Skip to content

Situação de emergência por incêndio florestal cresceu 354% em agosto

O número de municípios que decretaram situação de emergência por incêndios florestais em agosto cresceu 354% em relação ao mesmo mês do ano de 2023, aponta levantamento divulgado pela Confederação Nacional dos Municípios.

Somente neste mês, 118 gestores municipais registraram a condição no Sistema Integrado de Informações sobre Desastres, do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional.

Este ano, até o dia 26 de agosto, 167 municípios declararam situação de emergência. No mesmo período de 2023 apenas 57 enfrentavam o problema. 

De acordo com o levantamento, 4,4 milhões de pessoas já foram afetadas pelos incêndios florestais este ano, sendo que a maioria, 4 milhões, foram alcançados pelos efeitos como poluição do ar e perda da biodiversidade.

O maior número de decretos foi registrado em São Paulo, por 51 municípios, seguido por Mato Grosso do Sul, com 35 registros; Acre, com 22; Espírito Santo e Rondônia, dois municípios, e Amazonas, Bahia, Minas Gerais, Mato Grosso, Rio de Janeiro e Santa Catarina, apenas um município cada.

Até o momento, o sistema aponta que já foram reconhecidos pelo governo federal a situação de emergência por incêndio florestal em 12 municípios em Mato Grosso do Sul. Os demais processos ainda estão em andamento para que os gestores possam ter acesso aos recursos públicos federais para medidas emergenciais.

A instituição estima um prejuízo de R$ 10 milhões em assistência médica emergencial para a saúde pública, que ainda pode crescer com impactos causados pela exposição da população à fumaça.

Mulheres poderão se alistar no serviço militar aos 18 anos

Mulheres que queiram se alistar no serviço militar poderão fazê-lo voluntariamente a partir dos 18 anos de idade. Decreto publicado nesta quarta-feira (28) no Diário Oficial da União autoriza o recrutamento, a partir do próximo ano, quando deverão ser estabelecidos os municípios onde haverá o alistamento feminino pelo plano geral de convocação.

De acordo com as diretrizes estabelecidas, a apresentação voluntária de mulheres poderá ser feita no período de janeiro a junho do ano em que elas alcançam a maioridade. Antes, só podiam ingressar nas Forças Armadas as profissionais admitidas nos cursos de formação de suboficiais e de oficiais.

Com a mudança, após o alistamento voluntário, elas passarão ainda pelas etapas de seleção, que incluem a inspeção de saúde e a incorporação, que começa com um ato oficial e termina com a conclusão de um curso de instrução para o exercício das funções gerais básicas.

A desistência do processo é admitida até o ato de incorporação. Após essa etapa, o serviço militar passa a ser de cumprimento obrigatório e a militar fica sujeita aos deveres e penalidades previstos na legislação, como aplicação de multas e retenção do certificado de serviço militar.

As selecionadas serão incorporadas de acordo com as necessidades das Forças Armadas e o período de serviço militar inicial, com duração de 12 meses, pode ser prorrogado de acordo com critérios definidos pelas Forças Armadas.

Assim como os homens convocados ou voluntários que se alistam, as mulheres não terão estabilidade no serviço militar e passarão a compor a reserva não remunerada das Forças Armadas após serem desligadas do serviço.

Trilha de Letras tem bate-papo com escritor Rodrigo França

O escritor, ator, diretor, dramaturgo, cineasta e artista plástico Rodrigo França é o entrevistado do programa Trilha de Letras que vai ao ar nesta quarta-feira (28), às 23h, na TV Brasil. Talentoso e multifacetado, Rodrigo França também integra o time de debatedores do Sem Censura, clássico vespertino da emissora pública.

Durante a conversa inédita com a apresentadora Eliana Alves Cruz, o autor fala sobre sua publicação mais recente, o livro infantil O menino e sua árvore (2024). A obra aborda temas como ancestralidade, racismo e meio ambiente.

Trilha de Letras tem bate-papo com escritor Rodrigo França. Frame TV Brasil 

O menino e sua árvore é a consagração de um autor que já escreveu outros livros e trabalha em diversas frentes para tratar de temas tabus como o racismo. Sua primeira publicação infantil, O Pequeno Príncipe Preto (2020), foi concebida a partir da bem-sucedida peça teatral de mesmo nome e expõe a importância de valorizar quem somos e de onde viemos.

Ao longo do bate-papo no Trilha de Letras, Rodrigo França fala ainda sobre infância. Destaca também os desafios de ser negro e viver de arte no Brasil.

No quadro Dando a Letra, espaço do programa com dicas de livros, a booktuber Taryne Zottino indica o título O voo da guará vermelha (2014), de Maria Valéria Rezende. A obra mostra a beleza e a profundidade da vida de pessoas comuns, que se transformam ao compartilhar suas histórias em um mundo onde a comunicação é sempre difícil.

Sobre o programa

O Trilha de Letras busca debater os temas mais atuais discutidos pela sociedade por meio da literatura. A cada edição, o programa recebe um convidado diferente. A atração foi idealizada em 2016 pela jornalista Emília Ferraz, atual diretora do programa que entrou no ar em abril de 2017. Nesta temporada, os episódios foram gravados na BiblioMaison, biblioteca do Consulado da França no Rio de Janeiro

A TV Brasil já produziu três temporadas do programa e recebeu mais de 200 convidados nacionais e estrangeiros. As duas primeiras temporadas foram apresentadas pelo escritor Raphael Montes. A terceira, por Katy Navarro, jornalista da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). A jornalista, escritora e roteirista Eliana Alves Cruz assume a quarta temporada, que também ganha uma versão na Rádio MEC.

Serviço
Trilha de Letras – quarta, dia 28/08, às 23h, na TV Brasil
Trilha de Letras – quarta, dia 28/08, às 23h, na Rádio MEC
Trilha de Letras – quarta, dia 28/08 para quinta, dia 29/08, às 3h, na TV Brasil
Trilha de Letras – domingo, dia 01/09, para segunda, dia 02/09, à 01h30, na TV Brasil

Peças sacras furtadas nos anos 1990 voltam à Igreja do Carmo no Rio

Três peças sacras que pertencem ao acervo da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Monte do Carmo, igreja localizada na Rua Primeiro de Março, na região central da cidade do Rio de Janeiro, que estavam desaparecidas desde os anos 1990, foram restituídas à igreja do Carmo, nessa terça-feira (27), pela Polícia Federal (PF) e pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

O Iphan identificou, em um leilão, as peças com características que indicavam ser bens tombados e determinou a retirada imediata das mesmas do evento. As obras sacras estavam catalogadas no rol de bens culturais procurados pelo órgão do patrimônio histórico. Todas as peças recuperadas e restituídas na data de hoje têm a gravação de termos em latim no seu escudo central.

As investigações começaram em outubro de 2023, quando a PF foi informada pelo Iphan e apreendeu as peças e encaminhou para análise pericial. O laudo da inspeção constatou que todas as obras sacras teriam sido produzidas na segunda metade do século XVIII.

Após parecer técnico do Iphan, laudo de perícia criminal federal e decisão judicial da 4ª Vara Federal do Rio de Janeiro, a PF e o Iphan entregaram as obras apreendidas ao secretário-geral da Venerável e Arquiepiscopal Ordem Terceira de Nossa Senhora do Monte do Carmo, Monsenhor Armindo Fernandes Dinis.

Identificação

A parte superior de uma das peças é ornada pelo símbolo da Ordem dos Carmelitas, no qual consta o Monte Carmelo, uma Cruz de Cristo sobre o monte e três estrelas. Por cima da figura do Monte Carmelo há uma coroa encimada com uma cruz sobre um globo, e, ao lado do símbolo do Monte Carmelo, constam ornamentos florais.

Já a outra obra tem a parte superior ornada por um cordeiro deitado no Livro dos Sete Selos, segurando um estandarte afixado em uma cruz. No estandarte estão gravados os termos “Ecce Agnus Dei”. Essa é uma expressão em latim que significa “Eis o Cordeiro de Deus”. É uma frase litúrgica que acompanha a apresentação da hóstia consagrada aos fiéis e é muito utilizada pelos cristãos para falar de Jesus Cristo, especialmente após ter sido sacrificado na cruz.

Mostra em SP apresenta afeto e humor da fotógrafa Stefania Bril

Em uma calçada da capital paulista, um menino se encontra deitado, com a cabeça pousada sobre um carrinho de compras. Em suas mãos, uma revista em quadrinhos. A singela e irreverente imagem do cotidiano, ocorrida em 1973, não passou despercebida pelo olhar de Stefania Bril (1922-1992). O momento acabou sendo registrado e eternizado pelas lentes de sua câmera e acabou rendendo uma de suas fotografias mais conhecidas: Menino lê gibi em carrinho de supermercado.

Essa é uma das cerca de 160 fotografias, todas em preto e branco, que foram tiradas sobretudo na década de 1970 e que, desde a noite dessa terça-feira (27), estão em exposição no Instituto Moreira Salles (IMS), na Avenida Paulista. Chamada de Stefania Bril: desobediência pelo afeto, é a primeira mostra individual dedicada à obra da artista nos últimos 30 anos.

Nascida em Gdansk, na atual Polônia, Stefania Bril viveu a infância e adolescência em Varsóvia. Sobreviveu ao Holocausto e, ao final da guerra, mudou-se para a Bélgica, onde se graduou em química. Em 1950, ela e o marido migraram para o Brasil, onde começou a trabalhar nas áreas de bioquímica e química nuclear. Foi somente aos 47 anos que começou a atuar com fotografia, captando especialmente cenas cotidianas nas cidades, com pessoas comuns retratadas em situações de encontro, afeto e humor. “Insisto em ter uma visão poética e levemente zombeteira de um mundo que às vezes se leva a sério demais”, dizia a artista.

Suas fotos registram não só os anônimos e o fluxo da vida, como também as sutilezas, ironias e contradições do dia a dia. Como aquela em que um rapaz está com o corpo estendido sobre a grama, com exceção de seus pés, que estão voltados para a calçada. Ao lado dele, há uma placa, onde se lê: Não pise na grama.

São Paulo – Mostra em SP apresenta o afeto e o humor de Stefania Bril em seus retratos do cotidiano – Autorretrato, c. 1971 – Foto Acervo Instituto Moreira Salles/Arquivo Stefania Bril/Divulgação

“Ela não era uma fotógrafa comum, mas uma fotógrafa do comum”, definiu a curadora Ileana Pradilla Ceron, durante bate-papo na noite dessa terça-feira (27) e que abriu a exposição ao público. “Ela não tinha um lugar específico dentro das convenções. Não era uma fotógrafa de jornalismo e nem de ensaios ou temas específicos. Muitas vezes, temos a sensação de que suas fotos são ingênuas porque não estão tratando dos grandes temas como os da esfera pública, política ou do poder. Ela não trata de questões de gênero nem de temas exóticos. Está retratando a vida, o cotidiano. Mostra exatamente o que não vemos”, disse a curadora.

“A Stefania tinha essa coisa que não é fácil de conseguir: estar ligada ao passado, mas com os olhos no futuro. Ela deixou essa obra grande e importante, mas também os elos de onde a gente vem. Cada um de nós, se fizermos pequenas coisas, elas se tornarão grandes”, disse a fotógrafa Nair Benedicto que, em 1991, fundou o Nafoto – Núcleo dos Amigos da Fotografia, junto com Stefania Bril.

O cotidiano

Os dois grandes temas mais explorados pela artista, disse o também curador Miguel Del Castillo, são as cidades e as pessoas que habitam essas cidades. “Ela vê as cidades com outro olhar. Nos anos 70, fotografando, vê onde a modernidade falha, onde ela não é suficiente, onde essas cidades modernas não comportam diferenças e não deixam a vida florescer”.

São Paulo – Mostra em SP apresenta o afeto e o humor de Stefania Bril em seus retratos do cotidiano – Foto Acervo Instituto Moreira Salles/Arquivo Stefania Bril/Divulgação

Nessas fotos, traz sempre uma dose de humor e irreverência e também de desobediência. “O cotidiano, considerado um tema sem importância, é afirmado por Stefania como espaço de resistência, inclusive em meio a um contexto totalitário como os anos de chumbo no Brasil, quando fotografava”, afirmaram os curadores.

“O cotidiano representa a saída possível para quem vivia uma circunstância histórica de repressão”, definiu Cremilda Medina, jornalista, pesquisadora, professora e que conviveu com a fotógrafa. “Essa fotografia [do rapaz lendo o gibi deitado com a cabeça sob o carrinho de supermercado] é o símbolo da leitura cultural que Stefania fez nas ruas de São Paulo e no mundo contemporâneo”, destacou.

Crítica e apagamento

Para esta exposição, a seleção foca especialmente na produção fotográfica de Stefania, mas também destaca sua atuação como crítica e agitadora cultural, lembrando que foi a primeira pessoa a assinar como crítica de fotografia na imprensa brasileira, tendo trabalhado por mais de uma década no jornal O Estado de S. Paulo e na revista Iris Foto. Ela também foi responsável por organizar os primeiros festivais de fotografia no Brasil e concebeu a Casa da Fotografia Fuji, primeiro centro cultural em São Paulo voltado exclusivamente para o ensino e a divulgação da fotografia, que coordenou de 1990 a 1992.

Apesar de ter produzido mais de 11 mil fotogramas no período de 1969 a 1980 e de ter deixado mais de 400 textos críticos sobre o tema, sua obra ainda é pouco conhecida no país. Essa falta de reconhecimento nas discussões sobre fotografia impediu, por exemplo, que ela se tornasse uma referência na cultura visual do Brasil.

Visitando a exposição pela primeira vez, a arquivista Clarice Ferreira, 26 anos, observou que, apesar de pouca reconhecida e estudada, Stefania era muito conhecida em seu meio. “É meio dicotômico quando a gente pensa sobre isso, porque quando vejo o arquivo dela de perto percebo que, na verdade, embora o trabalho não fosse exposto ou reconhecido, ela era super conhecida na área. Tinha contato com vários fotógrafos brilhantes, como Evandro Teixeira, Sebastião Salgado, Maureen Bisilliat. Me pergunto como que o trabalho dessa mulher não era reconhecido se ela era tão conhecida por todas as pessoas da área naquela época. Com certeza existe um apagamento e isso se reflete de várias maneiras, até pelo tempo que essa exposição levou para existir”, comentou em entrevista à Agência Brasil.

Para Clarice, o trabalho de Stefania traz sempre um olhar diferente. “Sua fotografia é muito sensível, um olhar que realmente os fotógrafos da época não estavam interessados em passar. Além disso, a forma como lia a fotografia também era muito interessante. E, não obstante, ela virou crítica e curadora. Tinha um jeito muito diferente de conduzir o trabalho e basicamente não estava nem aí para o que as pessoas iam pensar. Fazendo o que queria, chegou muito longe”.

São Paulo (SP) – Mostra em SP apresenta o afeto e o humor de Stefania Bril em seus retratos do cotidiano – Foto Acervo Instituto Moreira Salles/Arquivo Stefania Bril/Divulgação

O assistente de fotografia Humberto Felga, 24 anos, que não conhecia o trabalho de Stefania, destacou que sua obra deveria ser mais reconhecida. “É um nome que já devia vir à tona há muito tempo e que foi apagado. Então, estou feliz de estar conhecendo agora o trabalho dela. O que me chama a atenção é esse registro de vida. Notei essa carga cômica que ela tem. Tem uma foto de uma criança, inclusive, que diz ‘eu sou corajosa’ e é uma criança super posturada, com olhar. Não sei se é exatamente o que ela estava escutando ou o que estava vendo na hora, mas ela trouxe num título essa narrativa”.

A exposição, que é gratuita, fica em cartaz até o dia 26 de janeiro. Mais informações sobre a mostra podem ser obtidas no site do IMS.

Mega-Sena acumula e prêmio vai a R$ 6,5 milhões

Ninguém acertou as seis dezenas do Concurso 2.767 da Mega-Sena, sorteadas nesta terça-feira (27) em São Paulo. O prêmio para o próximo concurso, na quinta-feira (29), deve ser de R$ 6,5 milhões.

Os números sorteados foram 14 – 21 – 42 – 47 – 50 – 59.

A quina teve 24 ganhadores que receberão, cada um, R$ 62.653,90. As 1.487 apostas ganhadoras da quadra terão o prêmio individual de R$ 1.444,60.

A aposta mínima da Mega-Sena custa R$ 5 e pode ser feita nas lotéricas de todo o país ou pela internet, no site da Caixa, até as 19h (horário de Brasília) do dia do sorteio.

Pará decreta emergência e proíbe uso de fogo em pastagens

O governador do Pará, Helder Barbalho, decretou nesta terça-feira (27) estado de emergência em função dos focos de queimadas no estado. Com a medida, fica proibido o uso de fogo para limpeza e manejo de áreas em todo o território estadual.

A proibição não será aplicada nos casos envolvendo agricultura de subsistência de populações tradicionais e indígenas, controle fitossanitário e pesquisas científicas com aval de órgãos ambientais. 

O decreto do governador também prevê sanções penais, administrativas e civis para quem descumprir as determinações, que terão validade de 180 dias.

Barbalho se baseou em notas técnicas emitidas pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden) e a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas). Os órgãos alertaram sobre a falta de chuvas no Pará e os impactos do fenômeno La Niña neste ano, que têm favorecido os incêndios florestais.

De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Pará registrou 14,7 mil focos de queimadas nos primeiros oito meses deste ano.

Voos panorâmicos de helicóptero no Rio seguirão novas regras

Com a finalidade de evitar os transtornos pelos ruídos provocados pelos helicópteros que realizam sobrevoos panorâmicos sobre os principais pontos turísticos do Rio de Janeiro, como o monumento do Cristo Redentor, o Pão de Açúcar, a Floresta da Tijuca, as praias do Arpoador e do Leme, na zona sul, nove empresas operadoras de voos panorâmicos assinaram um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público Federal (MPF).

O acordo foi celebrado no âmbito do inquérito civil instaurado em abril de 2023, a partir de representações de diversas associações de moradores. O acordo entra em vigor dentro de 15 dias. 

Com base no acordo, as empresas comprometeram-se a adotar uma série de normas para minimizar o impacto sonoro nas áreas afetadas. Entre as medidas estão a manutenção de alturas mínimas de voo, distâncias específicas a serem respeitadas da orla e de monumentos, além da obediência às rotas de voo pré- determinadas. A aeronave deve manter-se afastada entre 600 metros e 800 metros do Cristo e evitar de fazer manobras paradas sobre o monumento. 

O documento tem vigência de 1 ano, período durante o qual será avaliada a eficácia das medidas na redução do ruído, especialmente nas áreas dos bairros do Joá, Jardim Botânico, Lagoa, Humaitá, Cosme Velho, Alto da Boa Vista  e Urca, onde acontece a maioria dos sobrevoos. 

Para o procurador da República Sergio Suiama, o TAC representa um avanço, em razão da inexistência de normas ambientais específicas para voos panorâmicos na cidade. “Neste período de 1 ano, o MPF e os moradores dos bairros afetados poderão avaliar se houve uma redução da poluição sonora causada pelos helicópteros. Caso a melhora seja insuficiente, outras medidas poderão ser adotadas após esse prazo”, disse o procurador. 

As empresas que não assinaram o TAC serão intimadas para que declarem se vão aderir ao acordo. Caso não atendam o pedido, serão propostas ações civis públicas contra as operadoras que não assinaram o documento.

As empresas comprometeram-se também a criar uma associação que reunirá as prestadoras de serviços de voos turísticos na cidade. A associação terá como finalidade promover a autorregulamentação, a fiscalização das atividades e a capacitação dos pilotos, contribuindo para o cumprimento das normas de tráfego aéreo e para a redução dos impactos sobre os moradores dos bairros afetados.

Mais de 80% dos focos de calor em SP estão em áreas de agropecuária

Entre os dias 22 e 24 de agosto, foram identificados 2,6 mil focos de calor no estado de São Paulo. De cada dez, oito (81,29%) estavam em áreas ocupadas pela agropecuária, conforme revela levantamento do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), divulgado nesta terça-feira (27). 

Para fazer o monitoramento e mensurar o alcance do fogo, o órgão reuniu imagens captadas por satélites e informações produzidas em 2023 pela Rede MapBiomas, da qual é membro. O Ipam constatou que 1,2 mil focos de calor (44,45%) foram localizadas em perímetros de cultivo de cana-de-açúcar e 524 (19,99%) em pontos chamados de “mosaicos de usos”, termo que designa aqueles em que não é possível fazer distinção entre pasto e/ou agricultura. Outros 247 (9,42%) eram áreas de pastagem e 195 (7,43%) áreas de silvicultura, soja, citrus, café e outros tipos de cultura.

A zona de vegetação nativa teve 440 focos de calor (16,77% do total). As formações florestais foram o tipo mais atingido, representando 13,57% dos focos.

Cinco cidades concentraram 13,31% dos focos de calor registrados no período: Pitangueiras (3,36%); Altinópolis (3,28%); Sertãozinho (2,4%); Olímpia (2,17%) e Cajuru (2,1%). Todas estão próximas a Ribeirão Preto, com exceção de Olímpia, que faz parte da Região Metropolitana de São José do Rio Preto.

Na sexta-feira (23), foram contabilizados mais focos de calor do que em todos os estados da Amazônia juntos, o que o Ipam destaca como situação crítica da unidade federativa. 

Também na sexta-feira, os especialistas do Ipam notaram o surgimento de colunas de fumaça a cada 90 minutos, entre 10h30 e 12h, ao analisar as imagens produzidas pelo satélite geoestacionário, que captura uma nova cena a cada 10 minutos. Além disso, o satélite que capta focos de calor na parte da manhã e no final da tarde registrou um aumento de 25 para 1.886 focos em todo o estado.

Segundo a diretora de Ciência do Ipam, Ane Alencar, se trata de um quadro atípico. “É como se fosse um Dia do Fogo exclusivo para a realidade do estado, evidenciado pela cortina de fumaça simultânea que surge visualmente a oeste”, observa, em referência ao episódio, em  agosto de 2019, quando fazendeiros do Pará provocaram incêndios em diversos pontos da Amazônia, atingindo unidades de Conservação e terras indígenas.

Polícia prende quinto suspeito de incêndios criminosos em SP

Foi preso o quinto suspeito de provocar incêndios criminosos no interior de São Paulo. O homem, de 44 anos, estava em uma motocicleta, ateando fogo em uma área de mata, em São José do Rio Preto, quando foi flagrado por câmera de segurança. A prisão ocorreu nessa segunda-feira (26). 

Depois de três prisões no fim de semana, outro homem, de 27 anos, foi detido em flagrante, também nessa segunda-feira, por atear fogo em uma área de pastagem no município de Batatais.

Além dessas prisões, a Polícia Militar Ambiental multou dois homens, em mais de R$ 15 mil, em Porto Ferreira. Eles foram flagrados acendendo fogueiras para limpeza da vegetação.

A onda de incêndios que afeta o estado de São Paulo começou na sexta-feira (23), e queimou 34 mil hectares de área. Segundo o Corpo de Bombeiros, os focos foram controlados ontem. Mas, a Defesa Civil paulista alerta que o estado segue em emergência para risco de incêndios, pelo menos até o próximo sábado (31). Isso porque o tempo seguirá seco nos próximos dias, com queda da umidade a 20% na quinta-feira (29), em boa parte do estado. Para complicar, a temperatura deve subir e ultrapassar os 30 graus até o fim da semana, e sem previsão de chuva.

Fornecimento de água

A onda de incêndios também impacta no fornecimento de água potável. A Sabesp, empresa responsável pelo abastecimento em São Paulo, emitiu um alerta para algumas cidades do interior, que podem sofrer falta de água, justamente por causa do alto consumo utilizado para limpar a fuligem que atingiu a região nos últimos dias.

A empresa informou, em comunicado, que já está operando com a capacidade máxima do fornecimento de água. Foi recomendado aos moradores locais atingidos que usem o recurso com consciência e moderação.

>> Ouça na Radioagência Nacional