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Pacientes de câncer com origem em HPV sofrem com atraso no atendimento

A quarta edição da publicação info.oncollect, chamada O Impacto do HPV em Diferentes Tipos de Câncer no Brasil, da Fundação do Câncer mostra que a maioria das pessoas que chegam ao hospital com o diagnóstico é tratada após mais de 60 dias. Esse tempo vai em sentido oposto ao da Lei 12.732/12, que garante o início do tratamento dentro desse prazo depois da constatação da doença. Segundo os pesquisadores, a demora indica falha no fluxo da rede de atendimento.

O estudo analisou cinco tipos de câncer: orofaringe, ânus e canal anal, vagina, vulva e pênis.

De acordo com a pesquisa, a maior parte dos pacientes chega às unidades de saúde em estágios avançados da doença – cerca de 6 mil casos de câncer relacionados ao HPV (Human Papilomavirus) poderiam ser evitados, a cada ano, por meio da prevenção primária. Além disso, são estimados por ano 17 mil casos de câncer do colo do útero, o tipo mais frequente associado ao HPV.

Para a consultora médica da Fundação do Câncer, Flávia Miranda, existem vários fatores que levam à ocorrência de casos com estágios avançados da doença. Segundo a médica, são tipos de cânceres com lugares um pouco mais sensíveis em termos de busca de atendimento médico. “Talvez este seja o primeiro motivo – a pessoa pode notar algum sinal de alerta e não valorizar ou ficar constrangida de buscar um atendimento”, disse Flávia, em entrevista à Agência Brasil.

Outro motivo é a demora na confirmação dos casos após o período de 60 dias entre o diagnóstico e o início do tratamento. “Este é um gargalo que existe na rede de assistência. Sabemos que biópsias e histopatológicos para confirmação diagnóstica são o maior entrave”, afirmou a consultora, alertando que, quanto mais demorado for o diagnóstico, maior a probabilidade de chegar ao tratamento em estágio avançado.

No aspecto econômico, a pesquisa mostra que a prevenção do surgimento desse tipo de câncer poderia reduzir, em grande parte, os gastos com saúde no Brasil. Para o diretor executivo da Fundação do Câncer, Luiz Augusto Maltoni Júnior, a prevenção também favoreceria a aplicação de recursos em outros tratamentos.

“Além de evitar 4,5 mil mortes por ano, o que equivale a um expressivo número de 75% de mortalidade, a prevenção reduziria os gastos com diagnóstico, tratamento e internações, inclusive abrindo espaço para pacientes com outros tipos de câncer no sistema de saúde”, disse.

“O câncer é uma doença que tem um dos maiores impactos na saúde porque os tratamentos são caros, envolvem cirurgia, quimioterapia, hoje em dia imunoterapia. Todo esse mercado em oncologia cresce a cada ano. Realmente, o câncer é uma doença que tem custo muito preponderante quando a gente analisa gastos em saúde”, completou a médica.

Perfil

Flávia Miranda destacou que a maioria dos pacientes com algum desses cânceres, considerando homens e mulheres, é de pessoas com mais de 50 anos de idade (78%), com baixa escolaridade (64%) e é negra (56% e 53%, respectivamente).

“É o que a gente vê em todas as doenças, não só no câncer, que tem maior prevalência em pessoas mais velhas e infelizmente em populações mais vulneráveis com baixa condição socioeconômica e baixa escolaridade. A questão de raça e de cor aqui no país é preponderante. São pessoas que têm mais dificuldade de acesso aos serviços de saúde”, acrescentou.

Estágios e estadiamento

Em todas as regiões do Brasil, mais de 80% de pacientes, tanto homens (88%) quanto mulheres (84%) com câncer de orofaringe, tumor que se desenvolve em parte da garganta, são diagnosticados em estágios avançados da doença. Segundo o estudo, que 65% dos homens começam o tratamento em até 60 dias, quando encaminhados sem diagnóstico prévio. Nas regiões  Nordeste (44%) e Sudeste (36%), observam-se os maiores tempos de espera entre a constatação da doença e o tratamento.

A situação muda quando as pessoas são os encaminhadas com algum diagnóstico. Nesse grupo, apenas 39% têm o tratamento iniciado em até 60 dias. Entre as mulheres, as que chegam com o diagnóstico da doença têm um tempo maior de espera (62%). Nas regiões Centro-Oeste (70%), Sudeste (65%) e Norte (64%), o tempo de espera delas é maior que o tempo médio do país.

Comportamentos

Nos cânceres de ânus e canal anal, o estadiamento atinge um percentual significativo de pacientes, que vão à unidade de saúde em estágios avançados da doença. Nos homens, chega a 55% e nas mulheres, a 54%. Entre os pacientes sem diagnóstico prévio que vão às unidades de saúde, 66% começam o tratamento em até 60 dias, mas nos encaminhados com o diagnóstico em mãos somente 40% inicia o tratamento dentro deste prazo. Nas mulheres sem o diagnóstico, 64% conseguem começar o tratamento em até 60 dias. O percentual cai muito entre as que chegam com o diagnóstico em mão (37%) e conseguem começar o tratamento dentro do mesmo tempo.

Outro que registra percentual elevado (43%) nos casos diagnosticados em estágios avançados é o câncer de pênis, especialmente nas regiões Norte e Centro-Oeste, onde estão os maiores índices de câncer em estadiamento avançado (55%). O menor é no Sudeste (34%). A diferença do tempo que ocorre do diagnóstico ao tratamento é bastante grande entre os homens sem diagnóstico prévio iniciando o tratamento em até 60 dias (82%) e aqueles com diagnóstico que começam tratamento no mesmo período (37%).

Já entre os casos de câncer de vulva mais da metade (50%) chegam em fase inicial da doença. O maior percentual (60%) de mulheres com neoplasia que chegam com estadiamento inicial da doença é da região Sudeste. O tempo de espera entre o diagnóstico e o tratamento, a pesquisa observou maior período de espera para tratamento das mulheres que chegam ao hospital já com o diagnóstico em mãos, se comparado às que chegam sem o diagnóstico. Somente 26% são atendidas em até 60 dias, em todo o país. O menor percentual brasileiro (16%) de mulheres que chegam ao hospital com diagnóstico e iniciam o tratamento em até 60 dias foi notado na Região Norte.

O maior percentual de mulheres com câncer de vagina que chegam às unidades de saúde em estágios iniciais da doença é da Região Centro-Oeste (63%). Entre as que vão às unidades de saúde sem o diagnóstico e sem tratamento, 64% recebem o atendimento em até 60 dias após o diagnóstico. A Região Sudeste tem o maior percentual de mulheres que tiveram tratamento após 60 dias do diagnóstico (42%). O estudo revelou ainda que é alto (66%) o percentual de mulheres com a doença que chegam com diagnóstico na unidade hospitalar e recebem o tratamento após 60 dias.

Na avaliação dos pesquisadores, a quarta edição do info.oncollect pode ajudar na formulação de políticas públicas específicas. Além de detecção precoce, o estudo aponta a necessidade de acesso rápido e igualitário aos cuidados de saúde. É preciso levar em consideração também as disparidades regionais, porque, com essas informações, será possível desenvolver intervenções direcionadas e garantir melhores resultados para todos os pacientes.

Vacinação

Como medida preventiva, Flávia Miranda ressaltou a importância da vacina no contexto dos cânceres relacionados ao HPV, mas disse que a questão ainda enfrenta resistências, apesar da comprovação da eficácia do imunizante, e que é preciso modificar esse cenário.

“É informação, comunicação e educação. Basicamente isso. As vacinas estão disponíveis para meninas e meninos de 9 a 14 anos em todas unidades de saúde. Também podem ser vacinadas as pessoas imunossuprimidas, as que vivem com HIV/aids, transplantados e pacientes oncológicos até os 45 anos, mas existe muita polêmica porque ligam a vacina do HPV a uma infecção sexualmente transmissível, em vez de ligar à prevenção de câncer”, afirmou a médica.

A polêmica estende-se ainda a críticos da vacina por entenderem que esta vai promover o início de atividade sexual mais precoce. Está comprovado que isso não acontece, acrescentou a consultora da Fundação Câncer. “Pelo contrário, as crianças e adolescentes que são vacinados contra o HPV iniciam mais tarde a atividade sexual e, quando iniciam, protegem-se e fazem a anticoncepção. Quer dizer, tudo demonstra que quem se vacina já tem um olhar de cuidado com a saúde. É fake news [a associação da vacina à iniciação social precoce].”

A médica acrescentou que na prevenção ao HPV é necessário também ir além do câncer do colo do útero.

O estudo completo está disponível neste endereço.

Putin confirma candidatura à presidência russa nas eleições de 2024

9 de dezembro de 2023

 

O presidente russo, Vladimir Putin, anunciou na sexta-feira sua candidatura nas eleições presidenciais de março próximo, após uma cerimônia de premiação do Kremlin durante a qual veteranos de guerra e outros imploraram que ele buscasse a reeleição, no que o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, chamou de comentários “espontâneos”.

Putin, que recebeu a presidência de Boris Yeltsin no último dia de 1999, já serviu como presidente por mais tempo do que qualquer outro governante da Rússia desde Josef Stalin.

Para Putin, de 71 anos, a eleição é uma formalidade: com o apoio do Estado, dos meios de comunicação estatais e quase nenhuma dissidência pública, é certo que ele vencerá. Ele não tem sucessor discernível.

Cerca de 80% dos russos aprovam o desempenho de Putin, segundo o instituto de pesquisas independente Levada Center. Mas não está claro se esse apoio é genuíno ou se resulta do regime opressivo de Putin, que reprime qualquer oposição.

 
 

JN.1, a nova variante da covid-19, já responde por 29% das infecções

9 de dezembro de 2023

 

A JN.1, uma variante do vírus SARS-CoV-2 que causa a covid-19 e que está estreitamente relacionada à variante BA.2.86 já responde por 15 a 29% das variantes em circulação e continua a crescer rapidamente, aponta o CDC dos Estados Unidos, que ainda explica que o crescimento contínuo sugere que ela é mais transmissível ou consegue escapar melhor do sistema imunulógico.

No entanto, segundo o órgão, não há, até agora, evidências de que a JN.1 apresente um risco aumentado para a saúde pública em relação a outras variantes em circulação atualmente. Segundo o CDC, “vacinas, testes e tratamentos continuam a funcionar bem contra JN.1”.

História

A JN.1 foi detectado pela primeira vez nos Estados Unidos em setembro de 2023 e no final de outubro representava menos de 0,1% dos vírus SARS-CoV-2.

A nova variante está intimamente relacionado à variante BA.2.86 que o CDC vem rastreando desde agosto e embora elas pareçam muito diferentes devido à forma como as variantes são nomeadas, há apenas uma única alteração entre JN.1 e BA.2.86 na proteína spike.

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A ameaça global do sarampo continua a crescer

9 de dezembro de 2023

 

Após anos de declínio na cobertura vacinal contra o sarampo, os casos de sarampo em 2022 aumentaram 18% e as mortes aumentaram 43% a nível mundial (em comparação com 2021). Isto eleva o número estimado de casos de sarampo para 9 milhões e de mortes para 136.000 – principalmente entre crianças – de acordo com um novo relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) e dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EU.

O sarampo continua a representar uma ameaça cada vez maior para as crianças. Em 2022, 37 países registaram surtos grandes ou perturbadores, em comparação com 22 países em 2021. Dos países que registaram surtos, 28 situaram-se na Região Africana da OMS, seis no Mediterrâneo Oriental, dois no Sudeste Asiático e um na Região Europeia.

“O aumento dos surtos e mortes por sarampo é surpreendente, mas infelizmente não é inesperado, tendo em conta o declínio das taxas de vacinação que temos visto nos últimos anos”, disse John Vertefeuille, diretor da Divisão Global de Imunização do CDC. “Os casos de sarampo em qualquer lugar representam um risco para todos os países e comunidades onde as pessoas estão subvacinadas. Esforços urgentes e direcionados são essenciais para prevenir doenças e mortes por sarampo”.

O sarampo pode ser evitado com duas doses da vacina.. Embora tenha ocorrido um aumento modesto na cobertura vacinal global em 2022 em relação a 2021, ainda havia 33 milhões de crianças que falharam uma dose da vacina contra o sarampo: quase 22 milhões falharam a primeira dose e mais 11 milhões falharam a segunda dose. A taxa global de cobertura vacinal da primeira dose, de 83%, e da segunda dose, de 74%, ainda estava bem abaixo da cobertura de 95% com as duas doses necessárias para proteger as comunidades de surtos.

Os países de baixo rendimento, onde o risco de morte por sarampo é mais elevado, continuam a ter as taxas de vacinação mais baixas, de apenas 66%; uma taxa que não mostra qualquer recuperação do retrocesso durante a pandemia. Dos 22 milhões de crianças que perderam a primeira dose da vacina contra o sarampo em 2022, mais de metade vive em apenas 10 países: Angola, Brasil, República Democrática do Congo, Etiópia, Índia, Indonésia, Madagáscar, Nigéria, Paquistão e Filipinas.

“A falta de recuperação da cobertura vacinal contra o sarampo em países de baixos rendimentos após a pandemia é um sinal de alarme para a acção. O sarampo é chamado de vírus da desigualdade por um bom motivo. É a doença que encontrará e atacará aqueles que não estão protegidos”, disse Kate O’Brien, Diretora de Imunização, Vacinas e Produtos Biológicos da OMS. “As crianças em todo o mundo têm o direito de ser protegidas pela vacina contra o sarampo, que salva vidas, independentemente do local onde vivam”.

​​O CDC e a OMS instam os países a encontrar e vacinar todas as crianças contra o sarampo e outras doenças evitáveis ​​por vacinação e incentivam as partes interessadas globais a ajudar os países a vacinar as suas comunidades mais vulneráveis. Além disso, para ajudar a prevenir surtos, todos os parceiros globais de saúde a nível global, regional, nacional e local devem investir em sistemas de vigilância robustos e na capacidade de resposta a surtos para detectar e responder rapidamente aos surtos.

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Conforme aviso, USA.gov é de domínio público. Já os demais sites ligados ao governo dos Estados Unidos (em domínio .gov) “estão disponíveis sob Licença CC-BY 3.0” (nota da Casa Branca).

CDC emite alerta para surto de febre maculosa das Montanhas Rochosas

9 de dezembro de 2023

 

Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos emitiram ontem um Aviso de Saúde da Rede de Alerta de Saúde (HAN) para notificar os profissionais de saúde e o público sobre um surto de febre maculosa das Montanhas Rochosas (RMSF – Rocky Mountain Spotted Fever) entre pessoas com viagens recentes para ou residência na cidade de Tecate, estado de Baja California, México.

Até ontem, 8 de dezembro, cinco pacientes foram diagnosticados com RMSF desde o final de julho de 2023 e todos haviam estado em Tecate nas 2 semanas anteriores após o início da doença. A RMSF é endêmica em vários estados fronteiriços no norte do México, incluindo, mas não exclusivamente, Baja California, Sonora, Chihuahua, Coahuila e Nuevo León.

A RMSF é uma doença grave, rapidamente progressiva e muitas vezes mortal, transmitida por carrapatos infectados. Muitos pacientes sequer percebem que foram picados por um carrapato antes de desenvolverem sinais ou sintomas de uma doença febril grave inexplicável.

O tratamento é feito com o antibiótico doxiciclina e segundo o CDC deve começar mesmo antes do resultado de um teste laboratorial confirmatório, já que a doença progride repidamente e sem administração precoce de doxiciclina pode ser fatal em poucos dias.

 
 

Governo e sociedade se unem no combate ao câncer de colo de útero

O Instituto Nacional de Câncer (Inca), do Ministério da Saúde, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e 17 organizações não governamentais e sociedades científicas brasileiras assinaram uma carta de compromisso para reforçar as ações de eliminação do câncer de colo do útero e ampliar as coberturas vacinais contra o papilomavírus (HPV).

Entre os compromissos assumidos no documento estão o apoio ao Ministério da Saúde, ao Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass) e ao Conselho Nacional dos Secretários Municipais de Saúde (Conasems), na implementação de ações que reforcem o Programa Nacional de Imunizações (PNI) e a Estratégia Nacional de Eliminação do Câncer de Colo do Útero; a divulgação de informações sobre a eficácia e segurança da vacina contra o HPV, utilizando diversos canais e formatos; o desenvolvimento de estratégias contínuas para combater notícias falsas sobre vacinação e dúvidas específicas, reduzindo a hesitação vacinal e o oferecimento de formação continuada e educação permanente aos gestores e profissionais do SUS sobre a importância do aumento da cobertura vacinal.

Além disso, assinando a carta, todos se comprometem com a promoção de estratégias territoriais para garantir serviços ágeis e distintos aos adolescentes e populações vulneráveis em relação ao HPV; o fortalecimento do rastreamento e da qualificação do atendimento ao câncer de colo do útero, garantindo diagnóstico e tratamento de lesões pré-cancerosas; e a implementação de ações específicas para a prevenção e controle do câncer de colo do útero em populações e comunidades tradicionais, migrantes, refugiados e outros grupos altamente vulneráveis.

A assinatura ocorreu ontem (7), durante o encontro Vacina e Prevenção do Câncer: Vários Olhares, Muitos Desafios, na sede do INCA, no centro do Rio de Janeiro, que discutiu os desafios e as propostas para expandir o acesso às ações de prevenção, rastreamento organizado, diagnóstico e tratamento do câncer de colo do útero, que é tipo mais frequente associado ao HPV.

O diretor-geral do Inca, Roberto Gil, disse que todos os participantes do seminário estão comprometidos com a eliminação do câncer do colo do útero e que a carta simboliza, exatamente, a intenção e os gestos que serão feitos nessa direção. “Compromisso assumido por todos aqueles que entendem que uma doença prevenível não pode continuar matando tantas pessoas no Brasil”.

Os especialistas consideram que a vacinação contra o vírus HPV é uma das estratégias mais eficazes e com melhor custo-benefício para evitar a doença. O entendimento é que além de prevenir o câncer de colo do útero, o imunizante reduz as chances de a pessoa desenvolver os cânceres de pênis, de vulva, de vagina, de orofaringe e do canal anal e ânus.

Vacinação

A vacina, considerada segura e de alta qualidade, é disponibilizada gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) do Brasil para meninas e meninos de 9 a 14 anos, com a administração de duas doses, inclusive usando a estratégia de vacinação em escolas.

Mulheres e homens de 15 a 45 anos que apresentam algumas condições de saúde também podem se vacinar. “Pessoas vivendo com HIV, transplantados de órgãos sólidos ou medula óssea, pacientes oncológicos, imunossuprimidos por doenças e/ou em tratamento com drogas imunossupressoras e vítimas de violência sexual”, informou a OPAS em seu site.

No encontro desta quinta-feira (7), o diretor do Departamento de Imunização e Doenças Imunopreveníveis do Ministério da Saúde (DPNI/MS), Eder Gatti, disse que a pasta montou uma estratégia de microplanejamento para a vacinação e enviou equipes para todas as regiões do país para definir os modelos que seriam mais adequados a cada localidade, o que se mostrou eficiente.

“ O Brasil tem uma extensão territorial gigantesca. Dificuldades particulares em cada região. Cada estado, cada município é uma realidade e a gente tem que trabalhar com todos esses atores para atingir um objetivo que são as nossas coberturas vacinais. A gente só vai conseguir fazer isso através de união e trabalhando na relação com todos os entes federados do nosso país”, comentou.

A programação do evento terminou, à noite, com uma cerimônia de iluminação do Cristo Redentor, um dos principais cartões postais do Rio de Janeiro, que foi iluminado na cor roxa para alertar a população sobre os tipos de câncer causados pelo papilomavírus e estimular a vacinação contra HPV. A cerimônia foi promovida pela organização não-governamental Instituto Lado a Lado pela Vida

Estratégia

De acordo com a OPAS, a estratégia global da OMS para acelerar a eliminação do câncer de colo do útero foi lançada em 2020, com base na vacinação, no rastreamento e no tratamento, que são os três pilares essenciais.

Na época, 194 países, entre eles o Brasil, se comprometeram a cumprir até 2030 metas como alcançar 90% das meninas totalmente vacinadas contra o HPV até os 15 anos de idade, realizar o rastreamento de 70% das mulheres com teste de alta performance aos 35 e novamente aos 45 anos, além de tratar 90% das mulheres com lesões pré-cancerosas de câncer de colo de útero e atingir o tratamento e acompanhamento de 90% das mulheres com câncer invasivo.

No Brasil, o Ministério da Saúde lançou em março deste ano a Estratégia Nacional de Eliminação do Câncer do Colo de Útero para ampliar o programa Útero é Vida, que é uma parceria da Secretaria de Estado de Saúde de Pernambuco com a OPAS.

Brasil tem 25 milhões de compradores de livros

Pesquisa inédita encomendada pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), o Panorama do Consumo de Livros aponta que o Brasil tem aproximadamente 25 milhões de consumidores de livros e, destes, 74% manifestaram intenção de realizar novas compras nos próximos três meses. Além disso, 69% dos consumidores adquiriram entre um a cinco livros nos últimos 12 meses, enquanto 8% compraram 16 ou mais livros no último ano.

O estudo busca identificar o perfil e hábitos dos compradores de livros no Brasil e ouviu 16 mil pessoas com 18 anos ou mais, entre os dias 23 e 31 de outubro de 2023. Os dados indicam que 16% da população brasileira acima de 18 anos afirma ter comprado ao menos um livro nos últimos 12 meses.

As principais razões apontadas para a compra de um livro são o crescimento pessoal e o lazer. Em relação às atividades de lazer, além da leitura, redes sociais (50,8%) e serviços de streaming (44,3%) foram os preferidos.

“A pesquisa Panorama do Consumo de Livros foi pensada para traçar um perfil e hábitos de compradores de livros no Brasil. As informações sobre os hábitos de consumo, preferências e comportamentos dos brasileiros mostram a importância da realização de ações efetivas de fomento à leitura. O Brasil precisa de uma política séria e eficiente de formação de leitores e fortalecimento do livro”, afirmou, em nota, Sevani Matos, presidente da Câmara Brasileira do Livro.

Quanto aos hábitos de compra, 55% dos consumidores de livros preferem fazer suas aquisições online, atraídos pelas ofertas e pela conveniência deste canal. Por outro lado, 40% dos consumidores ainda optam pela compra presencial, valorizando a experiência de ter o livro em mãos antes de adquiri-lo. Para estes, a capa do livro e as recomendações dos vendedores são aspectos importantes na hora de decidir pela compra. As datas especiais, como a Black Friday (21%) e a Semana do Consumidor (17%), também foram apontadas como bastante relevantes para os compradores.

“Em relação à produção de dados, o estudo coloca o mercado brasileiro do livro em patamar semelhante àquele observado em mercados mais maduros, pois a partir de agora teremos uma pesquisa focada na indústria, outra no varejo e outra no consumidor. É uma nova ferramenta para apoiar a tomada de decisão dos agentes da cadeia produtiva do livro”, disse Mariana Bueno, coordenadora de pesquisa da Nielsen BookData.

Sobre os formatos, nos últimos 12 meses, 54% dos consumidores compraram exclusivamente livros físicos, enquanto 15% adquiriram somente livros digitais. Dentre os consumidores de livros digitais, a preferência maior (81%) é pelo formato e-book, sendo que 50% dos leitores digitais utilizam principalmente o celular para essa leitura. Os consumidores de e-books e audiolivros tendem a comprar com desconto, com 63% relatando ter adquirido um livro digital em promoção.

Referente a última compra dos entrevistados, a pesquisa revela que a não-ficção para adultos é o gênero mais popular, com 56,4%, seguido por ficção adulta (38,2%) e científico, técnico e profissional (17,3%).

Não compradores

O estudo revela ainda que para os não compradores, o hábito de leitura é uma atividade importante, porém a maioria aponta preço, ausência de loja e falta de tempo como os maiores fatores para desmotivar ou não efetuar a compra de livros.

Prêmios literários

Em relação à popularidade dos prêmios literários, 45,1% dos compradores de livros responderam que o Prêmio Jabuti, realizado anualmente pela CBL e que chega este ano à sua 65ª edição, é o mais conhecido no país. Entre os não compradores, 16,5% conhecem a premiação.

Quanto ao preço dos livros, os entrevistados responderam que consideram as promoções e descontos na hora de decidir pela compra de livros. Sessenta e três por cento relataram ter adquirido livros com desconto e 73% pretendem comprar livros nos próximos três meses.

Metodologia

Este estudo analisou o comportamento de compra de livros no Brasil através de uma metodologia envolvendo 16 mil entrevistas com pessoas maiores de 18 anos, cobrindo todas as regiões (Sudeste, Sul, Norte, Nordeste, Centro-Oeste) e estratos socioeconômicos (A, B, C, DE). O estudo, realizado entre 23 e 31 de outubro de 2023, incluiu tanto compradores quanto não compradores de livros, garantindo uma ampla representatividade com uma margem de erro de 0,8% e um nível de confiança de 95%.

*Matéria alterada às 11h44 para correção de informações prestadas pela Câmara Brasileira do Livro

Empreendedorismo no Brasil: modelos de negócios líderes em startups

Artigo por Ângelo Vicente, CEO da Selia powered by Luft

O Brasil é um país de empreendedores. Segundo o Global Entrepreneurship Monitor (GEM), o país ocupa o quarto lugar no ranking mundial, com uma taxa de empreendedorismo total (TEA) de 38,7% em 2020. Isso significa que quase quatro em cada dez brasileiros adultos estão envolvidos na criação ou gestão de um negócio próprio. 

Mas o que impulsiona esse espírito empreendedor no Brasil? Quais são os modelos de negócios que se destacam entre as startups brasileiras? E quais são os desafios e oportunidades que elas enfrentam? 

Neste artigo, vamos explorar essas questões e analisar o cenário das startups no Brasil em 2022, com base nos dados do Mapeamento do Ecossistema, um estudo de atualização anual realizado pela Associação Brasileira de Startups (Abstartups) desde 2018. 

O que são startups? 

Antes de entrarmos nos detalhes, é importante definir o que são startups. Uma startup é uma empresa de base tecnológica, com alto potencial de crescimento, escalabilidade e inovação, que opera em condições de incerteza e busca resolver um problema real de um mercado ou de uma parcela da sociedade. 

As startups se diferenciam das empresas tradicionais por terem um modelo de negócio inovador, que muitas vezes cria novos mercados ou transforma os existentes. Além disso, as startups têm uma estrutura enxuta e ágil, que permite testar e validar hipóteses rapidamente, e se adaptar às mudanças do ambiente. 

Os modelos de negócios líderes em startups de 2022 

De acordo com o Mapeamento do Ecossistema, publicado em janeiro de 2023, o modelo de Software como Serviço (SaaS) se destacou como o principal modelo de negócios entre as startups brasileiras em 2022, representando quase 40% das empresas emergentes no país. Além disso, o modelo de marketplace foi adotado por aproximadamente 11% das startups nacionais.  

Esses números refletem a crescente importância da tecnologia e da inovação no ecossistema empreendedor do Brasil. O SaaS oferece soluções digitais eficazes para uma variedade de setores, enquanto os marketplaces facilitam a conexão entre compradores e vendedores em uma ampla gama de nichos de mercado. 

Os desafios e oportunidades das startups no Brasil 

Apesar do cenário promissor, as startups no Brasil também enfrentam diversos desafios, como a alta carga tributária, a complexidade regulatória, a escassez de mão de obra qualificada, a dificuldade de acesso a crédito e a concorrência de players internacionais. 

Para superar esses obstáculos, as startups brasileiras precisam de apoio e incentivo de diversos agentes do ecossistema, como aceleradoras, incubadoras, investidores, universidades, governos, corporações e organizações não governamentais. 

Em suma, o Brasil é um país de empreendedores, que têm o potencial e a diversidade para transformar o mundo com suas ideias e negócios.  

Sobre a Selia powered by Luft – Nascida de uma união entre SELIA e Luft Solutions em 2022, que somou a capacidade operacional para e-commerce da Luft Logistics à plataforma de serviços digitais da Selia, a empresa atua na implementação, gestão, operacionalização e atendimento para toda a cadeia do e-commerce, do momento em que o consumidor busca pela marca em qualquer canal digital (site próprio ou marketplace), passando pela recepção dos produtos nos Centros de Distribuição, estratégias de marketing até a entrega dos produtos e pós-venda. Unindo tecnologia e capacidade operacional, de forma escalável, ela atende clientes da indústria ao varejo, de qualquer tamanho e modelo de negócio (B2C, B2B e D2C), com foco na melhor performance de vendas e um customer experience de qualidade. Mais informações podem ser acessadas em https://www.selia.com.br/. 

Brasil não avança na meta de universalização da educação infantil

Entre 2019 e 2022, o Brasil não avançou na meta de universalização da educação infantil. A frequência escolar das crianças com 4 e 5 anos de idade – início da obrigatoriedade da educação básica – recuou 1,2 ponto percentual no período, passando de 92,7% para 91,5%.

É o que aponta a Síntese de Indicadores Sociais 2023: uma análise das condições de vida da população brasileira, divulgada hoje (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O acesso à creche das crianças de 0 a 3 anos manteve-se estável, estatisticamente, de 2019 a 2022 (de 35,5% para 36%), interrompendo a expansão na cobertura de oferta de ensino, para essa faixa etária, verificada no período anterior a 2019.

“Esses resultados indicam que a pandemia do novo coronavírus causou um retrocesso na garantia de acesso à escola, que não havia sido revertido em 2022, mais de dois anos depois dos primeiros casos de covid-19 no Brasil”, diz IBGE.

Como consequência, o país não avançou no cumprimento da Meta 1 do Plano Nacional de Educação (PNE), no período de 2019 a 2022, que estabelece como objetivo, a ser alcançado até 2024, a universalização da educação infantil na pré-escola para as crianças de 4 a 5 anos de idade e o atendimento de, no mínimo, 50% das crianças de até 3 anos.

As regiões Norte e Nordeste concentraram as retrações na frequência escolar das crianças de 4 a 5 anos de idade, passando de 86,1% para 82,8% e de 95,6% para 93,6%, respectivamente, de 2019 a 2022. As demais grandes regiões não experimentam variação significativa em seus percentuais.

Os principais motivos apresentados para não frequentar instituição de ensino no grupo das crianças de 4 a 5 anos de idade mudaram de composição entre 2019 e 2022. Houve redução no percentual que não frequentava escola por opção dos pais ou responsáveis, motivo mais frequente, que passou a representar 39,8% dos casos, em 2022, comparado a 48,5%, em 2019.

Essa queda levou ao aumento percentual dos demais motivos, incluindo o índice daqueles que não frequentavam escola por falhas na oferta de educação básica obrigatória, tais como: falta de vagas; falta de escolas; distância excessiva ou insegurança da escola; e condições financeiras insuficientes dos pais ou responsáveis para manter a criança na escola, como falta de dinheiro para pagar mensalidade, transporte, material escolar etc. Somados, esses motivos passaram de 44,4% (19,5% por falta de vaga somado a 24,9% dos demais), em 2019, para 47,5% (20,8% por falta de vaga somado a 26,7% dos demais), em 2022.

O principal motivo, com maior aumento em sua proporção entre 2019 e 2022, foi a categoria outro motivo, que dobrou de 4,2% para 8,8%, em 2022, provavelmente fruto de razões relacionadas à pandemia de covid-19.

A frequência escolar na etapa adequada das crianças de 6 anos, que deveriam ter ingressado no ensino fundamental, caiu de 81,8% em 2019 para 69% em 2022.

O percentual de crianças consideradas alfabetizadas no 2º ano do ensino fundamental recuou dos 60,3% em 2019 para 43,6% em 2021.

A proporção de brasileiros com 25 a 64 anos de idade que não concluíram a educação básica obrigatória (41,5%), isto é, o ensino médio, é mais que o dobro da média de países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) de 20,1%.

Em 2022, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), a taxa de analfabetismo da população com 15 anos ou mais era de 5,6%, representando uma queda de 0,5 ponto percentual em relação ao dado verificado em 2019 (6,1%). Essa redução gradual é esperada, uma vez que os analfabetos se concentram nas faixas etárias mais velhas, e a taxa de analfabetismo entre os mais jovens (de 15 a 19 anos) já se encontrava abaixo de 1%, em 2016.

As reivindicações da Venezuela sobre o território da Guiana levantam preocupações sobre o conflito

5 de dezembro de 2023

 

A Venezuela voltou a insistir que tem a reivindicação legítima sobre Essequibo, uma região que abrange a maior parte do território da Guiana, seu vizinho a leste. No entanto, o governo do Presidente Nicolás Maduro tem pouco ou nenhum apoio dos seus vizinhos regionais ou organizações intergovernamentais.

A reivindicação venezuelana, reforçada por um referendo nacional a seu favor no domingo, suscitou críticas de governos da América do Sul e das Caraíbas, bem como um aviso do Tribunal Internacional de Justiça. Na sexta-feira, o tribunal decidiu que a Venezuela “deve abster-se de tomar qualquer ação que possa modificar” o atual controle do território pela Guiana.

Nos últimos meses, a Venezuela aumentou ainda mais as tensões ao enviar recursos militares para a sua fronteira com a Guiana e ao anunciar que tem planos para instalar uma pista de aterragem na área para fornecer apoio logístico ao desenvolvimento de Essequibo.