como mais uma força nesse combate”, enfatiza.

Apesar de também ter recebido o Wolbito, a cidade do Rio de Janeiro está em situação diferente da do município vizinho. A cidade declarou situação de emergência devido ao aumento do número de internações por suspeita de dengue.

No Rio, o  Wolbito foi liberado apenas em algumas regiões e não em toda a cidade como em Niterói.

“São dados muito complexos de serem analisados. Isso vai depender, em grande parte, da dimensão do projeto. Em Niterói, a cidade inteira participou do projeto. Então, toda a cidade, cada bairro, tem Wolbito estabelecido. Isso garante uma proteção na cidade como um todo. O impacto acaba sendo mais relevante, mais forte do que em uma cidade com a complexidade que tem o Rio de Janeiro. E a gente não conseguiu chegar em grandes proporções da cidade do Rio ainda”, explica Sylvestre.

Arte/EBC

 

Carnaval é melhor do que celular, dizem crianças em bloquinho no DF

 

Brasília-DF 12/02/2024 Rudah, de 8 anos, no bloquinho infantil de carnaval Carnapati. Foto Antônio Cruz/ Agência Brasil.

Na cabeça, as fitas vermelhas do capacete do caboclo de lança emolduram os olhos e o sorriso encantados do menino Rudah, de 8 anos. O garoto brasiliense, desde tão cedo, aprecia o maracatu de baque solto, da zona da mata pernambucana. “Eu sou muito fã”. O menino diz que aprendeu na escola e com os pais, artistas, sobre cultura brasileira. Dançou, sacudiu as fitas e o figurino todo colorido, e procurava pelos amigos enquanto se divertia no Bloco Carnapati, nesta segunda-feira (12), na região central da capital. “Muito melhor o carnaval do que ficar no celular”.

O pai, o músico Randal Andrade, de 51 anos, tocava o tambor. Foi ele que desenhou e confeccionou o capacete. “Ele adora brincar. Não quer nem saber de TV ou joguinhos de celular. Estimulamos que ele viva a arte”. A mãe, Verônica Alves, de 32, tocava o ganzá e se orgulhava do colorido da roupa que ela produziu para o menino com o desenho do carcará, pássaro que a família acha mais bonito. “Carnaval é tempo da gente se divertir em família. Ir para a rua. A gente espera muito por esse momento”. 

Brasília-DF 12/02/2024 Tereza Padilha, idealizadora do Bloquinho infantil de carnaval Carnapati – Foto Antônio Cruz/ Agência Brasil.

A família e outras dezenas de pessoas, participavam também da ciranda, ao som de música pernambucana no Eixo Cultural Ibero-americano (antiga Funarte). Adultos e crianças se divertiam com a brincadeira do caminho do peixe Nonô, o boneco criado pela Companhia Teatral Mapati, que organiza a festa há 27 anos. Idealizadora do teatro e dessa festa carnavalesca, a dramaturga Tereza Padilha enfatiza que é fundamental garantir espaço para que crianças curtam a época. 

“Nós somos pioneiros (na década de 1990, junto com o Bloco A Baratinha) nos carnavais infantis. É muito saudável que as pessoas responsáveis tirem as crianças de frente das telas para poder viver o carnaval, essa festa democrática e de tanta alegria”, afirma a artista. 

Cultura

Com fantasia de pomerano, o menino Heitor, de 9 anos, acompanhado do pai, Antonio Santos, e da mãe, Andrelesse Arruda, ambos de 41, estava empolgado com a ciranda, o que fez com que esquecesse os joguinhos de celular. “Bem mais legal”. Os pais concordam que o carnaval, a música e o sol tornaram a segunda de carnaval mais atraente para o menino do que as telas. “Temos a preocupação de apresentar para ele a cultura do nosso país”, afirmou o pai. “Ele está vendo que é muito mais saudável”, disse a mãe. 

Entre ritmos nordestinos, uma família matava saudades da terra natal, com a camiseta com as cores e símbolos da bandeira pernambucana. Radicado em Brasília, o casal Tiago Meireles, de 39, e Isabela, de 40, levou o pequeno Artur, de 2 anos, para a festa, e assim ensinarem as músicas desde pequeno. “É uma saudade boa da nossa terra. Os bloquinhos nos ajudam”. 

Com o sol que persistiu em Brasília, a criançada brincava de mãos dadas com os adultos ao som da música de Lia de Itamaracá. Aprenderam rápido a cantar… “Minha ciranda não é minha só/Ela é de todos nós/ ela é de todos nós”.

Brasília-DF 12/02/2024 Bloquinho infantil de carnaval Carnapati. Família Pernanbucana  – Foto Antônio Cruz/ Agência Brasil.

semana tem 80 anos de Sebastião Salgado e Alice Walker

A primeira semana de fevereiro tem como destaque os 80 anos de diferentes celebridades. Entre elas, o fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado e a escritora e ativista estadunidense Alice Walker.

É hora de relembrar também o legado do cartunista e ativista político Henrique de Souza Filho, o Henfil, e de projetos como a Agência Espacial Brasileira e a Estação na Antártica, que colocam o Brasil além das suas fronteiras continentais.

Há 60 anos…

No dia 9 de fevereiro, a banda The Beatles fazia sua primeira aparição ao público norte-americano no programa “The Ed Sullivan Show”.

O quarteto, formado por John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr, produziu 13 discos de estúdios ao longo de oito anos e é, até hoje, fonte de influência musical e comportamental entre diferentes gerações. O episódio foi retratado no História Hoje, da Rádio Nacional, em 2017: 

 

50 anos sem o Rei da Capoeira

Na segunda-feira, 5 de fevereiro, completam-se 50 anos da morte do Mestre Bimba, capoeirista que ajudou a derrubar tabus e levou a mistura de luta com dança aos escalões mais altos da sociedade.

“O apelido [Bimba] foi dado pela parteira que, ao segurar o bebê, esclareceu à mãe: é menino, olha a bimba dele aí.”

As aspas acima são do locutor José Carlos Andrade durante o episódio do História Hoje, ao comentar a origem do apelido do mestre. O episódio lembra que Bimba se exibiu em 1953 para o então presidente Getúlio Vargas, ocasião em que denominou a capoeira como o esporte genuinamente brasileiro. Você pode escutar no player abaixo:

Mestres da Capoeira, por Ricardo Prado/Divulgação

Brasil além das fronteiras

Há quarenta anos, em 6 de fevereiro de 1984, a Estação Antártica Comandante Ferraz foi finalmente inaugurada sobre a Ilha do Rei George, no continente Antártica. A estação nacional passou por ampliações, foi ocupada por brasileiros durante todo o ano até que, em 2012, a base foi atingida por um incêndio de grandes proporções. Na ocasião, dois militares morreram e 70% das suas instalações foram perdidas.

A Agência Brasil noticiou a reinauguração do espaço em 2020, com 17 laboratórios avançados e após um investimento de cerca de US$ 100 milhões na obra de reconstrução. Trecho na Agência Brasil:

“A entrega da base pronta ocorreu justamente no início de 2020, mas não deu tempo de retomar os projetos científicos porque cerca de dois meses depois foi decretada a emergência de saúde global provocada pelo novo coronavírus.”

Alcântara (MA), 19.03.2023 – Foguete sul-coreano é lançado a partir de Alcântara, no Maranhão. O veículo levou a bordo carga útil desenvolvida 100% no Brasil pelos profissionais do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), com o apoio da Agência Espacial Brasileira – Sargento Frutuoso/DCTA

No dia 10 de fevereiro de 1994, era inaugurada a Agência Espacial Brasileira (AEB), outro projeto que busca colocar o Brasil além das fronteiras continentais. De acordo com publicações da própria Agência, a AEB é responsável por formular, coordenar e executar a Política Espacial Brasileira e trabalha para viabilizar os esforços do Estado Brasileiro na promoção do bem-estar da sociedade, por meio do emprego soberano do setor espacial.

Assim como ocorreu na Estação na Antártica, a AEB lida com sua própria tragédia. Em 2003, ocorreu a explosão do foguete VLS-1 V03, no Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão, que matou 21 técnicos civis e destruiu a torre de lançamento.

Posteriormente, o Brasil retomou o uso da base, fazendo o lançamento do foguete VSB-30 em outubro de 2004. O foguete foi desenvolvido pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço em parceria com o Centro Aeroespacial Alemão. Até então, foram lançados 33 foguetes do mesmo tipo, cinco deles no Brasil e 28 no exterior.

Em março de 2023, a base da Alcântara fez o lançamento de um foguete sul-coreano (foto). Em julho do mesmo ano, o Brasil em Pauta entrevistou o novo presidente da AEB, Marco Chamon, que fez um panorama sobre o futuro da agência. Assista:

             

Dias de luta

A semana traz uma série de dias de conscientização da sociedade. O destaque vai para o Dia Mundial de Combate ao Câncer, que acontece todo dia 4 de fevereiro.

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), um dos tipos da doença mais frequentes é o de mama, sendo que o Brasil tem, em média, 5 mil novos casos por ano. Por isso, país tem o Dia Nacional de Mamografia, 5 de fevereiro, para reforçar a importância do diagnóstico precoce. Confira reportagem da TV Brasil sobre o tema:

A semana também traz o Dia Internacional da Internet Segura, 6 de fevereiro, para destacar questões como privacidade de dados, ameaças cibernéticas e o bom uso das ferramentas de tecnologia. Já o Dia Nacional de Luta dos Povos Indígenas é celebrado em 7 de fevereiro.  A data foi criada em 2008 e chama a atenção para as questões ligadas aos povos originários do Brasil.

Octogenários famosos

Hora de registrar o nascimento de octogenários célebres. Entre eles, está um dos principais fotógrafos do Brasil, Sebastião Salgado, que completa 80 anos em 5 de fevereiro de 2024.

Além de seu trabalho fotográfico reconhecido internacionalmente, Salgado atua em projetos de preservação ambiental. Em 2017, a jornalista Mara Régia esteve com o fotógrafo em uma iniciativa do Instituto Socioambiental que aconteceu em São Paulo e registrou um áudio dele sobre projetos de preservação na Amazônia. Ouça:

Também em 5 de fevereiro, a escritora, poeta e ativista estadunidense Alice Walker também está entre as aniversariantes da semana.

Ela foi responsável pela criação do conceito “colorismo”, que ajuda a entender como a discriminação racial é mais intensa à medida que o tom de pele é mais escuro. O assunto foi tema do Repórter Brasil em 2022:

Henfil faria 80 anos

“Se fosse vivo, Henfil teria” hoje 80 anos, parafraseando reportagem de Leonardo Rodrigues para a Agência Brasil. Vítima da Aids aos 43 anos, o cartunista e chargista mineiro Henrique de Souza Filho, o Henfil, nasceu em 5 de fevereiro de 1944. Ele contraiu o vírus HIV quando adulto, em uma das transfusões que realizava com frequência, já que era hemofílico – assim como seus irmãos, o  sociólogo Betinho e o músico Chico Mário.

Henfil viveu a infância e juventude na periferia de Belo Horizonte, onde fez o primário e o supletivo noturno. Cursou sociologia na Universidade Federal de Minas Gerais, mas abandonou o curso meses depois.

Cartunista Henfil – Divulgação – Governo do Rio de Janeiro

Ele trabalhou como embalador de queijos. Depois, foi contínuo em uma agência de publicidade, onde aprendeu a técnica de ilustrador e a produção de histórias em quadrinhos. Seu reconhecimento profissional veio em 1964, ao trabalhar na revista Alterosa. Também colaborou com o jornal Diário de Minas, onde produziu caricaturas políticas. 

Confira a lista semanal do Hoje é Dia com datas, fatos históricos e feriados:

4 a 10 de fevereiro de 2024

4

Morte da poeta e escritora paulista Hilda Hilst (20 anos)

Morte do autor de telenovelas e jornalista espanhol naturalizado brasileiro Daniel Más (35 anos) – escreveu, entre outras obras de teledramaturgia, a série “Armação Ilimitada”

Nascimento do cantor e compositor fluminense Jessé Gomes da Silva Filho, o Zeca Pagodinho (65 anos)

Yasser Arafat é eleito chefe supremo da Organização para a Libertação da Palestina (55 anos)

Fundação do Facebook (20 anos)

Dia Mundial de Combate ao Câncer

5

Nascimento do cartunista e chargista mineiro Henrique de Souza Filho, o Henfil (80 anos)

Nascimento do escritor estadunidense William S. Burroughs (110 anos)

Nascimento do jogador de futebol argentino Carlos “Carlito” Tévez (40 anos)

Nascimento da atriz capixaba Márcia Maria Brisa (80 anos)

Morte do capoeirista baiano Manoel dos Reis Machado, o Mestre Bimba (50 anos) – fundador da primeira escola de capoeira do Brasil, também é conhecido por iniciar um novo estilo desta arte marcial chamado “capoeira regional”

Fundação da Companhia de Cinema estadunidense United Artists por Charles Chaplin e outras personalidades de Hollywood (105 anos)

Dia Nacional da Mamografia

6

Nascimento do cantor paulista Jair Rodrigues (85 anos)

Morte do escritor, desenhista e ilustrador estadunidense Jack Kirby (30 anos)

Estabelecimento da Estação Antártica Comandante Ferraz (40 anos)

Franco e Roberto Lopes são campeões mundiais de vôlei de praia (30 anos)

Dia de Dandara e da Consciência da Mulher Negra

Dia Internacional da Internet Segura

7

Morte do construtor de instrumentos belga Adolphe Sax (130 anos) – inventor do saxofone

Morte do médico alemão Josef Mengele (45 anos) – oficial nazista e médico do campo de concentração de Auschwitz durante a 2ª Guerra Mundial, foi responsável por inúmeros crimes contra a humanidade, fugindo para o Brasil, onde faleceu

Nascimento do religioso cearense Dom Hélder Pessoa Câmara (115 anos) – Arcebispo emérito de Olinda e Recife

Dia Nacional de Luta dos Povos Indígenas – instituído pela Lei Nº 11.696 de 12 de junho de 2008

Dia Nacional do Trabalhador Gráfico – data criada em 1923, em razão de uma greve praticada por profissionais gráficos, que reivindicavam melhores condições de trabalho e salários mais justos

8

Nascimento do político maranhense Alexandre Colares Moreira Júnior (175 anos) – fazendeiro e homem público, foi diretor do Banco do Maranhão, da Caixa Econômica, da Companhia de Navegação do Maranhão e mordomo da Santa Casa de Misericórdia de São Luís, onde foi também prefeito e presidente da Câmara Municipal. Seu nome foi dado a uma das principais avenidas da região central da cidade

Nascimento do ator, dublador, diretor e autor mineiro Jonas Bloch (85 anos)

Nascimento do fotógrafo mineiro Sebastião Salgado (80 anos)

Incêndio no Ninho do Urubu (5 anos)

Ocorre o massacre da Pacheco Fernandes (65 anos) – no carnaval de 59 aconteceu uma briga nas instalações da Construtora e para conter a confusão, foi chamada a GEB (Guarda Especial de Brasília), que terminou invadindo os acampamentos e reprimindo duramente os operários. Várias versões são contadas sobre o caso e em 2009 foi inaugurado um monumento em homenagem aos mortos no local

9

Morte do compositor e radialista mineiro Ary Barroso (60 anos)

Nascimento da atriz e cantora luso-brasileira Maria do Carmo Miranda da Cunha, a Carmen Miranda (115 anos)

Morte da escritora russa Sophie Feodorovna Rostopchine, a Condessa de Ségur (150 anos) – autora de obras-primas infantojuvenis

Nascimento do compositor mineiro Vicente Fernando Vieira Ferreira, o Vicente Amar (95 anos) – funcionário do departamento musical da Rádio Nacional, onde passou a ter contato com o meio musical, teve cerca de 50 músicas gravadas por vários cantores do rádio

Morte do baixista e compositor cubano Candelario Orlando López Vergara, o Orlando “Cachaíto” Lopez (15 anos) – integrante do movimento Buena Vista Social Club

Nascimento da escritora e ativista estadunidense Alice Walker (80 anos)

Primeira aparição da banda The Beatles, na televisão estadunidense no The Ed Sullivan Show (60 anos)

10

Nascimento da mãe de santo baiana Maria Escolástica da Conceição Nazaré, a Mãe Menininha do Gantois (130 anos) – uma das mais admiradas Iyálorixás brasileiras

Nascimento do cantor e compositor fluminense Roberto Audi (90 anos) – em 1959, apresentou-se no Super show da TV Tupi do Rio de Janeiro, passando posteriormente a atuar em programas da Rádio Nacional, TV Tupi, TV Rio e, em São Paulo, na TV Record e na Bandeirantes

Criação da Agência Espacial Brasileira (30 anos)

Aniversário da cidade de Santa Maria (RA XIII)