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Caso Marielle: PGR é contra soltura de irmãos Brazão e Rivaldo Barbosa

A Procuradoria-Geral da República (PGR) enviou nesta quinta-feira (27) ao Supremo Tribunal Federal (STF) parecer para manter a prisão dos irmãos Domingos e Chiquinho Brazão e do ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro Rivaldo Barbosa. Eles estão presos desde março deste ano pelo suposto envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 2018.

No parecer, o vice-procurador Hidenburgo Chateaubriand afirma que os três acusados devem continuar presos. A custódia, segundo a PGR, é necessária para garantia da ordem pública e o andamento das investigações. O pedido de soltura foi feito ao Supremo pela defesa dos acusados. 

“Esse quadro, em virtude do qual se justificou a decretação das prisões que os denunciados pretendem agora ver revogadas, não sofreu nenhuma alteração. Os elementos fáticos permanecem rigorosamente os mesmos, não havendo, portanto, motivo para que se desfaçam as decisões que foram, com base neles, proferidas”, argumentou o procurador. 

O pedido para soltar os três acusados foi feito ao ministro Alexandre de Moraes, que é relator do caso. Segundo as defesas, não há perigo de fuga e medidas menos gravosas podem ser determinadas pelo ministro.

Na terça-feira (18), o Supremo transformou em réus o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ), Domingos Brazão, o irmão dele, Chiquinho Brazão, deputado federal (sem partido-RJ), o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro Rivaldo Barbosa e o major da Policia Militar Ronald Paulo de Alves Pereira. Todos respondem pelos crimes de homicídio e organização criminosa. 

Conab faz leilões para compra de cestas de alimentos para os yanomami

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) executou nesta quinta-feira (27) dois leilões eletrônicos para adquirir 55.470 cestas de alimentos. Em nota, a entidade informou que as operações são destinadas ao atendimento de povos indígenas yanomami nos estados de Roraima e do Amazonas, “como continuidade das ações de abastecimento regular aos grupos que se encontram em situação de insegurança alimentar e nutricional”.

Os recursos para a operação estão assegurados por plano de trabalho firmado entre a Conab e o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), segundo a nota. “O quantitativo de cestas inicialmente previsto integra uma demanda total de 162.876 cestas para distribuição ao longo de 12 etapas, com o apoio da Fundação Nacional do Índio (Funai).”

O primeiro leilão prevê a aquisição de 30.180 unidades, a serem entregues em Boa Vista e, com logística organizada pela Funai, também no Polo Base de Surucucu, na parte roraimense do território yanomami. Já no segundo leilão, 25.290 unidades devem beneficiar comunidades do Polo Base de Auaris, em Roraima, e do Amazonas. Nas duas operações, segundo a Conab, a previsão é de entregas regulares, realizadas em etapas, até novembro de 2024.

Painel vai monitorar poluição atmosférica e impactos na saúde humana

O Ministério da Saúde, em parceria com o Ministério do Meio Ambiente, lança nesta quinta-feira (27), em Brasília, uma ferramenta para monitorar a poluição atmosférica e seus impactos na saúde da população brasileira.

O Painel Vigiar pretende identificar áreas com maior exposição à poluição, permitindo a formulação de políticas públicas e ações de saúde ambiental, além de melhorar a qualidade das informações e fortalecer a vigilância em saúde no país.

A plataforma fornece estimativas de impactos na saúde humana atribuíveis à exposição ao chamado material particulado fino (MP2,5) para municípios com população adulta acima de 10 mil habitantes, destacando o número de mortes que poderiam ser evitadas se as concentrações de poluição atmosférica estivessem dentro dos limites recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Segundo o Ministério da Saúde, a ferramenta identifica e prioriza áreas no Brasil onde atividades econômicas ou sociais podem expor mais a população aos poluentes do ar. As situações classificadas como críticas incluem regiões afetadas por queimadas e incêndios florestais; áreas urbanas com alta concentração de poluentes; áreas com grande atividade industrial; ambientes internos com poluição do ar; e impactos das mudanças climáticas na qualidade do ar.

“A Vigiar considera aspectos socioambientais essenciais para a saúde e qualidade de vida. Isso inclui fatores como pobreza, fome, saúde, educação, aquecimento global, igualdade de gênero, água, saneamento, energia, urbanização, meio ambiente e justiça social. Esses fatores são fundamentais para avaliar os impactos da poluição do ar e promover a saúde da população”, informou o ministério.

O painel também disponibiliza as concentrações anuais e mensais de material particulado e o percentual de populações expostas, dados que podem ser consultados por localidade e grupos populacionais.

Entenda

Ainda de acordo com o ministério, o material particulado fino (MP2,5) refere-se a partículas finas presentes no ar, de natureza sólida ou líquida, originadas de variadas fontes de emissão como veículos, indústrias, incêndios florestais e atividades humanas. Devido ao tamanho microscópico, elas podem penetrar no trato respiratório inferior e alcançar alvéolos pulmonares e corrente sanguínea, causando doenças respiratórias, cardíacas e mesmo câncer.

Entre os grupos mais sensíveis para esse tipo de exposição estão crianças, idosos, gestantes e populações com pré-condições de saúde.

STF tem maioria para garantir atendimento de pessoas trans no SUS

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou, nesta quinta-feira (27), maioria de votos para garantir o atendimento de pessoas transexuais no Sistema Único de Saúde (SUS).

Seis dos onze ministros votaram para determinar que as consultas e exames de todas as especialidades nos hospitais públicos devem ser realizados de forma independente do registro oficial do sexo biológico.  

A sessão virtual termina amanhã (28). A Corte decide se referenda a liminar proferida em 2021 pelo ministro Gilmar Mendes para garantir o direito às consultas. 

Na ação, protocolada pelo PT ainda no governo de Jair Bolsonaro, o partido alegou que pessoas trans não conseguem ter acesso aos serviços públicos de saúde após alteração do registro civil.

A legenda relatou casos de homens transexuais que conservam o aparelho reprodutor feminino e não conseguem agendar consultas ginecológicas. Da mesma forma, mulheres trans tiveram acesso negado a urologistas e proctologistas.

A restrição, segundo o partido, ofende os princípios constitucionais do direito à saúde e à dignidade da pessoa humana.

Ao reafirmar o seu voto no julgamento, Gilmar Mendes entendeu que o atendimento deve ser garantido de acordo com as necessidades do cidadão.

“A matéria discutida nestes autos nada tem a ver com qualquer espécie de ativismo ou pauta de costumes. Ao invés, trata-se de questão de saúde pública que não comporta tergiversações. Deve ser garantida à população LGBTQIA+ o pleno e irrestrito acesso às políticas públicas de saúde ofertadas pelo Estado em condições de igualdade com todo e qualquer cidadão brasileiro”, afirmou.

O posicionamento do ministro foi seguido por Alexandre de Moraes, Dias Toffoli e Edson Fachin. Os votos dos ministros aposentados Ricardo Lewandowski e Rosa Weber também foram contabilizados por terem sido proferidos ao longo da tramitação do caso no STF.

Pantanal: 85% dos incêndios ocorrem em terras privadas, diz Marina

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, declarou nesta quinta-feira (27) que 85% dos incêndios que afetam o Pantanal há quase 90 dias estão acontecendo em terras privadas. “Neste momento, não temos incêndio em função de ignição natural”, complementou.

A afirmação foi feita durante a reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, o Conselhão, que reúne representantes da sociedade civil e do governo no assessoramento ao presidente da República.

Marina afirmou ainda que o município de Corumbá responde atualmente por metade dos incêndios em Mato Grosso do Sul e também é o que mais desmatou, atingindo 52% do seu território. “Os municípios que mais desmatam são os que mais têm incêndio”, ressaltou.

Para a ministra, neste ano, a situação foi agravada pelos efeitos da mudança do clima causada por ações humanas. “Nós estamos vivendo um momento muito particular de nossa trajetória nesse planeta. Tivemos no ano de 2023 um dos anos mais intensos em termos de eventos climáticos extremos, com os problemas das onda de calor, de seca, de enchentes extremas. Isso é um sinal inequívoco de que a mudança do clima já é uma realidade”, disse.

Os efeitos dos extremos climáticos levaram a Agência Nacional de Águas (ANA) a declarar situação crítica de escassez de recursos hídricos na Bacia do Paraguai, ainda em maio. Uma nota técnica divulgada pelo Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Lasa-UFRJ), no início desta semana, aponta que, entre 1º de janeiro e 23 de junho de 2024, a área queimada no bioma alcançou 627 mil hectares, ultrapassando em 142,9% os 258 mil hectares queimados em 2020.

Em entrevista coletiva na manhã de hoje, o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, informou que a chegada de uma frente fria ao Pantanal na quarta-feira (26) favoreceu o trabalho das equipes que atuam no combate às queimadas e diversos focos puderam ser extintos.

Durante a entrevista, a tenente-coronel do Corpo de Bombeiros Tatiane Inoue, que comanda as operações, informou que, de 1º janeiro a 25 de junho, o fogo já consumiu 530 mil hectares no Pantanal de Mato Grosso do Sul. “O cenário é bem mais crítico que em 2020, porém a nossa estrutura já está muito maior e organizada”, afirmou.

Segundo o governo estadual, atuam diretamente na força-tarefa 74 bombeiros militares, dos quais 51 na Guarnição de Combate a Incêndios Florestais em solo. Quatro estão empenhados nas operações aéreas e 19 compõem o Sistema de Comando de Incidentes, que monitora as atividades.

A Casa Civil da Presidência da República informou que 145 brigadistas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), 40 brigadistas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e 53 combatentes da Marinha reforçam a equipe estadual no enfrentamento ao fogo.

Cinco aeronaves modelo Air Tractor, com capacidade de deslocar grandes volumes de água, também atuam na operação, sendo quatro cedidas pelo Ibama e uma do Corpo de Bombeiros do estado.

Ainda hoje está prevista a chegada de 40 agentes da Força Nacional de Segurança Pública, com mais em 15 viaturas. O grupo saiu de Brasília na última terça-feira (25).

De acordo com o diretor de Operações integradas e de Inteligência do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Rodney da Silva, a maior parte do contingente deslocado é composta por efetivo mobilizado do Corpo de Bombeiros Militar de outros estados. Segundo Silva, esse é um modelo que será adotado em uma rede nacional a ser viabilizada pela integração do Corpo de Bombeiros em todo o país com a Força Nacional.

“O objetivo desse novo projeto é não apenas gerenciar crises, mas sim gerenciar riscos nas áreas de maior probabilidade de ocorrência de sinistros ao longo do ano”, explicou o diretor.

Alta de juros não está no cenário base do BC, diz Campos Neto

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou, nesta quinta-feira (27), em São Paulo, que uma eventual alta de juros não está no cenário base da instituição.

Em entrevista coletiva na qual comentou o Relatório Trimestral de Inflação, Campos Neto disse que o BC está acompanhando o cenário e permanece vigilante. “Sobre alta de juros, não é o nosso cenário base. A gente entende que a linguagem adotada é compatível com não ter dado guidance [orientação] para o futuro neste momento. Estamos acompanhando o cenário e seguimos vigilantes”, afirmou.

Campos Neto comentou também o decreto do governo, publicado no Diário Oficial da União, que instituiu a meta contínua de inflação. No regime de metas contínuas, o governo fixará uma meta que, na prática, será permanente. Qualquer alteração na meta terá de ser feita com três anos de antecedência. 

Segundo ele, isso não vai significar mudanças na forma como o Banco Central enxerga a política monetária. “[O decreto] não significa uma mudança na forma como a gente enxerga a política monetária. Não significa nem maior, nem menor suavização. É um processo que já vem há algum tempo. Internamente, no Banco Central, por exemplo, ele vinha sendo discutido desde a minha chegada. Existia um entendimento de que o ano fiscal não era a forma mais eficiente de auferir os resultados atingidos.”

Para Campos Neto, o período mínimo de 36 meses estabelecido para uma mudança de meta mostra o compromisso do governo com a transparência. De acordo com o presidente do BC, o prazo dá estabilidade na previsão. “Isso mostra bastante o compromisso do governo com a transparência. Isso ajuda muito porque dá estabilidade na previsão da meta e faz com que os agentes financeiros consigam entender melhor o sistema e ter mais previsibilidade. E maior previsibilidade significa maior capacidade dos agentes se programarem.”

Políticas

Na entrevista, Campos Neto negou que tenha sido convidado pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, para ocupar algum cargo público caso este seja eleito presidente da República. “Não tive nenhuma conversa com o Tarcísio sobre ser ministro de nada. Não tenho pretensão de me candidatar a nada, nem de ser político”, afirmou.

Campos Neto disse que é amigo de Tarcísio e que já participou de eventos com outras autoridades políticas, mas ressaltou que, sempre que comparece a esse tipo de evento, está representando o Banco Central. “Quando vou a esses eventos entendo que minha presença é representando o Banco Central. Acho importante comparecer, e existe histórico não só de presidente do Banco Central do Brasil, mas de outros países, participarem de homenagens.”

Sobre as recentes críticas feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva à sua atuação no Banco Central, Campos Neto preferiu não comentar. “Não cabe a mim, presidente do Banco Central, entrar em debate político. Vamos continuar mostrando que nossas decisões são técnicas.” Ele ressaltou, porém, que alguns desses pronunciamentos podem impactar negativamente no mercado e trazer dificuldades para a política do Banco Central. “O que se mostrou no passado recente – não é uma opinião minha, é uma constatação – é que, quando a gente olha movimentos de mercado em tempo real com os pronunciamentos, vê [que houve] piora em algumas variáveis macroeconômicas, em alguns preços de mercado.”

Lula diz que quem apostar em alta de dólar terá prejuízo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que quem apostar na valorização do dólar em relação ao real vai “quebrar a cara”, a exemplo do que já ocorreu em 2008. A declaração foi feita nesta quinta-feira (27) durante a 3ª Reunião Plenária do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, mais conhecido como Conselhão, no Itamaraty.

Segundo Lula, muito da alta do dólar se deve à forma “cretina” como as informações são apresentadas por alguns veículos midiáticos. Como exemplo, citou, sem dar nome, alguns comentaristas que teriam associado a alta de ontem, da moeda norte-americana, à entrevista concedida por ele ao portal UOL.

“Quando eu terminei a entrevista, a manchete de alguns comentaristas era de que o dólar subiu pela entrevista do Lula. Os cretinos não perceberam que o dólar tinha subido 15 minutos antes de eu dar entrevista. Esse mundo perverso, das pessoas colocarem para fora aquilo que querem sem medir a responsabilidade do que vai acontecer, é muito ruim”, disse o presidente.

Na sequência, acrescentou: “pode ter certeza: quem tiver apostando derivativo [que tenham como referência a moeda dos EUA para o mercado futuro] vai perder dinheiro nesse país. As pessoas não podem ficar apostando no fortalecimento do dólar e no fracasso do real. Eu já vi isso em 2008. As pessoas que achavam que era importante ganhar dinheiro apostando no fortalecimento do dólar quebraram a cara. E vão quebrar outra vez”, disse o presidente.

Desonerações e responsabilidade fiscal

Lula aproveitou o encontro com lideranças setoriais do Conselhão para novamente defender a forma como a economia do país vem sendo conduzida pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Segundo o presidente, Haddad tem sofrido muitas injustiças por ter cobrado contrapartida de setores beneficiados por desonerações.

“Esse moço [Haddad] sofreu, e eu sei que ele sofreu, com a questão da desoneração dos 17 setores pelo Congresso Nacional. Eu não sou contra desonerações, desde que apresentem contrapartidas para o trabalhador. Pelo menos que transforme isso em estabilidade para os trabalhadores. Não para fazer por fazer”, disse o presidente ao criticar a “ganância por acúmulo de riqueza de alguns” que se recusam a “repartir um pouco do pão produzido nesse país”.

Lula voltou a afirmar que todas suas gestões à frente da Presidência tiveram como princípio a responsabilidade fiscal, e que a situação do Brasil, com relação à dívida pública é muito melhor do que a de diversos países desenvolvidos.

“Eu só posso gastar aquilo que eu tenho. Se eu tiver de fazer uma dívida, tem de ser uma dívida que vá permitir o aumento do patrimônio brasileiro. Portanto, vamos parar de olhar dívida pública brasileira com medo. Comparada à dos Estados Unidos; à do Japão; à da Itália ou da França, ela não é dívida. É troco, de tão pequena que é”, argumentou o presidente.

Microeconomia

Lula defendeu também uma mudança nos olhares sobre a microeconomia e seu potencial para o enriquecimento do país. “A microeconomia muitas vezes gera muitos empregos, junta muitas oportunidades e muitas vezes gera uma produtividade extraordinária. É o que a gente está fazendo neste instante. É preciso que você estude a macroeconomia, mas que saiba o que está acontecendo lá embaixo. Não com a pessoa que tomou bilhões de reais emprestado, mas com quem tomou R$ 5 mil ou R$ 10 mi emprestados”

“É por isso que eu repito: muito dinheiro na mão de poucos significa pobreza. Significa desemprego, prostituição, desnutrição e analfabetismo. Pouco dinheiro na mão de muitos significa exatamente o contrário. Significa uma ascensão social de todas as classes sociais; significa mais educação, melhor transporte, mais salário e mais crescimento”, afirmou o presidente.

Ao questionar que tipo de sociedade se busca para o Brasil, Lula disse que, do ponto de vista do governo federal, o que se busca é que cada trabalhador ou trabalhadora possa consumir aquilo que ele produz. “Não foi Karl Marx quem disse isso. Foi Henry Ford. Ele disse textualmente que queria que seus trabalhadores comprassem os produtos que ele fabricava”.

“O que a gente quer é transformar esse país em um país de classe média. Vocês acham que eu quero um país igual a Rússia ou a Cuba? Não! Eu quero um país com um padrão de vida igual a Suécia, Dinamarca, Alemanha”.

Por fim, Lula reiterou que nos últimos 15 meses quem mais está disponibilizando crédito no país são os bancos públicos. “Eles emprestam mais do que os privados. Provavelmente porque os privados estão comprando títulos do governo a 10,5%”, disse ele, em meio a críticas pelas altas de juros que acabam por desestimular investimentos em setores produtivos.

Festa dos visitantes esquenta público dos bois de Parintins

O público que aguarda os dias de apresentação dos bois Garantido e Caprichoso, no 57º Festival de Parintins, no Amazonas, entre sexta-feira (28) e domingo (30), vai terá um esquenta nesta quinta-feira (27), com a Festa dos Visitantes, que terá atrações nacionais como os cantores Belo e Thiaguinho, além de shows com artistas locais.

A programação conta com Márcia Novo, Uendel Pinheiro, DJ Rafa Militão, Rebecca Grana, Leonardo Castelo e Jr Paulain, incluindo as participações de Paula Gomes e Márcia Siqueira.

Distante 369 quilômetros de Manaus, a arena do Bumbódromo terá oito horas de shows, que começam às 17h em um palco 360º. Os ingressos podem ser adquiridos na troca por alimentos não perecíveis.

Ilha

Popularmente conhecida como Ilha Tupinambarana ou Ilha da Magia, anualmente, no fim de junho, a cidade sedia o Festival de Parintins, chamado de maior evento folclórico a céu aberto do mundo. A organização do evento é da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa. Para o secretário Marcos Apolo Muniz, a Festa dos Visitantes é uma forma de valorizar os artistas locais, que se unem às atrações nacionais numa espécie de boas-vindas aos visitantes.

Segundo Muniz, o festival começou como se fosse uma brincadeira de rua com a migração do Nordeste do país. Nesse movimento, a cultura do bumba meu boi foi levada para o Amazonas.

“Começou como uma brincadeira de rua há mais de 100 anos e aos poucos foi tomando corpo. Lá atrás teve um outro boi, que era o Boi Campineira, que não conseguiu se manter entre os bois de grande porte, até chegar ao que é hoje. Nesse meio tempo sofreu a influência da cultura amazônica e indígena e foi tendo esse formato que o diferencia do Bumba Meu Boi ou mesmo da cultura do Boi Bumbá que há em outras regiões do Amazonas” disse o secretário em entrevista à Agência Brasil.

Ele ressaltou que o envolvimento com os bois começa bem antes do festival com presença de público nos ensaios técnicos das chamadas comercialmente de “filiais dos bois”, no Sambódromo, bairro Flores, zona centro-sul de Manaus.

“Eles têm os movimentos tanto do Garantido como do Caprichoso, que se reúnem regularmente em Manaus e a gente faz os ensaios no Sambódromo. A gente fala que o termômetro do que vai ser em Parintins é o resultado do público que vai aos ensaios no Sambódromo”, afirmou. Acrescentou que esses ensaios incentivam o público a viajar a Parintins e ver de perto as apresentações.

O secretário destacou a ligação cultural com Juruti, no Pará, cidade próxima de Parintins. “A gente tem uma relação grande com o município do Pará, a festa do Juruti, tanto que os dois levantadores do Caprichoso e do Garantido são de Juruti. Tem essa troca, então é realmente um evento que rompeu as fronteiras do município há muito tempo”, completou.

Reconhecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como Patrimônio Cultural do Brasil, este ano o Festival de Parintins volta a ser patrocinado pela Petrobras. O gerente de Patrocínios Culturais da empresa, Milton Bitencourt, revelou que o investimento no projeto é de R$ 1,5 milhão, por meio do programa Petrobras Cultural, que foi remodelado no ano passado e voltou a apoiar grandes eventos populares brasileiros.

Além do festival de Parintins, a Petrobras está presente nas festas de São João de Campina Grande (PB), de Caruaru (PE) e o São João do Reencontro, que abrange 35 cidades da Bahia.

Projetos culturais

A atual carteira de patrocínios da Petrobras é composta por mais de 80 projetos presentes em todos os estados do país. “A gente está em um momento de expansão do Programa Petrobras Cultural desde 2023. Com os 70 anos da Petrobras fizemos uma remodelação e organizamos o programa em quatro eixos. Um deles é justamente o de festivais e festas populares, um segmento onde por alguns poucos anos não estivemos atuando”, revelou Bitencourt, acrescentando que o último patrocínio do Festival de Parintins foi em 2012.

“Isso tem a ver com diversos ciclos que a gente passa aqui. De acordo com nosso plano de comunicação, a própria estratégia de patrocínio vai se alterando a cada ciclo. Neste momento estamos em expansão e resgatando vários projetos”, disse em entrevista à Agência Brasil.

Bitencourt acrescentou que atualmente o programa tem um olhar muito forte para a valorização da regionalidade. “Esse projeto acaba sendo bem emblemático neste sentido”, afirmou, destacando que dentro dessa lógica a cultura popular está muito bem entendida como um ponto de valorização dentro do Programa Petrobras Cultural.

Apresentações

A expectativa de público em Parintins para este ano é de aproximadamente 120 mil visitantes. Se o número se confirmar, serão 10 mil a mais que em 2023. A ordem de apresentações para as três noites do 57º Festival de Parintins foi sorteada no sábado (22), no próprio Bumbódromo.

Boi Caprichoso é uma das atrações do Festival de Parintins – Bianca Paiva/Agência Brasil

Na sexta-feira (28) o público vai começar a se animar com os bois. O primeiro a se apresentar será o Caprichoso. O Garantido fecha o dia. No sábado, a ordem é a mesma, mas no domingo se inverte com o Garantido abrindo as apresentações e o Caprichoso fazendo o encerramento.

Previsão do tempo

Em geral, no período do festival, o clima na cidade costuma ser de calor com temperaturas variando entre a mínima de 23ºC, máxima um pouco acima de 35ºC e média em torno de 26,6ºC.

A meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia, Andrea Ramos, disse que nesta quinta-feira, dia da Festa dos Visitantes, a temperatura mínima vai ficar em torno de 24°C e a máxima por volta de 31°C, com nebulosidade e previsão de pouca chuva, principalmente, na parte da tarde.

Amanhã (28) e no sábado a temperatura fica em torno de 25°C e a máxima tem possibilidade de chegar a 32°C. No domingo a máxima pode alcançar 33°C.

Andrea informou, ainda, que para os três dias do festival, a tendência é de chuva fraca e que o céu tende a ficar com nebulosidade variando ao longo do dia. “Aparece o Sol, mas com pouca possibilidade de chuva. É bem fraquinha. Segue essa tendência para o fim de semana, com nebulosidade, ventos fracos a moderados, tendência de uma possibilidade de chuva, mas acredito que a maior possibilidade é no domingo na parte da tarde”, finalizou.

Banco Central eleva estimativa do PIB para 2,03% neste ano

O Banco Central (BC) elevou a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, de 1,9% para 2,3%, segundo o relatório de inflação do segundo trimestre, divulgado nesta quinta-feira (27). No primeiro trimestre do ano, o PIB cresceu 0.8%, ritmo considerado “robusto e superior ao esperado” pelo BC. O banco avaliou ainda que as enchentes no Rio Grande do Sul terão um impacto menor na atividade econômica do que o esperado.

Sede do Banco Central em Brasília. Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Segundo o relatório, no cenário doméstico, a atividade econômica e o mercado de trabalho se mostraram aquecidos, o que contribuiu para a queda no desemprego e aumento nos salários. “Esses fatores justificaram revisão para cima da projeção de crescimento do PIB em 2024, de 1,9% para 2,3%. As enchentes no Rio Grande do Sul causaram expressiva queda na atividade econômica gaúcha, mas já há sinais de recuperação”, disse o BC.

Cenário externo

Em relação ao cenário externo, a instituição avalia que ambiente se mantém adverso e segue exigindo cautela por parte dos países emergentes. O relatório aponta que permanecem elevadas as incertezas sobre a flexibilização da política monetária nos Estados Unidos e quanto à velocidade na queda da inflação de forma sustentada em diversos países.

“Os bancos centrais das principais economias permanecem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas, em um ambiente marcado por pressões nos mercados de trabalho”, diz o relatório.

Inflação

Para o BC, a inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve ficar em 4%, em 2024. A previsão anterior era de inflação em 3,5%

O relatório diz que, apesar de ter havido um recuo na inflação, aumentou a expectativa de desancoragem. No acumulado de 12 meses, o IPCA apresentou um recuo de 4,5% em fevereiro para 3,9% em maio. A inflação também registra queda, quando se observam seus núcleos e quando se considera a métrica trimestral.

“Contudo, o recuo da inflação no último trimestre foi menor do que o projetado no cenário de referência apresentado no Relatório anterior (surpresa de +0,14 p.p.), destacando‑se alta mais intensa dos alimentos. Em meio a aumento de incertezas nos cenários doméstico e externo, as expectativas de inflação para 2025 e 2026, que já se encontravam acima da meta de inflação para o período, aumentaram de 3,5% para 3,8% e 3,6%, respectivamente, segundo a mediana apurada pela pesquisa Focus”, diz o documento.

Para o BC, as projeções indicam aumento da inflação no segundo trimestre de 2024, mas com retomada da trajetória de declínio, permanecendo, porém, acima do centro da meta, que é de 3% ao ano, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Nesse cenário, a inflação acumulada em quatro trimestres, depois de terminado 2023 em 4,6%, com projeção de queda para 4,0%, em 2024, 3,4%, em 2025, e 3,2% em 2026, diante da meta de 3%.

O BC destaca, contudo que, em relação ao relatório anterior, a projeção de inflação para 2024 e 2025 aumentou. A elevação para 2024 atingiu 0,5 p.p. e para 2025 alcançou 0,2 p.p.

“Para o horizonte relevante, o aumento resultou principalmente da atividade econômica mais forte que o esperado, que levou a uma elevação no hiato do produto estimado. Contribuíram ainda o aumento das expectativas de inflação, a depreciação cambial, a inércia do aumento da projeção de curto prazo e a utilização de taxa de juros neutra maior. Por outro lado, o aumento da taxa de juros real foi fundamental para evitar um aumento mais significativo na projeção”, aponta o documento.

Banco Central eleva estimativa do PIB para 2,3% neste ano

O Banco Central (BC) elevou a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, de 1,9% para 2,3%, segundo o relatório de inflação do segundo trimestre, divulgado nesta quinta-feira (27). No primeiro trimestre do ano, o PIB cresceu 0.8%, ritmo considerado “robusto e superior ao esperado” pelo BC. O banco avaliou ainda que as enchentes no Rio Grande do Sul terão um impacto menor na atividade econômica do que o esperado.

Sede do Banco Central em Brasília. Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Segundo o relatório, no cenário doméstico, a atividade econômica e o mercado de trabalho se mostraram aquecidos, o que contribuiu para a queda no desemprego e aumento nos salários. “Esses fatores justificaram revisão para cima da projeção de crescimento do PIB em 2024, de 1,9% para 2,3%. As enchentes no Rio Grande do Sul causaram expressiva queda na atividade econômica gaúcha, mas já há sinais de recuperação”, disse o BC.

Cenário externo

Em relação ao cenário externo, a instituição avalia que ambiente se mantém adverso e segue exigindo cautela por parte dos países emergentes. O relatório aponta que permanecem elevadas as incertezas sobre a flexibilização da política monetária nos Estados Unidos e quanto à velocidade na queda da inflação de forma sustentada em diversos países.

“Os bancos centrais das principais economias permanecem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas, em um ambiente marcado por pressões nos mercados de trabalho”, diz o relatório.

Inflação

Para o BC, a inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve ficar em 4%, em 2024. A previsão anterior era de inflação em 3,5%

O relatório diz que, apesar de ter havido um recuo na inflação, aumentou a expectativa de desancoragem. No acumulado de 12 meses, o IPCA apresentou um recuo de 4,5% em fevereiro para 3,9% em maio. A inflação também registra queda, quando se observam seus núcleos e quando se considera a métrica trimestral.

“Contudo, o recuo da inflação no último trimestre foi menor do que o projetado no cenário de referência apresentado no Relatório anterior (surpresa de +0,14 p.p.), destacando‑se alta mais intensa dos alimentos. Em meio a aumento de incertezas nos cenários doméstico e externo, as expectativas de inflação para 2025 e 2026, que já se encontravam acima da meta de inflação para o período, aumentaram de 3,5% para 3,8% e 3,6%, respectivamente, segundo a mediana apurada pela pesquisa Focus”, diz o documento.

Para o BC, as projeções indicam aumento da inflação no segundo trimestre de 2024, mas com retomada da trajetória de declínio, permanecendo, porém, acima do centro da meta, que é de 3% ao ano, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Nesse cenário, a inflação acumulada em quatro trimestres, depois de terminado 2023 em 4,6%, com projeção de queda para 4,0%, em 2024, 3,4%, em 2025, e 3,2% em 2026, diante da meta de 3%.

O BC destaca, contudo que, em relação ao relatório anterior, a projeção de inflação para 2024 e 2025 aumentou. A elevação para 2024 atingiu 0,5 p.p. e para 2025 alcançou 0,2 p.p.

“Para o horizonte relevante, o aumento resultou principalmente da atividade econômica mais forte que o esperado, que levou a uma elevação no hiato do produto estimado. Contribuíram ainda o aumento das expectativas de inflação, a depreciação cambial, a inércia do aumento da projeção de curto prazo e a utilização de taxa de juros neutra maior. Por outro lado, o aumento da taxa de juros real foi fundamental para evitar um aumento mais significativo na projeção”, aponta o documento.