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Força Nacional atuará com 95 agentes na segurança do G20 no Rio

A Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) atuará com 95 agentes no esquema de segurança da reunião de Cúpula do G20, que será realizada nos dias 18 e 19 deste mês, na cidade do Rio de Janeiro.

De acordo com o Ministério da Justiça, os agentes farão ações de policiamento ostensivo e preventivo no entorno do evento e nos locais das conferências, no Museu de Arte Moderna (MAM), no centro da cidade.

“A atuação da Força Nacional é pautada pela cooperação federativa, atuando como apoio e suporte às forças locais de segurança. O emprego do efetivo é sempre subsidiário e segue o planejamento do órgão solicitante. Ainda, a mobilização da FNSP ocorre mediante solicitação formal do Governador de Estado, do Distrito Federal, ou de Ministro de Estado, conforme estabelece o art. 4º do Decreto nº 5.289, de 29 de novembro de 2004”, informa nota do Ministério.

Além da Força Nacional, participarão do esquema de segurança policiais militares e policiais rodoviários federais. A participação do Exército ainda depende da publicação de um decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), pela Presidência da República.

O G20 reunirá líderes dos 19 países do grupo, que estão entre as maiores economias do mundo. Também haverá representantes da União Europeia e da União Africana, que integram o G20 como membros permanentes, além de convidados.

Censo revela quais são as 20 maiores favelas do país; veja a lista

Com mais de 72 mil moradores, a comunidade da Rocinha, na zona sul do Rio de Janeiro, é a maior favela do país. A constatação faz parte de um suplemento do Censo 2022, divulgado nesta sexta-feira (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O levantamento demográfico identificou no país 16.390.815 habitantes em 12.348 favelas, distribuídas por 656 municípios.

Os pesquisadores do IBGE consideram favelas e comunidades urbanas localidades com características como insegurança jurídica da posse, ausência ou oferta precária ou incompleta de serviços públicos, padrões urbanísticos fora da ordem vigente e ocupação de áreas com restrição ou de risco ambiental.

Se a Rocinha fosse uma cidade, os 72.021 moradores a colocariam como a 459ª maior do Brasil. Em 2022, o país tinha 5.570 municípios, ou seja, a Rocinha tinha mais habitantes que 5.112 cidades.

As 20 maiores favelas brasileiras agrupam 858,6 mil moradores, representando 5,2% do total da população residente em comunidades pelo país. Dessas mais populosas, oito estavam na região Norte; sete, no Sudeste; quatro no Nordeste; e uma no Centro-Oeste.

Veja a lista das 20 maiores em quantidade de moradores:

1) Rocinha – Rio de Janeiro (RJ), 72 021
2) Sol Nascente – Brasília (DF), 70 908
3) Paraisópolis – São Paulo (SP), 58 527
4) Cidade de Deus/Alfredo Nascimento – Manaus (AM), 55 821
5) Rio das Pedras – Rio de Janeiro (RJ), 55 653
6) Heliópolis – São Paulo (SP), 55 583
7) Comunidade São Lucas – Manaus (AM), 53 674
8) Coroadinho – São Luís (MA), 51 050
9) Baixadas da Estrada Nova Jurunas – Belém (PA), 43 105
10) Beiru / Tancredo Neves – Salvador (BA), 38 871
11) Pernambués – Salvador (BA), 35 110
12) Zumbi dos Palmares/Nova Luz – Manaus (AM), 34 706
13) Santa Etelvina – Manaus (AM), 33 031
14) Baixadas da Condor – Belém (PA), 31 321
15) Colônia Terra Nova – Manaus (AM), 30 142
16) Jacarezinho – Rio de Janeiro (RJ), 29 766
17) Vila São Pedro – São Bernardo do Campo (SP), 28 466
18) Cidade Olímpica – São Luís (MA), 27 326
19) Chafik / Macuco – Mauá (SP), 26 835
20) Grande Vitória – Manaus (AM), 26 733
 

Paraisópolis, favela localizada na zona sul paulistana. Foto: Espaço do Povo Paraisópolis

Domicílios

O Censo também traz o ranking das 20 maiores favelas em número de domicílios particulares permanentes ocupados. Elas representam 5,3% do total de 295.009 domicílios nas comunidades espalhadas pelo país.

Novamente, a Rocinha lidera o ranking com mais que o triplo de domicílios da 20ª colocada (Colônia Terra Nova, Manaus). Apenas as paulistas Vila São Pedro, Chafik/Macuco e Jardim Oratório não estão localizadas em capitais.

Veja a lista das 20 maiores em quantidade de domicílios:

1) Rocinha – Rio de Janeiro (RJ), 30 371
2) Rio das Pedras – Rio de Janeiro (RJ), 23 846
3) Sol Nascente – Brasília (DF), 21 889
4) Paraisópolis – São Paulo (SP), 21 442
5) Heliópolis – São Paulo (SP), 20 205
6) Coroadinho – São Luís (MA), 16 741
7) Cidade de Deus/Alfredo Nascimento – Manaus (AM), 15 872
8) Beiru / Tancredo Neves – Salvador (BA), 15 618
9) Comunidade São Lucas – Manaus (AM), 15 469
10) Pernambués – Salvador (BA), 14 649
11) Baixadas da Estrada Nova Jurunas – Belém (PA), 13 077
12) Jacarezinho – Rio de Janeiro (RJ), 10 936
13) Vila São Pedro – São Bernado do Campo (SP), 10 273
14) Zumbi dos Palmares/Nova Luz – Manaus (AM), 9 720
15) Baixadas da Condor – Belém (PA), 9 638
16) Santa Etelvina – Manaus (AM), 9 301
17) Jardim Oratório – Mauá (SP), 9 189
18) Chafik / Macuco – Mauá (SP), 9 158
19) Cidade Olímpica – São Luís (MA), 8 923
20) Colônia Terra Nova – Manaus (AM), 8 692

Extensão

O IBGE apontou também as favelas com maiores extensões territoriais. Nesse ranqueamento, o Censo ressalta que “não existia uma relação direta entre as áreas territoriais das favelas e comunidades urbanas e o número de residentes e de domicílios nesses territórios”.

Ou seja, ter mais área não significa necessariamente ter mais casas, assim como ter mais casas não é certeza de ter mais moradores. A Rocinha, por exemplo, apesar de ter o maior número de domicílios e de moradores, sequer consta na lista das 20 maiores favelas em extensão territorial.

Veja a lista das 20 maiores em área (quilômetro quadrado):

1) 26 de Setembro – Brasília (DF), 10,5
2) Sol Nascente – Brasília (DF), 9,2
3) Morro da Cruz I e II – Brasília (DF), 5,9
4) Invasão Água Limpa – Itabirito (MG), 5,7
5) Valéria – Salvador (BA), 5,5
6) Coroadinho – São Luís (MA), 5,4
7) Santa Etelvina – Manaus (AM), 4,8
8) Parque Estrela – Magé (RJ), 4,6
9) João de Barro – Boa Vista (RR), 4,6
10) Jardim Progresso – Natal (RN), 4,5
11) Cidade de Deus/Alfredo Nascimento – Manaus (AM), 4,3
12) Baía do Sol – Belém (PA), 4,2
13) Residencial Tiradentes – São Luís (MA), 4,2
14) Gapara – São Luís (MA), 4,1
15) Vila Nestor – São Luís (MA), 4,1
16) Nacional – Porto Velho (RO), 4,1
17) Santa Rita – Feira de Santana (BA), 4,0
18) Barra Alegre – Ipatinga (MG), 3,9
19) Comunidade São Lucas – Manaus (AM), 3,8
20) Água Boa – Belém (PA), 3,8

 

População de favela é mais negra e jovem que restante do país

Nas favelas brasileiras, a proporção de pessoas pretas e pardas é maior do que no Brasil. Por outro lado, a presença de brancos é menor que a proporção na população geral. Essas constatações fazem parte de um suplemento do Censo 2022, divulgado nesta sexta-feira (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).  

O levantamento, que também aponta um perfil mais jovem nas comunidades, identificou quase 16,4 milhões de moradores em 12,3 mil favelas, distribuídas por 656 municípios.

Os pesquisadores do IBGE consideram favelas e comunidades urbanas localidades com características como insegurança jurídica da posse, ausência ou oferta precária ou incompleta de serviços públicos, padrões urbanísticos fora da ordem vigente e ocupação de áreas com restrição ou de risco ambiental.

>> Saiba quais são as 20 maiores favelas do Brasil

As pessoas pardas representam 45,3% do total da população brasileira. Os pretos são 10,2%. Juntos, somam 55,5%. Quando se olha apenas para as favelas, os pretos são 16,1%; e os pardos, 56,8%. Somados alcançam 72,9%.

Por outro lado, os brancos, que são 43,5% da população brasileira, respondem por 26,6% dos moradores de favelas.
 

Segundo o IBGE, os amarelos (asiáticos) são 0,4% da população geral e 0,1% das favelas. Os indígenas representam 0,8%, tanto na população geral, quanto nas favelas.

O IBGE explica que o somatório dos grupos pardos, pretos, brancos, amarelos e indígenas supera 100% no censo, pois foi facultado a moradores de áreas indígenas se identificarem como indígenas, mesmo que sejam de outras cores. Por exemplo, uma pessoa parda que mora em um território demarcado pôde se considerar indígena.

Vistos de outro prisma, os dados mostram mais aspectos da desigualdade racial no país. De todas as pessoas que se declararam brancas, 4,9% moravam em favelas. Entre os pretos, essa marca chegou a 12,8%, ou seja, de cada 100 pessoas pretas, praticamente 13 moravam em comunidades. No universo dos pardos, a relação era de 10 a cada 100 (10,1%).

Entre os indígenas, a proporção foi de 8%, tendo alcançado a maior marca no Amazonas (17,9%). O segundo maior percentual é entre os indígenas no Rio de Janeiro (12,7%).
 

Jovens da Rocinha durante atividade cultural – Divulgação/Secretaria de Estado do Ambiente

Mais novos

O censo revelou que a população das favelas é mais jovem que a brasileira. O IBGE apresenta o índice de envelhecimento, que faz uma relação entre idosos de 60 anos ou mais e um grupo de 100 crianças de até 14 anos. Quanto maior o índice, mais envelhecida é a população.

No Brasil, o índice para a população total foi 80 em 2022. Ou seja, havia 80 idosos para cada 100 crianças. Especificamente dentro das favelas, o marcador foi de 45 idosos para cada 100 crianças, indicando uma população proporcionalmente muito menos envelhecida.

A idade mediana da população residente no Brasil, em 2022, era 35 anos, ou seja, metade da população possuía mais de 35; e a outra metade, menos de 35. Analisando apenas o universo de moradores de favelas, a idade mediana cai para 30 anos.

“Um indicador de que esses territórios são formados, proporcionalmente, por população mais jovem que a totalidade da população residente no país”, escreve o IBGE.

Sexo

O censo indicou também que 48,3% dos moradores das favelas são homens; e 51,7%, mulheres. “Esses valores não apresentaram diferença expressiva em relação ao percentual de pessoas do sexo masculino e feminino na população geral, 48,5% e 51,5%, respectivamente”, assinala o instituto.

Outro indicador importante para traçar as características demográficas de determinada população é a razão de sexo. Quando esse número é igual a 100, indica o mesmo número de pessoas dos dois sexos. Caso a razão de sexo seja menor que 100, a população analisada possui mais mulheres que homens.

No Brasil, a razão de sexo da população total era de 94,3 homens para casa 100 mulheres, em 2022. Nas favelas, baixava para 93,4 homens para cada 100 mulheres.

Primeira procuradora-geral negra de SP defende regulação das redes

A procuradora-geral do estado de São Paulo, Inês Coimbra, primeira mulher negra a ocupar o cargo, defendeu, nessa quinta-feira (7), que as redes sociais no Brasil sejam reguladas. “Se a gente tem várias relações interpessoais acontecendo lá e se elas são reguladas fora do ambiente digital, não há motivo para não serem reguladas dentro”, afirmou em entrevista à Agência Brasil. A chefe do Ministério Público Estadual foi uma das conferencistas do festival Rec´n´Play, evento de tecnologia que ocorre no Recife (PE) até este sábado (9).

Inês Coimbra argumentou que as redes não podem representar uma arena que as pessoas possam invadir livremente, sem nenhuma responsabilidade. “Há pessoas que falam que são contra a regulação da redes por causa de ‘liberdade de expressão’.  Mas, se não se sabe como os algoritmos funcionam, você não é livre”, afirmou. Isso porque, segundo ela, a pessoa sendo condicionada a receber informações por fontes que não conhece, acaba sendo “refém” de determinadas opiniões e informações. 

Bolhas

Inês criticou a falta de transparência desse processo, que faria com que a sociedade vivesse em “bolhas”, sem diálogo com quem pensa diferente. “Acho que seria muito importante abrir a lógica dos algoritmos. Esse é um dos problemas que a gente tem em ser livre”, acrescentou.

Ela entende que a legislação brasileira está avançada e permite criminalizar, por exemplo, o racismo que ocorre no âmbito da internet, embora considere que são temas novos para os aplicadores da Justiça. “A própria implementação do título penal do racismo é nova. Nas redes sociais, ainda mais”.

Inteligência artificial

A procuradora também defende a regulação das tecnologias de inteligência artificial, mas sem que “engesse” ou “iniba” a inovação. “Tem que ser com cautela. A calibragem é muito importante, mas não acho que deva ser um espaço destituído de regulação na medida em que se tem diversas relações interpessoais”.

Ainda a respeito das ferramentas de inteligência artificial, ela diz que existe preocupação com o uso dos dados dos brasileiros sem autorização e a “importação” de ferramentas sem considerar a realidade brasileira, incluindo o reconhecimento facial. “É preciso ter cautela na hora de usar, mas acho que, no sistema de Justiça, ainda está incipiente”. Ela concorda que os países europeus estão mais atentos e preocupados do que o Brasil.

Inês lembra que, na Justiça, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, tem procurado avançar e dialogar com as corporações de tecnologia. “Estão prometendo a ele o desenvolvimento de algumas IAs generativas para ajudar na desjudicialização, no volume imenso de processos que o Judiciário enfrenta”. Ela diz que a procuradoria também tem buscado ferramentas para auxílio. “No setor público, de forma geral, acho ainda bastante incipiente. Mas é uma preocupação, especialmente os vieses (como os ideológicos), que as ferramentas podem potencializar”.

“Dois passos atrás”

Para a procuradora, o sistema de Justiça tem o problema de estar sempre dois passos atrás nas questões sociais. “Não consegue fazer de trás para a frente. E, se fizer, cria legislações que não têm legitimidade”. Ela citou o exemplo do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que considera uma legislação muito avançada, mas estaria “desconectada” da realidade.

Inês reafirmou a preocupação com a desinformação (as fake news). Mesmo sem a aprovação pelo congresso de lei sobre o tema, ela entende que já existe mais possibilidades de enfrentar o problema. “Mas o difícil é a contenção do dano que isso causa. Então, apesar de você poder depois, eventualmente, buscar reparação, é muito difícil mensurar o dano”. Ela concorda, por exemplo, que a campanha à prefeitura de São Paulo ocorreu de forma “bastante violenta”. “Foi um exemplo de como a gente precisa pensar cada vez mais nessa regulação”.

Em sua palestra, a procuradora explicou que é filha de mãe solo e que passou a encontrar, aos poucos, os caminhos para as lutas contra machismo e racismo. Defendeu a necessidade de mais diálogo entre pessoas que pensam de forma diferente. “A gente tem construído muitos muros. E tenho uma preocupação muito grande com a militância de lacração porque ela é muito satisfatória, mas transforma muito pouco”.

Resistência

Inês recorda que quando assumiu a Procuradoria-Geral do Estado de São Paulo, disse aos governadores Ricardo Garcia (que a nomeou em 2022) e Tarcísio de Freitas (que a manteve no cargo no ano seguinte) que usaria espaços para fazer militância em equidade racial e de gênero.

Segundo ela, eles apoiaram a pauta. No primeiro concurso para a procuradoria, realizado neste ano, houve inédita reserva de cotas para negros e indígenas (30% de vagas). “Quando fui discutir isso com a carreira, encontrei mais resistência do que imaginei. Não escancarada, mas velada.  A diversidade, para mim, é questão de eficiência”.

*O repórter viajou a convite do Porto Digital

Baile no Rio de Janeiro celebra 50 anos da black music no Brasil

“A black music é uma força, é um diálogo coletivo”, descreve o produtor cultural e engenheiro civil Asfilófio de Oliveira Filho, mais conhecido como Dom Filó. Nesta sexta-feira (8), ele comanda ao lado de Marco Aurélio Ferreira, o DJ Corello, a primeira edição do baile Eu amo Black Music, em comemoração aos 50 anos da Black Music no Brasil. A festa é realizada pelo Teatro Rival Petrobras, no Centro do Rio de Janeiro, e pela Cultne TV.

Em 2024, o marco temporal celebrado é a criação do baile Noite do Shaft, em 1974, no Renascença Clube, por Dom Filó, que marca a chegada da black music no país. A festa recebe esse nome em homenagem ao personagem John Shaft, interpretado por Richard Roundtree em uma série de filmes lançados nos anos 1970. 

Dom Filó é um dos principais mentores do Movimento Black Rio – Dom Filó/Arquivo Pessoal

“É um detetive que passava uma imagem muito positiva da comunidade negra. Essa série foi marcante porque não tínhamos a presença de pessoas negras na televisão naquela época. Era uma programação totalmente branca, e aí temos um herói negro”, relembra Dom Filó. “Pegamos a essência afro-americana e ressignificamos aqui no Brasil”.

Black Music no Brasil

Segundo o produtor musical, a black music (“música negra”, em português), teve origem nos campos de plantação de algodão dos Estados Unidos, onde pessoas negras escravizadas utilizavam o canto para apaziguar a dor da escravidão. Esse som deu origem a diferentes ritmos musicais, sendo o soul um deles. “Soul significa alma. A soul music é a música da alma”, comenta Dom Filó. “Essa essência nasce nos campos de algodão dos Estados Unidos, mas, quando ela passa para o entretenimento, nasce a música preta americana, nasce o soul, o rhythm and blues, o jazz e o blues”. 

“A cultura negra sempre foi musical”, retoma Dom Filó. “Desde os tempos de escravidão, o nosso grande lazer era se reunir para amainar um pouco a dor. Aquelas reuniões, os tambores, os cânticos e as danças vieram através do tempo”. De pai mineiro e mãe fluminense, Dom Filó conta que sempre esteve envolvido com a cultura musical, em especial a partir das escolas de samba e das religiões de matriz africana. Por volta dos 18 anos, passou a frequentar o Renascença Clube, fundado por um coletivo de jovens negros. “ “O Renascença fez com que tivéssemos acesso ao cinema, ao teatro e, principalmente, a música. Ali, ouvíamos muita coisa pela rádio, que era o grande top da época”. 

Foi pelo rádio que diferentes expressões musicais estrangeiras chegaram aos ouvidos brasileiros. Entre elas, a black music, com grande presença nos bailes no Rio de Janeiro.

“Trançando uma linha do tempo, você vai ter vários 50 anos. O Brasil já consumia black music, mas sem promovê-la, sem acessá-la como música preta”, observa.

“Você tinha as lojas de disco, as importadoras, mas poucos tinham acesso àqueles discos. Mais tarde, os DJs conseguiram alcançar essas prateleiras, trazer os discos de fora e formar suas discotecas pelas equipes de som. Mas, antes das equipes de som começarem as suas festas, temos outra característica de penetração dessa música, com artistas nacionais que receberam influência direta da soul music e até foram viver em solo americano, casos do Tim Maia e do Tony Tornado”.

“Naquele momento, não se falava em black music ou em música preta, mas em MPB com um sotaque diferente, o sotaque preto”, diz Dom Filó. Com o desenvolvimento das equipes de som, surge a necessidade de se criarem festas para reunir as pessoas em busca do mesmo som. “Aquela catarse, de trazer a galera toda para um ambiente só e tocar aquela música pulsante e emocionante; pura dança, pura autoestima. Essa é a essência do baile”, comenta. Uma dessas festas foi a Soul Grand Prix — também um grupo musical formado por músicos do Renascença Clube, como Dom Filó — que nasceu não apenas para diversão, mas também para discutir questões raciais.

“Sofríamos muito, vivíamos a dor a semana toda. Era discriminação o todo tempo, baixa autoestima. Quando vem uma equipe como a Soul Grand Prix, que passa para a comunidade a necessidade da autoestima, do pertencimento e da identidade, a galera muda o seu comportamento, muda o seu visual. Mesmo vivendo aquele momento de ditadura, em que nós, negros, éramos massacrados, ainda conseguíamos passar um pouco de black power (poder negro)”.

Movimento Black Rio

A disseminação da black music no Brasil a partir das rádios não se limitou apenas aos bailes promovidos para a comunidade negra, mas deu origem a um movimento musical e cultural concentrado, principalmente, no Rio de Janeiro, reconhecido como Movimento Black Rio. Essa manifestação levou a música negra estadunidense aos subúrbios da cidade, fazendo surgir uma geração inspirada pela reivindicação dos seus direitos, que adapta o estilo norte-americano à realidade nacional. A mistura do soul e do funk ao samba ainda deu origem à banda black rio, modernizando o som brasileiro. 

Autor do livro 1976: Movimento Black Rio ao lado do jornalista Zé Octávio Sebadelhe, Luiz Felipe de Lima Peixoto descreve que o Movimento Black Rio não foi uma ação pensada, mas “algo totalmente orgânico”, surgindo da necessidade da comunidade negra se expressar a partir das músicas estadunidenses. “Foi uma forma de afirmação da identidade negra em um período pesado da ditadura militar em nosso país”.

De acordo com Peixoto, a origem do movimento surge muito antes da introdução da black music no país, quando o rádio passou a divulgar o samba para o grande público, nas décadas de 1940 e 1950. A sua popularização atraiu a classe média, formada, principalmente, por pessoas brancas, para as escolas de samba, que deixaram de ser “vasculhadas” pela polícia. “Até aquele momento, o samba era coisa de marginal, de malandro. Os negros que não se identificavam mais com tudo isso acabaram se identificando com a música negra norte-americana e toda a sua reivindicação histórica daquele período”. 

O especialista considera que o Movimento Black Rio foi fundamental para a criação da resistência negra em um período de opressão, assim como para a afirmação da identidade negra no Brasil. “Nos bailes, principalmente os promovidos por Dom Filó, discursos antirracista e de afirmações da negritude eram proferidos durante as músicas. Todo esse enredo, as festas, as músicas, as vestimentas, contribuíram para essa reafirmação de uma identidade negra mais positiva”. 

Na virada dos anos 1970, a expressão cultural passa a perder força. A popularização das discotecas foi um dos motivos que contribuíram para esse novo cenário.

“A mudança das preferências musicais do público e a evolução cultural, mas, principalmente, a perseguição, a repressão, a censura e a vigilância mais evidente nos bailes na época, foram pontos cruciais para o declínio”, destaca o autor. 

Mesmo com a diminuição da força dessa manifestação, Dom Filó ressalta a relevância do Movimento Black Rio no país, que passou a ser visto a partir de uma ótica negra. “Esse movimento teve uma importância muito grande na questão do comportamento, do pertencimento, da identidade e da autoestima, tudo isso numa tecnologia ancestral trabalhada até hoje para que a nossa comunidade, a comunidade negra, seja reparada. Só usamos a música como elemento”.

Movimento Charme

Uma das expressões mais marcantes desse período de transformação musical no Brasil é o Movimento Charme, criado pelo DJ Corello (foto em destaque). À Agência Brasil, ele conta que o movimento começou quando ele próprio tomou a iniciativa de tocar um gênero musical diferente do soul nos bailes de black music, como o rhythm and blues, abreviado para R&B. “Fui o primeiro DJ de soul a sair do soul e entrar em outro caminho. No tempo do soul, você tinha que dançar uma música e parar para entrar no ritmo de outra, mas eu já pensava na mixagem”, relembra. 

“O Movimento Charme, que começou nos anos 1980, já iniciou com essa pegada de uma música dentro da outra. Essa sonoridade pegou outra geração, que não era a geração do soul, com o ouvido virgem. Eu consegui catequizar essa geração para o Movimento Charme”, continua. Também é atribuído ao DJ Corello o uso do termo “charme” para identificar o movimento, que nos bailes sempre dizia

“Chegou a hora do charminho, transe seu corpo bem devagarinho” para anunciar a mudança do repertório musical. 

Por muitos anos, o movimento teve o Viaduto de Madureira como principal referência de charme no Rio de Janeiro, mas, com a mudança de repertório, que passou a tocar outros gêneros musicais além do R&B, o Baile Black Bom, criado em 2013 na Pedra do Sal, no bairro de Saúde, assumiu esse papel. Apesar de não representar mais o charme da mesma forma que no passado, o DJ destaca que o Viaduto de Madureira não deve ser esquecido, porque teve sua importância para a manifestação cultural. “Hoje, o Black Bom é referência, daqui a cinco anos, vai ser outro, porque é uma constante evolução”. 

Música negra no Brasil

“Quando penso música no Brasil, penso que toda música adquirida no país tem marcas negras”, afirma a professora do Departamento de Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) Denise Barata.

Ela defende que a música no país é construída a partir de uma experiência negra, resultando da diáspora africana que provocou o deslocamento de mais de 12,5 milhões de africanos para as Américas e para a Europa entre os séculos XVI e XIX, como aborda no artigo “A música na Diáspora Africana da América Latina”. Assim, gêneros musicais nascidos na comunidade negra são formas de sociabilidade e de difusão da memória negra. 

“Quando falamos da música negra brasileira, estamos falando de uma forma de sociabilidade que na voz emana memória. Quando ouço Dona Ivone Lara ou Jovelina Pérola Negra, a memória da diáspora está ali presente, e não é só pela cor da pele”, traz a pesquisadora.

“Essa memória se faz presente ainda hoje. Ela não desaparece e pode ser encontrada no samba, no funk e nos jovens que revivem a black music. Quando falamos da memória negra, estamos falando de uma cultura que é muito importante e que não desaparece apesar de todo racismo, de toda pressão injusta da indústria radiofônica e da ideia de democracia racial. A memória negra se faz presente até os dias de hoje, exatamente pela potência que ela é”.

Para Peixoto, a black music no Brasil pode ser vista como uma continuação e uma evolução da cultura musical que já existia no país, trazendo novos elementos sonoros e abordando assuntos que enriqueceram a música brasileira. Além  disso, o movimento veio fortalecer a identidade e a visibilidade da comunidade negra, apesar da resistência aos ritmos estrangeiros no momento que passaram a ser difundidos pelas rádios em alta na época.

“Hoje se relacionam bem, mas, naquele período, a black music foi motivo de discórdia e revolta da sociedade brasileira, colocando o samba como algo realmente legítimo e autêntico da nossa expressão cultural. Então a black music sofreu, sim, muito preconceito naquele período, mas inegavelmente trouxe grande influência”, pontua. “Hoje, podemos observar um legado incrível, através de gêneros como o samba-funk, o samba-rock e o próprio funk carioca”.

Diante dos 50 anos da black music no Brasil, Dom Filó destaca esse período como um momento de transformação, em que a comunidade negra obteve avanços na luta racial, apesar de não serem suficientes para lidarem com o preconceito e com a discriminação no país. “Tive a honra e a benção de estar vivendo essa transformação”, celebra. 

“Hoje, eu me deparo com várias gerações e com várias pessoas, inclusive da minha geração, que se influenciaram por tudo isso e trazem isso para a nova geração. Hoje, temos respostas. Na minha época, eu não tinha referências. As referências eram todas negativas. Na escola, nos livros escolares, nas representações artísticas, todas elas eram negativas. A minha geração viveu essa transformação e a minha maior esperança é que a garotada que está chegando tenha consciência de que esse processo não começou agora, ele vem de lá atrás”.

*Estagiária sob supervisão de Vinícius Lisboa

Ossada humana achada em Petrópolis pode ser de vítima de chuva de 2022

A Polícia Civil interditou, na tarde dessa quinta-feira, (7), o local onde a prefeitura de Petrópolis, na região serrana do Rio, realizava obras de contenção e drenagem na área 3 do Morro da Oficina. No local, foi encontrada uma ossada humana.

As equipes das secretarias de Obras e Defesa Civil da prefeitura, seguindo os protocolos de segurança, acionaram imediatamente a Polícia Civil para a realização de perícia. A polícia acredita que a ossada encontrada seja de uma das vítimas da tragédia d e 2022 no Morro da Oficina, onde mais de 230 pessoas morreram pelo deslizamento de terra no alto do morro.

Em 15 de fevereiro de 2022, ocorreu a maior tragédia climática de Petrópolis. A enxurrada no Morro da Oficina deixou 233 mortos e dois desaparecidos. Logo em seguida, no dia 20 de março do mesmo ano, um deslizamento de terra deixou mais sete mortos, evidenciando a fragilidade da parte alta da cidade e a faltas de infraestrutura para enfrentar os efeitos climáticos, como as inundações e os deslizamentos de terra e pedras.

De acordo com informações preliminares da Polícia Civil, existe a possibilidade de que os restos mortais encontrados sejam de vítima da tragédia de fevereiro de 2022. Em respeito à família que ainda aguarda notícias da pessoa desaparecida, a prefeitura disponibilizou a Secretaria de Assistência Social para prestar todo o suporte necessário.

A ossada foi encaminhada ao Instituto Médico-Legal para análise e identificação genética. Até a conclusão das investigações, o local permanecerá isolado e as obras serão temporariamente suspensas para garantir a preservação das evidências.

Mega-Sena acumula novamente e prêmio principal vai para R$ 200 milhões

Nenhum apostador aceitou as seis dezenas do concurso 2.794, que foram sorteadas na noite desta quinta-feira (7) no Espaço da Sorte, em São Paulo. O prêmio da faixa principal acumulou e está estimado em R$ 200 milhões.

Este foi o 11º sorteio consecutivo sem ganhadores do prêmio principal. 

Os números sorteados hoje foram: 03 – 09 – 14 – 20 – 28 – 52

A quina teve 160 apostas ganhadoras e cada uma vai receber R$ 51.793,93. Já a quadra registrou 13.197 ganhadores, com prêmio de R$ 897,06 para cada. 

O concurso 2.795 será realizado sábado (9). As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília) do dia do sorteio, nas casas lotéricas credenciadas pela Caixa, em todo o país ou pela internet. O jogo simples, com seis dezenas marcadas, custa R$ 5.

Bloco Cacique de Ramos vira patrimônio imaterial do Rio de Janeiro

O tradicional bloco Cacique de Ramos foi declarado patrimônio histórico e cultural, de natureza imaterial, do Estado do Rio de Janeiro. O reconhecimento veio pela Lei 10.562 de 2023, sancionada pelo governo estadual e publicada nesta quinta-feira (07) no Diário Oficial.

O título de patrimônio valoriza a importância do grupo para a cultura do estado, incentiva apresentações do bloco e a realização de atividades próprias. O texto reforça a proibição de qualquer manifestação de preconceito ou discriminação, seja de natureza social, racial, cultural, política ou administrativa, contra o Cacique de Ramos e seus integrantes.

O bloco carnavalesco Cacique de Ramos foi fundado em 20 de janeiro de 1961 e se tornou um dos principais símbolos da folia carioca. Criado em Ramos, bairro da zona norte da capital, ganhou as ruas do Centro e passou a concentrar foliões de diversas áreas da cidade.

O Cacique já chegou a promover três dias seguidos de desfiles no Centro da capital, a exemplo deste ano, quando atraiu uma multidão. Dos seus encontros e rodas de samba destacaram-se grupos e nomes que se tornaram nacionalmente conhecidos, como o Fundo de Quintal, Xande de Pilares, Arlindo Cruz e Zeca Pagodinho.

Rio pode ter frente fria, chuva e rajadas de vento até sábado

O Sistema Alerta Rio distribuiu um aviso meteorológico na tarde desta quinta-feira (7) alertando a população do Rio de Janeiro sobre a chegada de áreas de instabilidade, com a aproximação e passagem de uma frente fria que vão influenciar o tempo no Rio de Janeiro de hoje até sábado (9). O aviso meteorológico é de nível de severidade médio e a validade vai se estender até às 12h de sábado.

De acordo com o Centro de Operações Rio, neste período, a previsão é de pancadas de chuva, rápidas e isoladas, de intensidade moderada a forte, que podem ser acompanhadas de raios e rajadas de vento moderadas a fortes.

Entre o fim da manhã de sexta-feira (8) e a manhã de sábado, a previsão é de chuva moderada a forte, podendo vir acompanhada de raios e ventos moderados a fortes. Segundo o Sistema Alerta Rio, o período mais crítico deve compreender a noite de sexta-feira e a madrugada de sábado.

Região serrana

A Defesa Civil de Petrópolis, na região serrana do Rio, também emitiu aviso meteorológico nesta tarde, devido à instabilidade do tempo, com proximidade de uma frente fria. Para a região, estão previstas áreas de instabilidade que influenciam as condições climáticas no município.

A Defesa Civil de Petrópolis monitora as condições do tempo e emitirá alertas, informes ou atualizações a qualquer momento, caso a situação se agrave, com a chegada de chuva forte, precedida de rajadas de vento.

CIEE: 10% de estagiários são únicos responsáveis por sustentar família

Levantamento do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) revela que 10% dos estagiários são os únicos responsáveis pelo sustento da família, 1% a menos do que o registrado no ano passado. Em 2019, quando a pesquisa começou a ser feita, o percentual era de 6%. Outros 68% afirmam auxiliar nas despesas da família.

Segundo os dados, 48% dos quase 12 mil estagiários entrevistados têm renda familiar de até R$ 2.824,00.

A pesquisa indica que pelo menos 16% dos estagiários afirmaram compor o orçamento familiar com o Bolsa Família, 9% com outros benefícios federal, estadual ou municipal, e 2% recebem o Benefício Assistencial de Prestação Continuada (BCP).

Segundo o levantamento, a Bolsa Auxílio, ao longo do contrato de estágio, chegou a R$ 1.108,10 em todo o país, maior patamar da série histórica. Entretanto, o valor segue semelhante aos últimos levantamentos, com 32% dos estagiários tendo como principal gasto a mensalidade escolar, seguido por demandas familiares, como despesas da casa (16%), alimentação (11%) e moradia (9%).

Gastos

Para arcar com os gastos referentes às mensalidades escolares, 40% dos participantes da pesquisa afirmaram utilizar sistema de bolsas ou programa de financiamento estudantil, com 21% optando por programas oferecidos pela própria instituição de ensino onde estudam.

Outros 11% utilizam o ProUni (Programa Universidade para Todos), 5% usam programas oferecidos por outras instituições e 3% o FIES (Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior).

A estudante de psicologia e relações públicas Gabriela Pereira Gomes, de 24 anos, conseguiu estágio que une as duas áreas. Há um ano e meio no Banco ABC, ela diz que tem sido a melhor experiência profissional que já teve tanto pelo acréscimo no aprendizado e na carreira, quanto pela questão financeira.

“Eu trabalho desde os 13 anos, já passei por várias empresas e com esse estágio foi quando eu mais consegui ajudar tanto a minha família como a mim mesma. Minha mãe é uma das mais felizes com a minha posição de estagiária”.

Além do salário de estagiária, ela tem bolsa de estudos de 85% e com a remuneração consegue pagar as mensalidades, fazer cursos extracurriculares e ajudar com as despesas de alimentação, e parte da luz e água da casa onde mora com a mãe e mais quatro irmãos, dois quais dois também trabalham.

“Como estagiária eu ainda consigo ter o maior salário dentro da minha casa e isso é bem significante. Eu espero muito que eu seja efetivada, mas eu tenho certeza que dentro do mercado eu já estou muito mais competitiva”, disse.

A vontade de Gabriela continuar na empresa é a mesma de 51% dos estagiários que responderam ao questionário. Já 20% dos estudantes ouvidos gostariam de conquistar uma vaga dentro da modalidade Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Enquanto 13% ainda não decidiram o que fazer, 11% desejam ingressar em outro estágio antes do final do curso, 3% buscam empreender, 2% almejam trabalhar/estudar em outro país e 1% busca posição na modalidade de prestador de serviço, sem registro em carteira de trabalho.

Quando o tema é futuro do mundo do trabalho, 63% discordam que o registro na carteira de trabalho não será uma realidade nos próximos anos, já 60% dos entrevistados não acreditam que a modalidade CLT tira a liberdade das pessoas.

Oportunidade

Estudante de Administração de Empresas, Pedro Morais Mateus, está no estágio na mesma instituição há um mês, depois de passar pela terceirização no mesmo lugar. Morando sozinho há cinco anos, Pedro conta que sua qualidade de vida melhorou com a remuneração do estágio. “Eu estou conseguindo me alimentar melhor, tudo está melhorando. O estágio foi importante também porque consegui sair da terceirização e ter novas portar abertas, ter a visão mais ampla do que é o banco e o mundo corporativo”.

Para Pedro, a oportunidade é a porta de entrada para o início da carreira e a experiência prática mudou sua visão sobre temas nos quais sua dificuldade era maior.

“Eu nunca me dei bem com números, e na faculdade tenho várias matérias de exatas. São coisas que eu não entendia e trabalhando na área de finanças estou tendo mais clareza. Estou aprendendo a gostar, porque quando passo a entender fica tudo mais leve”.

Além de querer aproveitar ao máximo a chance, o estudante tem esperança em continuar na empresa e, para isso, está se preparando fazendo todos os cursos que o banco oferece.