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São Paulo terá fanfest para celebrar os Jogos Olímpicos de Paris

Pela primeira vez na história dos Jogos Olímpicos, uma fanfest oficial vai ocorrer fora da cidade-sede. A partir do dia 20 de julho, o Parque Villa-Lobos, na capital paulista, vai promover uma programação voltada para a Olimpíada de Paris, que acontece entre os dias 26 de julho e 11 de agosto na capital francesa.

Chamada de Festival Olímpico Parque Time Brasil, a fanfest vai acompanhar ao vivo o desempenho das delegações brasileiras em Paris por meio de mega telões que serão instalados no parque. A programação também contará com interação com atletas e ex-atletas, megashows e uma área gastronômica.

“O que a gente pretende é que as pessoas conheçam e vejam mais de perto os esportes e modalidades esportivas e não só aquelas que os brasileiros estão mais acostumados a ver, como vôlei, basquete e natação”, disse Camila Bahia, head de esportes e música nacional da DC Set Group e que lidera o projeto Parque Time Brasil, em entrevista à Agência Brasil.

A fanfest terá início no dia 20 de julho, seis dias antes da cerimônia de abertura da Olimpíada, funcionando como “um esquenta” para os jogos.

“Vamos trazer para dentro do Parque Villa-Lobos uma experiência de Olimpíada. Vamos seguir um storytelling, contando a história do que será abordado em Paris 2024. Pela primeira vez em uma Olimpíada, a abertura não será realizada dentro de um estádio ou ginásio, mas em um lugar aberto. Pela primeira vez, a maratona também vai acontecer em um formato aberto à população [com possibilidade de participação de atletas amadores]. Esse é um ano de muita inovação. Além disso, Paris vai falar muito de igualdade de gênero, igualando o número de atletas masculinos e femininos, e também abordando a diversidade, inclusão e democracia. Dentro desse contexto, vamos trazer a fanfest para dentro de um parque, uma área aberta”, explicou Camila Bahia.

Fanfest

Uma das áreas da fanfest será a Arena Time Brasil, que vai concentrar as atividades. Nesse espaço o público poderá acompanhar a Olimpíada por meio dos telões e onde acontecerão os megashows e o espaço gastronômico. A Arena também será o palco dos atletas, sejam eles medalhistas ou não. Ao retornarem de Paris, este será o primeiro lugar a recebê-los. “Nessa arena, vamos ter ativações de patrocinadores, mas nosso personagem principal serão os mega telões. Teremos ao todo seis telões e as pessoas vão poder assistir a todas essas competições”, falou Camila.

A fanfest também contará com clínicas esportivas, que pretende utilizar e deixar como legado a estrutura e quadras do parque revitalizadas para práticas esportivas. “Vamos ter clínicas esportivas, que estamos realizando em parceria e com projetos de ex-atletas olímpicos. Elas serão como oficinas, aulas que serão gratuitas, para todas as idades, de diversas modalidades, ocupando os equipamentos do parque”.

Já o Festival Cultural das Nações será um encontro de músicas, estilos e danças de diversos países e contará com performances circenses, teatrais e musicais.

O festival é uma iniciativa do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), em parceria com o DC Set Group e a Agência Deponto e será realizado até o dia 11 de agosto. “A ideia é a gente deixar um legado, não só para a cidade de São Paulo, mas também para as futuras gerações, fazendo com que a gente consiga expandir o nosso olhar para o esporte”, disse Camila.

A entrada será gratuita para clínicas esportivas durante todos os dias e para a Arena Time Brasil das terças às sextas-feiras. Aos finais de semana, quando deverão ocorrer shows musicais, haverá cobrança de ingressos. Mais informações sobre o evento podem ser obtidas no site do evento

FAB encerra arrecadação para campanha Todos Unidos pelo Sul

Termina neste sábado (15) a fase de arrecadação da campanha Todos Unidos pelo Sul, que destinará donativos às vítimas de enchentes no Rio Grande do Sul. Nesta frente de ações, foram arrecadadas mais de 16 mil toneladas de alimentos, roupas, água potável, sapatos, ração para pets, entre outros materiais.

As arrecadações foram centralizadas nas Bases Aéreas de Brasília, São Paulo e do Galeão (RJ). “A fim de manter viva a intensa corrente já estabelecida, passaremos, neste momento, a concentrar os esforços logísticos no processamento e na entrega dessa extraordinária quantidade de donativos à população”, informou por meio de nota a FAB.

Nos últimos dias, a FAB sugeriu que, prioritariamente, fossem doados materiais de higiene pessoal e de limpeza, bem como alimentos de cesta básica e ração para pets. Tudo terá como destino a Defesa Civil no RS.

 

Flu e Atlético-GO jogam para se afastar da zona do rebaixamento

Fluminense e Atlético-GO entram no Maracanã, a partir das 21h (horário de Brasília) deste sábado (15), em busca de um resultado que lhes permita ficar distante da zona do rebaixamento do Campeonato Brasileiro. A Rádio Nacional transmite o confronto válido pela 9ª rodada da competição.

O Tricolor das Laranjeiras, que ocupa a 16ª posição da classificação com seis pontos, vem de uma derrota de 1 a 0 para o Botafogo. O placar não retratou o fraco desempenho da equipe comandada pelo técnico Fernando Diniz diante do Alvinegro de General Severiano, mais um diante de outras apresentações abaixo da média do Fluminense.

Preparação para o próximo desafio. Sábado tem @Brasileirao!

📸: Lucas Merçon/FFC pic.twitter.com/AU597tGm2X

— Fluminense F.C. (@FluminenseFC) June 13, 2024

“Obviamente os outros times nos estudam, mas o que mais me preocupa hoje é a falta de condição que estamos demonstrando em fazer o melhor que podemos”, declarou o comandante do Tricolor em entrevista coletiva após a derrota no Nilton Santos.

Suspenso por acúmulo de cartões, o polivalente volante Martinelli não vai a campo, dando lugar a Alexsander. Já a defesa do Fluminense, uma das piores do Brasileirão com 14 gols sofridos em 8 jogos, terá o retornou do experiente Felipe Melo. O ataque também deve ter a volta de outro jogador veterano, o atacante Keno, que foi poupado no último jogo. Assim, o Tricolor deve entrar em campo com: Fábio; Samuel Xavier, Marlon, Felipe Melo e Marcelo; Lima, Alexsander e Ganso; Keno, Marquinhos e Cano.

Já o Atlético-GO, que ocupa a 18ª colocação com cinco pontos, vem de um empate de 2 a 2 com o Corinthians, que garantiu mesmo após estar perdendo por dois gols no estádio Antônio Accioly. Na opinião do técnico Jair Ventura, o resultado, nas circunstâncias em que foi alcançado, sinaliza um crescimento do Dragão: “Quando tivermos mais tranquilidade, mais frieza no terço final, melhores resultados vão acontecer. Como comissão técnica, vemos que estamos no caminho certo, pois o time cria, tem oportunidade”.

Imagens do treino rubro-negro!!! 🇹🇹🇹🇹🇹🇹 #DragãoDoBrasil @OClubeDeTodos pic.twitter.com/av6Mq93K3c

— 🅰️tlético Goianiense (@ACGOficial) June 14, 2024

Por questões contratuais, o atacante colombiano Yony González e o meio-campista Daniel, que pertencem ao Fluminense, não poderão jogar. Quem também está fora da partida é o lateral-esquerdo Guilherme Romão. O atacante Alejo Cruz deve jogar improvisado na posição. Assim, a provável escalação do Dragão é: Ronaldo Strada; Maguinho, Adriano Martins, Alix Vinicius e Alejo Cruz; Lucas Kal, Max, Baralhas e Rhaldney; Shaylon, Rodallega e Vagner Love.

Transmissão da Rádio Nacional:

As emoções de Fluminense e Atlético-GO serão narradas na Rádio Nacional por André Marques. Os comentários serão de Waldir Luiz, a reportagem de Brenda Balbi e o plantão de notícias esportivas de Carlos Molinari. Você acompanha o Show de Bola Nacional aqui:

Avaí mostra força para derrotar Guarani e virar líder da Série B

O Avaí assumiu a liderança da Série B do Campeonato Brasileiro após derrotar o Guarani por 3 a 2, na noite desta sexta-feira (14) no estádio da Ressacada, em Florianópolis (Santa Catarina). A partida contou com a transmissão ao vivo da TV Brasil.

ACAAAAAAAABOOOOOOOOOU!
VITÓRIA DE VIRADA E NA RAÇA!@AvaiFC 3×2 @guaranifc

COMEMORE MUITO,
NAÇÃO AVAIANA!#DaIlhaÉsOLeão#PraCimaComARacaToda#SejaSociohttps://t.co/PVDYRAr991 pic.twitter.com/tmiznqg3OY

— Avaí Futebol Clube (@AvaiFC) June 15, 2024

Graças aos três pontos alcançados na 9ª rodada da competição, o Leão da Ilha chegou ao total de 20. Mas para permanecer na ponta da classificação até o final da rodada, a equipe catarinense terá que torcer contra o vice-líder América-MG (que tem 18 pontos e ainda enfrenta o CRB), contra o Goiás (que tem 17 pontos e ainda joga com o Coritiba) e o Mirassol (que também tem 17 pontos e mede forças com o Sport). Já para o Bugre o revés representou a permanência na lanterna com quatro pontos.

Apesar de atuar em casa, o Avaí viu o Guarani abrir o placar logo aos 9 minutos do primeiro tempo, quando Airton aproveitou rebote dado pelo goleiro César em chute de João Victor para mandar para o fundo das redes. Porém, dez minutos depois Hygor igualou o placar. O confronto continuou aberto e, ainda antes do intervalo, o Bugre voltou a ficar em vantagem, graças a gol em cobrança de pênalti de Caio Dantas aos 27 minutos.

Após o intervalo o Avaí conseguiu se impor ao adversário e marcou duas vezes para garantir a vitória final, graças a gols de Hygor, logo aos dois minutos, e de João Paulo, aos 16. O Leão ainda ficou com um homem a menos nos minutos finais, após a expulsão de William Pottker. Mas a equipe catarinense mostrou força para segurar o resultado e a liderança da Série B.

Derrota do Peixe

Quem teve uma jornada para esquecer foi o Santos, que perdeu de 1 a 0 para o Operário-PR no estádio Germano Krüger, em Ponta Grossa (Paraná). Este é o quarto revés consecutivo na competição do Peixe, que agora ocupa a 6ª posição com 15 pontos. Já o Fantasma ocupa a 3ª posição com 18 pontos. O único gol da partida disputada nesta sexta saiu dos pés do zagueiro William Machado.

Vitória na VILA OFICINAS 👻⚽️🔥#MaiorDoInterior

✍️ @enzobinotto OFEC pic.twitter.com/obiOO1IqJH

— Operário Ferroviário (@OFECoficial) June 15, 2024

STF tem maioria para tornar Janones réu por postagens contra Bolsonaro

A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) votou nesta sexta-feira (14) para tornar réu o deputado federal André Janones (Avante-MG) pelo crime de injúria contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.

A Corte julga em plenário virtual uma queixa-crime apresentada pela defesa de Bolsonaro contra postagens feitas por Janones nas redes sociais.

Em uma publicação no dia 31 de março de 2023, Janones chamou Bolsonaro de “miliciano” e “ladrão de joias”. Em 5 de abril, o parlamentar se referiu ao ex-presidente como “assassino que matou milhares na pandemia”.

Ao analisar o caso, a ministra Cármen Lucia, relatora do caso, entendeu que as falas de Janones não podem ser consideradas como imunidade parlamentar. Pelo Artigo 53 da Constituição, os parlamentares são invioláveis civil e penalmente por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos.

“As afirmações feitas pelo querelado e tidas como ofensivas pelo querelante não foram feitas em razão do exercício do mandato parlamentar, nem têm com ele pertinência”, escreveu a ministra.

O voto de Cármen Lúcia foi seguido pelos ministros Alexandre de Moraes, Edson Fachin, Flávio Dino, Gilmar Mendes, Nunes Marques e Luís Roberto Barroso.

Os ministros Cristiano Zanin, Dias Toffoli e André Mendonça votaram pela rejeição da queixa-crime por entenderem que as declarações de Janones estão acobertadas pela imunidade parlamentar.

Para Mendonça, cabe ao Congresso analisar a eventual quebra de decoro de Janones.

“O afastamento da imunidade exige que as falas do parlamentar não guardem absolutamente qualquer relação com seu mandato e que, além disso, também não tenham sido proferidas em razão dele”, afirmou Mendonça.

Defesa

Na defesa apresentada no processo, os advogados de Janones defenderam a rejeição da queixa-crime e afirmaram que as declarações do deputado tiveram somente a intenção de criticar e ironizar, não se tratando de conduta ofensiva. Além disso, a defesa alegou que as declarações estão acobertadas pela imunidade parlamentar.

“Certamente as declarações feitas pelo querelado relacionadas aos termos ladrão de joias, ladrãozinho de joias e bandido fujão correspondem exatamente a todos esses acontecimentos envolvendo o querelante, num tom extremamente jocoso, com o intento de criticar as condutas ilícitas praticadas pelo ex-presidente da República”, afirmou a defesa.

A Agência Brasil entrou em contato com gabinete de Janones e aguarda retorno. 

Número de mortes por enchentes no RS aumenta para 176

Aumentou para 176 o número de mortes confirmadas no Rio Grande do Sul em decorrência das enchentes que atingiram o estado. Um corpo não identificado foi encontrado em Venâncio Aires, na região do Vale do Rio Pardo, no centro do estado.

Conforme o balanço mais recente da Defesa Civil gaúcha, atualizado na tarde desta sexta-feira (14), o número de desaparecidos subiu para 39, um a mais que no boletim anterior. Existem 806 feridos, 10.793 desabrigadas (com a moradia destruída) e 422.753 desalojados temporariamente.

Ao todo, 478 municípios foram atingidos e a população afetada chega a 2.398.255 pessoas. Os municípios com o maior número de mortes até agora são Canoas (31 óbitos), Roca Sales (13) e Cruzeiro do Sul (12). 

Dólar sobe para R$ 5,38 e emenda quarta semana de alta

Em um dia volátil no mercado financeiro, o dólar subiu após duas quedas consecutivas e emendou a quarta semana consecutiva de alta. A bolsa de valores encerrou praticamente estável, mas perdeu quase 1% na semana.

O dólar comercial encerrou esta sexta-feira (14) vendido a R$ 5,382, com alta de R$ 0,015 (+0,28%). A cotação iniciou o dia em baixa, chegando a cair para R$ 5,34, por volta das 9h45, mas acelerou desde o fim da manhã, até estabilizar-se em torno de R$ 5,38, ao longo da tarde.

Com alta de 1,08% na semana, a divisa acumula valorização de 2,5% em junho. Em 2024, a moeda norte-americana sobe 10,9%.

No mercado de ações, o dia também foi marcado pela volatilidade. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 119.662 pontos, com leve avanço de 0,08%, após alternar altas e baixas ao longo do dia. O indicador fechou a semana com queda de 0,91%.

Tanto fatores internos como externos contribuíram para a volatilidade no mercado. Pela manhã, os investidores reagiram à reunião em que a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e diversos bancos associados manifestaram apoio à agenda de equilíbrio fiscal do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. A entidade se colocou à disposição para que o governo e o Congresso cheguem a um acordo.

Durante a tarde, no entanto, o cenário internacional azedou o clima. Dirigentes do Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano) voltaram a citar a inflação dos Estados Unidos como obstáculo ao corte de juros da maior economia do planeta. A notícia pressionou o dólar em todo o mercado global.

Atualmente, os juros norte-americanos estão no maior nível em 40 anos. Taxas altas por mais tempo em economias avançadas estimulam a fuga de capitais de países emergentes, como o Brasil.

*Com informações da Reuters

Governo instala sala de crise para queimadas e seca no país

O governo federal instalou, nesta sexta-feira (14), uma sala de situação preventiva para tratar sobre a seca e o combate a incêndios no país, especialmente no Pantanal e na Amazônia. De acordo com a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, há um agravamento dos problemas de natureza climática e as consequências chegarão mais cedo este ano, com repercussão ambiental “muito grave”.

“Em função disso, já estamos agindo na lógica da gestão do risco e não apenas do desastre”, disse Marina, após reunião da Comissão Interministerial Permanente de Prevenção e Controle do Desmatamento e Queimadas, no Palácio do Planalto. “Estamos agindo dentro de um cronograma para que tenhamos uma ação preventiva, por entendermos que o custo de prevenir é sempre menor do que aquele de remediar”, acrescentou.

O Pantanal já vive uma estiagem severa, com escassez hídrica em toda a bacia. Historicamente, a escalada de incêndios acontece em agosto, mas já há, agora, pelo menos, 15 focos identificados.

Segundo o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, o Pantanal nunca teve fogo no primeiro semestre do ano. “No primeiro semestre do ano, o Pantanal sempre esteve embaixo da água. Pela primeira vez a gente está com o Pantanal completamente seco no primeiro semestre […]. A crise está começando agora, o Ibama já contratou mais de 2 mil brigadistas para atuar em todo o Brasil com o foco no Pantanal e na Amazônia e nós vamos fazer aquilo que for necessário”.

Agostinho relatou que o Ibama está combatendo incêndios no entorno de Corumbá [MS], onde a situação é mais grave, na Transpantaneira e a oeste do Rio Paraguai. “São os focos hoje que despertam a maior parte da atenção e esse trabalho está sendo feito junto com os estados”.

A reunião extraordinária da comissão foi coordenada pelo presidente em exercício, Geraldo Alckmin. O órgão é composto por 19 ministérios do governo. Já a sala de situação para seca e queimadas será coordenada pela Casa Civil da Presidência, com coordenação-executiva do Ministério do Meio Ambiente, e participação dos ministérios da Integração e do Desenvolvimento Regional, da Defesa e da Justiça e Segurança Pública.

“É uma sala de situação, com certeza, prolongada e que agrega, no futuro, também o Ministério da Saúde porque, no caso dos incêndios, um dos problemas graves que a gente enfrenta é o problema de saúde, principalmente de pessoas idosas e de crianças”, explicou Marina.

Questões legais

A primeira reunião ocorre na segunda-feira (17), quando os integrantes tratarão questões legais, como processos de simplificação de contratação de equipes de brigadista, equipamentos e aeronaves, bem como a possibilidade de buscar recursos extraordinários.

“No caso do Pantanal, nós temos uma combinação de incêndios provocados pelo homem e incêndios naturais que dificultam muito a ação porque temos áreas de difícil acesso. Por isso a necessidade, inclusive, da mudança de normas para que, se tivermos que pedir apoio a parceiros internacionais, podemos ter essas aeronaves operando em território brasileiro”, explicou Marina.

“Tudo isso são planejamentos preventivos, para que a gente possa fazer frente ao que sabemos, em função da estiagem severa, em função da grande quantidade de matéria orgânica no ponto de combustão, e ao mesmo tempo do Pantanal não ter atingido a cota de cheia e de que na Amazônia os rios também não atingiram a cota de cheia. Vamos precisar ter um planejamento que já vem sendo feito de forma antecipada”, acrescentou.

No caso da Amazônia, o Ministério do Transporte já está a se antecipando com obras de dragagem e abastecimento das comunidades. “É preciso nos anteciparmos ainda mais com suprimentos de combustível, de oxigênio, de alimentos, enquanto os rios ainda não baixaram”, disse.

Marina explicou que, apesar de tratar de Pantanal e Amazônia nesse primeiro momento, a sala de situação será dinâmica. “Nós estamos com cheia no Rio Grande do Sul, mas daqui a pouco teremos seca, nós já temos situações de seca no Nordeste. Então, vai tratar dos vários assuntos, para os vários biomas. O foco no Pantanal e na Amazônia é porque o período de estiagem já está posto, nós já temos ele identificado e é preciso agir dentro de um cronograma para poder fazer frente”, destacou.

A ministra reforçou ainda que há um esforço de agir de forma previdente não apenas do governo federal, mas de governos estaduais, alguns municípios, a sociedade civil e uma parte da iniciativa privada, “que trabalha também em colaboração quando se trata do Pantanal”.

No início do mês, o governo federal e os governos do Pará, Acre, de Mato Grosso do Sul, Roraima, Rondônia e Mato Grosso assinaram um pacto para planejamento e implementação de ações colaborativas para prevenção e combate aos incêndios florestais e destruição de vegetações nativas no Pantanal e Amazônia.

Orçamento

Segundo Marina Silva, as ações emergenciais já estão sendo praticadas desde outubro do ano passado, com operações em campo do Ibama e ICMBio, junto com os governos estaduais. Mas ainda não há razão para decretar situação de emergência.

Nesse primeiro momento, os recursos utilizados para prevenção são do orçamento de cada ministério envolvido na ação, mas o governo já avalia as possibilidades, em caso de necessidade de recursos extraordinários. A ministra enfatizou, entretanto, que o objetivo da prevenção é, justamente, evitar um gasto de recursos mais volumoso.

“Vai ser anunciado no tempo certo, houve um pedido, uma demanda que foi feita e a junta orçamentária está fazendo a sua avaliação. Ontem conversei com o ministro [da Fazenda] Fernando Haddad, já tinha conversado com a ministra [do Planejamento] Simone Tebet, com a ministra Esther [Dweck, da Gestão] e todos eles, junto com a Casa Civil, estão conscientes da celeridade do processo e da viabilização desses recursos”, disse Marina.

A ministra comentou ainda que é preciso que todos os Poderes estejam envolvidos nas ações e que, no caso do Congresso Nacional, há parlamentares “trabalhando para que a gente consiga fazer frente às necessidades reais do país”.

“A gente não pode generalizar o Legislativo. O Congresso Nacional é a casa da sociedade e se tem atitudes de instrumentalização de temas que são altamente complexos, delicados para a sociedade brasileira, para as mulheres brasileiras que precisam ser respeitadas, uma outra parte do congresso não pensa assim”, disse, em referência à tramitação acelerada do Projeto de Lei 1.904/2024, que equipara aborto a homicídio e, em eventual aprovação, pode impedir que meninas vítimas de estupro e que vivem em situações de vulnerabilidade social consigam interromper a gravidez indesejada.

Inflação de 2024 pesa mais para famílias de renda muito baixa

Ao longo de 2024, as famílias de renda muito baixa têm sentido mais o peso da inflação que os lares de renda alta. De janeiro a maio, a inflação para lares com renda mensal menor que R$ 2.105,99 foi de 2,57%, enquanto a inflação de todas as faixas de renda fica em 2,27%.

Na outra ponta, famílias de renda alta, ou seja, orçamento maior que R$ 21.059,92, experimentam aumento nos preços de 1,9% em 2024.

Os grupos familiares de renda baixa (entre R$ 2.105,99 e R$ 3.158,99) e média baixa (de R$ 3.158,99 e R$ 5.264,99) também vivenciam em 2024 inflação maior que o índice médio: 2,50% e 2,35%, respectivamente.

Lares de renda média (de R$ 5.264,98 e R$ 10.529,96) sentiram impactos de aumentos de preços levemente abaixo da inflação oficial, 2,25%.

Os dados fazem parte do Indicador de Inflação por Faixa de Renda, divulgado nesta sexta-feira (14) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O levantamento é feito com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O estudo – conduzido pela pesquisadora Maria Andreia Parente Lameiras – aponta que a maior pressão inflacionária ao longo de 2024 é explicada, principalmente, pelos efeitos climáticos sobre os alimentos no domicílio. A alimentação ocupa mais espaço no orçamento das famílias mais pobres.

12 meses

Já no acumulado dos últimos 12 meses, as famílias de rendas média (4,03%), média alta (4,27%) e alta (4,84%) sentiram inflação maior que o índice médio de todas as faixas de rendimento (3,93%). Domicílios de renda média alta são os que têm orçamento de R$ 10.529,96 a R$ 21.059,92.

Na outra ponta, os lares de renda muito baixa (3,20%), baixa (3,42%) e média baixa (3,66%) perceberam inflação mais suave que o índice médio.

Porto Alegre deve ter, em 10 dias, plano de ações para áreas inundadas

Porto Alegre deverá apresentar – no prazo de dez dias, contados a partir de quarta-feira (12) – um plano de atuação em que constem informações sobre ações de resposta, restauração e recuperação previstas para os casos de inundações e enchentes.

A determinação é do juiz Thiago Notari Bertoncello, da 7ª Vara do Tribunal de Justiça da capital do Rio Grande do Sul.

A liminar foi pedida numa ação civil pública (ACP) proposta por entidades de classe contra a prefeitura. São elas: Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD), Associação de Juristas pela Democracia (Ajurd), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Federação Gaúcha das Uniões de Associações de Moradores e Entidades Comunitárias (Fegamec) e Sindicato dos Municipários de Porto Alegre.

No pedido, as entidades sustentam que o Sistema de Proteção contra Inundações de Porto Alegre não vinha recebendo a devida manutenção permanente, em especial a manutenção das comportas. E que a tragédia climática poderia ter sido evitada ou, ao menos, amenizada com a manutenção apropriada das casas de bombas de drenagem para prevenção de inundações.

Decisão

Na decisão, o juiz Bertoncello afirma que há indícios “quanto à excessiva demora da Administração Pública Municipal em providenciar e implementar aparentes obras de correção de algumas EBAPs [Estações de Bombeamento de Águas Pluviais]”.

Pela decisão, a prefeitura da capital gaúcha deverá especificar quais medidas já foram implementadas e também o cronograma de ações futuras sobre remoção de fontes de perigo, suprimento e distribuição de água potável e de energia elétrica, limpeza urbana e desinfecção  do cenário de desastre e esgotamento sanitário e escoamento/drenagem das águas que eventualmente continuam represadas em bairros da cidade.

O que é preciso

A decisão judicial determina ao prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), que tenha foco na situação dos bairros Humaitá, Sarandi, Anchieta e Arquipélago (região das ilhas), sem prejuízo de outras ações necessárias.

“Aliado ao extravasamento (rompimento para outros) do dique no bairro Sarandi, tal situação culminou na inundação dos bairros da zona norte (Humaitá, Sarandi, Anchieta, etc.) a provocar o desalojamento e o desabrigamento de pessoas e danos elevados a estabelecimentos comerciais e a residências, entre outros, que somente foram minimamente solucionados semanas após”, acrescentou.

O magistrado enfatizou, ainda, a responsabilidade do governo municipal e detalhou que, com apoio financeiro e o controle do governo federal, as ações voltadas à prevenção em área de risco, à resposta e à recuperação de desastres competem ao município.  

“[O município] deve articular junto com o estado, diante dos limites municipais e da integração local ou regional, a contratação e execução das obras ou prestação de serviços, inclusive de engenharia, em todas as suas fases”, esclarece o magistrado.

Além de determinar a elaboração do plano de ações para áreas inundáveis, o juiz também considera necessária a realização de perícia para aferir eventuais equívocos na condução da crise pelos agentes públicos atuais e, igualmente, na execução dos trabalhos de todos os integrantes do Sistema de Proteção contra Inundações.

A íntegra da decisão está disponível no link.