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Carnaval: blocos infantis propiciam desenvolvimento de crianças

 

Na casa da odontopediatra Thayse Brandi, uma rotina toma conta durante os dias de carnaval. Ela e a filha, Valentina, de 8 anos, reservam um tempo para pensar em fantasia e se aprontarem para bloquinhos infantis. “Sempre vamos combinando. Antigamente eu escolhia. Agora fazemos isso juntas”, conta a moradora do Rio de Janeiro.

Em 2024, pelo segundo ano seguido, mãe e filha têm mais um parceiro de folia. É o Lucca, caçula da família, de 1 ano e 1 mês de idade, que acompanha a mãe no sling – malha que mantém o bebê amarrado ao colo do adulto.

Thayse Brandi sempre leva os filhos para blocos infantis. Foto: Arquivo pessoal

Thayse, que já frequentava blocos antes de ser mãe, acredita que a presença dos filhos nos bloquinhos faz bem para o desenvolvimento deles.

“A criança aprende muito pelo que ela vivencia, não só pelo que é dito para ela. Então, ela vê a gente vivenciando esse momento com muita alegria, com muita descontração, com muita harmonia. Eu acho que é importante para a criança ver isso”, avalia.

Direito de brincar

Brincadeira e diversão são direitos de todas as crianças, inclusive garantido pelo Artigo 227 da Constituição. E o carnaval é um ambiente propício para exercê-lo, segundo especialistas.

“É uma manifestação cultural, festa intergeracional, democrática e coletiva. Os blocos são uma forma de garantir os direitos das crianças a essa participação cultural de uma forma mais protagonizada. Um espaço voltado para elas. Uma liberdade de criação de fantasias, danças e canções”, descreve à Agência Brasil a professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora (MG) Ana Rosa Moreira.

Blocos filhotes

Para tornar os blocos carnavalescos ambientes cada vez mais adequados à criançada, a tradição momesca passou por algumas adaptações. Um exemplo foi o bloquinho que surgiu no carnaval carioca.

Do bloco Largo do Machado, Mas Não Largo do Copo surgiu, em 2011, o Largo do Machadinho, Mas Não Largo do Suquinho, que anima parte da zona sul carioca nas segundas-feiras de carnaval. Os dois fazem uma brincadeira com o nome do bairro onde se concentram, o Largo do Machado.

A pedagoga Carla Wendling, fundadora da atração mirim, lembra que foi uma reclamação da neta, de 5 anos, que despontou a ideia de criar um bloco filhote.

“Eu levei a minha neta, e ela falou ‘vó, que música chata’, porque o bloco tradicional só toca marchinha e sambas autorais. Então surgiu a ideia do bloco infantil”.  

Depois disso, foi criado o bloquinho com repertório de cantigas de roda com ritmo de marchinhas.

Carnaval: blocos infantis propiciam desenvolvimento de crianças. – Thayse Brandi sempre leva os filhos para blocos infantis. Foto: Arquivo Pessoal – Arquivo pessoal

“Foi muito bacana. Além disso, a música dá essa questão do desenvolvimento. Não só a questão de desenvolvimento da linguagem, como o [desenvolvimento] motor e a socialização”, analisa a professora infantil e presidente do bloco que foi apadrinhado pelo cartunista Ziraldo.

Memória afetiva

Ana Rosa, que é psicóloga e faz parte do conselho da Aliança pela Infância, ONG criada para fazer o direito de brincar se espalhar por várias partes do país e classes sociais, também enxerga nos bloquinhos ferramentas de desenvolvimento infantil.

“Nesse espaço dos blocos, a gente acaba organizando um ambiente de brincadeira onde a criança pode manifestar a alegria dela, a participação dela a partir da dimensão lúdica. O brincar é extremamente potente como uma forma de linguagem, também de se apropriar da cultura, de se relacionar com o mundo”.

A psicóloga encontra no ambiente dos blocos mirins terreno fértil para o surgimento de memórias afetivas nas crianças.

“Elas ficam muito encantadas com o colorido, o brilho, os adereços, toda essa composição cultural. É importante que as crianças tenham esse contato direto, não sejam apenas espectadores, mas protagonistas. Isso, certamente, gera memórias afetivas que estarão presentes na história de vida dela, porque ela vivencia, ela significa esse momento como um agente ativo e não como mero espectador”, analisa.

Ana Rosa explica que a presença da criança em um ambiente de carnaval acaba sendo também uma forma de aprendizado para a vida.

“É um espaço de apropriação cultural e também de aprendizado, respeito, respeito ao outro, de trocas. É uma experiência muito formativa”, considera.

Cuidados e alimentação

Para que a diversão de carnaval não seja interrompida por sustos, o pediatra Tadeu Fernando Fernandes, da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), enumera alguns cuidados que pais e responsáveis devem ter com as crianças nas jornadas de blocos.

“Carnaval é época de redobrar os cuidados com a prevenção de acidentes com crianças”, diz. Uma dica inicial é que a criança seja devidamente identifica, por exemplo, com uma pulseira ou colar na qual constem dados como nome e telefone.

“É uma época de calor, verão, então a alimentação tem que ser leve, à base de suco natural de frutas, água de coco – especificamente para os maiores de um ano de idade, hidratar comendo frutas, legumes e verduras. Evitar os produtos lácteos porque a deterioração nesta época de calor é muito grande”, lista o presidente do Departamento Científico de Pediatria Ambulatorial da SBP.

Fernando Fernandes acrescenta a importância de proteger a pele com protetor solar. O pediatra alerta os responsáveis para que fiquem atentos a riscos de acidentes durante brincadeiras de correr e empurrar. Outra preocupação tem que ser em relação a produtos químicos, como os presentes em sprays de espuma.

“Esses sprays podem dar alergia na pele e no olho”, cita. “Carnaval é uma época de alegria, festa, mas cabe com as crianças esses cuidados importantíssimos”, conclui.

Ao colocar o bloco mirim familiar na rua, a odontopediatra Thayse toma alguns cuidados. Ela faz um tampão com algodão para os ouvidos do Lucca, de 1 ano e 1 mês, além de mantê-lo sempre agarrado ao corpo dela. “Não fico em lugares insuportavelmente lotados, procuro os que não sejam megablocos”, relata.

Brincadeira sem fim

Por saber que as brincadeiras são uma espécie de enredo para uma infância afinada, Thayse faz com que a harmonia do espírito carnavalesco esteja em evolução o ano todo dentro de casa. “A minha filha sempre teve um contato com a fantasia de uma maneira muito constante na vida dela. Até os 4 anos de idade, ela andava de fantasia dentro de casa todos os dias”.

Outro elemento presente na rotina da família é o cantar. “Quase tudo a gente faz cantando, a hora da comida, do banho, de trocar roupa, todos esses momentos a gente sempre faz cantando de maneira bem lúdica”, conta.

Levar essas experiências e atividades para o lar é uma forma de minimizar a despedida de uma manifestação cultural que tem na Thayse uma grande fã.

“Eu acho o carnaval deixa a gente um pouco mais leve para encarar mais um ano”.

Além disso, fica um pedido da mãe foliona. “Deveria ter mais bloquinho durante o ano, não somente no carnaval”.

Orientações

Por ser um período com muita gente na rua, é importante conhecer algumas orientações para evitar casos de desaparecimento de crianças. No Rio de Janeiro, a Fundação para a Infância e Adolescência (FIA-RJ) elaborou uma cartilha com dicas aos pais e responsáveis. Conheça algumas:

– Faça a carteira de identidade de sua filha ou filho ainda na infância (mesmo sendo bebê). Um documento com a foto da criança/adolescente e o nome dos responsáveis pode facilitar a busca, localização e identificação.

– Identifique a criança/adolescente ao sair de casa. Além de portar sempre a Carteira de Identidade, identifique a criança/adolescente com uma pulseira, crachá ou bordado na roupa contendo dados que permitam sua identificação (nome completo, nome e telefone do responsável, número do RG ou CPF), mesmo que estejam acompanhadas, principalmente nos casos de pessoas com deficiência. Crianças/adolescentes com deficiências ocultas (aquelas que não são percebidas de imediato, como autismo) também podem utilizar um cordão de fita com desenhos de girassóis como símbolo nacional de identificação da deficiência oculta

– Ensine as crianças, desde pequenas, a saber dizer seu nome completo e os nomes dos responsáveis.

– Mantenha a criança/adolescente sob supervisão constante de um adulto. É importante manter o contato visual com as crianças/adolescentes, um minuto de distração pode ser o suficiente para desaparecerem, principalmente em locais de muito movimento, como em praias, shopping e eventos.

– Criança não toma conta de criança. Nunca peça a uma criança/adolescente para tomar conta de outros. Elas não podem ser responsáveis umas pelas outras, pois todas as crianças/adolescentes precisam de proteção e acompanhamento de um adulto.

– Em caso de desaparecimento, registre imediatamente. Não é necessário esperar mais de 24 horas ou 72 horas para que a criança/adolescente seja considerada desaparecida. Procure a delegacia mais próxima.

Blocos começam a animar o carnaval paulistano no sábado de manhã

O carnaval da capital paulista tem muitas opções para os foliões que gostam de blocos com mais de um milhão de pessoas, os chamados megablocos. Para abrir a festa, já no sábado (10), às 9h, no Centro, o Tarado Ni Você, Tarado Ni Carnaval! vem com a ideia de reviver o carnaval de marchinhas, explorando a ampla discografia do grande Caetano Veloso. Em seguida, o MinhoQueens anima o Minhocão com pop nacional e internacional das maiores divas do mundo, a partir do meio dia. No Ibirapuera, às 13h, é a vez do Agrada Gregos, trazendo pop, axé, funk, bagaceira e sertanejo, a céu aberto.

Na Vila Mariana, o tradicional Siga La Pelota canta, a partir das 10h, Daniela Mercury, Margareth Menezes, Ara Ketu, Olodum, Jorge Ben, Caetano, Amelinha, O Rappa e muito mais. Já o Amoribunda, da Aclimação, reúne-se às 14h.  

No dia 11, o Bem Sertanejo, com Michel Teló, leva o trio do cantor para as ruas do Ibirapuera, às 10h30, abrindo o dia para o Bloco da Pabllo, que continua a farra no obelisco do Ibirapuera a partir das 12h, com a cantora Pabllo Vittar cantando seus hits. Enquanto isso, no Centro o Explode Coração se prepara para levar às ruas os sons de Maria Bethânia no cortejo que se inicia às 13h, na Praça da República.

O bloco Acorda Madalena anima ainda mais o tradicional Carnaval do bairro Vila Madalena, com um cortejo de alegria e música resgatando os antigos carnavais, com samba, marchinhas, axé e MPB, às 10h. Ao meio dia, o Ritaleena ocupa a Lapa com homenagem à Rita Lee.  No mesmo horário, o Urubó, faz a festa na Freguesia do Ó.

Às 11h de segunda-feira (12) no Ibirapuera, o Vou de Táxi vem com os hits dos anos 90. O nome do bloco é uma sugestão para os foliões que indo de táxi podem “soltar o freio e chorar quando tocar Convite de Casamento e levantar sambando com Vou Voltar pra Sacanagem”, segundo a organização. No mesmo horário, mas no Centro, o Domingo Ela Não Vai convida as pessoas a requebrarem e a passarem por debaixo da cordinha ao som do axé da década de 90. Às 12h30 o Filhos de Gil, que toca apenas os hits do cantor baiano, estará na Vila Mariana. No Ibirapuera, o Pinga Ni Mim se dedica às pessoas apaixonadas pelo sertanejo, trazendo desde os clássicos de Leandro e Leonardo aos hits de Maiara e Maraísa, a partir das 13h.

Direto de Pernambuco para o Ibirapuera, o Galo da Madrugada se apresenta às 9h da terça de carnaval, dia 13. Em seguida, ao meio dia, o Bloco da Latinha Mix, da Rádio Mix FM, chega ao carnaval paulistano com Alok, Di Ferrero e mais. Às 13h é a vez do Navio Pirata com BaianaSystem, no mesmo lugar.

A programação completa pode ser conferida no site do carnaval de São Paulo.

Confira os blocos de carnaval do Rio de Janeiro neste sábado

 

O sábado de Carnaval do Rio de Janeiro deve reunir multidões de foliões em blocos que desfilam no centro e nas zonas sul, norte e oeste da cidade. A previsão da Riotur é que até 5 milhões de pessoas aproveitem o carnaval de 2024 na capital fluminense.

Entre os destaques estão o Cordão da Bola Preta, que desfila a partir das 7h, no Centro, e a Banda de Ipanema, marcada para às 16h, em Ipanema.

Confira a lista de blocos oficiais do carnaval de rua do Rio de Janeiro neste sábado (10):

Bloco Amigos Da Onça – 7h (Flamengo)

Ceu Na Terra – 7h (Santa Teresa)

Cordão Da Bola Preta – 7h (Centro)

Multibloco – 7h (Centro)

Blocão Da Barra – 8h (Barra Da Tijuca)

Bloco Escangalha – 8h (Jardim Botânico)

Empolga Às 9 – 8h (Copacabana)

Bloco Carnavalesco Dois Pra Lá Dois Pra Cá – 9h (Botafogo)

Cordão Da Bola Laranja – 9h (Campo Grande)

Cordão Do Prata Preta – 9h (Gamboa)

Verde E Branco Do Zumbi – 10h (Zumbi)

Bloco Do Tamanco – 11h (Padre Miguel)

Gremio Recreativo Bloco Carnavalesco Tigre Do Méier – 11h (Méier)

Bloco Brasil – 12h (Leme)

Bloco Da Terreirada – 12h (São Cristóvão)

Bloco Do Serragens – 12h (Paquetá)

Grbc Quem Me Viu Mentiu – 13h (Zumbi)

Bloco Carnavalesco Amigos Do Catete – 14h (Catete)

Bloco Dos Barbas – 14h (Botafogo)

Bloco Gambarato – 14h (Riachuelo)

Bloco Olha Pá Mim – 14h (Tijuca)

Bloco Carnaeco – 14h (Barra Da Tijuca)

Diversão Brasileira – 14h (Tijuca)

G.R.B.C Turma Do Gato Futebol E Samba – 14h (Pilares)

Batuquebato – 15h (Centro)

B.C. Ciganas Feiticeiras De Olaria – 15h (Olaria)

Bloco Do Tio Tonho – 15h (Jacarepaguá)

Carioca Da Gema – 15h (Lapa)

Mulheres Brilhantes – 15h (Vila Isabel)

Banda De Ipanema – 16h (Ipanema)

Banda Do Largo Da 2a Feira – 16h (Tijuca)

B.C. Eles Que Digam – 16h (Santo Cristo)

Bloco Carnavalesco Amigos Da Esquina – 16h (Encantado)

Bloco Carnavalesco O Remédio É O Samba – 16h (Copacabana)

Bloco Chora 10 – 16h (Tijuca)

Bloco Do Camelo – 16h (Paquetá)

Bloco Seu Kuka E Eu Do Grajau – 16h (Tijuca)

Cordão Alegria Da Tijuca – 16h (Tijuca)

G.R.B.C. Aconteceu – 16h (Santa Teresa)

Bloco Esquenta De Padre Miguel –  17h (Padre Miguel)

Tigre Do Coqueiro – 17h (Pedra De GuaratiBa)

Grbc Tô Nem Aí – 19h (Campo Grande)

Bloco Da Amizade – 20h (Sepetiba)

Confira os blocos de carnaval do Rio de Janeiro nesta sexta-feira

A sexta-feira de carnaval (9) no Rio de Janeiro deve reunir milhares de foliões em blocos tradicionais e irreverentes que desfilam no centro e nas zonas sul, norte e oeste da cidade.

Entre os destaques estão o Bloco das Carmelitas, que desfila às 13h em Santa Teresa, e o Bloco Embaixadores da Folia, marcado para as 18h no centro. 

Confira a lista de blocos oficiais do carnaval de rua do Rio de Janeiro nesta sexta-feira:

Bloco das Carmelitas – 13h (Santa Teresa)

Bloco Órfãos do Brizola – 15h (centro)

Bloco Banda Cultural do Jiló – 16h (Tijuca)

Bloco Carnavalesco Rio de Janeiro – 16h (Padre Miguel)

Bloco dos Ferroviários Aposentados  – 16h (Rocha Miranda)

Bloco Senta Que Eu Empurro – 16h (Catete)

Banda Bloco Confraria Boêmios da Lapa – 17h (centro)

Bloco dos Bancários Vestiu uma Camisinha Listrada e Saiu Por Aí – 17h (centro)

Cata Latas do Grajaú – 17h (Grajaú)

Grêmio Recreativo Bloco Carnavalesco Ninho dos Cobra Arsenal – 17h (centro)

Te Vejo Por Dentro… Sou da Radiologia – 17h (centro)

Banda Carnavalesca Vai Tomar no Azul – 18h (Engenho de Dentro)

Banda do Lido Copacabana – 18h (Copacabana)

Banda dos 300 – 18h (Grajaú)

B. C. Escorrega Mas Não Cai – 18h (Saúde)

Bloco Carnavalesco Rola Preguiçosa Tarda Mas Não Falha – 18h (Ipanema)

Bloco Da Sorveteria – 18h (Pedra de Guaratiba)

Bloco Das Piranhas Do Jefinho – 18h (Pedra de Guaratiba)

Educa Que Liberta Ou Cordão Do Paulo Freire E Ôh! Darcy – 18h (centro)

Embaixadores da Folia 18h (centro)

Grbc Tô Nem Aí -19h (Campo Grande)

Confira a programação dos blocos de carnaval no Distrito Federal

O carnaval de 2024 no Distrito Federal terá uma extensa agenda com blocos de rua, cortejos, trios elétricos, fanfarras e um circuito integrado, com programação para todos os gostos e públicos. Ao longo de 5 dias, a Secretaria de Cultura e Economia Criativa calcula que 1,7 milhão de foliões desfilarão pelas ruas do quadradinho.

Ao todo, 56 blocos de rua foram credenciados, muitos deles já conhecidos do público, como o tradicional Pacotão, que atravessa o Plano Piloto pela contramão na Avenida W3, na terça-feira (13), e os blocos Baratinha, Carnapati, Mamãe me Carrega e Menino da Ceilândia, que animam a criançada.

Este ano também terá novidade, com o Circuito Brasília em Folia, que funcionará de sábado (10) a terça-feira (13), com uma espécie de corredor da folia, que integrará, em cerca de 3 quilômetros de percurso, três plataformas de palcos e trios elétricos, com a passagem de 45 blocos de rua e fanfarras. 

A folia acontecerá das 10h às 19h entre o Setor Carnavalesco, no Setor Comercial Sul, a Plataforma Monumental, ao lado da Biblioteca Nacional, e a Plataforma da Diversidade, no Espaço Eixo Cultural Ibero-americano, com circulação pelo Eixo Monumental e via de serviço S2.

Segundo a produtora cultural Dayse Hansa, que coordena o Circuito Brasília em Folia, a ideia é facilitar a circulação sem que haja necessidade de um deslocamento de carro entre os blocos, durante um período mais diurno, com maior mobilidade e segurança. “Isso evita que as pessoas que eventualmente tenham ingerido álcool precisem pegar o carro e isso venha causar algum tipo de acidente”, disse.

A festa de Momo, que teve início uma semana antes do feriado com blocos como o Suvaco da Asa, o Beco Elétrico e a celebração de 10 anos do Bloco Cafuçu do Cerrado, ainda do pré-carnaval, retoma as ruas ainda nesta sexta-feira (9).

Tradicional e irreverente, o bloco de carnaval O Pacotão desfila pelas ruas da capital – Valter Campanato/Agência Brasil

Confira a agenda completa:

SEXTA-FEIRA (9)

Carnaval Urgente – 17h às 1h – Setor Bancário Sul, Quadra 2 (próximo ao Calaf)
Parece mas não é – 16h às 23h – QE 40 Final da Rua 21 – Polo de Modas – Guará II

SÁBADO (10)

Circuito Brasília em Folia – 10h às 19h – Setor Carnavalesco, Plataforma Monumental e Plataforma da Diversidade
CarnaVitrola – 16h às 22h – Eixão Norte, na altura da 211 Norte – Asa Norte
Mama Tá Difícil – 10h às 19h – Setor Comercial Sul – Asa Sul
Mvuka – 17h às 22h – Setor de Diversões Sul – Praça Central Conic – Asa Sul
Pais e Filhos – 10h às 16h – Mini Trio – Estacionamento 12 do Parque da Cidade – Asa Sul
Rebu O Bloco – 10h às 19h – Espaço Eixo Cultural Ibero-americano – Eixo Monumental
Concentra Mais Não Sai – 15h às 22h – EQN 404/405 – Asa Norte
Na Batida do Morro – 13h às 19h – Setor Comercial Sul (Quadras 4 e 5) – Asa Sul
Galinho de Brasília – 14h às 22h – SBS 3/4, estacionamento da Caixa Cultural – Asa Sul
Associação Recreativa Cultural Unidos do Cruzeiro (Aruc) – 16h às 22h – entre o Cruzeiro Novo e o Cruzeiro Velho – Cruzeiro
Bloco Baile da Piki – 14h às 22h – Praça Estação 16 Sul, em frente ao metrô Arniqueiras – Águas Claras
Mamãe Taguá – 13h30 às 20h30 – Taguaparque – Estacionamento do Centro Cultural – Taguatinga
Araaxxta – 16h às 00h – salão comunitário – Candangolândia
Brincantes do Gama – 15h às 19h – Praça Lourival Bandeira (do Cine Itapuã) – Gama
Calango Misturado – 14h às 19h – Quadra 2, Área Especial – Varjão
Bloco Alafia – 16h às 23h – EQNP 1/5 Área Especial – Ponto de Cultura Filhos do Quilombo – Ceilândia
CarnaRock – 14h às 22h – QNN Quadra 32 Área Especial G – Ceilândia

DOMINGO (11)

Circuito Brasília em Folia – 10h às 19h – Setor Carnavalesco, Plataforma Monumental e Plataforma da Diversidade
Baratinha – 13h30 às 20h30 – Parque da Cidade – Estacionamento 12 – Asa Sul
Deficiente é a Mãe – 11h – Unaparque – Parque da Cidade no Estacionamento 10 – Asa Sul
CarnaVitrola – 16h às 22h – Eixão Norte, na altura da 211 Norte – Asa Norte
Charretinha + Tropicaos – 12h às 19h – Praça da Igreja, Praça Nelson Corso, Quiosque da Maria – Lote 1 – Vila Planalto
Harmonia do Sampler – 15h às 20h – Primo Pobre – CLN 203, bloco D, Loja 73 – Asa Norte
DesMaiô – 11h às 16h – Setor Carnavalesco Sul – Asa Sul
Batunkejé – 15h às 19h – Praça da Resistência – Vila Telebrasília
Saruê Perfumado (encontro de fanfarras e grupos de percussão) – 13h às 19h – Avenida W3 – entre 506 e 508 Sul – Asa Sul
Ventoinha de Canudo – 16h às 22h – CLN 205/ 206 – Asa Norte
Bloco Tesourinha – 15h às 22h – Praça Central da SQN 410, em frente à Prefeitura Comunitária – Asa Norte
Vamos FullGil – 10h às 19h – Espaço Eixo Cultural Ibero-americano – Eixo Monumental
Raparigueiros – 17h às 23h – Setor Cultural da República, Biblioteca Nacional – Eixo Monumental
Bloco das Montadas – 10h às 18h – Setor Cultural da República, Biblioteca Nacional – Eixo Monumental
Samba da Mulher Bonita – 14h às 18h – Praça Central – Paranoá
Seca Pimenteira – 10h às 18h – Feira Permanente – Riacho Fundo II
Sem Eira Nem Beira – 16h às 21h – Praça São Sebastião (Praça da Igrejinha) – Planaltina
Menino de Ceilândia – 14h às 22h – CNM 01 – Estacionamento Fórum/BRB – Ceilândia
CarnaRock – 14h às 22h – QNN Quadra 32, Área Especial G – Ceilândia

SEGUNDA-FEIRA (12)

Circuito Brasília em Folia – 10h às 19h – Setor Carnavalesco, Plataforma Monumental e Plataforma da Diversidade
Deficiente é a Mãe – 15h às 18h – CRS 506 – W2 Sul, Infinu – 18h às 20h –
CarnaVitrola – 16h às 22h – Eixão Norte, na altura da 211 Norte
Vai com as Profanas – 10h às 16h – Setor Comercial Sul, Setor Carnavalesco – Asa Sul
Saruê Perfumado (encontro de fanfarras e grupos de percussão) – 13h às 19h – Avenida W3 – entre 506 e 508 Sul – Asa Sul
Bloco Sustentável do Patubatê – 15h às 19h – Setor Comercial Sul, Setor Carnavalesco – Asa Sul
Bloco Carnapati – 8h às 13h – Espaço Eixo Cultural Ibero-americano – Eixo Monumental
Concentra Mais Não Sai – 15h às 22h – EQN 404/405 – Asa Norte
Aparelhinho – 10h às 18h – Setor Bancário e Galeria dos Estados – Asa Sul
Bloco do Amor – 15h às 21h – Via de serviço S2 – Asa Sul
Divinas Tetas – 11h às 17h – gramado entre o Sesi Lab e a Biblioteca Nacional – Eixo Monumental
Baratona – 13h30 às 20h30 – Parque da Cidade no Estacionamento 12 – Asa Sul
Afro Àsé Dúdú – 16h às 22h – Taguaparque – Estacionamento em frente ao Centro Cultural – Taguatinga

TERÇA-FEIRA (13)

Circuito Brasília em Folia – 10h às 19h – Setor Carnavalesco, Plataforma Monumental e Plataforma da Diversidade
Bloco Têrêtêtê – 11h às 19h – W3 507 Sul – Colabora Mix – Asa Sul
Ventoinha de Canudo – 16h às 22h – CLN 205/ 206 – Asa Norte
Pega Ninguém – 15h às 19h – Circuito Carnavalesco – Setor Carnavalesco Sul – Asa Sul
Bloco Tesourinha – 15h às 22h – Praça Central da SQN 410 – Asa Norte
Pacotão – 14h às 20h30 – 302 Sul a 504 Norte, pela contramão da W3 – Asas Sul e Norte
Portadores da Alegria – 13h30 às 20h30 – Parque da Cidade no Estacionamento 12 – Asa Sul
Carnafamília – 16h às 00h – Parque de Exposições de São Sebastião – São Sebastião
CarnaSarau – 16h às 23h59 – Praça da Bíblia, QNP 19 – P. Norte – Ceilândia
Vem Kem Quer – 14h às 23h – Avenida Central (ao lado da UBS 01) – Estrutural
Filhos da Ema – 14h às 22h – Praça Central da Quadra 407 – Recanto das Emas
Groove do Bem – 16h às 23h – Taguaparque no estacionamento do Centro Cultural – Taguatinga

QUARTA-FEIRA (14)

Gagá…Vião do Cruzeiro – 10h às 20h – Estacionamento do Ginásio de Esportes – Q 811 – Cruzeiro Novo

Blocos de saúde mental espalham alegria pelas ruas do Rio

O Coletivo Carnavalesco Tá Pirando, Pirado, Pirou! abre alas para a loucura nesse domingo (4), antecedendo o carnaval oficial do Rio de Janeiro 2024. A concentração está marcada para as 14h, na Avenida Pasteur, na Urca, zona sul da cidade, próximo à Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), onde faz uma espécie de baile com marchas-rancho. Depois, já com apoio da bateria da Portela, começa a andar, com caminhão de som, por volta das 16h, em direção à Praia Vermelha. Quatorze sambas concorreram à escolha do samba enredo deste ano do bloco. Ganhou o samba de Flávia Cris e Diogo Tapler, do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Torquato Neto, de Del Castilho, zona norte do Rio.

Os componentes do coletivo Tá Pirando, Pirado Pirou são pacientes da rede pública de saúde mental do Rio de Janeiro, profissionais do setor, familiares e simpatizantes da causa antimanicomial. Embora atraia milhares de foliões, o desfile é construído por cerca de 100 pessoas, incluindo oficinas de artes, percussão, composição musical, registro fonográfico, escolha coletiva do enredo e concurso de sambas realizado no Rio Scenarium, tradicional casa de samba da Lapa.

O enredo deste ano é Loucas, Divinas e Maravilhosas: Mulheres que Mudaram o Mundo, homenageando mulheres importantes dos cenários brasileiro e internacional, como a psiquiatra Nise da Silveira; a rainha do rock, Rita Lee; a escritora e caricaturista Pagu; a pintora Djanira; a escultora francesa Camille Claudel; as Mães de Maio, da ditadura argentina, que eram chamadas As Loucas da Praça; a escritora Conceição Evaristo, entre outros nomes.

A camiseta traduz a homenagem por meio de uma flor, imaginada pelo ilustrador oficial do bloco, Samy das Chagas, que se trata no CAPS Franco Baságlia, em Botafogo, que ligou todos esses nomes como se fossem uma trama. A passista do bloco vai para a rua este ano fantasiada de Maria Felipa de Oliveira, escravizada liberta que defendeu a Ilha de Itaparica, na Bahia, da invasão dos portugueses.

Desfile acústico

As informações foram dadas à Agência Brasil pelo psicólogo psicanalista e especialista em saúde mental Alexandre Ribeiro Wanderley, cofundador e coordenador do bloco. “Quando o caminhão chegar em frente ao Pão de Açúcar, haverá a tradicional revoada de balões de gás, seguindo-se show em um palco montado no local. Em seguida, dando prosseguimento ao desfile, agora acústico, e de acordo com a tradição, se apresentarão blocos convidados, simpatizantes da causa de uma sociedade sem manicômio. Por causa do enredo de 2024, entre 18h e 19h, se apresentará nas areias da Praia Vermelha um bloco só de mulheres, o Mulheres Rendadas e, entre 19h e 20h, o bloco Vem Cá, Minha Flor”.

No carnaval do ano passado, o bloco criou um carro alegórico batizado A Barca dos Encantados, homenageando quatro fundadores da agremiação que morreram durante a pandemia da covid-19, com referências de várias tradições religiosas, trazendo, na frente, a figura de Iemanjá. “E a gente achou tão bonito que ele acabou incorporado ao desfile deste ano. Do ano passado para cá, a gente entendeu que surgiu uma nova tradição no bloco. Quando o desfile chega na praia, a gente joga as flores no mar e presta homenagem à Iemanjá”.

Carnaval 2024 – Bloco Tá Pirando Pirado Pirou – Pamela Perez/Divulgação

Hospício

O bloco foi fundado em dezembro de 2004, pegando carona no movimento cultural de revitalização do carnaval de rua do Rio. Nessa época, havia duas instituições psiquiátricas vinculadas, o hospital psiquiátrico Instituto Philippe Pinel e o Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Ipub/UFRJ). Hoje, se transformou em um bloco da rede pública de saúde mental, porque reúne CAPs de várias regiões do Rio. O primeiro desfile saiu no carnaval de 2005, ainda na Rua Laura Müller, em Botafogo, cuja associação era uma das fundadoras.

A mudança para a Avenida Pasteur se deu por uma questão de espaço e, também, por uma questão simbólica, em função de o lugar ter abrigado o primeiro hospício da América Latina, fundado pelo Imperador D. Pedro II, em 1852. “Ele tem essa dimensão político libertária. Um lugar, que já foi um espaço de confinamento, agora é o desfile que acaba nessa imagem de liberdade que é o mar. Muita coisa aconteceu nesses 20 anos”, disse Alexandre Ribeiro Wanderley.

A porta-bandeira do Tá Pirando Pirado Pirou é paciente do Ipub/UFRJ e o mestre-sala se trata no CAPS Franco Baságlia, em Botafogo. O intérprete do samba enredo é paciente do CAPS de Bangu. “E a gente mistura também com músicos e cantores profissionais. O bloco todo é feito nessa costura dentro e fora do setor de saúde mental, dando sempre esse destaque para os nossos usuários, com uma nova identidade que não aquela do psiquiatrizado”, explica Wanderley.

Império Colonial

Carnaval 2024 – Bloco Império Colonial desfila dia 6 de fevereiro- Império Colonial/Divulgação

Criado em 2009 por pacientes da saúde mental da antiga Colônia Juliano Moreira, em Jacarepaguá, o bloco Império Colonial traz como enredo em 2024 100 Anos de Transformação, 1 Ano de Folia. O desfile acontece na terça-feira (6), com concentração a partir das 14h e saída do cortejo a partir das 15h. A apresentação será feita no território da ex-colônia, que é considerado um sub-bairro de Jacarepaguá, zona oeste do Rio de Janeiro.

À época da criação do bloco, havia uma roda de samba, atividade desenvolvida pela Rede de Saúde do território. “Ela foi se tornando um bloco, muito pelo próprio movimento dos participantes”, disse à Agência Brasil o articulador do Centro de Convivência do Museu Bispo do Rosário, Artur Torres, que está à frente do bloco. Atualmente, o bloco tem 12 integrantes fixos, entre trabalhadores, comunidade e usuários da rede de saúde mental. Mas nas apresentações no território, chega a ter 20 ritmistas. Alguns só podem vir em apresentações específicas. “Mas o bloco é sempre aberto”, garantiu Torres.

Durante o ano, são realizadas oficinas carnavalescas, sempre estimulando a comunidade vizinha a participar através das letras. “Porque a gente tem um encontro de compositores e as letras vão trazendo a própria história da comunidade, do território da Colônia”. Este ano, o bloco terá a primeira ala infantil, resultado de parceria do Centro de Convivência em Saúde Mental com o Centro de Atenção Psicossocial Infanto-Juvenil (CAPSi).

Em relação ao enredo, Artur Torres esclareceu que o bloco não está comemorando a Colônia Juliano Moreira nem o manicômio em si. “A gente está comemorando o quanto esse território, com essa história que perpassa ali pelo manicômio, se transformou. O quanto a gente conseguiu modificar e transformar essa história em um ano de folia porque é o ano inteiro de centenário. E a gente vai fazer um ano inteiro de festa, de movimento, de novas transformações. Viva dona Nise da Silveira!”.

Diferente da maioria dos blocos de rua, o Império Colonial não escolhe um samba enredo a cada ano. Além do samba principal Alegria Geral, criado por todo o coletivo de compositores da agremiação e cantado a cada ano, o Império Colonial toca um repertório de sambas durante o percurso.

Iniciativas

O atual diretor do Museu Bispo do Rosário, Alexandre Trino, disse à Agência Brasil que o bloco mobiliza iniciativas relacionadas à arte e cultura na comunidade que se efetivam no carnaval, mas também com as atividades que, de alguma forma, no decorrer do processo de preparo para o carnaval, mobilizam a própria equipe do museu e do centro de convivência. “Tudo isso, de alguma forma, mobiliza os nossos participantes e efetivos do museu, que atuam em outras atividades ligadas à arte e à cultura e produzem uma identidade de ações relacionadas ao bloco em si”.

Trino explicou que o número de participantes cresce à medida que o desfile se aproxima e são realizados os preparativos para o cortejo. A agremiação se articula com outros blocos parceiros relacionados à luta antimanicomial no Rio de Janeiro, como o Loucura Suburbana.

Na avaliação de Alexandre Trino, o Império Colonial só traz benefícios aos ex-assistidos da Colônia Juliano Moreira e à vizinhança. “Acaba sendo uma estratégia de arte e cultura que produz inserção social desses ex-internos da colônia que hoje têm autonomia de vida e que, de alguma forma, interagem culturalmente com a proposta que o bloco oferece, não somente no desfile, mas em toda a montagem estrutural, que vai desde a escolha do samba, até a elaboração de adereços, alegorias, fantasias e tudo o mais.

Loucura Suburbana

A questão do tempo vai nortear o desfile do carnaval 2024 do bloco Loucura Suburbana, que concentra no dia 8, às 16h, no Instituto Nise da Silveira, com saída pelas ruas do bairro do Engenho de Dentro, zona norte do Rio, às 17h. A bateria Ensandecida acompanha os foliões, convocando a população para a “liberdade da loucura de amar”, adianta o coordenador técnico do Ponto de Cultura Loucura Suburbana, Richard Ruszynski. “Desta vez, ficou muito presente a questão do tempo para a gente: do passado, do presente e do futuro. Isso muito relacionado com a história do Loucura e do bairro”.

Bloco Loucura Suburbana desfila no dia 08 de fevereiro – PH Noronha/ Divulgação

O enredo se baseia na frase: “O samba da gente é nosso presente, passado e futuro”. Ruszynski acrescenta que “isso relaciona toda a história do Loucura com o bairro, que tem histórico de samba, de bloco de carnaval, com a saúde mental, com o Instituto Nise da Silveira. Daí surgiu a ideia de abordar isso este ano”.

O samba enredo foi escolhido no último dia 25 de janeiro. Concorreram 36 sambas, de autoria de usuários, trabalhadores e foliões de todos os gêneros e raças, mas o compositor Adilson Nogueira do Amaral, usuário do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Manoel de Barros, foi o vencedor com a música “Te amei, Te amo, Te amarei”. Adilson é tricampeão do carnaval do bloco, com sambas vencedores nos carnavais de 2014, 2015 e, agora, em 2024.

O bloco reúne profissionais de saúde, antigos assistidos do Instituto Nise da Silveira, familiares, pacientes atuais, pessoal das residências terapêuticas (RTs), pessoas que já não têm mais internação. “É muito bacana por isso. Acaba virando um ato também de solidariedade e de apoio à reforma psiquiátrica”, disse Richard Ruszynski. A porta-bandeira continua sendo Elisama Arnaud, que tem como mestre-sala Sidimar Marinho, ambos ex-assistidos pelo instituto. Mais de 2 mil pessoas, em média, participam do desfile.

Mais de 80 blocos desfilam no Rio no fim de semana antes do carnaval

Mais de 80 blocos de rua oficiais (autorizados pela prefeitura) desfilam ou se apresentam na cidade do Rio de Janeiro neste fim de semana, o último antes do carnaval. Segundo a programação oficial divulgada pela prefeitura, são 49 blocos neste sábado (3).

Já no início da manhã, milhares de foliões se dividiram entre o Céu na Terra, que desfila, desde 2001, com tradicionais marchinhas pelas ruas de Santa Teresa, na zona sul, e o Chora Me Liga, bloco sertanejo criado em 2010 que saiu no Centro da cidade.

Céu na Terra foi o primeiro bloco do ano para o estudante João Miranda, de 23 anos. “É um dos blocos tradicionais. É lotado, mas é legal ver a festa, ver gente feliz, se divertindo, com música boa”, conta.

Vestida com uma fantasia de abelhinha, a cadela da raça rottweiler Nutella era uma atração à parte nas ruas de Santa Teresa. “É o segundo ano dela. Esse ano ela caprichou na fantasia, porque assim ela ganha carinho [das pessoas]. Quando ela escutou o som do bloco ela já ficou agitada em casa para vir”, contou a engenheira Daniela Manger, moradora do bairro.

Para os cariocas e turistas que não acordaram tão cedo quando João e Nutella, no entanto, estão previstos quase 40 blocos para a tarde deste sábado, entre eles o Simpatia É Quase Amor, que desfila, a partir das 14h, pelas ruas de Ipanema, na zona sul da cidade.

Também há desfiles e apresentações no Centro e em outros bairros da zona sul (como Copacabana e Botafogo) e das zonas norte (como Tijuca, Ilha do Governador, Ramos, Abolição e Irajá) e oeste (como Jardim Sulacap, Sepetiba e Barra da Tijuca).

No bairro do Maracanã, na zona norte, por exemplo, tem o Põe na Quentinha?, fundado pelo fotógrafo Berg Silva, que faz a folia, parado, na Praça Niterói, a partir das 14h. Este ano, o bloco se dedicará a arrecadar livros e alimentos não perecíveis, para beneficiar a população do Morro dos Macacos, em Vila Isabel.

Domingo

No domingo (4), estão previstos mais 34 blocos oficiais, em vários bairros cariocas. logo no início da manhã, já tem blocos no Centro da cidade, como o Bloco da Favorita, o Cordão do Boitatá e o Fogo e Paixão, todos começando entre as 7h e as 8h.

“Às vésperas de mais um desfile do bloco brega Fogo e Paixão, o frio na barriga contrasta com o calor que sempre domina o Largo de São Francisco de Paula. Certamente seremos muito felizes neste domingo e pode apostar que não vai faltar brilho!”, conta Pedro Martins, um dos organizadores do Fogo e Paixão, que estreou no carnaval em 2011.

“O bloco é brega”, resumiu à Agência Brasil outro organizador do Fogo e Paixão, João Marcelo Oliveira.  “Nós somos um bloco de música brega; nosso visual é brega. O repertório é brega. Quanto mais brega, melhor. A gente adora brega”.

As músicas tocadas são as dos grandes ícones bregas, como Sidney Magal, Reginaldo Rossi, Rosana, Fagner. “Nosso padrinho é o Wando”. Mas o bloco toca os bregas mais atuais também. “As sofrências, os funks mais bregas entram também no repertório. A gente tem sorte de ter escolhido um tema que continua sempre produzindo material.”

João Marcelo afirmou que o bloco faz questão de descaracterizar a palavra brega como ela era usada de forma pejorativa. “O brega, para a gente, não é ruim. Para nós, o brega é muito. É aquela sofrência demais, o colorido demais. É excesso de alegria, de fogo, de paixão. Para a gente, isso é o brega”. A bateria do Fogo & Paixão é denominada Sem Limite e composta por 140 integrantes, além de dois cantores, dois sopros e um guitarrista. A equipe de produção e apoio tem entre 25 e 30 pessoas.

Ainda na manhã de domingo, tem Suvaco de Cristo (no Jardim Botânico), o infantil Gigantes da Lira (em Laranjeiras) e Empolga às 9h (em Ipanema), todos na zona sul. Ao longo do dia haverá desfiles e apresentações também em outros bairros como Méier, Grajaú, São Cristóvão e Engenho de Dentro (na zona norte), além de Vila Valqueire e Bangu (na zona oeste).

Pelo menos 129 blocos de rua cancelam a participação no carnaval de SP

Pelo menos 129 blocos de carnaval de rua desistiram de desfilar na capital paulista neste ano, muitos deles, são grupos menores e de periferia. Representantes alegam falta de recursos financeiros, falta de organização da prefeitura para viabilizar o evento e pouco tempo entre a licitação para a definição do patrocinador da prefeitura e o evento.

Emerson Boy, fundador do Bloco Jegue Elétrico, existente há 24 anos, conta que desde o início o bloco sempre saiu nos quatro dias de carnaval, porém, no ano passado, foi preciso diminuir um dia para viabilizar o desfile. Em 2024 a ideia era continuar com os três dias, mas também foi preciso desistir de mais um dia. “Eu inscrevi o bloco em três dias e pensei em desistir de dois, mas consegui desistir de só um. Tudo por questão financeira. E porque o edital definindo quem ia bancar o carnaval demorou para sair. Por isso ficamos indeciso para conseguir apoios, correr atrás de patrocínios. É tudo muito fechado, mal organizado por essa prefeitura”, reclama.

O carnavalesco alega que há muitas dificuldades em colocar um bloco na rua e ressalta que a organização não tem retorno financeiro. “Nós fazemos um esforço para trabalhar pelo carnaval da cidade, trazer esses momentos de felicidade para os foliões, para o povo de São Paulo, para ocupar as ruas e humanizar as ruas com alegria. O carnaval é uma festa muito grande para a cidade, por isso estamos tristes, porque não recebemos nenhum apoio”.

Responsável pelo maior bloco da zona leste, o Bloco Tatuapé, Gustavo Leman diz que espera conseguir fazer o desfile, mas ainda está muito difícil garantir. Neste ano o bloco completa dez anos, mas a falta de patrocínio está se mostrando como um grande impeditivo para a comemoração. “O bloco é o maior da zona leste, é o único megabloco decentralizado, reúne 50 mil pessoas, mas por sermos da zona leste acabamos sendo desinteressantes para as grandes marcas. Por isso, para nós, é sempre um pouco mais difícil, mas este ano foi o pior”.

Leman reclamou que os grandes protagonistas, que são os blocos e os organizadores, ficam apenas com as dificuldades para fazer o carnaval acontecer nas ruas da cidade. “A gente faz uma grande festa linda para a cidade que ganha muito, gera emprego, movimento, muito dinheiro, mas nós que estamos fazendo isso acontecer não conseguimos encaminhar as coisas. Isso é triste porque cada bloco tem sua importância junto com a pessoa física que o criou, além de representar muito para quem o frequenta”, reforçou.

Apesar das dificuldades, Leman diz acreditar que conseguirá fazer o desfile de dez anos, já que uma marca local resolveu apoiar o projeto, após a indicação de uma rede de comerciantes da área. “Obviamente isso não garante o desfile, não tranquilizou a ponto de termos certeza de que ele vai ocorrer da forma que se deve”.

O membro do Fórum de Blocos de São Paulo José Cury disse ser difícil fazer a contagem exata de todos os desistentes. Segundo ele, as desistências começaram a acontecer logo após a inscrição em outubro, já que muitos grupos se inscrevem mesmo sem ter certeza de que vão obter dinheiro suficiente para viabilizar o bloco.

“Muitos dizem que o bloco não foi competente para conseguir o patrocínio, mas a realidade é que a gente não tinha nem certeza de quem era o patrocinador da prefeitura. Assim as marcas ficam segurando até a licitação sair. E se ganham não patrocinam os blocos porque a verba já está comprometida. De certa forma a prefeitura prejudica a relação comercial dos blocos. E blocos maiores não precisam fazer muita coisa para conseguir, porque as marcas se interessam”, disse.

Prefeitura

Segundo a prefeitura, o Carnaval de Rua 2024, que começa neste sábado (3) e vai até o dia 18 de fevereiro, tem número recorde de blocos confirmados, com 536 desfiles, 16% a mais do que no ano passado, e está com toda a infraestrutura organizada para receber os mais de 15 milhões de foliões esperados para este ano.

O patrocínio geral será da Ambev, que venceu a licitação ao apresentar o lance de R$ 26,6 milhões no pregão realizado pela prefeitura no dia 16 de janeiro. Os valores servem para cobrir os custos da prefeitura com a realização do evento. No caso dos  blocos, o patrocínio é individual.

“Os blocos captam diretamente os patrocínios com as empresas. É bom deixar claro que não é a prefeitura que faz o pagamento para os blocos do carnaval de rua. Os blocos são autônomos, independentes, e o recurso que eles buscam, e sempre buscaram, foi direto do privado. Agora, se o privado resolve não patrocinar, aí a prefeitura não tem o que fazer”, disse o prefeito Ricardo Nunes.

Ainda assim, a prefeitura criou um plano de fomento para que os blocos com mais tradição na cidade tenham um incentivo a mais. A administração vai aportar R$ 2,5 milhões para 100 blocos (R$ 25 mil para cada) como forma de incrementar as atividades dos grupos que atuam na festa carnavalesca.

Segundo as informações da prefeitura, em 2023, 213 blocos cancelaram seus desfiles, enquanto neste ano foram 129. “Lógico que num evento desse tamanho, com centenas de blocos participando, pode ter um ou outro que desista Se algum bloco ou outro desiste, aí é um problema único e exclusivamente dele, de uma organização dele. A gente gostaria que não desistisse”, afirmou Nunes.

Campina Grande revoga decreto que restringia desfile de blocos

A prefeitura de Campina Grande (PB) voltou atrás e revogou um decreto municipal que proibia blocos carnavalescos de desfilarem por alguns dos principais pontos da cidade. A anulação do decreto da última segunda-feira (15) foi anunciada nesta quinta (18), pelo prefeito Bruno Cunha Lima.

“Acabamos de anular o decreto que nasceu de um TAC [termo de ajustamento de conduta] assinado com o Ministério Público [MP] e que regulamentava os locais dedicados aos festejos de carnaval”, escreveu o prefeito em sua conta pessoal na rede social X (antigo Twitter).

Segundo Lima, o decreto anterior não visava à proibição da festa, “mas sim garantir segurança e organização” para a população em geral. O decreto revogado estabelecia que os blocos não poderiam sair pelas ruas de alguns bairros entre os dias 8 e 13 de fevereiro, nem se reunir próximo a hospitais, clínicas, instalações policiais, terminais rodoviários e shoppings.

“Não vejo problema em voltar atrás de uma decisão/solução quando se tem uma solução ainda melhor”, acrescentou o prefeito, revelando ter discutido a medida com organizadores do maior grupo local e “chegado a um consenso que permitiu compatibilizar os horários/itinerários do bloco com o Carnaval da Paz” – evento religioso realizado anualmente, durante o período de carnaval, e para o qual o decreto revogado reservava o direito de acontecer na região central da cidade.

Anunciada a revogação da proibição, a prefeitura publicou, em sua página na internet, uma nova convocatória para que blocos, escolas de samba, “bois” e demais grupos carnavalescos se cadastrem na Secretaria de Desenvolvimento Econômico para participar do Campina Folia e Carnaval Tradição 2024.

O cadastramento será realizado até as 12h do próximo sábado (20), por meio de formulário disponível na internet. “Vale frisar que os já cadastrados no período de 8 a 12 de janeiro não necessitam realizar novo cadastro. A reabertura do cadastro visa à identificação de possíveis novos eventos na cidade”, explicou a prefeitura ao listar os requisitos necessários. Amanhã (19), a partir das 9h, haverá uma reunião no Teatro Municipal Severino Cabral, na qual a prefeitura promete ampliar as tratativas com os representantes dos grupos interessados.

“O compromisso da gestão municipal é de sempre promover um diálogo contínuo com a sociedade. Sendo assim, após realizarmos o período de credenciamento entre os dias 8 e 12 de janeiro, a prefeitura reabre o cadastramento até o próximo sábado, garantindo um prazo maior para o cadastro de novos blocos e eventos carnavalescos”, salientou a secretária de Desenvolvimento Econômico, Tâmela Fama.

Rio terá postos médicos no circuito de blocos

A Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro (SMS) preparou esquema especial de atendimento pré-hospitalar nas áreas de maior concentração de público do carnaval de rua na cidade, nos bairros do centro, de Copacabana e Ipanema. São quatro postos médicos que darão suporte a um total de 47 blocos.

O esquema começa a operar no centro no próximo fim de semana, dias 20 e 21 de janeiro, quando desfilam os dois primeiros megablocos da temporada, o Carrossel de Emoções e o Chá de Alice.

A estrutura da secretaria conta ao todo com 16 leitos, sendo quatro de suporte avançado (um em cada posto), além de 20 poltronas de hidratação e 142 ambulâncias avançadas para transferência dos casos mais graves para UPAs ou hospitais da rede. As remoções serão coordenadas pela Central Municipal de Regulação. No total, serão 200 profissionais na assistência aos foliões.

No centro são dois postos localizados na Praça Ana Amélia e no Largo da Carioca e que funcionarão nos dias 20, 21, 27 e 28 de janeiro e 3, 4, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 17 e 18 de fevereiro. O posto de Ipanema fica na Praça Nossa Senhora da Paz e dará suporte também aos blocos que desfilam na Lagoa e no Leblon, nos dias 27 e 28 de janeiro; 3, 4, 9, 10, 11, 12, 13 e 18 de fevereiro. Em Copacabana, atendendo ainda aos foliões dos blocos do Leme, o posto fica na Praça do Lido e funcionará nos dias 10, 13 e 17 de fevereiro.