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Lula classifica de insanidade proposta que equipara aborto a homicídio

No Continente Europeu desde quinta-feira (13), onde participou como convidado da Cúpula do G7, que reúne os países mais ricos do mundo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou o Projeto de Lei 1.904/24, que propõe tornar homicídio aborto realizado acima de 22 semanas de gestação, em qualquer situação, inclusive em caso de estupro.

“Eu, Luiz Inácio, sou contra o aborto. Mas, como o aborto é uma realidade, precisamos tratar como uma questão de saúde pública. Eu acho que é insanidade alguém querer punir uma mulher em uma pena maior do que o criminoso que fez o estupro”, declarou em uma entrevista coletiva concedida a jornalistas em Puglia, na Itália.

O presidente afirmou que não acompanhou ativamente o debate sobre o projeto de lei no Brasil, mas que tomará ciência assim que retornar neste sábado (15). “Eu tenho certeza de que o que está previsto na lei já garante que a gente aja de forma civilizada para tratar com rigor o estuprador e para tratar com respeito a vítima” reforçou.

O tema também foi tratado pelos líderes das maiores economias na Itália. À frente da presidência do G7, a primeira-ministra Giorgia Meloni liderou uma mudança na declaração final de 2024, que removeu um trecho presente no documento do ano anterior anterior, que tratava do acesso e cuidados para o aborto legal seguro.

Desoneração

Na entrevista coletiva, Lula comentou ainda o impasse em relação à desoneração da folha de 17 setores, que têm pressionado o governo pela desvinculação dos gastos com a saúde e a educação, para manter a proposta. O presidente afirmou que o setor é que deverá apontar uma solução para que as contas fechem dentro do prazo estabelecido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para que a liminar concedida pelo ministro Cristiano Zanin, que barrou a medida, não prevaleça.

“A gente não vai fazer ajuste em cima dos pobres, porque os que ficam criticando o déficit fiscal, os que ficam criticando os gastos do governo são os mesmos que foram para o Senado aprovar a desoneração de 17 grupos empresariais e que ficaram de fazer uma compensação para suprir o dinheiro da desoneração e não quiseram fazer”, afirmou.

O presidente afirmou que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem avançado na política econômica brasileira. “Nós já fizemos a regulação do marco fiscal, nos já aprovamos a reforma tributária, nós estamos demonstrando a nossa seriedade de garantir estabilidade jurídica, estabilidade política, estabilidade fiscal, estabilidade econômica e estabilidade social, isso está garantido.”

Lula disse que o ministro jamais ficará enfraquecido. Segundo o presidente, todo corte que Haddad julgar necessário será feito. “Nós vamos chegar à sexta economia do mundo. Chegamos em 2011, depois caímos para 12ª e eu já trouxe de volta para a oitava posição. Até o final do meu mandato, vamos voltar à sexta.”, afirmou.

Paris 2024: atletas brasileiros reforçam cuidados com saúde mental

Pés descalços, mãos na enxada e uma roça inteira para cuidar. A rotina, comum a muitos trabalhadores rurais do Brasil, é parte da preparação de um atleta de alto rendimento. Quando Petrúcio Ferreira, bicampeão paralímpico de atletismo, precisa acalmar a mente, é para São José do Brejo do Cruz, no interior da Paraíba, que ele corre. Nas palavras do próprio atleta, é um “combustível”, que ajuda a melhorar a concentração e a chegar bem nas competições.

Petrúcio Ferreira – Alexandre Schneider/CPB/Direitos Reservados

“A vida do atleta, por mais que tenha muitas pessoas ao redor, acaba sendo uma vida solitária. Isso, porque é ele com o próprio sonho e pensamentos. [É] ele que precisa correr atrás nos dias de treino, que fica na dúvida se vai dar certo. Isso acaba exigindo muito da nossa mente. Estar longe da família, longe de casa. Isso exige muito”, diz Petrúcio. “Quando estou muito acelerado, volto para a casa dos meus pais, para relembrar um pouco das minhas origens e raízes, para lembrar de onde eu saí, onde eu estou e onde quero chegar.”

Por muito tempo, foi comum associar a imagem dos atletas à de máquinas ou de super-heróis. Em foco, o físico, os movimentos, a resistência, a força. Nos Jogos de Tóquio, realizados em 2021, uma dimensão geralmente invisível e mais humana ganhou destaque: a da saúde mental. Muito por conta da história de Simone Biles, ginasta norte-americana sete vezes medalhista olímpica, que deixou de competir em cinco finais para cuidar da parte psicológica.

Há pouco mais de um mês para o início da Olimpíada de Paris (26 de julho), e pouco mais de dois meses para a Paralimpíada (28 de agosto), atletas que vão participar dessas competições falaram com a reportagem da Agência Brasil sobre a importância da preparação mental. As conversas ocorreram no evento de apresentação do Time Petrobras, grupo de atletas patrocinado pela estatal.

Cada um lida com diferentes tipos de pressão. Medalha de ouro no Rio e em Tóquio, Petrúcio tenta ser o melhor no que faz pela terceira vez seguida. “Principalmente na prova dos 100 metros T47, os atletas têm esse parâmetro: aquele a ser batido nas grandes competições é o Petrúcio. Chegar ao topo pode ser mais fácil do que se manter, porque eu fico sem parâmetro. O que eu tenho de superar são meus próprios resultados e eu mesmo durante os treinos. Acaba sendo um pesinho a mais, mas consigo lidar muito bem com isso hoje. Não vou trazer isso como um fardo e uma cobrança”, afirma.

Milena Titoneli

A lutadora de taekwondo Milena Titonelirasil – Fernando Frazão/Agência Brasil

No caso da atleta de taekwondo Milena Titoneli, a preocupação com a saúde mental aumentou depois da experiência na Olimpíada passada, quando foi a quinta melhor na categoria que disputou.

“Em 2021, em Tóquio, eu tive muitos problemas. Questões bem pesadas, psicologicamente falando. Tive burnout [distúrbio psíquico causado pela exaustão extrema, causada por excesso de trabalho]. E, desde então, faço tratamento com psicólogo e com coach [treinador] esportivo.”

Milena conta que foi uma fase difícil e que chegou a ser atendida por um psiquiatra e a tomar medicação, mas que atualmente não está precisando. “Foi um período difícil, mas sempre digo que a parte mental é uma das mais importantes. O físico pode estar 100%, mas, se a cabeça não está boa, não flui. É uma das coisas a que a gente tem que dar importância como atleta. E eu venho fazendo o meu trabalho. Estou muito melhor do que estava em 2021. E acho que isso vai ter reflexo no resultado.”

Em Paris, Milena vai competir na categoria de equipes mistas. Com as vivências que acumulou até aqui, ela acredita estar mais preparada para ajudar também outros companheiros a não passar pelos problemas que enfrentou.

“Chego com muita expectativa de trazer o ouro com a equipe. Minha experiência no taekwondo pode contribuir, porque os outros atletas são um pouco mais novos do que eu. E acho que vamos ter um bom resultado, porque são atletas muito fortes que vão disputar junto comigo. Eu estou muito animada. Essa preparação foi bem intensa. Foram três anos sem descanso, buscando essa vaga para chegar em Paris e conseguir o melhor resultado possível”, resume.

Duda Lisboa e Ana Patrícia

Duda Lisboa e Ana Patrícia – Fernando Frazão/Agência Brasil

Vôlei de praia sempre foi sinônimo de medalha olímpica para o Brasil. Em Tóquio, pela primeira vez na história, nenhuma dupla brasileira conseguiu lugar no pódio. No caso das jogadoras Duda e Ana Patrícia, portanto, a pressão vem pela expectativa de retomada da hegemonia no esporte. Ainda mais depois de um ciclo vitorioso. Líderes do ranking mundial, elas chegam com moral e, ao mesmo tempo, cobranças por resultados.

“Existe um lado bom e um lado ruim. Se nós somos favoritas hoje, é porque performamos para estar nessa posição. E existe essa coisa da expectativa de todo mundo, por conta dos resultados que apresentamos. É inegável. Também sabemos que temos um grande potencial para trazer medalha. Carregamos essa responsabilidade e tentamos tirar o foco um pouco da pressão. É fazer o nosso trabalho e chegar bem preparadas em Paris”, diz Ana Patrícia.

Um dos aspectos em que as duas têm cuidado especial é com as redes sociais, onde ficam mais expostas a críticas e até a ataques mais agressivos.

“Temos uma psicóloga esportiva que está ao nosso lado e entendemos que este trabalho é muito importante. Hoje em dia, com a internet, é muito fácil ver algum tipo de julgamento nas redes sociais. A gente precisa trabalhar muito isso, para ter certeza de quem realmente somos, e manter o nosso foco. Eu faço terapia à parte também. É difícil estar todo dia treinando, e vir um julgamento totalmente diferente. Ninguém sabe a nossa rotina, ninguém sabe o que passamos no dia a dia”, diz Ana Lisboa.

Guilherme Costa

O nadador Guilherme Costa – Fernando Frazão/Agência Brasil

Pela segunda vez em uma Olimpíada, o nadador Guilherme Costa chega a Paris com um conjunto de bons resultados recentes. Nos Jogos Pan-Americanos de 2023, ganhou quatro medalhas de ouro. No Mundial de Esportes Aquáticos de 2024, terminou em quarto lugar nos 400 metros livres.

Guilherme precisará lidar com pelo menos dois desafios a partir do mês que vem. Além de tentar confirmar a trajetória crescente no esporte, precisa planejar muito bem o ritmo puxado de provas. Vai participar de quatro categorias diferentes nas piscinas: 200m, 400m, 800m, 4x200m livre. E uma prova de 10 quilômetros em águas abertas. O nadador acredita que pode se tornar referência em um esporte que, no Brasil, sempre esteve acostumado a ter nadadores velocistas em destaque, como Cesar Cielo, Fernando Scherer e Gustavo Borges.

“A gente vem mudando isso. Na seletiva, os principais resultados já foram nas provas mais de meio fundo. Além de mim, tem a Mafê [Maria Fernanda Costa] e a Gabi [Gabrielle Roncatto]. É muito bom ter grandes resultados em outras provas, porque as crianças começam a querer nadar essas provas também. E, no futuro, a gente pode ser muito bom na velocidade, no meio fundo, no fundo. Então, acho que tem espaço para todo mundo. Dá para ter todo mundo bem”, diz Guilherme.

A confiança e a tranquilidade com que fala da Olimpíada também se deve muito ao fato de Guilherme sempre ter valorizado o cuidado com a mente.

“Eu faço uma preparação mental. Toda semana tenho atendimento psicológico. Eu me sinto muito bem nessa parte, trabalho isso já há algum tempo. Então, estou muito acostumado com a pressão de grandes competições”, diz o nadador.

Futuro da área onde viveu “Índio do Buraco” é alvo de disputa judicial

O espólio de um homem que viveu quase sem nenhum bem material está no centro de uma disputa judicial, em Rondônia. Indígenas, Ministério Público Federal (MPF) e um grupo de pessoas não indígenas esperam que a Justiça Federal decida o destino de uma extensa área de 8.070 hectares onde, até 2022, vivia um único indivíduo, conhecido como Tanaru, ou o “Índio do Buraco”.

Tanaru viveu ao menos 26 anos em isolamento voluntário, evitando o contato com outros seres humanos, incluindo indígenas que habitam as redondezas da área equivalente a 8 mil campos de futebol, nas cidades de Chupinguaia, Corumbiara, Parecis e Pimenteiras do Oeste.

Segundo a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), cujos servidores o monitoravam a distância desde 1996, quando o avistaram pela primeira vez, Tanaru era o “único sobrevivente de sua comunidade, de etnia desconhecida”. Para o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), com a morte dela, “desapareceu mais uma cultura milenar”.

Em agosto de 2022, indigenistas que realizavam uma ronda de vigilância encontraram Tanaru morto, deitado em uma rede, no interior da última das muitas palhoças que o indígena construiu ao longo dos anos – a Funai tem registros de ao menos 53 delas. O corpo estava preservado e paramentado com adereços como um colar no pescoço, um chapéu e enfeites de penas. Nenhum ferimento ou indício da passagem de outra pessoa pelo local foi identificado. Os poucos utensílios que Tanaru carregava consigo a cada vez que se mudava para uma nova palhoça foram todos encontrados.

Funai monitorava Tanaru a distância desde 1996 – Acervo/Funai

Tanaru morreu sem que sua etnia tivesse sido identificada sem margem para dúvidas. Ninguém nunca soube ao certo que idioma ele falava ou qual era sua idade aproximada. Da mesma forma, resta o mistério de como ele terminou sozinho, em uma área florestal cercada por fazendas cuja vegetação original foi quase toda eliminada. A hipótese mais provável é que ele era o último representante de um povo dizimado em meio à intensificação da colonização de Rondônia, na segunda metade do século passado, quando dezenas de povos indígenas habitavam a região.

Ele recebeu o apelido de servidores da Funai, em referência ao rio que corta a região. O outro, devido ao costume de cavar um buraco profundo, uma espécie de cova, no interior de cada nova maloca. Arredio, flechou um servidor da Funai que tentou se aproximar, em 2005. Na maior parte do tempo, contudo, não demonstrava temer as pessoas, chegando a construir algumas de suas palhoças perto dos limites entre a área que a União destinou ao seu usufruto exclusivo e as fazendas ao redor. Além disso, em determinado período, aceitava os objetos (machados, facões etc.) e as sementes que servidores da Funai lhe deixavam com o intuito de estimulá-lo a plantar alguns alimentos para consumo próprio.

As dúvidas quanto à origem de Tanaru deram margem a especulações. Há, na região, quem até hoje sustente que ele não era indígena, assim como há quem garanta que, embora indígena, ele pertencia a um povo de outra região e foi levado por indigenistas, de avião, para ocupar a área hoje em disputa.

Os restos mortais de Tanaru só foram enterrados no início de novembro de 2022, mais de dois meses após sua morte. Para isso, o MPF teve que ingressar com uma primeira ação na Justiça Federal, pedindo que a Funai fosse obrigada a sepultar o indígena no mesmo local onde seu corpo foi encontrado e seguindo as tradições indígenas regionais. Sob o comando da gestão do presidente Jair Bolsonaro, a Funai alegava não ter a obrigação legal de sepultar o indígena, cujo corpo permanecia acondicionado na unidade da Polícia Federal em Vilhena (RO), onde tinha sido submetido a autópsia.

Em dezembro de 2022, o MPF voltou a recorrer à Justiça contra a União e a Funai. Desta vez para obrigar os órgãos federais a transformarem o território em que Tanaru viveu em uma área pública, de proteção socioambiental. Apesar da presença indígena na região, incluindo alguns grupos de recente contato, como os kanoé e akuntsú, a Funai nunca promoveu os estudos antropológicos necessários à delimitação e reconhecimento da terra indígena. A Justiça Federal em Rondônia agendou para a segunda quinzena de julho uma audiência de conciliação entre as partes.

Durante os 26 anos em que monitorou Tanaru, a fundação limitou-se a, de tempos em tempos, renovar suas portarias de restrição de uso, interditando o aceso de não indígenas à área – que a Funai denominou Terra Indígena Tanaru “para fins de controle administrativo”. A portaria atualmente em vigor é de 2015 e tem validade de dez anos.

“Este território já devia ter sido demarcado há muito tempo, e a morte do Tanaru não muda o fato de que essas terras eram ocupadas por indígenas desde tempos imemoriais e, portanto, pertencem à União”, afirmou à Agência Brasil o procurador da República Daniel Luis Dalberto, autor da ação junto com o procurador Leonardo Caberlon.

Detalhes de imagens anexadas no processo do caso “Índio do Buraco – buracos cavados por Tanaru – Ministério Público-RO/Divulgação

“Como se trata de um bem da União em relação ao qual não podemos transigir [ceder], pedimos ao Poder Judiciário que determine a obrigação da União, da Funai, de demarcá-la para então decidirmos, coletivamente, junto com os indígenas do entorno, o destino mais apropriado à área. A finalidade é proteger a área, seja na forma de um memorial dedicado a Tanaru e à resistência dos povos indígenas, seja como uma área de proteção e destinação socioambiental”, acrescentou o procurador.

De acordo com Dalberto, a atual disputa em torno da área é resultado da colonização desordenada da região. Segundo o procurador, para incentivar a colonização e o estabelecimento de empreendimentos agrícolas, o próprio Estado loteou as terras e entregou títulos de propriedades a pessoas vindas de outras localidades, ignorando a presença indígena e de outras populações.

“O governo militar sabia que toda aquela região era amplamente ocupada por indígenas. E, segundo as resoluções em vigor na época, tais áreas não poderiam ser disponibilizadas para qualquer outro fim [que não o usufruto exclusivo indígena]. O Estado brasileiro ignorou este fato, o que acabou por estimular situações muito violentas. Muitos grupos indígenas tiveram que fugir; outros foram exterminados. Há, inclusive, registros históricos de fazendeiros usando tratores para tentar esconder as evidências da presença indígena”, concluiu o procurador, para quem Tanaru é um sobrevivente e um exemplo da resistência dos povos originários.

“Um único integrante de uma civilização conseguiu viver sozinho, sem ajuda de ninguém, por ao menos três décadas, em um pequeno pedaço de floresta, sem destruí-la. Isto é a máxima expressão de autonomia e sustentabilidade. […] Em parte, graças a essa única pessoa, temos, na região, uma ilha de biodiversidade. Ou seja, Tanaru não só levou adiante sua civilização, como, com sua presença, manteve parte de bioma único”, destacou Dalberto.

Favorável à iniciativa do MPF, a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) pediu à Justiça Federal para integrar a ação, como amicus curiae, ou seja, para fornecer subsídios ao órgão julgador. Para os advogados da entidade, cabe à União reconhecer a área em que Tanaru viveu e morreu como um território tradicional indígena, destinando-a para fins de proteção e promoção socioambiental e protegendo-a.

“A Coiab reforça a necessidade de demarcação [das terras] com fundamento, dentre outros, no direito constitucional à memória […] e com a finalidade de garantir o direito à existência dos povos indígenas, inclusive com a previsão da memória como parte do patrimônio cultural brasileiro, abrangendo também os povos isolados e seus territórios”, sustenta a entidade em nota enviada à reportagem.

Objetos usados pelo “Índio do Buraco” – Ministério Público-RO/Divulgação

“O território Tanaru carrega em si interesses nas áreas de arqueologia, antropologia, linguística, cultural, ambiental, histórica e botânica”, reforça a entidade, insistindo que a homologação da Terra Indígena Tanaru está em conformidade com a legislação, “sendo juridicamente irrelevante a não presença, na área, da etnia específica [à qual Tanaru pertencia]”.

“Além disso, o caso lança a atenção pública e do Estado para outros diversos casos de genocídio de populações indígenas em curso no país […] Afinal, o massacre que matou quase todos os indígenas desse território [Rondônia] foi deliberadamente escondido e esquecido e a demarcação seria uma forma de resguardar a memória e reforçar a ideia de que a sociedade não deve repetir tamanha violação de direitos humanos”, finaliza a Coiab.

Particulares

Contrário à iniciativa do MPF, 11 pessoas (nove delas pertencente a três famílias) reivindicam, na Justiça, a propriedade da terra. Representante do grupo, o advogado Sandro Ricardo Salonski Martins sustenta que seus clientes são os legítimos donos da totalidade dos imóveis atingidos pela restrição de uso imposta ao território que Tanaru ocupava.

“A área em questão não pertence à União e não existe nenhuma afetação por ocupação tradicional indígena. Trata-se de propriedades particulares devidamente tituladas há muitos anos, desde antes da [entrada em vigor da] Constituição Federal de 1988”, afirma o advogado, sustentando que, pelo tempo em que Tanaru ocupou a área e foi monitorado a distância por servidores da Funai, seus clientes “respeitaram sua presença”.

“O falecimento do indígena extinguiu o usufruto que tinha sobre a área. Logo, a razão de ser das portarias de interdição há muito se extinguiu, transformando-se em um instrumento abusivo por parte do poder público. Além disso, discutir a demarcação de uma área desprovida de população indígena é inteiramente injustificável e não está previsto em nossa Constituição Federal”, finaliza o advogado, destacando que a União nunca tomou nenhuma providência prática para demarcar e homologar a área.

Uma das pessoas representadas na ação é Gutemberg Ermita, pecuarista hoje com 81 anos. Ele e seus irmãos se estabeleceram na região em 1973. Naturais de Colatina (ES) e filhos de pequenos produtores rurais, eles buscavam uma nova área onde pudessem criar gado.

“Morávamos em uma propriedade pequena”, contou à Agência Brasil o filho do pecuarista, Gutemberg Ermita Filho. “Meu pai e seus três irmãos decidiram vir conhecer Rondônia. E chegaram até esta área trazidos por um indígena cuja tribo vivia próximo a Chupinguaia – que, na época, ainda se chamava Viradouro, porque aqui não tinha nada. A cidade tinha duas ruas apenas”, acrescentou Filho ao lembrar que, em 1982, quando ele próprio se mudou para a propriedade da família, já não encontrou indígenas morando nas proximidades.

“Meu pai e meus tios trabalharam muito. Desbravaram a área junto com outras famílias atraídas para a região. Meu pai, inclusive, chegou a atuar como procurador de mais de 60 pessoas que estavam se estabelecendo na região, abrindo [suas propriedades], conforme exigência do próprio  Incra [Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária]. Ele viajava para Brasília atrás da burocracia, da escritura do imóvel dele e de outras pessoas. Demorou alguns anos para ele, enfim, receber a papelada. Ou seja, se havia algo de errado com a destinação destas terras, o governo teve tempo para identificar isso já lá atrás, há 50 anos. Pelo contrário. Na época, o próprio Estado incentivou as pessoas a virem para a região”, argumentou Filho.

“Agora, não vai ser fácil solucionar esta situação. Nossa proposta é que parte da área seja transformada em um parque arqueológico ou algo do tipo, em que ninguém mexa. Não somos contra um memorial para o indígena, mas propomos que ele ocupe um espaço menor. Para que 8 mil hectares para um memorial, para uma terra indígena onde já não há um índio?”, finalizou Gutemberg Ermita Filho.

Procurada pela Agência Brasil, a Funai informou que “por se tratar de caso inédito pós-Constituição de 1988”, ainda estuda a correta destinação para a área. “[Enquanto isso], a Procuradoria Federal Especializada realizou e continua a realizar diversas ações para garantir a proteção do território.”

A fundação lembrou que, em novembro de 2022, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou à União que apresentasse, em 60 dias, um plano de ação para proteger os territórios destinados a povos indígenas isolados e de recente contato, incluindo a TI Tanaru. O órgão reafirmou que a restrição de uso e ingresso de não indígenas na área, aplicada a partir de 1996, foi estabelecida em função da confirmação da presença indígena na área.

“Logo se confirmou que se tratava de um único sobrevivente. Havia evidências claras de que, pouco tempo antes, um grupo [indígena] tinha sido expulso de sua aldeia, por homens agindo a serviço do ‘proprietário’ da fazenda”, destacou. “O indígena isolado [Tanaru] não correspondeu [às tentativas] de diálogos de povos do entorno e acabou sendo considerado pertencente a uma etnia ou grupo desconhecido”, acrescentou a fundação, garantindo que, desde então, “manteve atividades de monitoramento, tendo levantado informações e produzido inúmeros relatórios sobre o modo de vida e forma de ocupação do território”.

A Agência Brasil também procurou a prefeitura de Corumbiara, mas não recebeu resposta. Cerca de 30% da área que o MPF pede que seja transformada em uma unidade de conservação estão localizados no município. Outros 50% ficam em Pimenteiras do Oeste, cuja prefeita, Valéria Garcia (PP), disse, por mensagem de áudio, que “nunca ouviu falar” sobre a polêmica envolvendo a área.

TV Brasil transmite Ferroviária x Santos e Real Brasília x Flamengo

A TV Brasil acompanha duas partidas do Campeonato Brasileiro Feminino da Série A1, competição que envolve as maiores equipes da categoria, neste sábado (15), ao vivo.

O canal público exibe o clássico paulista Ferroviária x Santos, que abre a décima terceira rodada, à tarde, às 17h; e a disputa Real Brasília x Flamengo, à noite, às 21h. A emissora faz um pré-jogo com as principais informações sobre as equipes 15 minutos antes de cada confronto.

Saiba como assistir aos jogos do Brasileirão Feminino Série A1 na TV Brasil

A rivalidade paulista ganha a tela da TV Brasil com o duelo entre a Ferroviária e o Santos, a partir das 16h45, no Estádio Zezinho Magalhães, conhecido por Jauzão, na cidade de Jaú, no interior do estado. A partida tem narração de Luciana Zogaib e comentários de duas convidadas: a atleta Natalie Wippel e a jornalista Fernanda Pizzotti.

Vice-líder da competição, a Ferroviária é a mandante do jogo contra as Sereias da Vila em uma confortável posição na tabela – as Guerreiras Grenás estão invictas no Brasileirão, com oito vitórias e quatro empates. A equipe santista ocupa a décima terceira posição, com sete pontos. O time venceu somente dois confrontos, empatou um e foi superado em oito oportunidades.

No mesmo dia, mais tarde, à noite, a partir das 20h45, a TV Brasil mostra as emoções do embate entre Real Brasília e Flamengo, partida será disputada no Estádio Valmir Campelo Bezerra, mais conhecido como Bezerrão, que fica no Gama, no Distrito Federal. O confronto, narrado por Rodrigo Campos, tem comentários da jornalista Rachel Motta e da jornalista convidada Deborah Rocha.

Em décimo primeiro na classificação do campeonato, o Real Brasília fez 13 pontos. O clube ganhou três jogos, tem quatro empates e perdeu cinco duelos. Já o Flamengo está em sétimo no Brasileirão. As rubro-negras conquistaram 18 pontos, com cinco vitórias, três empates e quatro derrotas.

A transmissão da Série A1 do Brasileirão Feminino faz parte da estratégia da emissora de ampliar a presença do esporte na sua programação. A TV Brasil também exibe atualmente a Série B do Campeonato Brasileiro e a Liga de Basquete Feminino (LBF). 

Por meio da Rede Nacional de Comunicação Pública (RNCP), que reúne 98 emissoras afiliadas da TV Brasil, os torcedores de todo o país podem assistir às partidas e acompanhar seus times na disputa pelo título.

Sobre a competição

Com 16 clubes, a edição de 2024 da Série A1 reúne a elite do futebol feminino brasileiro e terá seis meses de disputa. A final está programada para o dia 22 de setembro.

Os times que participam são América, Atlético Mineiro e Cruzeiro, de Minas Gerais; Avaí-Kindermann, de Santa Catarina; Botafogo, Flamengo e Fluminense, do Rio de Janeiro; Corinthians,   Ferroviária, Palmeiras, Red Bull Bragantino, Santos e São Paulo, de São Paulo; Grêmio e Internacional, do Rio Grande do Sul; e Real Brasília, do Distrito Federal.

Ex-presidentes latinos mostram preocupação com ameaças à democracia

As principais pautas eram as oportunidades de negócios e de investimentos na América Latina. Mas os temas que dominaram as conversas entre cinco ex-presidentes da região foram os avanços de movimentos autoritários e os novos riscos à democracia. Em um evento promovido por empresários sauditas no Rio de Janeiro, Felipe Calderón (México), Laura Chinchilla (Costa Rica), Alberto Fernández (Argentina), Jorge Quiroga (Bolívia) e Juan Manuel Santos (Colômbia) chamaram a atenção para novos movimentos políticos e sociais.

Para o ex-presidente Fernández, a percepção crescente sobre as desigualdades de renda e de acesso aos benefícios sociais estimulou parte da população latina a tomar caminhos contrários às instituições democráticas. No que pareceu uma referência implícita ao mandato do atual presidente argentino Javier Milei, de extrema-direita.

“O que estamos vendo agora é uma crise política e dos valores democráticos. Eu tenho uma explicação. Durante a pandemia, durante a produção de vacinas, ficou claro que a maior parte ia para o Norte Global. No Sul, muita gente começou a perder a fé no sistema e perceber que poucas pessoas possuem a maior parte da riqueza global. Com a diferença na proporção de mortes entre as regiões, há essa noção maior de injustiça na destruição de renda no mundo. Há uma crise de credibilidade social na democracia. E esses momentos inesperados da política expressam a vontade de destruir a democracia”, disse Fernández.

A ex-presidente da Costa Rica entende que, apesar de ser facilmente identificado na América Latina, o problema com a democracia hoje é global. Há uma perda geral de fé nas lideranças e instituições.

“Deveríamos pensar na democracia não só como um conjunto de regras que devemos seguir, mas também como um sistema que precisa ser capaz de entregar e de responder às demandas dos cidadãos. Nós não fazemos o nosso máximo para satisfazer as necessidades de alguns. Precisamos abrir espaço para participação maior das pessoas. Pelos resultados eleitorais na América Latina, dá para dizer que as pessoas amam votar, mas estão protestando cada vez mais. Elas perceberam que é preciso seguir além do tipo de democracia que temos hoje, para algo mais participativo. Devemos encorajar a juventude a ter maior protagonismo nesse processo”, disse Laura Chinchilla.

Felipe Calderón, ex-presidente do México, reforçou que populações e líderes devem estar mais atentos aos valores humanos e sociais da região, em vez de focarem excessivamente na riqueza natural e na exploração econômica.

“A América Latina, no geral, gosta de sonhar com os recursos naturais e matérias-primas. Em uma época, falávamos sobre petróleo, agora sobre lítio. Não acredito que o futuro do nosso desenvolvimento dependa de recursos naturais. Nosso futuro e o progresso das nações dependem do Estado Democrático de Direito. Precisamos aprender essa lição em todos os lugares. Entender que o desenvolvimento só pode vir dessa forma”, disse Calderón.

O ex-presidente boliviano Jorge Quiroga tratou do tema ao ser questionado sobre as mudanças climáticas e os novos desafios geopolíticos do planeta. Para ele, nenhum tipo de avanço será possível com posicionamentos autoritários e isolados dos países.

“O avanço das mudanças climáticas traz uma perspectiva muito perigosa de mundo. Há problemas existenciais, risco de guerra atômica, pandemias, inteligência artificial. Para lidar com isso, é necessária a cooperação entre os países. Mandela costumava dizer que a arma mais poderosa é sentar e conversar. Líderes do mundo que podem mudar o que está acontecendo não conversam entre si. O tempo é agora. Urgente que países do G20 comecem a agir, financeiramente e politicamente”, disse Quiroga.

Juan Manuel Santos foi ex-presidente da Colômbia e vencedor do Prêmio Nobel da Paz em 2016, por negociar acordo com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Ele preferiu focar a análise no papel que as autoridades em cada país devem desempenhar para que haja paz e democracia.

“Tive experiência singular sendo líder em momentos diferentes de guerra e de paz. Fazer guerra é algo vertical, poder dar ordens, reunir forças e, se ganhar, está tudo bem. Na paz, a liderança e diferente, precisa de persuasão, convencimento, empatia com as pessoas. Isso é muito mais difícil do que fazer guerra. É necessário ter visão de longo prazo. Do que o mundo precisa? De líderes preocupados com um futuro maior e não só com as eleições”, disse Santos.

Brasil está pronto para acordo Mercosul e União Europeia, diz Lula

No último dia da visita oficial à Itália, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou, em uma entrevista coletiva à imprensa neste sábado (15), que o Brasil está pronto para assinar o acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia. Segundo ele, o acordo agora só depende de o bloco europeu passar pelo período de eleições da Assembleia Nacional na França, antecipadas para o final de junho, após a dissolução do Parlamento pelo presidente Emmanuel Macron.

“Estamos certos de que o acordo será benéfico para a América do Sul, Mercosul e para os empresários e os governos da União Europeia.”

O tema foi tratado com a presidenta da Comissão Europeia, Ursula Gertrud von der Leyen, durante a estada do presidente Lula na região da Puglia, onde participou da cúpula do G7, grupo dos países mais ricos.

Taxação dos super-ricos

O presidente também disse que voltou a tratar com as lideranças europeias sobre a proposta de taxação dos super-ricos, que cria uma taxa global mínima de 2% sobre a riqueza dos bilionários, que atingiria apenas cerca de 3 mil pessoas no mundo. “Eu convidei todos para entrarem na briga contra a desigualdade, contra a fome e contra a pobreza, não é possível que você tenha meia dúzia de pessoas que tenha mais fortuna que o PIB [Produto Interno Bruto] da Inglaterra, da Espanha, de Portugal e da Alemanha juntos.”

Governança

Lula também voltou a defender uma reforma na governança global, que tem marcado a atual presidência no G20, baseada na inclusão social e na luta contra a fome e a pobreza mundial. Ele convidou os lideres a participarem do lançamento do Programa Nacional de Combate à Fome e a Pobreza, em julho, no Rio de Janeiro.

De acordo com o presidente, é necessário que os empresários europeus aumentem o comércio exterior para melhorar o fluxo na balança comercial. “É preciso aumentar a rentabilidade de cada país, o comércio exterior, o fluxo na balança comercial e quem trata disso é empresário, não é governo. O governo só abre a porta, mas quem vai fazer negócio são os empresários”, afirmou.

Lula disse que os líderes europeus se mostraram flexíveis sobre a necessidade de mudanças na governança internacional, inclusive com a retomada da Organização Mundial do Comércio (OMC) e a inserção da China no grupo. “Nós nunca andamos tanto no caminho certo como estamos andando agora sobre a necessidade de mudança na governança mundial, em todos os aspectos, desde a modificação do Conselho de Segurança e a participação de vários continentes, até a questão do funcionamento das Instituições da Bretton Woods.”

Economia mundial

Outro tema alinhado ao debate sobre transição energética, que também é prioritário para o Brasil, segundo Lula, é a utilização dos mateiras críticos, na produção de minerais. O presidente destacou que os países mais ricos estão dispostos a ajudar os países que têm esses minerais, para que o beneficiamento seja feito no país de origem, para eles comprarem pagando o valor agregado. “É uma inovação muito grande e isso é unânime no G7. Vai ajudar muito o Brasil, que tem um território muito grande e muitos minerais e, sobretudo, os países africanos, porque terão que financiar um processo de industrialização”, disse.

Guerra

Embora não tenha tratado em discurso sobre a guerra entre Israel e o Hamas, durante a coletiva o presidente falou que a inflexibilidade do governo israelense dificulta o diálogo pela paz. “O primeiro-ministro de Israel [Benjamin Netanyahu] não quer resolver o problema, ele quer aniquilar os palestinos.”

O presidente reiterou a defesa brasileira por uma mudança no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). “Só será resolvido o conflito no Oriente Médio, entre o governo de Israel e o povo palestino o dia que a ONU tiver força para implementar a decisão que marcou o território em 1967 e deixar os palestinos construírem a sua pátria livremente e viver harmonicamente com o povo judeu.”

Lula também reforçou em reunião com a presidenta da Suíça, Viola Amherd, que não iria participar de uma reunião neste final de semana para tratar sobre uma solução para a guerra entre a Rússia e a Ucrânia. Segundo o presidente, o governo brasileiro e o presidente da República Popular da China, Xi Jinping, trabalham em uma proposta de conciliação pela paz. “Estamos propondo que haja uma negociação efetiva, que a gente coloque a Rússia e o [Volodymyr] Zelensky na mesa e vamos ver se é possível convencê-los de que a paz trará melhor resultado do que a guerra.”

Conselho de Segurança

Sobre o papel das Nações Unidas, o presidente afirmou que considera que a ONU tem demonstrado fragilidade com os cenários de guerra na Ucrânia e na Faixa de Gaza, mas não acredita que haja uma mudança imediata no Conselho de Segurança até, por exemplo, a cúpula do G20, em novembro, no Brasil. “É aquele negócio, quem chegou primeiro na festa quer ficar e não quer dar o lugar para o outro.”

Itália

O presidente falou ainda sobre o encontro com a primeira-ministra da Itália Giorgia Meloni, anfitriã da cúpula dos países mais ricos, no qual destacou a relação entre os dois países e a convidou a visitar o país com maior número de italianos fora da Itália. “Eu tentei mostrar para ela o histórico da relação entre Brasil e Itália e a importância de ela ter contato com os quase 230 mil italianos que moram no Brasil, são quase 1,4 mil empresas que investem no Brasil e geram mais 150 mil empregos”, destacou.

Violência contra idosas: quando o trabalho doméstico vira escravidão

A falta de um olhar para o trabalho do cuidado de pessoas de famílias empregadoras ou doméstico, realizado por idosas que desempenharam funções análogas à escravidão em áreas rurais, dificulta a identificação de violência contra esta parcela de mulheres. A conclusão é da procuradora do Ministério Público do Trabalho, Juliane Monetti, que atua na área de combate a este tipo de trabalho há 15 anos.

Segundo a procuradora, anteriormente era comum encontrar nas operações de fiscalização, em áreas rurais, homens em condições análogas à escravidão. Mas, no caso de mulheres, não havia resgates. De acordo Juliane Monetti, elas estavam desempenhando funções na cozinha das próprias casas para alimentar os trabalhadores da propriedade. Segundo a procuradora, a justificativa era de que essas mulheres não estavam prestando serviços para as famílias e, por isso, não eram incluídas na condição de trabalho análogo à escravidão.

“Um trabalho exercido no âmbito doméstico também é um trabalho. Tem uma questão de gênero muito forte, porque mulheres que estão trabalhando com as famílias e são levadas pequenas para trabalhar de babá, depois viram faxineira, cozinheira e no final da vida fica cuidando dos mais velhos, isso era muito naturalizado”, explicou, indicando que, hoje, os casos de trabalho do cuidado já estão sendo mais foco de atenção.

De acordo com a procuradora, neste caso, a defesa das pessoas é dizer que a mulher é como uma pessoa da família, mas, na verdade, “ela não está no inventário, não vai ser herdeira, não foi para a escola, não tem uma profissão, não tem liberdade para fazer uma viagem de férias. Essa pessoa está ali apenas para servir fazendo o trabalho do cuidado. Acho que a sociedade amadureceu esse olhar e passou a perceber que essas mulheres nessa condição, a maioria é de idosas, é exploração do trabalho”, afirmou.

Caso Maria de Moura

Uma situação de violência contra idosos que chamou muita atenção quando foi descoberta é a de Maria de Moura, de 87 anos. Em 2022, depois de uma operação do Ministério Público do Trabalho do Rio de Janeiro (MPT-RJ) em conjunto com o Ministério do Trabalho e Emprego, ela foi resgatada da casa de uma família, para a qual, por 72 anos, desempenhou funções de doméstica. Os fiscais, que chegaram ao local depois de uma denúncia, constataram que a idosa estava em situação análoga à escravidão.

Ana Luiza de Moura Lima, de 42 anos, sobrinha de Maria, disse que a história da tia começa quando, aos 12 anos, ela foi trazida de Vassouras com o argumento de que faria companhia à filha dos patrões dos pais de Maria que também estava se mudando para o Rio. Eles trabalhavam na fazenda daquela família, no município do centro-sul do estado do Rio. Com o passar dos anos, a promessa de que teria uma vida igual à da menina não foi cumprida e, na verdade, Maria era doméstica da casa, no bairro de Maria da Graça, na zona norte da capital fluminense, e nem mesmo frequentou escolas.

“O mesmo tratamento da menina, dariam para a minha tia. Escola, alimentação, eram duas crianças. Minha avó, vendo, pelo menos, um filho ter educação, deixou a minha tia vir. Minha tia, negra, longe da família e pobre ficava em casa enquanto a outra ia estudar e, ali, aconteceu, virou empregada do lar. A minha tia não tem escolaridade, muito mal sabe escrever o nome”, revelou Ana Luiza à Agência Brasil.

A menina cresceu, e quando casou se mudou para o bairro do Méier, também na zona norte, levando Maria, que continuou com os trabalhos de doméstica e cuidando da família da patroa. Ana Luiza suspeita que a tia era induzida a esconder a condição de vida. “Sempre que a gente entrava no assunto carteira assinada, benefícios, ela falava ‘isso é comigo, eles fazem tudo direitinho’. Nunca deu espaço para a gente brigar por ela sobre isso”, relatou, acrescentando que o patrão acuou a tia no carro, no momento em que ela estava sendo resgatada. “Uma pessoa que fez isso na frente das autoridades, imagina o que fazia quando estavam só ela e eles”.

Os parentes ainda conseguiam ter algum tipo de contato com ela, que, quando era mais nova, chegava a se encontrar esporadicamente com a mãe, em Vassouras, nas vezes em que os patrões iam à fazenda e, quando podia ir sozinha, permanecia no máximo por dois dias. No entanto, durante a pandemia, as dificuldades de falar com a tia se agravaram, e ela nem atendia o celular.

“Na pandemia, perdemos o contato total, e quando eu ligava, o telefone só tocava e ninguém atendia”, disse acrescentando que isso aconteceu até o dia em que o patrão, neto do casal que trouxe Maria para o Rio, atendeu, e ao ser questionado por Ana Luiza sobre o que estava ocorrendo, respondeu que não estava acontecendo nada.

Segundo a sobrinha, quando a tia foi resgatada no Méier, ela apresentava sinais de demência e de comprometimento da visão no olho direito, em consequência de uma cirurgia de catarata malsucedida e com o outro já não enxergava. Foi assim que a idosa chegou à casa da sobrinha, na Cidade de Deus, zona oeste do Rio, onde passou a morar com a família. A idosa perdeu as forças nas pernas e atualmente não consegue caminhar.

“Hoje o meu sentimento é de revolta. Tenho hoje uma escrava viva dentro do meu lar. Infelizmente é triste, mas essa é a realidade. Ela abdicou da vida dela, trabalhou a vida toda para brancos. Uma negra que, desde lá de trás, trabalhou para branco a vida toda. Ela recebeu todos os maus tratos que um escravo recebia lá atrás dos patrões. Eles diziam que ela fazia parte da família. Isso não acontecia, porque quando se faz parte da família, usa todos os cômodos da casa, todos os veículos. Ela só era empregada, e sempre foi. Nós, os parentes, não podíamos chegar lá sem avisar, porque a casa não era dela”, desabafou Ana Luiza.

Denúncia

A procuradora do Ministério Público do Trabalho, Juliane Monetti, contou que a família de dona Maria tentava contato, mas o patrão a repelia e não deixava. Para estar com ela, tinha que ser na presença dele. Nem para falar no celular, ele deixava. “Realmente era uma violência constante não só pela exploração do trabalho, mas também a violência psicológica. A família [dela] foi denunciando a um órgão e outro, até que chegou ao Ministério Público do Trabalho. Aí, conseguimos fazer uma operação que resgatou a trabalhadora dessa condição de violência. Essa é uma situação que a gente tem verificado, em casos de exploração em trabalho doméstico que se repete”, informou em entrevista à Agência Brasil.

A procuradora identificou que o caso tem componentes de gênero e de idade, comuns em condições em que a trabalhadora já convive com a família nessa situação de trabalho doméstico há muitos anos. Situação que acaba se repetindo porque a sociedade vai naturalizando.

“O que é importante é que a gente divulgue os casos que existem para que as pessoas percebam que isso é irregular, é ilegal, é um crime e que a sociedade possa denunciar situações como essa. Quando você percebe que existe uma pessoa convivendo com uma família e está ali apenas para prestar serviço e servir, os direitos trabalhistas e a cidadania não são respeitados”, completou.

Ressarcimento

Como se trata de uma grave violação de direitos humanos, e foi configurado trabalho análogo à escravidão, não incide a prescrição. Por isso, o MPT propôs uma ação em que pede o pagamento das verbas trabalhistas de todo o período desde que foi morar com a família. “Além disso, a gente também pede indenizações por danos morais causados para a trabalhadora pela vida toda dedicada a este trabalho sem dignidade, com desrespeito aos direitos mais básicos de cidadania e direitos humanos. Mas, infelizmente, por maior que seja a indenização que ela venha a receber, isso não repara uma vida toda nessa situação”, disse a procuradora do MPT.

Depois de denúncia do Ministério Público Federal, em março de 2024, a Justiça tornou réus mãe e filho. Os dois eram patrões de dona Maria. “A gente está buscando os direitos trabalhistas dela e toda essa documentação, toda a configuração do crime, tudo isso foi encaminhado ao Ministério Público Federal, que entrou com ação penal contra os réus. Eles estão respondendo na Justiça Federal como réus pela exploração de crime de submissão de trabalhador à condição análoga à escravidão”, completou Juliane Monetti.

Em 2017, a procuradora atuou em outro caso, no interior de Minas Gerais. Dessa vez, uma senhora de 67 anos, que o cartão da aposentadoria ficava na mão da patroa e, ainda, era obrigada a comprar a sua comida na venda do pai da empregadora. Ela também não podia sair nos fins de semana, porque tinha que cuidar dos netos da família. “Era uma senhora viúva que não tinha para onde ir e acabou caindo nessa situação de exploração deste trabalho”, relatou, defendendo a divulgação dos canais de denúncias para incentivar a sociedade a fazer os registros.

Violência contra idosos: mulheres são maioria das vítimas

No Dia Mundial da Conscientização da Violência Contra a Pessoa Idosa, neste sábado (15), não há o que comemorar. Os casos de agressões têm aumentado e mostram muito caminho a percorrer no enfrentamento deste tipo de crime. Na comparação com o ano anterior, 2023 registrou um crescimento de 50 mil denúncias de violência. Entre 2020 a 2023, foram 408.395 mil notificações, das quais 21,6% ocorreram em 2020, 19,8% em 2021, 23,5% em 2022 e 35,1% no ano seguinte.

Os números, com base na análise de informações disponíveis no Painel de Dados da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, fazem parte da pesquisa Denúncias de Violência ao Idoso no Período de 2020 a 2023 na Perspectiva Bioética. O levantamento resultou em um artigo publicado.

O texto foi construído, em parceria, pelas professoras Alessandra Camacho, da Escola de Enfermagem da Universidade Federal Fluminense (UFF) e do Programa Acadêmico em Ciências do Cuidado da UFF, e Célia Caldas, da Faculdade de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

Para a professora Alessandra Camacho, a diminuição do medo da população em denunciar, pode ser um motivo para o aumento dos casos. No Rio de Janeiro, a Ouvidoria do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) registrou, entre janeiro de 2020 e junho de 2024, que as denúncias de agressões contra idosos atingiram 13.927 vítimas.

Mulheres são maioria

Os principais tipos de violência identificados foram: negligência (4.895), violência psicológica (2.855) e abuso financeiro (2.385). Cerca de 70% das 13.927 vítimas são do sexo feminino. Os dados estão no painel, desenvolvido recentemente pelo MPRJ, para acompanhamento do cenário da violência contra a pessoa idosa no estado do Rio.

A coordenadora do CAO Idoso/MPRJ, promotora Elisa Macedo, explicou que a negligência é caracterizada pela falta de cuidado, alimento, atendimento, higiene, limpeza e medicamentos. Quanto às mulheres serem maioria das ocorrências, a promotora apontou o fenômeno que chamou de “feminização do envelhecimento” pelo maior tempo de vida desta parcela da população.

“O gênero, no pensar das políticas públicas para a velhice, não é levado em consideração, e a gente tem mais vítimas do sexo feminino porque temos mais idosas do que idosos. Quando faz o corte para o superidoso, pessoas de 80 ou 85 anos, essa diferença é ainda maior. As mulheres estão vivendo mais”, explicou a promotora, destacando que entre os agressores as mulheres também têm maior presença.

Procedimentos

Depois de recebidas pela Ouvidoria, por meio do telefone 127, por preenchimento de formulário online, ou presencialmente no subsolo do prédio do MPRJ, na Avenida Marechal Câmara, 370, também no centro do Rio, as denúncias são encaminhadas ao Centro de Apoio Operacional às Promotorias da Pessoa Idosa do Ministério Público do Rio de Janeiro (CAO Idoso/MPRJ).

Os casos são analisados e, se estiverem na atribuição do MP, são distribuídos para a promotoria de Justiça relativa à questão, que identifica e adota as medidas cabíveis. Entre elas, a instauração de procedimento, o ajuizamento de medida protetiva ou o indeferimento de plano.

“Quando centraliza tudo através da Ouvidoria, a gente consegue fazer o levantamento estatístico, depois dá o tratamento às denúncias, para saber o perfil da vítima e do agressor, o que acontece em cada região, e as violências que são mais recorrentes. A gente consegue dar celeridade porque a Ouvidoria se ocupa exclusivamente disso, então ela é rápida”, afirmou, Elisa Macedo, em entrevista à Agência Brasil.

Dependendo da denúncia, a Ouvidoria encaminha o caso para o CAO mais adequado, a fim de solucionar o problema. Se for relacionado a um processo criminal, mesmo sendo relativo a uma pessoa idosa, é replicada para os centros de apoio da justiça criminal. “Para que lá, seja encaminhada ao promotor com atribuição criminal para aquela região, porque são providências de ramos distintos”, completou.

A promotora recomendou que ao fazer a denúncia, a pessoa atente para todos os dados necessários que dê, pelo menos, para identificar onde está o idoso. “A gente precisa de algum elemento que permita dar andamento e dar o atendimento. Quando a denúncia é vaga e não traz elementos, ela acaba sendo indeferida de plano, porque a gente não tem como dar. É preciso que a pessoa quando faça a denúncia, que pode ser anônima, que conste o máximo de informação para que a gente tenha como chegar a essa pessoa e possa prestar o atendimento que ela precisa”, sugeriu.

Atribuição

Quando a denúncia não é de atribuição do Ministério Público, como nas reclamações dos próprios idosos de não conseguir marcar consultas ou de não pagamento de aposentadorias, o órgão faz o encaminhamento necessário. “No caso de alguma briga de consumidor, do idoso reclamando de uma compra rejeitada ou algo do tipo, o canal correto para a denúncia é a Defensoria Pública. Esse idoso está capaz de pleitear os seus direitos, tanto que está reclamando, então a gente faz a comunicação para o denunciante dizendo que está sendo encaminhado à Defensoria Pública”, explicou.

A promotora disse que nem todos os casos precisam ser judicializados. Nas denúncias relativas à saúde, por exemplo, de idosos que moram sozinhos, o MP aciona até a rede de vizinhos. “Uma coisa que vem me fazendo refletir bastante é que a pessoa idosa tem o direito de permanecer na casa dela, junto com as suas coisas no seu espaço”, disse.

No entendimento dela, a “institucionalização é sempre a última medida quando nada mais surtiu efeito. A gente vive em uma sociedade muito desigual e às vezes a situação de vulnerabilidade e risco daquela pessoa idosa é porque a própria família em que está inserida também está em vulnerabilidade de pobreza”, analisou Elisa Macedo.

Alzheimer

Outro dado que chamou atenção da promotora, foi a comprovação de mais mulheres com Alzheimer. Essa constatação acontece em função do pedido de diagnóstico, pré-requisito necessário para entrar no Centro Dia de Volta Redonda, unidade destinada a pessoas com este quadro de saúde. Lá passam o dia e recebem alimentação e têm atividades voltadas para as idades de cada um.

De acordo com a promotora, a cada dez diagnósticos, oito são de mulheres. Elisa Macedo disse que não sabe qual é a causa, mas ressaltou ser fato que esse dado precisa ser analisado na formulação de uma política voltada para a mulher. “A gente tem muita coisa ainda para ver nessa seara”.

Nem todas as cidades do estado Rio de Janeiro têm esse tipo de centro de convivência, mas, para a promotora, seria interessante que a ação se espalhasse, tanto pelos benefícios físicos para os idosos como pelo custo. “A ideia é trabalhar essa política porque ela é muito mais barata do que uma instituição de longa permanência para idoso, que tem um custo alto porque tem que ter uma estrutura muito dispendiosa. Ele permite também que o idoso mantenha a sua identidade e a permanência em casa”, apontou.

“A gente tem que trabalhar para que a pessoa idosa consiga manter o maior tempo possível a sua autonomia e sua independência, sua capacidade de se auto gerir. Os cuidados paliativos e a institucionalização são o final mesmo, quando não tem mais jeito”, indicou.

Defensoria

Já na Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro, as denúncias de casos de violência contra os idosos que ocorrem no município do Rio, região metropolitana e Baixada Fluminense, podem ser apresentadas pessoalmente no Núcleo Especial de Atendimento da Pessoa Idosa (Neapi), na Avenida Rio Branco, 147, 12º andar, centro da capital; pelo e-mail neapi@defensoria.rj.def.br, pelo aplicativo do órgão Defensoria RJ ou nos telefones 2332-6338/ 2332-6186/ 2332-6342/ 2332-6343/ 2332-6346/ 2332-6344/ 3812-4140/ 3812-4141 todos com o prefixo 21. Além desses, o contato pode ser feito ainda pelo 129 que é o número da Defensoria Pública.

O titular do Núcleo Especial de Atendimento da Pessoa Idosa (Neapi) da Defensoria Pública do Rio de Janeiro, Valmery Guimarães, informou que, ultimamente, aumentou a quantidade de parentes à procura por instituições para onde possam levar idosos. Na avaliação dele, esse movimento pode ser consequência de pessoas que querem evitar acusações de abandono ou por falta de condições financeiras para cuidar dos mais velhos.

“Ou porque, na maioria das vezes, não tem condições financeiras, precisa trabalhar e não tem como cuidar da pessoa. Até porque também tem problemas de saúde. Essa é uma situação comum que está aumentando demais. Um fenômeno que temos que nos preocupar, até porque as pessoas estão vivendo mais tempo, às vezes com a função mental preservada, mas algumas limitações físicas”, disse Guimarães à Agência Brasil.

No entendimento dele, se na primeira situação for o caso de idoso que se recusa a fazer um tratamento de doença, a sugestão do defensor é buscar um laudo médico para confirmar a condição de saúde antes de pedir a transferência para uma instituição de longa permanência.

Flu e Atlético-GO jogam para se afastar da zona do rebaixamento

Fluminense e Atlético-GO entram no Maracanã, a partir das 21h (horário de Brasília) deste sábado (15), em busca de um resultado que lhes permita ficar distante da zona do rebaixamento do Campeonato Brasileiro. A Rádio Nacional transmite o confronto válido pela 9ª rodada da competição.

O Tricolor das Laranjeiras, que ocupa a 16ª posição da classificação com seis pontos, vem de uma derrota de 1 a 0 para o Botafogo. O placar não retratou o fraco desempenho da equipe comandada pelo técnico Fernando Diniz diante do Alvinegro de General Severiano, mais um diante de outras apresentações abaixo da média do Fluminense.

Preparação para o próximo desafio. Sábado tem @Brasileirao!

📸: Lucas Merçon/FFC pic.twitter.com/AU597tGm2X

— Fluminense F.C. (@FluminenseFC) June 13, 2024

“Obviamente os outros times nos estudam, mas o que mais me preocupa hoje é a falta de condição que estamos demonstrando em fazer o melhor que podemos”, declarou o comandante do Tricolor em entrevista coletiva após a derrota no Nilton Santos.

Suspenso por acúmulo de cartões, o polivalente volante Martinelli não vai a campo, dando lugar a Alexsander. Já a defesa do Fluminense, uma das piores do Brasileirão com 14 gols sofridos em 8 jogos, terá o retornou do experiente Felipe Melo. O ataque também deve ter a volta de outro jogador veterano, o atacante Keno, que foi poupado no último jogo. Assim, o Tricolor deve entrar em campo com: Fábio; Samuel Xavier, Marlon, Felipe Melo e Marcelo; Lima, Alexsander e Ganso; Keno, Marquinhos e Cano.

Já o Atlético-GO, que ocupa a 18ª colocação com cinco pontos, vem de um empate de 2 a 2 com o Corinthians, que garantiu mesmo após estar perdendo por dois gols no estádio Antônio Accioly. Na opinião do técnico Jair Ventura, o resultado, nas circunstâncias em que foi alcançado, sinaliza um crescimento do Dragão: “Quando tivermos mais tranquilidade, mais frieza no terço final, melhores resultados vão acontecer. Como comissão técnica, vemos que estamos no caminho certo, pois o time cria, tem oportunidade”.

Imagens do treino rubro-negro!!! 🇹🇹🇹🇹🇹🇹 #DragãoDoBrasil @OClubeDeTodos pic.twitter.com/av6Mq93K3c

— 🅰️tlético Goianiense (@ACGOficial) June 14, 2024

Por questões contratuais, o atacante colombiano Yony González e o meio-campista Daniel, que pertencem ao Fluminense, não poderão jogar. Quem também está fora da partida é o lateral-esquerdo Guilherme Romão. O atacante Alejo Cruz deve jogar improvisado na posição. Assim, a provável escalação do Dragão é: Ronaldo Strada; Maguinho, Adriano Martins, Alix Vinicius e Alejo Cruz; Lucas Kal, Max, Baralhas e Rhaldney; Shaylon, Rodallega e Vagner Love.

Transmissão da Rádio Nacional:

As emoções de Fluminense e Atlético-GO serão narradas na Rádio Nacional por André Marques. Os comentários serão de Waldir Luiz, a reportagem de Brenda Balbi e o plantão de notícias esportivas de Carlos Molinari. Você acompanha o Show de Bola Nacional aqui:

Mega-Sena sorteia neste sábado prêmio acumulado em R$ 47 milhões

As seis dezenas do concurso 2.737 da Mega-Sena serão sorteadas, a partir das 20h (horário de Brasília), no Espaço da Sorte, localizado na Avenida Paulista, nº 750, em São Paulo.

O sorteio terá a transmissão ao vivo pelo canal da Caixa no YouTube e no Facebook das Loterias Caixa. O prêmio da faixa principal está acumulado em R$ 47 milhões.

As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília) nas casas lotéricas credenciadas pela Caixa, em todo o país ou pela internet. O jogo simples, com seis números marcados, custa R$ 5.

Quina de São João

As apostas para a Quina de São João, com prêmio estimado em R$ 220 milhões, estão sendo feitas, em qualquer volante da Quina, nas casas lotéricas de todo o país e pelo aplicativo Loterias Caixa e no portal Loterias Caixa. O sorteio do concurso 6.462, será realizado no dia 22 de junho.

Cada aposta simples custa R$ 2,50. Para jogar, basta marcar de cinco a 15 números dentre os 80 disponíveis no cartão. Quem quiser, também pode deixar para o sistema escolher os números, opção conhecida como Surpresinha. Ganham prêmios os acertadores de dois, três, quatro ou cinco números.

Assim como em todos os concursos especiais das Loterias Caixa, a Quina de São João não acumula. Se não houver ganhadores na faixa principal, com acerto de cinco números, o prêmio será dividido entre os acertadores da 2ª faixa (quatro números) e assim por diante, conforme as regras da modalidade.

Caso apenas um apostador leve o prêmio da Quina de São João e aplique todo o valor na poupança, receberá mais de R$ 1,2 milhão de rendimento no primeiro mês.

A pessoa também tem a opção de realizar apostas em grupo com o Bolão Caixa. Os apostadores da Quina podem preencher o campo próprio no volante ou comprar uma cota dos bolões organizados pelas unidades lotéricas.

A novidade é que agora as cotas de bolão organizadas pelas lotéricas também podem ser adquiridas no portal Loterias Online com tarifa de 35% do valor da cota.