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Moradores e turistas dão Nota 10 para turismo no Rio de Janeiro

Pesquisa inédita feita com inteligência artificial pela Riotur, EmbraturLab e Smart Tour, avaliou o Rio de Janeiro como destino “Nota 10” por moradores e turistas. Com mais de 2 mil respostas coletadas de forma voluntária, a partir do acesso à plataforma via QR CODE, a mostra foi feita por meio do Sistema Especialista Turístico (SET) da Smart Tour, abrangendo o período compreendido entre o Réveillon e o carnaval.

A análise do perfil revela que 64,27% dos entrevistados são moradores locais, seguindo-se 28.85% visitantes de outras regiões do Brasil e 6.88% são turistas internacionais, com a maior parte da faixa etária (68%) compreendida entre 18 e 49 anos de idade.

Pela origem, os visitantes são oriundos de São Paulo (26.45%), Minas Gerais (11.96%), outros estados como Rio de Janeiro (22.64%) e Bahia (5.62%), enquanto o turismo internacional é liderado de forma significativa por visitantes do Chile, Argentina e Estados Unidos. O meio de transporte preferido para vir ao Rio é, por ordem, avião (46,18%), ônibus (31,54%), carro (17,07%) e navio (5,2%).

Em termos de visitas ao Rio, 46.87% retornaram à cidade pelo menos três vezes; 36.44% vinham pela primeira vez e 16.69% efetuavam a segunda visita. Grande parte dos turistas permanecia no Rio de Janeiro por um período curto de um a cinco dias (49,42%).

Preferências

Por tipos de visitantes, 30,82% eram casais; 25,8%, famílias com crianças; 12,4% vinham sozinhos; 14,74% eram famílias sem criança; e 4,07% vinham com amigos. A acomodação preferida por 38.37% era hotel; 22,24%, casa de amigos ou família; e 18.17%, plataforma de hospedagem Airbnb. A visita era motivada pela busca de sol, praia e descanso para 38,94% dos visitantes; 20,9% eram atraídos pelas festas de réveillon ou carnaval; e 19,8% pelas atividades culturais.

As preferências eram 23,26% por praias; 16.3%, natureza e paisagem; 13.25%, atrações turísticas.

Os locais mais visitados foram, por ordem, Pão de Açúcar, Cristo Redentor, praias e museus. Um total de 49.81% indicaria o Rio como destino turístico, dando nota máxima 10, e 17,29% reforçavam a percepção positiva dando nota 8.

O presidente da Riotur, Ronnie Costa, avaliou que o resultado da pesquisa foi extremamente satisfatório. “Além de reafirmar as potencialidades turísticas do Rio, o relatório nos possibilita a identificação de fluxo turístico, perfil e principais demandas. São informações fundamentais para o aprimoramento dos serviços públicos e privados, para a identificação de tendências e elaboração de mecanismos que possibilitem aos turistas um melhor acolhimento e novas experiências”.

Costa destacou que embora o Rio de Janeiro ganhe nota máxima entre os turistas, análises detalhadas da sondagem abrem espaço para melhorias que consolidarão a posição da cidade como um destino turístico de excelência.

Percepções

A CEO (diretora executiva) da Smart Tour Brasil, Jucelha Carvalho, explicou à Agência Brasil que essa não foi uma pesquisa convencional, mas uma sondagem efetuada através de um sistema de inteligência artificial (IA) que analisou os dados, trouxe sugestões e identificou problemas e melhorias para os gestores de turismo em níveis municipal e federal. “Identificou pontos fortes e várias ações para serem feitas no Rio de Janeiro. Não foi uma simples pesquisa de perfil. Ela foi bem mais complexa que isso”.

A coleta de dados começou no dia 26 de dezembro e incluiu também o público do carnaval. O Sistema Especialista Turístico (SET), ferramenta de inteligência artificial de ponta utilizado na pesquisa, foi vencedor do Prêmio Nacional de Turismo de 2023 na categoria de gestão de dados e inteligência em turismo. O foco dele é voltado para gerenciamento de destinos turísticos. “E a gente quis testar ele dentro de um período de eventos grande e em uma coleta de dados, para ver como ele se comportaria”. O SET trouxe insights (percepções) para três segmentos envolvidos: gestor público municipal (Riotur); gestor federal (Embratur), que promove o Brasil fora do país; e o Grupo Ita (setor privado). “A gente trouxe um olhar sobre essas informações para três públicos específicos”.

Os dados abrangeram não só turistas, mas moradores da cidade do Rio de Janeiro. Jucelha relatou que surpreendeu ver o quão querido o Rio de Janeiro é para todo mundo. “Mesmo havendo considerações sobre segurança, mobilidade, e vários outros pontos, isso não influenciou as pessoas a deixarem de ir para o Rio de Janeiro, quisessem voltar ou indicassem o Rio de Janeiro para amigos e familiares. Foi uma coisa muito interessante”.

Auxílio

O sistema pega todas as informações, analisa sob uma vasta gama de dados e diz o que a gestão pode fazer para resolver os problemas que são identificados, além de potencializar as melhorias já existentes. “Isso é bem positivo, porque auxilia a gestão a entender esses números de forma mais rápida. Não são números ao vento, mas são números com ações específicas para que se possa resolver o que foi identificado como melhoria ou otimizar processos que já estão funcionando e que podem ficar melhor ainda. Além de fornecer uma inteligência de mercado bem importante, principalmente para as empresas do setor privado, para elas saberem onde devem focar suas ações”.

A diretora executiva da Smart Tour indicou que as análises detalhadas agem como uma bússola para o aprimoramento de serviços, infraestruturas e experiências turísticas, direcionando o desenvolvimento de políticas que não só enriquecem a proposta turística do Rio, mas também asseguram sua sustentabilidade e atratividade no longo prazo. “Isso permite reagir prontamente às tendências emergentes, adaptar serviços e experiências para melhor atender às expectativas dos visitantes e, em última análise, promover o Rio de Janeiro como um destino turístico globalmente reconhecido”.

Ela acredita que a integração de análises baseadas em IA no turismo constitui um movimento em direção a estratégias informadas por dados, que fomentam a inovação contínua e o aperfeiçoamento constante das experiências turísticas.

Justiça da Suíça pede repatriação de R$ 80 milhões bloqueados de Maluf

A Justiça da Suíça confirmou a repatriação de R$ 80 milhões (US$ 16,3 milhões) ao Brasil. O valor estava bloqueado em contas ligadas ao ex-deputado federal Paulo Maluf.

De acordo com a Advocacia-Geral da União (AGU), a decisão, tomada pela Suprema Corte suíça, é definitiva e não tem mais possibilidade de recursos. O órgão espera que a quantia seja enviada ao Brasil em breve.

Em dezembro do ano passado, a Justiça suíça determinou a devolução do dinheiro, mas a defesa de Maluf recorreu da decisão, que foi mantida nessa nova decisão.

A devolução dos recursos foi determinada em função da condenação de Maluf por desvios de recursos nos anos 1990, na época em que era prefeito de São Paulo. O dinheiro foi desviado para o exterior, e parte do montante utilizado para comprar ações da empresa que pertence a sua família.

A repatriação foi determinada após procedimento de cooperação internacional apresentado pela AGU em conjunto com o Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Moraes dá 15 dias para PGR opinar sobre indiciamento de Bolsonaro

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu prazo de 15 dias para a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestar sobre o relatório no qual a Policia Federal (PF) indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais 16 pessoas pela suposta fraude do certificado de vacinação para covid-19.

Será a primeira oportunidade para o procurador-geral da República, Paulo Gonet, avaliar uma investigação envolvendo Bolsonaro. Gonet vai decidir se denuncia o ex-presidente e os demais acusados ao Supremo. Indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao cargo, o procurador tomou posse em dezembro do ano passado.

O sigilo sobre o relatório da PF foi retirado hoje (19) por Moraes. Conforme as investigações, ao menos nove pessoas teriam se beneficiado de um esquema de fraude, montado pelo ex-ajudante de ordens Mauro Cid, incluindo a esposa e três filhas, Bolsonaro e sua filha e o deputado Gutemberg Reis de Oliveira (MDB-RJ).

Cid teria inserido informações falsas no sistema do Ministério da Saúde com o objetivo de facilitar a entrada e a saída de Bolsonaro dos Estados Unidos, burlando exigências sanitárias contra a covid-19 impostas pelos EUA e também pelo Brasil. Ambos países exigiam a vacinação contra doença para interessados em cruzar a fronteira.

Em seu perfil na rede social X, antigo Twitter, o advogado de Bolsonaro Fabio Wajngarten criticou a divulgação do indiciamento. “Vazamentos continuam aos montes, ou melhor aos litros. É lamentável quando a autoridade usa a imprensa para comunicar ato formal que logicamente deveria ter revestimento técnico e procedimental ao invés de midiático e parcial”, escreveu.

Programa quer incluir mulheres no mercado de trabalho de TI e ciência

O Ministério das Mulheres lançou, nesta terça-feira (19), o Programa Asas para o Futuro, com o objetivo de ampliar a participação de jovens mulheres nos setores de tecnologia, energia, infraestrutura, logística, transportes, ciência e inovação.

A iniciativa tem o objetivo de beneficiar mulheres jovens de 15 a 29 anos em situação de vulnerabilidade social, preferencialmente mulheres negras, indígenas e de periferia, por meio da inclusão no mercado de trabalho.

Na cerimônia de lançamento, a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, estimou que o Asas para o Futuro terá grande capilaridade no país, em parcerias com diversos órgãos do governo, para fazer a diferença na vida de meninas e mulheres de todo o país, em especial, mulheres negras e indígenas. “Além de entrar nas áreas de tecnologia e da questão de inclusão digital dessas meninas, que nós possamos ter oportunidades nesse país. Porque é o que falta para as meninas brasileiras: oportunidade no mundo do trabalho. Acreditarem nelas para que façam a diferença!”

A ação é resultado da parceria com a Secretaria-Geral da Presidência da República e conta com o apoio da Caixa Econômica Federal. A secretária executiva da Secretaria-Geral, Kelly Mafort, destacou a importância do programa para promover a igualdade no mundo do trabalho e a autonomia econômica de mulheres.

“O Asas para o Futuro tem a perspectiva de ajudar na formação e capacitação de mulheres jovens de 15 a 29 anos para que possam se apropriar de áreas tidas como masculinas. As mulheres podem e devem ocupar áreas da ciência, da tecnologia, da matemática, das exatas. Precisamos de mentes femininas também nesses espaços, ocupando todos esses lugares.”

Ações

O Programa Asas para o Futuro contará com investimentos de R$ 10 milhões, e a previsão é que cerca de 20 mil mulheres jovens sejam atendidas por ano.

Entre ações previstas no novo programa para empoderamento feminino estão:

· Acordo de cooperação Empodera Mulheres na TI [Tecnologia da Informação], em parceria com o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) com investimento de R$ 500 mil para atender cerca de 500 mulheres;

· Programa Energia Mais Mulher, em parceria com o Ministério de Minas e Energia para alavancar a carreira de mulheres no setor energético; e incentivar o ingresso das mais jovens. O acordo prevê reserva de 30% em cursos de qualificação profissional e 50% em formação social para mulheres jovens.

· Elas Exportam: Acordo de cooperação com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, que vai reservar vagas no setor de exportação e na área de comércio exterior para mulheres.

· Editais do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, para apoiar projetos que estimulem o ingresso, a formação e a permanência de meninas e mulheres nas ciências exatas, na engenharia e na computação.

· Projeto piloto Elas nas Exatas, em São Paulo, que incentivará jovens estudantes de escolas públicas a ingressar nas carreiras de ciência, tecnologia, engenharia e matemática. O piloto vai atender cerca de 500 jovens, a partir de abril.

Fóruns nacionais

No encontro de hoje, foram também instalados quatro fóruns nacionais para dialogar com segmentos da sociedade civil.

· Fórum Nacional Permanente para Diálogo da Promoção de Estratégias de Fortalecimento de Políticas Públicas para as Mulheres Quilombolas;

· Fórum Nacional Permanente de Enfrentamento à Violência contra Mulheres do Campo, da Floresta e das Águas;

· Fórum para Promoção de Estratégias e Fortalecimento de Políticas Públicas de Autonomia Econômica e Cuidados com Mulheres da Pesca, Aquicultura Artesanal e Marisqueiras; e

· Fórum Nacional para a Elaboração de Políticas Públicas para as Mulheres do Movimento Hip-Hop.

A ministra Cida Gonçalves destacou a criação dos fóruns permanentes, que considera importantes espaços de contato direto com as mulheres. “Muito mais do que simplesmente políticos, este vai ser um ano de diálogo, de muita discussão e conversa. Nós não podemos estar na Esplanada dos Ministérios, em uma salinha com ar-condicionado, sabendo o que vivem as mulheres no dia a dia, como pescadoras, quilombolas, marisqueiras, no campo e nas florestas. São elas que têm que vir ao ministério fazer o debate político sobre quais são as prioridades de orçamento nas políticas e ações.”

Como representante da sociedade civil no evento, a quilombola Selma Dealdina pontuou que os novos espaços instalados devem ser de diálogo e, principalmente, de escuta da sociedade. “Não há possibilidade de construir nenhuma política sem que escutem as pessoas prioritárias, aquelas que serão beneficiadas com qualquer política.”

De acordo com Selma, esse espaço precisa ser de escuta para que as políticas, de fato, cheguem à base, a quem precisa, a quem vai ser beneficiado. Selma lembrou que as mulheres foram às ruas, elegeram o presidente Lula e esperam que ele cumpra o compromisso de estar cada vez mais efetivo, mais presente. “Nós fizemos a nossa parte e precisamos que o governo faça a parte dele.”

Pesca

A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, e o ministro André de Paula, da Pesca e Aquicultura – Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

 

Por fim, os Ministérios das Mulheres e da Pesca e Aquicultura assinaram acordo de cooperação técnica para fortalecer as organizações de mulheres pescadoras artesanais.

As políticas públicas vão estimular os processos produtivos, promover a autonomia econômica e a igualdade de direitos para as mulheres.

Ondas de calor mostram que não podemos perder tempo, diz embaixador

 Seguidas ondas de calor, como a que fez moradores de Guaratiba, na zona oeste do Rio de Janeiro, enfrentarem sensação térmica de 62,3°C no último domingo (17), um recorde na cidade, são um alerta de que a comunidade internacional não pode mais perder tempo no combate ao aquecimento global. A afirmação é do embaixador André Aranha Corrêa do Lago, secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores. Ele entende que “sentir na pele” os efeitos é um gatilho para o senso de urgência.

“Nós estamos experimentando fisicamente esses desafios. É óbvio que são péssimas notícias, mas, por outro lado, eu acho que elas têm um efeito psicológico muito importante para que todos nós comecemos a nos envolver mais em combater a mudança do clima”, afirmou o negociador-chefe do Brasil para mudança do clima em fóruns internacionais.

O embaixador concedeu entrevista à Agência Brasil nesta terça-feira (19), no Rio de Janeiro, onde participou de aula inaugural no Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A Coppe é o maior centro de pós-graduação em engenharia da América Latina.

Ao longo deste e dos próximos anos, Corrêa do Lago conduzirá negociações em ambientes como o G20 (Grupo dos 20, que reúne as principais economias do mundo), Brics+ (agrupamento de países emergentes liderados por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e Cop (Conferência das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima).

Ponte entre países

O negociador-chefe acredita que uma das potencialidades do Brasil é ser um país que, por seu perfil socioeconômico, tem facilidade para figurar como uma ponte entre nações ricas e pobres.

“O Brasil entende todo mundo. O Brasil pode conversar com um país rico, ele entende os desafios da riqueza, e falando com um país pobre, ele entende os desafios da pobreza. O Brasil tem muito a aportar pelas suas experiências positivas, mas também tem muito a aprender por causa das várias coisas que ainda estão por melhorar no Brasil”.

Entre os pontos a serem melhorados, o embaixador reconhece que o país tem como um calcanhar de Aquiles a questão do desmatamento. Mas considera que o Brasil caminha para resolver o problema e se assemelhar aos demais países quando o assunto são fontes de emissão de gases poluentes.

“O desmatamento é uma característica que dá um perfil totalmente único ao Brasil, porque entre os países do G20, nenhum tem um perfil como brasileiro, ou seja, até o começo desse governo, o desmatamento era 50% das nossas emissões [de gases do efeito estufa]. Na medida em que vamos diminuir, como estamos diminuindo as emissões de desmatamento, vamos cada vez mais nos aproximar de um perfil de país normal, ou seja, no qual as principais emissões são, em geral, energia, agricultura e indústria”.

Biocombustíveis

Um elemento que posiciona o Brasil na vanguarda dos esforços internacionais para conter mudanças climáticas e conduzir a transição energética é o desenvolvimento, produção e uso de biocombustíveis. Os biocombustíveis são fontes de energia provenientes de matérias orgânicas renováveis e menos poluentes que combustíveis puramente fósseis, como o petróleo, carvão mineral e gás natural. Um grande exemplo de biocombustíveis de ampla escala nacional é o etanol, feito da cana de açúcar.

“O mundo está se dirigindo para a substituição do petróleo em várias áreas. A experiência que o Brasil acumulou nessa área de bioenergia e biocombustíveis nos dá uma posição muito especial”.

No entanto, Corrêa do Lago ressalta que o grande sucesso do Brasil na área resulta também em uma reação adversa de outros países, às vezes até barreira para a massificação do uso.

“Somos um pouco vítimas do nosso êxito, no sentido de que avançamos tanto nessa área que vários países ficam um pouco perplexos”, revelou. “Nós temos tantas vantagens na produção de biocombustíveis sustentáveis que é visto quase como um ameaça e, na realidade, os biocombustíveis não são uma solução única, são uma de várias soluções para descarbonização. A gente tem que mostrar que os biocombustíveis não são, de maneira nenhuma, ameaça para outras tecnologias”, disse o embaixador que promete levar a discussão para o G20.

Negociações

Corrêa do Lago já foi embaixador no Japão (2013-2018), na Índia (2018-2023) e, cumulativamente, no Butão (2019-2023). Como diplomata, já atuou em missões junto à União Europeia em Bruxelas (2005-2008), em Buenos Aires (1999-2001), Washington (1996-1999), Praga (1988-1991) e Madri (1986-1988). Na Rio+20, em 2012, foi negociador-chefe do Brasil para mudança do clima.

O embaixador destaca que os biocombustíveis têm condições de se desenvolverem melhor em países de clima tropical, mais notadamente no hemisfério sul, o que potencializa o chamado Sul Global (grupo de países emergentes). Ele pondera que posições de interesse do Sul Global não devem ser tratadas como adversas aos países desenvolvidos, como europeus e os Estados Unidos, e sim como uma concertação.

“Isso é uma coisa que o Brasil quer muito. É nesse sentido que o Brasil vai atuar no G20”, conclui.

Um ponto central nas discussões internacionais, segundo o embaixador brasileiro, é como financiar, ajudar países médios. Ele pontua que há financiamento para os países pobres, no entanto, não são os mais pobres responsáveis pela mudança do clima. Os mais relevantes em emissões de poluentes são os ricos e os médios, como Brasil, Índia e Indonésia.

Corrêa do Lago expõe que os ricos têm como se financiar, o que não é uma realidade para os países de média renda. “Há uma conjunção perversa que não favorece os países médios”.

Papel da ciência

A Coppe/UFRJ é dirigida por Suzana Kahn. Ela faz parte do grupo de cientistas que formam o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), vencedor do prêmio Nobel da Paz em 2007. Criado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (ONU Meio Ambiente), o IPCC funciona como uma representação do conhecimento científico nos debates sobre meio ambiente.

Kahn defende a interconexão entre conhecimentos como forma de a academia e a ciência serem ferramentas eficazes na busca de soluções para problemas como o aquecimento global.

“A gente tem a obrigação, como instituto de pós-graduação, de formar nossos alunos já com essa nova visão de mundo que vai muito além das fronteiras tradicionais da engenharia. Atualmente, para solucionar os problemas que surgem, os desafios atuais e das próximas décadas, o olhar tem que ser muito mais abrangente, mais interdisciplinar, outros saberes que são importantes”, observa a diretora.

Estudantes de famílias pobres vão receber chips para acesso à internet

Estudantes de famílias inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) irão receber chips para acesso à internet por meio do programa Internet Brasil, dos ministérios das Comunicações e da Educação. O programa atende alunos da educação básica da rede pública de ensino e que são de famílias inscritas no CadÚnico.

Segundo o Ministério das Comunicações, o objetivo do programa é proporcionar o acesso à informação de forma mais democrática, contribuindo com a retenção escolar e favorecendo a implementação de outros formatos de ensino. 

Inicialmente, foram atendidos, pelo Internet Brasil, estudantes de escolas públicas que integram o Programa Nordeste Conectado. Foram contempladas unidades de ensino de Caicó (RN), Campina Grande (PB), Caruaru (PE), Juazeiro (BA), Mossoró (RN) e Petrolina (PE). Em outra etapa, a iniciativa foi expandida para atender alunos de outros seis municípios de Minas Gerais: Araguari, Conceição das Alagoas, Nova Serrana, Prata, Uberaba e Uberlândia.

O programa foi ampliado na última terça-feira (12), passando a atender estudantes das redes estaduais de ensino do Amapá, da Bahia, do Maranhão, do Pará e do Rio Grande do Norte.

Parte do centro de São Paulo está há 30 horas sem energia elétrica

Parte da região central da capital paulista está há cerca de 30 horas sem energia elétrica. O apagão, que afeta bairros como Consolação, Bela Vista, Higienópolis, Vila Buarque e Santa Cecília, teve início na segunda-feira (18) por volta das 10h30. No meio da manhã desta terça-feira (19), a energia foi restabelecida em alguns pontos. Segundo o Ministério de Minas e Energia, a falta de energia atingiu 35 mil pessoas.

A concessionária responsável pelo fornecimento de energia, a Enel, foi procurada, mas não respondeu. Ontem, a empresa disse que o apagão foi causado por uma obra da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) – que negou ter sido a responsável pelo corte da energia.

No site da concessionária há um único comunicado aos consumidores de São Paulo, publicado às 19h de ontem, informando que chuvas e ventos “que atingiram parte da área de concessão na tarde desta segunda-feira (18) causaram a interrupção do fornecimento de energia para alguns clientes”. O texto não traz nenhuma previsão de retorno do fornecimento.

Em comunicado enviado por e-mail aos consumidores, a concessionária não deu uma previsão de retorno do fornecimento, apenas informou que os reparos são “complexos”.

“Sabemos que você está sem energia e isso se deve a uma ocorrência na rede subterrânea que atende a região Central da cidade de São Paulo, ocasionando assim a interrupção do fornecimento. Os reparos são complexos e nossos técnicos estão trabalhando para restabelecer a energia o mais rápido possível”.

Hospitais afetados

A Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, no bairro de Santa Cecília, ficou quase 24 horas sem energia elétrica e precisou utilizar geradores para manter em funcionamento as áreas de internação e emergência. Atendimentos ambulatoriais e exames foram adiados. A instituição informou que apenas na manhã de hoje teve a energia religada.

O Hospital Santa Isabel, da Rede D’Or, também precisou da ajuda de geradores para manter o centro médico em funcionamento. Pacientes que precisaram fazer tomografias e ressonâncias tiveram de ser remanejados para outras unidades. A energia só foi restabelecida no local hoje às 10h.

A OMA, empresa que administra condomínios na região da Bela Vista, encaminhou na tarde de hoje informe aos moradores pedindo para que façam economia de água, já que, sem o funcionamento das bombas elétricas, os reservatórios estão com nível baixo. No bairro, a energia ainda não havia retornado em sua totalidade até as 15h de hoje.

Providências

O Procon-SP notificou a concessionária Enel Eletropaulo, para que envie informações detalhadas sobre as diversas interrupções no fornecimento de energia elétrica que vêm ocorrendo na capital paulista desde a última sexta-feira (15), quando o aeroporto de Congonhas precisou interromper suas operações. No sábado (16), a falta de energia foi relatada na região da Rua 25 de Março durante a manhã.

Em nota, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que oficiou a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) determinando “célere e rígida apuração dos fatos, bem como responsabilização e punição rigorosa da concessionária, que tem de forma reiterada apresentado problemas na qualidade da prestação dos serviços”.

Silveira convocou o presidente da concessionária à sede do Ministério de Minas e Energia, em Brasília, para que preste esclarecimentos. “A interrupção nesta segunda-feira se soma a diversas outras falhas na prestação dos serviços de energia elétrica pela concessionária Enel, que tem demonstrado incapacidade de prestação dos serviços de qualidade à população”. “É urgente a comprovação de que a empresa seja capaz de continuar atuando em suas concessões no Brasil”, disse na nota.

A Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp) foi procurada, mas ainda não se manifestou.

Anvisa adia decisão sobre comercialização de autotestes para dengue

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) adiou a decisão sobre a comercialização de autotestes no Brasil. O tema seria discutido na reunião desta terça-feira (19) da diretoria colegiada, mas foi retirado da pauta.

Ao solicitar a retirada do item, o diretor Daniel Pereira argumentou que é preciso dar sequência aos “alinhamentos” que o tema envolve junto ao Ministério da Saúde.

“Esse processo é um processo quase que conjunto, Anvisa e Ministério da Saúde. A gente precisa de um outro lado, de uma política relacionada a esse tipo de produto, por se tratar de um diagnóstico de uma doença de notificação compulsória. Tendo em vista ainda a fase desses alinhamentos, solicito a retirada de pauta do item.”

Entenda

Na semana passada, o diretor-presidente da agência, Antonio Barra Torres, já havia antecipado que as tratativas para a comercialização de autotestes para dengue estavam em andamento entre o ministério e a Anvisa

“A dengue é uma doença de notificação compulsória. Então, é necessário que haja uma política pública gerada pelo Ministério da Saúde nesse sentido e que contemple, mesmo no caso do autoteste – aquele que o próprio cidadão poderá realizar – um mecanismo para que os sistemas de monitoramento sejam notificados, de modo que se possa justamente computar os casos em todo o Brasil.”

Também na semana passada, a coordenadora-geral de Laboratórios de Saúde Pública do ministério, Marília Santini, confirmou tratativas com a Anvisa sobre o tema.

“Tivemos duas reuniões com a Anvisa”, disse, ao detalhar que o teste rápido e o autoteste são essencialmente o mesmo dispositivo, sendo o primeiro é conduzido por um profissional de saúde e o segundo, pelo próprio paciente.

A coordenadora-geral lembrou que, diferentemente do cenário de covid-19, em que o autoteste contribui para interromper a transmissão do vírus por meio do isolamento, o autoteste de dengue não possui esse papel, já que a doença só pode ser transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti.

Crianças de até 5 anos morrem mais de dengue, revela pesquisa

No Brasil, crianças com menos de cinco anos morrem mais de dengue, seguidas pelas de cinco a nove anos. Já os adolescentes entre 10 e 14 anos apresentam o maior número de casos registrados este ano. Os números constam do levantamento do Observatório de Saúde na Infância (Observa Infância), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), sediada no Rio de Janeiro.

O Observa Infância avaliou os dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde das primeiras 10 semanas epidemiológicas de 2024, até 9 de março. 

Segundo o coordenador do Observa Infância, Cristiano Boccolini, na pesquisa foi observado que, apesar de concentrar o menor número de casos entre as crianças, a faixa etária entre zero e cinco anos foi a que até agora mais concentrou vítimas fatais das formas mais graves da doença, seguida da faixa entre cinco e nove. Para ele, é importante que as famílias levem seus filhos para vacinar e que todos continuem tomando as medidas profiláticas possíveis.

“O Ministério da Saúde acerta em vacinar o grupo onde estamos vendo mais casos. Nossa recomendação é que a imunização avance para as crianças mais novas, de cinco a nove anos, que, proporcionalmente, estão morrendo mais”, afirmou Boccolini.

Segundo o estudo, foram notificados em todo o país 239.402 casos em crianças até 14 anos, com maior incidência entre adolescentes de 10 a 14 anos, sendo 24,5% em menores de cinco anos, 33,7% entre cinco e nove anos e 41,8% de 10 a 14 anos.

Mortes

Quanto às mortes, a situação se inverte: houve 52 óbitos – 16 deles confirmados e 36 em investigação – por dengue em crianças com menos de 14 anos no período. Deste total, 44,2% das vítimas tinham menos de cinco anos, enquanto a faixa de cinco a nove anos representou 32,7% dos óbitos e a faixa de 10 a 14 anos correspondeu a 23,1% das mortes, o que mostra uma gradativa diminuição da proporção de óbitos com o aumento da idade.

O levantamento alerta para um aumento de 21,2% no número de óbitos na décima semana epidemiológica em relação à anterior, o que demonstra a necessidade de reforço nas medidas de prevenção à doença, segundo a Fiocruz.

O Observa Infância também analisou a letalidade, que mede o número de óbitos em relação ao total de casos, entre as crianças de zero a 14 anos. Ao pesquisar somente os casos confirmados, a letalidade é de 6,7 óbitos para cada 100 mil casos de dengue no país.

A letalidade para a faixa etária inferior a cinco anos é cinco vezes superior em comparação com a faixa de 10 a 14 anos. Além disso, a letalidade confirmada em crianças de cinco a nove anos é três vezes maior do que a observada entre adolescentes de 10 a 14 anos.

Divulgação científica

O Observatório de Saúde na Infância (Observa Infância) é uma iniciativa de divulgação científica para levar ao conhecimento da sociedade dados e informações sobre a saúde de crianças de até cinco anos.

A meta é ampliar o acesso à informação qualificada e facilitar a compreensão sobre dados obtidos junto aos sistemas nacionais de informação.

Anvisa autoriza empresa a importar células germinativas e embriões

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a empresa Feher Serviços a desempenhar atividades essenciais de importação, transporte e distribuição de células germinativas, tecidos e embriões humanos no Brasil.

“A análise da agência tem como objetivo assegurar a qualidade e a segurança do material importado. A autorização garante que a empresa cumpre as normas de Boas Práticas em Células Germinativas, Tecidos Germinativos e Embriões Humanos”, informou a Anvisa.

De acordo com a agência, a empresa poderá realizar a importação de amostras seminais dos seguintes bancos estrangeiros:  Seattle Sperm Bank, dos Estados Unidos; e European Sperm Bank, da Dinamarca.

Outras empresas

No ano passado, a empresa CrioBrasil Serviços foi habilitada pela Anvisa para importar amostras seminais do banco estrangeiro Fairfax Cryobank, dos Estados Unidos.

“Outros estabelecimentos e centros de reprodução humana assistida brasileiros estão engajados no processo de aprimoramento e adequação de seus procedimentos operacionais para serem habilitados como importadores brasileiros de gametas e embriões”, destacou a agência.

Importação de gametas e embriões

Em nota, a Anvisa detalhou que as técnicas de reprodução humana assistida podem ser realizadas com gametas e embriões doados e processados nos centros brasileiros e por meio da utilização de material biológico proveniente de doadores estrangeiros.

“Com o aumento global de importações de gametas e embriões, torna-se crucial estabelecer requisitos específicos para garantir a segurança e a qualidade desses materiais importados.”

Segundo a agência, além de avaliar a qualidade das amostras, as empresas importadoras devem garantir a conformidade com a documentação, regulamentações estrangeiras e locais, bem como procedimentos padronizados.

“Todos os lotes importados devem ser revisados e certificados quanto à qualidade antes de serem liberados para as clínicas brasileiras”, ressaltou. “Além disso, as empresas importadoras são responsáveis por aplicar mecanismos de controle das gestações, para cumprir com o disposto na resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM).”