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Podcast da Rádio MEC é um dos vencedores do Festival comKids 2024

A Rádio MEC, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), foi uma das premiadas da 15ª edição do Festival comKids 2024. Na noite desta sexta-feira (16), foram anunciados os vencedores dos melhores projetos de países ibero-americanos para o público infantojuvenil.

O podcast Perguntar e Pensar – Contágio, impotência e cuidado, da Rádio MEC, foi um dos escolhidos pelo júri popular. 

Foram 14 premiados em seis diferentes categorias: App, Game, Livro Digital, Lúdico Digital, Podcast e Projeto 360º. A premiação ocorreu na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), em São Paulo, e foi transmitida via Youtube.

Os finalistas foram selecionados por um júri especializado de cada categoria. O júri e o público votaram.

As três principais frentes do festival foram mostra audiovisual, competição de obras digitais e interativas, contemplando games digitais, e-books, podcasts, projetos 360º ou apps, feitos para web, computador pessoal (pc e mac), tablets e celulares; e atividades de atualização profissional, painéis e workshops, com objetivo de fomentar a produção cultural audiovisual, digital e interativa para crianças.

A produtora-executiva e especialista em projetos infantojuvenis, Beth Carmona, destacou que a edição reuniu diversos profissionais interessados em discutir a presença e influência das telas na vida de crianças e adolescentes.

“Nossas conversas, nossas mesas redondas, nossos debates brilham a educação midiática, brilham a questão da escuta infantil, brilham tantos temas tão importantes nesse momento que a sociedade vive de tanta transformação, incluindo o momento da crise climática. Eu me sinto orgulhosa de realizar mais um festival”, disse.

>> Veja os vencedores de cada categoria:

Júri Profissional

App

1º – Bebe Lume | Brasil | Bebe Lume Produções Audiovisuais

2º – Monicaverso | Brasil | Ø1Digital

3º – Cantar y jugar | Colômbia | Cantoalegre;

Game

1º- Bella pelo Mundo | Brasil | Plot Kids

2º – Docemática| Brasil | SpaceFrog

3º – O Resgate de Fárya | Brasil | Viu Cine;

Livro Digital

1º – Kai, Kai, la cuidadora de las aguas | Chile | Fundación Cultural Entrelíneas

2º – A História das Histórias | Brasil | MSP – Mauricio de Sousa Produções

3º – La maceta vacía | Chile | Fundación Cultural Entrelíneas;

Lúdico Digital

1º – Gigantes web | Uruguai | Gigantes – La Diaria

2º – Trajeto i – Jogos da capa | Brasil | Santillana Educação

3º – E agora? Um rolé digital | Brasil | MultiRio – Empresa Municipal de Multimeios Ltda;

Projeto 360º

1º- Mundo Eureka | Colômbia | Canal Capital

2º – Icamiabas na cidade Amazônia | Brasil | Iluminuras

3º – Yo quiero saber.. ¿ Y vos? | Argentina | Pakapaka;

Podcast

1º (Empate) – Elas são feras! – Nise da Silveira | Brasil | Companhia Delas e La Sueñoteca – La casa de mis sueños | Argentina | Red Tal

2º – Calunguinha, o cantador de histórias – Galanga, o cabelo de ouro | Brasil | Todo Canto Produções Artísticas

3º- Tienda Súper Nova – Episódio 1 | Colômbia | Máquina Espía;

 

Prêmio Diversidade – Especial comKids

Calunguinha, o cantador de histórias – Galanga, o cabelo de ouro | Brasil | Todo Canto Produções Artísticas;

 

Júri Popular

App: Yom Kids | Brasil | Yoga com Histórias Desenvolvimento de Aplicativos

Game: Docemática | Brasil | SpaceFrog

Livro Digital: Kai, Kai, la cuidadora de las aguas | Chile | Fundación Cultural Entrelíneas

Lúdico Digital: Trajeto i – Jogos da capa | Brasil | Santillana Educação

Projeto 360º: Yo quiero saber.. ¿ Y vos? | Argentina | Pakapaka

Podcast: Perguntar e Pensar – Contágio, impotência e cuidado | Brasil | Empresa Brasil de Comunicação – Rádio MEC.

 

EBC entrega prêmio a filmes gaúchos no Festival de Cinema de Gramado

A Empresa Brasil de Comunicação (EBC) entregará nesta sexta-feira (16) o Prêmio TV Brasil de Exibição, durante a 52ª edição do Festival de Cinema de Gramado. A empresa é uma das copatrocinadoras do evento, que iniciou no dia 9 de agosto e termina amanhã, no Palácio dos Festivais. 

O melhor longa gaúcho será premiado com R$ 50 mil em licenciamento. Outros três curtas gaúchos receberão prêmio no valor de R$ 5 mil cada, nas categorias de melhor filme, melhor direção e melhor roteiro. As regras para a premiação seguem o regulamento e os critérios de julgamento do próprio Festival. 

O presidente da EBC, Jean Lima, destacou a importância do prêmio neste momento de retomada da atividade cultural do estado após as enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul em maio deste ano. “É uma forma de a gente incentivar a produção regional do audiovisual gaúcho e também uma forma de reconhecimento, porque o Festival de Gramado é o primeiro grande evento do estado depois da tragédia que abateu o povo gaúcho”, disse. 

O Prêmio TV Brasil de Exibição é concedido pela EBC para festivais tradicionais no país. Neste ano, a premiação compõe o eixo audiovisual do Prêmio EBC de Comunicação Pública, que também valoriza iniciativas jornalísticas para o combate à desinformação e a produção musical, nos tradicionais Festival de Música da Rádio Nacional e o Prêmio Rádio MEC. 

Festival Coreano em São Paulo muda programação por causa do CNU

O 17º Festival da Cultura Coreana, na capital paulista, teve alterada sua programação por causa da realização do Concurso Nacional Unificado (CNU) neste final de semana. Todas as atividades previstas para ocorrerem em espaços abertos no próximo domingo (18), dia da prova, foram realocadas no espaço Oswald de Andrade, no Bom Retiro.

No sábado (17), o evento será na Praça Coronel Fernando Prestes (conhecida como Praça Tiradentes), das 11h às 20h. A atração internacional NTX está mantida, das 19h às 20h, como também a final da 12ª edição do Concurso K-Pop Festival. A programação atualizada pode ser vista no site do festival.

O evento é realizado pela Associação Brasileira dos Coreanos, com o apoio do Centro Cultural Coreano no Brasil, do Comitê de Desenvolvimento do Bom Retiro e da Prefeitura de São Paulo. A entrada é gratuita.

O Festival da Cultura Coreana é realizado desde 2006 e ocorre anualmente em agosto no bairro do Bom Retiro, polo cultural das tradições coreanas na capital paulista.

Festival Folclórico de três dias movimenta área rural de Parintins

Brincadeiras de crianças e adolescentes que criavam pequenos bois bumbás nas escolas deram origem ao Festival Folclórico do Mocambo do Arari, que ocorre na zona rural de Parintins, no Amazonas. Com o tempo, ganharam mais força e as ruas, até as disputas entrarem na roda. A manifestação cultural passou a ser organizada e atualmente conta com um local próprio, o Mocambódromo.

Promovido pela Prefeitura de Parintins, o Festival chega, em 2024, à 19ª edição e movimenta moradores e visitantes que vão para lá, especialmente, para acompanhar o evento durante três dias.

“Quase todas as escolas da região do Amazonas, principalmente Parintins, têm boizinhos. Esses bois vão crescendo, adquirindo pessoas e acabaram se apresentando em uma disputa de rua. Da escola, saíram para o público, o que motivou a disputa e quando começaram a receber apoio da prefeitura. Esse festival começou assim”, contou o secretário de Cultura de Parintins, Ray Santos, em entrevista à Agência Brasil, acrescentando que as crianças e adolescentes das escolas se envolvem na criação dos boizinhos pensando em ser algum personagem chamados de itens nos bois Caprichoso e Garantido.

“Querem ser algum item. São os ídolos deles. O que dança quer ser o coreógrafo, o que canta quer ser o levantador de toadas”, apontou.

A programação começa nesta sexta-feira (9) e promete muita diversão e tradição dessa cultura representativa da região norte do Brasil. A intenção é celebrar as raízes folclóricas nas apresentações de quadrilhas, pássaros e bois-bumbás, além da festa dos visitantes.

Logo na abertura, o público vai se envolver com a energia das quadrilhas, primeiro a Explosão Caipira e na sequência a Unidos do Bairro de Lourdes. Em seguida será a vez da disputa dos cordões de pássaros, começando com o grupo Pássaro Pavão Misterioso e depois o Pássaro Jaçanã. O encerramento da primeira noite, será com a festa dos visitantes que terá apresentações do DJ Marcinho Lira, da Banda dos Tops, e show do cantor e compositor Wanderley Andrade. Conhecido por seu estilo brega e romântico, o artista quer movimentar a plateia botando todo mundo para dançar e cantar os seus sucessos.

O fim de semana foi reservado para as apresentações dos bois-bumbás. No sábado começam com o Touro Branco, cabendo ao Espalha Emoção fechar a noite de sábado. No dia seguinte as duas representações trocam a sequência das apresentações e o Touro Branco fechará os três dias de festa.

“É uma forma de preservar a natureza na questão do boi, preservar a tradição dos elementos culturais presentes na região norte através dos pássaros e da alegria das festas juninas, que nesse caso as festas agostinas”, disse o secretário de Cultura de Parintins.

O secretário informou que entre investimentos da Prefeitura, da iniciativa privada, do comércio e do movimento de turistas, o Festival Folclórico do Mocambo do Arari provoca um movimento de mais de R$ 1 milhão na economia local. Resultado também da evolução do evento ao longo dos anos. De acordo com Santos, de 2005 até 2013 as arquibancadas no Mocambódromo eram de madeira. A partir de 2014 foram construídas arquibancadas de alvenaria, o que significou melhorias na infraestrutura da arena.

“Além da parte cultural tem a economia criativa que atrai pessoas e o movimento econômico que ajuda na economia do Caburi [agrovila vizinha à agrovila do Mocambo], que é uma região meio que isolada. Se Parintins já é distante por ser uma ilha, ele é no interior do município, muito mais distante do grande centro que tem nessa atividade cultural a sua maior movimentação econômica”, completou.

Apoio

Os bois Caprichoso e o Garantido, principais atrações do Festival de Parintins, que sempre ocorre no fim do mês de junho, costumam apoiar os grupos do Mocambo e chegam a ceder materiais. A estrutura das alegorias, no entanto, é bem diferente entre os dois eventos. Enquanto o de Parintins se destaca pela grandiosidade das alegorias que empregam tecnologias cada vez mais aprimoradas pelos artistas dos bois, o Mocambo do Arari se caracteriza por produtos naturais.

O diretor de arte do Espalha Emoção, Paulo Victor Costa, contou que o diferencial entre dois Festivais é que o regulamento para as associações do Mocambo não autoriza a utilização de ferro, roldanas ou cabo de aço nos movimentos das alegorias ao contrário do que é permitido em Parintins.

“Os artistas da própria comunidade constroem esses módulos alegóricos em cima de caixarias que são as bases de madeira. Para se ter uma ideia, as nossas roldanas também são confeccionadas de madeira e os movimentos são feitos através de cordas. É um trabalho artesanal onde a comunidade se junta em um grande puxirum [palavra de origem tupi que significa ajuntamento de gente para realização de um trabalho], posso dizer dessa forma. Esses artesãos que são da madeira, da palha e do cipó dão forma às esculturas e a grandes momentos alegóricos de ambas associações. O Touro Branco é representado nas cores laranja e branco e o Espalha Emoção pelas cores amarelo e branco”, revelou.

Para o artista, é total o envolvimento da comunidade da região que também se divide nas cores das associações e, por isso, a rivalidade é mais acirrada no mês da disputa.

“São os próprios comunitários que são o elenco, não só dos pássaros, como das quadrilhas. São três noites de festejos, sendo o primeiro destinado aos pássaros Jaçanã, Pavão Misterioso e as quadrilhas não tem nada mais prazeroso pra esses artistas do que ver seu trabalho ser reconhecido na arena. Ao final de cada apresentação, apesar do cansaço, a alegria toma conta de todos esses artesãos que durante dois meses constroem esse espetáculo”, disse à Agência Brasil.

Começam inscrições para Prêmio Rádio MEC e Festival da Rádio Nacional

Músicos de todo o país podem se inscrever, a partir desta segunda-feira (5), no Festival de Música da Rádio Nacional e no 21° Prêmio Rádio MEC. As tradicionais premiações organizadas pelas emissoras públicas de rádio da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) têm como objetivo revelar e reconhecer talentos da música brasileira em obras inéditas.

O prazo de inscrições dos dois prêmios começou às 19h e segue até 16 de setembro (confira o cronograma abaixo). Em sua 15ª edição, o Festival da Rádio Nacional receberá pela primeira vez inscrições de todo o país. Antes, os artistas deveriam ser oriundos de estados em que a emissora está presente. Já a novidade no Prêmio Rádio MEC é que será permitida a inscrição de programas de rádio, na linha editorial da Rádio MEC, para exibição na programação em 2025.

“Esses dois eventos são ações importantes anuais para as emissoras públicas de rádio da EBC, cada uma no seu segmento, para o diálogo com a sociedade, valorizando a produção independente e dando espaço para a cultura regional. Estamos muito felizes com essa maturidade que conseguimos alcançar, porque isso traz um retorno muito grande para os veículos públicos da EBC, além de criar uma relação mais aberta e forte com a sociedade brasileira”, afirma o gerente executivo de Rádios da EBC, Thiago Regotto.

Os dois eventos passam a compor o eixo musical do Prêmio EBC de Comunicação Pública, lançado em julho. O combate à desinformação, a retomada ao incentivo à produção audiovisual nacional e o tradicional reconhecimento à produção radiofônica do país norteiam os três eixos da premiação. “Essa ampla iniciativa consolida nosso objetivo de fortalecer e valorizar os campos da comunicação e da cultura brasileira”, avalia o diretor-presidente da EBC, Jean Lima.

Como se inscrever

As inscrições, bem como o regulamento de cada uma das premiações, estão disponíveis em premio.ebc.com.br. Os inscritos passam por uma primeira seleção, quando são classificadas as músicas que serão executadas na programação das emissoras, para que o público possa conhecer e votar nas finalistas. A grande final do Festival da Nacional será em Brasília, em um show marcado para 30 de novembro. Já a Grande Noite do Prêmio Rádio MEC será na Sala Cecília Meireles, no Rio de Janeiro, no dia 4 de dezembro.

No Prêmio Rádio MEC, cada compositor ou intérprete poderá inscrever até duas músicas por categoria: clássica, instrumental e para a infância. Os proponentes de programas radiofônicos que serão exibidos na grade da emissora podem concorrer com uma proposta em cada categoria – clássica, instrumental e para a infância. Os detalhes do regulamento podem ser consultados aqui.

Já o Festival da Nacional receberá até duas músicas por inscrição, que poderão disputar em cinco categorias: Melhor Música com Letra, Melhor Intérprete,  Melhor Letra, Melhor Arranjo e Música Mais Votada na Internet. Os detalhes do regulamento podem ser consultados aqui.

Sobre o Prêmio Rádio MEC

Desde os anos 1960 sempre se reinventando, a Rádio MEC promove a premiação de novos talentos no cenário da música clássica, instrumental e para infância, além da produção radiofônica. Um júri seleciona os inscritos que serão escolhidos na próxima fase por meio de votação popular.  A disputa conta com uma grande noite de celebração da música brasileira quando os participantes recebem a premiação.

Sobre o Festival da Rádio Nacional

O Festival nasceu em 2009 com o intuito de revelar ao Brasil cantores e compositores da música popular brasileira (MPB). Os artistas selecionados pelo público e pelo júri passam a tocar na programação da Rádio Nacional, e os 12 finalistas defendem suas canções ao vivo no Show da Final.

PRÊMIO EBC DE COMUNICAÇÃO PÚBLICA

21º PRÊMIO RÁDIO MEC

Período de inscrição: 5/8/24 a 16/9/24

Divulgação dos classificadas: 25/9/24

Execução das músicas classificadas nas emissoras: 25/9/24 a 28/10/24

Votação pela Internet: 25/9/24 a 28/10/24 

Divulgação dos finalistas: 30/10/24

Execução das músicas finalistas nas emissoras: 30/10/24 a 04/12/24

Grande Noite – Sala Cecília Meireles (RJ): 04/12/24

15º FESTIVAL DE MÚSICA RÁDIO NACIONAL

Período de inscrição: 5/8/24 a 16/9/24

Divulgação dos classificadas: 7/10/24

Execução das músicas classificadas nas emissoras: 7/10/24 a 11/11/24

Votação pela internet: 7/10/24 a 11/11/24

Divulgação dos finalistas: 12/11/24

Execução das músicas finalistas nas emissoras: 12/11/24 a 30/11/24

Show da Final (DF): 30/11/24

Festival Nacional da Matemática tem ingressos gratuitos para o público

Quem quiser participar da terceira edição do Festival Nacional da Matemática (FestMat), promovido pelo Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), deve se apressar, porque as vagas são limitadas. As inscrições são gratuitas, já estão abertas e devem ser feitas neste endereço. O festival será nos dias 5, 6 e 7 de setembro, na Marina da Glória, no Rio de Janeiro. Os ingressos serão retirados no site do festival.

O FestMat é aberto a todos os públicos. “Ele tem uma ambição muito grande, que é fazer as pessoas se divertirem com a matemática, apresentar a matemática de forma lúdica, atraente e, realmente, ser um evento de entretenimento e diversão com a matemática”, disse à Agência Brasil o diretor-geral do Impa, Marcelo Viana.

Nesta edição, o festival terá foco na inovação e em sua relação com a matemática. O tema é Matemática é Inovação. Segundo Marcelo Viana, isso ocorre em duas direções. A primeira é a inovação no sentido da tecnologia, para levar às pessoas o impacto concreto que a matemática tem, mas também inovação no sentido de criatividade, na forma de pensar, na forma de abordar problemas.

“Criatividade não passa, necessariamente, pela tecnologia, mas pela interação direta da pessoa com a matemática, por meio de jogos, quebra-cabeças. Tem muito também da questão da ‘manualidade’ que a gente está colocando nesse festival”, acrescentou.

Sucesso

Embora defina a proposta como ambiciosa, Viana destacou que é também muito bem-sucedida. O primeiro FestMat foi realizado em 2017 e teve 18 mil visitantes. No segundo, ocorrido em 2022, foram 14 mil, além de estudantes da rede de ensino e professores. “Eu mesmo presenciei. Na hora de fechar, a gente tinha meio que empurrar as crianças para fora, porque a garotada queria mais festival. É muito gratificante para a gente.”

Nesta edição, o dia 5 será dedicado exclusivamente à visitação de colégios públicos e privados, cujas inscrições já estão esgotadas. As escolas confirmadas no evento receberão um QR Code de acesso com o número de alunos cadastrados. No dia 6, o espaço continua aberto para escolas até as 12h, quando abrirá o acesso para famílias. No feriado de 7 de setembro, o FestMat será exclusivo para o público em geral. A classificação é livre “para pessoas de 1 a 99 anos e com diversão para toda a família”, brincou Marcelo Viana.

O evento conta com muitos parceiros, entre os quais a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), que traz o caminhão com atividades da Casa Sesi, e o Instituto Militar de Engenharia (IME), que levará para o local um futebol de robôs.

O Impa participará com o Centro de Projetos e Inovação (Centro PI), criado pela instituição para trabalhar com empresas e autoridades em aplicações tecnológicas da matemática. Serão apresentados no FestMat, entre outros, um projeto que está sendo desenvolvido para a Petrobras; o Projeto Chuvas, sistema para prevenção de enchentes no Rio de Janeiro utilizando inteligência artificial (IA), para a prefeitura do Rio; e um projeto com o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), para aprimorar o índice de desmatamento da região, também usando métodos de IA e ciência de dados. “O projeto vai tornar esse índice mais preciso e ágil, porque inteligência artificial pode fazer análise das fotos de satélites e focos de desmatamento de forma muito mais ágil e precisa”, disse Viana.

A programação traz também mesas-redondas, apresentações e palestras com convidados do Impa e de instituições parceiras.

Impa

Fundado em 1952, o Instituto de Matemática Pura e Aplicada é um centro de pesquisa matemática e de pós-graduação de renome internacional, com doutorado, mestrado e mestrado profissional. Em 2024, o Instituto inaugurou seu primeiro programa de graduação, o Impa Tech. Também é o organizador da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep), a maior olimpíada científica do mundo em número de participantes.

Alaíde Costa canta em Brasília no Festival Latinidades

A cantora e compositora Alaíde Costa, de 88 anos, é uma das atrações no show de encerramento da 17ª edição do Festival Latinidades na noite deste sábado (27). O festival é realizado em Brasília desde 2008 para reforçar a contribuição das mulheres negras à sociedade em diferentes áreas, com destaque para arte e cultura, na promoção da equidade de gênero e raça.

“Eu vou fazer uma apresentação com o violonista Gabriel Deodato, cantando um repertório variado, de várias gravações minhas”, informou Alaíde Costa em entrevista por escrito à Agência Brasil.

Alaíde Costa tem mais de 20 discos lançados. Começou a cantar em um concurso de calouros de circo e nas emissoras de rádio, no final da era de ouro do veículo. Aos 16 anos, participou do programa de calouros do apresentador e compositor Ary Barroso e recebeu nota máxima. Quatro anos depois, lançou o primeiro disco, ainda em 78 rotações por minuto (RPM). O primeiro long play (LP), Afinal Alaíde Costa… saiu em 1963.

Nos anos seguintes, ela assinou composições com grandes nomes da música popular brasileira (MPB) ,como Tom Jobim e Vinicius de Moraes, e gravou com músicos importantes como João Donato e Baden Powell. Em 1972, participou como única voz feminina do histórico disco Clube da Esquina, em dueto irretocável com Mílton Nascimento, com a canção Me Deixa em Paz, de Monsueto e Airton Amorim.

A participação de Alaíde no Latinidades, tanto tempo depois do início da carreira, ocorre em um momento especial de sua trajetória, quando vive em sua opinião “o auge” após mais de 70 anos de microfone. “Agora que veio o reconhecimento. O que veio antes era uma coisa morna, agora está quente”, avalia. “É bem legal a gente ser valorizada”, acrescenta sobre o convite para participar do festival.

Reconhecimento quente

Na opinião da cantora, o tempo social hoje é diferente: quando se fala abertamente de racismo no Brasil, que discriminou pessoas, como ela e o amigo e compositor Johnny Alf, precursor da bossa nova; e quando o mercado fonográfico, por meio de novas plataformas como o streaming, “está dando mais abertura, está um pouco melhor.”

O nome de Alaíde Costa foi “um dos primeiros” que surgiram na curadoria do Festival Latinidades, afirma Marcella Martins, produtora do evento. Segundo Marcella, o convite se deu “por entender a importância da artista e como Alaíde foi uma mulher negra que fez coisas grandiosas em anos em que não se tinha essa visibilidade.”

Para a produtora, o show de Alaíde Costa, que começa às 19h na área externa do Museu Nacional, é imperdível, e o espaço “é muito acolhedor”. “Preparamos um ambiente diferenciado para todos poderem assistir aos shows e se sentir à vontade.”

Após a apresentação de Alaíde Costa, o Festival Latinidades receberá a cantora e multi-instumentista Bia Ferreira, além das artistas La Dame Blanche, de Cuba; Sister Nancy, da Jamaica; Pongo, de Angola; e as brasileiras Gaby Amarantos, Ebony e Irmãs de Pau. A programação vai até de madrugada e nos intervalos das apresentações, o Dj Kethlen e o Dj Savana farão a discoteca.

Serviço

Festival Latinidades – Museu da República, perto da Rodoviária do Plano Piloto

Sábado (270 – Show de Alaíde Costa às 19h

Entrada gratuita – retirar ingresso aqui

Demais atrações – veja aqui

Valorização do trabalho de trancistas abre Festival Latinidades no DF

Sentada por entre as pernas da avó Rosalina, a menina Ana Lúcia de Lima sabia que aquelas mãos que faziam as tranças em seu cabelo eram responsáveis por um grande momento do dia, quando morava em Belo Horizonte.

Hoje, aos 68 anos de idade, Ana, que virou a mais antiga trancista em atividade no Distrito Federal (onde vive desde 1970), tem a felicidade de saber que é responsável por ensinar outras mulheres negras a fazer tranças, como um dia aprendeu olhando para a avó. Muito mais do que a atividade profissional, ela entendeu que o saber transmitido de geração a geração tinha força maior do que o enlaçar dos cabelos. “A trança é uma maneira de preservar a história do meu povo e de simbolizar resistência”, diz.

O papel da trancistas é debatido, nesta quinta (25), no primeiro evento do Festival Latinidades, em Brasília, a partir das 14h. Uma das debatedoras é a pesquisadora Layla Maryzandra (foto), que estuda o tema em trabalho de mestrado na Universidade de Brasília (UnB) e coordena o projeto “Tranças no Mapa”, que foi contemplado pelo Fundo de Apoio à Cultura (FAC). Ela traça mais que do um mapa geográfico, mas também o caráter cultural e afetivo sobre os modos de saber e fazer de trancistas negras do Distrito Federal e do Entorno (as cidades de outros Estados que são vizinhas).

Layla Maryzandra, coordenadora do projeto “Tranças no Mapa”, reuniu histórias de 95 mulheres negras trancistas no DFl. Foto  – Valter Campanato/Agência Brasil

“O objetivo da pesquisa é fazer o primeiro processo de identificação da prática de trançar enquanto ofício, saber tradicional do Distrito Federal, apontando ações e políticas públicas para o Estado, no sentido de pensar essas políticas para trancistas negras”, explica a pesquisadora.

Mapeamento

Layla Maryzandra defende que é necessário comprovar que a atividade das trancistas é um saber e um ofício tradicional que precisa ser considerado patrimônio imaterial do país.

O evento do Latinidades, nesta quinta, conta com a participação do presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Leandro Grass. O debate é realizado em parceria com o Ministério do Trabalho e Instituto Fios da Ancestralidade, além de representantes do Ministério da Cultura. A Empresa Brasil de Comunicação é parceira do Festival Latinidades. O tema de 2024 é “Vem ser fã de Mulheres Negras”.

A pesquisa de Layla Maryzandra conseguiu chegar a histórias de 95 mulheres negras trancistas no DF e, somando-se outras regiões, a um total de 122.  Ela contextualiza que a maioria dessas trancistas mais jovens não têm a apropriação histórica e cultural do que significa essa prática, que vai muito além de tendências de moda. 

“O que a gente demonstra no processo de identificação é que isso não é uma tendência ou moda. A prática está ligada aos modos de vida especialmente de mulheres negras”, diz a pesquisadora, que é pedagoga de formação e já foi trancista profissionalmente, a primeira da família que gerou renda com a atividade. A mãe e a avó dela, com quem ela aprendeu a fazer as tranças, são nascidas no Maranhão. “Eu nasci no Quilombo Urbano da Liberdade, em São Luís-MA. E aí a minha mãe e a minha avó nasceram no Quilombo de Damásio, em Guimarães-MA.

Inventário

Além de apresentar a pesquisa de mestrado até o final do ano, o projeto de mapear as trancistas vai continuar no ano que vem com mais suporte tecnológico e com público maior, inclusive com um recurso pela Lei Paulo Gustavo para fazer uma segunda edição. 

As profissionais que responderam a pesquisa durante quatro meses têm a trança como renda principal. “Mas se tem uma perspectiva de ancestralidade, então a gente precisa entender que a atividade não nasce no salão afro, mas com as mães, com as avós”, avalia. A trança, então, nasceria sim no quintal, na sala e na varanda de casa. “A gente conseguiu um percentual maior de participantes na Ceilândia e em Taguatinga [duas das regiões periféricas mais populosas na cercanias da capital]”. 

A pesquisadora utilizou técnicas típicas de inventários participativos do Iphan que ajuda as comunidades a pensar a identificação patrimonial de bens culturais. “É preciso contar a história das tranças a partir da história das trancistas. A maioria de nós está na periferia. Há pessoas que conhecem a capital somente a partir do Plano Piloto ou só a partir do patrimônio material da cidade”, lamenta. 

E, por isso, ela defende que esse patrimônio imaterial não fique em segundo plano. “É preciso entender que tudo isso só vai fazer sentido se a gente conseguir materializar isso enquanto política pública”. Por isso, o levantamento é entregue ao Iphan de forma que possa estimular outros mapas em mais unidades federativas. 

Contra invisibilidade

A pesquisadora explica ainda que tem produzido vídeos para expor e contrapor a invisibilidade dessa atividade (profissional ou não). “Um dos desdobramentos da pesquisa foi que as pessoas  tiveram vontade de criar uma associação nacional de trancistas negras [para garantia de direitos]”. 

Para a pesquisadora, foi gratificante ter como retorno das mulheres pesquisadas uma maior consciência social sobre o que a trança significa como patrimônio. Um dos aprendizados foi justamente dentro de casa, que um dia ensinou Layla a fazer as tranças. A mãe, Maria de Nazaré Martins Costa, de 72 anos, ficou orgulhosa do que descobriu com a filha. Ela conta que também aprendeu com as mais velhas, mas veio para Brasília para ser manicure.

 “A gente não tinha essa visão. É uma cultura de ancestralidade não tem como aprender sozinha”, diz a mãe. Assim foi o caso também da mais antiga, Ana Lúcia Lima, de 68, que é, para a pesquisadora Layla, uma fonte da sabedoria. Ana, inclusive, adotou o apelido que deu nome ao salão dela, Akini, que, em yorubá, quer dizer “bem-vinda”.

A histórica trancista lembra que ficava envergonhada, no começo, de cobrar pelo serviço de trançar os cabelos, uma atividade que pode demorar mais de 10 horas de trabalho, mas que sempre fazia com muita alegria. Ela, que já foi doméstica e vendedora, abriu um salão em 1992. Ela descobriu que a habilidade com as mãos poderia ajudar “crianças negras que ainda hoje sofrem discriminação nas escolas”. Ela parou de atender no salão, mas se diz realizada por espalhar o saber que aprendeu no colo da avó.

Cenário do Festival Latinidades, quilombo em Goiás busca titulação

Cidade Ocidental (GO), 20/07/2024 – Epídia Pereira Braga, moradora do Quilombo Mesquita. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A agricultora Elpídia Pereira, de 74 anos, olha para o alto da mangueira que ela plantou há cinco décadas e enxerga o passado. “Naquele tempo, era muito diferente. Chovia muito mais”. E não é só isso. Na comunidade quilombola Mesquita, em que ela nasceu e foi criada, em Cidade Ocidental (GO), há queixas dos agricultores porque proprietários de terras nas cercanias utilizariam agrotóxicos e há o pedido uníssono pela titulação da terra. 

A mangueira que Elpídia plantou há tanto tempo abrigou, neste sábado (20), uma roda de conversa organizada pelo Festival Latinidades, na edição goiana, para tratar dos desafios socioambientais atuais que ameaçam a produção dos quilombolas. 

 A comunidade Mesquita, que fica a aproximadamente 50 quilômetros de Brasília, tem uma história de 278 anos, em que hoje residem mais de 700 famílias e uma população acima de três mil pessoas. A roda de conversa do festival, que chegou à 17ª edição, trouxe o tema Guardiões do amanhã: diálogos sobre produção cultural, racismo ambiental e justiça climática.  

Saudade

Elpídia tem saudades de outros tempos, quando chovia muito mais. Inclusive, quando conseguiam plantar arroz, que precisa de um regime de chuvas mais longo. “Antes, só tínhamos que comprar sal. O resto, a terra dava”, recorda. Mesmo assim, a secura de estiagens no Centro-Oeste brasileiro não tirou o clima mais ameno porque é um local de mata preservado. 

Quem mora na comunidade também tenta se proteger da entrada de alimentos como os refrigerantes. “A gente tenta educar os mais novos a tomar sucos das frutas do cerrado”, afirma  a liderança dessa comunidade em Goiás, Sandra Pereira, de 56 anos. 

De acordo com ela, a necessidade de titulação das terras, que somam 4,2 mil hectares, seria fundamental para garantir segurança para quem vive ali, já que grandes proprietários acabam adentrando com frequência pelo território quilombola. Sandra explica que 40% do território é para a plantação e sustento das pessoas, e o restante do território é de Cerrado preservado.

Cidade Ocidental (GO), 20/07/2024 – Sandra Pereira Braga, liderança do Quilombo Mesquita, mostra produção de hortaliças em meio ao cerrado preservado. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Expectativas

Sandra Pereira recorda que o reconhecimento da terra ocorreu há 18 anos, mas nunca titulado. “Espero que ainda neste ano ocorra essa titulação. O que queremos é que o nosso modo de vida seja respeitado e protegido”. 

Ela conta que já recebeu ameaças de violência por causa de sua luta. “No próximo dia 17, a morte de Mãe Bernadete [na comunidade de Pitanga dos Palmares, na Bahia] completa um ano. Ela esteve aqui duas vezes. Ela só queria garantir os direitos e morreu”, diz. Sandra entende que lideranças de povos originários em todo o país são ameaçadas e necessitam de proteção. 

Os agricultores da comunidade trabalham com viveiros de plantas e respeito aos saberes ancestrais de agroecologia. Os produtos são reconhecidos na comunidade e fora dela. “A mandioca é um dos mais vendidos porque organizamos espaços diferentes para plantação e colheita, e também por resistir às estiagens. Aqui é nosso berço sagrado”. O irmão dela, João Paulo,  descascava a mandioca lembrando que o produto vai garantir farinha, caldo, bolo. “É muito importante para a gente”.

Berço

O berço também é para quem tem menos idade. De acordo com o estudante de artes visuais Walisson Braga, de 27 anos, pessoas mais jovens que tiveram que sair para estudar e trabalhar estão voltando a viver na comunidade. “Esse modo de vida mais natural e o clima mais fresco atraem pessoas da minha idade”. Ele é um dos apaixonados pela terra onde nasceu e cresceu. Um dos motivos tem a ver com ideais. Ele não larga o celular e também outros equipamentos para registrar os mais velhos. “Fotografar e filmar garantem também a memória. Ouvia histórias dos mais velhos e perguntava por fotos. E eles não tinham. Agora estão tendo”, afirma. 

Cidade Ocidental (GO), 20/07/2024 – Walisson Braga, liderança jovem e morador do Quilombo Mesquita. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Os mais jovens, vendo a luta dos pais e avós, resolveram estudar para colocar em prática conhecimentos na terra em que nasceram. Um dos exemplos é a agrônoma Danuza Lisboa. Ela recorda que uma grande transformação ocorreu certa vez em que ela trabalhava como doméstica. Os patrões disseram a ela que não poderia ter a mesma comida que todos faziam as refeições. Ela ficou em choque. “Eu não mereço isso. Foi fazer cursinho em Brasília. Saía de casa às 4h30 durante mais de um ano”. Conseguiu ingressar na Universidade de Brasília e formou-se em 2020.

Hoje é doutoranda em agronomia e estuda o marmelo, um dos produtos mais conhecidos que a comunidade vende na cidade. No mestrado, estudou como os agricultores poderiam cuidar da tangerina depois da colheita. “Sempre estive preocupada com a minha comunidade. O intuito sempre foi o de colaborar para ajudar meu povo”. Ela cita que a venda das hortaliças e das frutas tem garantido o sustento das famílias durante todo o ano. Mesmo com os prejuízos causados pelas mudanças climáticas. “Antes chovia de outubro a maio. Hoje, é de novembro a março”, lamenta a agrônoma. 

Para enfrentar esse impacto, a especialista diz que seria ideal haver mais investimentos em tecnologias. No entanto, isso não é possível porque, para o agricultor ter acesso à linha de crédito, seria necessário que a terra fosse titulada. 

Equidades

Segundo a assistente da direção-geral do festival Latinidades, Cinthia Santos, os diálogos com a população originária são fundamentais para o avanço das temáticas, já que a comunidade é “especialista em cuidar”. As iniciativas dos quilombolas são inspirações para o festival. Outra iniciativa, além da roda de conversa, é a produção de um documentário sobre a vida da comunidade para garantir difusão e colaborar com a visibilidade da luta dos quilombolas. “Entendemos que devemos trabalhar pela equidade de gênero e raça para haver sustentabilidade”.

A diretora de Políticas para Quilombolas e Ciganos do Ministério da Igualdade Racial (MIR), Paula Balduino, que também estava presente ao evento na comunidade, garante que a regularização dos territórios de quilombolas no Brasil é uma prioridade atual. Ela explica que a política de regularização é complexa, mas que há uma agenda nacional de titulação para aprimorar a política. 

“A gente tem dialogado muito com o Incra [Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária] e outros órgãos para buscar maneiras de acelerar esse processo e de articular com os estados e com o Poder Judiciário”, diz Paula. No caso da comunidade Mesquita, a definição pela regularização está no âmbito da Justiça.

A diretora explica que ainda há comunidades que não sabem em que instituição está sendo analisada a titulação. “A gente está trabalhando também em uma maneira de organizar esses dados e apresentar eles para a sociedade, especialmente para as comunidades, para que elas tenham essa compreensão de cada etapa do seu processo”. 

Cidade Ocidental (GO), 20/07/2024 – Festival Latinidades promove, no Quilombo Mesquita, diálogos sobre as estratégias e tecnologias ancestrais dos povos e comunidades tradicionais para enfrentar desafios ambientais e sociais. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

 

Festival Vale do Café leva música e cultura a municípios do Sul do Rio

A 19ª edição do Festival Vale do Café começa nesta sexta-feira, às 10h, na Fazenda União, em Rio das Flores, com as Serestas Líricas no Vale. O evento se estenderá até o dia 28 deste mês, com programações em outros oito municípios do Sul fluminense –Vassouras, Barra do Piraí, Piraí, Mendes, Engenheiro Paulo de Frontin, Valença e Paty do Alferes –, que incluem visitas guiadas a fazendas históricas da época áurea da cultura do café no estado.

“Temos duas fazendas novas e o retorno de outra que não participava há muitos anos. A gente sempre busca trazer novidades”, disse à Agência Brasil a diretora de Produção do festival, Roberta Kelab. A programação é feita de modo que as dez fazendas participantes fiquem próximas umas das outras nos dias de evento, para facilitar a locomoção dos visitantes entre as propriedades.

Participam desta edição as fazendas estreantes Floresta (Vassouras) e Santa Rosa (Valença); retornam ao evento as fazendas Alliança (Barra do Piraí), Vista Alegre (Valença), Monte Alegre (Paty do Alferes), São Luiz da Boa Sorte (Vassouras), e permanecem as fazendas União (Rio das Flores), das Palmas (Mendes), São João da Prosperidade (Barra do Piraí) e Florença (Valença).

A programação inclui espetáculos com ingressos a preços populares – de R$ 37 até R$ 50 (inteira) –, além de gastronomia regional. Moradores da Região do Café pagam meia entrada, bem como estudantes, portadores de Vale Cultural e idosos. Em seis dos oito municípios, haverá espetáculos gratuitos para o público.

A programação completa pode ser conferida aqui.

Destaques

Dentro da programação gratuita, às 19h desta sexta-feira toca o Quarteto Semente Choro Jazz, com os clássicos das noites da Lapa, em frente à Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição, em Vassouras.

Às 20h, na Praça Barão de Campo Belo, no mesmo município, o Cortejo de Tradições reúne cerca de 300 representantes de diversas manifestações culturais regionais, entre as quais o jongo, a capoeira, o maculelê, a caninha verde e a folia de reis.

O festival leva música instrumental à região Sul do estado, que fica a cerca de duas horas da capital. “Dá para passar o dia e voltar”, destacou Roberta.

Entre as apresentações gratuitas, haverá o recital com o mestre Turibio Santos, no Teatro SESC de Valença, apresentando obras de Villa-Lobos, João Pernambuco, Dilermano Reis e Fernando Sor; o duo de harpa e contrabaixo formado por Cristina Braga e Ricardo Medeiros, que vai comemorar 45 anos de carreira, música e natureza, em Piraí; e Henrique Cazes Quarteto, que revisita o projeto Beatles ‘n’ Choro, em Barra de Piraí.

O passado ferroviário do Ciclo do Café será lembrado nas estações de trem de Barra do Piraí e Engenheiro Paulo de Frontin, que receberão concertos gratuitos, assim como nas igrejas matrizes de Nossa Senhora da Conceição (Vassouras) e Sant’Anna (Piraí); o Centro Cultural Aldeia de Arcozelo, em Paty do Alferes; o Teatro Sesc Rosinha de Valença, em Valença; além da Praça Barão de Campo Belo, no Centro Histórico de Vassouras.

Formação musical

No município de Vassouras (foto em destaque), estarão concentradas as aulas dos cursos gratuitos de formação musical. Ao todo, são 120 inscritos nos cursos, dos quais 80 são alimentados e alojados pela direção do Festival. “É uma semana de imersão. Tem violão, violino, prática de conjunto, canto. E a gente faz uma curadoria grande para trazer jovens de projetos sociais de todo o Brasil, para que haja esse intercâmbio de conhecimentos”, disse Roberta.

Os professores são músicos profissionais conhecidos, sob a direção de Turibio Santos. As aulas são organizadas pelo músico e coordenador pedagógico Rodrigo Belchior. Em 18 anos de realização, os cursos já atraíram quatro mil alunos. Haverá ainda palestras sobre turismo regional, importância da música na formação dos jovens, entre outros temas.

O Festival Vale do Café é apresentado pelo Ministério da Cultura, através da Lei Federal de Incentivo à Cultura, e conta ainda com patrocínio da MRS Logística, Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae), Secretaria de Estado de Turismo (Setur), com apoio institucional da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa (SececRJ) e parceria cultural do Serviço Social do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Sesc RJ). (Alana Gandra)