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Organização Mundial da Saúde pré-qualifica primeira vacina contra mpox

A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou nesta sexta-feira (13) que pré-qualificou a vacina contra a mpox produzida pela farmacêutica Bavarian Nordic. Este é o primeiro imunizante contra a doença que passa a integrar a lista de insumos pré-qualificados da entidade.

Na prática, a dose, a partir de agora, pode ser distribuída a países de baixa renda e que enfrentam surtos de mpox por meio de entidades como o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e a Aliança Mundial para Vacinas e Imunização (Gavi, na sigla em inglês).

“A aprovação da pré-qualificação deve facilitar o acesso ampliado e oportuno a um insumo essencial em comunidades com necessidades urgentes, para reduzir a transmissão e ajudar a conter surtos”, avaliou a OMS em nota.

Para o diretor-geral da entidade, Tedros Adhanom Ghebreyesus, a primeira pré-qualificação de uma vacina contra a mpox representa um passo importante no combate à doença, tanto do ponto de vista dos atuais surtos registrados na África como considerando cenários futuros relacionados à doença.

“Precisamos agora intensificar urgentemente a aquisição, as doações e a distribuição, para garantir acesso equitativo às doses onde elas são mais necessárias, juntamente a outras ferramentas de saúde pública, no intuito de prevenir infecções, interromper a transmissão e salvar vidas”, completou.

Indicação e esquema vacinal

De acordo com a OMS, a vacina produzida pela Bavarian Nordic pode ser administrada em pessoas com 18 anos ou mais em esquema de duas doses, com intervalo de quatro semanas entre elas. Após armazenamento frio prévio, a dose pode ser mantida em temperatura que varia de 2 a 8 graus Célsius (°C) por até oito semanas.

Uso off label

A entidade ressalta que, embora o imunizante não esteja atualmente licenciado para aplicação em menores de 18 anos, o chamado uso off label está permitido em crianças e adolescentes e também em gestantes e pessoas imunossuprimidas. “Isso significa que o uso da vacina é recomendado em situações de surto onde os benefícios superam os riscos potenciais”.

Dose única

A OMS também recomenda a aplicação de dose única em situações de surto combinado à oferta limitada do imunizante. A entidade destaca, entretanto, a necessidade de coleta de dados sobre segurança e eficácia da vacina nesse tipo de circunstância.

“Dados disponíveis mostram que uma única dose da vacina administrada previamente à exposição tem eficácia estimada de 76% na proteção contra a mpox, enquanto o esquema de duas doses atinge eficácia estimada de 82%. A vacinação após exposição ao vírus é menos eficaz do que a vacinação pré-exposição.”

Segurança

Ainda de acordo com a organização, a vacina da Bavarian Nordic apresenta bom perfil de segurança e desempenho, demonstrado em estudos clínicos e também em meio à primeira emergência global por mpox, declarada em 2022.

“Em razão da mudança epidemiológica e do surgimento de novas variantes do vírus, continua sendo importante colher o máximo de dados possível sobre a segurança e eficácia da vacina em diferentes contextos”, completou.

Cenário

Dados da OMS indicam que, até o momento, 120 países confirmaram mais de 103 mil casos de mpox desde 2022. Apenas este ano, foram contabilizados 25.237 casos suspeitos e confirmados, além de 723 mortes pela doença, provenientes de surtos distintos, causados por variantes diferentes, em 14 países africanos. 

Rio de Janeiro recebe Abertura do Mundial Universitário de Praia

Foi realizada, nesta segunda-feira (2) na Praia de Botafogo, no Rio de Janeiro, a Cerimônia de Abertura do Campeonato Mundial Universitário de Praia, evento que contará com a participação de atletas de 35 países que se envolverão em disputas de quatro modalidades: beach soccer, vôlei de praia, beach wrestling e handebol de praia.

“É um prazer absoluto dar as boas-vindas a cada um de vocês à Cerimônia de Abertura do Rio 2024. Queridos estudantes, desejo a vocês um evento muito seguro. Aproveitem a oportunidade para mostrar suas habilidades, conhecer uns aos outros e ganhar experiência valiosa. Desejo a todos o melhor”, declarou Ali Massari Al Dhaheri, membro do Comitê Executivo da Federação Internacional do Esporte Universitário (Fisu, na sigla em inglês).

“Em nome do comitê organizador, sejam bem-vindos ao Brasil e ao primeiro Campeonato Mundial Universitário da FISU. Hoje, estamos fazendo história”, declarou Luciano Cabral, primeiro vice-presidente da FISU e presidente do Comitê Organizador.

O Campeonato Mundial Universitário de Praia será disputado até o próximo domingo (8).

Júlio César Agripino é ouro e bate recorde mundial na corrida dos 5 km

O Brasil estreou em grande estilo no primeiro dia do atletismo na Paralimpíada de Paris com dobrandinha no pódio no Stade de France. O paulista Júlio César Agripino, nascido em Diadema, faturou a medalha de ouro, com direito a recorde mundial e paralímpico, ao concluir a prova dos 5.000 metros da classe T11 (deficiências visuais) em 14min48s85, com três segundos de vantagem sobre o japonês Kenya Karasawa (14min51s48), que ficou com a prata. O sul-matogrossense Yeltsin Jacques, arrematou o bronze, com a terceira posição (14min52s61).

Júlio Agripino bate recorde mundial, ganha o ouro e Brasil faz dobradinha no atletismo nos Jogos de Paris! 🇧🇷🥇🥉

Confira como foi a conquista: https://t.co/DIWEjnm5Dd pic.twitter.com/ooiIzNbo9T

— Comitê Paralímpico Brasileiro (@BraParalimpico) August 30, 2024

“Estou muito feliz, é muita emoção ser campeão paralímpico e quebrar o recorde mundial. Mostra a força da periferia, comecei a treinar só tinha um campinho. Mas com muita força e determinação eu consegui vencer, sempre tem altos e baixos na vida, mas agora sou campeão paralímpico. Dedico também essa medalha para o meu avô”, disse Agripino, de 33 anos, emocionado após conquistar a primeira ouro na carreira em Jogos Paralímpicos, em depoimento ao Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). 

Em maio, Júlio César, de 33 anos, já se destacara com a prata na mesma prova dos 5.000m no Mundial de Kobe (Japão), vencida pelo compatriota Yeltsin. Aos sete anos de idade, o paulista de Diadema foi diagnosticado com ceratocone, doença degenerativa na córnea.

“Sempre tive dificuldade para controlar a parte mental, me concentrar. Eu chegava bem condicionado, mas falhava na concentração. Conversei ontem com minha psicóloga, falei que estava um pouco nervoso, mas hoje acordei e pensei, vou ganhar. Ela falou que eu iria reagir bem e foi o que aconteceu”, comemorou Júlio César.

A chegada de ouro! 🥇🇧🇷

Baita corrida do nosso atleta Julio Cesar Agripino para garantir a medalha e o recorde mundial nos 5000m T11. #BrasilParalímpico #JogosParalímpicos #Paris2024 pic.twitter.com/2w1ZELzEPo

— Comitê Paralímpico Brasileiro (@BraParalimpico) August 30, 2024

Recuperado de uma lesão, o sul-matogrossensse Jacques Yeltsin, campeão dos 5.000m nos Jogos de Tóquio, também festejou sua medalha de bronze.

“Muito feliz pelo Júlio. Eu tive uma lesão, peguei uma virose, o que acabou atrapalhando um pouco a preparação. Mas como minha esposa disse, você ou chupa o limão azedo ou faz a limonada. Estou com sentimento de missão cumprida”, disse Yeltsin, de 32 anos, que nasceu com baixa visão.

Recordista mundial nos 1.500m classe T11, com o tempo de  3min57s60 – que lhe valeu o ouro nos Jogos de Tóquio – Yeltsin voltará à pista na próxima segunda-feira (2 de setembro). Ele competirá a prova classificatória dos 1.500m, assim como Júlio César Agripino, campeão mundial da prova em Kobe (Japão).

O atletismo é a modalidade que soma mais medalhas para o Brasil na história dos Jogos Paralíimpicos. O total de pódios, com o ouro e bronze conquistados nesta sexta (30), subiu pra 172 ( 49 de ouro, 70 de prata e 53 de bronze ).

Seleção contará com Priscila, prata em Paris, no Mundial Sub 20

Após ser vice-campeã olímpica com a seleção brasileira em Paris, a atacante Priscila voltará a representar o país na Copa do Mundo de Futebol Feminino Sub 20, a partir de 31 de agosto, na Colômbia. Jogadora do Internacional, Priscila, de 19 anos, está na lista de 21 convocadas pela técnica Rosana Augusto na segunda-feira (12). O Brasil busca um título inédito na competição.

📋 A #SeleçãoFemininaSub20 está convocada para a disputa da Copa do Mundo Feminina Sub-20!

Próxima parada ➡️ Colômbia! Foco total no Mundial da categoria! Confira a lista das 21 atletas selecionadas pela técnica Rosana Augusto. Vamos com tudo! 🇧🇷 pic.twitter.com/cwbmCyjRuw

— Seleção Feminina de Futebol (@SelecaoFeminina) August 12, 2024

Durante o anúncio das convocadas, a treinadora ressaltou a importância do Mundial Sub 20 para as jogadoras que almejam chegar à categoria principal do futebol, seja na seleção ou nos clubes onde atuam.

“Eu tenho certeza que vai ser de grande valia para essas atletas com menos de 20 anos participarem dessa competição tão importante que dá uma bagagem, uma rodagem muito especial para todas elas”, afirmou Rosana Augusto.

A seleção embarca para a Colômbia em 23 de agosto para finalizar a preparação física. O Brasil está no Grupo B e estreia contra Fiji, em Medellín, em 31 de agosto, às 20h (horário de Brasília). O segundo duelo será contra a França em 3 de setembro, às 19h, e o último confronto da fase de grupos ocorrerá três dias depois contra o Canadá, às 22h.

Pela primeira vez a Copa do Mundo Sub 20 reunirá 24 equipes – oito a mais que na última edição – divididas em seis grupos de quatro países. As duas melhores seleções em cada chave avançam às oitavas de final, assim como as quatro melhores terceiras colocadas. Haverá ainda quartas de final, semifinais, disputa do terceiro lugar e final.

Os Estados Unidos venceram a primeira edição do Mundial em 2002, e também as edições 2008 e 2012. A Alemanha também soma três títulos: 2004, 2010 e 2014. A última campeã foi a Espanha, em 2022, quando o Brasil terminou na terceira posição, melhor desempenho do país no Mundial – em 2006 a seleção também terminou em terceiro lugar.

Grupos

Grupo A

Colômbia, Austrália, Camarões e México

Grupo B

França, Canadá, Brasil, Fiji

Grupo C

Espanha, Estados Unidos, Paraguai e Marrocos

Grupo D

Alemanha, Venezuela, Nigéria e Coreia do Sul

Grupo E

Japão, Nova Zelândia, Gana e Áustria

Grupo F

Coreia do Norte, Argentina, Costa Rica e Holanda

Alckmin: “Não tem razão Brasil ter a 2ª maior taxa de juro mundial”

O presidente em exercício e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, afirmou nesta segunda-feira (5) que não faz sentido o Brasil ainda ter uma das maiores taxas de juro real do mundo, mesmo dispondo de fundamentos sólidos na economia.

“Não tem justificativa. Temos a segunda maior taxa de juro real do mundo e só perde para a Rússia, que está em guerra”, disse, na abertura do Congresso Aço Brasil.

Entre os fundamentos sólidos, Alckmin citou reservas cambiais de US$ 370 bilhões, segurança jurídica, enorme mercado consumidor e recorde de exportações.

Alckmin destacou a importância do ajuste fiscal e disse que o governo vai cumprir o arcabouço fiscal. A expectativa é que, ainda neste semestre, ocorra uma redução das taxas de juros norte-americana e a brasileira, o que irá favorecer o crescimento da economia nacional.

“O mercado internacional enfrenta um grande estresse que deve ser passageiro. O Brasil tem a 6ª maior população do mundo, um mercado interno forte, amanhã sai o balanço das exportações de janeiro a julho com recorde. Temos reservas cambiais, e vejo com otimismo que a política fiscal será cumprida. Por isso, não tem razão o Brasil ter a segunda maior taxa de juro real do mundo. Isso atrapalha muito”, afirmou.

No mês passado, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decidiu, por unanimidade, manter a taxa Selic, os juros básicos da economia, em 10,5% ao ano. 

Indústria do aço

Em discurso, ele destacou que a indústria de aço é “a indústria das indústrias”, que sempre esteve na vanguarda da inovação. Com a política instituída pelo governo Lula, a Nova Indústria Brasil significa um avanço para o desenvolvimento econômico e social.

“Não há desenvolvimento econômico e social sem as indústrias”, afirmou o presidente em exercício, enfatizando que nos próximos dias estará disponível no mercado as Letras de Crédito do Desenvolvimento (LCD), que vão baratear o custo do crédito para as indústrias.

Essas letras são como as já existentes, do setor imobiliário e do setor agrícola (LCI e LCA, respectivamente), onde as pessoas físicas estão isentas de pagar imposto de renda quando aplicam nesse título.

Alckmin destacou que, até 2028, o Brasil receberá investimentos de R$ 100 bilhões no âmbito do Programa Mover, de descarbonização da indústria, e destacou que o país emite 55% de gás carbônico, um percentual bem abaixo do que em outros países, graças ao potencial energético. 

De acordo com Instituto Aço Brasil, a produção brasileira de aço bruto atingiu 16,4 milhões de toneladas no primeiro semestre de 2024, um crescimento de 2,4% na comparação com o mesmo período do ano passado. De janeiro a dezembro de 2023, a produção foi de 31,9 milhões de toneladas, quando houve uma queda de 6,5% em relação a 2022. 

OMS e Unicef promovem campanha mundial de amamentação

Reconhecer mães que amamentam, garantir que sejam vistas e ouvidas, partilhar experiências e a importância do apoio, em todos os seus níveis, ao aleitameneto materno. Essas são as propostas da Semana Mundial da Amamentação, que começa nesta quinta-feira (1º) e segue até o próximo dia 7, encabeçada por entidades como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

Em 2024, a iniciativa tem como tema Fechando a lacuna: apoio à amamentação para todas. A proposta é debater políticas que valorizem a mulher e a amamentação e sistemas de saúde favoráveis ao aleitamento materno, além de promover o respeito pela autonomia da mulher e pelo direito de amamentar a qualquer hora e em qualquer lugar.

“Existem ações que todos podemos realizar para ajudar as mulheres a amamentar durante o tempo que desejarem”, avalia a OMS.

“O apoio à amamentação assume muitas formas – desde o acolhimento pela equipe de trabalho até conselhos de profissionais de saúde e ações de proteção à maternidade por parte do governo. Tudo isso ajuda a proteger a saúde e os direitos de mulheres e bebês. Mulheres em todo o mundo têm direito a um aconselhamento respeitoso sobre amamentação por parte de prestadores de cuidados em saúde, bem como a leis e políticas como licença-maternidade”, completou a entidade.

Eficácia da amamentação

A OMS classifica a amamentação como uma das formas mais eficazes de garantir saúde ao longo de toda a infância. Ainda assim, menos de 50% das crianças com menos de seis meses de vida são exclusivamente amamentadas. Dentre diversas ações, a Semana Mundial da Amamentação defende:

– apoio a mulheres para que possam amamentar a qualquer hora e em qualquer lugar, de forma que o ato seja normalizado e não censurado em locais públicos;

– direitos eficazes relacionados à maternidade e que não obriguem as mulheres a escolher entre a família e o trabalho;

–  capacitação de profissionais de saúde para que possam fornecer apoio útil e respeitoso ao aleitamento materno;

– o fim da publicidade, de forma exploradora, de leite em pó ou fórmula em todos os contextos.

“O leite materno é o alimento ideal para bebês. É seguro, limpo e contém anticorpos que ajudam a proteger contra diversas doenças infantis comuns. Ele fornece toda a energia e os nutrientes que o bebê precisa durante os primeiros meses de vida, fornece pelo menos a metade das necessidades nutricionais de uma criança durante a segunda metade do primeiro ano de vida e até um terço das necessidades nutricionais durante o segundo ano de vida”, destaca a OMS.

A entidade acrescenta que “crianças amamentadas têm melhor desempenho em testes de inteligência, menos probabilidade de apresentar excesso de peso ou obesidade e são menos propensas a diabetes na vida adulta. Mulheres que amamentam também têm risco reduzido de câncer de mama e de ovário”, concluiu a OMS ao alertar que a comercialização inadequada de substitutos ao leite materno continua a minar os esforços para melhorar as taxas e a duração da amamentação em todo o mundo.

Dia Mundial do Orgasmo: ejaculação nem sempre é sinônimo de prazer

Embora geralmente associados, a ejaculação não é necessariamente sinônimo de orgasmo. Quem explica é o médico Luiz Otavio Torres, presidente da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), que conversou com a Agência Brasil por ocasião do Dia Mundial do Orgasmo, celebrado nesta quarta-feira (31).

Segundo ele, a ejaculação é a saída do esperma, ou fluido seminal. Já o orgasmo é a sensação de prazer. No homem esses dois eventos geralmente vêm juntos.

O urologista conta que, em algumas populações do planeta, por questões religiosas, os homens não querem ejacular durante o ato sexual para não “desperdiçar vidas”: “eles desenvolveram uma técnica em que conseguem ter orgasmo sem ejacular e só ejaculam quando querem procriar”.

Outro exemplo de orgasmo sem ejaculação envolve homens operados por câncer de próstata, em que se retira a próstata e as vesículas seminais. “Daquilo que a gente ejacula, 96% vêm da próstata e 4% das vesículas seminais. Quando a gente faz uma cirurgia de câncer de próstata, o homem passa a não ter mais esperma, mas continua tendo orgasmo do mesmo jeito”.

Torres cita ainda outro exemplo. O uso de medicamentos que causam ejaculação retrógrada, ou seja, que fazem o esperma, em vez de ser expulso para fora, cair dentro da bexiga. Segundo ele, essa ocorrência não causa risco, pois o homem expulsará o esperma ao urinar.

Esses dois exemplos mostram que o homem consegue ter a sensação do prazer, isto é, o orgasmo, mesmo sem ejacular. “A saída do esperma é para engravidar. A sensação do orgasmo é o prazer que o homem tem. Como os homens não sabem que são dois fenômenos diferentes, eles misturam uma coisa com a outra”.

Desinformação

Na avaliação da psiquiatra Carmita Abdo, professora do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), o Dia Mundial do Orgasmo traz uma oportunidade para refletir sobre a saúde sexual masculina – tema cercado por mitos e desinformação.

Carmita esclarece geralmente o orgasmo e a ejaculação marcam o clímax do ato sexual, “quando ele é concluído com satisfação”.

“Mas nem sempre acontece, por questões emocionais. Do ponto de vista físico, nada impede que ele continue tendo orgasmo, porque esse é um processo cerebral. Se ele perdeu a possibilidade de produzir esperma, isso não tem nada a ver com a sensação de prazer que coroaria o ato sexual dele, porque está abalado. Para o homem é muito importante essa expulsão de sêmen, fenômeno que os homens valorizam muito. Perder essa capacidade pode terminar inibindo a sua capacidade de ter prazer no ato e não ter orgasmo”.

A médica cita também a ejaculação precoce, outro fenômeno que pode acontecer com o homem. “É uma das mais frequentes disfunções sexuais e que acomete o homem em qualquer faixa etária, em qualquer situação geográfica. A proporção é de 20% a 30% da população masculina com dificuldade no controle da ejaculação”.

Segundo ela há diferentes casos de ejaculação precoce.

“Tem homens que ejaculam imediatamente após a penetração e há casos mais graves ainda em que homens ejaculam apenas ao iniciar o contato com sua parceria. Só de chegar perto e saber que o ato vai acontecer, eles ejaculam. Esses são casos extremos, muito sérios”, definiu a doutora Carmita Abdo, que trata pacientes com a disfunção.

Boa notícia

A boa notícia, segundo Carmita Abdo, é que a ejaculação precoce tem tratamento. “É uma condição que vai demandar terapia sexual e, em muitos casos, acompanhada de tratamento medicamentoso”.

Segundo ela, o medicamento ajuda a reequilibrar o sistema nervoso central, ajustando a forma como os neurotransmissores atuam no psiquismo desse homem, resultando no controle da ejaculação.

Para a professora da FMUSP, o Dia Mundial do Orgasmo é importante para conscientizar os homens – e as mulheres também – sobre algumas disfunções sexuais, já que a falta de informação pode constranger o homem diante da parceira por ter perdido o controle.

“Às vezes, ele é mal interpretado, como se estivesse só pensando em si quando, na verdade, não é isso que está acontecendo. Uma pessoa nessas condições, por mais que tenha a sensação do orgasmo, que acompanha em geral a ejaculação, isso é tão misturado com uma sensação de culpa e vergonha que ele nem aproveita o prazer. Tudo isso acaba se mesclando com o prazer e o orgasmo fica muito comprometido. Ele nem consegue avaliar se, de fato, aconteceu ou não, o orgasmo. A vergonha é maior, a culpa, a sensação de descontrole são muito sérias”.

Como resultado disso, muitos homens podem passar a evitar a atividade sexual para não enfrentar essa situação. Por isso, é importante se tratar, indicou a psiquiatra. Quanto mais cedo esse tratamento começar, mais rapidamente o homem vai passar a ter controle sobre a ejaculação e viver intensamente o prazer do orgasmo.

Dia Mundial contra as Hepatites Virais traz alerta para prevenção

Neste domingo, 28 de julho, é celebrado o Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais, data em que é importante chamar atenção da população para ações de prevenção para essas inflamações que atacam o fígado, órgão com papel principal na desintoxicação do organismo. No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza gratuitamente vacinas para as hepatites A e B, além de tratamento para as diversas formas da doença (A,B,C,D e E).

As hepatites virais mais comuns entre os brasileiros são causadas pelos vírus A, B e C. Existem ainda, com menor frequência, o vírus da hepatite D (mais comum na Região Norte do país) e o vírus da hepatite E, que é menos frequente no Brasil, sendo encontrado com maior facilidade na África e na Ásia. 

Dados do Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais do Ministério da Saúde mostram quer entre 2020 e 2023 foram notificados, 785.571 casos confirmados de hepatites virais no Brasil. Destes, 171.255 (21,8%) são referentes a hepatite A, 289.029 (36,8%) a hepatite B, 318.916 (40,6%) a casos de hepatite C, 4.525 (0,6%) aos de hepatite D e 1.846 (0,2%) aos de hepatite E.  

A Região Nordeste concentra a maior proporção das infecções pelo vírus A (29,7%). Na Região Sudeste, verificam-se as maiores proporções dos vírus B e C, com 34,1% e 58,1%, respectivamente. Na sequência vem a Região Sul, que concentra 31,2% dos casos de hepatite B e 27,1% da C. A Região Norte, por sua vez, acumula 72,5% do total de casos de hepatite D.

Sintomas

A médica infectologista Sílvia Fonseca explicou à Agência Brasil que um dos maiores problemas das hepatites virais é que são doenças cujos sintomas muitas vezes passam despercebidos, só se manifestando quando a doença já está em na forma crônica ou até que haja alguma complicação relacionada. Quando presentes, podem se manifestar como: cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.

Em algumas pessoas a a doença se torna crônica. O vírus fica instalado na fígado até que e o órgão perca a função, o que pode ocasionar cirrose e , em alguns casos, câncer de fígado, explica Sílvia. “O fígado é um órgão muito importante, por onde passa todo o nosso sangue, e a gente não vive sem o fígado. Tem alguns órgãos que a gente até vive sem, por exemplo, o baço, mas a gente não consegue viver sem o fígado”, disse a médica.

A médica ressaltou a importância do exame para a detecção da hepatite. Tanto o diagnóstico, quanto a vacinação (para os tipos A e B) e o tratamento estão disponíveis na rede pública de saúde. No SUS, vacina para a hepatite A é aplicada em criança de até 4 anos, 11 meses e 29 dias, e também em quem vive com HIV ou hepatite B ou C. Já a da hepatite B está disponível no SUS para todos não vacinados, independentemente da idade.

“A gente tem uma vacina muito eficaz que pode proteger praticamente todo mundo contra esse vírus E essa vacinação é tão importante no nosso calendário do SUS, que a primeira dose é dada logo após o nascimento dos bebês. Pois um problema que pode acontecer é a gestante estar com hepatite, não ter sido testada para ela e ela passar para o bebê durante o parto. A gente começa a vacinação logo no começo da vida para o bebê não pegar”, explicou Sílvia à Agência Brasil.

Hepatite A

A principal forma de transmissão da hepatite A é a fecal-oral (contato de fezes com a boca). No Brasil, os casos estão relacionado principalmente a falta de saneamento básico (esgoto e água potável), alimentos inseguros, baixos níveis de higiene pessoal. Outras formas de transmissão são o contato pessoal próximo e contato sexual.

Geralmente, quando presentes, os sintomas podem se manifestar inicialmente como: fadiga, mal-estar, febre, dores musculares, que podem ser seguidos de sintomas gastrointestinais como: enjoo, vômitos, dor abdominal, constipação ou diarreia.  A presença de urina escura ocorre antes do início da fase onde a pessoa pode ficar com a pele e os olhos amarelados (icterícia). Os sintomas costumam aparecer de 15 a 50 dias após a infecção e duram menos de dois meses.

O diagnóstico, em geral, é feito por exame de sangue. Não há nenhum tratamento específico para hepatite A, cabendo ao médico prescrever o medicamento mais adequado para melhorar o conforto e garantir o balanço nutricional adequado, incluindo a reposição de fluidos perdidos pelos vômitos e diarreia. 

Para prevenir a doença é indicado medidas de higiene, como lavar as mãos (incluindo após o uso do sanitário e antes do preparo de alimentos); lavar com água tratada ou fervida os alimentos que são consumidos crus; cozinhar bem os alimentos antes de consumi-los, principalmente mariscos, frutos do mar e peixes; lavar adequadamente pratos, copos, talheres e mamadeiras; não tomar banho ou brincar perto de valões, riachos, chafarizes, enchentes ou próximo de onde haja esgoto; evitar a construção de fossas próximas a poços e nascentes de rios; usar preservativos e higienização das mãos, genitália, períneo e região anal antes e após as relações sexuais. 

“O problema da hepatite A é que ela não fica crônica, mas ela pode ser fulminante e até matar a pessoa. É raro, mas pode acontecer. Mas essa é uma hepatite que é prevenida com um bom saneamento básico, mas ela também tem uma vacina eficiente, dada no calendário das crianças”, disse a infectologista.

Hepatite B e C

No caso das hepatites B e C, as principais formas de contágios estão relacionadas ao contágio sexual, em relações sem preservativo e também ao uso de objetos contaminados como agulhas e seringas. As principais formas de prevenção 
são a vacinação, no caso da hepatite B e a utilização de preservativos (camisinhas), para as hepatites B e C. Tanto a vacina quanto os preservativos estão disponíveis no SUS.  

Na maioria dos casos, essas hepatites não apresentam sintomas, sendo muitas vezes diagnosticada décadas após a infecção, com sinais relacionados a outras doenças do fígado.

A ausência de sintomas na fase inicial dificulta o diagnóstico precoce da infecção, exigindo preparação dos profissionais da saúde para ofertar a testagem rápida para a população. O teste rápido está disponível nas unidades básicas de saúde.

No caso da hepatite B, ela pode se desenvolver da forma aguda e da crônica. A aguda é quando a infecção tem curta duração. Já a crônica é quando a doença dura mais de seis meses. A Hepatite B não tem cura, mas o SUS disponibiliza tratamento para reduzir o risco de progressão da doença, especificamente cirrose e câncer hepático e morte.

A hepatite C, também pode se manifestar na forma aguda ou crônica, sendo esta segunda a forma mais comum. Além do compartilhamento de agulhas e seringas, outras formas de contágio da doença incluem a reutilização ou falha de esterilização de equipamentos médicos ou odontológicos; falha de esterilização de equipamentos de manicure; reutilização de material para realização de tatuagem; procedimentos invasivos (ex: hemodiálise, cirurgias, transfusão) em os devidos cuidados de biossegurança; e uso de sangue e seus derivados contaminados.

“Infelizmente a gente não tem ainda uma vacina contra a hepatite C, mas a gente tem um tratamento muito eficaz e é um tratamento também oferecido pelo SUS que corta essa possibilidade da pessoa ter cirrose, a hepatite crônica ou até o câncer de fígado. Ela tem tratamento e está disponível para todo o povo brasileiro”, lembrou Sílvia.

Hepatite D

A forma crônica da hepatite D, também chamada de Delta, é considerada a mais grave, com progressão mais rápida para cirrose.  A forma crônica respondeu por 75,9% dos casos registrados, enquanto a aguda representou 18,9% dos casos no Brasil.

As formas mais comuns de contágio são a prática de relações sexuais sem preservativo com uma pessoa infectada; compartilhamento de de seringas, agulhas e cachimbos; na confecção de tatuagem e colocação de piercings, procedimentos odontológicos ou cirúrgicos que não atendam as normas de biossegurança.

Essa forma da doença também pode não apresentar sintomas e seu diagnóstico é baseado na detecção de anticorpos anti-HDV. Após o diagnóstico o médico indicará o tratamento de acordo com o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Hepatite B e Coinfecções. O objetivo principal do tratamento oferecido no SUS é o controle do dano hepático. Além do tratamento medicamentoso orienta-se que não se consuma bebidas alcoólicas. A vacinação é a principal forma de prevenção da doença, além do uso de preservativo nas relações sexuais.

“A rede pública está capacitada para fazer o diagnóstico, quanto para fazer o tratamento e a prevenção de muitas dessas hepatites virais, com a vacinação. Como também tem como diagnosticar. A gente tem a vacina, tem a maneira de diagnosticar e também para tratar aquelas pessoas que infelizmente se contaminaram”, resumiu Sílvia.

Já em relação a hepatite E, o corre baixa incidência da doença no Brasil. O vírus causa hepatite aguda de curta duração e auto-limitada. Na maioria dos casos é uma doença de caráter benigno, podendo ser grave para gestantes. Sua principal forma de transmissão é pela via fecal-oral, devido a questões relacionadas ao saneamento e alimentos contaminados.

Da mesma forma que a hepatite A, a hepatite E não tem um tratamento específico. É desaconselhado o consumo de bebidas alcoólicas.  

G20: Banco Mundial declara apoio à Aliança Global contra a Fome

O Banco Mundial, organismo internacional de fomento ao desenvolvimento, manifestou apoio, nesta quarta-feira (24), à Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, que está sendo lançada durante evento do G20, grupo das 20 principais economias do mundo, no Rio de Janeiro.

A declaração de apoio foi feita pelo presidente do Banco Mundial, o indiano Ajay Banga, durante encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Galpão da Cidadania, sede da ONG Ação da Cidadania, onde acontece o pré-lançamento da Aliança Global.

A Aliança Global é uma das prioridades da presidência brasileira do G20 e consiste em um conjunto de medidas que visam canalizar recursos e trocas de experiência para erradicar a insegurança alimentar no mundo. 

No encontro com o presidente brasileiro, Ajay Banga elogiou os conceitos da iniciativa proposta e os resultados do programa Bolsa Família. Ele disse que costuma citar o programa de transferência de renda do governo brasileiro como exemplo de política social bem-sucedida, que chega efetivamente para quem mais precisa. 

Apesar de ter sido lançada no foro do G20, a Aliança Global é aberta a países de fora do grupo, além de organismos internacionais. Nessa etapa, acontece a formalização de documentos e abre-se caminho para a adesão de países interessados. 

O lançamento oficial da Ação Global será na reunião de cúpula do G20, nos dias 18 e 19 de novembro, também no Rio de Janeiro. 

Na conversa de trabalho, que teve presença também dos ministros da Fazenda, Fernando Haddad; das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e do assessor especial da Presidência da República, Celso Amorim, o presidente do Banco Mundial trocou informações sobre investimentos públicos e privados, e elogiou o Sistema Único de Saúde e o programa Farmácia Popular.

Apagão cibernético mundial afeta hospitais de São Paulo

O apagão cibernético que provocou problemas nos serviços bancários e atrasos em voos em todo o mundo nesta sexta-feira (19) afetou, também, o funcionamento de diversos hospitais de São Paulo.

No Hospital Sírio Libanês, por exemplo, o apagão fez com que a coleta de exames laboratoriais fosse suspensa temporariamente pela manhã. Às 12h30, no entanto, a coleta de exames laboratoriais no hospital e em unidades foi restabelecida.

O hospital informou que as unidades operaram normalmente na manhã de hoje, mas com lentidão “em virtude da instabilidade nos sistemas gerada pela atualização do software de segurança da Microsoft”.

“Nossos sistemas foram restabelecidos rapidamente, e, de forma gradual, as rotinas foram normalizadas, sem grandes impacto para os pacientes, com exceção da coleta de exames laboratoriais, que foram temporariamente suspensos, uma vez que nosso parceiro que processa as amostras está enfrentando o mesmo problema”, disse o hospital, em nota. As operações já foram normalizadas.

Normalização

Já no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), maior complexo hospital da América Latina, o apagão cibernético afetou alguns equipamentos que usam a plataforma Windows 10. No entanto, disse o hospital, “o sistema já foi restabelecido, sem prejuízos relevantes aos serviços assistenciais”.

O Hospital Albert Einstein anunciou que o impacto da falha que resultou no apagão global de sistemas de informação “foi identificado imediatamente pelo Einstein”, ainda durante a madrugada, o que permitiu “as correções necessárias”.

“No momento, os sistemas estão restabelecidos. Não há nenhum setor de atendimento aos pacientes inoperante”, informou o hospital.

A Rede D’Or, informou que os serviços e o atendimento em seus 73 hospitais seguem funcionando normalmente.