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Preço de enterros triplica após concessão de cemitérios em SP

A concessão da gestão dos cemitérios municipais à iniciativa privada, repassada às administradoras em março do ano passado, elevou os preços dos enterros e cremações na cidade de São Paulo. Levantamento do Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo (Sindsep) mostrou que os valores de pacotes para realização do funeral mais que triplicaram em cemitérios da cidade após a concessão.

Quatro empresas assumiram a administração do serviço funerário na capital paulista. Ao todo, são 22 cemitérios públicos e um crematório. Os contratos preveem que as concessionárias são responsáveis pela operação dos serviços, gestão, manutenção, exploração, revitalização e expansão das unidades. A vigência do contrato de concessão é de 25 anos.

“A principal questão é o valor do serviço que aumentou muito. Essa é a principal denúncia que existe, os preços são exorbitantes. E é facilmente comprovado pela tabela que eles próprios [empresas] divulgam”, disse o secretário de assuntos jurídicos do Sindsep, João Batista Gomes. Ele avalia que a alta nos preços está diretamente ligada à concessão das unidades. O levantamento contempla as duas empresas que disponibilizam os valores no site, cujas concessões abrangem 11 cemitérios.

Ele relatou que a privatização prejudicou também o encaminhamento de denúncias, já que todos os servidores municipais foram deslocados e substituídos por funcionários das empresas. “Esses trabalhadores até tem sindicato, mas é muito frágil a relação [de trabalho] deles. Então o pessoal tem medo de denunciar”, disse Gomes.

O vereador Hélio Rodrigues afirma que, desde o início da concessão, recebeu inúmeras denúncias sobre os cemitérios e as cobranças indevidas realizadas pelas concessionárias. Ele reiterou a relação entre a privatização e o encarecimento do serviço. “Sem dúvida, esses reajustes são consequência da concessão. Também existem muitos relatos de cobranças de valores diferentes do que consta nas tabelas oficiais e falta de transparência em relação aos valores praticados”, relatou.

“Também tivemos muitas denúncias dos trabalhadores, como é o caso dos jardineiros e empreiteiros autônomos que prestam serviços nos cemitérios e estão regulamentados por uma portaria do município, mas sofrem assédio frequente das concessionárias que dificultam seu acesso aos locais, abordagem a famílias e a realização de seus trabalhos. Nosso mandato conseguiu a renovação da autorização de trabalho até dezembro de 2024”, acrescentou.

Os encaminhamentos do parlamentar incluem ofício para a Secretaria Nacional dos Direitos do Consumidor noticiando a cobrança indevida de diversos serviços, como a tanatopraxia (um tipo de limpeza do corpo) em duplicidade, e representações ao Tribunal de Contas do Município (TCM) sobre auditoria nos cemitérios.

O TCM reconheceu a falta de informações divulgadas pelas empresas acerca da gratuidade e dos preços dos funerais aos munícipes. O tribunal reconheceu também o descumprimento de uma comunicação visível e de fácil acesso aos munícipes informando que não são obrigados a contratar o serviço de jardinagem e manutenção dos jazigos diretamente com a concessionária, e que eles têm a livre escolha de contratação de profissionais autônomos.

Até janeiro deste ano, as concessionárias atuaram com acompanhamento do Serviço Funerário do Município de São Paulo, como parte da fase de implementação. A Agência Reguladora de Serviços Públicos do Município de São Paulo (SP Regula) é responsável pela fiscalização e gestão contratual das concessões.

Prefeitura

A prefeitura de São Paulo informou, em nota, que a qualidade dos serviços e o cumprimento de todas as cláusulas contratuais da concessão são monitoradas periodicamente pela SP Regula. “É fundamental que os munícipes formalizem as reclamações ou sugestões por meio da Ouvidoria Geral do Município, do site da SP Regula ou pelos canais de atendimento SP156. Todos os casos são rigorosamente apurados”, diz a nota.

“O funeral social (pacote mais barato comercializado hoje) custa R$ 566,04, ou seja, 25% mais barato do que o pacote ‘Jasmim’, que era o mais barato antes da concessão (R$ 754,73). Os demais pacotes mantiveram os preços de 2019, com apenas a correção prevista no primeiro ano de contrato”, acrescentou a prefeitura.

A nota diz ainda que “desde o início da concessão, houve avanços na qualidade dos serviços, com a implementação de padrões mínimos para urnas funerárias e cinerárias, definição do tempo de velório e monitoramento do corpo”.

Celso Vitor Souza, de 61 anos, disse que a concessionária do cemitério Vila Nova Cachoeirinha não presta informações que esclareçam sobre as antigas concessões de uso de jazigo, feitas antes da concessão dos cemitérios à iniciativa privada. Este é o caso de sua família, que está sendo cobrada em R$ 20 mil para renovação da concessão de uso. No local, foram enterrados os pais e irmão de Celso.

“Em julho deste ano, a família foi realizar a exumação [do meu irmão] e foram impedidos. Os agentes funerários alegaram que a concessão venceu e era necessário o pagamento de R$ 20 mil. Procurei a Defensoria Pública, que exigiu as informações por escrito. Só então foi permitida a exumação. No entanto, até o momento continuo sem saber quais são os meus direitos com relação ao túmulo da família”, relatou Celso.

Rio contrata novo laboratório após casos de transplantes com HIV

A Secretaria de Estado da Saúde do Rio de Janeiro anunciou nesta sexta-feira (1º) a contratação do laboratório Blessing para a prestação de serviços em 11 unidades de saúde da rede estadual. Ele vai substituir o PCS Lab Saleme, envolvido no caso dos transplantes com órgãos infectados com HIV, descoberto no último dia 11 de outubro.

O novo contrato foi celebrado no valor de R$ 11,325 milhões em caráter emergencial. O Hemorio seguirá realizando os exames de sangue dos doadores de órgãos, informou a pasta.

Hoje, mais cedo, o Tribunal de Contas do Estado do Rio (TCE-RJ) determinou que o governo fluminense suspenda qualquer pagamento ao laboratório Patologias Clínicas Dr. Saleme (PCS Saleme), cujo contrato com a Fundação Saúde, vinculada à Secretaria Estadual de Saúde, foi suspenso em 12 de setembro. Mesmo assim, de acordo com o TCE-RJ, entre 18 de setembro e 1º de outubro, foram autorizados quatro pagamentos, no valor total de R$ 1,2 milhão.

O TCE-RJ determinou ainda que não haja prorrogação de vigência de quaisquer negócios com o PCS Saleme, que informe os contratos que abrangiam os exames e que resultaram na infecção dos seis pacientes, que indique as motivações técnicas utilizadas para justificar a terceirização dos serviços laboratoriais, que encaminhe planilhas referentes aos pagamentos concluídos e pendentes em favor do laboratório e que informe como estão sendo prestados os serviços anteriormente realizados pelo PCS Saleme.

Arthur Elias vê evolução da seleção feminina após 3 a 1 sobre Colômbia

Eleito o terceiro melhor técnico de futebol feminino na última temporada 2023/2024 pela Revista France Football, Arthur Elias elogiou o desempenho da seleção brasileira que derrotou por 3 a 1 a Colômbia, no segundo amistoso disputado na noite de terça-feira (29), em Cariacica (ES). A atuação da equipe que passa por renovação após a prata olímpica em Paris, superou as expectativas, já que o primeiro jogo contra as rivais sul-americanas terminou em empate em 1 a 1. As partidas foram o pontapé inicial da preparação da seleção para a Copa do Mundo Feminina de 2027, que pela primeira vez ocorrerá no Brasil.  

”A gente iniciou o jogo de uma maneira muito consciente, com intensidade, com velocidade, criando vantagens em todos os setores de campo, levando muito perigo ao gol colombiano, o primeiro tempo poderia ter acabado com quatro, cinco gols para o Brasil”, analisou o treinador, durante coletiva após a vitória.

Solta o grito, @Isa_Haas_! O primeiro gol com a Amarelinha é sempre inesquecível! Brilhou, minha zagueira! 💛⚽️

📸 Lívia Villas Boas / CBF pic.twitter.com/IsnZAmDs7B

— Seleção Feminina de Futebol (@SelecaoFeminina) October 29, 2024

Arthur Elias pôde testar em campo 12 das 13 convocadas por ele pela primeira vez, desde que assumiu a equipe há pouco mais de um ano. Os principais destaques entre as novas integrantes foram a zagueira Isa Hass (Internacional) e a atacante Gio Queiroz (Atlético de Madrid), de volta à seleção após dois anos. Ambas balançaram a rede no embate de terça (29).

“Foi a primeira convocação depois do resultado histórico na Olimpíada de Paris. A gente não pode ficar pensando no que já passou. Temos que pensar pra frente. Esse é um grupo muito jovem, que trabalhou muito bem no dia a dia, nos treinamentos, com entendimento, com compromisso, com sede de aprender o modelo de jogo, de se identificar com a seleção, de gostar de estar aqui e de vestir essa camisa com confiança”.

Aquele sentimento de orgulho e amor pela Amarelinha! Vamos juntas, @GioGarbelini! 💛

📸 Lívia Villas Boas / CBF pic.twitter.com/ZHNPPWLKJ4

— Seleção Feminina de Futebol (@SelecaoFeminina) October 30, 2024

A seleção encerra a temporada 2024 fora de casa, com dois amistosos contra a Austrália, na última Data Fifa. O primeiro em 28 de novembro (uma quinta-feira) e em 1º de dezembro (domingo). A programação (convocação e datas de apresentação) ainda serão anunciadas pela Confederação Brasileira de Futebol).  

No ano que vem a seleção disputa a Copa América Feminina, de 12 de julho e 2 de agosto.

Após morte de torcedor, federação proíbe Mancha Alvi Verde em estádios

Após a morte de um torcedor do Cruzeiro no último domingo, a Federação Paulista de Futebol (FPF) decidiu proibir a entrada da Mancha Alvi Verde – principal torcida organizada do Palmeiras – em jogos realizados nos estádios e arenas do estado de São Paulo.

A medida havia sido recomendada pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (MPESP), que abriu investigação sobre o caso.

Para o MP, o ocorrido demonstrou que as torcidas organizadas agem como “facções criminosas”. “O enfrentamento de grupos formados por pretensos torcedores da Sociedade Esportiva Palmeiras e do Cruzeiro Esporte Clube resultou, infelizmente, em um saldo trágico, deixando diversos feridos e um morto. Tal episódio é inaceitável e representa uma grave afronta à segurança pública e à convivência pacífica em nossa sociedade”, escreveu o procurador-geral de Justiça, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa.

Um torcedor do Cruzeiro, de 30 anos, morreu no último domingo após um ônibus da torcida organizada Máfia Azul ter sido interceptado por torcedores da Mancha Alvi Verde, do Palmeiras, na Rodovia Fernão Dias, perto da cidade de Mairiporã, na região metropolitana de São Paulo. De acordo com a Polícia Civil, que também investiga o caso, houve uma emboscada.

Envolvidos identificados

Hoje (30), a Delegacia de Polícia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (Drade) informou que parte dos envolvidos nessa emboscada aos torcedores do Cruzeiro já foi identificada. “A autoridade policial segue empenhada no esclarecimento dos fatos”, acrescentou.

Em nota divulgada no domingo (27), a Federação Paulista de Futebol havia lamentado o ocorrido. “O atentado, promovido por bandidos que usam indumentárias alusivas ao futebol e a clubes, é mais um triste episódio que deve ser severamente punido pelas autoridades competentes. O futebol jamais pode ser usado como pretexto para que indivíduos cometam crimes, e a FPF atuará sempre para que o esporte seja um ambiente de paz, entretenimento e transformação social positiva”, informou a federação.

A Mancha Alvi Verde ainda não se manifestou sobre a decisão. Mas negou que tenha sido responsável pelo ocorrido. “Lamentamos profundamente mais esse triste acontecimento e manifestamos nossa solidariedade e demonstramos nossa consternação aos familiares da vítima, repudiando com veemência tais atos de violência. Queremos, desde já, deixar claro que a Mancha Alvi Verde não organizou, participou ou incentivou qualquer ação relacionada a esse incidente. Com mais de 45 mil associados, nossa torcida não pode ser responsabilizada por ações isoladas de cerca de 50 torcedores, que desrespeitam os princípios de paz que promovemos e defendemos”, diz a nota.

Defesa de bandeiras de Marielle continua após sua morte, diz assessora

“Nem quando morreu, ela parou”. A frase é a explicação de Fernanda Chaves, ex-assessora da vereadora Marielle Franco (Psol), sobre como era a presença da parlamentar por onde ela passava, durante o julgamento dos ex-policiais Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, que começou na manhã desta quarta-feira (30) no 4º Tribunal do Júri do Rio, no centro da cidade.

Fernanda, sobrevivente no ataque, que resultou nos assassinatos de Marielle e do motorista Anderson Gomes, no dia 14 de março de 2018, contou que se os que promoveram o ataque pensaram que a morte da parlamentar acabaria com a defesa das suas bandeiras, se enganaram”.

“É difícil ver nessas manifestações. Quando a gente tem que dizer ‘Marielle Vive’ eu sinto um negócio atravessado e quase não consigo dizer, porque ela não está aqui, não posso abraçá-la, não consigo sentir o cheiro dela. É dolorido demais, mas, ao mesmo tempo, o que a Marielle significa. O que ela é de essência, está inteiro. Essas pessoas que pensaram e desejaram interromper Marielle, elas não conseguiram interromper. Elas tiraram Marielle da gente, mas não conseguiram interromper o que significa Marielle. Vão passar o resto das vidas delas infelizes tendo que ouvir Marielle Vive, tendo que se deparar com leis pensadas pelo mandato dela e por ela, tendo que ver a cara dela em muros pelo mundo afora, placas de rua. Não interromperam Marielle”, afirmou respondendo a uma representante da assistência de acusação.

A jornalista Fernanda Chaves, foi a primeira testemunha a depor no julgamento. A juíza Lucia Glioche, titular do 4º Tribunal do Júri do Rio, disse logo de início que diante da qualidade de vítima não pediria a ela que fizesse o compromisso de falar a verdade e a orientou: “O que não souber, diga que não sabe; o que não quiser responder, diga que não quer responder; o que não se lembrar, diga que não se lembra”, pontuou a juíza.

Além do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), puderam fazer perguntas à testemunha, representantes de assistentes de acusação e da defesa dos réus.

A primeira pergunta que respondeu foi sobre o como passou o dia dos assassinatos. Fernanda lembrou que aquele 14 de março de 2018 começou como um dia normal de trabalho. Por volta das 18h a vereadora saiu para o compromisso na Casa das Pretas, na Lapa, centro do Rio, onde participaria de uma roda de conversa com mulheres. Fernanda foi se encontrar mais tarde com Marielle lá e saiu no carro dirigido por Anderson com a vereadora, que tinha urgência de chegar em casa. A jornalista contou que costumava pegar carona porque eram vizinhas no bairro da Tijuca, zona norte da cidade.

Diferente do que costumava acontecer, Marielle preferiu ficar no banco de trás porque estava cansada. No caminho conversavam e ficaram lendo mensagens no celular. Marielle pediu para ouvir o jogo do Flamengo. Quando passavam pelo bairro do Estácio, na zona norte, Fernanda revelou que ouviram uma rajada de tiros, sem entender o que estava ocorrendo, em um ato de reflexo se curvou atrás do banco onde estava o motorista e de lá pôde ver quando ele abaixou o braço direito e reclamou de dor. Ao lado dela, Marielle não esboçava reação. “Marielle estava imóvel, senti o braço dela por cima de mim, o peso do corpo dela. Eu estava sem cinto, por isso consegui me abaixar atrás do banco”, relatou.

“Eu acreditava que tinha acabado de passar pelo meio de um tiroteio, até porque infelizmente isso é o Rio de Janeiro, então, na minha cabeça precisava sair do carro para pedir ajuda”, completou, acrescentando que em seguida, algumas pessoas que estavam na calçada em frente começaram a se aproximar. Ainda confusa com a situação pediu ajuda para chamar uma ambulância ao local.

A testemunha contou que teve a sua vida transformada pelos assassinatos e até hoje passados quase 7 anos do ataque não conseguiu voltar ao gabinete onde Marielle exercia o mandato. Logo após o atentado recebeu o apoio da Anistia Internacional e se mudou para Madri, na Espanha, na condição de proteção de testemunha. Foi junto com o marido Marcelo e a filha de seis anos na época Rosa, afilhada de Marielle. Todos tiveram suas atividades alteradas. O marido precisou fechar o escritório e a filha deixou a escola. Na volta ao Brasil foi morar fora do Rio e ainda com dificuldade de encontrar um emprego na área que atua como assessora política. Entrou em um programa de proteção dos direitos humanos. “Março de 2018 nunca saiu de dentro da gente”,disse.

Como amiga de Marielle, que também era madrinha de seu casamento, Fernanda sente a tristeza de não ter podido estar no velório e no enterro. “Foi muito doloroso para mim. Eu fui obrigada a não participar dos ritos da Marielle. Marielle era madrinha da minha filha, não pude ir para o velório, não pude ir para o enterro, eu fui impedida. As pessoas acham glamuroso estar fora do Brasil, mas eu sequer conseguia desfazer as minhas malas” revelou.

A jornalista comentou que o mandato de Marielle era muito voltado às questões de direitos humanos e que a parlamentar se preocupava com a situação de moradia, além da questão de gênero, que era uma paixão dela. “Para falar em moradia tem que falar da questão das mulheres, que em geral estão à frente das famílias”, observou.

“No parlamento ela também tinha esse envolvimento de agregar acolhendo todas as demandas ainda que não fossem as que levaram ela aos 46 mil votos [recebidos por Marielle na sua eleição]”

Fernanda Chaves respondeu ainda ao MP como era a Marielle do conjunto de favelas da Maré. “Tinha orgulho de dizer que o pai era um dos primeiros moradores da maré e que tinha memória das palafitas [antes da urbanização as casas dessa comunidade eram construídas sobre palafitas]”.

“É difícil descrever a Marielle, porque ela era muita coisa. Marielle tinha muito amor. Marielle queria viver muito e tudo. Queria experenciar tudo que fosse possível. Eu falei para ela em vida nas discussões de como vai ser, como vai ser a eleição. Na época, ventilava-se que deveria ser senadora. Eu pude dizer para ela, porque acredito nisso, que ela ia ser o que quisesse. O dia que ela cismasse ser presidenta, seria desde que ela quisesse. Ela foi sempre para onde queria. Sempre conseguiu realizar o que queria mesmo que o mundo tentasse atrapalhar, como atrapalha a trajetória de pessoas negras, de mulheres, de mulheres faveladas e periféricas, LGBTQI”, comentou.

No fim do depoimento, a juíza questionou se algum jurado queria fazer pergunta, mas ninguém quis. Como também o representante da defesa de Élcio Queiroz.

Dólar fecha no maior valor desde março de 2021 após fala de Haddad

Em dia de turbulências no mercado interno e externo, o dólar superou a barreira de R$ 5,75 e fechou no maior valor desde março de 2021. A bolsa de valores chegou a abrir em alta, mas caiu até fechar próxima da mínima do dia.

O dólar comercial encerrou esta terça-feira (29) vendido a R$ 5,756, com alta de R$ 0,053 (+0,92%). A cotação chegou a cair durante a manhã, chegando a R$ 5,69 por volta das 11h30, mas disparou durante a tarde e intensificou a alta perto do fim do dia, após declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, até fechar próxima da máxima.

A moeda norte-americana está no maior nível desde 30 de março de 2021. A divisa acumula alta de 5,75% em outubro e de 18,61% em 2024.

No mercado de ações, o dia também foi marcado pela volatilidade. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 130.730 pontos, com queda de 0,37%. O indicador chegou a abrir em alta, mas inverteu o movimento e passou a cair ainda durante a manhã.

Tanto fatores domésticos como internacionais influenciaram o mercado financeiro. No mercado global, as moedas latino-americanas tiveram forte depreciação por causa das tensões eleitorais nos Estados Unidos. Caso o candidato republicano Donald Trump vença, uma nova rodada de aumento de tarifas comerciais fortalecerá o dólar em todo o planeta. Além do real, o peso chileno e o peso colombiano registraram desvalorização expressiva nesta terça.

No mercado doméstico, os investidores receberam mal declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de que o pacote de corte de gastos ainda não tem números fechados nem data de divulgação. Apesar de Haddad ter dito que se reuniria com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva somente na quarta-feira, o encontro foi antecipado para a noite desta terça no Palácio da Alvorada.

Lula vai a hospital e retira pontos de corte após queda

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve na unidade do Hospital Sírio-Libanês, em Brasília, na tarde desta segunda-feira (28), para retirar os cinco pontos do corte sofrido na região da nuca, após um acidente doméstico ocorrido no último dia 19, quando sofreu uma queda enquanto usava o banheiro, no Palácio do Alvorada, residência oficial. O procedimento, considerado simples, foi confirmado pela assessoria da Presidência da República e durou poucos minutos.

Exames de imagem realizados logo após a queda mostraram uma pequena hemorragia no cérebro do presidente, e a equipe médica recomendou, por precaução, que ele evitasse viagens de longa distância.

Na ocasião, Lula cancelou a viagem que faria para participar da Cúpula de Líderes do Brics, bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, em Kazan, na Rússia. O presidente também teve de cancelar sua ida à Conferência da Biodiversidade (COP160, em Cali, na Colômbia, que seria nesta semana.

Na última avaliação médica, feita na sexta-feira (25), o quadro de saúde mostrou-se estável, com a indicação de que o presidente continua apto a exercer sua rotina de trabalho em Brasília. Novas avaliações devem ocorrer nos próximos dias.

Ricardo Nunes agradece vitória após campanha polarizada

O prefeito reeleito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), subiu ao palanque cerca de meia hora após o resultado ser declarado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ao lado de familiares e apoiadores, e discursou para agradecer o apoio do paulistano. O mandatário reeleito lembrou dos ataques dirigidos à sua esposa e o apoio do governador Tarcisio de Freitas, que estava ao seu lado no palco. “A campanha terminou, a hora das diferenças passou, e vamos governar para todos”, afirmou.

Ao citar as críticas e posições de seus dois principais adversários, disse que “a democracia deixou uma grande lição”. 

“O equilíbrio venceu todos os extremismos. São Paulo falou e mandou recado para todo o país. O que o povo precisa é de emprego, segurança, melhorias e oportunidades”, disse.

Ele lembrou do ex-prefeito Bruno Covas, quando dizia que não se faz política com ódio. Nunes foi eleito vice-prefeito de Covas há quatro anos, e cujo filho, Tomas, esteve presente na comemoração, em meio aos políticos. 

Ricardo Nunes falou das obras realizadas e do reconhecimento aos esforços de seu governo. “A política não pode ser feita com máscaras ao invés de realizações, com posições de extremos ideológicos, mas deve se preocupar com resultados concretos para a população”.

Presença constante nos palanques de campanha, o governador Tarcísio de Freitas acompanhou Nunes no evento deste domingo, e atribuiu a vitória à frente ampla formada em torno da campanha. “Foi uma vitória do trabalho sobre a lacração, e vem muito mais por aí”, disse. 

Com maioria na Câmara Municipal em seu primeiro mandato, Nunes, que teve dois mandatos como vereador, teve em candidatos e parlamentares eleitos cabos eleitorais atuantes, com peso político na disputa em seus dois turnos, alguns dos quais participaram da gestão em secretarias e subprefeituras, principalmente nos dois últimos anos.

Falas polêmicas

Ricardo Nunes, que já se mostrava confiante durante entrevista concedida à imprensa após votar na zona sul da capital, pela manhã, se envolveu em polêmica durante o dia, quando o governador Tarcísio de Freitas, ao lhe acompanhar, comentou sobre factóide envolvendo suposto direcionamento da facção Primeiro Comando da Capital pelo voto de presos provisórios e familiares de presos contra candidatos de direita. 

O candidato Guilherme Boulos, em coletiva durante a tarde, considerou o comentário um crime eleitoral grave. Sua campanha ajuizou ação no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) em resposta às declarações do governador. 

A declaração do governador ocorreu após falas de Nunes, que comentou a participação de Boulos em entrevista a podcast na sexta-feira (25) e reforçou as falas em que colocava o deputado federal do PSOL como um candidato “da desordem”, repetindo o tom usado durante toda a campanha.

Em nota, a assessoria de Nunes declarou que “por ora, a campanha de Ricardo Nunes (MDB) não vai se manifestar sobre os recentes pedidos de Guilherme Boulos (PSOL) à Justiça”.

No primeiro jogo após prata olímpica, Brasil empata com a Colômbia

A seleção brasileira feminina de futebol ficou no empate com a Colômbia em 1 a 1, em amistoso realizado neste sábado (26), em Cariacica, no Espírito Santo, e que contou com a transmissão da TV Brasil. A partida foi a primeira da equipe depois da conquista da medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Paris, em agosto. Catalina Usme fez o gol das colombianas e Tarciane igualou para o Brasil.

O estádio Kleber Andrade recebeu grande público para dar as boas-vindas às jogadoras brasileiras. Entre as 26 atletas convocadas pelo técnico Arthur Elias, 14 não estiveram na campanha olímpica recente.

A torcida sofreu um susto logo aos 5 minutos. Cataline Usme roubou a bola na defesa brasileira, chutou de longe e contou com um desvio em Lauren para marcar. A goleira Lorena não teve chances de defesa.

No primeiro tempo, o Brasil criou boas chances de empatar, inclusive com duas bolas na trave, mas também cedeu oportunidades às colombianas.

Na segunda etapa, após cinco mudanças de Arthur Elias, o gol de empate saiu aos 29. Na cobrança de escanteio pelo lado direito, Tarciane se abaixou para cabecear e vencer a goleira adversária.

A seleção ainda criou boas chances, inclusive quase marcou em uma bola desviada pela defesa colombiana contra o próprio gol, mas acabou ficando mesmo no empate.

Com o resultado, o Brasil mantém uma invencibilidade histórica contra a Colômbia: são dez vitórias e dois empates em 12 confrontos entre as seleções. O 13º duelo já tem data e local: na terça-feira (29) as equipes voltam a se enfrentar em Cariacica, às 19h, com transmissão da TV Brasil.

Homem morre após briga entre torcidas do Cruzeiro e do Palmeiras

Uma briga entre torcedores da Mancha Alvi Verde, do Palmeiras, e da Máfia Azul, do Cruzeiro, na Rodovia Fernão Dias, na altura do km 65, sentido Belo Horizonte, terminou com a morte de um torcedor. 

O ataque ocorreu por volta das 5h da manhã deste domingo (27), próximo ao túnel de Mairiporã, no interior paulista, e deixou ao menos sete vítimas feridas com traumatismo craniano, todas elas da torcida do Cruzeiro. As informações são da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Vídeos que circulam nas redes sociais mostram um dos ônibus em chamas e torcedores armados com pedaços de paus, sangrando e caídos na rodovia.

De acordo com a PRF, um ônibus da torcida do Cruzeiro, que voltava de um jogo realizado contra o Athletico-PR, em Curitiba, foi interceptado por torcedores do Palmeiras, que retornavam de uma partida, realizada na capital paulista, contra o Fortaleza.

Pista interditada

As vítimas – cujos nomes ainda não foram informados – foram levadas para o Hospital Anjo Gabriel, em Mairiporã. Até este momento ninguém foi preso. 

Segundo a Arteris, concessionária da rodovia, a pista foi interditada das 5h14 às 6h30 para a segurança dos usuários e colaboradores. Equipes dos bombeiros, da Polícia Rodoviária Federal e da Polícia Militar foram acionadas para atender a ocorrência. A concessionária informou que a pista foi liberada e não há interdições. 

Nesse (26) sábado, pelo Campeonato Brasileiro de futebol, o Palmeiras empatou com o Fortaleza, em São Paulo: 2×2. O Athletico Paranaense venceu o Cruzeiro, por 3 a 0, em Curitiba.