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Primeiro dia da COP29 tem poucos líderes e apelo por ação

Com a presença de poucos líderes mundiais, a 29ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP29) foi oficialmente aberta nesta segunda-feira (11), em Baku, no Azerbaijão.

Na cerimônia, o ministro da Ecologia e Recursos Naturais do país, Mukhtar Babayev, assumiu a presidência da COP29, após o gesto simbólico em que recebeu o martelo para abertura das negociações climáticas, das mãos do sultão Al Jaber, que presidiu a conferência anterior nos Emirados Árabes Unidos, em 2023.

Babayev deu início aos trabalhos de negociações com um apelo para que os países aumentem suas ambições pela redução das emissões de gases do efeito estufa e também para que destravem as negociações sobre financiamento para viabilizar as ações de enfrentamento às mudanças climáticas.

“Ao mobilizarmos o financiamento para o clima, permitimos ambições elevadas. E quando, em conjunto, damos sinais de maior ambição, criamos confiança para desbloquear maiores compromissos financeiros”, reforçou.

Ele lembrou que as políticas atuais adotadas pelos países já estão conduzindo o planeta a 3 graus de aquecimento e que as ações para desacelerar esse cenário catastrófico precisam ocorrer agora. “A mudança do clima já está aqui, desde casas inundadas em Espanha a incêndios florestais na Austrália, desde a subida dos oceanos no Pacífico a planícies áridas na África Oriental. Quer as vejamos ou não, as pessoas estão sofrendo nas sombras. Estão morrendo na escuridão. E precisam de mais do que compaixão, mais do que orações e burocracia. Estão a implorar por liderança e ação”, alertou.

Tecnologia

O ministro do Azerbaijão lembrou que é necessário ainda acelerar o trabalho para desenvolver e transferir tecnologia, para que estejam disponíveis a todos, em especial os mais afetados que vivem nos países menos desenvolvidos. 

“Precisamos entregar o programa de implementação de tecnologia aqui em Baku. Dentro da agenda de ação da COP29, temos oportunidades para governos, setor privado, bancos multilaterais de desenvolvimento e todos fazerem sua parte”, defendeu.

O presidente da COP29 também discorreu sobre a transição energética e outras ações de mitigação dos gases do efeito estufa, além de destacar a importância da entrega pelos países dos planos nacionais de adaptação, que considerou crítica. “Eles orientam como compartilhamos a melhor tecnologia de transferência de práticas e apoiamos uns aos outros. Precisamos deles até 2025 para que possamos progredir até 2030”, disse.

Babayev destacou ainda que sucessos e fracassos sobre ações de enfrentamento aos problemas climáticos serão coletivos, e nenhum país é capaz de resolver o problema do aquecimento global sozinho. Lembrou também que todas as populações mundiais assistem e esperam a ação pelo clima. 

“Eles estão esperando que mostremos liderança e eles não podem arcar com o custo do atraso. Então, vamos aumentar a ambição e permitir a ação. Vamos avançar em solidariedade por um mundo verde. E vamos trabalhar”, concluiu.

Delegações

Na plateia do plenário da zona azul, onde ocorre a programação oficial do evento, muitas delegações de negociadores estava presentes, mas os principais líderes mundias ou não participarão ou ainda estão a caminho de Baku, como o vice-presidente Geraldo alckmin, que participará nesta terça-feira (12) da Reunião de Alto Nível da COP29.

Também será nesta terça-feira a abertura dos pavilhões dos países, organizações da sociedade civil, instituições intergovernamentais e acadêmicas. Ainda em construção, a zona verde, onde todos podem participar, já teve um dia movimentado.

Pavilhões de países como a Alemanha, Brasil e França já estavam praticamente prontos e cheios de visitantes buscando informações sobre a programação. Alguns, já tinham atividades, como o da China, mesmo após a confirmação da ausência do presidente Xi Jinping. Já o pequeno pavilhão reservado pelos Estados Unidos, permaneceu vazio, sem muita movimentação.

 

* A repórter viajou a convite do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA)

Governo federal decreta GLO no Rio para Cúpula de Líderes do G20

As Forças Armadas atuarão, em articulação com outros órgãos de segurança, para garantir a segurança pública durante a Cúpula de Líderes do G20, que reunirá os chefes de Estado das principais economias do mundo, no Rio de Janeiro. Na sexta-feira (8), o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, assinou um novo decreto autorizando o emprego das Forças Armadas para a garantia da lei e da ordem (GLO), no período de 14 a 21 de novembro.

Nos dias 18 e 19 de novembro, a realização da Reunião de Cúpula de Líderes do G20 reunirá, além das delegações dos seus 21 membros, países e organizações internacionais convidadas, totalizando 56 delegações. Segundo o Planalto, mais de 40 delegações já estão confirmadas com as presenças de chefes de Estado ou Governo (países) ou dirigente máximo (organizações internacionais). O G20 Social, por sua vez, reunirá organizações da sociedade civil entre 14 e 16 de novembro.

Segundo o decreto publicado no Diário Oficial da União (DOU), o emprego das Forças Armadas ocorrerá em articulação com o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e em coordenação com os órgãos de segurança pública.

Caberá às Forças Armadas seguir as ações previstas no Plano Estratégico Integrado de Segurança para a Cúpula. O plano prevê que elas deverão atuar nos perímetros de segurança estabelecidos, tanto na parte terrestre quanto marítima, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro; na Marina da Glória; no monumento a Estácio de Sá; no perímetro externo do Aeroporto Internacional Tom Jobim e nos locais de hospedagem das delegações dos Chefes de Estado.

O decreto também determina que as tropas atuem na segurança das vias de ida e volta das comitivas, entre os locais de hospedagem e o Museu de Arte Moderna; nas vias de chegada e saída entre o Aeroporto Internacional Tom Jobim e os locais de hospedagem, incluindo as linhas amarela (Rodovia Governador Carlos Lacerda) e vermelha (Via Expressa Presidente João Goulart), além das demais ruas da zona sul e da zona oeste utilizadas no percurso.

O MJSP informou que a Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) atuará com 95 agentes no esquema de segurança da reunião. Os agentes farão ações de policiamento ostensivo e preventivo no entorno do evento e nos locais das conferências, no Museu de Arte Moderna (MAM), no centro da cidade.

Líderes mundiais reagem à vitória de Trump nos Estados Unidos

Ao declarar vitória nas eleições presidenciais norte-americanas, apesar de a contagem de votos não estar oficialmente concluída, o presidente eleito, Donld Trump, começa a receber mensagens de líderes mundiais.

O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Órban, foi um dos primeiros a reagir. “A caminho de uma vitória maravilhosa”, escreveu Órban numa publicação no Facebook, quando ainda se contabilizavam os votos.

Mais tarde, quando a eleição de Trump estava praticamente assegurada, o primeiro-ministro húngaro voltou a mencionar as eleições norte-americanas, afirmando que este “é o maior regresso da história política dos EUA”.

“Parabéns ao presidente Trump pela enorme vitória. Uma vitória muito necessária para o mundo”, disse Órban em mensagem publicada na rede social X.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, também se manifestou, saudando “o maior regresso da história”. Na rede social X, Netanyahu afirmou que o regresso de Trump à Casa Branca “oferece um novo começo à América e um poderoso compromisso com a grande aliança entre Israel e a América”.

Também os ministros de extrema-direita do governo israelense comemoraram a vitória de Trump na eleição presidencial dos EUA. 

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Israel Katz, felicitou Trump e disse que juntos vão “fortalecer a aliança EUA-Israel, trazer de volta os reféns e permanecer firmes para derrotar o eixo do mal liderado pelo Irã”.

O ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, escreveu no Twitter: “Sim! Deus abençoe Trump”. Já o ministro das Finanças, Bezalel Smitrich, afirmou: “Deus abençoe Israel, Deus abençoe a América”.

O Hamas, por sua vez, disse que Trump será testado e que o “apoio cego” dos EUA a Israel “deve acabar”.

“Esse apoio cego à entidade sionista deve acabar, porque ocorre à custa do futuro do nosso povo, bem como da segurança e estabilidade da região”, disse Bassem Naïm, membro do gabinete político do Hamas, à AFP.

“Pedimos que Trump aprenda com os erros de Joe Biden”, disse outra fonte do Hamas à agência Reuters.

O governo iraniano declarou-se, por sua vez, indiferente à vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais norte-americanas e considera que as relações entre os dois países não vão mudar.

A porta-voz do governo iraniano, Fatemeh Mohajerani, afirmou que “a eleição do presidente dos Estados Unidos não tem qualquer ligação clara com o Irã. As políticas gerais dos Estados Unidos e do Irã são fixas”.

“Considerando a história das sanções nas últimas quatro décadas, o Irã enfrentou-as e não está preocupado com a reeleição de Trump, pois não houve qualquer diferença com a outra pessoa [o atual presidente, Joe Biden]”, disse, acrescentando que “as sanções fortaleceram o poder interno do Irã, que tem a capacidade de lidar com novas sanções”.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, também cumprimentou Trump pela “notável vitória eleitoral”.

“Eu aprecio o comprometimento do presidente Trump com a abordagem «paz pela força» em assuntos globais. Esse é exatamente o princípio que pode praticamente trazer a paz justa para a Ucrânia”, disse na rede social X.

“Estamos ansiosos por uma era dos Estados Unidos fortes sob a liderança decisiva do presidente Trump. Contamos com o apoio bipartidário forte e contínuo para a Ucrânia nos EUA”, acrescentou.

Do lado russo, o Kremlin afirmou que Vladimir Putin não tem intenções de felicitar Trump. “Não sei nada sobre um plano do presidente (russo) para felicitar Trump pela eleição. Não nos esqueçamos de que estamos falando de um país hostil que está direta e indiretamente envolvido numa guerra contra o nosso Estado”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, em referência ao conflito na Ucrânia.

“É praticamente impossível que as relações se deteriorem ainda mais. Elas estão no nível mais baixo de todos os tempos. Quanto ao que pode acontecer, tudo dependerá da liderança americana”, disse Peskov, acrescentando que o Kremlin vai avaliar Trump “com base em ações concretas”.

“Veremos o que acontece em janeiro”, disse, referindo-se à data da posse do presidente eleito.

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, também já parabenizou o “amigo” Donald Trump. “Espero que as relações Turquia-EUA se fortaleçam, que as crises e guerras regionais e globais, especialmente a questão palestina e a guerra Rússia-Ucrânia, cheguem ao fim; acredito que mais esforços serão feitos para um mundo mais justo”, escreveu Erdogan no X.

A China disse que continuará a trabalhar com os Estados Unidos com base no “respeito mútuo, coexistência pacífica e cooperação vantajosa para ambas as partes”, afirmou o porta-voz do Ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Mao Ning. “A nossa política em relação aos EUA é consistente”, frisou.

Reações na Europa

Do lado europeu, uma das primeiras reações chegou da França. O presidente Emmanuel Macron deu os parabéns a Donald Trump e disse estar pronto para trabalhar com o republicano. “Estamos prontos para trabalhar juntos, como fizemos nos últimos quatro anos. Com as suas convicções e com as minhas. Com respeito e ambição. Por mais paz e prosperidade”, escreveu Macron no X.

O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, também cumprimentou Trump pela sua “vitória histórica”. “Estou ansioso para trabalhar consigo nos próximos anos. Como aliados mais próximos, estamos ombro a ombro na defesa dos nossos valores compartilhados de liberdade, democracia e empreendedorismo”, disse Starmer no X.

A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, saudou Trump, salientando que a “Itália e os EUA são nações “irmãs”, ligadas por aliança inabalável, valores comuns e uma amizade histórica”. “É um laço estratégico, que tenho certeza de que agora fortaleceremos ainda mais”, disse Meloni, em mensagem partilhada no X.

O chanceler alemão, Olaf Scholz, também felicitou Trump na rede social X. “A Alemanha e os EUA têm trabalhado juntos com sucesso por longo período para promover a prosperidade e a liberdade em ambos os lados do Atlântico. Continuaremos a fazê-lo para o benefício dos nossos cidadãos”. 

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, parabenizou Trump, afirmando que os dois vão “trabalhar nas relações bilaterais estratégicas e numa forte parceria transatlântica”.

O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) disse ter já transmitido suas felicitações a Donald Trump. “A sua liderança será novamente essencial para manter a nossa aliança forte. Estou ansioso para trabalhar com ele novamente, a fim de promover a paz por meio da força através da Otan”, afirmou Mark Rutte na rede social X.

Seu antecessor, Jens Stoltenberg, também cumprimentou o presidente eleito, lembrando que em seu primeiro mandato, a relação de trabalho entre os dois “teve como foco reforçar a segurança transatlântica e adaptar a Otan para o futuro”.

“Num mundo de crescente instabilidade, uma liderança forte dos EUA continua essencial”, salientou.

A presidente da Comissão Europeia felicitou Donald Trump pela sua eleição como 47º presidente dos Estados Unidos da América. “Estou ansiosa para trabalhar com o presidente novamente para promover forte agenda transatlântica”, disse Ursula von der Leyen. “Vamos trabalhar juntos numa parceria transatlântica. Milhões de empregos e bilhões em comércio e investimento em cada lado do Atlântico dependem do dinamismo e estabilidade de nossa relação econômica”.

A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, disse que “a Europa está pronta para cooperar enquanto enfrenta desafios geopolíticos sem precedentes e para manter o vínculo transatlântico forte, enraizado nos nossos valores compartilhados de liberdade, direitos humanos, democracia e mercados abertos”.

*É proibida a reprodução deste conteúdo.

Líderes de favelas querem fundo no G20 para desenvolver comunidades

De um mirante no alto do Morro do Adeus, no Complexo do Alemão, é possível ter uma visão quase que completa do conjunto de comunidades que fica na zona norte do Rio de Janeiro. É justamente essa visão para as favelas que o Favelas 20 (F20) quer que permeie as discussões e ações do G20, o grupo das principais economias do mundo, incluindo a União Europeia e a União Africana.

O F20 aproveitou o Dia Nacional da Favela, nesta segunda-feira (4), para entregar a representantes do G20 – este ano sob presidência brasileira – um documento com uma lista de ações prioritárias para combater questões como desigualdade e melhorar a qualidade de vida dos moradores de comunidades. Uma das propostas é a criação de um fundo para financiar o desenvolvimento das favelas.

“Nós não estamos aqui apenas para ser ouvido. Queremos participar da construção”, disse durante a cerimônia Rene Silva, fundador da Voz das Comunidades, organização não governamental (ONG) nascida no Complexo do Alemão que se destacou com ações de jornalismo comunitário.

 

Rene Silva diz que as favelas enfrentam falta de representatividade política – Tomaz Silva/Agência Brasil

“A favela faz parte da solução, a favela tem a solução”, diz. “Quando a gente vai elencar todos os temas que são debatidos dentro do G20 pelas lideranças mundiais, todos os temas passam pela nossa vida, pelo nosso cotidiano das pessoas que moram aqui dentro das favelas”, completa.

Um dos fundadores do F20, Erley Bispo enfatiza a participação e integração de moradores de favelas no processo de elaboração das propostas.

“Sempre quando propomos ações, eventos e outras propostas, elas acontecem dentro da favela, porque, de fato, é daqui que tem que sair as recomendações”, disse Erley Bispo à Agência Brasil.

O F20 é uma iniciativa conduzida pela Voz das Comunidades, em articulação com outras organizações, dentro e fora do Brasil. Desde maio deste ano, foi realizada uma série de encontros para debater e sugerir propostas. É a primeira vez que as discussões no âmbito do G20 contam com voz ativa de representantes de comunidades.

Apontando que cerca de 20% da população brasileira mora em favelas e periferias, Rene Silva criticou a falta de atenção e representatividade política que as comunidades têm. “Nosso espaço dentro desse local de poder é muito pequeno”, lamentou.

Segundo ele, os moradores não participam da construção de políticas públicas. Ele deu como exemplo a instalação de um teleférico no Complexo do Alemão, em 2011.

“Nunca nos foi perguntado se, no Complexo do Alemão, os moradores preferiam um acesso ao teleférico, que está parado desde 2016, logo depois da Olimpíada, ou se a gente preferiria um acesso maior ao saneamento básico, à água potável, mais espaços culturais, acesso à tecnologia”, elencou.

“A favela pode e deve contribuir com essa transformação. A gente tem um papel fundamental, importantíssimo, quando a gente fala sobre como construir essa solução. Por isso esse documento, o surgimento do F20”, apontou Rene Silva.

Moradores

As queixas registradas no documento, chamado formalmente Communiqué, fazem parte da vida de Francisco Santiago Filho. Há cerca de 65 anos no Morro do Adeus, ele se intitula como um dos habitantes que moram há mais tempo no conjunto de favelas.

“Tinha um teleférico aí, mas acabou. Acho que nem volta mais. Estou velho para subir esse morro todinho”, queixou-se.

Outra moradora, Sônia da Silva Ferreira, há 40 anos na comunidade, reforça a reclamação. “Teleférico faz muita falta para a gente. Eu quero que esse evento ajude a melhorar”, espera ela que chegou a trabalhar na obra de construção do meio de transporte e precisa subir a pé ou pagar motoboys para chegar ao alto do morro.

A Agência Brasil procurou a Secretaria Estadual de Infraestrutura e Obras Públicas. A pasta informou que as obras de recuperação do teleférico estão em curso, com mais de 80% dos serviços de reforma das seis estações concluídos.

A secretaria informou ainda que realiza as contratações da compra e instalação dos cabos eletromecânicos, que dão sustentação às gôndolas, além dos equipamentos como escadas rolantes.

“A secretaria trabalha para entregar todo o sistema completamente recuperado à população, visando facilitar o deslocamento diário dos moradores e a reativação de importantes serviços nas estações”, completa a nota.

Como ainda há licitação sendo realizada, a pasta não pôde informar um prazo definido para a entrega do meio de transporte.

Communiqué

Além de ser entregue a autoridades – a fim de que chegue aos líderes que participarão da reunião de cúpula do G20, nos dias 18 e 19 de novembro – o Communiqué pode ser acessado pela sociedade neste endereço.

A publicação tem seis grupos de policy briefs, ou seja, conjuntos de recomendações, nas áreas de combate às desigualdades, pobreza, fome e promoção da saúde mental; combate à crise climática e promoção da transição energética justa; acesso à água potável, saneamento básico e higiene pessoal; combate a risco de desastres naturais; transformação, inclusão digital e cultural; e finanças sustentáveis.

 

Cofundador do F20, Erley Bispo diz que a falta de acesso ao saneamento básico e água potável é um problema que atinge favelas ao redor do mundo – Tomaz Silva/Agência Brasil

Cofundador do F20 e um dos organizadores do documento, Erley Bispo destaca entre as propostas um fundo para financiar o desenvolvimento das favelas.

“O ponto central é que se crie um fundo voltado para as favelas e periferias, porque só assim nós conseguimos assegurar acesso à água e saneamento, que se tenha moradias mais resilientes frente às mudanças climáticas, direitos para empreendedores locais, para mulheres, jovens, população LGBTQIA+, comunidades indígenas e várias outras comunidades”, frisou.

Erley Bispo destacou ainda que o F20 se pautou por discussões locais e soluções globais. “O que acontece, muitas vezes, nas comunidades onde você mora acaba sendo um reflexo que acontece também em outras comunidades. Então é uma forma de a gente conseguir também compartilhar conhecimento, compartilhar a solução”, explicou.

Entre os problemas comuns em favelas ao redor do mundo, Erley citou a falta de acesso ao saneamento básico e água potável. No mundo, cerca de 1 bilhão de pessoas moram em favelas, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).

Morando há cerca de 20 anos em comunidades, a cantora indígena Kaê Guajajara destacou a presença de representantes indígenas entre os habitantes de favelas e periferias.

“Desde 1500, os povos indígenas foram sendo colocados em várias situações, inclusive a resistência e sobrevivência na cidade, na favela, justamente por a gente não ter condições de ficar se mantendo na pista”, relatou, usando a gíria “pista”, referente a quem não mora em comunidade.

“Eu conheço vários indígenas favelados, mas a gente ainda não está ocupando [politicamente] esse lugar, para que a gente consiga mais políticas públicas dentro desses espaços”, afirmou.

 

A artista Kaê Guajajara destaca a presença de indígenas entre os moradores de favelas e periferias – Tomaz Silva/Agência Brasil

Autoridades

Na presidência brasileira do G20, a interlocução com movimentos sociais é coordenada pela Secretaria-Geral da Presidência da República (SGPR), do ministro Márcio Macêdo. Ele participaria da cerimônia de recebimento do Communiqué, mas não pôde comparecer, por ter sido chamado para uma reunião de última hora com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O secretário nacional de Juventude, Ronald Sorriso, vinculado à SGPR, representou o ministro Macêdo e recebeu em mãos o documento do F20. O secretário destacou que o G20 Social, que propõe a articulação direta com a sociedade civil organizada, é uma inovação da presidência brasileira no G20, com reuniões de 14 a 16 de novembro.

“Todo esse rio que foi sendo formado ao longo dos meses de debate vai desaguar no mar de grandes ideias de grandes proposições”, disse.

 

O secretário nacional da Juventude, Ronald Sorriso, recebeu documento com recomendações políticas ao G20 – Tomaz Silva/Agência Brasil

O secretário acrescentou que o governo está comprometido a manter diálogo com movimentos sociais após o G20, para que propostas das comunidades possam virar realidade.

“A gente acredita que vai ter um caldo muito grande de proposições a serem aproveitadas pelo governo federal. Mas o mais importante também é fazer com que isso seja aproveitado pelos outros países e que tenha continuidade na presidência da África do Sul, que já é um pacto que está sendo tecido por nós”, disse Sorriso, lembrando que o país africano será o presidente rotatório do G20 em 2025.

Outro representante do governo a receber a carta de propostas do F20 foi o subsecretário de Finanças Internacionais e Cooperação Econômica do Ministério da Fazenda, Antonio Freitas.

Ele destacou que uma das propostas prioritárias do Brasil no G20, a taxação de super-ricos, pode ser um dos meio de alavancar o desenvolvimento das favelas.

“Não é apenas uma questão de transferência orçamentária, é uma questão política. O sistema está funcionando de uma maneira que uma parcela muito minoritária da população mundial está acumulando recursos de maneira absolutamente desproporcional, sem contribuir para o bem-estar coletivo”, afirmou.

 

Antonio Freitas, representante do Ministério da Fazenda, também recebeu o documento do Favelas 20 (F20) – Tomaz Silva/Agência Brasil

Segundo o subsecretário do Ministério da Fazenda, o Brasil foi bem-sucedido ao levar a propostas para outros países. No entanto, ele admitiu que o avanço não é simples. “O plano internacional é um plano muito difícil, as coisas demoram para se materializar, mas o passo inicial foi dado”, afirmou.

G20

O G20 é composto por 19 países: África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia, e duas alianças regionais: a União Africana e a União Europeia.

Os integrantes do grupo representam cerca de 85% da economia mundial, mais de 75% do comércio global e cerca de dois terços da população do planeta.

Dia Nacional da Favela

O Dia Nacional da Favela é lembrando em 4 de novembro, em referência à primeira vez que o termo foi utilizado em um documento oficial, em 1900. Foi um chefe de polícia que usou o termo para se referir ao conjunto de habitações precárias que formavam uma comunidade do Morro da Providência, região central do Rio de Janeiro.

Líderes de pequenas e médias empresas enfrentam solidão na gestão

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Locomotiva revela que 60% dos líderes das pequenas e médias empresas brasileiras têm a intenção de expandir o negócio no próximo ano. Segundo a pesquisa Cabeça de Dono, 79% dos entrevistados disseram estar esperançosos ou empolgados em relação à situação atual de sua empresa.

De acordo com os dados, 98% dos empreendedores são responsáveis pelas decisões estratégicas em ao menos uma área de sua empresa, enquanto 96% realizam as tarefas operacionais em ao menos uma área, e a média de áreas em que estão envolvidos chega a quatro. Para esses entrevistados, isso pode restringir o crescimento da empresas.

A pesquisa, feita para um banco, é inédita e ouviu 1.001 homens e mulheres líderes de pequenas e médias empresas (PMEs) com faturamento anual entre R$ 360 mil e R$ 50 milhões, nas cinco regiões do Brasil, entre julho e agosto. A ideia é desenhar um panorama sobre as necessidades e desafios enfrentados pelas PMEs. Essas empresas são responsáveis por 30% do Produto Interno Bruto (PIB) do país e geram 50% dos empregos ativos, impactando potencialmente mais de 80 milhões de brasileiros.

A sobrecarga e a solidão no dia a dia são apontadas como os principais fatores para o aumento do cansaço e estresse, e 62% dos entrevistados almejam ter mais tempo com a família. Entre os desafios citados por eles, estão o cenário macro e competitivo. Para 41% deles, crises econômicas, flutuações de mercado e a concorrência representam o principal desafio que enfrentam para o negócio; para 20% são os fatores relacionados a crescimento e inovação, enquanto para 18% gestão financeira é o tema mais preocupante.

Segundo o presidente do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles, a percepção de solidão, falta de apoio ou de reconhecimento, sobrecarga e implicações na vida pessoal dos pequenos e médios empresários brasileiros é comprovada em todo o estudo. “A palavra-chave que permeia cada desafio é ‘tempo’. O gestor que volta sua energia para dentro da empresa, focando no operacional, acaba não conseguindo se dedicar ao crescimento e evolução da sua empresa. A falta de conhecimento em determinadas áreas o faz perder esse tempo precioso que, se fosse dedicado de maneira eficiente, poderia alavancar oportunidades no negócio e na vida pessoal – gerando mais tempo para a família ou para cuidar da saúde”, disse.

Os dados mostram ainda que, dos 98% dos entrevistados que participam diretamente de decisões estratégicas da empresa, 37% assumem sozinhos todas as decisões e direcionamentos estratégicos de ao menos uma área. Já entre os 96% que também executam tarefas operacionais, em 33% dos casos, eles são os únicos responsáveis pela execução de atividades cotidianas em um ou mais setores. Pelo menos 90% dos entrevistados relatam alguma ou muita dificuldade em cenário macro e competitivo, crescimento e inovação e gestão financeira.

Segundo a pesquisa, se a troca de informações fosse feita de forma estratégica, 57% dos entrevistados disseram que gostariam de poder dialogar mais com outros empresários e gestores para compartilhar experiências, dificuldades e soluções. Muitos empresários têm pouco conhecimento sobre qual o apoio externo que eles poderiam buscar e muitas vezes não têm as ferramentas e os conhecimentos necessários para desenhar um planejamento adequado às reais necessidades de cada empresa.

O levantamento revela ainda outras demandas que, caso fossem endereçadas de forma estratégica – com apoio externo ou de especialistas, por exemplo –, poderiam fortalecer os negócios e seus líderes para enfrentar suas rotinas. Um exemplo é a necessidade de troca de informação: 57% dos empreendedores apontam que gostariam de poder dialogar mais com outros empresários e gestores para compartilhar experiências, dificuldades e soluções.

O estudo Cabeça de Dono avaliou também como os pequenos e médios empresários se sentem em relação à rotina de trabalho e como isso afeta suas vidas: seis em cada dez entrevistados convivem com pelo menos um tipo de desconforto nesse sentido. O cansaço predomina, sendo citado por 50% deles. Ele é seguido pela sensação de sobrecarga, presente em 46% dos entrevistados. Entre o público com 45 anos ou mais, a porcentagem sobe para 49%. Já o estresse alcança 44%.

Além disso, 62% dos entrevistados gostariam de ter mais tempo com a família, enquanto 60% já enfrentaram alguma situação financeira adversa na vida pessoal por causa da empresa, e 52% já tiveram problemas de saúde relacionados à rotina de trabalho.

Brasileiros priorizam líderes a categorias políticas, diz pesquisador

Em semana que antecede o primeiro turno das eleições municipais, o debate sobre ideologias e posicionamentos políticos na sociedade brasileira volta a ganhar destaque. Uma pesquisa do DataSenado em parceria com a Nexus mostrou que 40% da população não se identifica com nenhuma das categorias tradicionais esquerda, centro e direita. O padrão se mantém o mesmo nos recortes por religião, gênero, raça e sexo.

O que explicaria esse resultado? A cientista política Denilde Oliveira Holzhacker entende que boa parte da sociedade desconhece os posicionamentos ideológicos e as classificações do espectro esquerda/direita. E que falta interesse nesse aprofundamento, por descrença no sistema político.

“O debate político no Brasil é descontruído da perspectiva de representações tradicionais, como os partidos. Não significa que as pessoas não tenham visões mais à esquerda ou mais à direita. Significa que elas não conseguem entender essa classificação como forma de se posicionar”, analisa Denilde, professora da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM).

A tendência no país, segundo a pesquisadora, é de priorizar indivíduos em detrimento de categorias coletivas de identificação política.

“Tem muito mais a ver com essa ideia de personalização da política – bolsonaristas, lulistas, brizolistas – do que a identificação partidária. Se estabelece uma conexão maior com os líderes políticos. Muitos deles utilizam discursos de que não têm ligação ideológica e que eles próprios podem ser a representação dos interesses de determinado grupo”, diz Denilde.

Para o cientista político Rafael Machado Madeira, os próprios partidos políticos no Brasil contribuem para esvaziar essas categorias, uma vez que procuram se desassociar delas ou as omitem. Ele cita como exemplo grupos de direita, que só recentemente com o avanço do bolsonarismo voltaram reivindicar o rótulo.

“No Brasil, isso ganhou força nos últimos 30 anos, em função de uma associação muito forte entre a direita política e a ditadura militar. Ela teve um desgaste muito grande, em função do desempenho econômico, principalmente ao longo da década de 1980. Isso fez com que os partidos de direita buscassem se desassociar da própria direita e do regime militar”, diz Rafael Machado.

Rafael Machado entende que boa parte da população está mais preocupada em eleger alguém que possa atender às necessidades mais imediatas e pautas ideológicas específicas, do que defender conceitos de teoria política.

“Boa parte do eleitorado que elegeu Bolsonaro é o eleitorado que elegeu Dilma e Lula duas vezes. Será que eles foram durante quatro mandatos de esquerda e, de repente, na eleição seguinte resolveram virar direita radical? Não. A questão sempre foi a pauta que agenciou cada uma das eleições. No caso dos mandatos do PT, a pauta econômica foi a agenda que centralizou o debate eleitoral. Se a pauta fosse aborto em 2010, por exemplo, a maioria das pessoas provavelmente iria votar no José Serra”, diz o cientista político.

Sobre os conceitos de direita e esquerda, o pesquisador defende que elas mudam em função das disputas políticas. Ou seja, ganham significados de acordo com o contexto histórico. Também são influenciados diretamente por um aspecto relacional: determinada liderança e as ideias que ela defende são posicionadas no espectro político em comparação com as concorrentes.

“Um exemplo é o do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Até meados dos anos 1990, ele era considerado de direita por boa parte da imprensa e dos demais partidos políticos. E ele não se reconhecia dessa forma. Se pularmos para os anos 2020, ele passa a ser visto mais como de centro. Isso, porque nos últimos 10 anos, o bolsonarismo ocupou um espaço político vazio, o da extrema direita. E ao ocupá-lo, joga os demais atores políticos mais à esquerda do que ocupavam anteriormente”, disse Rafael, que é professor do Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Ciência Política da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).

Líderes mundiais adotam pacto com 56 ações para o futuro do planeta

Líderes da maioria dos países reunidos na Cúpula do Futuro, da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, nos Estados Unidos, assinaram um documento com 56 ações para o futuro do planeta, neste domingo (22). De acordo com a ONU, o documento foi adotado por consenso, com apenas sete países resistindo à aprovação do Pacto para o Futuro, entre eles a Rússia.

Entre as medidas previstas no pacto estão agir de forma ambiciosa, acelerada e justa para implementar a Agenda 2030 e atingir os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, “não deixando ninguém para trás”. A erradicação da pobreza está colocada no centro desses esforços, segundo o Pacto.

Também estão previstos a erradicação da fome, a proteção de civis em conflitos armados, a busca por soluções pacíficas para conflitos, o combate a ilícitos transnacionais, o avanço no sentido de um mundo livre de armas nucleares, a proteção aos conhecimentos tradicionais e a transformação do sistema de governança global.

Em relação à reforma do Conselho de Segurança da ONU, há um compromisso em ampliar o número de membros e melhorar a representatividade de nações da América Latina, Ásia-Pacífico e África. “Intensificaremos os nossos esforços no quadro das negociações intergovernamentais sobre a reforma do Conselho de Segurança, como uma questão prioritária e sem demora”, destaca o documento, entre suas ações.

Outra ação do documento é a reforma da arquitetura de financiamento internacional. “Vamos acelerar a reforma da arquitetura do sistema financeiro para que ela possa atender ao desafio urgente das mudanças climáticas”.

O fortalecimento de ações para combater as mudanças climáticas, aliás, é outra das ações previstas no Plano. “Estamos profundamente preocupados com o atual ritmo lento de progresso no combate às mudanças climáticas. Estamos igualmente profundamente preocupados com o crescimento contínuo das emissões de gases de efeito estufa e reconhecemos a importância dos meios de implementação e apoio aos países em desenvolvimento, e a crescente frequência, intensidade e escala dos impactos adversos das mudanças climáticas, em particular nos países em desenvolvimento, especialmente aqueles que são particularmente vulneráveis aos efeitos adversos das mudanças climáticas”, diz o texto.

Leia o texto em espanhol ou em inglês.

Lula conversa com líderes da Finlândia e dos Países Baixos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu telefonema de dois chefes de governo, nesta quinta-feira (22), em Brasília, informou o Palácio do Planalto. Uma das ligações foi com o presidente da Finlândia, Alexander Stubb, eleito em fevereiro deste ano.

Segundo o governo brasileiro, os dois presidentes tiveram uma “conversa aprofundada” sobre as guerras entre Ucrânia e Rússia e de Israel contra a Faixa de Gaza, na Palestina.

Eles também conversaram sobre reforma das instituições de governança global, expressando visões semelhantes quanto à importância de contar com mais representantes da América Latina, da África e da Ásia no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).

Lula convidou a Finlândia para participar da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, que será lançada durante a Cúpula do G20, em novembro, no Rio de Janeiro.

Aliança Global

Em outro telefonema, Lula conversou com o primeiro-ministro dos Países Baixos, Dick Schoof, que assumiu o cargo recentemente, em julho. Os Países Baixos são o maior mercado para as exportações brasileiras na Europa e o quarto maior do mundo, atrás apenas de Estados Unidos, China e Argentina.

Lula também convidou o país europeu a aderir à Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza. Ainda de acordo com o Palácio do Planalto, Lula e Dick Schoof também conversaram sobre a situação na Venezuela, já que os Países Baixos, assim como o Brasil, participaram da negociação dos Acordos de Barbados, firmados entre governo e oposição do país vizinho no ano passado.

G20 deve discutir guerras em Gaza e Ucrânia antes da cúpula de líderes

Em comunicado divulgado nesta segunda-feira (22), a presidência brasileira do G20 comprometeu-se a conduzir a discussão sobre as guerras em Gaza e entre Rússia e Ucrânia nos próximos meses, em preparação para a Cúpula de Líderes do Rio de Janeiro, que ocorrerá em novembro.

Na declaração, a presidência do grupo, formado pelas 19 maiores economias do planeta, mais União Europeia e União Africana, admite que há divergência entre os membros e participantes em relação a essas questões. “Alguns membros e outros participantes consideraram que essas questões têm impacto na economia global e devem ser tratadas no G20, enquanto outros não acreditam que o G20 seja fórum para discuti-las.”

Diante dessa situação, a presidência brasileira afirma que conduzirá “a discussão sobre essas questões entre os sherpas, nos próximos meses, em preparação para a Cúpula de Líderes do Rio de Janeiro”. Sherpas são representantes pessoais de um chefe de Estado ou de Governo que prepara uma cúpula internacional.

O comunicado acrescenta ainda que, ao recordar a Declaração de Líderes de Nova Délhi, a presidência brasileira “instou os membros a reforçarem o seu compromisso com o fortalecimento do G20 como uma plataforma eficaz de cooperação, baseada no consenso como sua ferramenta mais importante”.

Em Nova Délhi, na Índia, em 2023, os líderes dos países que compõem o G20, expressaram preocupação com a guerra na Ucrânia. Na declaração, os líderes manifestaram “profunda preocupação com o imenso sofrimento humano e o impacto adverso das guerras e conflitos em todo o mundo”.

Os líderes ainda concordaram em assinar que “todos os Estados devem abster-se da ameaça do uso da força ou procurar a aquisição territorial contra a integridade territorial e a soberania ou a independência política de qualquer Estado. O uso ou ameaça de uso de armas nucleares é inadmissível”.

De lá para cá, aumentou a intensidade do conflito no Oriente Médio. O Brasil definiu como genocídio o conflito que deixou destruição e milhares de mortos, sendo também milhares deles, crianças.

O G20 é composto por Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Itália, Japão, República da Coreia, México, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul, Turquia, Reino Unido e Estados Unidos, além da União Europeia.

Os membros do G20 representam cerca de 85% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos por um país) global, mais de 75% do comércio global e cerca de dois terços da população mundial.

Desde 2008, os países revezam-se na presidência. Esta é a primeira vez que o Brasil preside o G20 no atual formato.