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Renato Duque, ex-diretor da Petrobras, é preso em Volta Redonda

O ex-diretor de serviços da Petrobras Renato Duque foi preso pela Polícia Federal em Volta Redonda (RJ) neste sábado (17). Ele tem diversas condenações em processos derivados da Operação Lava Jato e suas penas somam 39 anos de prisão.

Desde julho, havia um mandado de prisão expedido pela 13ª Vara da Justiça Federal, sediada em Curitiba. Ele era considerado foragido. Um trabalho de inteligência da Polícia Federal permitiu localizar Duque em uma casa no município fluminense.

O ex-diretor de serviços da Petrobras chegou a ficar preso preventivamente por aproximadamente cinco anos, entre 2015 e 2020, quando obteve o benefício de responder aos seus processos em liberdade

Na época, a Justiça levou em conta que nenhum deles havia transitado em julgado.

Duque foi um dos primeiros alvos das investigações contra a corrupção da Operação Lava-Jato e foi condenado pela primeira vez em 2015 por associação criminosa. Posteriormente, outras sentenças apontaram seu envolvimento em crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Os casos foram analisados em primeira instância pelo então juiz Sergio Moro. Segundo o magistrado, teria ficado provado o envolvimento do ex-diretor em um esquema na Petrobras de pagamento de propina, para destinar recursos a contas no exterior e a financiamento político.

A Polícia Federal informou que Renato Duque já foi encaminhado ao sistema prisional do Rio de Janeiro. A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária confirmou que ele deu entrada na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, na zona norte da capital fluminense.

Apelação

A Agência Brasil não conseguiu contato com os advogados que representam Renato Duque. A defesa chegou a apresentar uma apelação ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar evitar a prisão. Em outros recursos apresentados em instâncias inferiores, a representação do ex-diretor da Petrobras pleiteou a declaração de incompetência do ex-juiz Sérgio Moro, alegando que o julgamento seria atribuição da Justiça Eleitoral.

Alguns processos conduzidos por Moro no âmbito da Operação Lava-Jato chegaram a ser anulados pelo STF, seja por questões de competência legal e também devido à falta de imparcialidade. Em 2021, foi reconhecida a suspeição do magistrado em processo que havia levado à prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Desde então, condenações, provas e acordos passaram a ser questionados pelas defesas de outros réus. Em alguns casos, o STF concordou com as alegações.

Brasileirão Feminino volta sábado com duelo Avaí Kindermann x Flamengo

A Série A1 (primeira divisão) do Campeonato Brasileiro Feminino retorna neste sábado (17), após dois meses de paralisação por conta da participação da seleção nos Jogos de Paris, que culminou na conquista da medalha de prata. Dois jogos às 11h (horário de Brasília) abrem 14ª rodada, a penúltima da primeira fase (classificatória). Apenas os primeiros oito colocados, de um total de 16 equipes, avançam às quartas de final.

Quinto colocado na tabela, o Cruzeiro recebe o líder Corinthians. Já o Flamengo, em oitavo, visita o Avaí/Kindermann (15º), que luta para deixar a zona de rebaixamento (ZR). O embate entre Meninas da Gávea (Fla) e Leoas (Avaí) será transmitido ao vivo na TV Brasil, direto do Estádio Carlos Alberto Costa Neves (também conhecido como Salézio Kindermann), na cidade de Caçador (SC).

Falta pouco para a bola voltar a rolar por aqui! Bora conferir alguns detalhes de como está a minha disputa? Chega mais! 🇧🇷#BrasileirãoFemininoNeoenergia pic.twitter.com/PgSNX9oiNV

— Brasileirão Feminino Neoenergia (@BRFeminino) August 14, 2024

A equipe carioca aproveitou as semanas de intervalo do Brasileirão para intensificar os treinos e ajustar o time para as duas rodadas finais da primeira fase. No retrospecto, o Flamengo leva a melhor sobre o Avaí: de um total de oito partidas, as cariocas venceram cinco e as catarinenses três.

Capitã da equipe rubro-negra, a catarinense Djenifer Becker vive a expectativa de volta a jogar em casa diante da família e dos amigos. .

“É uma nostalgia, hoje eu vim treinar no campo onde eu treinei por anos, na cidade onde eu morei por anos também. Um sentimento bom, mas amanhã eu estou representando as cores rubro-negras. É um jogo muito importante para a gente, que a gente precisa ir com foco total. A gente sabe que vai ser muito difícil, pelo contexto todo: ter uma equipe com qualidade do outro lado, um campo pequeno. Temos que manter muita concentração para buscar mais esses três pontos”, disse Djenifer, após o o último treino na manhã desta sexta (16), em depoimento no Instagram do Rubro-Negro.

A equipe do Avaí/Kindermann, também conhecida como Leoas, busca a primeira vitória em casa na penúltima rodada da primeira fase do Brasileirão – Reprodução Instagram/Avaí Kindermann

Vice-lanterna do Brasileirão, o Avaí Kindermann conta como o apoio da torcida para garantir a primeira vitória em casa. No próximo embate, que fecha a primeira fase, as Leoas enfrentarão o Corinthians em São Paulo.

“A gente sabe da importância desses dois jogos para nós, para que a gente honre a camisa do Avaí/Kindermann, para que a gente busque essa primeira vitória dentro de casa para honrar o nosso trabalho, porque a gente sabe que as coisas não aconteceram como gostaríamos durante o campeonato”, avaliou Carine Bosetti, técnica das Leoas.

Santos x Botafogo na TV Brasil

As Sereias da Vila e as Gloriosas se enfrentam às 11h de domingo (18) com o desafio de escaparem da ZR. A equipe santista ocupa a 13ª posição na tabela, com 10 pontos, mesmo total do Botafogo, em 14º lugar. A partida na Vila Belmiro terá transmissão ao vivo da TV Brasil.

As #SereiasDaVila voltam a campo no domingo, pelo #BrasileirãoFeminino. pic.twitter.com/sqcPRncIwU

— Sereias da Vila (@SereiasDaVila) August 14, 2024

Mpox: OMS volta a declarar emergência em saúde pública global

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou nesta quarta-feira (14) que o cenário de mpox no continente africano constitui emergência em saúde pública de importância internacional em razão do risco de disseminação global e de uma potencial nova pandemia. Este é o mais ato nível de alerta da entidade.

Em coletiva de imprensa em Genebra, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, destacou que surtos de mpox vêm sendo reportados na República Democrática do Congo há mais de uma década e que as infecções têm aumentado ao longo dos últimos anos.

Em 2024, os casos já superam o total registrado em 2023 e somam mais de 14 mil, além de 524 mortes.

“A OMS vem trabalhando para conter os surtos de mpox na África e alertando que o cenário é algo que deve preocupar a todos nós. Na semana passada, convoquei o comitê de emergência para avaliar a situação na República Democrática do Congo e em outros países na África. Hoje, o comitê se reuniu e informou que, em sua visão, a situação constitui emergência em saúde pública de importância internacional.”

Tedros lembrou que o Centro de Controle e Prevenção de Doenças africano (CDC África) já havia declarado o cenário de mpox na região como emergência em saúde pública de segurança continental. O anúncio foi feito ontem (13) pelo diretor-geral da entidade, Jean Kaseya, ao citar a rápida transmissão da doença na África.

“Aceitei a recomendação do comitê. A detecção e a rápida disseminação de uma nova variante de mpox na República Democrática do Congo, a detecção dessa mesma variante em países vizinhos que não haviam reportado casos da doença anteriormente e o potencial de disseminação em toda a África e além são muito preocupantes”, disse Tedros.

“Está claro que uma resposta internacional de forma coordenada é essencial para interromper esses surtos e salvar vidas. Uma emergência em saúde pública de importância internacional é o mais alto nível de alarme na legislação sanitária”, concluiu.

Primeira emergência

Em maio de 2023, quase uma semana após alterar o status da covid-19, a OMS declarou que a mpox também não configurava mais emergência em saúde pública de importância internacional. Em julho de 2022, a entidade havia decretado status de emergência em razão do surto da doença em diversos países.

“Assim como com a covid-19, o fim da emergência não significa que o trabalho acabou. A mpox continua a apresentar desafios de saúde pública significantes que precisam de resposta robusta, proativa e sustentável”, declarou, à época, o diretor-geral da OMS.

“Casos relacionados a viagens, registrados em todas as regiões, demonstram a ameaça contínua. Existe risco, em particular, para pessoas que vivem com infecção por HIV não tratada. Continua sendo importante que os países mantenham sua capacidade de teste e seus esforços, avaliem os riscos, quantifiquem as necessidades de resposta e ajam prontamente quando necessário”, alertou Tedros em 2023.

A doença

A mpox é uma doença zoonótica viral. A transmissão para humanos pode ocorrer por meio do contato com animais silvestres infectados, pessoas infectadas pelo vírus e materiais contaminados. Os sintomas, em geral, incluem erupções cutâneas ou lesões de pele, linfonodos inchados (ínguas), febre, dores no corpo, dor de cabeça, calafrio e fraqueza.

As lesões podem ser planas ou levemente elevadas, preenchidas com líquido claro ou amarelado, podendo formar crostas que secam e caem. O número de lesões pode variar de algumas a milhares. As erupções tendem a se concentrar no rosto, na palma das mãos e na planta dos pés, mas podem ocorrer em qualquer parte do corpo, inclusive na boca, nos olhos, nos órgãos genitais e no ânus.

Confiança do empresário industrial volta a crescer depois de quedas

O Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) cresceu 1,6 ponto em agosto deste ano, na comparação com o mês anterior. A alta veio depois de dois meses em queda, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (12), pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

O indicador subiu de 50,1 pontos em julho para 51,7 pontos em agosto, em uma escala de zero a 100 pontos. Segundo a CNI, valores abaixo de 50 pontos sinalizam falta de confiança do empresário e quanto menor é a pontuação, maior e mais disseminada é a confiança.

Apesar do crescimento de julho para agosto, o resultado ainda está abaixo do registrado em agosto de 2023 (53,2 pontos) e é o menor patamar para meses de agosto desde 2017.

Segundo a CNI, as avaliações sobre as condições atuais subiram 2,8 pontos (de 44,4 em julho para 47,2 em agosto). As avaliações dos empresários sobre a economia brasileira avançaram três pontos (de 37,6 para 40,6) no período, enquanto a percepção sobre a própria empresa subiu 2,6 pontos (de 47,8 para 50,4).

Em relação às expectativas para os próximos meses, houve alta de um ponto (de 52,9 para 53,9). As avaliações em relação à economia subiram dois pontos (de 44,2 para 46,2) e à situação da empresa cresceram 0,6 ponto (de 57,2 para 57,8).

Na avaliação da CNI, o crescimento de julho para agosto foi puxado pelo aumento recente da produção industrial, do emprego na indústria e do faturamento no setor. Apesar disso, a interrupção nos cortes da taxa básica de juros (Selic) e a flutuação recente do câmbio ainda preocupam os industriais.

Fogo já consumiu 1,3 milhão de hectares e volta a aumentar no Pantanal

Nas últimas 24 horas o fogo no Pantanal consumiu mais de 100 mil hectares, alcançando 8,7% do bioma, que já ultrapassa 1,3 milhão de hectares de área atingida pelas queimadas desde o início de 2024, segundo dados o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Lasa-UFRJ). A instituição publicou na tarde dessa segunda-feira (5), um alerta de perigo meteorológico de fogo para a Bacia do Alto Paraguai, até o dia 10 de agosto.

De acordo com os dados divulgados, a maior parte da região apresenta, nesta terça-feira (6), risco extremo de uma ignição se tornar um incêndio de grandes proporções, com “difícil combate até por meios aéreos, alta velocidade de propagação”, destaca a nota.

Desde o início do mês de agosto, imagens do céu avermelhado pelo fogo, ou acinzentado pela fumaça, de chamas invadindo a BR-262 e de filhotes de onça carbonizados invadiram as redes sociais. Em comum, o fato de serem imagens captadas no estado do Mato Grosso do Sul.

De acordo com o último boletim divulgado pelo do governo do estado sobre a operação de monitoramento, combate e rescaldos do fogo, há seis focos de incêndios ativos, além de duas áreas sendo monitoradas.

Um foco que teve origem na região da Nhecolândia, no município de Corumbá, tem concentrado esforços das frentes de combate às queimadas, pela velocidade de expansão devido às intensas rajadas de vento na região. A nota destaca que “a situação é particularmente crítica no Parque Estadual do Rio Negro e nas áreas ribeirinhas, que estão ameaçados pela propagação do fogo”.

Na região do Albuquerque, também em Corumbá, onde as imagens das chamas alcançando a BR-262 foram registradas, “a prioridade tem sido a proteção das áreas habitadas, com foco em garantir a segurança das pessoas”, informa o boletim.

O fogo dessa região teria se expandido para uma área próxima à Fazenda Caiman, no município de Aquidauana, onde os filhotes de onça carbonizados foram encontrados. Segundo o governo estadual, as ações também foram reforçadas na região com o propósito de proteger a área de preservação ambiental.

Efetivo

Desde que as queimadas no Pantanal foram intensificadas, há três meses, uma força-tarefa com brigadistas dos governos federal e estadual atuam na região reunindo mais de 233 agentes de órgãos do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, 106 militares do Corpo de Bombeiros do Mato Grosso do Sul, 34 agentes da Força Nacional de Segurança Pública, 20 do Conselho Nacional dos Corpos de Bombeiros Militares do Brasil, além de militares das Forças Armadas e da Polícia Militar estadual.

Os brigadistas atuam ainda com 23 aeronaves, sete caminhões, seis embarcações e 44 caminhonetes para combate ao fogo.

Regulamentação

No dia 31 de julho, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei 14.944/2024 que criou a Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo, que define regras para o uso do fogo em áreas rurais, nas comunidades tradicionais e indígenas, além de estabelecer a substituição gradual da prática por outras técnicas.

A medida ocorre logo após o governo federal lançar a campanha Fogo no Pantanal é Crime, de conscientização da população sobre a proibição do uso do fogo no bioma, até o fim do ano. O material divulgado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) alerta para a punição de multa e prisão de dois a quatro anos, para quem descumprir a lei.

Produção científica cai 7% em 2023 e volta ao patamar pré-pandemia

A publicação de artigos científicos no Brasil caiu 7,2% em 2023 na comparação com o ano anterior, segundo relatório da editora Elsevier e da agência de notícias Bori, divulgado hoje (30), mesmo dia em que começa 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CNCTI), em Brasília.

Esta é segunda queda consecutiva da produção científica brasileira. Em 2022, a redução foi maior: 8,5%, na comparação com 2021. O dado inicialmente informava queda de 7,4%, mas o resultado foi recalculado e apresentado na última edição do relatório.

Com a nova regressão, o número de artigos publicados ao longo do ano passado fica próximo ao patamar atingindo em 2019, antes da pandemia do coronavírus. Em dois anos, a queda do patamar de 80,5 mil artigos para menos de 69 mil textos.

Os dados são apurados desde 1996, quando iniciou a série. Antes da queda, a produção científica brasileira manteve crescimento constante durante 25 anos.

Investimento

“Sabemos que o volume de publicação de artigos de um país reflete, entre outros fatores, o volume de investimento feito em pesquisa científica alguns anos atrás. Isto é, são efeitos de médio, e não de curto prazo”, diz Dante Cid, vice-presidente de Relações Institucionais para a América Latina da Elsevier, editora holandesa com atuação multinacional, especializada em conteúdo técnico-científico e de saúde.

No ano passado, o governo federal reajustou em 40% os valores das bolsas federais de mestrado e doutorado, e as liberações setoriais do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) ultrapassaram o montante de R$ 10 bilhões. A perspectiva para este ano é de que o fundo financie R$ 12 bilhões.

Menos conhecimento, menos soluções

O volume de artigos é considerado um indicador do trabalho dos cientistas. Os textos publicados permitem que outros pesquisadores de uma mesma área de atuação revisem os resultados de seus colegas.

Conforme nota da editora, “perder ritmo de produção científica significa produzir menos conhecimento e menos soluções para questões como tratamento de doenças, melhora na agropecuária ou enfrentamento de questões sociais como a violência urbana.

A área de conhecimento que sofreu a maior baixa na produção de artigos foi a de ciências médicas, com queda de 10%. Entre as 31 instituições de pesquisas mais importantes do país, todas com mais de mil textos científicos publicados, somente duas não sofreram redução da atividade científica: as universidades federais de Juiz de Fora (UFJF) e de Pernambuco (UFPE).

O Brasil não foi o único país que sofreu baixa na produção científica em 2023, na comparação com 2022. A queda do indicador, no entanto, foi maior do que a verificado em países com grau de desenvolvimento próximo como México, África do Sul e Argentina; e entre países com maior nível científico e tecnológico como o Japão, Estados Unidos, França, Alemanha, Rússia e Coreia do Sul.

A expectativa do secretário-geral da 5ª conferência, o físico Sérgio Rezende, ex-ministro de Ciência e Tecnologia (2005-2010) é de que o encontro resulte em uma proposta de estratégia para a área e em um plano de ação, que favoreça a reindustrialização do país.

A 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação termina na próxima quinta-feira (1°). O evento ocorre no Espaço Brasil 21, no Setor Hoteleiro Sul de Brasília.

É possível acompanhar a conferência pelo canal do MCTI no YouTube. Interessados podem se inscrever para ter participação virtual, com direito a certificado, neste link.

*Matéria republicada às 16h15. Inicialmente o texto havia sido publicado, de forma indevida, às 8h01 desrespeitando embargo estabelecido pela fonte. Por esse motivo, a matéria precisou ser republicada. Pedimos desculpas pelo erro.

Produção científica cai 7% em 2023 e volta ao patamar pré-pandemia

A publicação de artigos científicos no Brasil caiu 7,2% em 2023 na comparação com o ano anterior, segundo relatório da editora Elsevier e da agência de notícias Bori divulgado hoje (30), mesmo dia da abertura da 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CNCTI), que ocorre em Brasília.

Esta é segunda queda consecutiva da produção científica brasileira. De 2021 para 2022, a redução foi maior: 8,5%, conforme dado recalculado e apresentado na última edição do relatório. Inicialmente, a queda registrada havia sido de 7,4%.

Com o novo resultado, o número de artigos publicados no ano passado fica próximo ao patamar atingindo em 2019, antes da pandemia do coronavírus. Em dois anos, o número de publicações passou de 80,5 mil artigos para menos de 69 mil.

Os dados são apurados desde 1996, quando começou a série histórica. Antes da queda, a produção científica brasileira manteve crescimento constante durante 25 anos.

Investimento

“Sabemos que o volume de publicação de artigos de um país reflete, entre outros fatores, o volume de investimento feito em pesquisa científica alguns anos atrás. Isto é, são efeitos de médio, não curto prazo”, diz Dante Cid, vice-presidente de Relações Institucionais para a América Latina da Elsevier, editora holandesa com atuação multinacional, especializada em conteúdo técnico-científico e de saúde.

No ano passado, o governo federal reajustou em 40% os valores das bolsas federais de mestrado e doutorado, e as liberações setoriais do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) ultrapassaram o montante de R$ 10 bilhões. A perspectiva para este ano é de que o fundo financie R$ 12 bilhões em pesquisa.

Menos conhecimento, menos soluções

O volume de artigos é considerado um indicador do trabalho dos cientistas. Os textos publicados permitem o escrutínio de resultados pelos pares. Conforme nota da editora, “perder ritmo de produção científica significa produzir menos conhecimento e menos soluções para questões como tratamento de doenças, melhora na agropecuária ou enfrentamento de questões sociais como a violência urbana.

A área de conhecimento que sofreu a maior baixa na produção de artigos foi a de ciências médicas, com diminuição de 10% em 2023. Entre 31 instituições de pesquisas importantes, todas com mais de mil textos científicos publicados, somente duas não sofreram redução da atividade científica: as universidades federais de Juiz de Fora (UFJF) e de Pernambuco (UFPE).

O Brasil não foi o único país a registrar queda na produção científica em 2023. A queda do indicador, no entanto, foi maior do que a verificada em países com grau de desenvolvimento próximo como México, África do Sul, Argentina; e maior também do que observado entre países com nível científico e tecnológico superior como o Japão, Estados Unidos, França, Alemanha, Rússia e Coreia do Sul.

Redemocratização e reindustrialização

A 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação ocorre até quinta-feira (1º de agosto). As conferências anteriores ocorreram depois da redemocratização do país: em 1985, 2001, 2005 e 2010.

A expectativa do secretário-geral da 5ª Conferência, o físico Sérgio Rezende, ex-ministro de Ciência e Tecnologia (2005-2010) é de que o encontro resulte em uma proposta de estratégia para a área e um plano de ação que, inclusive, favoreça a reindustrialização do país.

A 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação ocorrerá no Espaço Brasil 21, no Setor Hoteleiro Sul de Brasília. O evento poderá ser acompanhado virtualmente no canal do Ministério da Ciência e Tecnologia no Youtube. Interessados podem se inscrever para ter participação virtual, com direito a certificado, neste link.

Ter minha vida de volta, diz jovem solto após ser preso injustamente

Completar o curso técnico de enfermagem e ser aprovado em um concurso público trabalhar na profissão que passou a admirar depois de ficar internado em um hospital de São Gonçalo, na região metropolitana do Rio, para tratar um corte na mão. Esses são os planos de Carlos Vitor Fernandes Guimarães, 25 anos, que foi solto na última quinta-feira (25), com a sensação de que finalmente conquistou a vida de volta, após ter ficado preso no Presídio Evaristo de Moraes, em São Cristóvão.

“É um momento para mim de extrema felicidade poder estar com minha família novamente e poder voltar à minha vida normal, fazer meu curso, voltar trabalhar na minha área de trancista. Ter minha vida de volta, voltar à minha realidade, embora eu ainda esteja achando que estou sonhando, mas graças que esse pesadelo acabou”, contou o jovem, preso injustamente, em entrevista à Agência Brasil.

Carlos Vitor Guimarães com a mãe, Viviane Vieira Teixeira, a avó, Verônica Souza. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Preso injustamente

A vida de Carlos Vitor mudou a partir de 2018, ano em que sofreu um assalto e teve os documentos levados. Na época, ele não fez um boletim de ocorrência. Tempos depois, o jovem foi chamado a prestar depoimento à polícia, pois seus documentos tinham sido encontrados em um caminhão, usado por ladrões em um roubo de carga em São Paulo. Na delegacia, o então estudante ter participado do crime e insistiu que os documentos tinham sido roubados anteriormente.

Não adiantou. Mesmo sem nunca ter cometido um crime, a foto de Carlos Vitor entrou para o álbum de suspeitos da polícia. E foi isso que mudou a história do jovem.

O motorista do caminhão fez um reconhecimento fotográfico em audiência judicial em 2021, e apontou Carlos Vitor como um dos autores do roubo, apesar de ter tido que o ladrão tinha cabelo no estilo black power. João Vitor usava tranças longas na época.

Apesar da divergência no reconhecimento, Carlos Vitor foi condenado, em outubro de 2021, a seis anos, cinco meses e 23 dias de prisão, em regime inicial semiaberto.

“Pessoalmente, em chamada de vídeo, ele teve dificuldade de reconhecer o Carlos pelo passar dos anos, mas quando viu a foto da identidade, que estava no álbum, ele teve certeza que era a foto. O juiz decretou que o Carlos não era inocente e ia ter que voltar para a prisão. Em 2021, a prisão foi novamente pedida, e em 2023 foi preso de novo”, lembrou Viviane Vieira, mãe de Carlos Vitor.

O caso de Carlos foi contado no programa Caminhos da Reportagem da TV Brasil, exibido em maio deste ano.

Resiliência

A família do jovem não se deu por vencida e tentou reverter a prisão no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, que negou o habeas corpus e a anulação da sentença. Em 2023, a família chegou à Defensoria Pública do Rio de Janeiro (DPRJ), que fez um pedido de revisão criminal, também rejeitado pelo TJRJ.

Os defensores públicos recorreram, então, ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). Na última segunda-feira (22), o desembargador Otávio de Almeida Toledo anulou o reconhecimento fotográfico feito pelo motorista de caminhão e todas as provas contra o jovem, o que resultou na absolvição de Carlos Vitor e permitiu a saída dele da cadeia. 

“Ante o exposto, concedo a ordem para decretar a nulidade do reconhecimento fotográfico, bem como de todas as provas dela derivadas (art. 157 e seu §1º, ambos do CPP), o que, à míngua de elementos independentes e suficientes para comprovar a autoria do paciente, leva à sua necessária absolvição”, decidiu o desembargador.

A defensora pública Isabel de Oliveira Schprejer, subcoordenadora de Defesa Criminal, disse que a intensa batalha foi necessária para reparar a injustiça.

 

Família do jovem Carlos Vitor recorreu ao STJ para conseguir a soltura dele – Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

“Esse caso nos transformou muito, porque a injustiça era muito patente para nós. A gente tentava mostrar isso no processo e o Tribunal de Justiça não enxergou da mesma forma que nós, mas felizmente o STJ enxergou. Como a revisão foi julgada improcedente pelo tribunal, a próxima instância é o STJ”, explicou a defensora, que atuou no caso junto com a coordenadora de Defesa Criminal, Lúcia Helena de Oliveira.

“Eles analisaram profundamente todas as decisões [anteriores], depoimentos, então, foi uma decisão muito fundamentada de pessoas que se debruçaram no processo. A gente ficou muito feliz com a decisão apesar dela ter vindo, tempos depois, que a gente gostaria”, concluiu.

No entendimento da coordenadora Lúcia Helena de Oliveira, o uso inadequado do reconhecimento fotográfico, reconhecido neste processo pelo STJ, culpabiliza pessoas inocentes, sobretudo as negras.

“Este caso é mais um dos tristes exemplos de equívocos em reconhecimento de pessoas, que levam inocentes, em muitos casos, ao cárcere. O reconhecimento de pessoas deve ser realizado de forma cuidadosa e com respeito às garantias constitucionais e processuais, sob pena de violações de direitos e prisões injustas, conforme demonstrado, por algumas vezes, através das pesquisas da Defensoria Pública”, diz nota da Defensoria.

Absolvido

Para Carlos Vitor, a absolvição vai abrir o seu caminho. “Eu agora tenho opções. Quando eu estava lá dentro [da prisão], eu pensei que minha vida tinha acabado por conta de nome sujo, por ser difícil arrumar emprego, não poder fazer concurso público. Fica tudo mais difícil. Como eu fui absolvido, sinto que posso fazer o que eu quero. O que eu quiser eu posso fazer”, disse.

O jovem relatou as dificuldades de estar preso por um ano e cinco meses, como a demora na autorização para receber visita da família. 

“Muita falta do conforto de casa, dos abraços, de estar com a família, de poder estar com minha irmãzinha, desde bebezinha eu tomo conta da minha irmã. Senti falta da minha rotina também aqui na rua. Tudo muda. É tudo muito diferente lá dentro”, revelou o jovem, que volta a morar com a mãe no bairro do Colubandê, em São Gonçalo.

“Agora é aproveitar cada momento que Deus está proporcionando para a gente. É uma alegria enorme saber que tudo isso acabou e graças a Deus meu filho foi absolvido. Graças a Deus, tem pessoas com coração, que se sensibilizaram e puderam nos ajudar, que participaram do começo até o fim”, disse, aliviada, a mãe Viviane Vieira.

Fotos de Fernando Frazão/Agência Brasil

 

Basquete masculino na Olimpíada tem Brasil de volta e show de craques

Neste sábado (27) será dada a partida em um dos torneios mais badalados entre as muitas atrações no cardápio esportivo dos Jogos Olímpicos de Paris. A programação do basquete masculino tem quatro jogos hoje, começando com o duelo entre Austrália e Espanha, às 6h (horário de Brasília). O cronograma também reserva a estreia do Brasil, às 12h15, diante da seleção da casa, a França. A primeira fase, composta por 12 equipes divididas em três chaves com quatro seleções cada, será toda disputada na cidade de Lille. Já os mata-matas (jogos eliminatórios) serão em Paris. Em 2024, o torneio chega com diversas atrações, principalmente para os fãs brasileiros.

ANOTA, FAVORITA, COMPARTILHA! Pega o nosso calendário pra primeira fase das Olimpíadas de Paris! 🏀

FALTA POUCO! VAMOOOOOOOOOOOOS! 🇧🇷 pic.twitter.com/DSxdEqpz29

— Basquete Brasil – CBB (@basquetebrasil) July 24, 2024

Um bom termômetro do naipe dos atletas que estarão no torneio é que três foram porta-bandeira de seus países na cerimônia de abertura dos Jogos: LeBron James (Estados Unidos), Giannis Antetokounmpo (Grécia) e Dennis Schröder (Alemanha). Outra forma de se perceber o talento à disposição é que 12 dos últimos 15 prêmios de MVP (sigla em inglês para Jogador Mais Valioso) da NBA, a liga norte-americana de basquete, a mais forte do mundo, foram conquistados por jogadores que estarão presentes em Lille: LeBron venceu três destes; Antetokounmpo outros dois. Nikola Jokic, da Sérvia, com mais três e os americanos Stephen Curry (dois), Kevin Durant e Joel Embiid (ambos com um) são os outros vencedores neste recorte.

As duas últimas campeãs do mundo, Alemanha e Espanha, estão presentes. O Canadá, medalhista de bronze no último Mundial e repleto de atletas da NBA no plantel, também. Assim como a Austrália, bronze em Tóquio. 

 LeBron James, hoje aos 39 anos, volta a uma Olimpíada depois de 12 anos. Ele integra a seleção norte-americana que tem ainda Stephen Curry , Kevin Durant, Anthony Edwards, Jayson Tatum e Devin Booker.- Reuters/Brian Snyder/Direitos Reservados

Mas não há como negar que todos os olhos estarão na seleção dos Estados Unidos, que volta a levar às quadras o que tem de melhor. São quatro ouros nas últimas quatro Olimpíadas, mas as duas últimas campanhas encontraram percalços, com elencos desfalcados. Desta vez, a federação do país fez um trabalho para convencer os atletas de mais renome a defenderem a seleção norte-americana. LeBron James, hoje aos 39 anos, volta a uma Olimpíada depois de 12 anos. Stephen Curry, aos 36 anos, jogará a competição pela primeira vez na carreira. O veterano Kevin Durant chega para tentar o quarto ouro consecutivo de sua carreira. O resto do elenco é composto por jogadores estabelecidos como estrelas mais jovens na NBA, como Anthony Edwards, Jayson Tatum e Devin Booker.

Junto a tantos pesos-pesados, aparece o Brasil. Depois de ficar de fora de Tóquio e disputar os Jogos do Rio como país-sede, a seleção voltou a conquistar na quadra uma vaga olímpica depois de doze anos. O gostinho da vitória na final do Pré-Olímpico contra a anfitriã Letônia, há pouco menos de três semanas, permanece na boca dos jogadores brasileiros, que chegam à França sem pressão por resultados. O ala-armador Vitor Benite, um dos três atletas (junto com Marcelinho Huertas e Raulzinho) que têm participação olímpica no currículo, oferece uma perspectiva diferente da simples presença do Brasil entre as 12 seleções.

“O torcedor brasileiro está muito acostumado a ganhar, mas pouco acostumado a curtir o esporte. No basquete, estar nas Olimpíadas por si só já é algo muito grande para o país. Basta olhar para a Europa: a Itália, a Croácia e a Eslovênia do Luka Doncic [astro do Dallas Mavericks, da NBA] ficaram de fora. É lógico que temos muita ambição de ir bem, uma medalha seria um sonho mas ter chegado lá mostra que o que vem sendo feito está funcionando. Quem apoia e quer ajudar no crescimento do basquete do Brasil tem que utilizar isso, independente do que acontecer daqui para frente”, diz o atleta de 34 anos.

O ala-armador Vitor Benite (foto) é um dos dos três atletas da seleção – junto com Marcelinho Huertas e Raulzinho – com experiência de Olimpíadas anteriores – Reprodução Instagram/Vitor Benite

Seleção brasileira chega com energia renovada

Se apenas três atletas brasileiros têm experiência em Olimpíadas, nove vão estrear. E pegaram um grande desafio logo na primeira vez. O Brasil está no grupo B. A França, dona da casa que tem a jovem estrela Victor Wembanyama no elenco, é a adversária na estreia. Depois, a Alemanha. Por último, o Japão. Os dois mais bem colocados de cada chave avançam às quartas, assim como os dois melhores terceiros colocados no geral. 

“Como vai ser a primeira para muitos aqui, todo mundo está ansioso. Até por termos no nosso grupo o atual campeão do mundo e a seleção da casa, toda aquela atenção com o Wembanyama. Mas jogar essas competições super importantes é realizar sonhos para mim e me faz crescer como jogador”, revela o armador Georginho.

No Pré-Olímpico da Letônia, o técnico do Brasil, o croata Aleksandar Petrovic, que comandou a seleção de 2017 a 2021 e retornou em abril deste ano, encontrou algumas respostas sobre como montar a equipe. Ele está otimista.

“Esta seleção tem uma defesa ferrenha. Foi ela que nos salvou no Pré-Olímpico. Agora estamos encontrando um ritmo mais fluido no ataque. Penso que vamos praticar um ótimo basquete na Olimpíada. Temos no mínimo duas ou três opções de como jogar contra a França. Chegamos preparados e temos chances de ir às quartas”, acredita o treinador.

Uma das respostas encontradas em Riga foi Bruno Caboclo. O atleta de 28 anos, que tem 2,06m de altura e 2,31m de envergadura, se encontrou como pivô de uma formação mais baixa e flexível. Ele foi eleito o melhor jogador do torneio.

“Acho que posso dizer que estou na minha melhor fase. Uma versão diferente. Mais protagonista. Isso aconteceu porque antes exploravam mais o meu lado defensivo mas começaram a ver também o meu potencial ofensivo e usar mais isso. Estou vindo de três anos muito bons e pretendo continuar neste ritmo”, expõe Caboclo.

O técnico Petrovic conversa com o jogador Gui Santos (esquerda) e Didi durante treino da seleção brasileira em Paris Wander Roberto/COB/Direitos Reservados

No caminho até a vaga, também chamou a atenção como Petrovic rodou o elenco. Jogadores que começaram com poucos minutos ou vindo do banco tiveram mais chances nos últimos jogos e vice-versa. A sensação no grupo é de que todos podem ser úteis.

“Na seleção não é só um jogador que vai dar show sempre. Se um estiver mal, outro vai compensar. Essa é a nossa identidade, todos estão aqui por todos. No Pré-Olímpico, eu estava sendo titular mas na final não comecei. Mas acabou sendo um dos jogos em que eu mais tive minutos. Independente de quem começa ou termina a partida, o importante é lá em cima no placar estar o Brasil sempre na frente”, pontua o ala Gui Santos.

* Igor Santos é comentarista de basquete no programa Stadium, da TV Brasil

Defesa de Silveira volta a pedir progressão para o semiaberto

O ex-deputado federal Daniel Silveira voltou a pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) progressão para o regime semiaberto de prisão.

O novo pedido foi feito nesta sexta-feira (26) após a defesa de Silveira informar ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, que pagou a multa de R$ 247 mil, definida durante a condenação. Ontem (25), Moraes negou a progressão diante da falta de pagamento.

Segundo o advogado Paulo César de Faria, Silveira já cumpriu os requisitos para progressão de regime. “Daniel Silveira está preso há 89 dias além do prazo legal, não existindo, portanto, qualquer impedimento para o deferimento imediato da progressão de regime, uma vez que todas as vontades do relator foram satisfeitas”, diz a defesa.

Silveira foi condenado pelo STF a oito anos e nove meses de prisão pelos crimes de tentativa de impedir o livre exercício dos poderes e coação no curso do processo ao proferir ofensas e ameaças contra os ministros da Corte.

Em maio do ano passado, Moraes determinou a execução imediata da pena de Daniel Silveira. A medida foi tomada após o Supremo anular o decreto de graça constitucional concedido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro ao então deputado federal para impedir o início do cumprimento da pena.