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Sem clube desde novembro, Marcelo anuncia aposentadoria aos 36 anos

Após 20 anos de carreira, o lateral-esquerdo Marcelo anunciou a aposentadoria nesta quarta-feira (6), por meio de um vídeo publicado no Instagram. ““Minha história como jogador termina aqui, mas ainda tenho muito a dar ao futebol. Obrigado por tudo”, disse o atleta carioca, de 36 anos, que estava sem time desde que rescindiu contrato com o Fluminense, em novembro.

Ao longo da trajetória, Marcelo viveu o apogeu no Real Madrid (Espanha), onde atuou de 2007 e 2022, colecionando 25 troféus, entre eles cinco títulos da Liga dos Campeões, seis do Campeonato Espanhol e quatro Mundiais de Clubes. Marcelo também brilhou com a seleção brasileira: amealhou duas medalhas olímpicas – bronze nos Jogos de Beijing 2008 e prata em Londres 2012 – e também foi campeão da Copa das Confederações em 2013.  

“Jogar com a camisa do meu país, desde as categorias de base, foi uma grande honra. Na minha memória, ficam duas medalhas Olímpicas e uma Copa das Confederações”, comentou Marcelo, que com a amarelinha em 58 partidas.

Revelado nas categorias de base do Fluminense, o lateral-esquerdo iniciou a carreira profissional no próprio clube em 2005 e lá permaneceu até o ano seguinte, quando completou 18 anos e se transferiu para o Real Madrid. Por 17 anos Marcelo defendeu o clube madrileno. Em 2022 ele foi contratado pelo Olympiacos (Grécia), mas não demorou a retornar ao Brasil para jogar novamente com a camisa grená do Tricolor das Tricolor das Laranjeiras, onde conquistaria três títulos: Copa Liberadores da América e Campeonato Carioca – ambos em 2023 – e a Recopa Sul-Americana em março de 2024.

Ex-governador de Minas Gerais, Newton Cardoso morre aos 86 anos

O ex-governador de Minas Gerais Newton Cardoso, de 86 anos, morreu na madrugada deste domingo (2) em Belo Horizonte. Cardoso estava internado em um hospital da capital. A causa da morte não foi informada.

O falecimento do político foi comunicado por seu filho, o deputado federal Newton Cardoso Jr. (MDB-MG), em publicação nas redes sociais.

“Com profunda tristeza e uma imensa dor no coração, comunicado o falecimento do meu querido pai, Newton Cardoso, que nos deixou nesta madrugada do dia 2 de fevereiro, aos 86 anos”, escreveu o deputado.

Nascido em Brumado, na Bahia, “Newtão”, como era conhecido, governou o estado entre 1987 e 1991. Ele também foi prefeito de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, por três mandatos, além de deputado federal.

O ex-governador foi um dos fundadores do MDB, em 1966, partido ao qual foi filiado durante toda a carreira política.

Aos 87 anos, morre no Rio a escritora Marina Colasanti

A escritora Marina Colasanti morreu nesta terça-feira (28), aos 87 anos. A causa da morte não foi divulgada, mas ela já vinha com a saúde debilitada. O corpo da escritora será velado no salão nobre da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, na Zona Sul do Rio de Janeiro, na manhã de quarta-feira (29), em cerimônia restrita a parentes e amigos.

Era casada com o poeta Affonso Romano de Sant’Anna e deixa duas filhas.

Marina Colasanti escreveu mais de 70 livros adultos e infantojuvenis e recebeu diversos prêmios por suas produções, incluindo o Prêmio Machado de Assis, concedido pela Academia Brasileira de Letras. No ano passado, foi homenageada como personalidade literária pelo Prêmio Jabuti.

Seu primeiro livro, Eu Sozinha, foi publicado em 1968. Em 2017, foi lançada sua última obra: Tudo Tem Princípio e Fim.

O presidente da Fundação Biblioteca Nacional, Marco Luchesi, ressaltou o caráter variado e “de altitude” da obra de Marina: “Foi mestra em todos os campos: no diálogo com a gravura, com a pintura, a poesia, o romance, a literatura infantil, as narrativas breves e as artes plásticas. O Brasil e a Itália perdem um de seus maiores nomes. E eu perco, certamente, uma das grandes e queridas amigas, no âmbito da literatura, e não apenas. Devo a Marina muitos passos que tomei, inspirações e partilhas culturais, poéticas.”

A Câmara Brasileira do Livro divulgou nota de pesar, solidarizando-se com a família, amigos e leitores de Marina Colasanti, “uma das maiores referências da literatura brasileira”. A nota lembra que a escritora recebeu nove estatuetas do Prêmio Jabuti, “que evidenciam sua grande contribuição para a cultura e a literatura nacional” e celebra sua vida e obra, “que são um presente eterno para a cultura brasileira e mundial”.

Nascida na cidade de Asmara, então capital da Eritréia, Marina também viveu na Líbia e na Itália, antes de emigrar com a família para o Rio de Janeiro na década de 40. Marina fazia parte de uma família de escritores e artistas e estudou na Escola Nacional de Belas Artes. Além de escrever, também ilustrou muitas de suas obras.

Ela trabalhou no Jornal do Brasil e na Editora Abril e continuou colaborando como colunista e cronista para diversos veículos ao longo de sua carreira. Também apresentou programas na extinta TVE e traduziu diversas obras italianas para o português.

Marina se declarava feminista e foi uma das integrantes do primeiro Conselho Nacional dos Direitos da Mulher. Muitos de seus livros refletem sobre o lugar da mulher na sociedade e trazem protagonistas femininas.

Em entrevista ao programa Trilha de Letras, da TV Brasil, em 2019, Marina falou sobre a paixão pelos livros, que nasceu na infância: “Os livros foram o meu colete salva-vidas. (…) Lemos muito! Em situações, às vezes, adversas, complicadas… E os livros eram uma farra! Companheiros de brinquedo, eram nossa fonte mais rica de imaginário”.

Ela preferiu não se definir com apenas um estilo literário: “eu sou prosa e verso na mesma medida. Isso atravessa o olhar. Você tem um olhar poético ou não tem um olhar poético. É a maneira de aproximar-se do mundo. E eu acho que eu tenho os dois. “

Aos 18 anos, João Fonseca entra no top 100 do ranking mundial de tênis

Uma façanha para poucos brasileiros na história. Nesta segunda-feira (27), o carioca João Fonseca, de 18 anos e cinco meses, entrou pela primeira vez no top 100 do ranking mundial da Associação de Tênis Profissional (ATP, na sigla em inglês). Fonseca, que debutou este ano na carreira profissional, abriu a temporada em 145º lugar e após a atualização de hoje (27), passou a ocupar a 99ª colocação. Fonseca é o segundo tenista, depois do espanhol Carlos Alcaraz, a ingressar no seleto grupo, onde já estiveram outros 28 tenistas brasileiros. Alcaraz tinha 18 anos e 19 dias de idade quando ascendeu pela primeira vez ao top 100.

Outros dois brasileiros figuram entre os 100 mais bem colocados na lista da ATP: o paranaense Thiago Wild ocupa a melhor posição (76º lugar) e o cearense Thiago Monteiro está em 100º lugar.  

No último dia 4, João Fonseca já havia subido 32 posições – saltou da 145ª para a 113ª colocação – após conquista de dois títulos consecutivas: Next Gen ATP Finals, em Jedá (Arábia Saudita), em dezembro;  e o Challenger de Camberra (Austrália), uma semana antes do primeiro Grand Slam do ano, em Melbourne.

Antes da estreia retumbante na chave principal do Aberto da Austrália, João Fonseca furou o qualifying (torneio qualificatório): cravou vitórias sobre o argentino Federico Gomes (134º no ranking), contra Coleman Wong (172º), de Hong Kong; e contra o argentino Thiago Tirante (115º). Depois, na primeira rodada de simples do Grand Slam australiano, o brasileiro surpreendeu o russo Andrey Rublev, até então número 9 do mundo. Foseca aplicou 3 sets a 0 no adversário, com parciais de r 7-6(1), 6-3 e 7-6(5). Na rodada seguinte, Fonseca lutou como nunca, mas se despediu de Melbourne, após ser superado por 3 sets a 2, com parciais de 6-7(6), 6-3, 6-1, 3-6 e 6-3.

O tenista carioca volta a representar o Brasil no próximo fim de semana – entre os dias 1º e 2 de fevereiro – no qualificatório da Copa Davis, torneio masculino entre nações. O primeiro jogo do Brasil será contra a França, na casa dos adversários, na cidade de Orleans. João Fonseca já se juntou aos treinamentos da equipe amarelinha em Orleans, e vive a expectativa da estreia. 

“Foi um pouco de correria, mas consegui dar uma ambientada, bater uma bolinha. Sentir como é. É uma quadra mais rápida do que a outdoor. Joguei bastante indoor no fim do ano. Consegui aprender a jogar melhor. Estou ambientado. Estou me sentindo bem aqui. Foi um bom treinamento. Espero continuar assim, nessa mesma vibe”, disse o carioca em depoimento à Confederação Brasileira de Tênis (CBT)..

Com a palavra, João Fonseca

O tenista também treinou em Orléans, falou sobre o confronto do Time Brasil BRB e do momento na carreira pic.twitter.com/sai21MDfLF

— CBT (@cbtenis) January 27, 2025

Apresentador Léo Batista morre no Rio de Janeiro, aos 92 anos

O jornalista, locutor e apresentador de televisão Léo Batista morreu neste domingo (19), aos 92 anos. A confirmação foi feita pela TV Globo, emissora onde trabalhou por 55 anos.

Conhecido pela voz marcante ligada a transmissões esportivas, Batista estava internado desde o último dia 6 no hospital Rios D’Or, na Freguesia, zona oeste do Rio de Janeiro. Ele enfrentava um câncer no pâncreas.

Carreira

Nascido em 22 de julho de 1932 em Cordeirópolis, interior de São Paulo, foi batizado como João Baptista Belinaso Neto. Começou a carreira de jornalista, locutor e apresentador em 1947. Ao longo da trajetória profissional, considerou ser conveniente mudar o nome para Léo Batista.

Trabalhou nas rádios de Birigui, de Campinas (SP), e na Difusora de Piracicaba (SP) antes de se mudar para o Rio de Janeiro, em janeiro de 1952, para atuar da rádio Globo como locutor e redator de notícias.

Apesar de ser muito associado ao jornalismo esportivo, uma das mais marcantes notícias lidas por Léo Batista faz parte da história política do Brasil. Em 24 de agosto de 1954, noticiou o suicídio do presidente Getulio Vargas.

Em novembro de 1963, noticiou também o assassinato do presidente americano John F. Kennedy.

Após a passagem pela rádio Globo, trabalhou na hoje extinta TV Rio, onde esteve à frente do Telejornal Pirelli por mais de 13 anos. Teve ainda uma rápida passagem pela antiga TV Excelsior, antes de chegar à TV Globo em 1969.

No canal carioca, participou dos principais telejornais e programas esportivos da casa, como locutor e apresentador. Criou quadros e virou uma das faces e vozes mais conhecidas da emissora.

A última aparição de Léo Batista na televisão foi no dia 26 de dezembro, no programa esportivo vespertino. “Léo Batista trabalhou com o que gostava até praticamente os últimos dias de sua vida”, disse a TV Globo em nota.

Repercussão

“A maior referência para todos os jornalistas esportivos do Brasil. Cada gol com sua narração era mais emocionante. Uma voz que ecoava com sutileza em nossos ouvidos”, disse à Agência Brasil o locutor e comentarista Rodrigo Campos, da TV Brasil, emissora da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

“A gente se acostumou a ouvir a voz do Léo Batista”, comenta o radialista Waldir Luiz, da Rádio Nacional, emissora da EBC.

“Léo Batista, sem dúvida alguma, foi um ícone do jornalismo esportivo. Uma pessoa que teve 70 anos de profissão tem que ser respeitada, reverenciada, aplaudida e amada por todos nós que participamos da crônica esportiva”, disse.

O Botafogo de Futebol e Regatas, time por quem Léo Batista torcia, publicou nas redes sociais uma homenagem ao locutor, que chamou de dono de uma voz marcante e atemporal, além de “um marco na história do jornalismo, do esporte e do Botafogo”. 

“Torcedor declarado e sócio desde 1992, Léo sempre exaltou o nome do Clube e ganhou um espaço a mais nos corações alvinegros. Em nossa casa, o [estádio] Nilton Santos, viu a cabine de TV ser batizada com o seu nome e foi ovacionado por milhares de botafoguenses em lindas homenagens. Uma relação de amor, reconhecimento e lealdade”, escreve a publicação.

Morre carnavalesca da Mocidade Independente, Márcia Lage, aos 64 anos

Morreu neste domingo (19) a carnavalesca Márcia Lage, da Mocidade Independente de Padre Miguel, escola de samba da elite do carnaval carioca. Ela tinha 64 anos e enfrentava uma leucemia, câncer que afeta as células sanguíneas.

A confirmação foi feita pela agremiação em uma publicação nas redes sociais, no começo da tarde. “A brilhante profissional nos deixou na manhã deste domingo”. Em luto, a escola anunciou a suspensão de atividades sociais “por tempo indeterminado”, incluindo um ensaio de rua que estava marcado para este domingo.

Ao lado do marido, o também carnavalesco Renato Lage, Márcia tinha voltado à escola em 2024 para assinar o carnaval deste ano, quando a verde e branca da zona oeste levará para o sambódromo um manifesto pelo futuro da humanidade.

Trajetória

Também ao lado de Renato Lage, Márcia foi campeã do Grupo A (acesso) do carnaval carioca em 2008, com o Império Serrano.

De 2003 a 2017, o casal esteve junto em 13 carnavais da Acadêmicos do Salgueiro, tendo as melhores colocações sido os vice-campeonatos de 2008, 2012, 2014 e 2015. O último desfile preparado por Márcia foi na Portela, em 2023. Ela ficou três anos na azul e branca.

Márcia Lage já havia passado pela Mocidade Independente de Padre Miguel em 2002, quanto terminou na quarta colocação do grupo de elite do carnaval carioca.

No Rio de Janeiro, a carnavalesca assinou desfiles também na Grande Rio (2018 e 2019). Em São Paulo, ela passou pela Vai-Vai (2016) e Império de Casa Verde (2007).

Repercussão

Escolas de samba se manifestaram pelas redes sociais em respeito à carnavalesca.

“É com imensa tristeza que a Imperatriz Leopoldinense recebe a informação do falecimento da carnavalesca, Márcia Lage. Desejamos muita força e amor, aos familiares e amigos; sobretudo a Renato Lage e a nossa coirmã, Mocidade Independente de Padre Miguel”, escreveu a Imperatriz Leopoldinense.

A Beija-Flor classificou Márcia Lage como “uma das grandes referências do carnaval brasileiro”.

“Márcia deixa um legado inesquecível de criatividade e paixão, que seguirá inspirando o mundo do samba. Neste momento de dor, nos solidarizamos com familiares, amigos e toda a comunidade carnavalesca, principalmente, da nossa afilhada Mocidade Independente de Padre Miguel”, publicou a escola de Nilópolis.

PGR se manifesta contra autorizar viagem de Bolsonaro aos EUA

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, se manifestou contra a liberação temporária do passaporte do ex-presidente Jair Bolsonaro, retido desde o ano passado, para que ele possa viajar aos Estados Unidos (EUA), onde pretende participar da posse de Donald Trump na presidência norte-americana.

Em parecer enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), o chefe do Ministério Público Federal (MPF) sustenta que o ex-presidente não demonstrou a necessidade imprescindível nem o interesse público da viagem.

“Não há, na exposição do pedido, evidência de que a jornada ao exterior acudiria a algum interesse vital do requerente, capaz de sobrelevar o interesse público que se opõe à saída do requerente do país. A situação descrita não revela necessidade básica, urgente e indeclinável, apta para excepcionar o comando de permanência no Brasil, deliberado por motivos de ordem pública”, diz a manifestação.

O PGR também observou que o ex-presidente não possui status de representação do país.  

“Não há, tampouco, na petição, evidência de interesse público que qualifique como impositiva a ressalva à medida de cautela em vigor. É ocioso apontar que o requerente não exerce função que confira status de representação oficial do Brasil à sua presença na cerimônia oficial nos Estados Unidos”.

Na última semana, a defesa de Bolsonaro solicitou que o STF autorizasse a devolução do passaporte para que ele pudesse viajar aos Estados Unidos entre os dias 17 e 22 de janeiro, a fim de acompanhar a posse de Trump, agendada para ocorrer no dia 20, em Washington.

Em sua primeira manifestação sobre o pedido, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou aos advogados do ex-presidente que apresentassem à Corte um documento oficial, do governo dos Estados Unidos, para comprovar que Bolsonaro foi formalmente convidado para a cerimônia de posse do presidente estadunidense. Segundo Moraes, a defesa apenas havia copiado um email enviado ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, por um endereço eletrônico não identificado e sem detalhes da cerimônia de posse.

Em resposta, a defesa do ex-presidente reiterou o pedido original, alegando que o domínio do endereço de email informado é temporário e alusivo à organização da posse, o que seria comum nas posses presidenciais dos EUA. Os advogados de Bolsonaro também enfatizaram a importância internacional do evento e que a viagem do ex-presidente não iria atrapalhar o andamento das investigações contra ele.

Agora, com a manifestação da PGR, o ministro Alexandre de Moraes deve tomar a decisão se autoriza ou não a devolução temporária do passaporte de Bolsonaro.

O ex-presidente teve o passaporte apreendido em fevereiro de 2024, no âmbito da Operação Tempus Veritatis, da Polícia Federal (PF), que investiga uma organização criminosa suspeita de atuar para dar um golpe de Estado e abolir o Estado Democrático de Direito no Brasil com o objetivo de obter vantagens de natureza política, mantendo o ex-presidente no poder. Desde então, a defesa do político já tentou reaver o documento em ao menos duas ocasiões, mas teve os pedidos recusados pelo ministro Alexandre de Moraes.

Por enquanto, fim de checagem de fatos é limitado aos EUA, diz Meta

O fim do serviço de checagem de fatos da Meta – companhia que controla Facebook, Instagram e Whatsapp – ocorreu apenas Estados Unidos (EUA), pelo menos por enquanto, informou a gigante da tecnologia ao responder questionamentos da Advocacia-Geral da União (AGU).

“Neste momento, essa mudança somente será aplicada nos Estados Unidos. Planejamos criar, testar e melhorar as Notas da Comunidade nos Estados Unidos antes de qualquer expansão para outros países”, informou a big tech estadunidense, destacando a intenção de expandir a mudança para os outros países.

Desde 2016, a Meta oferecia no Facebook e no Instagram um serviço de checagem de fatos, realizado por jornalistas e especialistas em cerca de 115 países, que apurava se informações que circulavam nas redes eram verdadeiras ou falsas e oferecia a contextualização aos usuários.

Com o fim da checagem de fatos, a Meta passou a adotar a política de “notas da comunidade”. Com isso, apenas usuários previamente cadastrados podem contestar alguma informação que circula nas plataformas.

Ofensas preconceituosas

Ao mesmo tempo em que diz proteger os direitos humanos e a segurança de grupos vulneráveis no documento enviado à AGU, a Meta defendeu alterações na política sobre discurso de ódio que passou a permitir insultos preconceituosos contra mulheres, imigrantes e homossexuais. A companhia confirmou que essas mudanças já estão em vigor no Brasil.

“Tais atualizações procuram simplificar o conteúdo da política de modo a permitir um debate mais amplo e conversas sobre temas que são parte de discussões em voga na sociedade”, explicou a companhia, alegando que a política antes em vigor havia limitado o “debate político legítimo e, com frequência, impedindo a livre expressão que pretendemos viabilizar”.

Sobre isso, a AGU destacou que causa grave preocupação a confirmação da alteração da política sobre discurso de ódio no Brasil porque “pode representar terreno fértil para violação da legislação e de preceitos constitucionais que protegem direitos fundamentais dos cidadãos brasileiros”, acrescentando que as mudanças informadas pela Meta “não estão adequadas à legislação brasileira e não são suficientes para proteção dos direitos fundamentais”.

A AGU destacou ainda que a nova posição da Meta contraria a defesa que a companhia fez no julgamento sobre o Marco Civil da Internet no Supremo Tribunal Federal (STF). “Em tais manifestações, representantes da empresa asseguraram que as então políticas de governança de conteúdo eram suficientes para a proteção dos direitos fundamentais dos usuários”, diz a pasta.

A AGU vai promover uma audiência pública, nesta quinta-feira (16), para discutir com órgãos governamentais e entidades da sociedade civil as ações para lidar com o tema das redes sociais a partir das mudanças anunciadas pela Meta.

“A audiência vai discutir os efeitos da nova política implementada pela Meta, o dever de cuidado das plataformas digitais, os riscos da substituição do Programa de Verificação de Fatos no exterior e as medidas a serem ser adotadas com o objetivo de assegurar o cumprimento da legislação nacional e a proteção de direitos”, diz o comunicado da AGU.

Entenda

Na semana passada, a Meta anunciou uma série de mudanças e o alinhamento da política da empresa à agenda de governo do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que defende a desregulamentação do ambiente digital e é contrário à política de checagem de fatos. Em seguida, a Meta liberou a possibilidade de ofensas preconceituosas nas plataformas.

 

Denúncias de violações aos direitos humanos aumentam 22% em um ano

Em 2024, o Disque 100 recebeu mais de 657,2 mil denúncias de violações aos direitos humanos. O número é 22,6% superior ao registrado em 2023, quando o canal do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania foi acionado 536,1 mil vezes.

Segundo o ministério, o total de violações verificadas também aumentou, saltando de 3,4 milhões, em 2023, para 4,3 milhões, em 2024. Cada denúncia pode resultar em mais de tipo de violação.

Entre as infrações mais recorrentes estão a violação à integridade por negligência, com 464,3 mil ocorrências; tortura psíquica (389,3 mil) e a violação à integridade física com exposição de risco à saúde (368,7 mil).

A maioria das vítimas das denúncias é do gênero feminino (372,3 mil), pessoas brancas (261,6 mil), e com idade entre 70 e 74 anos (32,5 mil). Na maioria dos casos, as violações ocorreram na casa da própria vítima e/ou do suspeito (301,4 mil). Entre os grupos mais vulneráveis estão crianças e adolescentes (289,4 mil), pessoas idosas (179,6 mil) e mulheres (111,6 mil).

Apesar da vulnerabilidade, o total de vítimas do gênero feminino foi 2,9% menor que o registrado em 2023. Por outro lado, em 2024, o perfil do agressor mudou: as mulheres (283,1 mil) passaram a liderar o gênero do suspeito de agressão, configurando um aumento de 28,8% em comparação a 2023.

As agressoras ou os agressores são, majoritariamente, da cor branca (172,9 mil) e têm entre 30 e 34 anos de idade (65,8 mil). Em geral, os principais suspeitos de cometerem agressões têm parentesco de primeiro grau com a vítima: mães (160,8 mil), filhos ou filhas (108,8 mil) e pais (49,2 mil).

No topo da lista das unidades federativas com maior número de denúncias estão São Paulo (174,6 mil), Rio de Janeiro (83,1 mil) e Minas Gerais (72,8 mil). Estes estados também respondem pelo maior número de violações de direitos humanos – definidas como qualquer fato que atente ou viole os direitos de uma vítima –, com 1,17 milhão; 562,1 mil; e 490,6 mil, respectivamente.

Disque 100

O Disque Direitos Humanos – Disque 100 é um serviço de utilidade pública. Qualquer pessoa pode comunicar algum fato relacionado a violações de direitos humanos, da qual seja vítima ou tenha conhecimento.

As denúncias podem ser feitas por diferentes plataformas: além das ligações telefônicas gratuitas para o número 100, também é possível mandar mensagem pelo Whatsapp (61) 99611-0100 e pelo Telegram (digitar “direitoshumanosbrasil” na busca do aplicativo).

Pessoas surdas ou com deficiência auditiva podem fazer denúncias por videochamada em Língua Brasileira de Sinais no seguinte site: https://atendelibras.mdh.gov.br/acesso

As denúncias são encaminhadas aos órgãos de proteção e de apuração, como conselhos estaduais, Centros de Referência Especializados de Assistência Social, delegacias, Ministério Público, entre outros.

Inmetro dá dicas aos pais para facilitar compra de material escolar

Como todo janeiro, a movimentação nas lojas de venda de material escolar aumenta. A procura por livros didáticos, cadernos e outros equipamentos, como lápis, canetas e borrachas, faz os pais e responsáveis a buscar os melhores preços e qualidade dos produtos.

Para auxiliar na hora da compra e garantir que os itens adquiridos atendam aos padrões de segurança e qualidade, o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) dá dicas essenciais para que os responsáveis evitem problemas.

O presidente do Inmetro, Márcio André Brito, orienta que o fundamental é que o consumidor esteja atento para algumas dicas importantes, como observar a presença do selo de certificação do Instituto e as informações descritas nas embalagens dos produtos. A nota fiscal é essencial para comprovar a procedência do material e facilitar eventuais reclamações.

“Orientamos pais e consumidores a verificarem, ao comprar materiais escolares, se os produtos possuem o selo [do Inmetro], se são adequados à faixa etária da criança e se estão sendo adquiridos em estabelecimentos formais, que garantem a procedência desses itens. Essas medidas ajudam a prevenir possíveis riscos à saúde e à segurança das crianças, bem como de todos os usuários”, explicou.

Preços

De acordo com a Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares (Abfiae), o material escolar deve ficar entre 5% e 9% mais caro em 2025. O presidente-executivo da associação, Sidnei Bergamaschi, disse que a elevação nos preços é atribuída a uma combinação de fatores econômicos e logísticos, como a alta tributação, custos de produção e a valorização do dólar.

“Os impostos são um componente importante no peço final do material escolar. Diversos produtos têm até 40% de impostos. Os itens que formam a cesta, quase metade do preço do produto final é imposto”, informou.