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Brasil concentra quase 70% dos casos de dengue da AL e Caribe

Países da América Latina e do Caribe registraram aproximadamente 4,6 milhões de casos de dengue este ano. O número, que se refere às 15 primeiras semanas do ano – inclui os primeiros dias de abril – representa um crescimento de 237% em comparação ao mesmo período do ano passado.

A informação é da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e foi repassada pelo especialista em arboviroses da organização, Carlos Melo. Ele participou nesta quinta-feira (11) de um seminário sobre arboviroses organizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro.

Arboviroses são doenças causadas por vírus transmitidos, principalmente, por mosquitos, como o Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya.

Casos

O grande aumento é causado pelos números da epidemia no Brasil. O país supera 3,1 milhões de casos prováveis em 2024, ou 67,4% dos registros na América Latina e Caribe.

Em números absolutos, o Brasil é primeiro no ranking. Os países que ficam imediatamente atrás do Brasil, Paraguai, Argentina e Peru, na ordem, não passam de 200 mil casos cada.

Um dos motivos que explicam essa proeminência do Brasil é o fato de ser o país de maior população. No entanto, quando se observa a incidência de dengue, ou seja, a proporção de casos em relação à população, o país figura na segunda posição, atrás do Paraguai.

Pelos números da Opas, o Paraguai tem índice de 2.540 casos por mil habitantes, enquanto o Brasil registra 1.816. No entanto, segundo o Ministério da Saúde brasileiro, a taxa de incidência é de 1.529 por grupo de mil pessoas.

A diferença se justifica pelo fato de a Opas depender de receber as informações para divulgá-las atualizadas. Isso faz com que casos prováveis eventualmente descartados sejam temporariamente incluídos na contagem. A organização explica que usa o total de casos prováveis porque, mesmo que sejam descartados, representam pacientes que impactaram serviços de atendimento de saúde.

Em relação às mortes por dengue confirmadas, o Brasil tem 1.292 registros em 2024. O país lidera o ranking de números absolutos da Opas. No entanto, em termos proporcionais, o país aparece na nona posição, atrás de Paraguai, Guatemala, Peru, Bolívia, Honduras, Equador, Argentina e Paraguai.

Mudanças climáticas

Dos 25 países cobertos pela Opas, 12 encontram-se com surtos, ou seja, registros de casos prováveis acima do projetado.

Para a Opas, uma das causas apontadas para justificar a epidemia no Brasil e surtos em outros países é o fenômeno El Niño – aquecimento anormal das águas do Oceano Pacífico, que pode ser o maior já registrado.

“Esse comportamento é claramente associado a uma atuação de mudança climática”, afirma Carlos Melo.

O especialista cita que até países europeus e os Estados Unidos, onde não havia grandes surtos da doença, registram incidências da dengue. “As magnitudes vão ser totalmente diferentes de um lugar para outro, mas a gente já vê o espalhamento dessa transmissão.”

Especialistas explicam que efeitos causados pelo El Niño, como ondas de calor, estiagem em algumas regiões e temporais em outras, favorecem a proliferação do Aedes aegypti.

Estudos apontam que o mosquito transmissor fica mais ativo durante o calor. Além disso, quanto mais quente, menor é o tempo de incubação do vírus no mosquito. Assim, o inseto passa a transmitir a dengue mais rapidamente.

Soma-se a isso o fato de a estiagem aumentar a necessidade de armazenamento de água, muitas vezes de forma inadequada, propiciando o surgimento de criadouros. Esses ambientes onde o mosquito se desenvolve passam a aparecer com mais facilidade em consequência de temporais.

 

Opas destaca controle do número de mortes por dengue no Brasil

A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) destacou, em evento sobre arboviroses, que o Brasil tem controlado o número de mortes na atual epidemia de dengue. Apesar de já ter alcançado em 2024 quase o dobro da quantidade de casos de todo o ano passado, houve uma redução proporcional no registro de óbitos. A Opas é o braço da Organização Mundial da Saúde (OMS) nas Américas.

“Esse é um ponto muito importante, ter um aumento de transmissão e não ter um aumento significativo de óbitos”, avalia o especialista em arboviroses da representação da Opas no Brasil, Carlos Melo. Arboviroses são doenças causadas por vírus transmitidos, principalmente, por mosquitos, como o Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya.

“A gente não deve olhar unicamente a questão da transmissão e do número de casos. A gente tem que ter um olhar para o óbito, que é o primeiro objetivo no controle de uma epidemia, diminuir o número de óbitos e depois diminuir casos graves”, completou Melo, que participou nesta quinta-feira (11) de um seminário sobre arboviroses organizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro.

O encontro acontece no cenário em que o Brasil atinge 3,06 milhões de casos prováveis de dengue nas 14 primeiras semanas de 2024. O dado foi divulgado na quarta-feira (10). Isso representa 1.508 casos para cada mil habitantes. Em 2023, o país fechou o ano com 1,6 milhão de registros totais.

Segundo o Ministério da Saúde (MS), nove unidades federativas estão com tendência de queda no quantitativo de casos; 13 apresentam estabilidade; e cinco, tendência de alta.

Já foram confirmadas 1,256 mortes por causa da dengue, enquanto 1.857 estão sob investigação. Isso representa uma letalidade sobre o total de casos prováveis de 0,04% no ano. Em 2023, no mesmo período, o índice era de 0,07%.

Em relação ao total de casos graves, a letalidade é de 4,21% em 2024 contra 5,22% em 2023.

Carlos Melo atribui a redução proporcional do número de mortos ao conjunto de ações coordenadas pelo Ministério da Saúde, que inclui vacinação focada no público mais atingido por casos graves e a assistência aos pacientes.

“Bala de prata”

O representante da Opas afirma que não há uma solução única para mitigar ao máximo a epidemia de dengue. É preciso, na visão dele, uma atuação em várias frentes, como vacinação, tecnologias científicas, como os mosquitos contaminados com a bactéria Wolbachia – que impede a transmissão do vírus – e ações que combatam determinantes sociais.

Entre os fatores sociais que contribuem para o avanço da doença, ele cita falta de saneamento básico, abastecimento irregular e necessidade de armazenamento de água, urbanização não controlada, manejo inadequado de resíduos sólidos e a existência de cinturões de pobreza nas grandes cidades, por exemplo.

“Não acreditamos em uma ‘bala de prata’ para controlar a epidemia de dengue”, declarou.

Vacinação

A coordenadora-geral de Vigilância de Arboviroses do Ministério da Saúde, Livia Vinhal, concorda com a avaliação. “A gente precisa trabalhar com o conjunto de estratégias que somadas poderão, sim, impactar na redução dos casos”.

Lívia Vinhal entende que a vacinação colabora no enfrentamento da doença, mas acredita que os resultados poderiam ser melhores caso a imunização fosse feita com apenas uma dose.

O Brasil usa a vacina Qdenga, produzido pelo laboratório japonês Takeda. A imunização se alcança com duas doses, com intervalo de 90 dias entre elas. A vacina é segura, e o uso foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

“Uma vacina que seja dose única é o ideal. A gente conseguiria fazer [ações preventivas], inclusive, em momentos de surto, como a gente pode fazer, por exemplo, para febre amarela”.

Uma preocupação do governo brasileiro é com a capacidade de produção do laboratório Takeda. Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil comprou praticamente toda a produção do imunizante. Mesmo assim teve que limitar a aplicação para o público entre 10 e 14 anos de idade, faixa etária que concentra maior número de hospitalizações por dengue, atrás apenas dos idosos.

Com o aumento na oferta da Qdenga, a coordenadora Livia Vinhal espera resultados positivos no combate à dengue.

“Tendo uma vacina efetiva, segura e com grande capacidade de produção, a gente pode, não a curto prazo como gostaríamos, mas a médio e longo prazos vislumbrar mudanças nesse cenário que a gente tem visto nos últimos anos”, prevê.

Brasil usa helicóptero para resgatar cidadãos do Haiti

O governo federal do Brasil realizou uma operação de retirada de sete brasileiros do Haiti nesta quarta-feira (10), informou o Ministério das Relações Exteriores. Outros 59 nacionais identificados pela Embaixada do Brasil em Porto Príncipe, capital haitiana, decidiram permanecer no país ou optaram por sair por meios próprios.

A evacuação dos brasileiros foi feita em dois voos de helicóptero, de Porto Príncipe à cidade fronteiriça de Jimaní, que fica na República Dominicana. De lá, o grupo, que incluiu uma cidadã alemã idosa, foi recebido por funcionários da Embaixada em São Domingos e trasladados até aquela capital.

O movimento do governo brasileiro ocorre no contexto de agravamento da situação de segurança no Haiti, assolado por uma guerra sangrenta entre gangues armadas. O conflito já matou milhares de pessoas desde o início deste ano. O aeroporto da capital está fechado e o atendimento consular do Brasil no país, de forma presencial, foi suspenso há cerca de um mês. Milícias e grupos armados têm invadido delegacias, libertado detentos de penitenciárias e tentam agora tomar o poder.

O último primeiro-ministro do Haiti, Ariel Henry, renunciou no mês passado. Ele estava fora do país e não conseguiu retornar. O Haiti é o país mais pobre das Américas e vive uma crise humanitária muito profunda. Com cerca de 80% da população desempregada e 60%, analfabeta, o país vem registrando uma deterioração da segurança pública desde o assassinato do presidente Jovenel Moïse, em julho de 2021. O caso ainda não foi resolvido e há dezenas de suspeitos, incluindo o primeiro-ministro e a esposa de Jovenel, Martine Moïse.

Brasil usa helicóptero para resgatar cidadãos no Haiti

O governo federal do Brasil realizou uma operação de retirada de sete brasileiros do Haiti nesta quarta-feira (10), informou o Ministério das Relações Exteriores. Outros 59 nacionais identificados pela Embaixada do Brasil em Porto Príncipe, capital haitiana, decidiram permanecer no país ou optaram por sair por meios próprios.

A evacuação dos brasileiros foi feita em dois voos de helicóptero, de Porto Príncipe à cidade fronteiriça de Jimaní, que fica na República Dominicana. De lá, o grupo, que incluiu uma cidadã alemã idosa, foi recebido por funcionários da Embaixada em Santo Domingos e trasladados até aquela capital.

O movimento do governo brasileiro ocorre no contexto de agravamento da situação de segurança no Haiti, assolado por uma guerra sangrenta entre gangues armadas. O conflito já matou milhares de pessoas desde o início deste ano. O aeroporto da capital está fechado e o atendimento consular do Brasil no país, de forma presencial, foi suspenso há cerca de um mês. Milícias e grupos armados têm invadido delegacias, libertado detentos de penitenciárias e tentam agora tomar o poder.

O último primeiro-ministro do Haiti, Ariel Henry, renunciou no mês passado. Ele estava fora do país e não conseguiu retornar. O Haiti é o país mais pobre das Américas e vive uma crise humanitária muito profunda. Com cerca de 80% da população desempregada e 60%, analfabeta, o país vem registrando uma deterioração da segurança pública desde o assassinato do presidente Jovenel Moïse, em julho de 2021. O caso ainda não foi resolvido e há dezenas de suspeitos, incluindo o primeiro-ministro e a esposa de Jovenel, Martine Moïse.

Maria Clara Pacheco conquista vaga olímpica para o Brasil no taekwondo

Maria Clara Pacheco conquistou mais uma vaga para o Brasil no torneio de taekwondo da próxima edição dos Jogos Olímpicos, que serão disputados em Paris (França), ao alcançar, nesta quarta-feira (10), a final na categoria até 57 kg do Pré-Olímpico das Américas da modalidade, que está sendo disputado em Santo Domingo (República Dominicana).

MAIS UMA VAGA NO TAEKWONDO! 🚨🇧🇷

Maria Clara Pacheco avança para a final do Pré-Olímpico, em Santo Domingo 🇩🇴, e, com isso, garante sua vaga em Paris 2024!

É a terceira vaga de três possíveis durante a competição, agora conquistada na categoria de até 57kg do feminino!

Carimba… pic.twitter.com/clLuwPRtEg

— Time Brasil (@timebrasil) April 10, 2024

Desta forma o Brasil garantiu no torneio olímpico da modalidade quatro representantes, após as classificações de Edival Pontes, na categoria até 68 kg, de Henrique Marques, na categoria até 80 kg, e de Caroline Santos, na categoria até 67 kg.

Para confirmar a quarta vaga olímpica do taekwondo, a paulista de 20 anos superou na estreia, pelas quartas de final da competição, a surinamesa Serena van Dijk por 12/0 e 14/0. Horas depois, pelas semifinais, Maria Clara bateu a costa-riquenha Nishy Lee Lindo por 3/0 e 6/1.

Medalha de prata na última edição dos Jogos Panamericanos, disputados em Santiago (Chile), a brasileira não tem presença certa em Paris, pois a vaga conquistada é do país, e não do atleta. Mas caso a presença dela seja confirmada, esta será a primeira participação de Maria Clara em uma edição dos Jogos Olímpicos.

Com o feito de Maria Clara Pacheco o Brasil já garantiu até o momento a presença de 187 atletas nos Jogos Olímpicos de Paris.

Brasil já tem mais de 3 milhões de casos de dengue em 2024

O Brasil já registrou, desde o início do ano, 3.062.181 casos prováveis de dengue. O número já é quase o dobro de todo o ano passado, quando foram detectados 1,6 milhão de casos. 

Desde o início do ano, foram registradas 1.256 mortes por dengue em todo o país. Outros 1.857 óbitos estão em investigação. 

Os números foram divulgados nesta quarta-feira (10) pelo Ministério da Saúde, por meio do Painel de Monitoramento das Arboviroses. 

Estados 

Segundo o Ministério da Saúde, nove unidades federativas estão com tendência de queda consolidada no número de casos de dengue: Acre, Roraima, Amazonas, Tocantins, Goiás, Piauí, Minas Gerais, Espírito Santo e Distrito Federal. 

Outros 13 estados apresentam com tendência de estabilidade: Rondônia, Pará, Amapá, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro e São Paulo. 

Alagoas, Bahia, Maranhão, Pernambuco, Sergipe permanecem com tendência de aumento no número de casos. Os números foram divulgados nesta terça-feira (9) pelo Ministério da Saúde. 

Conselho leva à ONU alerta sobre avanço do neonazismo no Brasil

O Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) apresentou à Organização das Nações Unidas (ONU) preocupações acerca do crescimento de grupos neonazistas no Brasil ao longo dos últimos anos. Um relatório preliminar, entregue no último sábado (6), reuniu dados presentes em diferentes levantamentos. O documento classifica o cenário atual como “alarmante”.

A pesquisa da antropóloga Adriana Dias, falecida no ano passado é apontada como uma das referências. Ela constatou que as células de grupos neonazistas cresceram 270,6% no Brasil no período entre janeiro de 2019 e maio de 2021, se espalhando por todas as regiões do país. Esse fenômeno teria sido impulsionado pela disseminação dos discursos de ódio e de narrativas extremistas. Sem punição, eles se propagam com mais facilidade. Segundo a pesquisa, no início de 2022, haviam mais de 530 núcleos extremistas no país. Seus participantes compartilham o ódio contra feministas, judeus, negros e população LGBTQIAP+.

Outro levantamento citado é o da agência Fiquem Sabendo. O documento aponta que de janeiro de 2019 a novembro de 2020 foram abertos 159 inquéritos pela Polícia Federal por apologia ao nazismo. Esse número, referente a um período inferior a dois anos, supera o total de 143 investigações abertas ao longo de 15 anos, entre 2003 e 2018.

O documento do CNDH destaca ainda que, no ano de 2021, foram recebidas e processadas 14.476 denúncias anônimas pela Central Nacional de Crimes Cibernéticos, canal mantido pela organização não governamental SaferNet com o apoio do Ministério Público Federal (MPF). Também há menção ao levantamento do Observatório Judaico sobre eventos antissemitas e correlatos ocorridos no país entre 2019 e 2022.

Além dos dados, foram citados alguns casos concretos em que foram apreendidos artefatos ligados ao nazismo como fardas, armas e bandeiras, além de artigos e peças decorativas com imagens e símbolos como rosto de Hitler e a suástica. O CNDH também chama atenção para o crescimento dos ataques em escolas, lembrando que em diferentes ocorrências o agressor fazia uso de simbologia neonazista. É citado, por exemplo, o episódio ocorrido em dezembro de 2022, quando um estudante de 16 anos matou quatro pessoas em escolas em Aracruz (ES). Ele vestia farda militar acompanhada de uma braçadeira com um símbolo nazista.

Prevenção e reparação

Criado pela Lei Federal 12.986/2014, o CNDH deve promover e defender os direitos humanos no país através de ações preventivas, protetivas e reparadoras. Embora seja vinculado ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, atua com autonomia.

Dos 22 conselheiros, 11 são representantes da sociedade civil, eleitos em encontro nacional convocado por edital público. Os outros 11 são representantes do poder público, que são indicados pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, pelo Ministério das Relações Exteriores, pela Polícia Federal, pelo MPF, pelo Conselho Nacional de Justiça, pela Defensoria Pública da União, pela Câmara dos Deputados, pelo Senado Federal, dentre outros.

A expectativa do CNDH é de que o relatório contribua para as discussões do 55ª Reunião do Conselho de Direitos Humanos da ONU, que deverá ocorrer em Genebra, na Suíça, entre o final de junho e o início de julho. Na ocasião, uma nova edição do relatório sobre os esforços mundiais para o combate à glorificação do nazismo e do neonazismo será apresentado pela indiana Ashwini K.P., relatora especial sobre as formas contemporâneas de racismo, discriminação racial, xenofobia e intolerâncias conexas.

O documento traz informações específicas de diferentes países. Na edição apresentada durante a 53ª Reunião Ordinária do Conselho de Direitos Humanos da ONU ocorrida no ano passado, o Brasil é citado pelo seu quadro preocupante envolvendo o aumento da violência contra as mulheres, a discriminação contra afrodescendentes e as ameaças à população indígena.

O Conselho de Direitos Humanos da ONU é composto por 47 Estados-membros, eleitos na Assembleia Geral das Nações Unidas para mandatos de três anos. Anualmente, são realizadas três reuniões, nos quais são discutidos diversos temas. Embora suas resoluções não sejam de cumprimento obrigatório, elas contribuem para pressionar os países por medidas.

Relatório final

O CNDH informa que vem mantendo diálogo institucional com a relatora especial Ashwini K.P. e trabalha produzir um relatório final. Com o intuito de avançar nos dados sobre o crescimento do neonazismo no país, a partir desta quarta-feira (10), uma comitiva de conselheiros estará em Santa Catarina. Eles estarão acompanhados ainda de parlamentares, de lideranças da sociedade civil e de integrantes da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, que é vinculada ao Ministério do Direitos Humanos e da Cidadania.

Durante a passagem por Santa Catarina, a comitiva do CNDH irá visitar as cidades de Florianópolis e Blumenau. O estado do sul do país é um dos que mais gera preocupações. Somente no município de Blumenau, foram mapeadas 63 células neonazistas na pesquisa de Adriana Dias.

A agenda da comitiva da CNDH inclui reuniões com autoridade públicas municipais e estaduais, com representantes institucionais e com especialistas que pesquisam o tema. Uma das questões a ser discutida será a aplicação de um Questionário de Evidências, para identificar elementos envolvendo a propagação da ideologia nazista.

She Believes: Brasil derrota Japão nos pênaltis para garantir 3º lugar

Contando com uma grande atuação da goleira Lorena, que defendeu quatro cobranças de pênalti, o Brasil conquistou a 3ª posição da Copa She Believes após derrotar o Japão por 3 a 0 nas penalidades máximas, após um empate de 1 a 1 no tempo regulamentar, no início da noite desta terça-feira (9) no Estádio Lower.com, em Columbus (Estados Unidos). A partida foi transmitida ao vivo pela TV Brasil.

VITÓRIA DO BRASIL! 🇧🇷

A #SeleçãoFeminina vence o Japão nos pênaltis por 3 a 0 e fica com o terceiro lugar da SheBelieves Cup! Gol da Cristiane no tempo regulamentar e Lorena brilhou nos pênaltis! Vamos juntas! 💪 pic.twitter.com/hnBZBdRq1w

— Seleção Feminina de Futebol (@SelecaoFeminina) April 9, 2024

A partida serviu como uma espécie de ensaio para a próxima edição dos Jogos Olímpicos, pois Brasil e Japão estão no Grupo C da competição disputada em Paris ao lado de Espanha e Nigéria (que derrotou a África do Sul por 1 a 0 nesta terça no Pré-Olímpico da África para se garantir na próxima edição da Olimpíada).

Após ver sua equipe ser superada pelo Canadá, no último sábado (6), por 4 a 2 na disputa de pênaltis, após 1 a 1 nos 90 minutos, na semifinal da She Believes, o técnico Arthur Elias optou por mudar bastante a equipe titular do Brasil, dando oportunidade a novas peças, como as experientes Tamires, Marta e Cristiane.

Mas o que se viu no gramado foi uma seleção com dificuldades de conter nos primeiros minutos o rápido ataque do Japão, que criou muito em especial com Hamano, Fujino e a lateral Kitagawa, que encontrou muito espaço pela esquerda. E a equipe asiática tanto tentou que conseguiu abrir o marcador aos 34 minutos do primeiro tempo, quando Hamano cruzou para a área, Tarciane errou o corte e Tanaka ficou livre para dominar e superar Lorena.

A partir daí o Brasil passou a pressionar mais a defesa adversária, em especial em jogadas para a centroavante Cristiane. Porém, quem teve a oportunidade mais clara de marcar foi o Japão. Aos 18 minutos da etapa final Hayashi caiu dentro da área após trombar com Cristiane dentro da área e o juiz marcou pênalti. Tanaka foi para a cobrança, mas a brasileira Lorena brilhou com uma bela defesa.

O lance deu mais força para a seleção brasileira, que continuou buscando a igualdade, e conseguiu aos 25 minutos, quando Cristiane aproveitou cobrança de escanteio de Yasmim para subir mais que a defesa e marcar de cabeça.

Solta o grito, Cristiane! Avisa que hoje teve gol da Mamãe Cris! De cabeça para deixar tudo igual no placar! Vamos! 🇧🇷

📸 Livia Villas Boas / CBF pic.twitter.com/0b2yK4WhY8

— Seleção Feminina de Futebol (@SelecaoFeminina) April 9, 2024

Apesar de as equipes continuarem criando oportunidades de lado a lado, o empate de 1 a 1 perdurou até o final dos 90 minutos. Assim, a partida foi para as penalidades máximas, nas quais Lorena voltou a brilhar. Enquanto o Brasil não falhou nas cobranças, com Cristiane, Tarciane e Angelina, o Japão viu a goleira brasileira defender os chutes de Seike, Nagano e Hasegawa.

Avisa que a Lorena tá de volta e voltou com tudo! Quatro pênaltis defendidos no total. Gigante, minha goleira! 🇧🇷 https://t.co/zCWc19lann

— Seleção Feminina de Futebol (@SelecaoFeminina) April 9, 2024

Jogos: Brasil carimba 1 vaga no levantamento de peso e 2 no taekwondo

O Brasil carimbou mais três vagas olímpicas nesta terça-feira (9) e já totaliza 186 nos Jogos de Paris. A carioca Laura Amaro conquistou a primeira vaga do país no levantamento de peso, durante a Copa do Mundo, em Phuket (Tailândia). Também hoje, os brasileiros Edival Pontes, conhecido pelo apelido de Netinho, e Henrique Marques asseguraram mais duas vagas no Taekwondo – o país já garantira uma  com a equipe mista – no Pré-Olímpico das Américas, na República Dominicana.

ANOTA AÍ MAIS UMA VAGA! 🚨🇧🇷

Laura Amaro é mais um nome confirmado do Time Brasil para Paris 2024! 🇫🇷

A brasileira carimbou a vaga após somar 253kg na Copa do Mundo da Tailândia e, assim, entrar no Top10 do ranking na categoria até 81kg feminino! 🏋🏽‍♀️

Nosso levantamento de pesos… pic.twitter.com/vJlOa5Gnu0

— Time Brasil (@timebrasil) April 9, 2024

Bronze no ano passado no Pan-Americano de Santiago (Chile), Laura Amaro garantiu a vaga em Paris na categoria até 81 quilos, ao somar 253 quilos (112 no arranco e 141 no arremesso) durante sua apresentação no Pré-Olímpico. A brasileira terminou na oitava posição, entre as 10 primeiras do ranking olímpico que asseguraram presença em Paris.

“Estou muito feliz! Agora a gente tem a vaga na mão, classificando diretamente no Top 10. Sabia que eu tinha esse resultado para dar. Que bom que eu consegui colocar na plataforma. Estamos na Olimpíada, Brasil”, comemorou a atleta, em depoimento à Confederação Brasileira de Levantamento de Peso (CBLP).

Ao totalizasr 253 quilos na disputa de hoje, a última que somava pontos para o ranking, Laura Amaro superou a dominicana Yudelina Peguero e a norte-americana Martha Rogers, ambas com 252kg. A campeã da categoria foi a equatoriana Angie Dajomes (269 kg). A chinesa chinesa Wang Zhouyu  (267kg) e a australiana Eileen Cikamatana (263 kg) ficaram, respectivamente, com as medalhas de prata e bronze.

Taekwondo

Foi uma estreia de gala dos brasileiros na abertura do Pré-Olímpico. Netinho e Henrique Marques faturaram duas vagas para o país nos Jogos ao avançarem às finais. Na categoria dos 80 kg, venceu com facilidade a estreia contra o boliviano Sergio Olguin, com vitória por 2 a 0 (duplo 13/0). Na luta seguinte, na semifinal, o brasileiro derrotou o argentino José Luis Acuña por 2 a 0 (14/0 e 6/5).

Na categoria dos 80 kg, Henrique Marques sobrou na primeira luta contra o porto-riquenho Diego Vargas com triunfo de 2 a 0 (12/0 e 14/4). Na semi, contra o dominicano  Moises Hernandéz, o brasileiro tinha placar favorável de 2 a 0, mas como não houve nenhum golpe em dois rounds, foram os juízes que decidiram a vitória de Henrique Marques.

Única representante feminina do Brasil, a paulista Maria Clara Pacheco estreia nesta quarta (10), nos 57 kg. Bronze no Mundial em 2023 e prata no Pan de Santiago, a brasileira disputa os combates preliminares a partir das 10h (horário de Brasília).  

PGR defende que representantes da X no Brasil sejam ouvidos sobre Musk

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, defendeu nesta terça-feira (9) no Supremo Tribunal Federal (STF) que representantes da rede social X no Brasil sejam ouvidos no inquérito aberto contra o empresário norte-americano Elon Musk, proprietário da empresa.

Em parecer enviado ao ministro Alexandre de Moraes, Gonet disse que é preciso esclarecer se Musk tem poderes para determinar a publicação de postagens.

“O Ministério Público Federal entende pertinente que os representantes legais da rede X no Brasil sejam ouvidos para esclarecer se Elon Musk detém, nos temos dos estatutos da empresa, atribuição para determinar a publicação de postagens na rede referida e se o fez, efetivamente, com relação a perfis vedados por determinação judicial brasileira em vigor”, afirmou Gonet.

Mais cedo, Moraes negou pedido da rede X para isentar sua representação brasileira de ser afetada por decisões judiciais tomadas no Brasil. A empresa queria que somente a sede internacional respondesse em possíveis processos.

No último final de semana, Moraes abriu um inquérito para investigar o empresário Elon Musk. Em postagens publicadas na plataforma, Musk criticou o ministro Alexandre de Moraes e a Corte, além de sugerir que iria desobedecer ordens judiciais contra a plataforma.