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Inmet faz novo alerta de perigo de tempestade para 10 estados

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu hoje (21) um novo alerta laranja para chuvas intensas em 10 estados brasileiros. O alerta laranja é o segundo na escala utilizado pelo Inmet, que varia entre o amarelo (perigo potencial), o laranja (perigo) e o vermelho (grande perigo).

O alerta laranja, que significa uma situação de perigo para chuvas e ventos intensos, vale para os estados do Acre, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Amazonas, Espírito Santo, Pará e Rondônia. Esse alerta vale até amanhã (22). Nessas regiões, o acumulado de chuva pode chegar a 100 mm.

Só não estão em alerta para chuvas os estados do Amapá, Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Sergipe. Os demais estados brasileiros e o Distrito Federal estão em alerta amarelo.

Ontem (20), as fortes chuvas provocaram mortes no estado de São Paulo. Uma mulher de 60 anos, que estava na praia, morreu após ser atingida por um raio na cidade de Praia Grande (SP). Uma outra pessoa morreu em Sorocaba após ter seu carro arrastado pela enxurrada.

No Rio Grande do Sul, o temporal que ocorreu na última terça-feira (16) deixou quase 1 milhão de pessoas sem energia. Segundo o último boletim, divulgado pelo governo na manhã de hoje, mais de 30 mil clientes da CEEE Equatorial e outros 53 mil clientes da RGE Sul continuam sem energia elétrica.

 

Estará a Europa preparada para um possível regresso do Presidente Trump?

21 de janeiro de 2023

 

Os aliados dos EUA na Europa estão debatendo como se preparar para um possível segundo mandato de Donald Trump na Casa Branca, depois que ele garantiu uma vitória recorde nas convenções republicanas de segunda-feira em Iowa, consolidando sua posição como favorito para enfrentar Joe Biden nas eleições de novembro.

Questionado numa conferência de imprensa televisiva na quarta-feira sobre a possibilidade de um regresso de Trump, o presidente francês, Emmanuel Macron, disse que a Europa deve estar preparada.

“Sempre tive a mesma filosofia: aceito os líderes que as pessoas me dão. E comprometo-me a servir a França e os seus interesses e a dialogar com quem quer que seja. Fiz isso com o Presidente Trump durante todo o seu mandato, o seu primeiro mandato, e alcançamos resultados. Ainda podemos fazer coisas importantes juntos”, disse Macron.

“[A América] partilha os nossos valores. Mas é uma democracia que também atravessa uma crise, cuja principal prioridade é o seu próprio interesse, e a sua segunda prioridade é a questão da China. Como europeus, devemos estar lúcidos sobre isto. É também por isso que Quero uma Europa mais forte, que possa defender-se e não depender dos outros”, disse o presidente francês aos jornalistas em Paris.

Macron e Trump tiveram uma relação turbulenta durante o primeiro mandato deste último. Durante a campanha eleitoral de Iowa neste mês, o ex-presidente dos EUA pareceu zombar do sotaque do líder francês, para deleite de seus apoiadores – um lembrete do estilo diplomático não convencional de Trump.

Mas a Europa tem preocupações maiores do que a política de personalidade. Com a invasão da Ucrânia pela Rússia a transformar-se numa amarga guerra de desgaste, Kiev necessita urgentemente de ajuda militar ocidental.

Trump disse que buscaria um acordo de paz imediato entre a Ucrânia e a Rússia. Os seus apoiantes republicanos no Congresso estão a bloquear cerca de 50 mil milhões de dólares em assistência militar a Kiev. Os aliados da OTAN estão preocupados com a possibilidade de a ajuda acabar completamente.

“Os EUA estão a pagar um pouco menos de metade dessa parte” da ajuda ocidental, disse Fabrice Pothier, antigo chefe de planeamento político da NATO e agora CEO da consultora política Rasmussen Global.

“Mas os EUA têm um papel muito predominante, se não o de liderança, quando se trata de questões políticas estratégicas sobre a Ucrânia. Portanto, perder os EUA, no sentido de ter um presidente dos EUA que pode ser realmente contrário aos interesses da Ucrânia e aos interesses da Europa , seria um grande golpe”, disse ele.

Numa reunião na Câmara Municipal na semana passada, Trump recusou-se a comprometer-se com a adesão dos EUA à NATO num segundo mandato quando foi questionado pelo apresentador da Fox News.

“Depende se eles nos tratarem adequadamente”, disse Trump. “A NATO aproveitou-se do nosso país. Os países europeus aproveitaram-se… tiraram vantagem de nós no comércio. E depois tiraram vantagem de nós na nossa protecção militar.”

O comissário da UE, Thierry Breton, afirmou este mês que Trump disse em 2020 que os EUA “nunca ajudariam a Europa se fosse atacada” e que deixariam a NATO. Autoridades de Trump não comentaram a afirmação de Breton.

O antigo presidente dos EUA exigia frequentemente que os aliados da América na NATO gastassem mais na sua própria defesa. Alexander Stubb, o principal candidato às próximas eleições presidenciais na Finlândia – o mais novo membro da OTAN – disse que Trump estava certo.

“Precisamos de uma NATO mais europeia”, disse Stubb à Reuters no Fórum Económico Mundial anual em Davos, na Suíça. “Acho que os americanos não nos deixarão em paz, mas é sempre útil estarmos preparados numa situação em que temos de assumir mais responsabilidade pela nossa própria defesa. E penso que os americanos têm razão nisso.”

A Europa está a investir mais na defesa, incluindo o aumento da produção de munições e armas para a Ucrânia. Mas substituir o papel central que os EUA assumiram na Ucrânia sob o presidente Biden levaria tempo – algo que Kiev não tem.

 

Aéreas brasileiras cancelam voos para Argentina no dia 24 por greve

 A empresa aérea Gol cancelou seus voos de ida e volta nos aeroportos da Argentina na próxima quarta-feira (24), em decorrência da greve geral anunciada pela Confederação Geral do Trabalho (CGT) daquele país, em dezembro passado, para essa data. A medida foi tomada tendo em vista que a greve afetará toda a operação aeroportuária nas cidades em que a Gol opera (Buenos Aires, Córdoba, Mendoza e Rosário), impossibilitando a realização dos voos.

Maior grupo sindical da Argentina, a CGT anunciou no final de dezembro do ano passado greve geral contra as medidas econômicas anunciadas pelo presidente Javier Milei. Agendada para 24 deste mês, a paralisação terá um grande protesto em frente ao Congresso Nacional. A CGT se manifestará também contra a demissão de cerca de 7 mil servidores públicos e, ainda, contra o processo de privatização de empresas estatais, anunciado por Milei.

Em nota distribuída nessa sexta-feira (19) à imprensa, a Gol informou que todos os seus clientes terão seus voos remarcados para outras datas e poderão realizar a alteração sem custos, podendo, ainda, solicitar reembolso integral, de acordo com a vontade de cada passageiro.

“Clientes com bilhetes marcados para esta data estão recebendo comunicação via ‘e-mail’ e SMS, de acordo com os dados informados no ato da compra, já podendo realizar a autogestão de seus bilhetes nos Canais Digitais da Gol”, diz a nota. Para atender os clientes afetados, foram criadas pela Gol operações extras para os dias 25 e 26 de janeiro. 

Também em virtude da greve nacional anunciada para o dia 24 de janeiro na Argentina, a Latam Airlines informou no “X”, antigo “Twitter”, que está oferecendo alternativas para que os passageiros com voos nessa data possam fazer alterações na sua viagem. Entre elas, o passageiro pode reprogramar a passagem, sem custo adicional, até 15 dias após a data original da viagem. Outra opção seria o reembolso, ou seja, a devolução da passagem, sem custo adicional. De acordo com a Latam, o ‘status’ do voo pode ser conferido em seu endereço eletrônico

Dias Toffoli faz cirurgia para corrigir hérnia, em São Paulo

O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), passou na manhã deste sábado (20) por uma cirurgia para correção de uma hérnia inguinal direta e de uma hérnia umbilical, informou o Hospital Vila Nova Star, em São Paulo, onde ocorreu o procedimento.  

A cirurgia, realizada com recursos robóticos, foi um sucesso, segundo boletim médico divulgado pelo hospital. O responsável pela operação foi o médico Antônio Luiz de Vasconcellos Macedo.  

Toffoli segue internado para observação pós-cirúrgica, ainda sem previsão de alta, de acordo com o boletim médico.  

No momento, o Supremo Tribunal Federal (STF) está em meio ao recesso do Judiciário. A retomada dos trabalhos está marcada para 1º de fevereiro. Até lá, o presidente da Corte, ministro Luis Roberto Barroso, está à frente dos casos considerados urgentes.  

O ministro Dias Toffoli tem 56 anos de idade e ingressou no Supremo em 2002, após indicação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele presidiu a Corte entre 2018 e 2020, tendo sido o mais jovem ministro a já ter ocupado o posto. 

Meteorologia emite alerta laranja para tempestades em 11 estados

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu alerta laranja para chuvas intensas e tempestades que devem atingir neste sábado (20) 11 estados. Ele utiliza três tipos de alerta: amarelo – perigo potencial;  laranja – perigo; e vermelho – grande perigo.

Os estados que deverão ser atingidos pelas chuvas intensas e tempestades são Santa Catarina (região norte), Paraná (todo estado), São Paulo (todo estado), Mato Grosso do Sul (região sul); Minas Gerais (região sul, central e leste); Rio de Janeiro (região oeste do estado); Espírito Santo (região oeste); Mato Grosso (região noroeste); Amazonas (região sul, leste e oeste); Rondônia (região nordeste) e Pará (região sudoeste).

Volume de chuva

Segundo o Inmet, a área mais afetada pelos maiores acumulados diários de chuva, neste sábado, deverá ser a faixa leste de São Paulo (incluindo a capital e região metropolitana) e áreas do litoral, onde a chuva poderá variar de 80 milímetros (mm) a 100 mm.

Já no domingo, as chuvas mais volumosas deverão ocorrer entre o litoral norte paulista e áreas do sul e leste do estado (incluindo a capital e região metropolitana), e também na serra do Rio de Janeiro e na Zona da Mata de Minas Gerais, onde poderá chover de 70 mm a 90 mm em alguns pontos.

Aeroporto de Boa Vista fecha para voos comerciais por 4 dias

O Aeroporto Internacional de Boa Vista está fechado para voos comerciais desde as 6h de sexta-feira (19), devido a obras na pista de pousos e decolagens. Os voos devem ser retomados após as 22h de segunda-feira (20).  

As datas de fechamento da unidade foram anunciadas em outubro pela Concessionária dos Aeroportos da Amazônia, que administra o aeroporto, o único da capital de Roraima. 

Segundo a gestora, a malha aérea foi adequada e as companhias aéreas interromperam as vendas de passagens com antecedência.  

Estão previstas ainda outras três interrupções, de 26 a 29 de janeiro, de 2 a 5 de fevereiro, e novamente de 23 a 26 de fevereiro. De acordo com a concessionária, o fechamento da pista é parcial, e as operações da aviação geral como táxis aéreos, transporte aeromédicos, entre outros, não são impactadas.  

As obras fazem parte de uma reforma mais ampla de todo o aeroporto, incluindo ampliação do saguão, novos portões de embarque, ampliação do sistema de manuseio de bagagens, remodelação da praça de alimentação, revisão do sistema de ar-condicionado e substituição da iluminação do estacionamento. 

Os investimentos são feitos pela Concessionária dos Aeroportos da Amazônia, uma subsidiária da Vinci Airports, multinacional que arrematou a concessão de um bloco de aeroportos da Região Norte em leilão realizado em 2021, por R$ 420 milhões. LINK 1 

De acordo com a Vinci Airports, são investidos mais de R$ 1 bilhão nos aeroportos que administra na Região Norte. Além de Boa Vista, a empresa administra terminais em Manaus, Porto Velho, Rio Branco, Cruzeiro do Sul, Tabatinga e Tefé.

Repulsivas para sociedade, como é a vida das trans egressas da prisão

As mulheres transsexuais egressas do sistema prisional brasileiro são duplamente penalizadas pela sociedade e pela Justiça. A dura e dramática realidade enfrentada atrás das grades é uma reprodução da vida fora das cadeias. São consideradas pela sociedade como inexpressivas e repulsivas. 

A expectativa de vida de uma mulher transexual egressa do sistema prisional no Brasil é, em média, de menos de 35 anos, algo semelhante à vida que um cidadão brasileiro tinha há mais de 120 anos. O Brasil é o país que mais mata transexuais e travestis. O país lidera pelo 14º ano consecutivo o ranking mundial de homicídios de pessoas trans elaborado pelo Trans Murder Monitoring, da Transgender Europe (TGEU). 

Elas saem de casa quando têm em torno de 15 ou 16 anos de idade e vão viver sua própria vida. Na rua passam por privações e invariavelmente, sem alternativas, se envolvem com o crime. 

O cotidiano de muitas delas tem a morte violenta como consequência, além da prisão e privações perante a sociedade. De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2023 e a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) foram contabilizadas 131 vítimas trans e travestis de homicídio em 2022, sendo que 90% dessas vítimas tinham entre 15 e 40 anos de idade. O GGB (Grupo Gay da Bahia) contabilizou 256 vítimas LGBTQIA+ de homicídio no Brasil no mesmo período. 

Já o Estado brasileiro relatou 163 casos em 2022, 63% do que contabilizou a organização da sociedade civil, demonstrando que as estatísticas oficiais pouco informam sobre a realidade da violência contra LGBTQIA+ no país. 

Quando ingressam nas prisões, têm sua identidade de gênero deslegitimada. São presas, em geral, em estabelecimentos penitenciários masculinos e tratadas por pronomes masculinos. Vivem sob a mão pesada das regras impostas por facções criminosas. 

A maior parte das pessoas trans que está envolvida em crimes, de acordo com dados do governo federal de 2020, ainda aguardam julgamento. Ou seja, está presa provisoriamente. Cometeram crimes de menor potencial ofensivo, como furto, roubo, tráfico ou associação ao tráfico. No geral, 41% dos presos brasileiros são provisórios, segundo relatório final da CPI do Sistema Carcerário brasileiro. 

De acordo com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), de julho de 2021 a julho de 2022, 27 escritórios sociais que funcionam em 21 unidades da federação realizaram 15.677 atendimentos a egressos e 1.872 atendimentos a familiares. Desses, 79 atendimentos foram realizados a pessoas autodeclaradas trans egressas e dois atendimentos foram feitos a familiares dessas pessoas.  

Travestis e mulheres trans enfrentam dificuldades para obter acesso ao mercado formal de trabalho. Estudos revelam que mais de 90% das travestis brasileiras utilizam a prostituição como fonte primária de renda. Sem alternativas também passam a atuar no tráfico de drogas ou em associação aos traficantes. 

É o caso de Rafaeli Sá Ravache, 31 anos de idade, nascida no Maranhão. Foi para São Paulo capital ainda jovem. Esteve envolvida com tráfico e roubos, foi parar na prisão pela primeira vez em 2018, no Centro de Detenção Provisória de Pinheiros, na capital. Saiu em condicional e voltou para trás das grades em 2021, envolvida em tentativa de latrocínio. 

Ela passou por penitenciárias pelo interior do estado. Disse que teve o cabelo raspado e usava o mesmo uniforme dos homens. Ao sair e sem ter para onde ir, foi morar na rua. Se estabeleceu debaixo de um viaduto próximo da Rodovia Anchieta, na cidade de São Bernardo do Campo.  

Rafaeli Sá Ravache parou o tratamento hormonal, quer trocar o nome nos documentos e dorme em albergue em São Bernardo do Campo – Foto: Eduardo Reina/Agência Brasil

Um dos principais problemas enfrentados, além da falta de alimento e dinheiro, foi a interrupção do tratamento com hormônio que vinha recebendo no sistema penitenciário, conforme determina a legislação em vigor. “Tive que parar. Na cadeia a lei garante o tratamento com hormônio. Mas na rua não temos mais nada”, queixa-se. 

Vem vivendo com algum dinheiro obtido com programas sexuais, mas consegue sobreviver com a ajuda oferecida por uma instituição privada. Dorme num albergue da prefeitura. Seu objetivo é obter alguma bolsa de ajuda financeira do governo federal. 

“Venho tentando fazer a retificação do meu documento, para colocar o nome social. É bem difícil sobreviver com documento com nome masculino, sem dinheiro e sem apoio fora da prisão”, explica Rafaeli. 

Na instituição que estava em São Bernardo do Campo ela começou a fazer curso de inglês. 

Dados do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) apontam que 3% das unidades prisionais brasileiras têm alas destinadas ao público LGBTI. 

A morte que persegue 

Há pouco mais de 8 anos, Leandra Esley, 22 anos de idade, saiu de casa no interior do Ceará para morar em Fortaleza. Buscava sua independência e evitar “preocupação com a família”. Foi fazer programas. “Saí porque sou LGBT desde crianças. Quero crescer na vida e dar uma vida melhor para a família”, revela. 

Em janeiro de 2023 foi presa, com drogas. “Mas não era minha”, garante. Permaneceu presa por 3 semanas e quando voltou para as ruas se viu obrigada a fazer programas. Aguarda julgamento em liberdade. 

“Passei por muito constrangimento na cadeia. E aqui fora não tem como conseguir trabalho. A gente vai para o lado mais fácil para poder ganhar dinheiro e sobreviver”, desabafa Leandra, que usa as redes sociais para fazer propaganda de seus serviços. Ela atende os clientes em casa e também faz alguns “bicos” como cabeleireira. 

No dia em que conversava com a reportagem da Agência Brasil e contava sobre sua vida, Leandra comentou sobre o assassinato de uma outra trans amiga sua, que morava na cidade de Quixadá. “Ela pegou prisão e estava usando tornozeleira. Mataram ela quando saiu do cabaré”, conta. E naquela manhã, outra travesti egressa do sistema prisional havia sido morta em Fortaleza. Era Alice, assassinada com quatro tiros na periferia da capital cearense. 

“Ninguém respeita a gente. Mataram a Alice, eram umas 5 h da manhã. A sociedade enxerga a gente como um objeto qualquer”, desabafa. 

Ciente do perigo que corre na rua como egressa, trans e com quase nenhuma assistência, Alyne Gabriele Gois Santos, de 20 anos de idade, sonha fazer um curso de enfermagem ou mesmo ser médica. Ela ficou apreendida na Fundação Casa, antiga Febem, em São Paulo, por vários anos. Foi presa em Itu, acusada de furtar o telefone de um estudante universitário. 

“Vivia de prostituição e fazendo furtos com outras travestis em Itu”, conta. Atualmente não faz mais programas e conseguiu sair da vida do crime somente porque teve o apoio de instituições particulares. “Me deram bastante apoio, porque quando sai da detenção não conseguia me colocar em nenhum lugar, nenhum emprego”, explica. 

Alyne está casada com um rapaz morador de Itu e busca se qualificar no ensino para depois trabalhar como enfermeira ou médica. “É um sonho e vou me esforçar. Foi muito difícil o tempo que passei presa. Entrei pesando 75 quilos e sai com 122 quilos”, relata.

Instituto inscreve para Residência Multiprofissional em Saúde

Até o próximo dia 29 estarão abertas inscrições para o primeiro Programa de Residência Multiprofissional do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), do Ministério da Saúde.

Serão 21 vagas para as áreas de enfermagem, farmácia, fisioterapia, nutrição, serviço social e terapia ocupacional. As inscrições e o envio da documentação necessária podem ser feitos pelo e-mail residencia.multiprofissional@into.saude.gov.br.

O ingresso de profissionais está previsto para março. Segundo informou o Into, o processo seletivo será composto por uma prova escrita, de caráter eliminatório e classificatório e, também, por avaliação de títulos, em etapa classificatória.

Edital na internet

O edital está disponível no site do Into. Outras informações podem ser obtidas pelos telefones (21) 2134-5000, (21) 2134-5155 e (21) 2134-5456.

Os aprovados para participar do 1º Programa de Residência Multiprofissional em Saúde do instituto receberão bolsa-auxílio do Ministério da Saúde de R$ 4.106,09. O programa será desenvolvido em regime de dedicação exclusiva, com carga horária de 60 horas semanais, e terá duração mínima de dois anos.

Mais de 100 mil pessoas se inscrevem para concurso unificado

Mais de 100 mil pessoas se inscreveram para o Concurso Público Nacional Unificado, informou nesta sexta-feira (19) o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos. As inscrições começaram nesta sexta-feira e vão até o dia 9 de fevereiro.

Ao longo do dia, a plataforma única de inscrições enfrentou instabilidade por causa da alta demanda, mas o problema, informou a pasta, foi resolvido ao longo da tarde.

Neste sábado (20), o ministério divulgará o balanço consolidado do primeiro dia de inscrições. O certame vai selecionar, de uma só vez, 6.640 candidatos para lotação em 21 órgãos públicos federais.

As provas serão aplicadas no dia 5 de maio, em 220 cidades, distribuídas em todos os estados e no Distrito Federal. A taxa de inscrição é R$ 60 para vagas de nível médio e R$ 90, para vagas de nível superior.

Estão isentos candidatos que integram o Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) e que cursam ou cursaram faculdade com apoio do Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies) ou do Programa Universidade para Todos (ProUni), assim como doadores de medula óssea.

No ato da inscrição, será gerada uma Guia de Recolhimento da União (GRU), único mecanismo de pagamento que valerá para o concurso.

O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, responsável pela condução do concurso, recomenda a leitura cuidadosa dos editais, “potencializando as trajetórias profissionais e acadêmicas dos candidatos”.

Em nota, a pasta destacou que a proposta é democratizar o acesso aos quadros federais e permitir que candidatos alinhem suas vocações às oportunidades oferecidas.

Ministério da Fazenda abre consulta pública para regular big techs

A partir desta sexta-feira (19) até 18 de março, o cidadão poderá enviar contribuições para regulamentação de aspectos econômicos e concorrenciais das grandes plataformas digitais, chamadas de big techs. O Ministério da Fazenda abriu consulta pública sobre o tema.

As contribuições poderão ser enviadas por meio da plataforma Participa + Brasil. Para responder à consulta pública, é necessário ter conta no Portal Gov.br.

Segundo o secretário de Reformas do Ministério da Fazenda, Marcos Barbosa Pinto, a consulta tratará dos aspectos econômicos das big techs, como práticas abusivas aos consumidores e prejuízos à livre concorrência. Ele esclareceu que temas como conteúdos, fake news e moderação de comentários não são da alçada da pasta.

A consulta pública, explicou o secretário, é necessária porque uma eventual regulação exigirá mudanças na Lei de Defesa da Concorrência. Até o fim do primeiro semestre, informou Barbosa, o governo concluirá o relatório da consulta e enviará uma proposta ao Congresso Nacional.

O secretário disse que a consulta considera relatórios do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), órgão que monitora a livre concorrência e a concentração de mercado. Barbosa, no entanto, defendeu calma e prudência na regulação. “Não precisamos de pressa excessiva para trabalhar na regulação de plataformas. O tema está em curso na sociedade”, defendeu.

Outro ponto de atenção é a capacidade de as big techs constituírem grandes bancos de dados e processarem informações dos usuários, incluindo hábitos pessoais e de consumo. Em muitos casos, elas fornecem anúncios específicos com base nas informações pessoais dos consumidores. A troca de dados entre plataformas de diferentes empresas é outro problema que afeta a concorrência dos mercados.

Influência

A regulação das big techs já foi defendida, em diversas ocasiões, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. 

De acordo com o Ministério da Fazenda, as plataformas “exercem uma influência significativa sobre a organização e a dinâmica dos mercados contemporâneos”. A pasta citou como exemplo o aumento do trabalho remoto, das reuniões virtuais e das compras online após a pandemia da covid-19.