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Aumenta para 68 número de presos após jogo entre Ajax e time de Israel

As autoridades da Holanda fizeram mais cinco detenções em decorrência da violência que aconteceu nas ruas de Amesterdã, após o jogo entre equipe de futebol local Ajax e time israelense Maccabi Tel Aviv. Com isso, sobe para 68 o número de presos.

Na noite de quinta-feira (7), torcedores dos dois times protagonizaram cenas de briga e violência pelas ruas de Amsterdã. Fãs do Maccabi estavam na cidade para assistir à partida da Liga Europeia.

Cinco pessoas chegaram a receber tratamento hospitalar e outras tiveram ferimentos leves. Após os episódios de violência, houve 63 detenções.

No início desta semana foram anunciadas mais cinco detenções – uma pessoa foi libertada, mas continua sendo suspeita.

A agitação tomou conta novamente da cidade na noite de segunda-feira (11), quando dezenas de pessoas armadas com paus e tochas se reuniram em um subúrbio da cidade, relatou a polícia.

Alegando solidariedade aos palestinos, jovens atearam fogo a um bonde elétrico. Alguns manifestantes teriam gritado “Palestina Livre”, de acordo com a imprensa do país. O incêndio ao veículo foi rapidamente extinto e a polícia de choque limpou a praça. Não houve registro de feridos.

Os cinco homens detidos, todos holandeses, têm idades entre 18 e 37 anos. Eles são suspeitos de “violência pública contra pessoas” antes e depois da partida do Maccabi contra o Ajax, disseram as autoridades da cidade.

Horas antes, o primeiro-ministro Dick Schoof declarou que “os ataques antissemitas contra israelenses e judeus foram chocantes e repreensíveis”.

Schoof também se pronunciou sobre os relatos de que torcedores do Maccabi atacaram um táxi e queimaram uma bandeira palestina em Amsterdã, além de gritarem palavras contra árabes.

“Estamos bem cientes do que aconteceu antes com os fãs do Maccabi, mas achamos que isso está em um patamar diferente. Condenamos qualquer violência, mas isso não é desculpa para o que aconteceu mais tarde naquela noite nos ataques aos judeus em Amsterdão, sublinhou.

O chefe de polícia Peter Holla acrescentou que houve incidentes “em ambos os lados” durante os confrontos da semana passada.

Nesta terça-feira (12), o conselho municipal de Amsterdã vai discutir e analisar as brigas, que as autoridades chamam de “antissemitas”. No entanto, há muitos relatos de quem testemunhou a violência e dão conta de que houve provocação por parte dos torcedores israelenses visitantes.

De acordo com a Al Jazeera, a chegada de mais de três mil torcedores do Maccabi de Telavive a Amsterdã na semana passada não foi considerada de alto risco pelas autoridades holandesas. Porém, um ativista judeu teria dito à polícia que “esses fãs são amplamente conhecidos pela violência política em Israel e muitos servem como soldados em Gaza”.

Desde o início da guerra em Gaza, há pouco mais de um ano, os incidentes contra judeus tem se alastrado por toda a Europa.

Copa do Brasil: Polícia registra confusões e brigas entre torcedores

A Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) registrou, neste domingo (10), ocorrências envolvendo torcedores de Atlético-MG e Flamengo, tanto nas imediações da Arena MRV, em Belo Horizonte, como em vias da capital mineira e da região, em decorrência da final da Copa do Brasil. Em campo, o Rubro-Negro venceu por 1 a 0 e conquistou o título.

De acordo com a PM, em contato com a Agência Brasil, seis torcedores do Galo foram detidos ao tentarem entrar na arena sem pagar ingressos, cerca de uma hora antes de a bola rolar. Um deles, de 24 anos, teria relatado que pulou a catraca alegando que a entrada estava cara (no portão 13, setor que o suspeito quis invadir, o bilhete inteiro custava R$ 830,00).

Outro tumulto, segundo a corporação, foi registrado próximo à entrada da torcida do Flamengo, no setor de bares, por volta das 17h30 (horário de Brasília), já durante a etapa final da partida, envolvendo duas pessoas que se agrediram. Conforme a PM, foi necessário usar gás lacrimogênio na intervenção. Um dos detidos apresentou sangramento no nariz e escoriações nas costas.

A entrada de torcedores rubro-negros à Arena MRV teve relatos de atraso na abertura dos portões, sob argumento de falha no sistema que identificava os bilhetes. Também houve tentativa de invasão. A utilização de gás de pimenta, por parte dos policiais, na tentativa de dispersar a confusão, chegou a afetar quem já estava dentro do estádio.

Ainda de acordo com a Polícia Militar, houve confronto entre torcedores de Flamengo e Atlético em Ribeirão das Neves (MG), região metropolitana de Belo Horizonte, episódio no qual uma pessoa foi atingida por uma tesoura. Segundo a PM, por volta das 11h, um veículo com três rubro-negros foi cercado por seis alvinegros na Avenida Dionísio Gomes, no bairro Veneza. Por conta da briga, dois indivíduos (um de 27 e outro de 28 anos, este último perfurado na axila) foram levados para o Hospital Municipal São Judas Tadeu.

Já pelas redes sociais, internautas relataram um duelo entre flamenguistas e atleticanos na Avenida Pedro I, na região de Venda Nova, na capital mineira. As imagens mostram o arremesso de pedras e uso de sinalizadores, o que assustou motoristas que trafegavam pela via. Nenhum dos envolvidos foi encontrado quando os policiais chegaram ao local.

BNDES libera R$ 7,3 bilhões para o Fundo Clima entre abril e outubro

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou, de abril a outubro, cerca de R$ 7,3 bilhões para operações do programa Fundo Clima, vinculado ao Ministério do Meio Ambiente e da Mudança do Clima.

Apresentado nesta semana na 36ª reunião ordinária do Comitê Gestor do fundo, o valor corresponde a 70% da quantia reservada pela União para financiar projetos de mitigação da mudança climática.

O valor aprovado corresponde a 2,5 vezes a soma de todas os montantes alocados no Fundo Clima de 2013 a 2023, um total de R$ 3 bilhões, em cifras atualizadas.

O dinheiro disponibilizado permite, por exemplo, o desenvolvimento de iniciativas voltadas à resiliência e sustentabilidade da zona urbana e à transição energética, que podem acelerar a substituição de combustíveis fósseis, um dos aspectos do Brasil mais criticados por especialistas. A expectativa é de que sejam aprovados R$ 10 bilhões até o final do ano.

Conforme destacou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, 15,2 mil empregos verdes foram criados com a aprovação dos recursos, superando em 20 vezes a quantidade do ano passado, de 753.

Mercadante ressaltou, ainda, que R$ 167 milhões devem servir a projetos de produção de combustíveis sustentáveis, incluindo o combustível de aviação sustentável (SAF) e os de navegação, definição que demonstra que o Brasil tem uma janela de oportunidade para assumir uma posição de protagonismo no processo de descabonização.

“Somos líderes globais da agenda de biocombustíveis há mais de 50 anos e a demanda para entrarmos nos combustíveis sustentáveis está muito forte. Por isso, precisamos, pelo menos, dobrar os recursos do Fundo Clima, como já está previsto no orçamento do ano que vem.”

Dos R$ 7,3 bilhões, R$ 2,7 bilhões ainda terão o destino definido até dezembro e a projeção para 2025 é de cerca de R$ 11,5 bilhões.

Outra questão salientada pela instituição financeira é a ampliação de verbas para as regiões Norte e Nordeste. No caso do Nordeste, o valor aprovado no período foi 19 vezes maior do que as aprovações de 2022, ou seja, de R$ 1 bilhão ante R$ 51 milhões.

Volume de emissões

Em outras palavras, quando se busca entender o que representam os números liberados, dentro do contexto de metas que o Brasil e outros países devem atingir, em relação ao Acordo de Paris, a resposta é de que evitam ou removem 3,3 milhões de toneladas de gás carbônico equivalente por ano. Esse volume é igual ao total de emissões evitadas no ano passado (204 mil tCO2e/ano) multiplicado por 16.

 

Estudo revela desigualdade racial entre empresas de comércio exterior

A presença de trabalhadoras e trabalhadores negros e pardos nas empresas de comércio exterior vem aumentando ao longo da última década, mas a desigualdade racial segue gritante no setor. É o que aponta um estudo realizado pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), cujos resultados foram apresentados nesta quinta-feira (7).

Entre outros aspectos, a pesquisa Comércio Exterior e Representatividade Racial no Mercado de Trabalho Brasileiro revela que o percentual de negros e negras contratados por especificamente firmas exportadores subiu de 34% para 41% entre 2011 e 2021. Já nas importadoras, aumentou de quase 40% para aproximadamente 48% no mesmo período.

Os percentuais são ainda menores quando analisados apenas os cargos de comando destas empresas. No caso das empresas exportadoras, em 2021, os trabalhadores negros ocupavam cerca de 20% das vagas de direção e gerência. Nas importadoras, não mais que 34% destes postos-chave. A título de comparação, em empresas que não atuam no comércio exterior, a proporção de trabalhadores negros nos cargos de direção é 23,6% e 34,5% nos cargos de gerência.

Segundo o coordenador-geral de estudos de comércio exterior do Mdic, Diego de Castro, nas empresas exportadoras e importadoras, a distância salarial entre o grupo de trabalhadores que ganha mais (amarelos e brancos) e o que ganha menos (pretos e pardos) é maior do que a constatada nas firmas que não participam do comércio exterior.

Em média, um trabalhador negro recebe o equivalente a 61% do que é pago a um empregado branco que exerça as mesmas funções. As mulheres recebem salários médios ainda menores quando comparados aos homens de seus mesmos grupos raciais. Contudo, mesmo que sendo alvos da discriminação de gênero, mulheres brancas que ocupam os cargos de gerentes e diretores tendem a receber, em média, mais que seus pares negros – incluindo, homens.

“Aparentemente, o fator racial é mais forte na determinação desta diferença salarial, já que as mulheres brancas nestes cargos recebem salários mais altos inclusive que homens negros”, acrescentou Castro, explicando que o estudo, inédito no Brasil, pode servir para orientar políticas públicas para promover a maior representatividade racial no comércio exterior.

A secretária de Comércio Exterior do Mdic, Tatiana Prazeres, também destacou a importância da pesquisa. “As empresas que participam do comércio exterior são mais inovadoras, resilientes, produtivas, remuneram melhor seus funcionários e contratam mão de obra mais qualificada”, comentou a secretária, destacando que, conforme apontado no estado, empresas voltadas ao comércio exterior possuem mais empregados com ensino superior completo, de todas as raças, do que as que não participam do segmento.

“Fazer com que a população negra participe desta atividade é algo que nos interessa. E fazer com que as empresas reconheçam e valorizem a diversidade em seus quadros também importa inclusive para o posicionamento dos produtos e serviços brasileiros no exterior”, arrematou Tatiana Prazeres.

Inclusão

Após a apresentação dos resultados, o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, e a ministra a Igualdade Racial, Anielle Franco, lançaram um programa federal para estimular a contratação de mais trabalhadores negros e negras pelas empresas importadoras e exportadoras.

Batizado de Raízes Comex, o programa buscará fortalecer a visibilidade internacional dos produtos e serviços brasileiros oferecidos por empreendedores negros, ampliando o alcance destes negócios em mercados globais. A proposta federal é, com o apoio de entidades parceiras, como a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), mobilizar o setor empresarial em prol de ações que promovam diversidade racial no comércio exterior e aumentar a participação de empreendedores e profissionais negros no comércio exterior por meio de incentivos, capacitação técnica, mentoria e redes de apoio.

Ainda este mês, o Mdic vai lançar, em parceria com a ApexBrasil, o edital do 1º Prêmio de Inclusão e Diversidade Racial no Comércio Exterior, direcionado a empresas atuantes no comércio exterior, ou com potencial para tanto, que tenham pessoas negras na presidência, na composição societária ou em cargos de direção. Vão ser selecionadas 27 empresas, em duas categorias, que receberão apoio público para participar de eventos de promoção comercial internacional ou ofertar seus produtos e serviços em outros mercados.

Para a ministra Anielle Franco, estudo como o realizado pelo Mdic e divulgado hoje “comprovam a importância e a eficácia de pensarmos políticas públicas que fiquem, que não sejam políticas públicas apenas para o governo, mas de Estado”.

Já Alckmin interpretou os resultados da pesquisa como uma “oportunidade”. “Feito o diagnóstico, qual é o remédio? O que vamos fazer para impulsionar oportunidades e gerar a maior presença no comércio exterior [brasileiro]. A primeira iniciativa será o prêmio. A segunda medida é a capacitação dos jovens, para que eles possam participar mais”, comentou o vice-presidente, referindo-se à oferta de cursos de auxiliar e de assistente em comércio exterior.

Os cursos serão ofertados na modalidade online e presencial, com o apoio de vários parceiros. O de auxiliar, online, terá 90 horas de duração. Serão 200 vagas semestrais exclusivas para jovens negros com idade entre 15 e 29 anos. O de assistente será oferecido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) e terá 160 horas de duração. No primeiro momento, serão disponibilizadas 200 vagas semestrais a alunos negros, sendo 20 vagas por cidade nas principais zonas portuárias e aeroportuárias: Salvador (BA), Fortaleza (CE), Vitória (ES), Paranaguá (PR), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Rio Grande (RS), Itajaí e São Francisco do Sul (SC) e Santos (SP).

Estudo avalia disparidades no serviço público entre grandes cidades 

Municípios das regiões Sudeste e Sul têm melhor desempenho em relação às políticas públicas estabelecidas nas áreas de saúde, educação, saneamento e segurança. É o que revela o estudo Desafios da Gestão Municipal 2024, que avaliou o desempenho dos 100 municípios mais populosos do Brasil em relação a essas políticas. A comparação foi estabelecida a partir de indicadores públicos para essas áreas, como a taxa de mortalidade por habitante, a quantidade de crianças matriculadas e o acesso a atendimento pré-natal, entre outros.

O estudo, em sua sexta edição, foi realizado pela consultoria Macroplan e pode ser consultado aqui

As cidades analisadas detêm cerca de metade do Produto Interno Bruto (PIB), mas tem desafios particulares. O índice apontou situação melhor nas regiões Sudeste e Sul, onde estão os 25 municípios melhor avaliados. Goiânia (27ª) e Palmas (28ª) são as cidades com melhor classificação fora das duas regiões. As cinco cidades com melhores índices foram Maringá (PR), em primeiro lugar, seguida por Franca (SP), Jundiaí (SP), Uberlândia (MG) e Curitiba (PR).

Os únicos estados com cidades entre as 25 melhores foram o Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina e o Espírito Santo. O Norte e o Nordeste aparecem com 16 cidades entre as 25 pior avaliadas no ranking, que tem também grande presença de municípios do Rio de Janeiro, seis ao todo, dos quais cinco da Baixada Fluminense.

As cinco últimas posições couberam às cidades de Nova Iguaçu (96ª), Porto Velho (97ª), Belford Roxo (98ª), Duque de Caxias (99ª) e Macapá (100ª). A diferença de pontuação entre a primeira colocada, com índice de 0,765, e a última, com 0,403, demonstram que o atendimentos com políticas públicas tem peso consideravelmente menor, mesmo considerando populações parecidas. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a população em Maringá estava na casa dos 410 mil habitantes em 2022, enquanto Macapá tinha pouco mais de 442 mil moradores registrados no mesmo ano. Pesa a pobreza da capital, com menos de metade do PIB per capita da cidade do interior do Paraná.

Em nota, a coordenadora do estudo e diretora de estudos e dados da Macroplan, Adriana Fontes, avaliou que  “o Brasil sempre foi conhecido pela elevada desigualdade que se reflete no desempenho dos municípios. O estudo aponta resultados muito distintos entre municípios com tamanho de população similar dentro de uma mesma região. Gerir com base em evidências, trabalhar em cooperação com outros entes da Federação, buscar as boas práticas de outras cidades e dar continuidade às políticas públicas exitosas é fundamental para evoluir de forma mais acelerada, evitando desperdícios de recursos e reduzindo desigualdades”. 

Os indicadores agrupados compreenderam o período entre 2010 e 2023, criando um índice próprio, com critérios semelhantes ao Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e que acompanhou a trajetória dos dados municipais nas últimas cinco gestões. 

O recorte estabelecido determinou uma maioria de cidades estudadas na Região Sudeste, sendo 30 dos municípios na lista em São Paulo, unidade federativa mais representada. Na contramão, os estados do Acre, de Alagoas, do Amapá, Amazonas, Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte, de Rondônia, Roraima, Sergipe e do Tocantins têm somente suas capitais avaliadas. Brasília, no Distrito Federal, não foi considerada.

Menino de 4 anos é morto em suposto confronto entre PMs e criminosos

O menino Ryan da Silva Andrade Santos, de 4 anos, morreu na noite desta terça-feira (5) após ser atingido na região do abdômen por um disparo enquanto brincava no morro do São Bento, em Santos, litoral paulista. Ele chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos. Uma moça de 24 anos também ficou ferida por um tiro de raspão no braço, mas foi medicada e liberada.

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) disse, por meio de nota, que lamenta profundamente o falecimento da criança e informou que a polícia fazia um patrulhamento em uma área de tráfico de drogas na região quando foram atacados por um grupo de aproximadamente 10 criminosos. Ainda segundo a SSP, a Delegacia Seccional de Santos instaurou um inquérito para apurar o que ocorreu e determinou a realização de perícia nas armas apreendidas no local do confronto para esclarecer a origem do disparo que atingiu a criança.

O Coronel Emerson Masseira, porta-voz da Polícia Militar, explicou que uma patrulha composta por motocicletas fazia uma ronda no Morro São Bento, quando uma motocicleta com dois homens fez uma manobra rápida para entrar em uma rua onde se juntaram com um grupo de dez pessoas e passaram a atirar contra a polícia. “Possivelmente eles perceberam que poderiam ser abordados, entraram nessa rua e começaram a disparar. Rapidamente chegou o apoio de uma equipe de força tática e o grupo continuou a atirar”.

Segundo Masseira, os policiais revidaram os tiros para se defenderem e acertaram dois menores de idade. Um deles (17 anos) morreu no local e o outro (15 anos) foi socorrido, passou por cirurgia e não corre risco de morrer.

Masseira informou ainda que, provavelmente, o tiro que matou a criança partiu de uma arma da Polícia Militar. Uma perícia balística será feita para confirmar a origem da bala, que ficou alojada. “Tudo indica, pela dinâmica da ocorrência, pela forma como o cenário se dispôs ali, que esse disparo partiu da arma de um policial militar. Nós lamentamos muito o que aconteceu com os policiais e agora não estamos considerando esses policiais culpados. Os policiais são vítimas, eles foram atacados e efetuaram disparos para proteger a própria vida. Podem ter certeza de que eles estão muito comovidos pelo resultado que não era nunca o desejado”, afirmou o porta-voz da PM.

Enem reúne estreantes e veteranos entre milhões de candidatos

Em 2020, Luiz Eduardo Rodrigues viu seu sonho de entrar na faculdade adiado. Ele não tinha documento de identidade e esperava que sua escola o ajudasse nisso. Mas a pandemia de covid-19 fechou as escolas e atrapalhou seus planos de consegui-lo. Sem a identificação oficial, não poderia fazer a prova.

No ano passado, quando criou coragem para tentar de novo, seus planos de cursar jornalismo tiveram que ser adiados mais uma vez. A prova foi aplicada em um local longe de sua casa, no centro da cidade, e ele chegou tarde demais, pois a prova foi na zonal sul. Sua tentativa de fazer o Enem foi frustrada por um portão fechado.

 O candidato Luiz Eduardo Rodrigues e sua mãe, Ana Cristina da Silva, chegam para primeira etapa do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2024, na Universidade Estácio de Sá, no centro da cidade. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Neste ano, ele resolveu não correr mais riscos e chegou uma hora e meia antes da prova no local, ajudado pelo fato de o exame ser aplicado perto de sua casa.

“Ano passado, fiz um curso que oferecia aulas gratuitas online, mas este ano eu perdi o período de inscrição. Então estudei por vídeos de YouTube mesmo”, conta o candidato.

Para garantir que ele chegasse na hora e entrasse no local da prova, sua mãe, a manicure Ana Cristina da Silva, fez questão de escoltá-lo até lá. “Eu vim trazer para garantir que ele vai fazer a prova”.

José Paulo Tavares tentou seu primeiro Enem em 2023. Conseguiu chegar na hora da prova, mas sua nota não foi suficiente para garantir seu ingresso uma universidade.

O candidato José Paulo Tavares chega para primeira etapa do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2024, na Universidade Estácio de Sá, no centro da cidade. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Desta vez, em sua segunda tentativa, resolveu se preparar melhor e, para garantir seu sucesso, vestiu-se com uma camisa do clube Vasco da Gama. “É para dar sorte”, contou o candidato.

“Dessa vez eu estou mais tranquilo, mais preparado. Mesmo trabalhando, consegui adequar minha rotina e estudar. Claro que pude contar com o suporte dos meus pais”, complementou o jovem, que pretende cursar educação física.

Ana Julia Prone chega para o primeiro dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2024, no Rio de Janeiro. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

 

Ana Julia Salomão já está em seu terceiro Enem. Na segunda tentativa, há seis anos, conseguiu entrar na faculdade de medicina veterinária. Mas mesmo antes de concluir o curso, descobriu que sua vocação é cuidar da saúde dos humanos em vez dos pets.

“Estou igual a uma louca, trabalhando, estudando para a faculdade e me preparando para o Enem. Mas deu tudo certo. Consegui trabalhar, estudar e ainda ser mãe”.

Em seu segundo Enem, Juliana Monteiro conta apenas com sua bagagem educacional do ensino médio, concluído dois anos atrás, uma vez que não conseguiu se preparar para o exame deste ano.

“Ano passado, eu não estava me sentindo bem e larguei a prova no meio. E, aí, eu vou tentar de novo. Quero fazer letras e pretendo fazer a prova até o fim”.

Novatos

William Gabriel Lopes chega para primeira etapa do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2024, na Universidade Estácio de Sá, no centro da cidade. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Com a ajuda de um curso preparatório gratuito, o estudante do 3º ano do ensino médio da rede estadual fluminense William Gabriel fará seu primeiro Enem. “Estou ansioso. Me preparei, mas não sei qual matéria vai cair”, conta o jovem, que espera conseguir nota para estudar filosofia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Outra estreante é Camile da Hora, que também cursa o 3º ano do ensino médio. “Eu não crio muitas expectativas porque é a primeira vez que estou fazendo o Enem. Vai ser meio que uma experiência, mas estudei e tenho uma boa base de estudo”, afirmou.

Camile da Hora chega para primeira etapa do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2024, na Universidade Estácio de Sá, no centro da cidade. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Além do Rio de Janeiro, outros mais de 1.700 municípios terão aplicação da prova.

A estudante do 3º ano do ensino médio de uma escola de Ubatuba, no litoral norte paulista, Nathalie Lopes de Oliveira não é exatamente uma estreante.

“Fiz a prova no ano passado, como uma experiência, mas não fui bem porque não me preparei. Este ano estou estudando todos os dias [úteis] da semana e, nos sábados, treino redação”, disse a estudante, que pretende cursar medicina.

No Dia da Poesia, veja dicas para incentivar a leitura entre crianças

Concentração, memória, raciocínio e vocabulário. Esses são apenas alguns dos benefícios que a prática da leitura pode trazer para crianças e adolescentes. Entre os especialistas é consenso que ler desenvolve a criatividade e a imaginação, melhora a comunicação e o senso crítico e amplia a habilidade na escrita.

No Dia Nacional da Poesia, celebrado neste 31 de outubro em homenagem ao nascimento do poeta Carlos Drummond de Andrade, a Agência Brasil conversou com duas professoras de educação e literatura infantil para buscar dicas que ajudem pais e professores a incentivar o hábito da leitura em casa e nas salas de aula.

Professora Paula Janaína com alunos da educação inclusiva do Colégio Municipal Professora Ilka Meireles. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A professora da rede pública de Luziânia (GO) Paula Janaína destaca a importância da leitura na formação das crianças.

“A leitura é importante para o desenvolvimento cognitivo e incentiva a imaginação e criatividade das crianças, mas não é uma tarefa fácil”, afirmou.

Na avaliação da professora gaúcha Terezinha Juraci, especialista em literatura infantojuvenil e literatura africana, além da leitura em si, é importante engajar as crianças e os jovens em atividades que possam discutir e aprofundar o que foi lido. 

“É importante que o professor envolva os alunos nas histórias sempre que se propuser a contá-las. Ele deve ler a história, examinar qual história ele quer, qual é o objetivo que quer, para que essa história tenha sucesso e que cause interesse nesses pequenos”.

Pequeno leitor na tenda da biblioteca, em evento voltado para as crianças na Flip – Tomaz Silva/Arquivo Agência Brasil

A educadora exemplifica destacando atividades interativas para praticar com os alunos, como a leitura dramatizada de textos, de forma com que as crianças interpretem os personagens, trabalhando as expressões e a socialização. Para ela, é importante que os alunos compartilhem com os colegas o que leram, o que entenderam e como se sentiram. 

Veja abaixo dicas selecionadas pelas duas professoras e voltadas à família e aos docentes:

Dicas para pais

Promova ambientes aconchegantes para a leitura, com espaços e livros acessíveis ao alcance das crianças, como uma pequena biblioteca em casa
Use audiolivros, procure contação de histórias em plataformas digitais, e tenha e-books;
Permita que a criança manuseie os livros, como uma brincadeira gostosa; 
Leve a criança em locais que tenham contação de histórias, como shoppings e bibliotecas; 
Compre os livros com a criança deixando que ela escolha;
Mostre para a criança que você também tem o hábito da leitura;
Incentive a criança a recontar, escrever ou ilustrar as suas histórias;
Leia para a criança mostrando as imagens, se puder usando vozes com entonações diferentes que prendem a atenção dos pequenos.
Dicas para professores

Proponha encontros interativos entre as crianças, pais e professores sobre as obras lidas; 
Incentive atividades lúdicas sobre as leituras feitas, como desenhos, pinturas, colagens, argila etc. 
Diversifique os gêneros literários (poesia, pequenos contos, fábulas, etc) 
Incentive a criação de histórias em quadrinhos;
Visite bibliotecas para que os estudantes tenham a oportunidade de manusear os livros;
Incentive projetos como cesta de livros ou mala da leitura.

 

*Estagiária sob supervisão de Juliana Cézar Nunes

Desemprego cai para 6,4% entre julho e setembro, diz IBGE

A taxa de desocupação recuou para 6,4% no trimestre de julho a setembro de 2024. O resultado é 0,5 ponto percentual (p.p.) menor se comparado ao período anterior entre abril e junho de 2024, quando ficou em 6,9%. Em relação ao mesmo trimestre móvel de 2023, a queda é 1,3 p.p. Naquele momento a taxa era 7,7%. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que divulgou os dados nesta quinta-feira (31), “essa é a segunda menor taxa de desocupação da série histórica da PNAD Contínua do IBGE, iniciada em 2012, superando apenas a taxa do trimestre encerrado em dezembro de 2013 (6,3%)”.

A população desocupada, que é o número de pessoas que não estavam trabalhando e procuravam por uma ocupação, diminuiu para 7,0 milhões. Conforme o IBGE, desde o trimestre encerrado em janeiro de 2015 este é o menor contingente. “Com recuos significativos nas duas comparações: -7,2% no trimestre, ou menos 541 mil pessoas buscando trabalho, e -15,8% frente ao mesmo trimestre móvel de 2023, ou menos 1,3 milhão de pessoas”, completou o IBGE no texto da divulgação.

Na visão da coordenadora de Pesquisas Domiciliares do IBGE, Adriana Beringuy, a trajetória de queda da desocupação resulta da contínua expansão dos contingentes de trabalhadores que estão sendo demandados por diversas atividades econômicas.

O número de trabalhadores do país registrou novo recorde da PNAD Contínua ao subir para 103,0 milhões. O crescimento da população ocupada avançou 1,2% no trimestre, ou mais 1,2 milhão de trabalhadores. Na comparação anual, aumentou 3,2%, o percentual é equivalente a mais 3,2 milhões de pessoas ocupadas.

Indústria e Comércio

A pesquisa mostrou que o aumento da ocupação no trimestre foi puxado pelo desempenho da Indústria (3,2%) e do Comércio (1,5%). Na comparação trimestral, esses dois grupamentos de atividade absorveram 709 mil trabalhadores, sendo 416 mil da Indústria e 291 mil do Comércio. Outro recorde foi na população ocupada no Comércio que atingiu 19,6 milhões de pessoas. Já os outros grupamentos permaneceram com estabilidade na comparação trimestral.

Segundo a coordenadora de Pesquisas Domiciliares do IBGE, o terceiro trimestre aponta para retenção ou crescimento de ocupados na maioria dos grupamentos de atividades. “Em particular, a indústria registrou aumento do emprego com carteira assinada. Já no comércio, embora a carteira assinada também tenha sido incrementada, o crescimento predominante foi por meio do emprego sem carteira”, informou.

Ainda na comparação anual, os grupamentos Indústria, Construção, Comércio, Transporte, Informação e Comunicação, Administração e Outros Serviços registraram crescimento no número de ocupados. Em movimento diferente, alojamento e alimentação e aerviços domésticos mantiveram estabilidade. Com queda de 4,7%, apenas a agropecuária recuou na sua população ocupada.

Setores privado e público

Ao atingir 53,3 milhões, o número de empregados do setor privado também registrou novo recorde da série. A alta é de 2,2% no trimestre e de 5,3% no ano. Outro dado que superou os desempenhos anteriores foi no número de empregados com carteira de trabalho assinada que chegou a 39,0 milhões e sem carteira de trabalho alcançou 14,3 milhões. “O trabalho com carteira neste setor cresceu 1,5% (mais 582 mil pessoas) no trimestre e 4,3% (mais 1,6 milhão de pessoas) no ano, enquanto o contingente de empregados sem carteira cresceu, respectivamente, 3,9% (mais 540 mil pessoas) e 8,1% (mais 1,1 milhão de pessoas) nas mesmas comparações”, apontou o IBGE.

Setor público

Com o total de 12,8 milhões, os empregados do setor público bateram recorde, contingente que se mantém estável no trimestre e com crescimento de 4,6%, ou mais 568 mil pessoas, no ano. “Essa alta continua sendo puxada pelo grupo dos servidores sem carteira assinada, que cresceu 4,2% no trimestre e 9,1% no ano. O grupo dos militares e servidores estatutários ficou estável nas duas comparações”, indicou o IBGE.

Rendimento

No trimestre terminado em agosto, o rendimento médio real das pessoas ocupadas ficou em R$ 3.227. O valor, conforme o IBGE, não mostrou “variação estatisticamente significativa frente ao trimestre móvel anterior”. Na comparação com o mesmo trimestre móvel de 2023, apresentou alta de 3,7%.

A massa de rendimentos, que é a soma das remunerações de todos os trabalhadores, atingiu R$ 327,7 bilhões. Esse resultado mantém a estabilidade no trimestre e cresce 7,2% na comparação anual.

PNAD Contínua

De acordo com o IBGE, a pesquisa é a principal que analisa a força de trabalho do país. A amostra abrange 211 mil domicílios, espalhados por 3.500 municípios visitados a cada trimestre. Cerca de 2 mil entrevistadores trabalham na pesquisa, integrados à rede de coleta de mais de 500 agências do IBGE.

Por causa da pandemia de covid-19, o IBGE adotou a coleta de informações da pesquisa por telefone a partir de 17 de março de 2020, mas em julho de 2021, houve a coleta de forma presencial. “É possível confirmar a identidade do entrevistador no site Respondendo ao IBGE ou via Central de atendimento (0800 721 8181), conferindo a matrícula, RG ou CPF do entrevistador, dados que podem ser solicitados pelo informante”, sugeriu o IBGE.

Jogo entre Botafogo e Peñarol é transferido para o estádio Centenário

A partida entre Botafogo e Peñarol (Uruguai), pela volta das semifinais da Copa Libertadores, será disputada no estádio Centenário, em Montevidéu. A Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) anunciou a mudança do local do jogo na noite desta terça-feira (29).

A entidade máxima do futebol sul-americano afirmou que a decisão de retirar o jogo do estádio Campeón Del Siglo, também em Montevidéu, foi tomada para seguir uma “recomendação de segurança do Ministério do Interior da República Oriental do Uruguai”.

Segundo a Polícia local, o Centenário oferece maior segurança para as torcidas das duas equipes (pois tem maior capacidade de público e uma melhor condição para controlar o acesso das duas torcidas).

A decisão de mudar o local do jogo foi tomada após o Ministro do Interior do Uruguai, Nicolas Martinelli, pedir à Associação Uruguaia de Futebol (AUF), na última segunda-feira (28), que o jogo entre Peñarol e Botafogo fosse realizado apenas com a presença da torcida uruguaia. Segundo o político, não haveria como garantir a segurança dos brasileiros após torcedores do Peñarol protagonizarem atos de vandalismo na praia do Recreio, no Rio de Janeiro, na última quarta-feira (23).

Situação tensa

A situação dos torcedores do Botafogo que estão no Uruguai para verem o jogo com o Peñarol tem sido acompanhada com atenção pelos Ministérios das Relações Exteriores e do Esporte.

Em nota conjunta emitida nesta terça-feira, os ministérios afirmam que, “com o apoio da Embaixada do Brasil em Montevidéu, foi aberto um canal de diálogo com o governo uruguaio para encaminhar as preocupações relativas à segurança dos torcedores brasileiros”.

“O Consulado-Geral do Brasil em Montevidéu monitora a situação atentamente por meio de seu plantão consular [+598 91 300 301, com Whatsapp], que permanece em funcionamento 24 horas por dia para atender brasileiros em situação de emergência. O plantão consular geral do Itamaraty também pode ser contatado pelo telefone +55 [61] 98260-0610”, informam as pastas.

Grande vantagem

O Botafogo mede forças com o Peñarol, a partir das 21h30 (horário de Brasília) da próxima quarta-feira (30) no estádio Centenário, com uma grande vantagem, após golear os uruguaios por 5 a 0 na última semana no estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro.