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ONG protesta contra morte de crianças e adolescentes no Rio de Janeiro

A poucos metros da construção do palco principal do Réveillon de 2025, na Praia de Copacabana, uma manifestação exibia nesta quarta-feira (18) fotos de crianças assassinadas a tiros no estado do Rio de Janeiro entre os anos de 2020 e 2024. O ato silencioso em frente ao Hotel Copacabana Palace foi planejado pela ONG Rio de Paz, em protesto contra a violência no estado.

Rio de Janeiro (RJ), 18/12/2024 – Rio de Paz faz ato contra mortes de crianças por violência, na praia de Copacabana – Tomaz Silva/Agência Brasil

Segundo levantamento da instituição, 48 crianças e adolescentes entre 7 meses e 14 anos de idade foram mortas nos últimos quatro anos. Dessas, 37 (77%) foram vítimas de balas perdidas, e 11 (23%), executadas em diferentes circunstâncias, algumas envolvendo ações policiais. Além das fotos, 115 bolas vermelhas foram espalhadas pela areia, representando os mais de 100 jovens assassinados desde 2007, quando a ONG passou a acompanhar os casos. 

“Estamos exatamente a uma semana do Natal, perguntando para as autoridades públicas brasileiras como será o Natal dos familiares dessas 48 crianças mortas, em sua maioria, por bala perdida na Região Metropolitana do Rio de Janeiro”, questiona o fundador da ONG Rio de Paz, Antônio Carlos Costa.

Como parte do ato, uma árvore de Natal com cruzes nas bolas também foi montada ao lado de uma faixa estendida na praia, cobrando dos governos federal e estadual como será o Natal das famílias afetadas. “Em geral, são crianças moradoras de favelas. A autoria desses homicídios não é elucidada, o poder público não se importa, não demonstra preocupação, não atende às demandas financeiras, psicológicas e emocionais desses familiares, que entram muitas vezes em depressão, não conseguem mais trabalhar, passando a viver em agonia”, relata Costa. 

Emily e Rebecca

Presente no protesto, Lídia da Silva Moreira Santos relembra as mortes da sobrinha e da neta em 2020. No dia 4 de dezembro daquele ano, Emily Victória da Silva, de 4 anos, e Rebecca Beatriz Rodrigues Santos, de 7 anos, foram baleadas em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. As crianças brincavam na porta de casa quando foram atingidas. 

“Eu estava trabalhando. Cheguei em casa às 20h30 mais ou menos. Quando saltei do ônibus, escutei um tiro. Eu estava tão perto que, para mim, parecia uma rajada de tiros, de tão alto que foi. Quando atravessei a rua e cheguei no meu portão, vi a Emily com a cabeça estourada por um tiro de fuzil. Logo depois, vi a minha neta com o mesmo tiro no peito”.

À Agência Brasil, Lídia recorda que a neta, Rebecca, queria estudar para ser médica. Já a sobrinha, Emily, faria 5 anos em 19 dias, no dia 23 de dezembro. “Para mim, a ação de hoje é mais uma luta, é mais uma coisa para o Governo tomar consciência do que ele fez e do que ele tem feito para a nossa família. E ele não acabou só com a minha família, acabou com a vida de muita gente”, protesta. 

De acordo com dados do Instituto Fogo Cruzado, 25 crianças e adolescentes foram mortos em 2024 na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Apenas em Duque de Caxias, foram quatro crianças — duas com 6 anos, uma com 7 e uma com 11 —, sendo duas atingidas por balas perdidas.

“O que esperamos é que algo novo aconteça, porque estamos seguindo a velha cartilha de segurança pública do nosso país, que nunca deu resultado”, diz Costa. 

Rio de Janeiro (RJ), 18/12/2024 – Rio de Paz faz ato contra mortes de crianças por violência, na praia de Copacabana – Tomaz Silva/Agência Brasil

Para fundador da ONG Rio de Paz, a solução para a letalidade no Brasil não não está em medidas isoladas. “Tem que ter pacote de ações que envolve a implementação de políticas públicas nas favelas, a fim de diminuir o fosso entre ricos e pobres na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Precisamos de reformas das nossas polícias e de rediscutir a guerra às drogas, que também não tem dado resultado nenhum”.

*Estagiária sob supervisão de Vinícius Lisboa

Testes confirmam que ameba rara causou morte de criança no Ceará

Testes laboratoriais confirmaram que o bebê que morreu por meningoencefalite no Ceará foi infectado pela ameba Naegleria fowleri. O parasita tem o apelido de “ameba comedora de cérebro” porque entra no corpo humano a partir das narinas e migra diretamente para o cérebro, através do nervo olfatório, causando danos graves.

A criança de 1 ano e 3 meses morava em um assentamento rural, na cidade de Caucaia, região metropolitana de Fortaleza. Ela morreu em setembro, uma semana após começar a apresentar um quadro de febre, irritação e vômito, que rapidamente evoluiu para sintomas neurológicos. Exames de necrópsia confirmaram a presença do parasita.

A conclusão da Secretaria Estadual de Saúde do Ceará é que a criança foi infectada pela água do açude que abastece o assentamento onde a família vive. “Ao saber que a criança nunca tinha se banhado no açude, a primeira hipótese é de que ela adquiriu a ameba no banho doméstico, na própria casa. Foi feita uma investigação e nós identificamos que a água que abastecia a casa vinha do açude, passava por um tratamento, mas não era adequado”, explicou o secretário executivo de Vigilância em Saúde do Ceará, Antônio Lima Neto.

O Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde do estado então fez testes na água armazenada na cisterna da casa e confirmou a presença do parasita. Depois disso, recomendou a desinfecção do reservatório. “Fizeram também uma análise retrospectiva em busca de outros casos semelhantes na área, mas não encontraram”, complementou o secretário executivo.

Este é o primeiro caso confirmado por exames no Brasil, mas há relato de um outro paciente que também teria morrido de meningoencefalite amebiana em São Paulo, em 1975. Dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, onde cerca de 160 casos foram reportados desde a década de 1960, apontam uma mortalidade de quase 98%.

Esse tipo de ameba é extremamente raro e vive livre em rios e lagos, sem depender de hospedeiros e se adaptando melhor em águas quentes. Ela não é transmitida pela ingestão de água contaminada, nem entre pessoas, apenas por via nasal, principalmente durante o mergulho em locais contaminados. O diagnóstico é dificultado pelo fato de os sintomas serem bastante semelhantes aos de uma meningite bacteriana e ainda não há um tratamento específico contra a infecção pela ameba.

*Colaborou Gabriel Corrêa, repórter do Radiojornalismo.

 

Espírito Santo confirma a primeira morte por febre Oropouche

O Espírito Santo confirmou a primeira morte por Oropouche no estado. A vítima, uma mulher de 61 anos de idade, moradora da cidade de Fundão, morreu em 28 de agosto. É a quarta morte pela doença no país este ano, somadas as duas na Bahia e outra fetal em Pernambuco. No ano, já são quase 11 mil casos confirmados. A maioria no Amazonas e no Espírito Santo, com pouco mais de 3 mil casos cada, seguidos de Rondônia, com 1.700.

Este ano, o Brasil vive um surto de febre Oropouche. O vírus é transmitido pelo inseto conhecido como mosquito-pólvora ou maruim. Os sintomas parecem com os da dengue e de outras arboviroses, como febre, dor de cabeça, dor muscular e articular. E aparecem entre 3 e 8 dias após a picada do inseto. 

Nos primeiros sinais, é importante procurar uma unidade de saúde. O diagnóstico é feito por avaliação clínica, laboratorial e epidemiológica.

Ainda não há tratamento específico nem vacina disponível. Os medicamentos aliviam os sintomas, com o uso de analgésicos e de antitérmicos para controlar a febre.

Três ex-policiais rodoviários são condenados pela morte de Genivaldo

A Justiça Federal em Sergipe condenou três ex-policiais rodoviários federais pela morte do aposentado Genivaldo Santos de Jesus em 25 de maio de 2022. Genivaldo morreu asfixiado em uma abordagem da Polícia Rodoviária Federal (PRF) às margens da BR-101, em Umbaúba, Sergipe, após ser preso em uma viatura da corporação onde foi lançada uma granada de gás lacrimogênio.

O tribunal júri condenou o ex-policial rodoviário Paulo Rodolpho Nascimento por homicídio triplamente qualificado – por asfixia, por motivo fútil e sem chance de defesa para a vítima – a 28 anos de reclusão. Ele foi o policial que atirou a granada dentro do veículo.

Os ex-policiais William Barros Noia e Kleber Nascimento Freitas tiveram pena menor: de 23 anos, um mês e nove dias de reclusão. No caso dos dois réus, o corpo de jurados entendeu que não atuaram com intenção de matar Genivaldo, e a pena foi estabelecida pelo juiz Rafael Soares Souza, da 7ª Vara Federal em Sergipe.

Genivaldo foi abordado pelos policiais por estar dirigindo uma motocicleta sem usar capacete. Sem demonstrar resistência, Genivaldo desceu da moto e foi derrubado em chão de terra batida ao lado da rodovia, algemado e atingido com spray de pimenta.

Imobilizado, o motociclista foi colocado na parte traseira da viatura. Com a vítima rendida e presa no interior do veículo, o então policial Paulo Rodolpho lançou a granada de gás lacrimogêneo no veículo e forçou a porta contra as pernas da vítima. Perícia da Polícia Federal calculou que a vítima foi sufocada dentro da viatura pelo gás lacrimogênio por 11 minutos e 27 segundos.

Genivaldo Santos de Jesus tinha 38 anos e era aposentado por sofrer de esquizofrenia. Estava diagnosticado e medicado há 20 anos. Era casado, tinha um filho com 7 anos e um enteado com 18. Sua doença já havia sido comprovada em processo judicial de 2016, também resultante de abordagem pela Polícia Militar de Sergipe.

Câmeras corporais

Em agosto de 2023, o então ministro da Justiça, Flávio Dino, demitiu os três policiais rodoviários e determinou a revisão dos manuais de procedimentos da PRF. Em maio deste ano, a corporação anunciou testes com câmeras corporais e veiculares, a serem utilizadas nos uniformes dos policiais e nas viaturas, durante as atividades operacionais em todo o país.

A PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da Segurança Pública anunciada em outubro pelo governo federal prevê a transformação da PRF em Polícia Ostensiva Federal, destinada ao patrulhamento de rodovias, ferrovias e hidrovias federais.

Autorizada, a nova polícia também poderá proteger bens, serviços e instalações federais e prestar auxílio, emergencial e temporário, às forças de segurança estaduais ou distritais, quando requerido pelos governadores.

A proposta está na Casa Civil da Presidência da República e ainda não foi enviada ao Congresso Nacional. O governo aguarda manifestação final dos governadores para encaminhar a proposta ao Parlamento.

ViaMobilidade afasta envolvidos em agressão que levou homem à morte

A ViaMobilidade afastou os agentes de segurança envolvidos na morte de um homem na estação Carapicuíba, da Linha 8-Diamante.

Jadson Vitor de Souza Pires morreu após ser contido pelo agente por ‘estar muito agitado e não responder às orientações dos guardas que pediam que ele não invadisse a linha de bloqueio da estação’.

De acordo com a Secretaria estadual de Segurança Pública (SSP-SP), Jadson teve uma asfixia e o caso segue em investigação pelo 1º Distrito Policial (DP) de Carapicuíba.

“Novas imagens foram analisadas pela autoridade policial, que intimou os agentes envolvidos para prestarem depoimentos. Os laudos periciais solicitados estão em elaboração e serão anexados ao inquérito assim que concluídos. A natureza inicial da ocorrência poderá ser alterada diante de novas evidências, sem qualquer prejuízo ao inquérito”, diz a SSP-SP em nota.

A ViaMobilidade afirmou que repudia qualquer forma de violência e que o comportamento dos profissionais que atuaram na contenção de Jadson não corresponde aos seus valores, treinamento e padrão dos seus procedimentos de segurança e atendimento.

Além disso, reforçou que imediatamente após a ocorrência registrou boletim de ocorrência, cedendo todas as imagens disponíveis para a polícia e que uma sindicância interna foi instaurada.

“A concessionária lamenta profundamente o falecimento de Jadson Pires e expressa suas sinceras condolências aos amigos e à família, com quem já fez contato e se colocou à disposição para prestar apoio”.

Segundo as informações, a concessionária investe continuamente na formação de seus colaboradores para o relacionamento com o público e a segurança de seus clientes.

“Diante dos recentes acontecimentos, deu início a um processo de reciclagem de 100% do seu quadro de agentes e reforçará a capacitação voltada ao atendimento de pessoas em situação de vulnerabilidade ou sob o efeito de substâncias entorpecentes”.

O rigor das medidas disciplinares também foi aumentado e foi instaurada a obrigatoriedade de justificativa formal sempre que houver a necessidade de uso da força no exercício das atividades, informou a concessionária.

Militar suspeito de planejar morte de Lula presta depoimento à PF

O tenente-coronel Rodrigo Bezerra Azevedo, um dos quatro militares das forças especiais do Exército alvos da Operação Contragolpe, deflagrada no último dia 19, presta depoimento nesta quinta-feira (28) à Polícia Federal (PF).

Segundo o advogado Jeffey Chiquini, o militar procurará “esclarecer todos os questionamentos” que lhe forem feitos. Além disso, a defesa fará uma coletiva de imprensa no Rio de Janeiro, amanhã (29), para comentar a suposta participação do tenente-coronel em uma tentativa de golpe de Estado e de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

Azevedo está preso no Rio de Janeiro, em caráter preventivo, há dez dias.

Segundo a PF, a partir de novembro de 2022, ele; o general da reserva Mário Fernandes; os tenentes-coronéis Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira e o policial federal Wladimir Matos Soares participaram de “ações operacionais ilícitas” que, entre outras coisas, previam o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva; do vice Geraldo Alckmin e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes. O objetivo, de acordo com a PF, era “impedir a posse do governo legitimamente eleito e restringir o livre exercício da Democracia e do Poder judiciário brasileiro”.

Dos cinco presos na Operação Contragolpe – detidos com a autorização do próprio ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito no STF -, só Azevedo não figura entre as 37 pessoas que a PF indiciou na última quinta-feira (21), por tentativa de golpe de Estado após as últimas eleições presidenciais.

No relatório já entregue à Procuradoria-Geral da República – órgão ao qual cabe oferecer denúncia contra os indiciados; pedir o arquivamento do inquérito ou exigir o aprofundamento das investigações -, a PF afirma ter reunido provas da “participação do militar, um [chamado] Kid Preto [ou seja, membro das Forças Especiais do Exército], Rodrigo Bezerra Azevedo, na ação clandestina do dia 15 de dezembro de 2022, que tinha o objetivo de prender/executar o ministro Alexandre de Moraes”.

Brasileiras: 1/5 já sofreu ameaça de morte dos ex e atuais parceiros

No Brasil, duas em cada dez mulheres (21%) já foram ameaçadas de morte por parceiros atuais ou ex-parceiros românticos e seis em cada dez conhecem alguma que vivenciou essa situação. Em ambos os casos, as mulheres negras (pretas e pardas) aparecem em maior número. Os dados são da pesquisa Medo, ameaça e risco: percepções e vivências das mulheres sobre violência doméstica e feminicídio, realizada pelo Instituto Patrícia Galvão e pela empresa Consulting do Brasil.

O levantamento mostra ainda que seis em cada dez mulheres ameaçadas romperam com o agressor, após a intimidação, sendo essa decisão mais comum entre as vítimas negras do que entre as brancas. A pesquisa, divulgado nesta segunda-feira (25), contou com o apoio do Ministério das Mulheres e viabilizado por uma emenda da deputada federal Luiza Erundina (PSOL-SP).

Embora 44% das vítimas tenham ficado com muito medo, apenas 30% delas prestaram queixa à polícia e 17% pediram medida protetiva, mecanismo que pode determinar que o agressor fique longe da vítima e impedido de ter contato com ela. Esses dados têm relação com outros citados pela pesquisa, o de que duas em cada três mulheres acreditam que os agressores de mulheres permanecem impunes e o de que um quinto apenas acha que acabam na prisão.

Para a maioria das brasileiras (60%), a sensação de que os agressores não pagam pelo mal que fazem tem relação com o aumento dos casos de feminicídio. No questionário online, respondido, em outubro deste ano, por 1.353 mulheres maiores de idade, 42% das participantes concordaram com a afirmação de que as mulheres ameaçadas de morte imaginam que os agressores jamais vão colocar em prática o que prometem, ou seja, acham que a ameaça não representa um risco real de serem assassinadas por eles.

Ao mesmo tempo, há, no país, um contingente de 80% de mulheres avaliando que, embora a rede de atendimento às mulheres seja boa, não dá conta da demanda. Em relação a formas de enfrentamento à violência, proporção idêntica destaca as campanhas de estímulo a denúncias e as redes sociais como ferramentas poderosas.

Uma parcela significativa, também de 80%, pensa que nem a Justiça, nem as autoridades policiais encaram as ameaças e denúncias formalizadas com a seriedade devida. Também são maioria (90%) as respondentes com a opinião de que as ocorrências de feminicídio aumentaram nos últimos cinco anos.

Duplo trauma

A diarista Zilma Dias perdeu uma sobrinha em 2011. Não por causa natural, nem acidente. Camila foi morta, aos 17 anos, pelo ex-companheiro, de quem engravidou e tentava se desvencilhar. Como diversas vítimas, a jovem duvidava de que as agressões atingissem seu ponto máximo. Ambas as mulheres pretas.

Quase todas as respondentes da pesquisa, 89%, atribuem ao ciúme e à possessividade do agressor as causas por trás do feminicídio, quando envolve atuais ou ex-parceiros das vítimas. Para Zilma, foi o caso de sua sobrinha. Ela disse que ele chegou a trancá-la em casa e, como é típico nos casos de violência doméstica, tentou isolar a companheira, privando-a de todo convívio, inclusive o com familiares. O objetivo é fazer com que as mulheres fiquem sem ter a quem recorrer.

“Ela dizia que ele era mosca morta”, compartilha a pernambucana, para sinalizar que a filha de seu irmão nunca calculou realmente o risco que corria.

O assassino de Camila mudou-se de cidade onde vivia com ela. Depois de certo tempo, porém, ele retornou e ficou à espreita da ex-companheira. Quando a jovem passava por um cemitério, matou-a com 12 facadas, diante da filha dos dois, Raíssa. O homem, que tinha 25 anos, só foi localizado porque cometeu outro crime, de falsidade ideológica. Então, foi condenado a 13 anos por feminicídio.

A outra camada que revestiu de vulnerabilidade a vida de Zilma veio de uma desdita que ela mesma experimentou. Ela ficou seis anos sem poder abraçar alguém que gerou na barriga, mantendo contato somente por telefone. E também não resultado de nenhum acidente ou por causa do curso próprio da vida. Foi para se proteger de um agressor que não a matou, mas que assassinou a companheira que veio depois dela.

Hoje Zilma entende que a obediência que achava que devia ao parceiro era um valor construído culturalmente, algo incutido por ele na sua mente e que não tinha origem nem mesmo em sua família. Hoje, diz a trabalhadora doméstica, ela compreende que vivia em cárcere privado e que racionar comida para si, para não ser punida pelo marido, era um alerta escrito em letras garrafais. Ser proibida de ver os pais e de trabalhar não era normal.

O companheiro praticou contra ela, enquanto estiveram juntos, diversos tipos de violência. Da psicológica à patrimonial. Zilma não sabia nem sequer o sexo das bebês, pois não fez exame pré-natal, algo fundamental para verificar se a saúde da criança está em dia e detectar patologias graves precocemente.

“Eu não sabia a quem recorrer. Deus me livre chamar a polícia. Não contava nem à minha mãe que ele me batia. Quase todos os dias, ficava machucada. Grávida, apanhava. Ele chegou a ir ao médico comigo, eu estava toda machucada e já grávida de oito meses da minha primeira filha. Ele, do meu lado, me cutucando e o médico me perguntando ‘O que foi aquilo [os hematomas e ferimentos]?’ Ele me proibiu de falar. Aí, eu disse ‘Eu caí’. Estava do meu lado me ameaçando”, recorda Zilma.

Até terminar o relacionamento, algo que muitas vítimas temem, por medo de serem mortas, como mostra o relatório do Instituto Patrícia Galvão, Zilma aceitou os pedidos de perdão de seu agressor. A tentativa de esquecer os episódios de violência, em um relacionamento abusivo, e substitui-los por lembranças mais agradáveis – na maioria das vezes, poucas e do início da relação -, inclusive, despertadas intencionalmente pelo agressor é outra estratégia muito conhecida. Essa sequência de pedido de perdão, com agrados do agressor, recomeço das agressões, piora das agressões e agressão consumada se chama ciclo de violência e explica por que muitas vítimas não conseguem quebrá-lo e abandonar o agressor.

A “gota d’água”, menciona a pernambucana, foi quando ele bateu nela, logo após aparecer com uma amante no portão de casa e ser questionado pela infidelidade. O casal teve duas filhas, sendo que uma morreu aos 15 anos, por um problema cardíaco. Na ocasião, uma delas tinha apenas um mês de idade. Zilma informou a ele que ia embora e seu então companheiro fez um estardalhaço, indo à casa dos sogros, ajoelhando-se e prometendo que mudaria de comportamento, que jamais ela sofreria agressões novamente.

De mala e cuia, chegou a uma das capitais e voltou a criar a filha porque sua mãe, que cuidava dela, faleceu. “A minha esperança é que ele fosse mudar, mudar, mas foi só piorando”, diz.

Tentar minar a autoestima de Zilma, outro ponto que se repete nessas histórias, não a abalou, já que estava determinada a partir. “Dizia que eu não ia conseguir criar minha filha, que eu ia pedir ajuda a ele. Nunca deu um leite a ela. E eu consegui, criei sozinha”, afirma.

Em 2014, outra sobrinha de Zilma entrou em contato com ela para contar uma novidade. O ex-companheiro da diarista havia matado sua então parceira e a esquartejado. O caso saiu em jornais locais. Ele foi condenado a cumprir 25 anos de prisão.

Como encontrar informações e pedir ajuda

A versão completa da pesquisa pode ser lida no site do Instituto Patrícia Galvão, onde também é possível encontrar dados sobre os diversos tipos de violência.

Há, ainda, diversas formas de pedir socorro, caso seja necessário. Entre elas, o telefone 180, específico para atender vítimas de violência doméstica, as delegacias especializadas no atendimento à mulher e a Casa da Mulher Brasileira, que tem dez unidades espalhadas pelo país (Campo Grande; Fortaleza; Ceilândia, no Distrito Federal; Curitiba; São Luís; Boa Vista; São Paulo; Salvador; Teresina; e Ananindeua, no Pará.

Duas em cada 10 brasileiras já sofreram ameaça de morte de parceiros

No Brasil, duas em cada dez mulheres (21%) já foram ameaçadas de morte por parceiros atuais ou ex-parceiros românticos e seis em cada dez conhecem alguma que vivenciou essa situação. Em ambos os casos, as mulheres negras (pretas e pardas) aparecem em maior número. Os dados são da pesquisa Medo, ameaça e risco: percepções e vivências das mulheres sobre violência doméstica e feminicídio, realizada pelo Instituto Patrícia Galvão e pela empresa Consulting do Brasil.

O levantamento mostra ainda que seis em cada dez mulheres ameaçadas romperam com o agressor, após a intimidação, sendo essa decisão mais comum entre as vítimas negras do que entre as brancas. A pesquisa, divulgado nesta segunda-feira (25), contou com o apoio do Ministério das Mulheres e viabilizado por uma emenda da deputada federal Luiza Erundina (PSOL-SP).

Embora 44% das vítimas tenham ficado com muito medo, apenas 30% delas prestaram queixa à polícia e 17% pediram medida protetiva, mecanismo que pode determinar que o agressor fique longe da vítima e impedido de ter contato com ela. Esses dados têm relação com outros citados pela pesquisa, o de que duas em cada três mulheres acreditam que os agressores de mulheres permanecem impunes e o de que um quinto apenas acha que acabam na prisão.

Para a maioria das brasileiras (60%), a sensação de que os agressores não pagam pelo mal que fazem tem relação com o aumento dos casos de feminicídio. No questionário online, respondido, em outubro deste ano, por 1.353 mulheres maiores de idade, 42% das participantes concordaram com a afirmação de que as mulheres ameaçadas de morte imaginam que os agressores jamais vão colocar em prática o que prometem, ou seja, acham que a ameaça não representa um risco real de serem assassinadas por eles.

Ao mesmo tempo, há, no país, um contingente de 80% de mulheres avaliando que, embora a rede de atendimento às mulheres seja boa, não dá conta da demanda. Em relação a formas de enfrentamento à violência, proporção idêntica destaca as campanhas de estímulo a denúncias e as redes sociais como ferramentas poderosas.

Uma parcela significativa, também de 80%, pensa que nem a Justiça, nem as autoridades policiais encaram as ameaças e denúncias formalizadas com a seriedade devida. Também são maioria (90%) as respondentes com a opinião de que as ocorrências de feminicídio aumentaram nos últimos cinco anos.

Duplo trauma

A diarista Zilma Dias perdeu uma sobrinha em 2011. Não por causa natural, nem acidente. Camila foi morta, aos 17 anos, pelo ex-companheiro, de quem engravidou e tentava se desvencilhar. Como diversas vítimas, a jovem duvidava de que as agressões atingissem seu ponto máximo. Ambas as mulheres pretas.

Quase todas as respondentes da pesquisa, 89%, atribuem ao ciúme e à possessividade do agressor as causas por trás do feminicídio, quando envolve atuais ou ex-parceiros das vítimas. Para Zilma, foi o caso de sua sobrinha. Ela disse que ele chegou a trancá-la em casa e, como é típico nos casos de violência doméstica, tentou isolar a companheira, privando-a de todo convívio, inclusive o com familiares. O objetivo é fazer com que as mulheres fiquem sem ter a quem recorrer.

“Ela dizia que ele era mosca morta”, compartilha a pernambucana, para sinalizar que a filha de seu irmão nunca calculou realmente o risco que corria.

O assassino de Camila mudou-se de cidade onde vivia com ela. Depois de certo tempo, porém, ele retornou e ficou à espreita da ex-companheira. Quando a jovem passava por um cemitério, matou-a com 12 facadas, diante da filha dos dois, Raíssa. O homem, que tinha 25 anos, só foi localizado porque cometeu outro crime, de falsidade ideológica. Então, foi condenado a 13 anos por feminicídio.

A outra camada que revestiu de vulnerabilidade a vida de Zilma veio de uma desdita que ela mesma experimentou. Ela ficou seis anos sem poder abraçar alguém que gerou na barriga, mantendo contato somente por telefone. E também não resultado de nenhum acidente ou por causa do curso próprio da vida. Foi para se proteger de um agressor que não a matou, mas que assassinou a companheira que veio depois dela.

Hoje Zilma entende que a obediência que achava que devia ao parceiro era um valor construído culturalmente, algo incutido por ele na sua mente e que não tinha origem nem mesmo em sua família. Hoje, diz a trabalhadora doméstica, ela compreende que vivia em cárcere privado e que racionar comida para si, para não ser punida pelo marido, era um alerta escrito em letras garrafais. Ser proibida de ver os pais e de trabalhar não era normal.

O companheiro praticou contra ela, enquanto estiveram juntos, diversos tipos de violência. Da psicológica à patrimonial. Zilma não sabia nem sequer o sexo das bebês, pois não fez exame pré-natal, algo fundamental para verificar se a saúde da criança está em dia e detectar patologias graves precocemente.

“Eu não sabia a quem recorrer. Deus me livre chamar a polícia. Não contava nem à minha mãe que ele me batia. Quase todos os dias, ficava machucada. Grávida, apanhava. Ele chegou a ir ao médico comigo, eu estava toda machucada e já grávida de oito meses da minha primeira filha. Ele, do meu lado, me cutucando e o médico me perguntando ‘O que foi aquilo [os hematomas e ferimentos]?’ Ele me proibiu de falar. Aí, eu disse ‘Eu caí’. Estava do meu lado me ameaçando”, recorda Zilma.

Até terminar o relacionamento, algo que muitas vítimas temem, por medo de serem mortas, como mostra o relatório do Instituto Patrícia Galvão, Zilma aceitou os pedidos de perdão de seu agressor. A tentativa de esquecer os episódios de violência, em um relacionamento abusivo, e substitui-los por lembranças mais agradáveis – na maioria das vezes, poucas e do início da relação -, inclusive, despertadas intencionalmente pelo agressor é outra estratégia muito conhecida. Essa sequência de pedido de perdão, com agrados do agressor, recomeço das agressões, piora das agressões e agressão consumada se chama ciclo de violência e explica por que muitas vítimas não conseguem quebrá-lo e abandonar o agressor.

A “gota d’água”, menciona a pernambucana, foi quando ele bateu nela, logo após aparecer com uma amante no portão de casa e ser questionado pela infidelidade. O casal teve duas filhas, sendo que uma morreu aos 15 anos, por um problema cardíaco. Na ocasião, uma delas tinha apenas um mês de idade. Zilma informou a ele que ia embora e seu então companheiro fez um estardalhaço, indo à casa dos sogros, ajoelhando-se e prometendo que mudaria de comportamento, que jamais ela sofreria agressões novamente.

De mala e cuia, chegou a uma das capitais e voltou a criar a filha porque sua mãe, que cuidava dela, faleceu. “A minha esperança é que ele fosse mudar, mudar, mas foi só piorando”, diz.

Tentar minar a autoestima de Zilma, outro ponto que se repete nessas histórias, não a abalou, já que estava determinada a partir. “Dizia que eu não ia conseguir criar minha filha, que eu ia pedir ajuda a ele. Nunca deu um leite a ela. E eu consegui, criei sozinha”, afirma.

Em 2014, outra sobrinha de Zilma entrou em contato com ela para contar uma novidade. O ex-companheiro da diarista havia matado sua então parceira e a esquartejado. O caso saiu em jornais locais. Ele foi condenado a cumprir 25 anos de prisão.

Como encontrar informações e pedir ajuda

A versão completa da pesquisa pode ser lida no site do Instituto Patrícia Galvão, onde também é possível encontrar dados sobre os diversos tipos de violência.

Há, ainda, diversas formas de pedir socorro, caso seja necessário. Entre elas, o telefone 180, específico para atender vítimas de violência doméstica, as delegacias especializadas no atendimento à mulher e a Casa da Mulher Brasileira, que tem dez unidades espalhadas pelo país (Campo Grande; Fortaleza; Ceilândia, no Distrito Federal; Curitiba; São Luís; Boa Vista; São Paulo; Salvador; Teresina; e Ananindeua, no Pará.

Morte de jovem estudante é tragédia anunciada, diz ouvidor da polícia

A abordagem policial em que um jovem de 22 anos foi morto, nesta quarta-feira (20), na capital paulista, não observou o uso gradativo da força, como determinado por normas internas da Polícia Militar (PM) paulista. A avaliação é do ouvidor da Polícia do Estado de São Paulo, Claudio Silva.

O estudante de medicina Marco Aurélio Cardenas Acosta, de 22 anos, foi morto com um tiro à queima-roupa disparado pelo policial Guilherme Augusto Macedo, por volta das 2h50, na escadaria de um hotel na Rua Cubatão, na Vila Mariana, zona sul da cidade.

“Tragédias como essa com o jovem estudante de medicina, são tragédias anunciadas. Essa sucessão de erros praticados pelos policiais que atendiam a ocorrência, demonstra que caiu a profissionalização da nossa PM e, quando isso ocorre, absolutamente ninguém está protegido: é um tipo de violência que pode chegar a todas as classes sociais”, disse Silva.

Segundo o ouvidor, “o que já era assustador para os pobres e periféricos, agora se apresenta também como ameaça à vida dos que pertencem às camadas mais abastadas da nossa sociedade. A ideologia de vingança, truculência e morte atinge a todos, sem distinção de classe ou raça.”

Imagens da abordagem

Imagens de câmera de segurança do hotel mostram que o rapaz estava sem camisa quando entrou no saguão. Macedo segurou o braço do jovem, que tentou se soltar, enquanto o outro policial o chutou. Na sequência, é possível ver que o PM dispara na direção do rapaz, que cai no chão.

Segundo informações da Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP), Acosta golpeou a viatura policial, tentou fugir e ao ser abordado “investiu” contra os policiais e foi ferido. O rapaz foi socorrido ao hospital Ipiranga, mas não resistiu ao ferimento.

“Existem outros protocolos a serem adotados antes da decisão de puxar o gatilho, neste caso contra um jovem que estava sem camisa e não oferecia qualquer risco à integridade física dos policiais, inclusive porque fugia da abordagem, diferente do que diz nota da SSP, que afirma que ele ‘investiu contra os policiais’, quando o vídeo mostra que ele fugia da abordagem, por razões que não vamos saber quais são”, ressaltou o ouvidor.

O resultado, lamenta Silva, é mais uma família destruída. “Sonhos interrompidos, trajetórias abortadas, que se somam a centenas de outros mortos, como o jovem dr. Marco Aurélio Cardenas Acosta, que, prestes à sua formatura, iria salvar muitas vidas”, disse.

A Associação Atlética Acadêmica Medicina Anhembi Morumbi manifestou, em nota, profundo pesar pela morte de Marco Aurélio Cardenas Acosta. “Neste momento de imensa dor, nos solidarizamos com seus familiares, companheiros de time e colegas, que perderam não apenas um companheiro de jornada, mas também um amigo. Que sua memória seja sempre lembrada com carinho e que sua trajetória inspire a todos nós”, diz a nota.

SP oferece R$ 50 mil por informação de suspeito por morte no aeroporto

O estado de São Paulo anunciou recompensa de R$ 50 mil para quem fornecer informações que levem à sua captura de Kauê do Amaral Coelho, primeiro suspeito identificado por participação no homicídio de Antônio Vinícius Gritzbach, morto no Aeroporto de Guarulhos em 8 de novembro, por disparos de arma de fogo.

A Polícia Civil cumpriu, na manhã de hoje (19), mandados de busca em endereços relacionados a Kauê, na região do Jaraguá, na capital paulista. No entanto, os policiais não encontraram o suspeito, e o mandado de prisão temporária por coautoria no homicídio – expedido pela Justiça na sexta-feira, a pedido do Ministério Público – não foi cumprido.

O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, informou que, desde a ocorrência, há um trabalho intenso e integrado entre as forças policiais. “Nós chegamos à identificação e qualificação do primeiro indivíduo confirmado como um dos autores desse homicídio”, disse Derrite, em entrevista coletiva nesta terça-feira (19). Segundo o secretário, são no mínimo cinco envolvidos.

“Através do sistema de monitoramento do aeroporto, chegamos às imagens que comprovam detalhes da participação dele no assassinato”, disse. “O Kauê aparece uma hora antes do pouso do avião do Vinícius. Um pouco antes [dos disparos], ele aponta para o Vinícius, mostrando para os criminosos que estavam no Gol e desceram atirando”, relatou o secretário. 

De acordo com a Secretaria de Segurança (SSP), o suspeito, que foi preso em 2022 por tráfico de drogas, circulou pelo saguão do aeroporto no dia do crime. Conforme a investigação, assim que Kauê viu a vítima seguindo em direção ao desembarque, sinalizou aos atiradores que aguardavam na área externa em um carro.

O rapaz é considerado foragido e sua foto está sendo divulgada pela SSP. “O irmão dele [que estava em um dos endereços] informou aos policiais que o Kauê já havia ligado avisando que provavelmente, ou possivelmente, as polícias iriam atrás dele”, disse Derrite.

Segundo a SSP, “objetos de interesse da investigação” foram apreendidos nos endereços dos mandados. Apesar de não informar quais seriam os objetos, a pasta acrescentou que armas e drogas não estão entre as apreensões.

Na tarde de sábado (9), três mochilas com armas de fogo foram encontradas nas imediações do aeroporto. Foram apreendidas pelos policiais dois fuzis 762 e um fuzil 556, uma pistola 9 milímetros e uma placa automotiva, além dos carregadores e munições dessas armas. Derrite confirmou, na entrevista, que as armas encontradas foram usadas no homicídio de Gritzbach.

Antônio Vinícius Gritzbach era investigado pelo envolvimento com uma facção criminosa. Ele foi acusado de lavagem de dinheiro do grupo e de ter mandado matar duas pessoas da facção. Segundo a promotoria, na colaboração para atenuar a pena, o réu citou agentes públicos.

Em 12 de novembro, oito policiais citados no acordo de colaboração firmado pelo Ministério Público com Gritzbach foram afastados da corporação, informou a SSP. A corregedoria representou junto ao Poder Judiciário pelo compartilhamento de informações, que estão sob sigilo, para que sejam usadas nos respectivos procedimentos administrativos disciplinares já instaurados.

A SSP informou ainda que, de acordo com a Delegacia Geral de Polícia, que determinou a o remanejamento, os policiais citados em depoimento prestado pelo réu foram afastados das atividades operacionais para funções administrativas.