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Superávit primário atinge segundo maior valor da história para outubro

Em um mês tradicionalmente de forte entrada de recursos no caixa do governo, as contas públicas surpreenderam. Em outubro, as contas do governo central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) registraram superávit primário de R$ 40,811 bilhões. O valor representa aumento real (acima da inflação) de 114,9% em relação ao mesmo mês do ano passado, quando o superávit tinha atingido R$ 18,124 bilhões.

Esse é o segundo melhor superávit para meses de outubro desde o início da série histórica, em 1997. O valor só perde para outubro de 2016, quando o resultado negativo tinha ficado em R$ 40,872 bilhões, motivado pela repatriação de recursos do exterior naquele ano.

O resultado veio melhor que o esperado pelas instituições financeiras. Segundo a pesquisa Prisma Fiscal, divulgada todos os meses pelo Ministério da Fazenda, os analistas de mercado esperavam resultado positivo de R$ 32 bilhões em outubro. 

As contas do governo central foram divulgadas com uma semana de atraso por causa da greve do Tesouro Nacional, que acabou na sexta-feira (29).

Com o resultado positivo de outubro, o rombo nas contas públicas ficou menor no acumulado do ano. Nos dez primeiros meses de 2024, o governo central registra déficit primário de R$ 64,376 bilhões. No mesmo período do ano passado, havia déficit primário de R$ 76,206 bilhões.

O resultado primário representa a diferença entre as receitas e os gastos, desconsiderando o pagamento dos juros da dívida pública. A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) deste ano e o novo arcabouço fiscal estabelecem meta de déficit primário zero, com margem de tolerância de 0,25 ponto percentual do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos no país) para cima ou para baixo, para o governo central. No limite inferior da meta, isso equivale a déficit de até R$ 28,75 bilhões.

Na sexta-feira, a edição especial do Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas projetou déficit primário de R$ 64,426 bilhões para o governo central, o equivalente a um resultado negativo de 0,56% do PIB. A conta, no entanto, inclui gastos fora do arcabouço fiscal, como o pagamento de precatórios e os créditos extraordinários para reconstruir o Rio Grande do Sul e combater incêndios florestais.

Ao considerar apenas os gastos dentro do arcabouço, a previsão de déficit primário cai para R$ 27,747 bilhões, dentro da margem de tolerância de R$ 28,75 bilhões. O resultado deste ano está sendo ajudado pelas receitas extraordinárias da taxação dos fundos exclusivos, da reoneração dos combustíveis e do crescimento econômico, que se reflete no pagamento de mais tributos.

Receitas

Na comparação com outubro do ano passado, as receitas subiram, mas as despesas caíram se descontada a inflação. No mês retrasado, as receitas líquidas subiram 16,2% em valores nominais. Descontada a inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a alta chega a 10,9%. No mesmo período, as despesas totais subiram 4% em valores nominais, mas recuaram 0,7% após descontar a inflação.

O superávit primário foi impulsionado pela arrecadação federal recorde em outubro. Se considerar apenas as receitas administradas (relativas ao pagamento de tributos), houve alta de 14,5% em outubro na comparação com o mesmo mês do ano passado, já descontada a inflação.

Os principais destaques foram o aumento da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), decorrente da recomposição de tributos sobre os combustíveis e da recuperação da economia, e o aumento na arrecadação do Imposto de Renda Retido na Fonte, por causa da tributação sobre os fundos exclusivos, que entrou em vigor no fim do ano passado. A alta do lucro trimestral de empresas, principalmente financeiras, também beneficiou o caixa do Tesouro.

As receitas não administradas pela Receita Federal subiram 5,9% acima da inflação na mesma comparação, puxadas pela transferência de R$ 6,2 bilhões de depósitos judiciais da Caixa Econômica Federal para o Tesouro Nacional. Essa alta compensou a queda de R$ 2,158 bilhões nos royalties, decorrente da queda do petróleo no mercado internacional.

Despesas

Quanto aos gastos, o principal fator de alta foi com a Previdência Social, que subiu 3,8% acima da inflação, devido ao aumento do número de beneficiários e à política de valorização do salário mínimo. Os gastos com o Benefício de Prestação Continuada (BPC) saltaram 14,2% acima da inflação, pelos mesmos motivos.

Por causa da revisão de cadastros do Bolsa Família, os gastos com despesas obrigatórias com controle de fluxo (que engloba os programas sociais) caíram 3,6% em outubro, descontada a inflação na comparação com o mesmo mês do ano passado. Também subiram gastos com créditos extraordinários (R$ 1,1 bilhão acima da inflação), impulsionados pela reconstrução do Rio Grande do Sul.

Os gastos discricionários (não obrigatórios) caíram R$ 5,99 bilhões descontada a inflação. Desse total, reflexo dos bloqueios no Orçamento em vigor desde julho. As maiores quedas, em valores corrigidos pela inflação, foram observadas nas despesas com saúde (R$ 2,4 bilhões) e defesa (R$ 1,1 bilhão).

Os gastos com o funcionalismo federal cresceram R$ 2,84 bilhões (1%), descontada a inflação nos dez primeiros meses do ano em relação ao mesmo período do ano passado. A alta foi compensada pela quitação de precatórios no início do ano, o que diminuiu em 48,2%, descontada a inflação, o pagamento de sentenças judiciais.

Quanto aos investimentos (obras públicas e compra de equipamentos), o total nos dez primeiros meses do ano somou R$ 58,304 bilhões. O valor representa alta de 9,1% acima do IPCA em relação ao mesmo período de 2023. Nos últimos meses, essa despesa tem alternado momentos de crescimento e de queda, descontada a inflação. O Tesouro atribui a volatilidade ao ritmo variável no fluxo de obras públicas.

Operação Raízes do Cedro: décimo segundo voo chegou hoje no Brasil

O 12º voo da Operação Raízes do Cedro, montada pelo governo federal para repatriar brasileiros e familiares da zona de conflito no Líbano, pousou às 4h56 (horário de Brasília) desta quarta-feira (20), na Base Aérea de São Paulo (BASP), em Guarulhos (SP), segundo informações da FAB. O KC-30 da Força Aérea Brasileira (FAB) deixou o Líbano com 204 pessoas, incluindo três crianças de colo, e quatro pets, às 14h (horário de Brasília) de ontem (19).

Com isso, a operação, iniciada em 5 de outubro repatriou 2.513 pessoas e 33 pets. Trata-se da maior missão de repatriação de brasileiros de uma zona de conflito da história do Brasil.

Na chegada a Guarulhos, a operação conta com o apoio do Ministério da Justiça e Segurança Pública, do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), do Ministério da Saúde, da Polícia Federal, da Receita Federal e da Polícia Rodoviária Federal.

Segundo as informações do governo federal, o Itamaraty, por meio da Embaixada do Brasil em Beirute, segue em contato com brasileiros e familiares para prestar assistência consular e verificar a necessidade de promover novos voos de repatriação, a depender da demanda e das condições de segurança no terreno.

“O governo brasileiro reitera o alerta para que todos sigam as orientações de segurança das autoridades locais e, para os que disponham de recursos, que procurem deixar o território libanês por meios próprios”, diz o governo.

De acordo as informações, o aeroporto de Beirute continua em operação, com a realização de voos diários da companhia libanesa Middle East Airlines. A empresa, após negociações com a Embaixada do Brasil em Beirute, está priorizando passageiros portadores de passaportes brasileiros em seus voos com destino a Madri, Frankfurt, Londres e Roma.

A Operação Raízes do Cedro foi determinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva a partir do confronto entre Israel e o grupo Hezbollah, que atua no Líbano. A logística de repatriação envolve o uso de aeronaves e de servidores da Força Aérea Brasileira e um intenso trabalho de articulação do Itamaraty.

Vacinas contra o sarampo salvam cinco vidas por segundo, destaca OMS

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, desde o ano 2000, vacinas contra o sarampo salvem cerca de cinco vidas por segundo. Mesmo assim, dados divulgados esta semana pela entidade apontam que, apenas em 2023, aproximadamente 10,3 milhões de casos da doença foram registrados em todo o planeta – 20% a mais que em 2022.

Em nota, a OMS avalia que a cobertura vacinal inadequada impulsiona o aumento de casos. “O sarampo pode ser evitado com duas doses; no entanto, mais de 22 milhões de crianças perderam a primeira dose em 2023. Globalmente, estima-se que 83% delas receberam a primeira dose no ano passado, enquanto apenas 74% receberam a segunda dose recomendada.”

A vacina que previne o sarampo é a tríplice viral, que está disponível gratuitamente nos postos de saúde do Brasil. A recomendação do Programa Nacional de Imunizações é que vacina seja aplicada em duas doses, aos 12 e aos 15 meses de idade. 

A OMS destaca a necessidade de uma cobertura vacinal de pelo menos 95% de ambas as doses em todos os países e territórios para prevenir surtos e para proteger a população de “um dos vírus humanos mais contagiosos em todo o mundo”. A vacina contra o sarampo, segundo a OMS, já salvou mais vidas ao longo dos últimos 50 anos que qualquer outro imunizante.

O comunicado alerta que, como resultado de lacunas globais na cobertura vacinal, 57 países registaram surtos de sarampo em todas as regiões, exceto nas Américas – um aumento de quase 60% em relação aos 36 países identificados no ano anterior. África, Mediterrâneo Oriental, Europa, Sudeste Asiático e Pacífico Ocidental lideram o aumento substancial de casos, sendo que quase metade de todos os surtos ocorreu no continente africano.

“Dados recentes mostram que cerca de 107,5 mil pessoas – a maioria crianças com menos de 5 anos – morreram por causa do sarampo em 2023. Embora isso represente uma queda de 8% em relação ao ano anterior, são crianças demais ainda morrendo em razão de uma doença evitável”, avaliou a OMS.

“Mesmo quando as pessoas sobrevivem ao sarampo, podem ocorrer efeitos graves para a saúde, alguns dos podem durar por toda a vida toda. Bebês e crianças pequenas correm maior risco de complicações graves, que incluem cegueira, pneumonia e encefalite (infecção que causa inchaço cerebral e, potencialmente, danos cerebrais).”

Brasil livre do sarampo

Cinco anos após perder o certificado de eliminação do sarampo, em 2019, o Brasil recebeu esta semana da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) o status de país livre da doença. O último registro de sarampo no Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, aconteceu em junho de 2022, no Amapá.

Dados da pasta indicam que, entre 2018 a 2022, foram confirmados 9.329, 21.704, 8.035, 670 e 41 casos de sarampo, respectivamente. Em 2022, os estados que confirmaram casos foram: Rio de Janeiro, Pará, São Paulo e Amapá, sendo que o último caso confirmado foi registrado no Amapá, com data de início do exantema (erupções cutâneas) em 5 de junho.

Em 2024, o Brasil chegou a registrar dois casos confirmados, mas importados, sendo um em janeiro, no Rio Grande do Sul, proveniente do Paquistão; e um em agosto, em Minas Gerais, proveniente da Inglaterra.

O ministério define o sarampo como uma doença viral altamente contagiosa que afeta principalmente crianças e pode causar complicações graves, como diarreias intensas, cegueira, pneumonia e encefalite (inflamação do cérebro). “A maneira mais efetiva de evitar o sarampo é por meio da vacinação”, ressaltou a pasta.

 

Brasil é segundo país a entregar meta de emissões na COP29

 Arte/Agência Brasil

O Brasil foi o segundo país a apresentar a terceira geração da Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC na sigla em inglês), que define a redução de emissões de gases do efeito estufa de 59% até 67%, em 2035. O plano, que já havia sido apresentado no Brasil foi oficialmente entregue ao secretário-executivo do clima das Nações Unidas, Simon Stiell, na 29ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP29), em Baku, no Azerbaijão.

“O Brasil sai de um modelo negacionista, para a liderança e protagonismo no combate às mudanças climáticas. O presidente Lula tem total compromisso em o Brasil ser o exemplo de grande protagonista”, afirmou o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin.

O documento entregue reassume a meta de neutralidade climática até 2050 e traz na sua apresentação “uma visão de um país que reconhece a crise climática, assume a urgência da construção de resiliência e desenha um roteiro para um futuro de baixo carbono para sua sociedade, sua economia e seus ecossistemas”.

Vice-presidente da República, Geraldo Alckmin. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Além de reunir um resumo de políticas públicas que se somam para viabilizar as metas propostas na NDC, como o Plano de Transformação Ecológica, o documento também detalha por setor da economia brasileira, as ações que vêm sendo implementadas no país para que as emissões de gases do efeito estufa sejam mitigadas.

De acordo com a NDC brasileira os Planos Setoriais de Mitigação, que estão em elaboração na Estratégia Nacional de Mitigação, que integra o Plano Clima, são orientados pela nova meta e estabelecerão valores absolutos de redução de emissões de todos os gases de efeito estufa e metas para todas as áreas da economia brasileira. A previsão é que esta etapa da política pública esteja concluída no primeiro semestre de 2025.

Pelas redes sociais, Stiell falou da liderança brasileira na entrega da geração 3.0 de NDC. “A mensagem está clara: a ação climática está aumentando porque é a passagem de todas as nações para a segurança e a prosperidade”, destacou.

Segundo a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, a opção da entrega com uma margem variável, ocorreu por se tratar de um prazo de mais de dez anos, e que considera possíveis alterações nos cenários econômicos, de cooperação internacional e de avanços tecnológicos.

 A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva. Foto: Lula Marques/ Agência Brasil

“O foco é termos um número absoluto que saia de mais de 2 bilhões de toneladas de CO² para 850 milhões e lastreando essa decisão, nós temos o Plano Clima, temos o Plano de Transformação Ecológica, que é o novo paradigma para o modelo de desenvolvimento do Brasil, com seis eixos estratégicos”, diz

O primeiro país a entregar a NDC à Organização das Nações Unidas foi os Emirados Árabes Unidos, como já havia sido acordado anteriormente na formação da Troika, o pacto multilateral firmado pelas três presidências das COPs 28, 29 e 30, respectivamente Emirados Árabes Unidos, Azerbaijão e Brasil, para o cumprimento da Missão 1,5 °C.

De acordo com o documento nova ambição brasileira para emissões considera as diretrizes estabelecidas no Plano Clima, e que é resultado de um processo de consulta da sociedade, setor privado, academia, estados e municípios.

*A repórter viajou a convite do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA)

Candidatos consideram difícil prova do segundo dia do Enem

Vários estudantes que prestaram, neste domingo (10), o segundo dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), deixaram o local de aplicação de provas assim que os fiscais avisaram que já se havia passado duas horas, às 15h30, tempo mínimo para os candidatos deixassem o local sem levar o caderno de questões. Foram 90 questões sobre matemática e ciências da natureza (química, física e biologia). A prova termina às 18h30. 

Os primeiros candidatos que saíram do Enem na Faculdade Uninassau, no Flamengo, na zona sul do Rio de Janeiro, consideraram difícil as questões de ciências da natureza (química, física e biologia) e de matemática. 

Rio de Janeiro(RJ), 10/11/2024 – O estudante Vinicius Augusto é um dos primeiros a deixar local de prova do Enem. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

“Ciências da natureza eu já esperava que fosse algo mais complicado até porque não é a área que eu tenha mais aprofundamento. Mas estava tranquilo de fazer. Matemática foi mais difícil. Eu quero estudar humanas, então semana passada foi mais fácil do que hoje. A de hoje como eu não sabia muito da matéria eu acabei fazendo de qualquer jeito”, disse Vinicius Augusto, de 17 anos, que, com sua jaqueta flamenguista, admitiu que a final da Copa do Brasil entre Flamengo e Atlético-MG, que foi disputada durante a aplicação da prova, acabou pesando um pouco para sair mais cedo. 

Mery Cristina Rosa, de 24 anos, está em seu terceiro Enem. Ela quer cursar psicologia.

“Eu achei difícil a prova hoje, apesar de ter estudado. Fui melhor na semana passada, quando fui uma das últimas a entregar a prova na minha sala. Mas estou esperançosa. Estou melhor preparada”. 

Rio de Janeiro(RJ), 10/11/2024 – Mery Cristina Rosa quer cursar psicologia. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Em Brasília, a Agência Brasil conversou com alguns dos estudantes que encerraram a prova em uma universidade da Asa Norte, bairro central da capital federal. As explicações para a rapidez variaram.

Houve quem disse que, por ainda não ter concluído o ensino médio e estar fazendo a prova apenas para conhecer o teste, não tinha o compromisso de responder todas as questões. E também quem admitiu que, por não saber as respostas, “chutou”.

A primeira pessoa a deixar o local e conversar com a reportagem foi Pedro Henrique Lima Cardoso, 27 anos. Professor de língua portuguesa, ele contou que há quatro anos se coloca à prova apenas para sentir, em algum grau, o que os estudantes experimentam.

“Elas exigiam conhecimento de áreas do saber que eu não domino. O que demonstra que não é verdade que o Enem é uma prova puramente interpretativa. Não é. É uma prova exigente e que exige uma série de competências e habilidades. E é também uma prova de resistência”, acrescentou, dizendo ter achado a prova deste ano “um pouco mais complexa” que as anteriores.

“E acho que o segundo dia [hoje] é sempre mais tenso para a maioria dos candidatos, por envolver questões de exatas. A maioria dos estudantes tem mais dificuldade em disciplinas como matemática, física, química”, destacou.

Estudante da rede pública de ensino, Kris Rian, 18 anos, achou que a prova seria mais difícil. 

“Algumas das questões eu achei fáceis. Física e matemática pega mais, são um pouco mais difíceis. Na primeira prova, eu acho que fui melhor. Agora é esperar [pelos resultados]”, disse o jovem, que deixou a sala ansioso para chegar em casa a tempo de assistir à partida entre Flamengo e Atlético-MG, pela final da Copa do Brasil. “Agora é ver o jogo. Eu estava lá, fazendo a prova, e aí vinha o Flamengo à mente. E eu pensava: “Não! Foco na prova. Foca!”, brincou Rian.

Já a terapeuta Rebeca Lacerda, 25 anos, avaliou que a prova está mais difícil em comparação aos processos seletivos de anos atrás. “Vim sem pressão. Se conseguir uma boa nota, vou tentar obter um bom desconto em uma universidade particular, mas como já tenho minha profissão; o privilégio de poder pagar uma faculdade particular e estou decidida a estudar pedagogia porque gosto muito de estudar e isso será um plus para o meu trabalho. Vim mais para me testar, ver como estão meus conhecimentos e como é a prova hoje em dia. E vi que ela é muito diferente de quando eu terminei o ensino básico, mais complexa”, afirmou.

Segundo dia do Enem: candidatos respondem a 90 questões até 18h30

Milhões de estudantes brasileiros que almejam cursar uma faculdade participam, neste domingo (10), do segundo dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2024. Criada em 1998 para avaliar o desempenho escolar de quem concluiu a educação básica, a prova se tornou a principal porta de entrada para o ensino superior. Em todo o país, instituições de ensino públicas e privadas utilizam os resultados individuais do Enem para selecionar novos alunos. 

Em Brasília, os primeiros candidatos começaram a chegar cedo aos locais de prova. Tentando evitar contratempos ou surpresas, houve quem tenha chegado antes das 11 horas – uma hora antes da abertura oficial dos portões; 90 minutos antes do início da prova. 

Documentos de identificação, canetas esferográficas pretas e, na maioria dos casos, um pequeno lanche em mãos, muitos não escondiam a ansiedade natural de quem sabe estar dando um passo importante para seu futuro. 

É o caso de Daniel de Sousa Silva, 27 anos. Trabalhador autônomo e ex-aluno de uma escola pública, Daniel e sua esposa saíram de casa, em Recanto das Emas (DF), por volta das 8 horas. De ônibus, levaram quase duas horas para chegar ao local onde estão fazendo a prova, na Asa Norte, bairro da capital federal a cerca de 35 quilômetros de distância. 

“Dependemos do transporte público. Por isso, saímos cedo para evitar imprevistos”, contou Daniel, que está prestando o Enem pela primeira vez desde que concluiu o Ensino Médio, em 2022. “Estudamos sozinhos, em casa. Eu assisti a videoaulas, usei o material que tinha em casa e estou contando com o que aprendi no Ensino Médio”, acrescentou, dizendo acreditar em um desempenho que lhe garanta a nota necessária para cursar Agronomia ou Tecnologia da Informação (TI). 

O estudante Carlos Henrique Fernandes Ottes, de 18 anos, também sonha com ser aprovado para estudar TI. Morador de Planaltina de Goiás, a 60 quilômetros do local da prova, ele também saiu de casa com bastante antecedência para não correr riscos. “Na semana passada, cheguei ainda mais cedo. É melhor, mais tranquilo assim.”

“Isso pode atrapalhar um pouco, por causa da distância”,  ponderou o jovem, sentado no meio-fio, à espera da abertura dos portões, enquanto nuvens ameaçadoras se formavam no céu. Não sei por que eu estou fazendo a prova aqui. Só vi uma única pessoa que conheço. Os colegas que estudaram comigo e que estão prestando o Enem estão fazendo a prova em Planaltina”, acrescentou Ottes, revelando não ter entrado em contato com o Inep para verificar a possibilidade de transferir, previamente, o local da prova para mais perto de sua casa.

Neste segundo dia de provas, os inscritos testam os conhecimentos em ciências da natureza (química, física e biologia) e matemática. Eles têm cinco horas para responder a 90 questões de múltipla escolha. E só podem deixar definitivamente a sala de aplicação do exame após duas horas do início das provas. Sendo que, para levar o caderno de questões, terão que esperar para ir embora nos 30 minutos finais da prova.

No domingo anterior (3), primeiro dia de prova, os candidatos tiveram que responder a 90 questões objetivas sobre linguagens e ciências humanas, e escrever uma redação sobre os “desafios para a valorização da herança africana no Brasil”.

Portões do ENEM são abertos no segundo domingo de provas

Estão abertos os portões para os mais de 4 milhões de candidatos do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) realizarem o segundo dia de provas. O acesso aos locais do exame será fechado às 13h, e as provas começam meia hora depois, às 13h30. O exame é considerado a principal porta de entrada para o ensino superior.

Os candidatos devem portar documento oficial com foto e o exame só pode ser preenchido com caneta esferográfica de tinta preta, fabricada em material transparente.

Neste segundo dia de provas, os inscritos vão testar os conhecimentos em 90 questões de múltipla escolha de ciências da natureza (química, física e biologia) e de matemática.

A duração da prova será de cinco horas, e os participantes só podem sair da sala de aplicação do Enem em definitivo após duas horas do início das provas. E para levar o caderno de questões, terão que esperar para ir embora nos 30 minutos finais da prova.

A ida aos banheiros é acompanhada por fiscais com detector de metais para evitar fraudes.

PF atua na segurança do segundo dia de provas do Enem 2024

Mais de 750 policiais federais participam das ações de segurança do segunda dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2024 neste domingo (10), distribuídos em todos os estados e no Distrito Federal.

A operação visa garantir a segurança na realização do certame, com a Polícia Federal responsável por ações de polícia judiciária e inteligência para prevenir e reprimir fraudes.

A Polícia Federal juntamente com outros órgãos de segurança pública compõe a Operação Integrada de Segurança do Enem, coordenada pela Diretoria de Operações Integradas e Inteligência do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Enem 2024: candidatos enfrentam segundo dia de provas neste domingo

A aplicação da segunda etapa do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2024 será neste domingo (10), a partir de 13h30, em todos os estados, mais o Distrito Federal, em 1.753 municípios.

Neste segundo dia de provas, os inscritos vão testar os conhecimentos em 90 questões de múltipla escolha de ciências da natureza (química, física e biologia) e de matemática.

No segundo domingo do Enem 2024, a duração da prova será de cinco horas, informa o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que coordena o Enem.

Os participantes só podem sair da sala de aplicação do Enem em definitivo após duas horas do início das provas. E para levar o caderno de questões, terão que esperar para ir embora nos 30 minutos finais da prova.

A ida aos banheiros é acompanhada por fiscais com detector de metais para evitar fraudes.

Fusos

A abertura dos portões será às 12h e será proibida a entrada do participante no local de prova após o fechamento dos portões, 13h, no horário de Brasília.

A programação do exame segue o horário oficial de Brasília, por isso, o horário de abertura e fechamento dos portões e de início da prova podem variar, de acordo com o fuso horário em algumas regiões do país.

Assim como em edições passadas, o Enem será aplicado em quatro fusos horários distintos. No distrito de Fernando de Noronha (PE), que está uma hora à frente do fuso de Brasília, os portões abrem às 13h e fecham às 14h do horário local.

No Amazonas (com exceção de 13 municípios: Atalaia do Norte, Benjamin Constant, Boca do Acre, Eirunepé, Envira, Guajará, Ipixuna, Itamarati, Jutaí, Lábrea, Pauini, São Paulo de Olivença, Tabatinga), além dos estados Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Roraima, a abertura dos portões será realizada às 11h e o fechamento às 12h, no horário local. 

Já no Acre, os portões serão abertos às 10h e fechados às 11h, também pelo horário local.

Horários

O término regular do Enem 2024 está agendado para 18h30, no horário de Brasília, salvo nas salas com tempo adicional. Nos casos de solicitação de tempo extra (aprovada pelo Inep) o exame será encerrado às 19h30h. Por fim, o candidato que usar o recurso de videoprova em Língua Brasileira de Sinais (Libras) poderá concluir a prova às 20h30.

O instituto esclarece que não haverá prorrogação do tempo previsto para a realização das provas, em nenhuma das hipóteses.

 

Documentação obrigatória

O acesso à sala de aplicação somente será permitido com a apresentação de documento oficial de identificação com foto válido, nas versões impressa e digital, conforme previsto em edital.

 

A partir desta edição do Enem, não serão aceitos documentos de identificação descritos abaixo, nem boletim de ocorrência de órgãos policiais, em caso de perda ou roubo de documentos de identificação.

 

Cartão de Confirmação

O local de provas não muda entre o primeiro e o segundo dia do Enem 2024 e pode ser consultado novamente na página do participante do Inep , com Cadastro de Pessoa Física (CPF) e senha do site Gov.br.

E mesmo com o conhecimento da localidade de aplicação do exame, o Inep recomenda que o participante leve novamente o cartão de confirmação da inscrição impresso. Além do nome da instituição de ensino e número da sala de aplicação das provas, o documento traz outras informações uteis: número de inscrição, data, horário e, quando for o caso, registra se o inscrito tem direito a atendimento especializado ou tratamento pelo nome social.

O que levar

Além do documento de identificação, outro item obrigatório para fazer a prova é uma caneta esferográfica de tinta preta, fabricada em material transparente. Qualquer outro material deve ser guardado em um envelope porta-objetos, lacrado e colocado abaixo da carteira de cada participante. Lanches são permitidos, mas poderão ser vistoriados pelos fiscais de sala.

 

Declaração de Comparecimento

O participante que precisar comprovar sua presença no Enem 2024 deve acessar a Declaração de Comparecimento na mesma Página do Participante. O documento é personalizado. Ele deve ser impresso, levado nos dias da prova e entregue ao aplicador na porta da sala do exame.

Haverá uma declaração para cada dia de aplicação. Para o segundo domingo de prova, 10 de novembro, a declaração já está disponível no site do Inep.

Logística reversa

Ao fim da aplicação deste domingo, da mesma forma que ocorreu no primeiro dia de provas do exame, em 3 de novembro, os Correios recolherão em mais de 10 mil pontos em todo o país os malotes com documentos da prova, como cartão-Resposta e as folhas de presença.  

Nesta logística reversa das provas do Enem, os documentos são enviados às centrais de correção do Inep. Todo o processo é feito com escolta militar.

Reaplicação

Os candidatos do Enem que faltaram por problemas logísticos ou doenças infectocontagiosas no primeiro ou segundo dia de provas poderão solicitar para fazer as provas nos dias 10 e 11 de dezembro. O pedido de reaplicação do exame deverá ser feito na Página do Participante, no site do Inep a partir desta segunda-feira (11) até 23h59 de 15 de novembro.

As provas serão reaplicadas para os participantes que se enquadrem nos critérios estabelecidos no edital do Enem 2024.

Haverá apenas uma reaplicação de provas do Enem 2024.

Etapas

No primeiro dia de provas, os candidatos prestaram provas de linguagens, de ciências humanas (história, geografia, filosofia e sociologia) e redação e houve abstenção de 26,6%, dos mais de 4,3 milhões de inscritos, em 2024. 

De acordo com o Inep, a divulgação do gabarito das provas será dia 20 de novembro. E o resultado final será conhecido em 13 de janeiro de 2025.

Acesso ao ensino superior

Instituído em 1998, o Exame Nacional do Ensino Médio avalia o desempenho escolar dos estudantes ao término do ensino médio. Os participantes que ainda não concluíram o ensino médio podem participar como treineiros, e os resultados obtidos no exame servem somente para autoavaliação de conhecimentos.

As notas do Enem podem ser usadas em processos seletivos coordenados pelo Ministério da Educação, como Sistema de Seleção Unificada (Sisu), o Programa Universidade para Todos (ProUni) e o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies) do governo federal.

O desempenho no Enem também é considerado para ingresso em instituições de educação superior de Portugal que têm acordo com o Inep. Os acordos garantem acesso facilitado às notas dos estudantes brasileiros interessados em cursar a educação superior naquele país.

Para mais informações, acesse o edital com as regras válidas.

Prazo para justificar ausência no segundo turno vai até 7 de janeiro

Eleitores que não compareceram às urnas no segundo turno das eleições, realizado nesse domingo (27), têm até o dia 7 de janeiro de 2025 para justificar a ausência. Eleitores no exterior têm até 30 dias após o retorno ao país para justificar a ausência, caso esse retorno ocorra após o fim do prazo previsto no calendário eleitoral.

A justificativa pode ser feita por meio do aplicativo e-Título, do autoatendimento eleitoral ou do Formulário de Requerimento de Justificativa Eleitoral (pós-eleição). Neste último caso, o documento deve ser entregue em qualquer cartório eleitoral ou enviado via postal à autoridade judiciária da zona eleitoral responsável pelo título.

e-Título, aplicativo móvel – Marcello Casal JrAgência Brasil

Seja qual for a opção escolhida, a documentação que comprove o motivo da ausência deve ser anexada para análise da autoridade judiciária da zona eleitoral responsável pelo título. Caso a justificativa seja aceita, haverá o registro no histórico do título eleitoral. Se a justificativa não for aceita, será preciso quitar o débito.

Para quem não votou no primeiro turno, o prazo vai até 5 de dezembro.

“Cada justificativa é válida somente para o turno ao qual você não tenha comparecido por estar fora de seu domicílio eleitoral. Assim, caso tenha deixado de votar no primeiro e no segundo turno da eleição, terá de justificar a ausência a cada um, separadamente, obedecendo aos requisitos e prazos de cada turno”, informou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Entenda

A ausência às urnas é registrada logo após o pleito. Os prazos de justificativa figuram como períodos que o eleitor tem para regularizar essa ausência sem pagar multa eleitoral. A análise da justificativa apresentada fica sempre a cargo da autoridade judiciária da zona eleitoral responsável pelo título.

O histórico de justificativas eleitorais, contendo os respectivos pleitos em que o eleitor esteve ausente, pode ser consultado no aplicativo e-Título. O acesso ao aplicativo está disponível, de acordo com o TSE, para quem está com o título eleitoral regular ou suspenso.