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Síria: líder apoiado pelos rebeldes assume cargo de premiê interino

O novo líder da Síria anunciou nesta terça-feira (10) que estava assumindo o comando do país como primeiro-ministro interino, com o apoio dos antigos rebeldes que derrubaram o presidente Bashar al-Assad há três dias.

Em breve discurso na televisão estatal, Mohammed al-Bashir, uma figura pouco conhecida na maior parte da Síria, que anteriormente dirigia uma administração em um pequeno bolsão do noroeste controlado pelos rebeldes, disse que liderará a autoridade interina até 1º de março.

“Hoje realizamos uma reunião de gabinete que incluiu uma equipe do governo de Salvação, que estava trabalhando em Idlib e seus arredores, e o governo do regime deposto”, afirmou.

“A reunião teve como tema principal a transferência dos arquivos e das instituições para cuidar do governo.”

Atrás dele havia duas bandeiras: a bandeira verde, preta e branca, hasteada pelos oponentes de Assad durante toda a guerra civil, e uma bandeira branca com o juramento islâmico de fé escrito em preto, tipicamente hasteada na Síria por combatentes islâmicos sunitas.

Na capital síria, os bancos reabriram pela primeira vez desde a derrubada de Assad. As lojas também foram reabertas, o tráfego voltou às ruas, os trabalhadores da construção civil voltaram a consertar uma rotatória no centro da cidade de Damasco, e os limpadores de rua estavam varrendo as vias.

Houve diminuição notável no número de homens armados nas ruas. Duas fontes próximas aos rebeldes disseram que seu comando havia ordenado que os combatentes se retirassem das cidades, e que a polícia e as forças de segurança interna afiliadas ao principal grupo rebelde, Hayat Tahrir al-Shams (HTS), se posicionassem lá.

Os passos em direção à normalização ocorreram apesar dos intensos ataques aéreos de Israel contra bases do Exército sírio, cujas forças se dispersaram diante do avanço relâmpago dos rebeldes que expulsaram Assad.

Israel, que enviou forças por meio da fronteira para uma zona desmilitarizada dentro da Síria, disse que seus ataques aéreos têm como objetivo evitar que as armas caiam em mãos hostis. O país negou relatos de que suas forças haviam avançado além da zona de proteção para a zona rural a sudoeste de Damasco.

Em um sinal de que os estrangeiros estão prontos para trabalhar com o HTS, antiga afiliada da Al Qaeda que liderou a revolta anti-Assad e que ultimamente tem enfatizado seu rompimento com as raízes jihadistas, o enviado da ONU à Síria minimizou sua designação como organização terrorista.

“Até o momento, a realidade é que o HTS e também os outros grupos armados têm enviado boas mensagens ao povo sírio de unidade, de inclusão”, disse Geir Pedersen em entrevista em Genebra.

Novo líder

O novo líder interino da Síria tem pouco perfil político além da província de Idlib, a pequena região do noroeste, em grande parte rural, onde os rebeldes mantiveram uma administração durante os longos anos em que as linhas de frente da guerra civil da Síria ficaram congeladas.

Uma página do Facebook da administração rebelde diz que ele foi treinado como engenheiro elétrico, depois se formou em sharia e direito, e ocupou vários cargos em áreas como educação.

A incursão de Israel no sudoeste do país e seus ataques aéreos às bases do Exército derrotado criam um problema de segurança adicional para a nova administração, embora Israel insista que sua intervenção é temporária.

Depois que a fuga de Assad, no domingo (8), pôs fim a mais de cinco décadas de governo de sua família, as tropas israelenses entraram na zona tampão dentro da Síria, estabelecida após a guerra do Oriente Médio de 1973.

Três fontes de segurança disseram hoje que os israelenses haviam avançado para além da zona desmilitarizada. Uma fonte síria afirmou que eles chegaram à cidade de Qatana, a vários quilômetros a leste da zona de segurança e a curta distância de carro do aeroporto de Damasco.

O porta-voz militar israelense, tenente-coronel Nadav Shoshani, disse que as tropas permaneceram na zona de proteção e em “alguns pontos adicionais” nas proximidades, e que não houve nenhum avanço significativo para a Síria além da área de separação.

“Não estamos envolvidos no que está acontecendo internamente na Síria, não somos um dos lados desse conflito e não temos nenhum outro interesse além de proteger nossas fronteiras e a segurança de nossos cidadãos”, afirmou Shoshani.

*É proibida a reprodução deste conteúdo.

Rebeldes tomam a 2ª maior cidade da Síria em ofensiva contra Assad

A guerra civil da Síria, iniciada em 2011, ganhou novo capítulo neste final de semana porque grupos rebeldes islâmicos que lutam contra o governo de Bashad Al-Assad tomaram Aleppo, a segunda maior cidade do país com cerca de 2 milhões de habitantes. Em retaliação, as forças aéreas síria e russa realizam bombardeios contra posições dos rebeldes, tanto em Aleppo como na província de Idlib, que está sob controle dos jihadistas islâmicos.  

Vídeos publicados nas redes sociais mostram dezenas de homens armados desfilando por Aleppo, que já havia sido tomada por rebeldes em 2016. Na época, eles acabaram expulsos pelo regime sírio após apoio da força aérea russa.

Segundo agências de notícias locais, os rebeldes impuseram um toque de recolher em Aleppo após tomarem o controle da cidade. Já a agência de notícias oficiais da Síria afirma que o exército do país se reagrupou na zonal rural do norte da cidade de Hama, ao sul de Aleppo.  

“Os aviões de guerra conjuntos sírio-russos estão intensificando os ataques aéreos nos locais, quartéis-generais, depósitos de armas e munições dos terroristas, deixando dezenas de baixas e mortes entre os terroristas”, informou uma fonte militar síria à agência de notícias oficial do país, a Sana.

De acordo com a assessoria da Presidência da Síria, Assad afirmou que é capaz de eliminar os rebeldes com a ajuda dos seus aliados. “O terrorismo só entende a linguagem da força, e é a linguagem com a qual iremos quebrá-lo e eliminá-lo, independentemente dos seus apoiantes e patrocinadores. Eles não representam nem as pessoas nem as instituições, representam apenas as agências que os operam e os apoiam”, declarou.

De acordo com a organização não governamental (ONG) Observatório Sírio para os Direitos Humanos, a ofensiva rebelde contra o governo sírio começou na última quarta-feira (27) e estima-se que já causou a morte de mais de 300 pessoas. A organização relata ainda a fuga em massa de civis após a invasão de Aleppo.  

Guerra santa

Entre os diversos grupos armados sírios que lutam contra o regime de Al-Saad, destaca-se o grupo islâmico fundamentalista Hayat Thrir al-Sham (HTS), que nasceu em 2011 como um grupo filiado à Al Qaeda do Iraque e com ideologia jihadista, ou seja, que defende uma “guerra santa” para instituir a Sharia, a lei islâmica. O regime de Assad, por outro lado, é secular, ou seja, separa o governo da religião.

A professora de pós-graduação em Relações Internacionais da PUC de Minas Gerais Rashmi Singh informou que o HTS surgiu no início da guerra civil síria como um braço da Al-Qaeda, tendo rompido com o grupo anos depois.

Para a especialista, a guerra no Líbano abriu uma oportunidade para a ofensiva contra o governo Assad, uma vez que o Hezbollah foi um dos principais aliados da Síria na luta contra esses grupos.

“O Hezbollah ficou enfraquecido depois que Israel entrou no Líbano. Vimos também ataques de Israel contra vários líderes militares iranianos na Síria. Isso forma uma grande parte da decisão dos grupos como Hayat para entrar de novo em uma luta pela cidade do Aleppo”, comentou.

Guerra proxy

A guerra civil que já matou cerca de 300 mil sírios e levou ao deslocamento de milhões de pessoas no país árabe é uma espécie de guerra proxy, ou seja, uma guerra por procuração que envolve as principais potências do planeta, segundo explicou o professor de relações internacionais da Universidade Federal do ABC paulista (UFABC) Mohammed Nadir.

Ele argumenta que os protestos conhecidos como Primavera Árabe, a partir de 2010, foram usados pelas potências ocidentais para apoiar grupos armados e jihadistas na luta contra governos não alinhados com o ocidente.

“Desde o início da guerra civil, as grandes potências estão a medir forças na Síria. Os Estados Unidos tentaram, com a Primavera Árabe, derrubar o regime de Assad, assim como fizeram com Gaddafi na Líbia. Foi uma grande oportunidade para mudar os regimes não amigos do ocidente e dos EUA”, lembrou Nadir, que é coordenador de estudos árabes da UFABC. 

Mohammed Nadir destacou que a presidência de Barack Obama nos EUA apoiou os jihadistas contra Assad. Os grupos rebeldes também teriam recebido apoio da Turquia e das monarquias do Golfo, como Arábia Saudita, Qatar e Emirados Árabes Unidos. 

Para o especialista, a ofensiva atual também pode ser uma estratégia para atingir a Rússia. 

“A tomada de Aleppo pode ser também uma estratégia de desgastar a Rússia, que tem interesse em manter sua base militar com acesso ao Mar Mediterrâneo, na Síria. A Rússia está ocupada com a guerra na Ucrânia e nós temos agora esse avanço dos jihadistas na Síria”, comentou.

Apesar da derrota de Assad que perdeu Aleppo, o professor de relações internacionais avalia que é muito difícil para os rebeldes manterem a posição que conquistaram. “A reconquista novamente do Aleppo vai ser muito sangrenta porque essa aliança jihadista dificilmente vai abrir mão da cidade”, finalizou Nadir.

Rebeldes matam 170 pessoas no Burkina Faso

3 de março de 2024

 

Cerca de 170 pessoas foram “executadas” em ataque contra três aldeias no norte do Burkina Faso há uma semana, disse hoje um procurador regional.

Aly Benjamin Coulibaly disse ter recebido infomação dos ataques contra as aldeias de Komsilga, Nodin e Soroe na provincia de Yatengo no passado dia 25 de Fevereiro e que número provisórios indicam que “cerca de 170 pessoas foram executadas”.

Nesse mesmo dia 25 de Fevereiro dezenas de pessoas foram mortas pelos rebeldes islâmicos contra uma mesquita e uma igreja Católica no leste do país mas as autoridades ainda não divulgaram o número exato de pessoas que morreram.

Muitas outras pessoas foram feridas.

O Burkina Faso faz face a crescente violência levada a cabo por rebeldes islâmicos afiliados à Al Qaeda que já causou pelo menos 20.000 mortos e mais de dois milhões de deslocados.

 

Governo etíope e militantes rebeldes entram em conflito

3 de março de 2024

 

Os combates eclodiram entre as forças do governo etíope e membros da milícia Fano em Bahir Dar, de acordo com residentes e a administração regional.

É o primeiro ataque de violência a eclodir desde os primeiros dias do conflito no ano passado.

Num comunicado divulgado na sexta-feira, o governo Amhara disse que as forças militares e de segurança deveriam participar de uma “operação conjunta e vigilância de casa em casa em redor de Bahir Dar para varrer a força extremista que se tinha infiltrado na cidade”.

Acrescentou que a milícia Fano recuou e não foi capaz de “resistir à força combinada das forças de segurança”.

A milícia Fano, sem estrutura formal, não pôde ser contatada para comentar o assunto. De acordo com o Rift Valley Institute, uma organização de pesquisa sem fins lucrativos, existem vários grupos Fano na região, cada um sem estruturas formais de liderança.

O grupo rebelde costumava trabalhar com o exército contra as forças em Tigray, que viveu uma guerra civil de dois anos que terminou em 2022, mas a sua relação tornou-se tensa depois de Fano ter acusado o governo de deixar a região de Amhara vulnerável a ameaças à segurança. O governo negou a alegação.

Em novembro de 2022 foi negociado um acordo de paz que encerrou o conflito, mas menos de um ano depois os combates eclodiram novamente em Amhara e têm aumentado desde então.

Outra razão para as tensões recentes são as tentativas do governo etíope de desmantelar os grupos insurgentes Fano depois de perceber que estavam a ganhar poder e impulso.

 

EUA e Reino Unido fazem novos ataques contra rebeldes houthi no Iêmen

24 de janeiro de 2024

 

As forças norte-americanas e britânicas realizaram ataques aéreos adicionais ontem contra as instalações militares dos rebeldes houthi, uma organização armada no Iêmen.

De acordo com uma declaração conjunta dos governos dos Estados Unidos, Austrália, Bahrein, Canadá, Holanda e Reino Unido divulgada pelo Departamento de Defesa dos EUA neste dia, foram realizados ataques aéreos contra oito alvos.

Os ataques aéreos tiveram como alvo mísseis e capacidades de vigilância aérea dos rebeldes houthi, disse o comunicado conjunto.

Anteriormente, ambos países acusaram o grupo houthi de ameaçar o comércio internacional e a vida de marinheiros no Mar Vermelho e noutros locais, e é uma resposta a ataques de mísseis balísticos que atingiram dois navios comerciais de propriedade dos EUA.

O Iêmen criticou os ataques aos seu território.

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EUA lançam ataque adicional contra rebeldes houthi

Regiões atingidas pelos ataques

13 de janeiro de 2024

 

No dia 13, os Estados Unidos realizaram ataques adicionais às instalações dos rebeldes houthi, grupo armado, no Iêmen.

O Comando Central dos EUA anunciou que por volta das 3 da manhã (horário local) deste dia, um destróier de mísseis guiados lançou um ataque adicional, disparando vários mísseis Tomahawk ao solo visando as instalações de radar.

Este ataque ocorre um dia depois das forças dos EUA e do Reino Unido terem realizado bombardeamentos em grande escala contra dezenas de instalações houthi no Iêmen, no dia 11, em resposta conta ataques em navios que passavam pelo Mar Vermelho.

Após o ataque aéreo anterior em grande escala, o presidente dos EUA, Joe Biden, disse em comunicado divulgado no dia 11: “Este ataque aéreo direcionado é uma mensagem clara de que os Estados Unidos e nossos parceiros não tolerarão ataques ao nosso pessoal ou ameaças à liberdade de navegação por parte de atores hostis.”

Os rebeldes houthi chamaram os ataques aéreos dos EUA e do Reino Unido de “bárbaros” e juraram vingança.

Anteriormente o Conselho de Segurança da ONU aprovou uma medida que apela à suspensão imediata dos ataques houthi a navios.

 

EUA e Reino Unido atacam rebeldes houthi no Iêmen

Ataque contra grupo houthi

12 de janeiro de 2024

 

Os Estados Unidos e o Reino Unido realizaram ataques aéreos contra diversas instalações dos rebeldes houthi, uma organização armada, no Iêmen.

Num comunicado divulgado, o presidente dos EUA, Joe Biden, disse: “Com o apoio da Austrália, Bahrein, Canadá e Holanda, as tropas dos EUA são enviadas para o Iêmen, uma rota usada pelos houthis para ameaçar a liberdade de navegação no Reino Unido e numa das vias navegáveis ​​mais importantes do mundo. Conseguimos atacar os alvos”, disse ele.

“Estes ataques aéreos direcionados enviam uma mensagem clara de que os Estados Unidos e os nossos parceiros não tolerarão ataques ao nosso pessoal ou ameaças à liberdade de navegação”, disse Biden.

Esta acção ocorre após ataques houthi desde novembro do ano passado.

Enquanto isso, Mohammed Ali al-Houthi, presidente do Comitê Revolucionário Supremo dos rebeldes Houthi, protestou hoje (12), chamando o ataque aéreo de “bárbaro”.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Nasser Qanani, também condenou o ataque aéreo em um comunicado, chamando-o de uma clara violação da soberania e integridade territorial do Iêmen.

A Rússia solicitou uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU sobre este ataque aéreo.

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“Rússia, Turquia e Irã condenam ataque aos houthis”, Wikinotícias, 12 de janeiro de 2024.
 

ONU adota resolução contra ataques dos rebeldes houthi

Destruição de míssil do grupo houthi

11 de janeiro de 2024

 

O Conselho de Segurança das Nações Unidas adotou ontem (10) uma resolução pedindo aos rebeldes houthi, grupo militante islâmico no Iêmen, que parem com os ataques a navios no Mar Vermelho.

Onze dos 15 países membros apoiaram a resolução, enquanto quatro membros permanentes, incluindo a Rússia e a China, se abstiveram.

A resolução foi proposta pelos Estados Unidos e pelo Japão. A Embaixadora dos EUA nas Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield, apelou à adoção da resolução, alegando que “as ameaças aos direitos e à liberdade de navegação no Mar Vermelho são um desafio global que requer uma resposta global”.

O porta-voz do grupo houthi, Mohammed Abdulsalam, rejeitou a resolução do Conselho de Segurança como um “jogo político” e afirmou que eram os Estados Unidos que estavam a violar o direito internacional.

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“Conselho de Segurança da ONU votará resolução após ataques houthi no Mar Vermelho”, Wikinotícias, 10 de janeiro de 2024.