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São Silvestre: atletas elogiam público e apontam calor como obstáculo

Com vitórias na manhã desta terça-feira (31) tanto na prova masculina quanto na feminina, os quenianos mantiveram a hegemonia na Corrida Internacional de São Silvestre.

Desde que estrearam na competição, em 1992, eles detém 19 vitórias na prova feminina e 18 na masculina. Um dos maiores vencedores da corrida, com cinco vitórias, também é queniano: Paul Tergat, que conquistou o pódio em 1995, 1996, 1998, 1999 e 2000.

Nesta terça-feira, a queniana Agnes Keino venceu os 15 quilômetros da tradicional prova de rua de São Paulo em 51 minutos e 25 segundos. A segunda colocação também foi de uma queniana, Cynthia Chemweno, com o tempo de 52 minutos 11segundos. Já no masculino, a vitória foi do queniano Wilson Too, com o tempo de 44 minutos e 21 segundos.

Dentre as brasileiras, Nubia de Oliveira Silva ficou com a terceira colocação finalizando a prova em 53 minutos e 24 segundos; e Tatiane Raquel da Silva em quinto, com o tempo de 53 minutos 51 segundos.

“Colocar duas brasileiras entre as cinco melhores foi um dia especial”, disse Tatiane, em entrevista coletiva concedida ao final da prova.

“Quando cheguei na Brigadeiro [a subida da Avenida Brigadeiro Luiz Antônio, que termina com a chegada na Avenida Paulista] vi que as estrangeiras estavam cerca de 100 metros na minha frente. Mas vi que era possível chegar na terceira colocação. Com o incentivo do público, aumentei o ritmo e, quando vi que a gente ia entrar na Avenida Paulista, saiu uma força muito grande de mim”, contou Nubia, que conquistou a terceira posição cinco segundos à frente da tanzaniana Anastazia Dolomongo.

No masculino, o brasileiro melhor colocado foi Johnatas de Oliveira Cruz, que alcançou o quarto lugar do pódio, com o tempo de 45 minutos e 32 segundos. No ano passado, ele também havia sido o melhor brasileiro da São Silvestre, mas na sexta posição.

“Este ano a gente mostrou que estamos mais perto de quebrar essa hegemonia [de vitórias de atletas africanos]. Temos que focar três meses antes para a São Silvestre. É foco, cabeça tranquila e o principal: muita mentalidade”, disse ele.

Segundo os corredores, o grande destaque da prova de hoje foi a empolgação do público: “adorei a prova porque tinha muita torcida ao longo do percurso”, comentou Cynthia.

“A São Silvestre é uma energia boa, que arrepia ao subir a Brigadeiro. É uma energia muito grande”, completou Tatiane.

Calor

Os atletas de alto rendimento também concordam que o calor foi a principal dificuldade para completar a corrida. “Senti o clima a partir dos 10 quilômetros, quando começou a ficar mais quente. Aproveitei para me hidratar bastante durante a prova. Quando chegamos na Brigadeiro, eu já estava cansada e não consegui brigar até o final. O clima pesou bastante para todo mundo”, disse Tatiane.

“Estou muito feliz. A corrida foi boa. Mas a condição do tempo foi difícil por causa do calor”, concordou a campeã feminina da prova, Agnes Keino.

“O clima estava mais quente do que no ano passado. Mas pretendo voltar no ano que vem”, afirmou o campeão da prova masculina, que usou a São Silvestre como preparação para a Maratona de Sevilha, na Espanha.

O Brasil não alcança o topo do pódio da São Silvestre há muitos anos. No masculino, a última vitória foi em 2010, quando Marilson dos Santos conquistou o tricampeonato. No feminino, a última vitória foi em 2006, com Lucélia Peres.

 

São Paulo tem aumento de homicídios e latrocínios em novembro

O estado de São Paulo registrou 214 homicídios dolosos – quando há intenção de matar – no mês de novembro deste ano. Foram cinco casos a mais do que no mesmo mês do ano passado, quando o crime teve 209 registros. O número de vítimas passou de 224 para 226.

Os dados são da Secretaria da Segurança Pública do estado (SSP-SP), que divulgou nesta segunda-feira (30) as estatísticas criminais de novembro.

Os latrocínios – roubo seguido de morte – também tiveram mais registros no mês, com 16 casos. No ano passado, foram 12 boletins de ocorrência deste crime em novembro.

Já os estupros tiveram redução no mês. Foram 1.164 registros em novembro deste ano, sendo 899 deles estupro de vulnerável. Em novembro de 2023, foram 1.270 registros do crime, sendo 988 contra vulnerável.

Crimes contra patrimônio

Em novembro, foram 15.086 ocorrências de roubos no estado, queda de 18,85% em relação aos casos do mesmo mês de 2023 (18.592 registros). Segundo a SSP-SP, o número é o menor já registrado para o período desde 2001, quando teve início a série histórica. 

No recorte de roubos de cargas, a redução foi de 39,05% na comparação mensal, passando de 571 para 348 ocorrências em novembro deste ano. Os roubos de veículos chegaram a 2.868 no penúltimo mês do ano, 425 casos a menos que no mesmo período de 2023.

No mesmo período, os furtos no estado passaram de 47.788 para 46.304. Já os furtos de veículos aumentaram de 8.094 para 8.254, na comparação entre os meses de novembro de 2023 e 2024.

Queniano vence e brasileiro chega em quarto lugar na São Silvestre

Mais uma vez, os africanos mostraram domínio na mais tradicional prova de rua do Brasil: a Corrida Internacional de São Silvestre. No masculino, a prova foi vencida pelo queniano Wilson Too, que completou a corrida com o tempo de 44 minutos e 21 segundos.

O segundo lugar foi conquistado por Joseph Panga, da Tanzânia, com o tempo de 44m51. Já a terceira posição é do também queniano Reuben Poghisho, que terminou com o tempo de 45m26.

O melhor brasileiro na prova foi Johnatas de Oliveira Cruz, que chegou na quarta posição, colado no queniano, com o tempo de 45 minutos e 32 segundos. O quinto colocado foi o queniano Nicolas Kiptoo Kosgei, com 45m41.

A última vez que o Brasil conquistou a São Silvestre no masculino foi em 2010, com a vitória de Marilson Gomes dos Santos.

 

Brasil volta ao pódio feminino da São Silvestre

A brasileira Nubia de Oliveira Silva conseguiu alcançar o pódio da tradicional corrida internacional de São Silvestre, chegando em terceiro lugar, com o tempo de 53 minutos e 24 segundos. Ela conseguiu alcançar o pódio após ter ultrapassado a atleta da Tanzânia, Anastazia Dolomongo, que completou a prova com o tempo de 53m29. Desde 2021 o Brasil não chegava entre as três melhores colocações.

A brasileira Núbia de Oliveira chega na terceira posição na disputa da 99ª Corrida Internacional da São Silvestre. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

Já a também brasileira Tatiane Raquel da Silva chegou na quinta colocação, com o tempo de 53m51.

A prova foi vencida pela queniana Agnes Keino, com o tempo de 51m25. Na segunda posição chegou a também queniana Cynthia Chemweno, com o tempo de 52m11.

O Brasil não sobe ao topo do pódio da São Silvestre desde 2006, quando Lucélia Peres foi campeã.

Casal que se conheceu correndo fica noivo na São Silvestre

Mais tradicional corrida de rua do Brasil, a São Silvestre ficará centenária em 2025. E em todos estes anos de realização, a competição não perdeu uma característica: reunir uma grande quantidade de corredores anônimos, que participam dela para se divertir, para cumprir uma promessa ou até mesmo por causa da saúde. Há também quem participe da prova para fazer um pedido especial: o de casamento.

Esse foi o caso de Reginaldo Barbosa Pereira, que completará 44 anos de idade nesta quarta (1). Ele, que vive em Santa Luzia (MG), corre a São Silvestre há quatro anos. Neste ano, a prova teve um significado diferente. Ele decidiu pedir a noiva Vanessa Cristina Ferreira, de 33 anos, com quem namora há seis anos, em casamento.

“Eu a conheci através da corrida e acho que essa foi uma ocasião especial para pedi-la em casamento”, contou ele à reportagem da Agência Brasil. “E a resposta foi sim, Graças a Deus. Ainda bem que ela aceitou!”.

Analista de recrutamento, Vanessa disse que eles correm a São Silvestre juntos porque “essa é uma corrida incrível”.

“Essa é uma corrida que desperta muitas emoções. Meu avô, que foi minha figura de pai, era esportista e gostava muito dessas coisas. Eu também gosto. Mas a gente corre porque essa é uma corrida sem igual”, disse ela. “E essa São Silvestre está sendo mais do que especial. Não estava esperando isso, não [o pedido de casamento]. Ou melhor, eu esperava o pedido, sim, mas não aqui. Mas isso foi muito especial mesmo. Ele me pediu em casamento hoje, quando completamos seis anos de namoro. Chorei muito. E a resposta foi sim, é claro!”.

Já a técnica de enfermagem Regiane Silva, 58 anos, corre desde 2017 por causa de uma fibromialgia. “Para evitar tomar medicação”, disse.

Ela contou à Agência Brasil que correr a São Silvestre “é espetacular”. “Ela ocorre no último dia do ano e nos desafia a fazer algo diferente. Ela nos motiva. Cada caso é um caso. Cada corredor é uma história diferente. Mas para todas elas não importa se você corre bem ou se corre mal, se você vai caminhar ou correr. Eu mesma não me preparei porque tive um problema de saúde. Eu vou caminhar [este ano] e pegar a minha medalha. E, no ano que vem, que é o centenário [da prova], quero estar aqui de novo”.

Disputa da 99ª Corrida Internacional da São Silvestre reúne corredores em São Paulo. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil.

Há também os que participam da prova fantasiados, para “divertir as crianças”. Este é o caso de Miguel dos Santos Rocha, 64 anos, de Paulínia (SP). Esta já é a quinta vez em que ele participa dessa prova. “Todo ano venho fantasiado. E este ano eu vim de Chapolim. No ano passado, eu vim fantasiado de notas antigas de dez reais. Correr fantasiado é mais difícil. Mas eu adoro correr. E a São Silvestre tem um gosto especial. Ela fecha o ano mesmo”, contou ele, que já sofreu dois AVCs (acidente vascular cerebral) e é portador de marcapasso.

O publicitário e escritor Leandro Leal, 47 anos, por sua vez, tem um objetivo especial: correr ao lado do pai, José Batista Leal Filho, 82 anos.

“Corro a São Silvestre, primeiramente, porque este é um evento muito brasileiro e muito paulistano. Acho que quem mora em São Paulo e gosta de correr não pode perder. Aqui tem corredores do Brasil inteiro”, falou. “Mas há três anos meu objetivo é correr sempre com meu pai. Prometi a ele que, enquanto ele quisesse e pudesse, eu ficaria em São Paulo nos finais de ano para correr com ele”.

O preparo para a prova é também especial para eles. “Eu faço um jantar para ele na véspera, com massa e carboidrato. Para o meu pai, tenho essa impressão, é como se fosse uma véspera de Natal para uma criança. Ele vem para cá com o ânimo de uma criança e, para mim, esse é meu maior objetivo”, falou Leandro.

Para o pai, correr a São Silvestre é também qualidade de vida. “Decidi correr após um câncer. O atletismo para mim é qualidade de vida. A São Silvestre é como se fosse um atestado médico”, contou. “Quanto mais fazemos exercícios e mais esporte, mais saúde. O atletismo é muito importante para a vida”.

As histórias são muitas. Mas o objetivo de todos os corredores da São Silvestre é um só: conseguir terminar a prova. O maior obstáculo para isso é o trecho final, a subida da Brigadeiro Luiz Antônio. “Já chegamos na Brigadeiro cansados. Mas apostamos na adrenalina”, brincou José Batista Leal Filho.

Organizações sociais denunciam violência policial em São Paulo à OEA

Mais de 80 organizações e movimentos da sociedade civil, grupos periféricos e de defesa dos direitos humanos e grupos familiares de vítimas de violência policial encaminharam um documento à Organização dos Estados Americanos (OEA) denunciando o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e seu secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, pelo aumento da violência policial no estado paulista. O documento foi protocolado no dia 20 de dezembro e é assinado por 81 organizações.

Citando a Operação Escudo e a Operação Verão, que provocou a morte de dezenas de pessoas, além do caso recente de um rapaz que foi jogado de uma ponte por um policial, as entidades afirmam que houve agravamento da violência policial no estado de São Paulo e que é necessário que a OEA responsabilize o secretário e o governador de São Paulo. O documento pede também à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) que acompanhe os casos e faça recomendações oficiais ao Estado brasileiro para agir pela diminuição da violência policial em todo país.

“Esses episódios exemplificam a atuação racista e autoritária da polícia no estado, e cabe a nós exigir o fim da violência racial promovida em São Paulo pelo governador Tarcísio de Freitas e o Secretário de Segurança Público, Guilherme Derrite! Nos últimos dois anos, os índices de letalidade policial no estado só aumentaram. As chacinas ocorridas na Baixada Santista resultaram na morte de mais de 70 civis. No ano de 2023, 460 pessoas foram mortas pela Polícia Militar de São Paulo. Até novembro de 2024, esse número subiu para 673 vítimas, sendo que a maioria, pessoas negras”, escreveram as entidades no documento.

Para essas organizações, a principal vítima dessa violência policial é a população periférica e negra. “A criminalidade não tem endereço, nem rosto, ou identidade, no entanto, a atuação da polícia militar incide sistematicamente em territórios das periferias, contra pessoas negras e pobres”, afirmam.

Por causa desse aumento dos casos violentos praticados por agentes do Estado, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, determinou o uso obrigatório de câmeras por policiais militares em operações no estado de São Paulo. Na semana passada, Barroso definiu as regras para o uso obrigatório dessas câmeras, determinando que os agentes deverão utilizar o equipamento em “operações de grande envergadura”, incursões em comunidades vulneráveis e em operações deflagradas para responder a ataques contra policiais.

Governo

Procurada pela Agência Brasil, a Secretaria de Segurança Pública informou que tem compromisso com “a legalidade, transparência e respeito aos direitos humanos” e que “não compactua com excessos ou desvios de conduta, punindo exemplarmente aqueles que infringem a lei e desobedecem aos protocolos estabelecidos pelas forças de segurança”.

Por meio de nota, a secretaria disse ainda que todas as ocorrências de violência policial são apuradas “com a máxima atenção, inclusive pela Polícia Civil, com acompanhamento da Corregedoria, Ministério Público e Poder Judiciário”.

A secretaria também negou que os casos de mortes em decorrência de ação policial tenham crescido nos últimos anos. “Nos dois primeiros anos da atual gestão (2023 e 2024) houve redução de 32,2% nas mortes em decorrência de intervenção policial, se comparado aos dois primeiros anos da gestão anterior (2019 e 2020). Em igual período, 281 policiais militares foram expulsos e demitidos e 342 presos. Também foram instaurados 684 processos demissórios pela Corporação, reforçando o rigor das investigações conduzidas por sua Corregedoria, que atua de forma estruturada e independente para garantir que nenhuma irregularidade fique impune”.

Já sobre as câmeras corporais, o órgão informou que a atual gestão tem trabalhado pela “ampliação do programa”. 

“Deste modo, ampliou em 18,5% as Câmeras Operacionais Portáteis (COPs), com a aquisição de 12 mil novos dispositivos. Importante ressaltar que a PM adotou rígidos protocolos com relação ao uso dos equipamentos e as punições previstas para quem descumpri-los. Deste modo, qualquer policial que não cumpra as regras de utilização, incluindo o acionamento da câmera, será devidamente responsabilizado”, informou a SSP.

São Silvestre é prova peculiar e desafiadora, afirmam atletas de elite

Com crescimento no número de inscritos e também na participação feminina, a tradicional Corrida Internacional de São Silvestre chega à sua 99ª edição neste ano. Realizada pela primeira vez no dia 31 de dezembro de 1925 e idealizada pelo jornalista Cásper Líbero, a prova só foi interrompida em 2020 por causa da pandemia do novo coronavírus.

Agora, em 2024, mais de 37,5 mil pessoas deverão participar da corrida, representando 40 países. Desse total, 14.625 são mulheres, um crescimento de 2% em relação ao ano anterior.

Entre as inscritas está Kleidiane Barbosa Jardim, que ficou em sétimo lugar no ano passado e que, este ano, vai em busca do pódio. “Minha expectativa é de que eu seja melhor do que em 2024”, disse ela durante entrevista coletiva na manhã de hoje (30) em um hotel na capital paulista.

No pelotão de elite feminino, ela terá a companhia de outras brasileiras como Nubia de Oliveira Silva, campeã da Asics Golden Run SP, e de Mirela Saturnino de Andrade, vencedora do campeonato sul-americano de maratona em 2017.

Vencer a prova, no entanto, será um grande desafio para as brasileiras. Desde 2006, com Lucélia Peres, o país não sobe ao topo do pódio. Mas elas mantêm o otimismo.

A queniana Cynthia Chemweno está otimista para a prova deste dia 31. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

“Cheguei aqui com grande expectativa, fiz uma ótima preparação e vamos buscar [a vitória]. Eu acredito muito que é possível. É possível o pódio, é possível sim ser a melhor brasileira. E vou lutar com todas as minhas forças”, promete Nubia.

As principais concorrentes dessas brasileiras são as quenianas. Nas últimas 15 edições, elas venceram 12 vezes. Neste ano, os principais nomes do Quênia na São Silvestre são as atletas Agnes Keino, Cynthia Chemweno, Salome Chepchumba, Vivian Kemboi e Viola Kosgei. “Espero correr bem. Estou preparada e imagino que vai correr tudo bem”, disse Cynthia, em entrevista coletiva. “Estou forte e espero fazer o melhor”, completou Agnes.

Falta de incentivo

Para as atletas brasileiras, essa ausência no pódio mais alto da principal corrida de rua do país pode ser explicada pela falta de incentivo. “É preciso trazer mais o público feminino para as provas, incentivar mais”, sinaliza Kleidiane.

“Essa questão do incentivo é bem importante. A gente vê que as pessoas se apegam à questão do dinheiro. ‘Por que você está fazendo isso? Quanto você está ganhando? Você vai ganhar alguma coisa com isso?’ Mas a gente tem que ter em mente que, quando a gente nasce para fazer uma coisa, a gente tem um talento, a gente tem que incentivar”, explica a atleta.

Mirela sabe que, para as mulheres, as dificuldades são maiores. Mas ela destaca o esporte como uma grande ferramenta de transformação. “Quem sabe de onde eu vim, sabe o que eu hoje me tornei através do esporte. Foi o esporte que me salvou. Eu usei o esporte como terapia”, revela.

E acrescenta: “Pela minha experiência de vida, foi muito difícil para mim porque eu era uma menina que vivia numa comunidade humilde e onde não tinha muito ajuda. As pessoas só perguntam o que você ganha, mas não sabem o quanto você ama aquilo [a corrida]. Não é só pela medalha, pelo dinheiro. Mas para vencer na vida”.

Como mulher e atleta, Nubia tem consciência de que muitas pessoas poderão se inspirar em suas histórias para se transformar por meio do esporte. “Todas as mulheres podem chegar aonde a gente chegou. Só precisa acreditar. Elas podem querer ser atletas profissionais ou buscar a corrida para melhorar sua vida, melhorar a saúde mental. Não importa. Tenho certeza que a mulher pode chegar onde ela quer. E o lugar dela é onde ela quiser”, preconiza.

Elite masculina

Nas últimas décadas, a prova é dominada pelos africanos. Desde que estrearam, em 1992, o Quênia detém 18 vitórias no feminino e 17 no masculino, sendo a nação mais vitoriosa na era internacional da São Silvestre. Porém, Etiópia e Uganda entraram nessa briga e, no masculino, venceram seis das últimas dez edições.

A última vez que o Brasil conquistou a São Silvestre no masculino foi em 2010, com a vitória de Marilson Gomes dos Santos. Agora, para buscar este feito em 2024, o Brasil aposta em atletas como Fabio de Jesus Correia, que conquistou o bicampeonato na Volta da Pampulha, em Belo Horizonte; Ederson Vilela, bicampeão da Maratona de Curitiba; e Johnatas de Oliveira Cruz, brasileiro melhor colocado na prova de 2024, com um sexto lugar.

A expectativa deles é alta para este ano. “Tive um ano muito bom, principalmente em provas de distâncias mais longas, como a maratona. Fui bicampeão da Maratona de Curitiba, fui o melhor brasileiro colocado na Maratona do Rio e na Maratona de São Paulo. E chego aqui com a minha melhor preparação. Muito focado e, lógico, vamos torcer para que amanhã,  dia 31, eu esteja um dia abençoado e que possa fazer o melhor para mim e também para o Brasil”, sustenta Ederson.

Confiança e preparação

“Estou confiante para fazer uma boa prova. Vamos buscar quem sabe uma boa colocação”, afirmou Fábio. “Estou na minha melhor preparação, na minha melhor fase. A gente vai tentar colocar isso em prática neste ano e tentar fazer uma boa prova”, avalia Johnatas.

Para eles, a corrida de São Silvestre é bastante peculiar. “É a quinta vez que vou participar e a São Silvestre é uma prova muito desafiadora. Começa muito rápido e, no final, é a subida, que é onde vai decidir [o pódio]”, observa Fábio.

“Ela desce muito [a descida da região do Estádio do Pacaembu] e depois tem aquele nível onde vai oscilar pouco e depois tem a parte final [a subida da Brigadeiro Luiz Antonio], que sobe muito. Então, a preparação para São Silvestre demanda essas três fases. Você tem que treinar tanto descida, segurar também o ritmo na metade da prova e depois também vai demandar muita força, que é a parte final da prova. Mas acho que estamos bem preparados”, observa Johnatas.

Embora preparados, os atletas criticaram o fato de que, no Brasil, não há a cultura de se fazer treinamentos em grupo, como ocorre em outros países. “Hoje em dia, um treina de um lado, outro treina de outro lado e não tem aquela união. Isso ia ajudar bastante, essa união dos atletas, porque os atletas estrangeiros eles treinam em grupo, eles treinam unidos”, sustenta Fábio.

“O brasileiro tem que começar a tomar essa cultura como, por exemplo, correr ali, do primeiro até o décimo quilômetro se ajudando. Porque a facilidade nossa é maior de ganhar, porque somos mais do que eles. Só que a gente também entende que a preparação deles e o nível técnico deles acabam se sobressaindo porque o trabalho em grupo faz toda a diferença”, garante Johnatas.

Ederson Vilela, Fabio de Jesus Correia e Johnatas de Oliveira Cruz estão prontos para a  S.Silvestre.Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil – Paulo Pinto/Agência Brasil

Como será a prova

A programação da corrida de São Silvestre começará às 7h25min, com a largada da categoria Cadeirantes. Em seguida, às 7h40min, será a vez da elite feminina. Às 8h05min, entram na pista os corredores da elite masculina, Pelotão C, Cadeirantes com Guia e Pelotão Geral, que, pela primeira vez, contará com a largada em ondas.

Desde 1991, o percurso da São Silvestre tem 15 kms. Com pequenos ajustes ao longo deste tempo, atualmente o trajeto passa por pontos turísticos de São Paulo, com largada na Avenida Paulista, número 2084, e chegada em frente ao prédio da Fundação Cásper Líbero, também na Avenida Paulista, 900.

Saiba quais são os feriados e pontos facultativos de 2025

Portaria do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) publicada nesta segunda-feira (30) no Diário Oficial da União define o cronograma de feriados nacionais e de pontos facultativos do ano de 2025.

Em nota, a pasta informou que as datas deverão ser cumpridas nos órgãos e entidades da administração pública federal direta, autárquica e fundacional, sem comprometimento de atividades públicas consideradas serviços essenciais à população.

A portaria estabelece ainda que feriados em comemoração à data magna de estados, fixadas em lei estadual, e os dias de início e término de ano de centenário de fundação de municípios, declarados em lei municipal, serão observados por repartições da administração pública federal direta, autárquica e fundacional nas respectivas localidades.

“Dias de guarda dos credos e religiões não relacionados na portaria poderão ser compensados desde que previamente autorizados pelo responsável pela unidade administrativa de exercício do servidor”, destacou o ministério no comunicado.

“Não será permitido aos órgãos e entidades integrantes do Sistema de Pessoal Civil da Administração Federal antecipar ponto facultativo em discordância com o que dispõe a portaria. Também está vedado adotar ponto facultativo estabelecido pela legislação estadual, municipal ou distrital, ressalvados os feriados em comemoração à data magna do estado.”

Veja a lista com os 18 feriados nacionais e pontos facultativos de 2025:

– 1º de janeiro (quarta-feira) –  Confraternização Universal (feriado nacional);

– 3 de março (segunda-feira) – Carnaval (ponto facultativo);

– 4 de março (terça-feira) – Carnaval (ponto facultativo);

– 5 de março – Quarta-Feira de Cinzas (ponto facultativo até as 14h);

– 18 de abril (sexta-feira) – Paixão de Cristo (feriado nacional);

– 21 de abril (segunda-feira) – Tiradentes (feriado nacional);

– 1º de maio (quinta-feira) – Dia Mundial do Trabalho (feriado nacional);

– 19 de junho (quinta-feira) – Corpus Christi (ponto facultativo);

– 20 de junho (sexta-feira) – ponto facultativo;

– 7 de setembro (domingo) – Independência do Brasil (feriado nacional);

– 12 de outubro (domingo) – Nossa Senhora Aparecida (feriado nacional);

– 28 de outubro (terça-feira) – Dia do Servidor Público Federal (ponto facultativo), a ser comemorado dia 27;

– 2 de novembro (domingo) – Finados (feriado nacional);

– 15 de novembro (sábado) – Proclamação da República (feriado nacional);

– 20 de novembro (quinta-feira) – Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra (feriado nacional);

– 24 de dezembro (quarta-feira), – véspera de Natal (ponto facultativo após as 13h);

– 25 de dezembro (quinta-feira) – Natal (feriado nacional);

– 31 de dezembro (quarta-feira) – Véspera de ano novo (ponto facultativo após as 13h).

Defesa Civil alerta para áreas com solo encharcado em São Paulo

A Defesa Civil de São Paulo fez um alerta nesta segunda-feira (30) para chuvas intensas e calor em todo o estado até quarta-feira (1º), com maiores acumulados na região de Ribeirão Preto e Franca, noroeste do estado.

Segundo o órgão, até o momento não há indicação de risco expressivo até a virada do ano. No entanto, como o solo está encharcado em diversas regiões, a recomendação é que a população fique atenta para as áreas mais vulneráveis. Tempestades estão previstas para todo o estado.

Para hoje (30), a previsão é de sol entre nuvens, o que levará a uma sensação térmica de calor e abafado em todo o território paulista. Ao longo da tarde, a combinação de calor com a umidade proveniente do oceano e da região amazônica deve criar condições para pancadas de chuvas fortes, seguidas por raios e vento. 

Segundo a Defesa Civil, entre terça-feira (31) e quarta-feira (1º), os dias serão marcados por sol entre nuvens, com aumento das temperaturas e da sensação de calor abafado no estado. No decorrer das horas, o calor e a umidade vão criar condições para pancadas de chuva forte, com raios e vento.

“Como haverá momentos de tempestade, recomenda-se atenção redobrada em áreas mais vulneráveis, pois há risco para transtornos”, alertou a Defesa Civil, em nota.

Baixada Santista

Na Baixada Santista, entre terça-feira (31) e quarta-feira (1), haverá sol entre nuvens, o que pode ajudar a aumentar as temperaturas e elevar a sensação de calor abafado em toda região.

Ao longo do dia, a soma do calor com a umidade vinda do oceano pode criar condições para pancadas de chuva, seguidas por raios e vento.

Segundo a Defesa Civil, os modelos meteorológicos não indicam riscos para acumulados significativos de chuva na Baixada. No entanto, recomenda “atenção redobrada em áreas mais vulneráveis, pois há risco para transtornos”.

Três pessoas morrem soterradas em Taubaté, no interior de São Paulo

Três pessoas que estavam em uma casa no bairro Barreiro, em Taubaté, no interior paulista, morreram soterradas nessa sexta-feira (27). O soterramento aconteceu por volta das 17h30, envolvendo mais três pessoas. Gustavo Santos Scacaparozzi, 42 anos, ficou parcialmente soterrado e após ser resgatado foi encaminhado ao Hospital Regional de Taubaté. As duas outras pessoas, crianças, não sofreram nenhuma lesão. Os falecidos são Carla Sírio Leite, 38 anos e Geovane Matsuda, 34 anos, casados. Maurício era caseiro.

Segundo o Corpo de Bombeiros, as chuvas de ontem (27) atingiram 21 municípios. Além dos três mortos, deixaram três pessoas feridas, 17 desabrigadas, 29 desalojadas. Quase 32 mil unidades ficaram sem energia elétrica.

Entre as ocorrências, o Corpo de Bombeiros registrou alagamentos com interdição de rodovia, queda de postes e árvores em Caieiras; alagamentos, queda de árvores e deslizamentos em Campinas; deslizamento de terra em fundos de residências e pontos de alagamento em Campo Limpo Paulista; deslizamento de terra afetando cinco residências, pontos de alagamento e queda de árvores em Francisco Morato.

Em Franco da Rocha houve extravasamento de córrego e pontos de alagamento; na capital paulista houve pontos de alagamento e queda de árvores; em Bertioga, deslizamento de terra na Rodovia Mogi-Bertioga; em Jundiaí, uma queda de árvore sobre residência deixou uma vítima leve e dois desalojados; em Suzano, 80 residências ficaram alagadas e houve deslizamentos; em Vinhedo, houve queda de árvores, alagamentos e interdição parcial da marginal Anhanguera.

Deslizamento, obstrução de vias e alagamentos atingiram Mogi das Cruzes; em Guarulhos foram registrados alagamentos e queda de árvores; em Monte Mor, alagamentos com interdição de vias; em Mauá, deslizamento próximo a residências; em Estiva Gerbi, alagamentos com interdição de vias. Em Valinhos uma árvore caiu sobre uma residência e o veículo, além de um extravasamento de rio. Em Santa Isabel, houve deslizamentos e alagamentos. Lorena também teve alagamentos, além de queda de árvores. Em Guaratinguetá, foram registrados alagamentos. Em Indaiatuba, uma pequena ponte teve que ser interditada.