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Vítima crê que ninguém volta à área evacuada por Vale: “zona fantasma”

“Ninguém nunca mais voltou para a área evacuada. Até onde eu sei, a Vale adquiriu a maioria dos imóveis que existem ali. Então, é provável que ninguém nunca mais volte para essa área”, diz Fernanda Tuna. Ela é moradora de Macacos, como é popularmente conhecido o distrito de São Sebastião das Águas Claras, um dos destinos turísticos mais procurados no município de Nova Lima (MG). Em fevereiro de 2019, quase 300 pessoas foram tiradas às pressas de suas casas após ser constatado o risco de rompimento da barragem B3/B4 da Mina de Mar Azul.

Na época, havia a promessa de que o retorno aos imóveis poderia ocorrer após a conclusão das obras de eliminação da barragem. Mais de cinco anos depois, a Vale finalmente anunciou a finalização dos trabalhos em maio. Faz, portanto, três meses que a estrutura não oferece mais riscos. No entanto, Fernanda diz não ter conhecimento de ninguém que tenha interesse em voltar.

Procurada pela Agência Brasil, a Vale não nega a possibilidade do retorno das famílias à área evacuada. “A situação está sendo avaliada e orientada de maneira individualizada, levando em consideração os detalhes de cada caso, o interesse da família em retornar ou não para a moradia de origem, bem como a situação dessas edificações”, diz nota divulgada pela mineradora.

“Virou uma zona fantasma”, assegura Fernanda, que é uma das integrantes da Comissão Macacos, formada por moradores para pressionar pela participação popular nas decisões envolvendo o processo reparatório. Passados mais de cinco anos das remoções, as queixas são diversas.

A área evacuada se situa dentro da chamada mancha de inundação, que corresponde ao perímetro que seria alagado pela lama caso ocorresse um rompimento de barragem. Fernanda havia se mudado dessa localidade dez dias antes do início das remoções. Mas seu pai ainda vivia lá e, de uma hora para outra, teve que largar tudo para trás e sair de casa, sem nenhum aviso prévio.

Trabalhadores na obra do muro de contenção construído para eventual rompimento da Barragem B3/B4 em Nova Lima – Foto Tomaz Silva/Agência Brasil

Segundo estimativas da prefeitura de Nova Lima, Macacos tem cerca de 3 mil moradores. Significa que no perímetro evacuado viviam em torno de 10% da população. A situação também afetou Fernanda de outras formas. A escola onde trabalhava como professora de inglês ficou inacessível e ela ficou sem trabalho. “A maioria das rotas em Macacos atravessa a área da mancha de inundação. Então ninguém entrava e ninguém saía”, lembra.

A Vale adquiriu diversos imóveis na área evacuada e colocou placas padronizadas que alertam se tratar de propriedade privada. “Eles estão fechados. Inclusive a manutenção deles pela Vale tem sido uma questão que preocupa. Além desses imóveis na área da mancha de inundação, a mineradora comprou vários outros em diferentes locais de Macacos. E muitos deles têm piscinas. Quando tivemos um surto de dengue, houve denúncias de que essas piscinas não estavam recebendo a devida manutenção. A comunidade teve que se movimentar para pressionar a Vale”, diz Fernanda Tuna.

De acordo com ela, a movimentação da mineradora impactou o mercado imobiliário local. “Diminuiu a oferta de imóveis para as pessoas morarem. É muito mais difícil encontrar uma casa para alugar hoje em Macacos”.

Fernanda também afirma que a população não se sente segura para retornar à área evacuada porque há outras barragens no entorno de Macacos. “Pelas características topográficas, a área da mancha da B3/B4 é também a área da mancha de todas as outras estruturas existentes no entorno de Macacos. Então, duvido que alguém volte a morar ali. Qualquer problemas que tiver com qualquer outra estrutura, essa área seria atingida pela lama”, afirma.

A Vale reconhece que a mancha de inundação da B3/B4 coincide com as manchas das barragens Taquaras, Capão da Serra, B6 e B7 e 5 Mutuca. Afirma, no entanto, que todas essa outras foram construídas pelo método a jusante, considerado mais seguro. Fernanda destaca, porém, o alerta que vem sendo dado por alguns especialistas. “Com as mudanças climáticas e com os novos volumes de chuva, nunca se sabe qual a real situação de segurança dessas barragens”.

Uma das vozes que têm chamado atenção para a questão é a do engenheiro Júlio César Dutra Grillo, ex-superintendente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em Minas Gerais e atualmente integrante da organização não governamental Fórum Permanente São Francisco. Em maio, durante audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) que debateu eventos climáticos extremos, ele afirmou que os padrões de segurança das barragens existentes não dão conta da nova realidade, na qual podem ocorrer chuvas acima de 400, 500 e 600 milímetros em um dia.

“Não sabemos o que é o nosso futuro próximo. Ninguém pode colocar a mão no fogo sobre o que vai acontecer nos próximos 10 anos. Temos que lembrar que esses eventos extremos se tornaram mais intensos a partir de 2020”, disse ele, citando como exemplo os temporais de Petrópolis (RJ) em 2022 e do Rio Grande do Sul no início deste ano. Ele afirmou que há barragens de mineradoras que correm o risco de não suportar o peso de chuvas similares.

Remoções

A barragem B3/B4 é uma das 30 estruturas da Vale que precisavam ser eliminadas por determinação legal. Ela foi construída pelo método de alteamento a montante, o mesmo associado às grandes tragédias ocorridas em 2015 e em 2019. A primeira delas, com uma barragem da mineradora Samarco situada em Mariana (MG), que deixou 19 mortos e impactos em toda a Bacia do Rio Doce.

A outra envolveu uma barragem da Vale em Brumadinho, que ceifou 272 vidas e gerou danos em municípios que margeiam o Rio Paraopeba. Nas comunidades mais atingidas, a Vale também adotou o expediente de adquirir as casas dos moradores. As entidades que prestam suporte às vítimas, no entanto, alertam que a compra do imóvel não afasta a obrigação de pagar a devida indenização.

Dias após esse segundo episódio, a Agência Nacional de Mineração (ANM) e outros órgãos de controle iniciaram uma ofensiva fiscalizatória para prevenir tragédias similares. Após esse pente-fino na situação das barragens, diversas estruturas perderam suas declarações de estabilidade, o que exige a paralisação e o acionamento automático do nível 1 de emergência. Nos casos classificados como nível 2 ou 3, as mineradoras foram obrigadas a organizar a remoção de moradores. Em todo o estado de Minas Gerais, quase mil pessoas precisaram deixar suas casas.

Em Macacos, a primeira remoção aconteceu em fevereiro de 2019, apenas duas semanas antes do carnaval, afugentando os turistas. Situada a 20 quilômetros de Belo Horizonte, a comunidade é um dos destinos turísticos mais procurados da região devido à beleza natural, com cenário composto por montanhas, mananciais e cachoeiras.

Na época, a prefeitura de Nova Lima lamentou o prejuízo econômico para o município e informou que praticamente 100% das reservas nas pousadas foram canceladas, incluindo as localizadas fora do perímetro evacuado. Pouco mais de um mês depois, a barragem atingiu o nível de emergência 3, que significa risco iminente de ruptura. Após uma segunda evacuação, foi anunciado que o número de moradores removidos chegava a mais de 270.

A lei que determinou a eliminação de todas as barragens construídas pelo método a montante também foi aprovada após a tragédia em Brumadinho. De acordo com a Vale, 14 estruturas já foram descaracterizadas. O descumprimento do prazo original, no entanto, gerou uma multa. Em algumas estruturas, como a B3/B4, o processo tem sido conduzido com equipamentos não tripulados, controlados de forma remota em um centro de operações. A previsão é de que as 30 barragens estejam 100% eliminadas apenas em 2035.

Com o anúncio da conclusão da descaracterização da B3/B4, a estrutura já não oferece risco às comunidades e ao meio ambiente. A Vale, no entanto, ainda deverá realizar a revegetação da área. Segundo a mineradora, esse processo deve ser concluído no primeiro semestre de 2025. “Não dá pra dizer que foi totalmente descaracterizada porque não foi feito o reflorestamento. Quando olhamos para a paisagem, continua parecendo uma barragem”, diz Fernanda.

Acordos

No fim de 2022, um acordo reparatório foi firmado entre a mineradora, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), a Defensoria Pública de Minas Gerais (DPMG), o Ministério Público Federal (MPF) e a prefeitura de Nova Lima. A Vale se responsabilizou por um aporte de R$ 380 milhões, que financiariam um programa transferência de renda para os atingidos, a requalificação do comércio e do turismo e o fortalecimento do serviço público municipal.

Outros acordos também tinha sido firmados anteriormente, fixando alguns compromissos como a elaboração de cartilhas indicando a localização de todas as manchas de inundação das barragens do entorno e a obrigação de indenização dos danos materiais, econômicos e morais de cada atingido. A Comissão Macacos, no entanto, afirma que medidas foram descumpridas e outras cumpridas apenas parcialmente.

Trabalhadores na obra do muro de contenção construído para eventual rompimento da Barragem B3/B4 em Nova Lima, região metropolitana de Belo Horizonte. – Foto Tomaz Silva/Agência Brasil

“O acordo de 2022 não foi executado até hoje plenamente. Exatamente por isso foi criada a Comissão Macacos, que é um coletivo que acompanha a execução das medidas. Todas elas já estão com os prazos ultrapassados. Uma parte do compromisso de reparação da Vale era a revitalização do centro de Macacos, que nunca aconteceu. Também vale dizer que a comunidade não participou da construção desse acordo que visa à reparação”, diz Fernanda.

Ela afirma que o turismo ainda não é a mesma coisa e destaca que os acordos tratam sobretudo da reparação coletiva, já que as questões individuais foram tratadas caso a caso. Não houve, por exemplo, um processo de reassentamento coletivo dos moradores da área evacuada. Cada família precisou fechar um acordo que poderia envolver a compra de outro imóvel ou a indenização pecuniária.

A Vale sustenta que o acordo de reparação tem sido cumprido. A mineradora também diz ter assinado acordos de indenização individual com 1,3 mil atingidos, levando em consideração parâmetros firmados com a Defensoria Pública de Minas Gerais. Fernanda conta que conseguiu entrar em acordo com a Vale, mas afirma que essa não é a realidade de todos. “Tem pessoas que não foram plenamente indenizadas”.

Entre outras queixas da Comissão Macacos, está a falta de reparo de imóveis que sofreram furtos e danos durante o tempo em que estiveram desocupados e a classificação de alguns atingidos como “só ilhados”: eles seria moradores de área localizada fora da mancha de inundação, mas que ficaria inacessível em eventual tragédia. Os atingidos também criticam a ausência de participação da população na construção dos termos de todos os acordos. “Quando se fala em reparação coletiva, a comunidade não tem vez e voz. A gente só recebe o documento pronto”, lamenta Fernanda.

Mesmo sem participação dos atingidos nos acordos, ela afirma que a situação seria melhor se a Vale levasse adiante os compromissos assumidos. “Um tanto de coisa não saiu do papel. Temos um empilhamento de acordos que nunca são executados. E a mineradora nunca é penalizada. Então é muito cansativo, porque ela faz um acordo, se compromete, não cumpre e não acontece nada”, acrescenta.

Transpetro investe em tecnologia para combater furtos em dutos

Responsável pelo transporte de cerca de 650 bilhões de litros de petróleo, derivados e biocombustíveis ao ano para todas as regiões do país, o Centro Nacional de Controle e Logística (CNLC) (foto), da Transpetro, empresa subsidiária da Petrobras, também é um dos principais meios da companhia para combater o roubo em dutos.

Por meio de sofisticadas tecnologias, o CNLC é capaz de detectar precisamente onde pode estar ocorrendo uma ação criminosa e permite a intervenção imediata das equipes de campo. Com isso, nos últimos cinco anos, a companhia reduziu em mais de 85% o número de furtos. Em 2018, auge das ocorrências, foram 261 furtos ou tentativas de furto de dutos.

Em 2023, foram registradas 28 ocorrências relacionadas a furtos. Deste total, 18 foram efetivas (64%) e 10 tentativas (36%). Das 28 ocorrências de 2023, o estado de São Paulo foi responsável por 57% dos casos (16), seguido pelo Rio de Janeiro com 21% (seis ocorrências), a maioria em áreas rurais.

Ao analisar o tipo de produto e os volumes extraídos, observa-se que, em 2023, o volume total extraído foi de 269,50 m³, um resultado aproximadamente 67% menor que os 808,70 m³ extraídos em 2022 e 85% menor que os 1.787,51m³ extraídos em 2021.

Ação criminosa

Com o avanço tecnológico, ações de relacionamento com as comunidades vizinhas às faixas de dutos para avisar a ação criminosa e parcerias com os órgãos de segurança pública estaduais, em 2024, até o momento, a Transpetro identificou 17 ocorrências.

“A Transpetro vem buscando implantação de tecnologias e processos que identifiquem as ocorrências com maior rapidez possível. Isso garante uma resposta mais ágil no que se refere aos reparos e impactos resultantes da ação criminosa, mitigando os riscos à vida, ao meio ambiente e à segurança operacional. Em 2023, verificou-se que 79% das ocorrências foram identificadas com até três dias”, diz a empresa.

Além do prejuízo financeiro, a ação criminosa também provoca prejuízos ambientais e cria um cenário para uma tragédia maior. É um crime de ordem econômica, ambiental e contra a vida.

Há riscos de vazamento, incêndio e explosão com impactos ao meio ambiente, às comunidades do entorno e às instalações. A Transpetro informa que disponibiliza o telefone 168 para receber denúncias de situações que levem risco para o transporte de produtos pelos dutos. O telefone funciona 24 horas por dia, sete dias por semana e recebe denúncias anônimas.

Terminal da Transpetro em Brasília  – foto – Marcelo Camargo/Agência Brasil

“Assim como em outros países, a Transpetro vem sofrendo atuações de roubo de combustíveis. O transporte pelo duto é seguro e eficiente, desde que não haja intervenções criminosas que não atendem requisitos de segurança e acabam gerando risco para o meio ambiente e para a população. Nossa meta é zerar. Contamos com a parceria com órgãos de segurança,  comunidades e a nossa tecnologia”, explica a gerente executiva de Integrações Logísticas, Adriana Andrade.

Dia do 168

A Transpetro promove – a partir desta semana – uma ampla mobilização em 15 cidades de nove estados para marcar o Dia da Segurança na Faixa de Dutos. Realizada anualmente em 16 de agosto, a iniciativa é conhecida como Dia do 168, em alusão ao telefone gratuito criado pela companhia para contato direto com a população.

A ação conscientiza para a importância do combate à intervenção de terceiros nos dutos e busca estreitar o relacionamento com as comunidades do entorno das operações contra a prática ilegal de desvio de petróleo e derivados em dutos, que coloca em risco a sociedade e o meio ambiente.

Transpetro

Operando 48 terminais (27 aquaviários e 21 terrestres), cerca de 8,5 mil quilômetros de dutos e 33 navios, a Transpetro é a maior subsidiária da Petrobras.

A companhia presta serviços a distribuidoras, à indústria petroquímica e demais empresas do setor de óleo e gás.

Candidatos chegam para o CNU com expectativa e esperança

O Concurso Público Nacional Unificado (CPNU), apelidado de Enem dos concursos, mobiliza mais de 2,1 milhões de pessoas neste domingo (18), todas em busca de um emprego no serviço público federal. A proporção nunca antes vista deste que, segundo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, o maior da história do Brasil, provoca ansiedade e expectativa nos candidatos.

Na faculdade Unisuam, na zona norte da cidade do Rio de Janeiro, a movimentação de candidatos começou logo cedo. Pouco antes da abertura dos portões, às 7h30, uma enorme fila contornava um quarteirão, se estendendo entre as avenidas Paris, onde fica a faculdade, Praça das Nações e a Avenida Londres.

A jornalista Taiani Mendes, que concorre a vagas no bloco 7, chegou antes da abertura dos portões, com medo de se atrasar e perder a prova. “É melhor adiantar do que atrasar. Eu moro longe. Fiquei com medo do ônibus não passar, do Uber ficar caro”, contou. “Acho que vai ser muito cansativo, um dia inteiro de prova”, acrescentou a candidata que, apesar disso, acredita que vale a pena concorrer a uma vaga no serviço público. A estabilidade no emprego é o atrativo.

A professora Andreza Santos de Andrade também concorre a vagas no bloco 7 e chegou cedo ao local de prova. “Eu trabalhei muito tempo na Fiocruz, como terceirizada, então vi que o serviço público é uma boa opção, tanto pela questão da jornada de trabalho quanto pela remuneração. Tenho feito vários concursos, com a consciência de que quanto mais me preparo, maiores são as minhas chances”.

O desenhista Lucas Santoro quer novas oportunidades no serviço público. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Servidor público há dez anos, o desenhista projetista Lucas Santoro, que trabalha no Centro Federal de Educação Tecnológica do Rio de Janeiro (Cetet-RJ), busca no CPNU, novas oportunidades no funcionalismo público. “Estou buscando uma mudança de ares, permanecendo no Executivo federal. Busco salário melhor e uma mudança de atividade”, disse, pouco antes de entrar no local de prova.

As provas estão sendo aplicadas em outros 292 locais na cidade do Rio e 402 no estado. Na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), também na zona norte da capital fluminense, o esquema de segurança contou com uma patrulha da Força Nacional de Segurança. Cerca de 250 homens da força estão atuando em locais de prova de 29 municípios de oito estados.

Suellen de Paula Martins, que trabalha como funcionária terceirizada no Judiciário estadual, faz o exame na Uerj e está tentando uma vaga para analista administrativo.

“Espero que seja um concurso tranquilo e fácil, na medida do possível. Optei pela administração pública porque, na minha mente, trabalhando nessa área e estando no meio, eu poderia melhorar alguma coisa e contribuir para a sociedade”, conta.

Projeto pessoal

Próximo da Uerj, na Escola Técnica Ferreira Viana, a cientista social e bacharel em direito Cleoneide Sousa Vieira Alexandre, de 47 anos, espera ser classificada para uma das vagas de auditor fiscal do trabalho e conquistar tanto estabilidade financeira quanto realização profissional.

“Concurso público existe como um projeto desde os meus 26 anos, após me formar em ciências sociais. Depois entrei num curso de direito e, no meio dessa graduação, engravidei. Com a maternidade, acabei abrindo mão da profissão e dei uma parada nesse projeto de concurso público. Neste ano, eu retomei, embora estudar tenha sido um desafio”, relata.

Oportunidade

Jessica Rodrigues é formada em direito e chegou a ser aprovada na prova da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), mas não quis seguir na carreira da advocacia. No CPNU, ela também concorre a uma vaga para auditor fiscal do trabalho.

“O Enem dos Concursos trouxe a possibilidade da participação dos candidatos com a redução de custos com viagens, hospedagem, alimentação, que seriam indispensáveis se o processo não fosse unificado. Me inscrevi para o cargo de auditor fiscal do trabalho, em razão da oferta de vagas oferecidas no certame e dos vencimentos, bem como pela divisão de blocos possibilitar que o candidato dispute ao mesmo tempo a vários cargos, de acordo com a sua preferência e ordem de classificação”, explica.

A estudante de administração pública da Universidade Federal Fluminense (UFF), Yasmin Ferreira, faz a prova na própria faculdade, em Niterói, no Grande Rio, e vai concorrer a uma das vagas de nível médio do CPNU.

“Por ser estudante de administração pública, vejo nesse concurso uma oportunidade para que as pessoas possam entrar no serviço público e tenham mais estabilidade financeira, que é o meu caso. Acho esse projeto [do CPNU] muito interessante, pois acredito que possa trazer um novo vigor ao serviço público, com servidores novos, com novas ideias e críticas construtivas, que tragam melhorias à população”.

Atrasos

O candidato Guilherme Oliveira chega atrasado para as provas do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU). Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Alguns candidatos, no entanto, precisarão esperar uma nova oportunidade. O jornalista Guilherme de Oliveira, por exemplo, chegou às 8h35 à Uerj. Os portões tinham fechado cinco minutos antes e ele ficou de fora do exame.

“O trânsito nem estava ruim. Eu que me organizei mal. Devia ter saído mais cedo. Mas está feito, tenho que assumir minha responsabilidade [pelo atraso]. Mas tem outras provas pela frente”, lamentou.

As provas, objetiva e discursiva, serão aplicadas em dois turnos: manhã e tarde. De acordo com o cronograma divulgado pelo Ministério da Gestão, o gabarito das provas sai na próxima terça-feira (20) e as notas serão divulgadas em 8 de outubro. O resultado final está previsto para 21 de novembro.

Mega-Sena acumula e prêmio vai a R$ 65 milhões

Ninguém acertou as seis dezenas do Concurso 2.763 da Mega-Sena, sorteadas nesse sábado (17) à noite em São Paulo. O prêmio para o próximo concurso, na terça-feira (20), deve ser de R$ 65 milhões.

A quina teve 52 ganhadores que receberão, cada um, R$ 75.241,53. As 4.751 apostas ganhadoras da quadra terão o prêmio individual de  R$ 1.176,46.

A aposta mínima da Mega-Sena custa R$ 5 e pode ser feita nas lotéricas de todo o país ou pela internet, no site da Caixa, até as 19h (horário de Brasília) do dia do sorteio.

 

Projeto monitora rios na região da Terra Indígena Yanomami

A qualidade ambiental e a concentração de metais como mercúrio, agrotóxicos e outras substâncias estão sendo analisadas na região da Terra Indígena Yanomami, em Roraima, pela equipe do Projeto Monitora Y. A iniciativa aprofunda o estudo realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em 2022, que identificou a contaminação de peixes amazônicos por mercúrio na Bacia do Rio Branco e, posteriormente, levou à identificação dos efeitos nos povos indígenas.

Ao todo foram realizadas três coletas desde novembro de 2023, quando teve início a pesquisa, sendo duas coletas em março e junho deste ano. A previsão é que haja mais uma coleta em setembro.

De acordo com o pesquisador do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) Romerio Briglia, foram feitas novas coletas de amostras de águas de consumo e fluviais, sedimentos de rios e de peixes na TI Yanomami e em unidades de Conservação federais da região, como as estações ecológicas Maracá e Niquiá, o Parque Nacional do Viruá e a Floresta Nacional de Roraima.

“Nessa nova fase, vamos incluir outros rios e outras unidades de conservação fora da Terra Indígena Yanomami. Começará em 16 de setembro, e deve durar duas semanas a expedição de campo. Em breve, a gente vai ter o resultado, por volta de novembro, e vamos publicar um artigo e socializar essas informações com todos os parceiros interessados”, adianta o pesquisador.

Segundo Briglia, o objetivo do estudo é qualificar as informações sobre os impactos da atividade do garimpo ilegal. “Ainda temos poucas informações sobre quais os efeitos que essas atividades causaram dentro da Terra Indígena Yanomami e nas unidades de Conservação federais contíguas a essa área”, explicou.

O projeto Monitora Y é executado por uma equipe multidisciplinar do Centro de Tecnologia Mineral do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), ICMBio e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A iniciativa integra a Rede de Monitoramento Ambiental em Terras Indígenas Yanomami e Alto Amazonas, lançada em novembro de 2024, em uma frente que reúne os ministérios do Meio Ambiente e Mudança do Clima, dos Povos Indígenas, da Saúde e a Ciência, Tecnologia e Inovação. O objetivo é gerar dados que orientarão as políticas públicas para sanar a emergência Yanomami.

Alertas

Em julho, o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), órgão vinculado ao Ministério da Defesa, divulgou uma redução no número de alertas de garimpo na TI Yanomami. De acordo com nota da instituição, no período de janeiro a junho deste ano houve uma redução de 75% da área alcançada por alertas, na comparação com 2023.

Os seis primeiros meses de 2024 registraram alertas em 53,67 hectares da TI, enquanto em 2023 os alertas foram em 219,67 hectares e, em 2022, alcançaram 814,81 hectares.

Imagens do Rio Uraricoera e de um ponto de conexão entre os rios Mucajaí e Couto Magalhães, localizados nas proximidades do território indígena, também foram apresentadas pelo Ministério da Defesa para demonstrar a melhoria na transparência da água. “As águas que tinham aparência mais amarelada, devido à contaminação por resíduos químicos da atividade minerária, estão, gradativamente, voltando à coloração normal”, informou.

Saúde

Na primeira semana de agosto, o Ministério da Saúde entregou 21 câmaras frias de armazenamento de vacinas e soros, 24 geradores de energia, além de formalizar a implantação de 35 leitos exclusivos para atendimento aos indígenas Yanomami no Hospital Universitário da Universidade Federal de Roraima (UFRR). 

“Sabemos como essa grave crise afeta a realidade do povo Yanomami. Estamos empenhados em solucionar as questões de forma persistente e duradoura”, declarou a ministra da Saúde Nísia Trindade, nas redes sociais.

Atos contra e a favor governo Maduro tomam as ruas na Venezuela

Este sábado (17) foi mais um dia de atos contra e a favor do resultado eleitoral anunciado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, que deu a reeleição ao presidente Nicolás Maduro na votação do dia 28 de julho.

A oposição realizou atos em diversas cidades do mundo convocados pelas lideranças da campanha de Edmundo González, que reivindicam a vitória na eleição presidencial. Foram registrados atos, entre outros países, na Austrália, na Espanha, na Inglaterra e no México, além de em diversas cidades dentro da Venezuela.

Chamada de “Grande Protesto Mundial pela Verdade”, a principal manifestação ocorreu em Caracas, sob a liderança de María Corina Machado, que discursou para milhares de pessoas. Segundo Corina, a tática da oposição agora é cobrar o respeito ao voto.

“Que o mundo e todos na Venezuela reconheçam que o presidente eleito da Venezuela é Edmundo González. Esse regime, quando se viu derrotado e descoberto, optou pela mais cruel de todas as políticas, que foi entrincheirar-se num grupo do alto comando militar e ordenar uma campanha de repressão”, denunciou.

A oposição e organizações sociais têm denunciado prisões arbitrárias no país no contexto dos protestos pós-eleitorais com mais de 1,3 mil presos e mais de 20 óbitos. Já o governo afirma que luta contra grupos criminosos que atacam prédios públicos, lideranças chavistas e policiais, o que já teria causado a morte de 25 pessoas e ferido 97 membros das forças de segurança.   

O candidato Edmundo González se manifestou pelas redes sociais, em vídeo. “Essas manifestações são a força que fará respeitar a decisão de mudança e paz que votamos milhões no dia 28 de julho”, destacou.   

Atos em favor do presidente Nicolas Maduro em Caracas, Venezuela REUTERS/Maxwell Briceno/Proibida reprodução

Chavismo

Em contrapartida, atos “pela paz e em respaldo a vitória do presidente Nicolás Maduro” também foram registrados em diversas cidades do país e transmitidos pelas emissoras estatais, incluindo caravanas de motocicletas na capital, Caracas.

A maior mobilização chavista ocorreu em Caracas, onde uma marcha seguiu pelo centro da capital até o Palácio de Miraflores, sede do governo do país sul-americano, com a participação de Diosdado Cabello, 1º vice-presidente do PSUV (partido do governo) e segunda mais poderosa liderança chavista do país, e Jorge Rodríguez, presidente da Assembleia Nacional.

Entrevistado pela emissora VTV, o trabalhador Rafael Gárcia explicou o motivo de ter saído à rua. “Estamos aqui apoiando nosso presidente constitucional Nicolás Maduro Moro contra o fascismo, contra o imperialismo e contra aqueles que não aceitaram o resultado eleitoral. Nós queremos viver em paz”, disse.

Até o fechamento desta reportagem, as lideranças chavistas ainda não haviam se manifestado ao público.  

Perícia eleitoral

Na última quinta-feira (15), o Tribunal Supremo de Justiça (STJ) da Venezuela informou que iniciou a perícia de todo o material eleitoral entregue à Corte pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) e pelos partidos e candidatos da eleição presidencial do dia 28 de julho.

O resultado do pleito na Venezuela, que deu a reeleição a Nicolás Maduro, foi parar no Supremo depois que o presidente entrou com um recurso na Corte diante das denúncias de fraudes da oposição e de ataques cibernéticos contra o CNE.

Como o CNE não apresentou os resultados detalhados por mesa de votação, além de suspender três auditorias que estavam previstas para depois de 28 de julho, a vitória de Maduro vem sendo contestada por organizações internacionais de observadores e diversos países.

Como cada fiscal de partido tem acesso a uma ata eleitoral de cada urna, a oposição diz ter recolhido mais de 80% das atas. Esses documentos em posse da oposição foram publicados na internet e mostram a vitória do candidato opositor, Edmundo González. O governo da Venezuela diz que as atas da oposição foram falsificadas e o Ministério Público do país abriu uma investigação penal contra os responsáveis pela publicação desses documentos.

Jornalista diz que Silvio Santos foi inovador na televisão

O apresentador de televisão e empresário Silvio Santos, que morreu na madrugada deste sábado (17), em São Paulo, foi responsável por inovações no jornalismo brasileiro. Filiado ao Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro desde os anos 50, ele ajudou a criar o primeiro telejornal no país com a presença de um âncora – jornalista que, além de apresentar o jornal, comenta e analisa as notícias.     

“Ele nos ajudou a criar o primeiro jornal ancorado. Ele nos ajudou a fazer o primeiro jornal apresentado por um âncora no Brasil, que foi o Telejornal Brasil, o TJ Brasil, com Boris Casoy”, conta o jornalista da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Albino Castro, que trabalhou com Silvio Santos no SBT por 12 anos.

Albino lembra que o apresentador e empresário ainda participou da criação do primeiro telejornal com uma mulher como âncora, a jornalista Lillian Witte Fibe, no Jornal do SBT, e do programa policial Aqui Agora.

“O Aqui Agora era um produto jornalístico idealizado por ele e que nós tocamos com a ajuda dele e com a orientação dele. O Silvio Santos era jornalista, sindicalizado no Rio desde 1954, e tinha uma visão jornalística muito interessante, porque era uma visão misturada com linha de show. Ele concebia o jornalismo também como alguma coisa espetacular, extraordinária”, destaca Albino.

Inovação

Ele recorda ainda que o apresentador mudou inclusive a forma como o telejornal era montado, baseado nos jornais impressos, dividido em seções ou editorias.

“Ele dizia que fazíamos um roteiro muito igual ao jornal impresso. [Ele dizia que] você pode misturar todas as notícias, como a capa do jornal, não precisa fazer a seção de esporte, a seção internacional, a seção de economia. E aí você vê que é uma coisa que foi implantada por nós no SBT e que depois ganhou espaço em todas as emissoras. E hoje, o Jornal Nacional e todos os demais jornais são feitos assim”, enfatiza. 

O apresentador e empresário morreu às 4h50 deste sábado, na capital paulista, em decorrência de uma broncopneumonia após uma infecção por Influenza (H1N1). Ele estava internado no Hospital Israelita Albert Einstein. Silvio Santos deixa a esposa Íris, duas filhas do primeiro casamento e quatro filhas do segundo casamento, além de netos e bisnetos.

Renato Duque, ex-diretor da Petrobras, é preso em Volta Redonda

O ex-diretor de serviços da Petrobras Renato Duque foi preso pela Polícia Federal em Volta Redonda (RJ) neste sábado (17). Ele tem diversas condenações em processos derivados da Operação Lava Jato e suas penas somam 39 anos de prisão.

Desde julho, havia um mandado de prisão expedido pela 13ª Vara da Justiça Federal, sediada em Curitiba. Ele era considerado foragido. Um trabalho de inteligência da Polícia Federal permitiu localizar Duque em uma casa no município fluminense.

O ex-diretor de serviços da Petrobras chegou a ficar preso preventivamente por aproximadamente cinco anos, entre 2015 e 2020, quando obteve o benefício de responder aos seus processos em liberdade

Na época, a Justiça levou em conta que nenhum deles havia transitado em julgado.

Duque foi um dos primeiros alvos das investigações contra a corrupção da Operação Lava-Jato e foi condenado pela primeira vez em 2015 por associação criminosa. Posteriormente, outras sentenças apontaram seu envolvimento em crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Os casos foram analisados em primeira instância pelo então juiz Sergio Moro. Segundo o magistrado, teria ficado provado o envolvimento do ex-diretor em um esquema na Petrobras de pagamento de propina, para destinar recursos a contas no exterior e a financiamento político.

A Polícia Federal informou que Renato Duque já foi encaminhado ao sistema prisional do Rio de Janeiro. A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária confirmou que ele deu entrada na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, na zona norte da capital fluminense.

Apelação

A Agência Brasil não conseguiu contato com os advogados que representam Renato Duque. A defesa chegou a apresentar uma apelação ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar evitar a prisão. Em outros recursos apresentados em instâncias inferiores, a representação do ex-diretor da Petrobras pleiteou a declaração de incompetência do ex-juiz Sérgio Moro, alegando que o julgamento seria atribuição da Justiça Eleitoral.

Alguns processos conduzidos por Moro no âmbito da Operação Lava-Jato chegaram a ser anulados pelo STF, seja por questões de competência legal e também devido à falta de imparcialidade. Em 2021, foi reconhecida a suspeição do magistrado em processo que havia levado à prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Desde então, condenações, provas e acordos passaram a ser questionados pelas defesas de outros réus. Em alguns casos, o STF concordou com as alegações.

Silvio Santos morre em São Paulo aos 93 anos

Morreu neste sábado (17) o empresário e apresentador Silvio Santos. Ele tinha 93 anos. Estava internado na capital paulista desde o início de agosto. A informação foi confirmada pelo Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), emissora da qual ele era proprietário.

A família do apresentador lamentou a morte em uma publicação nas redes sociais. “Hoje o céu está alegre com a chegada do nosso amado Silvio Santos. Ele viveu 93 anos para levar felicidade e amor a todos os brasileiros. A família é muito grata ao Brasil pelos mais de 65 anos de convivência com muita alegria”,  afirmou.

Nascido no Rio de Janeiro em 1930, Silvio Santos deixa seis filhas e esposa. Ainda não foram divulgadas informações sobre o velório.

 

 

Mega-Sena sorteia neste sábado prêmio acumulado em R$ 55 milhões

As seis dezenas do concurso 2.763 da Mega-Sena serão sorteadas, a partir das 20h (horário de Brasília, no Espaço da Sorte, localizado na Avenida Paulista, nº 750, em São Paulo.

O sorteio terá transmissão ao vivo pelo canal da Caixa no YouTube e no Facebook das Loterias Caixa. O prêmio está acumulado em R$ 55 milhões.

As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília) nas casas lotéricas credenciadas pela Caixa, em todo o país ou pela internet.

O jogo simples, com seis números marcados, custa R$ 5.