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Guerra prossegue em Gaza apesar de apelo da ONU para trégua imediata

Os ataques aéreos de Israel e os confrontos com militantes do grupo islamita palestino Hamas continuaram nesta terça-feira (26) na Faixa de Gaza, apesar do Conselho de Segurança da ONU ter exigido um cessar-fogo imediato.

O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, disse ter registrado 70 mortos nesta madrugada, incluindo 13 em ataques aéreos perto da cidade de Rafah, no extremo Sul do enclave, onde 1,5 milhão de palestinos procuraram refúgio dos confrontos.

As Forças de Defesa de Israel disseram que vários alertas foram emitidos perto de Gaza devido ao lançamento de foguetes por parte de militantes palestinos.

Cessar-fogo

Nesta segunda-feira (25), o Conselho de Segurança da ONU votou a favor de um cessar-fogo imediato em Gaza pela primeira vez desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, depois de os EUA terem abandonado a ameaça de veto, colocando Israel em um isolamento quase total na cena mundial.

A resolução também sublinha “a necessidade urgente” de aumentar o fluxo de assistência humanitária a Gaza e de proteger os civis, tendo em conta o elevado número de mortos civis e os avisos da ONU sobre a fome.

O resultado da votação marca o mais forte confronto público entre o presidente dos EUA, Joe Biden, e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, desde o início da guerra.

Os Estados Unidos se abstiveram de votar e os outros 14 membros do Conselho se manifestaram favoravelmente à resolução de cessar-fogo do Conselho de Segurança, apresentada pelos 10 membros eleitos do Conselho que exprimiram a sua frustração com mais de cinco meses de impasse entre as grandes potências.

A votação foi aplaudida. O texto exige “um cessar-fogo imediato durante o mês do Ramadã [11 de março a 10 de abril], que conduza a um cessar-fogo duradouro e sustentável” e a libertação dos reféns, mas sem condicionar a trégua à liberação dos reféns, como Washington tinha exigido anteriormente.

O enviado palestino à ONU, Riyad Mansour, considerou a votação do Conselho de Segurança um “voto tardio para que a humanidade prevaleça”.

“Esta deve ser uma guinada. Isto deve levar a salvar vidas no terreno”, afirmou Mansour ao Conselho de Segurança. “Peço desculpa àqueles a quem o mundo falhou, àqueles que podiam ter sido salvos mas não foram”.

Já o Hamas saudou a resolução e disse estar pronto para uma troca imediata de prisioneiros com Israel, aumentando as esperanças de um avanço nas negociações em curso em Doha, onde os chefes dos serviços secretos e outros funcionários dos EUA, Egito e Catar estão tentam mediar um acordo que envolveria a libertação de pelo menos 40 dos cerca de 130 reféns detidos pelo Hamas por várias centenas de detidos e prisioneiros palestinos, e uma trégua que duraria um período inicial de seis semanas.

Depois de mais cinco meses de guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza, esta foi a primeira vez que o Conselho de Segurança conseguiu aprovar uma resolução relativa a um cessar-fogo no enclave, dado que vários projetos foram consecutivamente vetados.

Nesta terça-feira, uma perita em direitos humanos da ONU vai apresentar um relatório em que pede que Israel seja sujeito a um embargo de armas, com base no facto de ter levado a cabo atos de “genocídio” em Gaza.

A abstenção dos EUA seguiu-se a três vetos a resoluções de cessar-fogo anteriores, em outubro, dezembro e fevereiro, e marca o agravamento significativo de uma ruptura com o governo de Netanyahu.

A ruptura reflete a frustração crescente em Washington perante a insistência desafiadora do primeiro-ministro israelense avançar com o ataque a Rafah e perante os persistentes obstáculos israelenses à entrega de ajuda humanitária.

O Reino Unido, que se absteve nas três resoluções anteriores sobre o cessar-fogo, votou a favor do texto de segunda-feira.

Visita cancelada

O primeiro-ministro israelense cancelou a visita de dois ministros à Casa Branca e disse que os EUA “abandonaram a sua política na ONU” depois de terem se abstido na votação de ontem, dando esperança ao Hamas de uma trégua sem ceder os seus reféns e, por conseguinte, “prejudicando tanto o esforço de guerra como o esforço de libertação dos reféns”.

O gabinete de Netanyahu cancelou uma visita a Washington de dois dos seus ministros, com o objetivo de discutir uma ofensiva israelense planejada para a cidade de Rafah, no extremo sul de Gaza, à qual os EUA se opõem.

A Casa Branca declarou estar “muito desiludida” com a decisão. No entanto, a visita do ministro da Defesa, Yoav Gallant, previamente agendada, prosseguiu.

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, sublinhou na reunião com Gallant que existiam alternativas a uma invasão terrestre de Rafah que garantiriam melhor a segurança de Israel e protegeriam os civis palestinos, segundo o departamento de Estado.

Em Washington, Gallant insistiu que Israel continuaria a lutar até que os reféns fossem libertados.

“Não temos o direito moral de parar a guerra enquanto houver reféns em Gaza”, afirmou Gallant antes da sua primeira reunião com o conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan. “A falta de uma vitória decisiva em Gaza pode nos aproximar de uma guerra no norte.”

Para o porta-voz da Casa Branca, John Kirby, a votação da ONU não representou uma mudança na política dos EUA, mas assinalou uma ruptura significativa entre a administração Biden e o governo israelense.

A aprovação da resolução demonstra unidade internacional há muito adiada em relação a Gaza, depois de terem sido dadas como mortas mais de 32 mil pessoas em Gaza estarem desaparecidas e de as agências da ONU estarem a alertar para a iminência de uma grande fome.

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Relatora da ONU diz que Israel comete genocídio na Faixa de Gaza

A relatora especial das Nações Unidas (ONU) para os direitos humanos nos territórios palestinos ocupados, Francesca Albanese, publicou relatório nesta segunda-feira (25) afirmando que existem “motivos razoáveis” para sustentar que Israel promove um genocídio na Faixa de Gaza.

Israel rebate dizendo que o informe é uma “inversão obscena da realidade” e diz que respeita o direito humanitário internacional.

Essa é a primeira vez que um informe ligado à ONU acusa Israel de genocídio. A relatora, que tem um mandato independente, foi nomeada pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU.

“A natureza esmagadora e a escala do ataque de Israel à Gaza e as condições de vida destrutivas que [Israel] infligiu revelam uma intenção de destruir fisicamente os palestinos, enquanto grupo”, diz o informe da relatora.

O governo de Tel Aviv enfrenta ainda a acusação de genocídio na Corte Internacional de Justiça (CIJ), resultado de denúncia apresentada pela África do Sul e apoiada por diversos países, entre os quais, o Brasil.

A relatora para os direitos humanos nos territórios palestinos, Francesca Albanese, pede ainda que os países promovam um embargo de armas contra Israel, além da adoção de outras medidas econômicas e políticas que garantam o cessar-fogo imediato e duradouro, incluindo sanções contra o governo de Tel Aviv.

Genocídio é processo

A especialista da ONU argumenta que o genocídio pode ser caracterizado como “a negação do direito de existência de um povo e a subsequente tentativa ou sucesso na sua aniquilação” e que esse crime é “‘um composto de diferentes atos de perseguição ou destruição’, que vão desde a eliminação física até a ‘forçada desintegração’ das instituições políticas e sociais de um povo, da cultura, da língua, sentimentos e religião. O genocídio é um processo, não um ato”.

De acordo com Albanese, os atos de Israel em Gaza podem ser caracterizados como genocídio porque o país teria cometido, ao menos, três atos proibidos pela Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio, de 1948. Seriam eles: o assassinato de membros do grupo; os sérios danos corporais ou mentais aos membros do grupo, além de infligir “deliberadamente ao grupo condições de vida calculadas para provocar a sua destruição física, no todo ou em parte”.

A relatora especial da ONU para Palestina ainda cita o bloqueio à ajuda humanitária na região como outro elemento para caracterizar o crime de genocídio.

“O bloqueio reforçado de Israel a Gaza causou a morte por fome, incluindo dez crianças por dia, ao impedir o acesso a abastecimentos vitais.”

De acordo com o informe, Israel tem buscado ocultar sua conduta em Gaza sustentando que está respeitando o Direito Humanitário Internacional (DHI). “Israel invocou estrategicamente o quadro do DHI como ‘camuflagem humanitária’ para legitimar a sua violência genocida em Gaza”, completou.

Albanesa defende que não há respeito ao DHI porque “Israel tratou, de fato, todo um grupo protegido e a sua infraestrutura de sustentação da vida como ‘terrorista’ ou ‘apoiador do terrorismo’, transformando assim tudo e todos num alvo”.

Outro elemento usado pela relatora especial para caracterizar a ação de Israel em Gaza como genocídio são as declarações de autoridades de Tel Aviv que, segundo ela, estariam tentando desumanizar os palestinos.

“A desumanização pode ser entendida como fundamental para o processo de genocídio”, destacou.

Conflito colonial

A relatora da ONU Francesca Albanese sustentou ainda em seu informe que a ação de Israel em Gaza é mais uma fase de um longo processo de apagamento colonial.

“Durante mais de sete décadas, este processo sufocou o povo palestino como grupo – demograficamente, culturalmente, econômica e politicamente –, procurando deslocá-lo, expropriar e controlar as suas terras e recursos.”

“As ações de Israel foram impulsionadas por uma lógica genocida integrante do seu projeto colonial de colonização na Palestina, sinalizando uma tragédia anunciada”, completou Albanese, acrescentando que “deslocar e apagar a presença árabe indígena tem sido uma parte inevitável do processo de formação de Israel como um ‘Estado Judeu’”.

Israel

O ministério das Relações Exteriores de Israel divulgou nota em que condena o relatório de Albanese que, de acordo com Tel Aviv, “continua a sua campanha de deslegitimação da própria criação e existência do Estado de Israel”.

“Fica claro no relatório que a Relatora Especial começou com a conclusão de que Israel comete genocídio e depois tentou provar as suas opiniões distorcidas e politicamente motivadas com argumentos e justificações fracas”, destacou o comunicado.

“O relatório é, portanto, uma inversão obscena da realidade, onde um suposto perito pode fazer acusações ultrajantes, quanto mais extremas, melhor”, completou.

Ainda de acordo com o comunicado, o relatório “é uma tentativa de esvaziar a palavra genocídio da sua força única e do seu significado especial” e que a guerra em Gaza “é contra o Hamas e não contra civis palestinos”.

O comunicado de Israel finaliza dizendo que o parecer “é mais uma mancha no seu mandato tendencioso e só traz ainda mais descrédito ao Conselho dos Direitos Humanos”.

Conselho de Segurança da ONU aprova cessar fogo temporário em Gaza

O Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) aprovou, nesta segunda-feira (25), uma resolução para um cessar-fogo imediato e temporário na Faixa de Gaza. De acordo com o texto, o cessar-fogo deve durar os dias que restam do Ramadã, que é o período do ano sagrado para os muçulmanos, que começou em 10 de março e termina no próximo dia 9 de abril.  

Os Estados Unidos (EUA), que vinham vetando resoluções que pediam o cessar-fogo imediato, se abstiveram de votar. A Rússia ainda apresentou uma emenda propondo que o cessar-fogo fosse permanente, mas a medida foi vetada pelos EUA.

A resolução aprovada foi articulada pelos dez membros não permanentes do Conselho, que não tem direito ao veto. São eles Argélia, Equador, Guiana, Japão, Malta, Moçambique, Coreia do Sul, Serra Leoa, Eslovênia e Suíça. Com isso, o texto foi aprovado com 14 votos favoráveis, nenhum contrário e uma abstenção.

O representante da Argélia, Amar Bendjama, comemorou o resultado, ressaltando que finalmente o Conselho de Segurança assumiu sua responsabilidade de promover a paz internacional.

“A adoção da Resolução no dia de hoje não é mais que o princípio, não é mais que o primeiro passo para atender às aspirações do povo palestino. Seguimos pendentes do compromisso e do cumprimento da Resolução por parte da potência ocupante de Israel, para que ponham fim ao derramamento de sangue sem mais condicionantes, que acabe com o sofrimento do povo palestino”, afirmou Amar.

A embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Linda Thomas-Greenfield, argumentou que não votou a favor da resolução porque ela não expressou uma condenação ao Hamas. Além disso, reforçou que um cessar-fogo deve estar condicionado à liberação dos israelenses feitos reféns no dia 7 de outubro.

“Estamos convencidos de que era importante que o Conselho se pronunciasse e deixasse claro que o cessar-fogo, qualquer cessar-fogo que tenha esse conflito, passa pela liberação dos reféns”, destacou.

Linda também lamentou que China e Rússia tenham vetado a resolução apresentada pelos Estados Unidos na última sexta-feira (22) que condicionava o cessar-fogo à libertação dos reféns israelenses. De acordo com os representantes da China e Rússia, o texto apresentado pelos EUA era dúbio e não determinava o fim das hostilidades de forma imediata, nem cobrava as responsabilidades de Israel.

Texto em ampliação

Chefe da ONU classifica bloqueio de ajuda a Gaza como escândalo moral

Uma longa fila de caminhões de ajuda estão bloqueados no lado egípcio da fronteira com a Faixa de Gaza, onde as pessoas enfrentam a fome, é um escândalo moral, disse o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, durante uma visita à passagem de Rafah neste sábado (23).

Chegou a hora de Israel assumir um “compromisso férreo” de acesso irrestrito aos bens humanitários em toda Gaza, disse Guterres, que também apelou por um cessar-fogo humanitário imediato e pela libertação dos reféns israelenses detidos em Gaza.

A ONU continuará a trabalhar com o Egito para “agilizar” o fluxo de ajuda para Gaza, disse em frente ao portão da passagem de Rafah, um ponto de entrada para ajuda.

“Aqui, desta travessia, vemos a tristeza e a crueldade de tudo isso. Uma longa fila de caminhões de ajuda bloqueados de um lado dos portões, a sombra da fome do outro”, disse ele. “Isso é mais do que trágico. É um escândalo moral”.

A visita de Guterres ocorre em um momento em que Israel enfrenta uma pressão mundial para permitir mais ajuda humanitária a Gaza, que foi devastada por mais de cinco meses de guerra entre Israel e o Hamas.

Israel, que tem prometido destruir o Hamas e teme que o grupo militante palestino desvie a ajuda enviada, manteve fechadas todas as suas passagens terrestres para o enclave, exceto uma. O país abriu a passagem Kerem Shalom perto de Rafah no final de dezembro e nega as acusações do Egito e de agências humanitárias da ONU de que tem atrasado a entrega de assistência humanitária, dizendo que a ONU não conseguiu distribuir ajuda dentro de Gaza.

O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, criticou Guterres em uma publicação nas redes sociais por culpar Israel “sem condenar de forma alguma os terroristas do Hamas-Isis que saqueiam a ajuda humanitária”.

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Kate Middleton anuncia estar em quimioterapia, após descobrir câncer

Kate Middleton, a Princesa de Gales, anunciou nesta sexta-feira (22) que está se submetendo a quimioterapia preventiva depois que exames feitos após uma cirurgia abdominal em janeiro revelaram a presença de câncer.

Aos 42 anos, a esposa do herdeiro do trono inglês, o príncipe William, passou duas semanas no hospital em janeiro, depois do que seu escritório disse na época ter sido uma cirurgia planejada e bem-sucedida para uma doença não relacionada a câncer.

No entanto, em uma mensagem de vídeo, Kate disse que os exames subsequentes revelaram que foi encontrado um câncer, mas ela disse que está bem e ficando mais forte.

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Conselho da ONU não aprova resolução dos EUA sobre trégua em Gaza

O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) não conseguiu aprovar nesta sexta-feira (22) resolução que pedia cessar-fogo imediato em Gaza. A decisão faria parte de um acordo para a libertação de reféns, depois que a Rússia e a China, que são membros permanentes e têm poder de veto, votaram contra a medida proposta pelos Estados Unidos (EUA).

A resolução pedia “cessar-fogo imediato e sustentado”, com duração de aproximadamente seis semanas, que protegeria os civis e permitiria a entrega de assistência humanitária.

“A grande maioria do conselho votou a favor da resolução, mas infelizmente a Rússia e a China decidiram exercer o seu veto”, disse a embaixadora dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfield, ao Conselho de Segurança.

Antes da votação, ela afirmou que seria um “erro histórico” o conselho não adotar a resolução.

O embaixador da Rússia na ONU, Vassily Nebenzia, também apelou aos membros do conselho para não votarem de forma favorável.

Ele disse que a resolução era “extremamente politizada” e continha sinal verde para Israel realizar uma operação militar em Rafah, no extremo sul da Faixa de Gaza, onde mais da metade dos 2,3 milhões de moradores estão abrigados em tendas improvisadas para escapar do ataque israelense mais ao norte.

“Isso libertaria as mãos de Israel e faria com que toda Gaza e sua população enfrentassem destruição, devastação ou expulsão”, disse Nebenzia na reunião.

Acrescentou que vários membros não permanentes do Conselho de Segurança redigiram resolução alternativa, que chamou de documento equilibrado, e disse que não havia razão para os membros não apoiá-la.

França

A França trabalhará com a Jordânia e os Emirados Árabes Unidos para convencer a Rússia e a China a apoiarem resolução nas Nações Unidas para um cessar-fogo em Gaza, depois que as duas grandes potências bloquearam texto dos Estados Unidos, disse o presidente Emmanuel Macron. 

“Após o veto russo e chinês, vamos retomar o trabalho com base no projeto de resolução francês no Conselho de Segurança e trabalhar com nossos parceiros americanos, europeus e árabes para chegar a um acordo”, afirmou Macron ao final de uma cúpula de líderes da União Europeia em Bruxelas.

O Ministério das Relações Exteriores da França informou que havia começado a redigir uma resolução com diplomatas e que seria apresentado um esboço se a resolução dos EUA não fosse aprovada.

Macron disse que a mudança de tom de Washington significava que ele estava esperançoso de que uma nova resolução com os Estados árabes poderia ser bem-sucedida se conseguissem convencer a Rússia e a China a não se oporem.

“O que é importante observar é que os EUA mudaram sua posição e indicaram o desejo de defender claramente um cessar-fogo, o que é bom para nós e para o progresso de nosso projeto”, disse o presidente.

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Rússia atinge barragem no maior ataque à infraestrutura energética

A Rússia lançou, nesta sexta-feira (22), o maior ataque de mísseis e drones contra a infraestrutura energética ucraniana até o momento, atingindo a maior barragem do país e causando apagões em várias regiões, disse Kiev.

As forças russas dispararam 88 mísseis e 63 drones Shahed, dos quais apenas 37 e 55 foram abatidos, informou a Força Aérea ucraniana, uma proporção pior do que o habitual, que pode refletir o uso generalizado de mísseis hipersônicos e balísticos que são mais difíceis de derrubar.

Pelo menos cinco pessoas foram mortas, duas na região de Khmelnytskyi e três em Zaporizhia, incluindo pelo menos uma na barragem, de acordo com a administração local e a promotoria.

A barragem DniproHES, na cidade de Zaporizhia, no Sul do país, sofreu ataques em suas estruturas hidráulicas e na própria barragem, informou a empresa hidrelétrica estatal Ukrhydroenergo, acrescentando que não há risco de rompimento.

“No momento, há um incêndio na estação. Os serviços de emergência e os trabalhadores do setor de energia estão trabalhando no local, lidando com as consequências de vários ataques aéreos”, disse a empresa.

A série foi o maior ataque à infraestrutura de energia da Ucrânia, disse o ministro da Energia, German Galushchenko.

“O objetivo não é apenas danificar, mas tentar novamente, como no ano passado, causar uma falha em grande escala no sistema de energia do país”, escreveu ele no Facebook.

O presidente Volodymyr Zelensky, que vem pedindo aos aliados ocidentais que forneçam mais defesas aéreas, condenou o ataque e disse que há trabalho em andamento para reparar o fornecimento de energia em nove regiões.

“A Rússia está em guerra contra a vida comum das pessoas. Minhas condolências às famílias e entes queridos dos mortos nesse terror”, afirmou.

“O mundo vê os alvos dos terroristas russos da forma mais clara possível: usinas e linhas de fornecimento de energia, uma barragem hidrelétrica, edifícios residenciais comuns e até mesmo um trólebus”, disse ele.

A Rússia nega ter deliberadamente civis como alvo, embora a guerra, que começou com sua invasão em grande escala em fevereiro de 2022, tenha causado milhares de mortes, milhões de desabrigados e a destruição de cidades ucranianas.

Moscou diz que os ataques à infraestrutura de energia da Ucrânia são legítimos, com o objetivo de enfraquecer as Forças Armadas do inimigo.

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Haiti: líder de gangue morre; formação de conselho de transição segue

Ataques, incluindo um tiroteio que deixou um líder de gangue morto, explodiram na capital do Haiti, Porto Príncipe, na quinta-feira (21), quando grupos políticos pareciam estar mais perto de finalizar um conselho de transição para assumir um governo ausente.

Uma operação policial matou o chefe da gangue Delmas 95, Ernst Julme, conhecido como Ti Greg, um dia depois que outro líder de gangue foi morto, confirmaram a polícia e fontes.

A morte de Julme, membro da aliança Viv Ansanm, do líder de gangue Jimmy “Barbeque” Cherizier, marca um revés nas ações das gangues para tomar conta de mais áreas da cidade. Julme havia escapado recentemente da maior prisão do Haiti em uma fuga em massa.

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, recebeu com satisfação as informações de que grupos políticos haviam selecionado todos os membros de um conselho de transição que assumiria os poderes presidenciais antes de futuras eleições, disse um porta-voz da ONU.

O conselho, destinado a reunir a classe política fragmentada do Haiti, tem a tarefa de nomear um substituto para o primeiro-ministro Ariel Henry, que anunciou sua renúncia em 11 de março, após a violência das gangues impedir seu retorno ao país.

“O secretário-geral saúda os relatos de que todas as partes interessadas do Haiti indicaram representantes para o Conselho Presidencial de Transição”, disse o porta-voz adjunto Farhan Haq em uma entrevista coletiva.

O plano de transição foi intermediado na Jamaica pela Comunidade Intergovernamental do Caribe (Caricom), juntamente com representantes do governo e da oposição do Haiti. A Caricom divulgou uma lista de grupos políticos que estariam representados no conselho.

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Fluminense e Internacional empatam pelo Brasileiro Feminino

Em uma partida muito movimentada, o Fluminense empatou em 1 a 1 com o Internacional, nesta terça-feira (20) no estádio do Sesc Campestre, em Porto Alegre, para ficar na vice-liderança da Série A1 (primeira divisão) do Campeonato Brasileiro Feminino de futebol.

Fim de jogo. Com gol de Camila Pini, as #GuerreirasDoFluzão empatam em 1 a 1 com o Internacional e seguem invictas no @brfeminino!

Voltamos a campo no domingo, contra o Grêmio, fora de casa. VAMOS, FLUZÃO! pic.twitter.com/HFTA8aD9gp

— Fluminense Futebol Feminino (@FluminenseFCFem) March 21, 2024

Jogando em casa, as Gurias Coloradas não precisaram nem de um minuto de bola rolando para abrirem o placar, em boa jogada de Letícia Monteiro. Porém, as Guerreiras do Fluzão conseguiram igualar um pouco antes do intervalo, aos 46 minutos do primeiro tempo, com a meio-campista Camila Pin. Com o resultado o Fluminense chegou aos mesmos 4 pontos do líder São Paulo, mas com um pior saldo de gols.

Também nesta terça o Palmeiras arrancou um empate de 2 a 2 com o Bragantino em confronto disputado em Santana de Parnaíba. O Massa Bruta chegou a abrir uma vantagem de dois gols graças ao faro de gol da atacante Laís, mas Amanda Gutierres marcou em duas oportunidades para dar números finais ao marcador.

Emoção até o final e um grande jogo entre Red Bull Bragantino e Palmeiras! Isso é @BRFeminino! pic.twitter.com/hBB77dKmq4

— Brasileirão Feminino Neoenergia (@BRFeminino) March 20, 2024

A única equipe a triunfar nesta terça foi o Santos, que, mesmo na condição de visitante, contou com os gols de Carol Baiana, Thaisinha e Narváez para superar o Atlético-MG por 3 a 1 e assumir a 3ª posição da classificação. Já Anny Marabá marcou o gol de honra das Vingadoras, que ocupam a última posição da tabela.

Abertura da rodada

A 2ª rodada teve início na última terça-feira (19) com a goleada de 4 a 0 do São Paulo sobre o Avaí/Kindermann, o triunfo de 2 a 0 da Ferroviária sobre o Real Brasília e a vitória de 2 a 1 do Cruzeiro sobre o Flamengo.

Grande vitória do grupo! A primeira da temporada!

Seguimos em busca de mais ❤️🇾🇪 pic.twitter.com/dNgAvTV16O

— São Paulo Feminino (@SaoPauloFC_Fem) March 19, 2024

Próximas partidas

Na próxima quinta-feira (21) serão disputadas as duas partidas da 2ª rodada: Botafogo e Grêmio, a partir das 15h (horário de Brasília) no estádio Nilton Santos, e Corinthians e América-MG, a partir das 19h30 no Parque São Jorge.

Netanyahu afirma estar “determinado” a avançar com ataque a Rafah

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que continua “determinado a executar uma invasão terrestre da cidade de Rafah”, no Sul da Faixa de Gaza – onde muitos palestinos deslocados se encontram abrigados – apesar das dúvidas do presidente dos EUA, Joe Biden.

Netanyahu confirmou que vai enviar, em breve, uma delegação aos Estados Unidos, a pedido de Biden, para discutir a invasão de Rafah, uma ofensiva que o líder israelense considera negociável.

O gabinete de Netanyahu anunciou que viajarão até aos EUA o ministro dos Assuntos Estratégicos, Ron Dermer, e o conselheiro de Segurança Nacional, Tzachi Hanegbi, bem como um representante do braço do Ministério da Defesa que trata dos assuntos civis na Cisjordânia e em Gaza.

“Por respeito ao presidente [Biden], chegamos a um acordo sobre a forma como [os EUA] poderiam apresentar suas ideias, especialmente no que diz respeito à vertente humanitária. Obviamente, compartilhamos plenamente do desejo de facilitar uma saída ordenada da população [de Rafah] e da prestação de ajuda humanitária à população civil”, afirmou Netanyahu, horas antes, na abertura da Comissão de Assuntos Externos e Segurança do Knesset, o Parlamento israelense.

Na segunda-feira (18), durante telefonema entre os dois líderes, Biden pediu a Netanyahu que enviasse o mais rapidamente possível uma equipe de “peritos militares, dos serviços secretos e humanitários” para discutir alternativas à ofensiva terrestre de Rafah. Para Netanyahu, a ofensiva é inegociável e acrescentou que o exército já elaborou um plano de ação para executá-la.

Hamas

“Deixei o mais claro possível ao presidente [dos EUA] que estamos determinados a completar a eliminação desses batalhões em Rafah, e não há forma de o fazer sem uma incursão terrestre”, reiterou Netanyahu sobre a conversa telefônica com Joe Biden.

O primeiro-ministro israelense acrescentou que ainda há quatro batalhões do grupo islamita palestino Hamas em Rafah e que é necessário eliminar essa ameaça.

“Temos um debate com os americanos sobre a necessidade de entrar em Rafah, mas não sobre a necessidade de eliminar o Hamas”, acrescentou Netanyahu.

Segundo as autoridades israelenses a cidade de Rafah, situada na fronteira com o Egito, é o último grande reduto do Hamas. Estima-se que 1,5 milhão de palestinos – mais de metade da população de Gaza – se refugiaram em Rafah depois de fugirem dos combates em outras regiões do território.

“O presidente [Biden] rejeitou mais uma vez que mostrar preocupação com Rafah seja o mesmo que questionar a necessidade de acabar com o Hamas”, afirmou na segunda-feira o conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, após o telefonema entre Biden e Netanyahu.

Segundo Sullivan, “uma grande operação terrestre será um erro e levará a mais mortes de civis”. Ele acrescentou que “os objetivos que Israel quer atingir em Rafah podem ser alcançados por outros meios”.

Ajuda humanitária

No final da tarde de terça-feira (19), um ataque aéreo israelense matou 30 pessoas de grupos que tinham se juntado para garantir a entrada de caminhões de ajuda humanitária na cidade de Gaza, segundo os meios de comunicação social do Hamas.

Ontem, os EUA afirmaram que as restrições israelenses à entrada de ajuda humanitária em Gaza podem constituir um crime de guerra de fome deliberada.

“A extensão das restrições contínuas de Israel à entrada de ajuda em Gaza, juntamente com a forma como continua a conduzir as hostilidades, pode equivaler à utilização da fome como método de guerra, o que é um crime de guerra”, afirmou Volker Turk, o alto-comissário da ONU para os direitos humanos.

Blinken no Oriente Médio

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, regressa ao Oriente Médio nesta quarta-feira para a sua sexta visita, desde o início da guerra de Israel com o Hamas, para pressionar por um acordo que garanta uma pausa temporária nos combates e a libertação dos reféns detidos pelo Hamas.

Blinken terá encontros com os líderes sauditas em Jeddah e com os líderes egípcios no Cairo para discutir as conversações mediadas pelo Egito e pelo Catar sobre um acordo, bem como os esforços para obter mais ajuda para Gaza, revelou o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, em um comunicado.

As conversações sobre um cessar-fogo serão retomadas esta semana no Catar, mas semanas de duras negociações ainda não conseguiram elaborar um acordo entre Israel e o Hamas que Washington espera que ajude a aliviar a crise humanitária que assola Gaza.

Blinken disse que também iria seguir com as conversações sobre acordos para a governança, segurança e desenvolvimento de Gaza pós-conflito.

“Temos trabalhado muito desde janeiro, em particular com os nossos parceiros árabes, e vamos prosseguir essas conversações, bem como discutir qual é a arquitetura certa para uma paz regional duradoura”, afirmou Blinken em uma conferência de imprensa durante uma parada anterior em Manila.

O chefe da diplomacia norte-americana acrescentou que iria discutir “os esforços para alcançar um acordo de cessar-fogo imediato que garanta a libertação de todos os reféns restantes”, bem como “intensificar os esforços internacionais para aumentar a assistência humanitária a Gaza e a coordenação pós-conflito em Gaza”.

Fome

As ONG e as agências da ONU estão constantemente alertando sobre o risco iminente de fome no território palestino, em especial na zona norte, de difícil acesso, onde vivem atualmente mais de 300 mil pessoas.

“Cem por cento da população” de Gaza encontra-se “em uma situação de grave insegurança alimentar”, declarou o secretário de Estado norte-americano. “É a primeira vez que uma população inteira é classificada desta forma”.

As conversações intensificaram-se nos últimos dias, especificamente com a visita do chefe da Mossad, os serviços secretos externos de Israel, ao Catar, país mediador com os Estados Unidos e o Egito, e após uma mudança de posição do Hamas, que abriu a porta a uma pausa de várias semanas nos combates, depois de ter exigido, sem sucesso, um cessar-fogo definitivo.

No entanto, o líder do movimento islamita palestino, Ismaïl Haniyeh, acusou na terça-feira Israel de “sabotar” estas negociações ao executar uma operação de grande envergadura contra o hospital de al-Shifa, na cidade de Gaza. O exército israelense afirmou ter matado “dezenas” de combatentes do Hamas e da Jihad Islâmica no complexo hospitalar e nas suas imediações, tendo detido “mais de 300 suspeitos”.

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