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Intenção de Consumo das Famílias avança 1,3% em maio

A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) avançou 1,3% em maio, descontados os efeitos sazonais. Esse é o segundo resultado positivo consecutivo do índice, apurado mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e divulgado nesta terça-feira (21).

O indicador apresentou alta em todos os componentes. No comparativo com maio de 2023, o aumento foi 6,4%. A ICF está em 102,9 pontos, na zona de satisfação (em que se encontra desde agosto do ano passado).

O índice que mede a satisfação dos consumidores em geral com o acesso ao crédito cresceu 2,2% no mês, impulsionado pelas quedas consecutivas da taxa Selic. Em maio, 31,4% dos entrevistados consideraram mais fácil o acesso ao crédito, o maior percentual desde abril de 2020.

A ICF aumentou em ambas as faixas de renda analisadas, com maior intensidade nas famílias com renda abaixo de dez salários mínimos (alta de 1,4%). Entre as famílias com renda acima de dez salários mínimos, o aumento foi 0,7%.

O mesmo movimento foi percebido no que diz respeito à satisfação com o acesso ao crédito, que aumentou de forma mais intensa (2,3% de alta) entre os consumidores com menores salários.

“A melhora do crédito é percebida por todos os consumidores, mas as famílias com renda menor estão conseguindo se beneficiar mais das melhores condições de pagamento”, afirmou o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros.

Segundo ele, como mostra a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), também apurada pela confederação, a inadimplência entre os mais pobres vem reduzindo, o que melhora a reputação dos consumidores perante as instituições financeiras e facilita a concessão de crédito.

Bens duráveis

O economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, explica que, com a taxa média de juros em queda desde outubro de 2023, os consumidores têm mais confiança para utilizar esse tipo de recurso em suas compras. Assim, o indicador que mede a avaliação do consumidor sobre como o momento se apresenta para a compra de bens duráveis foi o que mais subiu na variação anual: 18,1%.

No mês, no entanto, o aumento foi 0,9% – este foi o menor crescimento entre todos os componentes da ICF. “Por serem produtos de grande valor agregado, a venda deles é mais influenciada pela oscilação do mercado de crédito”, avaliou Tavares.

Mercado de trabalho

De acordo com o economista-chefe da CNC, o consumo vem sendo influenciado positivamente também pelo mercado de trabalho, que já avançou 1,6% no primeiro trimestre do ano, acima do crescimento de 1,2%, observado no emprego formal no mesmo período de 2023. Em função disso, o indicador que mede a satisfação com o emprego atual avançou pelo segundo mês seguido (alta de 1,2%), mesma tendência vista no indicador perspectiva profissional (crescimento de 1,1%).

Com o mercado de trabalho aquecido e acesso ao crédito mais fácil, as famílias avaliaram positivamente o nível de consumo atual, que foi o segundo indicador que mais subiu em maio (alta de 1,5%). Com o momento atual favorável, a perspectiva de consumo cresceu 1,1% no mês e 3,8% no ano, taxa melhor do que a apresentada em abril.

Copa do Brasil: Vasco e Fortaleza duelam por vaga nas oitavas

O estádio de São Januário abre as portas para o confronto entre Vasco da Gama e Fortaleza pela Copa do Brasil. O jogo é decisivo, pois apenas uma das duas equipes seguirá para as oitavas de final. A Rádio Nacional transmite a partida ao vivo a partir das 21h30 (horário de Brasília) desta terça-feira (21).

Como o jogo de ida, disputado na Arena Castelão, em Fortaleza, terminou com empate sem gols, ninguém tem qualquer vantagem em São Januário. Assim, em caso de nova igualdade, a vaga será decidida nas penalidades máximas.

O Vasco vive um momento de animação após a chegada de seu novo treinador, o português Álvaro Pacheco, que ainda não estreia mas que já ganhou um apelido da torcida cruzmaltina: Mister Boina. “Simpático e animado, que ele e os auxiliares possam levar o Vasco de volta ao passado de títulos”, afirmou a sapateira Maria José de Souza.

👊💢

📸: Leandro Amorim | #VascoDaGama pic.twitter.com/Qynsd3KgBR

— Vasco da Gama (@VascodaGama) May 17, 2024

Como Álvaro Pacheco e seus auxiliares desembarcaram no último domingo (20) no Rio de Janeiro e ainda precisam resolver questões burocráticas para trabalhar no Brasil, quem comanda o Vasco à beira do gramado é Rafael Paiva. O treinador interino não relacionou o volante Hugo Moura para o jogo e deve manter o zagueiro João Victor improvisado na lateral direita.

Já o Fortaleza do treinador argentino Pablo Vojvoda tem cinco desfalques certos: Renato Kayzer, que já defendeu o Criciúma na Copa do Brasil, além de Calebe, Lucas Sasha, Brítez e Pedro Rocha, atletas entregues ao departamento médico.

De volta aos trabalhos! 💪🦁

📸 Leonardo Moreira/FEC#FortalezaEC pic.twitter.com/9K7TcDZIZU

— Fortaleza Esporte Clube 🦁 (@FortalezaEC) May 18, 2024

O Leão do Pici vem de um empate heroico de 1 a 1 com o Boca Juniors (Argentina) em plena Bombonera pela Copa Sul-Americana.

Transmissão da Rádio Nacional

A Rádio Nacional transmite as emoções de Vasco e Fortaleza com a narração de André Marques, comentários de Rodrigo Campos, reportagens de Rodrigo Ricardo e plantão de Luiz Ferreira. Você acompanha o Show de Bola Nacional aqui:

Caixa paga Bolsa Família a beneficiários com NIS de final 3

A Caixa Econômica Federal paga nesta terça-feira (21) a parcela de maio do novo Bolsa Família aos beneficiários com Número de Inscrição Social (NIS) de final 3.

O valor mínimo corresponde a R$ 600, mas com o novo adicional o valor médio do benefício sobe para R$ 682,32. Segundo o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, neste mês o programa de transferência de renda do Governo Federal alcançará 20,81 milhões de famílias, com gasto de R$ 14,18 bilhões.

Além do benefício mínimo, há o pagamento de três adicionais. O Benefício Variável Familiar Nutriz paga seis parcelas de R$ 50 a mães de bebês de até seis meses de idade, para garantir a alimentação da criança. O Bolsa Família também paga um acréscimo de R$ 50 a famílias com gestantes e filhos de 7 a 18 anos e outro, de R$ 150, a famílias com crianças de até 6 anos.

No modelo tradicional do Bolsa Família, o pagamento ocorre nos últimos dez dias úteis de cada mês. O beneficiário poderá consultar informações sobre as datas de pagamento, o valor do benefício e a composição das parcelas no aplicativo Caixa Tem, usado para acompanhar as contas poupança digitais do banco.

A partir deste ano, os beneficiários do Bolsa Família não têm mais o desconto do Seguro Defeso. A mudança foi estabelecida pela Lei 14.601/2023, que resgatou o Programa Bolsa Família (PBF). O Seguro Defeso é pago a pessoas que sobrevivem exclusivamente da pesca artesanal e que não podem exercer a atividade durante o período da piracema (reprodução dos peixes).

Cadastro

Desde julho do ano passado, passa a valer a integração dos dados do Bolsa Família com o Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS). Com base no cruzamento de informações, cerca de 250 mil de famílias foram canceladas do programa neste mês por terem renda acima das regras estabelecidas pelo Bolsa Família. O CNIS conta com mais de 80 bilhões de registros administrativos referentes a renda, vínculos de emprego formal e benefícios previdenciários e assistenciais pagos pelo INSS.

Em compensação, outras 170 mil de famílias foram incluídas no programa neste mês. A inclusão foi possível por causa da política de busca ativa, baseada na reestruturação do Sistema Único de Assistência Social (Suas) e que se concentra nas pessoas mais vulneráveis que têm direito ao complemento de renda, mas não recebem o benefício.

Regra de proteção

Cerca de 2,59 milhões de famílias estão na regra de proteção em maio. Em vigor desde junho do ano passado, essa regra permite que famílias cujos membros consigam emprego e melhorem a renda recebam 50% do benefício a que teriam direito por até dois anos, desde que cada integrante receba o equivalente a até meio salário mínimo. Para essas famílias, o benefício médio ficou em R$ 370,87.

Calendário Bolsa Família Maio 2024 – Agência Brasil

Auxílio Gás

Neste mês não haverá o pagamento do Auxílio Gás, que beneficia famílias cadastradas no CadÚnico. Como o benefício só é pago a cada dois meses, o pagamento voltará em junho.

Só pode receber o Auxílio Gás quem está incluído no CadÚnico e tenha pelo menos um membro da família que receba o Benefício de Prestação Continuada (BPC). A lei que criou o programa definiu que a mulher responsável pela família terá preferência, assim como mulheres vítimas de violência doméstica.

Vigilância em morcegos da Mata Atlântica vai monitorar vírus que podem ameaçar saúde humana

21 de maio de 2024

 

Um novo grupo de pesquisa está sendo formado no Institut Pasteur de São Paulo (IPSP), com sede na Cidade Universitária, na capital paulista, para investigar os grupos virais presentes nos morcegos que habitam diferentes porções de Mata Atlântica no Estado, em ambientes urbanos e rurais. A ideia é fazer uma vigilância ativa nesses mamíferos voadores, para conhecer a diversidade dos vírus encontrados e a sua evolução, além de identificar e monitorar patógenos capazes de infectar humanos.

O projeto, com previsão para durar quatro anos, será realizado no âmbito da modalidade de auxílio à pesquisa a jovens pesquisadores da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), dentro de um acordo entre a agência paulista, a USP e duplo financiamento do Institut Pasteur de Paris. “É um estudo investigativo, de vigilância, que também possibilitará o maior entendimento da eco-epidemiologia de um determinado grupo viral, de como esse grupo viral evolui, qual a diversidade dele no bioma brasileiro e qual seria o potencial zoonótico e de emergência desse agente”, afirma o biólogo Luiz Gustavo Góes, coordenador do grupo no IPSP.

De acordo com o pesquisador, diversos estudos indicam que o Brasil está entre as regiões do globo com o maior potencial de surgimento de uma doença emergente. “Não apenas pela nossa densidade populacional, mas pela diversidade de animais e pelas pressões antropogênicas, como desmatamento e queimadas. Tudo isso tem influência no surgimento de doenças emergentes”, diz Góes. Considerada um dos pontos principais da biodiversidade brasileira, a Mata Atlântica abriga 117 espécies de morcegos – tidos como um importante reservatório de agentes possivelmente patogênicos – e tem os principais centros urbanos do país inseridos nela, como São Paulo e Rio de Janeiro. Além disso, há uma agricultura e uma pecuária intensiva nas proximidades.

O grupo planeja coletar morcegos em diferentes áreas florestais do município de São Paulo, além de áreas mais afastadas das cidades, próximas a fazendas e áreas de cultivo de cana-de-açúcar. Também contará com colaborações dos centros de controle de zoonoses da cidade de São Paulo, que recebe morcegos de diferentes municípios para o diagnóstico da raiva. “Uma vez que, para realizar o diagnóstico de raiva, é preciso matar o animal a fim de extrair o conteúdo do cérebro dele e em geral a carcaça inteira que sobra é descartada, pensamos em fazer colaborações com esses centros para obter os outros órgãos, como intestino, pulmão, rins, baço, fígado”, explica Góes.

“Cada grupo viral tem tropismo, ou seja, propensão de infecção em um determinado tipo de célula ou tecido, em um órgão diferente; nem sempre se conhece qual é o órgão. Como estamos procurando vírus novos, eles podem ter um tropismo diferente”, acrescenta. Os coronavírus, por exemplo, têm um tropismo entérico e são transmitidos pelas fezes. Então o melhor tecido para investigar coronavírus é o do intestino do morcego. Já os hantavírus têm um histórico de infectar pulmão e rim dos animais.

Coleta
“A ideia é não apenas identificar agentes novos, mas também entender como é a biologia desses agentes: qual o tecido em que estão mais concentrados, onde se replicam e como evoluem”, diz o pesquisador. Os morcegos capturados pelo grupo em áreas florestais conservadas ou em áreas urbanas não serão sacrificados. Serão realizadas coletas orais e retais. Já a carcaça proveniente de mamíferos mortos será dissecada para a análise dos diferentes tipos de tecidos.

Após isolar o DNA e o RNA do material, o grupo fará buscas específicas de vírus por técnicas de biologia molecular usando testes de PCR, por exemplo. Uma vez feito o sequenciamento genético do fragmento, serão realizadas análises filogenéticas preliminares, a fim de ver se a sequência viral se parece com algo já descrito na literatura. Com isso, os pesquisadores têm ideia se o material possui sequencias virais, qual o grupo e, mais especificamente, se os vírus encontrados têm alguma relação genética com vírus emergentes já reconhecidos.

Quando os cientistas considerarem a pré-análise relevante, eles farão o sequenciamento completo do genoma viral da amostra por meio da técnica de Next Generation Sequencing (NGS). “Assim, conseguiremos fazer uma análise evolutiva, considerando os diferentes genes e os dados já disponíveis no banco mundial de dados genéticos. É um vírus novo ou não é? E, posteriormente a isso, tentaremos isolar o vírus usando diferentes linhagens celulares convencionais”, detalha Góes. Caso as linhagens celulares já conhecidas não forem suficientes para o isolamento em laboratório, o grupo pretende criar linhagens celulares específicas para isso. “Com o vírus isolado, podemos trabalhar para identificar o receptor celular usado por ele e traçar uma primeira análise para ver se tem potencial de infectar outras espécies de animais, incluindo o homem, avaliando assim seu potencial zoonótico”.

Com o foco em epidemiologia viral e evolução de vírus emergentes, não é a primeira vez que Góes investigará os morcegos brasileiros. Ele conduziu e participou de diferentes estudos relacionados com a identificação de diversos vírus com potencial de infectar humanos, como coronavírus e influenza. Mais recentemente teve um artigo publicado em dezembro de 2022 na revista científica Emerging Infectious Diseases, durante a realização de um pós-doutorado no Instituto de Virologia na Charité-Universitätsmedizin, em Berlim, na Alemanha. Nessa instituição, Góes e colegas detectaram RNA de arenavírus em 1,6% de 1.047 morcegos investigados no Sudeste do Brasil entre 2007 e 2011. Os resultados dos estudos sugeriam que esses animais são um reservatório subestimado de arenavírus, que podem causar uma grave síndrome febril hemorrágica em humanos. O artigo Highly Diverse Arenaviruses in Neotropical Bats, Brazil pode ser lido neste link.

O Institut Pasteur de São Paulo (IPSP) é uma associação privada, sem fins lucrativos, fundada em 31 de março de 2023 pelo Institut Pasteur, fundação francesa de direito privado, e pela USP. Sediado na Cidade Universitária, em São Paulo, o IPSP desenvolve pesquisas de classe internacional em Ciências Biológicas sobre doenças transmissíveis, não transmissíveis, emergentes, reemergentes, negligenciadas ou progressivas, incluindo as que levam ao comprometimento do desenvolvimento ou degeneração do sistema neurológico. Seu objetivo é desenvolver métodos preventivos, de diagnóstico/prognóstico e terapêuticos em relação às doenças estudadas, promovendo a inovação, a transferência e a difusão do conhecimento em prol da saúde pública. O IPSP integra a Rede Pasteur, composta por 33 institutos de pesquisa presentes em 25 países.

Fonte
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Esta notícia é uma transcrição parcial ou total do Jornal da Universidade de São Paulo. Este texto pode ser utilizado desde que seja atribuído corretamente aos autores e ao sítio oficial.
Veja os termos de uso (copyright) na página do Jornal da USP

Os subsídios ao parto podem resolver a baixa taxa de natalidade da Coreia do Sul?

Mapa da taxa de natalidade por país

21 de maio de 2024

 

A taxa de fertilidade da Coreia caiu para 0,72 filhos por mulher durante a vida em 2023, marcando um mínimo histórico tanto para o país como para o mundo.

A queda de seis filhos por mulher em 1960 para o estado actual é considerada o declínio mais rápido da fertilidade na história da humanidade. Se o declínio continuar, a população da Coreia do Sul será reduzida para metade, para 26,8 milhões, até 2100, o que poderá resultar num declínio irreversível da produtividade e do crescimento económico.

Durante cerca de duas décadas, o governo sul-coreano tentou estimular a natalidade através de incentivos e subsídios. Em 2024, o governo aumentou o montante dos subsídios de nascimento para 2 milhões de KRW (1.500 USD) para o primogénito e 3 milhões de KRW (2.250 USD) para cada nascimento adicional. Durante os primeiros dois anos de vida de um bebé, os pais receberão 18 milhões de won (13.000 dólares) em subsídios e um subsídio mensal de 100.000 KRW (75 dólares) até a criança atingir os sete anos de idade.

Apesar da intervenção política, a tendência não foi alterada e os conservadores do país começaram a culpar o feminismo pela baixa taxa de fertilidade nos últimos anos.

O atual presidente, Yoon Suk-yeol, do conservador Partido do Poder Popular, enquadrou-se como um antifeminista durante sua campanha de 2021. Afirmou que o feminismo impedia relações saudáveis ​​entre homens e mulheres e que criava um ambiente “inadequado para ter e criar filhos” e prometeu abolir o Ministério da Igualdade de Género e da Família.

Eventualmente, Yoon ganhou a presidência com 59 por cento dos votos de homens com idades entre 18 e 29 anos, enquanto apenas 34 por cento das mulheres da mesma faixa etária endossaram o político antifeminista. No entanto, Yoon não conseguiu reverter a tendência de declínio populacional. A taxa de fertilidade da Coreia do Sul caiu ainda mais, de 0,81 em 2021 e 0,78 em 2022 para um mínimo histórico de 0,72 em 2023.

O custo social da educação dos filhos

Se o governo quiser alterar a taxa de natalidade em declínio, poderá ter de aumentar o subsídio para 100 milhões de KRW (aproximadamente 74 000 dólares americanos) por parto. Conforme mostrado numa sondagem recente realizada pela Comissão Anticorrupção e Direitos Civis, 62,58 por cento dos entrevistados disseram que estariam motivados a ter filhos activamente se o governo distribuísse 100 milhões de won para subsídio por parto.

Atualmente, o custo social da criação dos filhos na Coreia do Sul é maioritariamente suportado pelas mulheres. De acordo com o Relatório Mundial sobre Desigualdades de Género de 2022 do Fórum Económico Mundial, os pais coreanos (com filhos com idade igual ou inferior a seis anos) assumem cerca de 18 por cento das responsabilidades domésticas, enquanto as mães assumem mais de 67 por cento. A disparidade de género no trabalho de prestação de cuidados não remunerado é a maior entre os países desenvolvidos.

Aumento do feminismo e do sexismo

Ao mesmo tempo, as mulheres coreanas tornaram-se cada vez mais independentes. A diminuição das taxas de natalidade durante as décadas de 1980 e 1990 coincidiu com um aumento nas taxas de matrícula universitária das mulheres, que ultrapassaram as dos homens desde 2008. Embora as mulheres estejam a tornar-se mais competitivas no mercado de trabalho, não podem desfrutar de oportunidades iguais devido à presunção de o seu papel de género: as mulheres sul-coreanas ainda ganhavam 31 por cento menos do que os homens em 2022, e a sua taxa de emprego também era 18,8 por cento inferior à dos homens.

Pior ainda, as mulheres casadas na Coreia têm de suportar o fardo duplo do seu trabalho diário e do trabalho doméstico, e muitas são forçadas a abandonar o seu trabalho devido ao parto e à presunção da responsabilidade das mulheres no cuidado dos filhos. Além disso, as mulheres são mais propensas a sacrificar-se pela família devido à disparidade de rendimentos entre homens e mulheres.

De facto, em 2022, apenas 28 por cento das mulheres tinham uma percepção positiva em relação ao casamento, em comparação com 43,8 por cento dos seus homólogos masculinos. Além disso, 65 por cento das mulheres não querem ter filhos depois do casamento, enquanto apenas 43,3 por cento dos homens não querem.

Em vez de abordar o problema da desigualdade de género, os decisores políticos, especialmente os políticos de direita, reforçaram o papel das mulheres na criação dos filhos. Um exemplo muito controverso é o lançamento de um novo programa governamental, “Mapeando os nascimentos na Coreia (대한민국 출산지도)”, que provocou indignação por parte das mulheres que sentiram que as estatísticas destacadas pelo mapa, incluindo o número de mulheres férteis por região, representavam mulheres como máquinas de procriar ou úteros ambulantes que foram os únicos responsáveis ​​pela resolução da crise demográfica.

A professora de direito de género Yang Hyunah apelou à reforma do direito da família e à introdução de uma lei que abra espaço para a existência de famílias diversas:

‘‘Atualmente, as famílias coreanas tornaram-se extremamente pequenas e as tendências de baixas taxas de natalidade e envelhecimento rápido estão a acelerar. A geração mais jovem está a evitar casamentos legais e o estigma social em torno do divórcio e do novo casamento diminuiu significativamente. No contexto destas mudanças na família e na sociedade, é necessário examinar se o direito da família coreano, que trata apenas de “famílias normais” e insiste no casamento legal, está demasiado desactualizado.’’

‘‘A futura política familiar dependerá da nossa capacidade de legislar rapidamente uma lei alternativa de união estável que permita ao Estado reconhecer “famílias diversas”. Podemos promover o desenvolvimento a longo prazo do país utilizando activamente a força de trabalho feminina altamente qualificada da Coreia e, ao mesmo tempo, fornecer apoio aos trabalhadores do sexo masculino, sobrecarregados pelas exigências do mercado de trabalho frio, com a oportunidade de partilhar as recompensas da prestação de cuidados trabalho.’’

A definição de “família” no atual direito civil coreano restringe os membros da família às relações por nascimento (relações consanguíneas) e por casamento (cônjuges). Yong Hye-in, do Partido do Rendimento Básico, propôs pela primeira vez a lei alternativa do parceiro de vida (‘생활동반자법’) na assembleia nacional em Abril de 2023, para introduzir uma nova categoria de relações familiares baseadas na virtude da coabitação e da ajuda mútua. Semelhante às parcerias civis em todo o mundo, permitiria que dois indivíduos adultos de nacionalidade coreana formassem uma relação de parceria, dando-lhes direitos comparáveis ​​aos dos casais casados, tais como o direito de adoptar e benefícios fiscais.

Embora esta proposta de lei alternativa apresente uma solução promissora para alargar o apoio governamental ao nascimento, à adopção e ao cuidado dos filhos às famílias fora dos casamentos legais tradicionais, permanecem dúvidas sobre se o actual governo irá considerar uma abordagem tão não tradicional. Isto é especialmente verdadeiro tendo em conta o recente declínio nas discussões sobre a igualdade de género na política dominante e o crescente sentimento antifeminista entre os homens jovens, que se tornou uma força política significativa por si só.

Atualmente, o 4º Plano Diretor para Política Populacional e Envelhecimento da Sociedade (2021–2025), publicado pelo Comitê Presidencial sobre Envelhecimento, Sociedade e Política Populacional, não inclui quaisquer medidas significativas em torno da imigração ou apoio ao reconhecimento de famílias alternativas.

Fonte
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Esta notícia é uma transcrição parcial ou total do Global Voices. Este texto pode ser utilizado desde que seja atribuído corretamente aos autores e ao sítio oficial.
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Erva-mate: o chá indígena da América do Sul, do Paraguai à Síria

Chá mate

21 de maio de 2024

 

Onde quer que você vá na Argentina ou no Uruguai, você verá pessoas envolvidas em um ritual antigo e muito querido: beber uma infusão quente e levemente amarga de folhas cafeinadas de uma cabaça seca através de um canudo de metal filtrado, antes de passar a cabaça para seus amigos. compartilhar. É a erva-mate, o chá indígena da América do Sul com uma longa e célebre história.

“Yerba mate” é o nome comum de Ilex paraguariensis, um arbusto nativo da América do Sul cujas folhas secas e curadas são fermentadas em água quente para produzir uma bebida popular com cafeína chamada mate. Há muito consumido pelos povos indígenas Guarani e Tupi do que hoje é o Paraguai, o mate se espalhou rapidamente pela América do Sul durante o Império Espanhol. Hoje, o mate é a bebida preferida do Paraguai, Argentina e Uruguai, além de partes do Chile, Brasil, Bolívia e até do Oriente Médio. Mas de onde se originou esta infusão sul-americana e como ela cativou tantos milhões de consumidores diários em todo o mundo?

Os primeiros povos conhecidos a cultivar e beber mate foram os povos guaranis do Paraguai pré-colombiano. Embora seu consumo fosse limitado a algumas regiões do Paraguai, o mate era pelo menos conhecido por outras comunidades indígenas da América do Sul. Embora o termo “erva” venha do espanhol, que significa “erva”, o termo “mate” deriva da palavra quíchua “mati”, referindo-se às cabaças de cabaça secas nas quais o mate é tradicionalmente servido. Vestígios de erva-mate encontrados em uma tumba quíchua perto de Lima sugerem que o mate pode ter tido prestígio longe de seu coração paraguaio, talvez devido às suas conotações medicinais e aplicações rituais. A etimologia quíchua também explica por que até hoje tanto a bebida quanto o recipiente em que é servida são conhecidos como “mate”.

Quando os colonizadores espanhóis chegaram ao Cone Sul – atuais Paraguai, Uruguai, Argentina e Chile – em meados do século XVI, logo encontraram as folhas cafeinadas sendo consumidas em grandes quantidades por diversas populações indígenas. No final do século XVI, o mate já era popular entre os espanhóis na região de Assunção, a eventual capital do Paraguai. O mate era tão popular em 1596 que um oficial espanhol em Assunção alegou que os espanhóis viciados em mate vendiam seus bens ou se endividavam para obter a preciosa erva. O governo colonial tentou brevemente controlar o comércio de mate na crença de que beber mate era um hábito perigoso – uma crença tingida de racismo com base nas suas origens indígenas. Mesmo assim, no início do século XVII a sua popularidade era tal que começou a espalhar-se por outros cantos do Império Espanhol. Durante algum tempo, a erva-mate foi uma mercadoria importante em cidades coloniais distantes de onde é comumente consumida hoje, como no Peru e no Equador.

Um dos capítulos mais importantes da história do mate ocorreu com a chegada da Ordem dos Jesuítas ao Paraguai no início do século XVII. Os Jesuítas, uma ordem sacerdotal católica, atuaram como uma força de vanguarda do colonialismo nas periferias do Império Espanhol. No Paraguai, estabeleceram uma série de assentamentos missionários, ou “reduções”, caracterizados pela autonomia política e económica da coroa espanhola. Como as reduções jesuítas precisavam estabelecer uma base econômica independente e a erva-mate era o produto mais valioso do Paraguai, muitos assentamentos se voltaram para o cultivo da erva-mate. Inicialmente, eles seguiram o método tradicional de envio de colheitadeiras indígenas por longas distâncias para colher folhas em povoamentos silvestres. No entanto, isto era dispendioso, demorado e perigoso, pelo que os jesuítas encontraram outra forma, tornando-se os primeiros a domesticar a planta – um feito que não se repetiu até ao século XIX, quando os jesuítas mantiveram os seus métodos em segredo. Em pouco tempo, os jesuítas detinham quase o monopólio da indústria colonial da erva-mate. O mate jesuíta acabou sendo tão barato e abundante que, na ausência de moedas de ouro, foi usado como moeda nas reduções.

Em 1767, a Ordem dos Jesuítas foi suprimida no Império Espanhol e as reduções paraguaias, juntamente com o seu monopólio de mate, entraram em declínio. Mesmo assim, o Paraguai continuou a ser o centro da indústria do mate e o consumo da bebida continuou a expandir-se por toda a América do Sul colonial, chegando mesmo ao sul da Europa no final do século XVIII – embora nunca tenha rivalizado com a popularidade de outras culturas comerciais coloniais como o cacau, o chá, e café, as três bebidas com cafeína mais importantes da Europa moderna. O Paraguai só perdeu sua posição de destaque como maior produtor de erva-mate após a independência, quando Argentina e Brasil começaram a disputar o controle do mercado de erva-mate. Naquela época, a Argentina também tinha a maior população consumidora, fato inalterado até hoje, onde o mate é celebrado como a bebida nacional. A ruinosa Guerra do Paraguai de 1864-1870, que devastou demográfica e economicamente o Paraguai em sua luta contra as forças combinadas da Argentina, do Brasil e do Uruguai, diminuiu ainda mais a indústria da erva-mate paraguaia durante décadas.

No final do século XIX e início do século XX, o mate competia com outras bebidas como o café e o chá. No Chile, por exemplo, o consumo de mate acabou por dar lugar a estas últimas bebidas na maioria das regiões, deixando o Paraguai, a Argentina e o Uruguai como o centro do consumo de mate.

Contudo, numa interessante reviravolta do destino, o mercado do mate estava destinado à expansão para uma região inesperada: a região do Levante no Médio Oriente, nomeadamente o Líbano e a Síria. O mate foi introduzido lá por imigrantes sírios na Argentina, que o trouxeram consigo quando retornaram. Até hoje, continua a ser uma tradição local popular, especialmente entre os drusos, uma comunidade etnorreligiosa secreta que habita principalmente a Síria e o Líbano. A popularidade do mate entre os drusos fez do Levante a região com maior consumo de mate fora da América do Sul. Nos últimos anos, o mate também ganhou popularidade na América do Norte e na Europa na forma de extratos de mate com cafeína em bebidas energéticas e elixires de saúde, embora a sua preparação tradicional ainda seja desconhecida pelos consumidores.

Ao celebrarmos o Dia Internacional do Chá, reconhecendo o significado histórico, cultural e económico do chá em todo o mundo, lembremo-nos também da importância da infusão indígena da América do Sul para milhões de pessoas na região e fora dela. Desde suas origens guaranis até sua popularidade contemporânea em lugares tão distantes quanto o Levante e a América do Norte, o mate conquistou seu lugar como uma das grandes tradições de chá do mundo.

Fonte
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Voos comerciais são liberados a partir de quarta na Base de Canoas

A Base Aérea de Canoas, administrada pela Força Aérea Brasileira (FAB), funcionará como aeroporto e receberá 35 voos semanais, a partir desta quarta-feira (22). A medida emergencial servirá como alternativa ao Aeroporto Internacional Salgado Filho em Porto Alegre (RS), que está fechado por tempo indeterminado desde 6 de maio, após ter as instalações térreas e a pista de pouso e decolagem alagadas com a cheia do Guaíba.

De acordo com o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, e o ministro da Secretaria Extraordinária da Presidência da República para Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta, as companhias aéreas podem iniciar a venda de bilhetes a partir desta terça-feira (21).

“Na quarta-feira, a Base Aérea de Canoas está disponível para receber voos comerciais. Amanhã, as companhias aéreas vão iniciar as vendas de bilhetes para, a partir daí, começar os voos que, naturalmente, dependem da demanda que as [companhias] aéreas vão começar a receber.”

Com este anúncio, a malha emergencial terá 134 voos para o acesso ao Rio Grande do Sul por semana, A primeira fase do plano de aviação foi anunciada com 116 voos comerciais semanais

“Com mais 6 mil [passageiros] que nós teremos em Canoas, vamos ter condições de atender, no primeiro momento, a 30 mil passageiros por semana”, estima o ministro da Secretaria Extraordinária, Paulo Pimenta.

Voos

Os aviões decolarão e pousarão em sete aeroportos de pequeno e médio porte no Rio Grande do Sul e mais dois em Santa Catarina.

Veja a malha aérea emergencial:

Rio Grande do Sul

 Aeroporto de Caxias do Sul: 39 voos semanais;

 Aeroporto de Santo Ângelo: 6 voos semanais;

 Aeroporto de Passo Fundo: 21 voos semanais;

Aeroporto de Pelotas: 6 voos semanais;

Aeroporto de Santa Maria: 3 voos semanais;

Aeroporto de Uruguaiana: 3 voos semanais;

 Base Aérea de Canoas: 35 voos semanais.

Santa Catarina

Aeroporto de Florianópolis: 14 voos semanais;

 Aeroporto de Jaguaruna: 7 voos semanais.

Theatro Municipal do Rio terá mais de 70 apresentações em 2 temporadas

Com investimento de R$ 20 milhões da Petrobras, o Theatro Municipal do Rio de Janeiro vai incrementar a programação para as temporadas de 2024 e 2025, com mais de 70 apresentações, incluindo balés, óperas, concertos sinfônicos e artistas convidados. O patrocínio também possibilitará 178 ações educativas, como visitas guiadas, oficinas e ações para formação de plateias voltadas para o público infantil e para alunos de escolas públicas de ensino.

A temporada atual e o primeiro semestre de 2025 ganharão reforço com a aquisição de direitos autorais, montagem, figurino, cenário, produção e compra de peças artísticas de maior relevância cultural. A finalidade é enriquecer o repertório disponível dos espetáculos para os espectadores e aprimorar a qualidade e a diversidade da experiência cultural oferecida ao público. Para este ano, já estão garantidos, além do Lago dos Cisnes, a ópera Rusalka, os balés La Fille Mal Gardée e O Quebra Nozes.

Essa parceria entre a Petrobras e o Theatro Municipal, iniciada em 2008, contribui para a produção de espetáculos, realização de ações educativas e manutenção do patrimônio arquitetônico e artístico representado pelo prédio inaugurado em 1909. “Esse investimento é uma oportunidade de democratização do acesso à cultura, formação de novas plateias e oferta de espetáculos de excelência, além de revitalizar o importante equipamento cultural que conta com um Corpo Artístico de capacidade única”, afirma a gerente de Patrocínios Culturais da Petrobras, Alessandra Teixeira.

O contrato prevê também a manutenção de estofamento, tapeçaria, cortina de palco, mobiliário, iluminação, portas e climatização, entre outros. Esses cuidados garantem a qualidade das produções, como o conforto e a segurança dos artistas e espectadores.

Petrobras leva ao Cade proposta para abandonar venda de refinarias

A Petrobras formalizou junto ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) uma proposta para manter o controle de cinco refinarias. Se aprovada, deverá ser assinado um aditivo revendo acordo firmado em 2019 que estabelecia o compromisso e as regras para a venda desses ativos. Um parecer favorável já foi emitido pela Superintendência-Geral do Cade.

A venda de refinarias foi um dos pilares da política de desinvestimento adotada pela Petrobras durante o governo Jair Bolsonaro. Na época, também foram negociadas subsidiárias como a TAG, a BR Distribuidora e a Gaspetro, além de diversos campos de petróleo.

O processo de negociação dos ativos do parque de refino chamou atenção do Cade, autarquia federal vinculada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública que atua na prevenção e na repressão de infrações contra a ordem econômica e a livre concorrência. Um inquérito chegou a ser aberto, e a Petrobras concordou em assinar um termo de compromisso de cessão (TCC), que fixou medidas para incentivar a entrada de novos agentes econômicos no mercado e fomentar a competitividade.

Dessa forma, além de estabelecer um cronograma e uma série de premissas, o acordo previu que um mesmo grupo econômico não poderia adquirir ativos considerados potencialmente concorrentes. Na prática, a Refinaria Landulpho Alves (RLAM) e Refinaria Abreu e Lima (RNEST) não poderiam ter o mesmo comprador. Isso também deveria valer para a Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar) e a Refinaria Alberto Pasqualini (Refap) e também para a Refinaria Gabriel Passos (Regap) e a Refinaria Landulpho Alves (RLAM).

A Petrobras chegou a concluir as alienações da RLAM, da Reman e da Unidade de Industrialização de Xisto (SIX). De outro lado, não foram finalizadas as negociações da RNEST, da Repar, da Regap, da Refap e da Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste (Lubnor). Se o aditivo proposto pela Petrobras for aprovado, o compromisso para venda desses cinco ativos deixará de existir.

O desejo de renegociar os termos pactuados com o Cade já havia sido anunciado em novembro do ano passado. A proposta do aditivo foi apresentada na última sexta-feira (17) e anunciada nesta segunda-feira (20) por meio de um comunicado ao mercado.

Na fundamentação do aditivo, a Petrobras sustentou que os cronogramas foram impactados pela pandemia de covid-19 e também que houve baixo interesse. Aponta ainda que houve dificuldades para encontrar potenciais compradores que atendessem aos critérios estabelecidos no TCC. Por fim, a estatal acrescenta que chegaram propostas com valores que não atenderam aos patamares mínimos da avaliação econômico-financeira realizada internamente.

De acordo com a Petrobras, não há indícios de que as alienações resultaram em ganhos competitivos, pois não houve redução de preços praticados ao consumidor final pelas refinarias vendidas. Além disso, a estatal sustentou que essas negociações afetam a execução da política energética nacional e são um obstáculo aos projetos do país para a transição energética. O documento cita os aportes previstos para readequar o parque de refino às demandas de produção de biocombustíveis, intensificadas pelo Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC).

Para estimular a competitividade, a Petrobras de dispõe a assumir dois compromissos nos aditivos propostos. O primeiro envolve a divulgação de diretrizes comerciais para entregas de petróleo por via marítima não discriminatórias e em observância ao direito concorrencial. O segundo se relaciona com a oferta de contratos frame, por meio dos quais qualquer refinaria independente poderia contar com uma dinâmica negocial diferenciada.

Gás Natural

No comunicado ao mercado, a Petrobras menciona ainda a apresentação de uma outra proposta ao Cade que visa à manutenção do seu controle social de 51% da subsidiária Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil S.A. (TBG). Também em 2019, a estatal havia assinado um outro TCC se comprometendo a vender ativos ligado ao mercado de gás natural. Foram negociadas, por exemplo, suas participações na TAG e na Gaspetro.

No entanto, segundo a Petrobras, houve apenas uma oferta vinculante para a compra da TBG, apresentada pela EIG Global Energy, que não evoluiu para um acordo devido aos valores envolvidos. Segundo a estatal, não houve nenhuma proposta que se adequasse ao patamar mínimo da avaliação do ativo.

No documento em que pede a revisão do TCC, a Petrobras alega que seu novo planejamento estratégico leva em conta um aumento da participação do gás natural na matriz energética do país, como uma fonte de energia mais limpa e menos poluente que os demais combustíveis fósseis. Dessa forma, a TBG é considerada importante para a descarbonização de suas operações. Além disso, a estatal aponta que a subsidiária lhe rende dividendos de forma consistente e robusta, com baixíssima alavancagem financeira e baixo risco associado. A Petrobras afirma ainda que a TBG possui independência e negocia de forma transparente e isonômica com diversos carregadores independentes.

De acordo com o comunicado ao mercado, os dois aditivos permitirão readequar as obrigações originais fixadas pelos TCCs, considerando a nova realidade do mercado e do ambiente regulatório. “As propostas apresentadas pela Petrobras são fruto de amplo debate técnico entre as áreas técnicas da Petrobras e do Cade e estão alinhadas às melhores práticas antitruste”, registra o texto. Os novos aditivos ainda deverão ser analisados e aprovados pelo Conselho de Administração da Petrobras e pelo Tribunal do Cade.

RS: Anac autoriza voos comerciais em base aérea de Canoas

A base aérea de Canoas, localizada na região metropolitana de Porto Alegre, vai passar a receber voos comerciais. A autorização foi dada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e espera apenas publicação no Diário Oficial da União para valer.

A informação foi confirmada pela Fraport Brasil, empresa que administra o Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre. A companhia diz que recebeu autorização para operar cinco voos diários com chegada e saída de Canoas e que está trabalhando para viabilizar as operações no local, no transporte tanto de passageiros quanto de cargas.

O uso da base aérea, a princípio, é temporário e deve durar até a regularização do aeroporto de Porto Alegre e o fim do estado de calamidade pública no Rio Grande do Sul.

Suspensão de voos

O Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, está fechado por tempo indeterminado, com todas as operações suspensas, desde o início do mês. A medida foi tomada para garantir a segurança de funcionários e passageiros diante do estado de calamidade provocado pelas chuvas fortes que atingiram o Rio Grande do Sul. As instalações do aeroporto e a pista de pouso foram inundadas.

Foi criada uma malha aérea emergencial no interior, para atender a população que precisa acessar as cidades gaúchas ou sair do estado. Foram retomados voos regionais com destino a Santa Maria, Uruguaiana, Caxias do Sul, Passo Fundo e Santo Ângelo.

Também foi criada na semana passada uma rota de ônibus para ligar o aeroporto de Florianópolis até Porto Alegre. O consórcio que opera o aeroporto da capital catarinense começou a operar uma malha emergencial com seis viagens diárias, sendo três saídas de cada cidade.