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Carnaval turístico do Rio também nasceu da luta política dos sambistas

Arte/Agência Brasil

O carnaval turístico no Rio de Janeiro, desde o início dos anos de 1930, foi uma articulação política, que envolveu diversos setores, incluindo a imprensa e as agremiações carnavalescas, mercado de turismo e o Estado. Essa é uma das conclusões de pesquisa da doutora em História Social pela Universidade Federal Fluminense (UFF) Fabiana Martins Bandeira. “Essa disputa aconteceu em torno de qual seria o carnaval que seria turístico”, explicou Fabiana

Intitulada Modernidade Negra na Praça Onze: escolas de samba, ação política e a construção do carnaval turístico, a pesquisa destaca a ação política das escolas de samba ao longo de todo o processo estudado, que se inicia em 1932, no primeiro desfile na Praça Onze, e vai até 1948, pegando o período do pós-guerra. 

“A principal conclusão a que eu chego é que o acesso à cidadania foi buscado por esses sambistas, negros, pobres, moradores de comunidades e subúrbios, através do seu carnaval, do seu desfile, e como essas comunidades foram agentes políticos de sua história. Elas lutaram, através dos seus desfiles, por maior acesso à cidadania e o reconhecimento do valor do samba das escolas de samba para a formação da brasilidade e o reconhecimento do valor do desfile para o crescimento desse carnaval político”, disse em entrevista à Agência Brasil.

Segundo Fabiana, há o entendimento de que foi uma ação política, que ficou mais evidente no pós-guerra, com a consciência do apoio dos sambistas para as eleições, em especial nos anos de 1945 e 1947, quando as escolas de samba atuaram diretamente nas campanhas políticas, com algumas lideranças sendo alvo de repressões e perseguições no governo de Eurico Dutra, principalmente após sua aproximação com o Partido Comunista do Brasil (PCB).

Cidadania

“Tudo isso mostra para a gente como essa ação de participação no carnaval turístico e nos rumos políticos da vida brasileira, as escolas de samba colocaram na rua discursos políticos”, avalia. 

Durante a guerra, as escolas cantaram sambas de apoio ao soldado combatente, sambas contra o nazifascismo. “Tudo isso foi mostrando que, mais do que simplesmente ter o direito de desfilar era, também, o direito de ser reconhecido como cidadão, como brasileiro, e ter o samba de morro, como a imprensa chamava na época, reconhecido como um grande valor cultural para o país”.

Boa parte da tese de Fabiana se concentra no período do Estado Novo de Getúlio Vargas. Foi quando ela observou o maior movimento de mostrar o samba no exterior e trazer também estrangeiros para a política da boa vizinhança com os Estados Unidos para verem o samba. Em algumas agremiações, ocorreram visitas importantes, como a do diretor Walt Disney, que esteve na Portela, em 1941; e do diretor de cinema Orson Welles, em 1942, que participou do carnaval na Praça Onze e tentou fazer um filme sobre a festa.

“Acho que a maior contradição que eu observei nesse período do Estado Novo e da política da boa vizinhança é sobre a identidade racial brasileira. De um lado, o samba vai sendo elevado no discurso da grande imprensa como representativo de uma suposta democracia brasileira e de uma suposta harmonia racial brasileira, que a gente sabe que é mito. Naquele período, o samba servia a esses propósitos da propaganda”, argumenta. 

Fabiana apurou, porém, que o que estava sendo mostrado no exterior era, principalmente, um samba branco, feito por sambistas e artistas brancos, como Carmem Miranda e o Bando da Lua, que participaram de movimentações oficiais brasileiras, como, por exemplo, na Feira Mundial de Nova York, entre 1939 e 1940.

Contradição

Ao mesmo tempo que o carnaval de rua popular e os desfiles das escolas de samba mostram a relação entre brasilidade e samba, o Estado brasileiro poucas vezes, naquele momento, associou isso ao sambista negro morador dos morros e subúrbios do Rio. 

“Pode-se dizer que o samba foi valorizado, mas o sambista continuou por muito tempo sendo estigmatizado, perseguido. O Estado Novo tem grandes contradições, tanto na questão da exportação do samba, do reconhecimento, da valoração do samba como típica música nacional, como no próprio cotidiano da cidade do Rio de Janeiro, durante a prefeitura do interventor Henrique Dodsworth, nomeado pelo presidente Vargas”.

Segundo a pesquisadora, foi na gestão de Henrique Dodsworth como prefeito do então Distrito Federal que as negociações das agremiações das escolas de samba com o Estado ficaram mais dificultadas, com o governo tentando se apropriar da recém-construída Avenida Presidente Vargas, espaço importante para a cultura popular, para fazer auto homenagem ao presidente e ao legado de seu governo. Ao mesmo tempo, se intensificavam as perseguições policiais e as regras eram cada vez mais rígidas para o carnaval de rua, enquanto havia incentivo para o carnaval interno de bailes em cassinos luxuosos e hotéis na orla de Copacabana, enquanto se enfraquecia o apoio ao carnaval popular, incluindo as escolas de samba.

Pacto

As agremiações de samba acabaram se organizando em associação e estabeleceram uma espécie de pacto político com o Estado para que essas comunidades tivessem algum benefício. Durante a prefeitura de Pedro Ernesto, antes do golpe de Estado, o pacto político começou a ser construído, com a inauguração, em janeiro de 1936, da Escola Municipal Humberto de Campos, na Mangueira, primeira unidade de ensino aberta em uma comunidade. Já a partir do Estado Novo, esse pacto político vai sendo rompido. Esse pacto significava que as escolas de samba entrariam com toda a sua festa, e sua performance para engrandecer e tornar mais interessante o carnaval turístico que estava sendo oficializado na prefeitura e cobrariam da municipalidade melhorias nas suas condições de vida e de acesso à cidadania.

O argumento de Fabiana Bandeira foi sendo construído em cima, principalmente, de uma percepção da ação política das escolas de samba, “do associativismo negro das escolas de samba como um motor para uma luta por cidadania de homens e mulheres negros, suburbanos, moradores de comunidades, que viviam sob uma sociedade extremamente racista, onde o discurso da eugenia era ainda muito forte”. 

“É uma luta antirracista que tem muitos desafios, contradições e dificuldades, mas tem também a vitória de ter conseguido se transformar no principal evento desse carnaval político”, explica. 

Na análise de Fabiana, a hegemonia das escolas no final dos anos de 1940 já é notável e coloca o sambista negro como o agente dessa história, símbolo do carnaval, da cultura popular. Para a pesquisadora, no entanto, essa “é uma luta contínua”.

Atualmente, o carnaval carioca se consolidou como um negócio, além de ter se tornado um grande momento de arrecadação para o Estado. O evento também se estabeleceu como mercado de trabalho para muitas pessoas, que trabalham o ano inteiro para colocar as escolas de samba na avenida, na visão de Fabiana. 

Segundo Fabiana, nos últimos anos as vozes e as intelectualidades negras vêm ganhando espaço novamente, deixando para trás uma fase polêmica de enredos patrocinados nas escolas de samba.

A pesquisadora entende, contudo, que ainda há uma permanência do racismo em muitos discursos da imprensa, principalmente pela mentalidade persistente na história recente que relaciona a figura do carnavalesco a um intelectual branco, oriundo da academia, considerado por muitos como mente criadora nas escolas de samba, deixando na invisibilidade os artistas das próprias agremiações que trabalham para a realização do carnaval.

Capoeiristas farão censo para mapear grupos na capital paulista

O Fórum da Capoeira do Município de São Paulo e o Instituto Caifazes Ação Social vão fazer uma pesquisa censitária na capital paulista para mapear os grupos de capoeira na cidade. A iniciativa conta com o apoio da Secretaria Municipal de Esportes e Lazer e da Casa da Capoeira de São Paulo.

A previsão é de que os dados sejam coletados durante três meses, aproximadamente. A etapa seguinte, de gestão e organização, deve durar outros seis meses, conforme o planejamento inicial. O resultado será apresentado no dia 17 deste mês. A ideia é visitar os espaços e entrevistar as pessoas responsáveis, além de produzir um banco de dados que fique disponível para entidades de capoeira e pesquisadores.

Em entrevista à Agência Brasil, o contramestre Renato Manoel de Souza, mais conhecido nas rodas como Palito, falou sobre o cuidado para envolver no projeto apenas pessoas comprometidas com a capoeira que, historicamente, é alvo de ataques originados do racismo.

“Sobre a discriminação, as pessoas sabem que a capoeira foi perseguida porque é uma manifestação cultural de africanos escravizados. Hoje, ela é direcionada a mestres negros, aqueles que são assassinados pelas costas por intolerantes políticos. São mestres que, apesar da grande carreira na área, dos prêmios e reconhecimento da sociedade, ainda morrem pobres, esquecidos, como foi o caso de Bimba e Pastinha. A discriminação é direcionada à pessoa negra e não à atividade em si.”

 O capoeirista milita em diversas frentes no movimento negro, como na Oluko ilé Ékó Escola do Saber e na Biblioteca Comunitária Assata Shakur, na Vila Formosa.

“Se, porventura, durante uma perseguição, algum espaço hoje não mapeado deixar de existir, a gente nem vai saber”, pondera Palito.

Renato lembrou que o censo é um desdobramento de outras ações, iniciadas entre 2018 e 2019. A deputada estadual Leci Brandão (PCdoB) organizou uma audiência pública, no final de 2019, com os capoeiristas, como forma de agilizar o levantamento nos municípios, a partir da criação dos fóruns de capoeira.

“Em meio à pandemia e ao período eleitoral, lançamos o Mapa São Paulo da Capoeira, junto com a Candidatura Coletiva Ubuntu Capoeira e representantes de todas as macrorregiões da cidade. Foram mapeados cerca de 450 grupos. O Fórum da Capoeira do Município de São Paulo foi criado em dezembro de 2020 e se tornou o espaço onde passamos a discutir as demandas da capoeira na cidade que acabavam sendo suplantadas por outros atravessamentos”, disse. 

“A maior vulnerabilidade dentro da capoeira é esse apagão de informações que existe, que acaba mantendo no imaginário das pessoas aquela visão da capoeira folclórica, a capoeira do senso comum”, afirmou Palito, que é formado em pedagogia, com pós-graduado em relações étnico-raciais e dá aulas em oito locais diferentes.

Segundo o contramestre, a aproximação com autoridades governamentais resultou, em 2023, no lançamento do Edital de Fomento para a Capoeira, com um orçamento de R$ 2,5 milhões. “A prefeitura empenhou cerca de R$ 5 milhões para a capoeira no último ano, fruto da organização da categoria”, acrescentou.

Para o capoeirista, a pesquisa censitária ajudará a qualificar ainda mais as ações do movimento dos capoeiristas junto ao poder público e deve impulsionar uma descentralização de recursos e políticas públicas, fazendo com que diversos grupos sejam beneficiados. “E mostrará o quanto essa cultura afrodescendente, preta, diaspórica é importante para o desenvolvimento da maior cidade deste país”, destaca Palito. 

Cacique de Ramos faz 63 anos e fortalece história no carnaval do Rio

 

Um dos marcos do carnaval carioca completou 63 anos no dia 20 de janeiro: o Bloco Carnavalesco Cacique de Ramos, declarado Patrimônio Imaterial da Cidade do Rio de Janeiro.

No início dos anos 60, jovens de Ramos, na zona norte do Rio de Janeiro, se juntaram para brincar no carnaval, desfilaram pelas ruas do bairro e, no dia 20 de janeiro de 1961, criaram formalmente o bloco. Depois de dois anos desfilando, a partir de 1963 começaram a conquistar espaços no centro da cidade, que na época reunia o maior número de foliões.

Com o passar do tempo, o Cacique de Ramos se transformou em um bloco de embalo e se tornou, nos anos 60 e 70, um fenômeno de multidão formada por amantes da instituição, que saíam de várias regiões do Rio para desfilar. Para Bira Presidente, de 86 anos, que juntou a seu nome a função que exerce, do bloco tradicional já saíram tantos nomes importantes que ele tem que continuar. “Não vamos parar”, garantiu à Agência Brasil.

““Nesses 63 anos de história e de levar essa mensagem de alegria, o Cacique não parou de desfilar. Tenho, dentro do meu conceito e do meu trabalho, uma responsabilidade muito grande”, destacou.

Para manter nossa organização, temos que fazer movimentos sociais e culturais que levam alegria e descontração às pessoas. Isso é uma identificação muito nobre, na qual o Cacique, todo domingo, está sempre cheio, o movimento é impressionante. A gente faz reuniões para  botar o carnaval na rua. O Cacique de Ramos é um bloco tão tradicional que, nesses anos todos, tem sido sucesso na avenida principal, desfilando nos três dias de carnaval [domingo, segunda e terça].”

“Me sinto agraciado por Deus por ter me dado essa missão, que hoje em dia, é conceituada e respeitada por todos aqueles que gostam do samba, de alegria e do carnaval”, concluiu Bira.

Chopp

Sidney Machado, conhecido como Chopp, lembrou que, inicialmente, os desfiles contavam com poucas pessoas, sem formato de agremiação e sem nome. Ele contou que a ideia evoluiu ao longo dos anos, com a chegada de mais pessoas e, então, o bloco foi criado. Foi aí que ele passou a participar do Cacique. “O Cacique é tudo para mim. Ali, eu dou minha vida pela união que temos.”

Segundo o músico, percussionista e ex-chefe de harmonia de escolas de samba do Rio que exerceu durante 12 anos, o nome do grupo foi dado por Tia Conceição, mãe do Bira, que era “feita no santo pela Mãe Menininha do Gantois, da Bahia”.

“O bloco foi crescendo e surgiu o nome do Cacique de Ramos, que praticamente foi dado pela Tia Conceição, mãe do Bira. Ela tinha um candomblé, e isso vem mais ou menos por aí. Tanto que, no Cacique, a tamarineira [árvore plantada na quadra reverenciada por quem visita o local] fica onde está o axé do Cacique, desde o início, com a Tia Conceição.”

Com alegria, o sambista conta que o maior sucesso do bloco foi o samba Água na Boca, lançado em 1964. De lá para cá é cantado nos desfiles do bloco e de outros, além de bailes de carnaval. “Foi o primeiro sucesso do Cacique”, disse.

Símbolos

A marca do bloco, a figura de um indígena estilizado, é referência do carnaval de rua carioca. Como também é a fantasia usada no começo da sua trajetória. A identidade visual carnavalesca do bloco foi criada pelo artista plástico Romeu Vasconcelos. Na época em que as fantasias, sobretudo de indígenas, eram feitas em algodão ou cetim, o modelo era confeccionado com napa.

“A fantasia de napa marca o imaginário do folião do Cacique de Ramos. Ela vestiu gerações de pessoas que relatam com muito prazer e muita emoção o que era vestir essa fantasia tão emblemática, tão livre, que cobria qualquer tipo, tamanho, formato de corpo, masculino ou feminino”, destacou o historiador, membro da diretoria e coordenador do Centro de Memória Domingos Félix do Nascimento do Grêmio Recreativo Cacique de Ramos, Walter Pereira Júnior.

A partir da fantasia, o artista plástico passou a criar um conjunto de símbolos e de imagens, que a tornaram muito notória. “Eram representações muito bonitas nas cores preto e branco, inicialmente, porque até meados dos anos 70, o bloco tinha exclusivamente essas duas cores. Depois é que a efígie do índio, que sempre foi vermelha, começa a aparecer mais na fantasia e a partir daí o vermelho entra também na fantasia”, ressaltou.

Referência musical

A tradição do Cacique não se restringe ao carnaval. É também uma referência no cenário musical. Dos encontros de pagode, que reuniam muitas pessoas ao redor do samba com comida e bebida, nasceram grupos e artistas de destaque como o próprio grupo Fundo de Quintal, que tem na sua formação o presidente do bloco, conhecido como Bira Presidente. A presença da cantora Beth Carvalho também era frequente. As rodas de samba viram surgir sambistas importantes como Zeca Pagodinho, Arlindo Cruz e Xande de Pilares.

Xande de Pilares espera que o grupo continue agregando pessoas que amam o samba.” Foto: Mariana Oliver / Divulgação

A aproximação de Xande com o Cacique tem relação com a rivalidade que ocorria entre os seus amantes e os do também tradicional bloco do carnaval carioca Bafo da Onça. Quando ele tinha de 13 para 14 anos, a mãe chegou machucada em casa por causa de uma briga entre os foliões das duas instituições. Para defender a mãe, como coisas de criança, ele quis tirar satisfações com o “Tal de Cacique” e foi para a quadra em Ramos achando que chegaria lá e encontraria uma pessoa. Desse momento em diante construiu a sua história no lugar e na música.

“O Cacique é um movimento cultural maravilhoso que eu conheci. Por causa dele, eu estou até hoje no samba, onde pude ver Zeca, Marquinho China, Baiano, Luiz Carlos da Vila, Nelson Cavaquinho, que eu nunca tinha visto pessoalmente, Mussum e aquela mesa maravilhosa que tinha embaixo da Tamarineira. Muitas vezes eu ia para lá e a molecada jogava bola. Tinha uma quadrinha de asfalto. Tenho muitas passagens boas no Cacique”, revelou Xande de Pilares à Agência Brasil.

Para expandir as amizades com os artistas, o cantor se aproximou do percussionista Ubirany Félix do Nascimento, um dos fundadores do Fundo de Quintal, morto em 2020 vítima de covid-19. “Um dia eu peguei intimidade com o Ubirany e, através dele, me aproximei de todos. Tenho muito orgulho de ter tido a paciência para conhecer os personagens do Cacique de Ramos”, completou o cantor.

“Parabéns ao Cacique de Ramos, que ele continue revelando talentos e que continue agregando pessoas que amam o samba.”

Essa junção do carnaval com o samba deu frutos ao bloco que desfilava ao som de músicas próprias, que conquistavam o público e garantiam a empolgação da instituição no centro do Rio.

“O desfile do Cacique, quando se transforma em bloco de multidão, falava muito da horizontalidade. Todos estavam iguais dentro daquela massa compacta de foliões cantando, sambando, extravasando sua alegria, vestindo as cores e a fantasia da instituição, no caso do Cacique a napa carnavalesca, cantando sambas próprios e desfilando dentro do seu cortejo”, disse o coordenador do Centro de Memória.

No compromisso de manter o projeto cultural, o bloco transmite informações sobre a sua história em exposições, palestras e shows. Na parte social, fez convênio com a 4ª Coordenadoria Regional de Ensino do Município do Rio para aulas de música para os alunos do ensino fundamental. Além disso, realiza aulas de percussão aos sábados na sede e aulas de samba aos domingos sem pagar para entrar, relatou Márcio Nascimento administrador-geral do Cacique à reportagem.

Rio de Janeiro – Blocos de rua tradicionais, como Cacique de Ramos e Bafo da Onça, entre outros, desfilam pelo centro do Rio (Vladimir Platonow/Agência Brasil) – Vladimir Platonow/Agência Brasil

Segundo o administrador do Cacique, Márcio Nascimento, a instituição se consagrou como um dos principais destinos turísticos do Rio de Janeiro e aproveitou essa motivação para garantir a sustentabilidade financeira, para manter saudável, esse patrimônio cultural. “O Cacique planeja continuar a promover os seus eventos culturais e buscar novas fontes de financiamento. Abrimos hoje espaços para parcerias, o que vem ajudando na nossa engrenagem a se adaptar às mudanças do mundo moderno”, indicou.

Márcio reconhece que é “uma dificuldade” manter estável um bloco como o Cacique. “Uma das maiores empreitadas que eu enfrentei foi a gestão financeira e a necessidade de modernização da infraestrutura. No entanto, junto com a diretoria de ouro e nós familiares do presidente conseguimos superar esses desafios buscando novas formas de nos mantermos relevantes e financeiramente viáveis”, afirmou Nascimento.

Carnavalesco

André Cezari adiantou para a Agência Brasil, que em 2024 o tema comemorativo celebra as histórias de amor que tiveram origem no bloco sob as mais diversas formas com o título Coração caciqueano uma história de amor. Outro destaque em 2024, de acordo com Cezari é a alegoria que vem a corte com a rainha e as princesas do bloco decorado com corações.

“Esses corações simbolizam os nossos corações caciqueanos que estarão lá desfilando que ao mesmo tempo saltarão aos olhos e esse amor envolvente tocará também todos que estarão na arquibancada na Avenida Chile para que no ano seguinte esse amor cresça e faça com que eles também venham conosco em nossos desfiles e na nossa quadra”, disse, acrescentando que a expectativa é muito grande.

Polícia prende homem com 452 cartões no Sambódromo em SP

A polícia de São Paulo prendeu um homem de 38 anos de idade que aplicava o golpe da maquininha e estava em posse de 452 cartões bancários no Sambódromo do Anhembi, na capital paulista. O homem tentou fugir no momento em que foi abordado pelos policiais, na noite deste sábado (10).

Por volta das 23h, os policiais avistaram dois homens em atitude suspeita em meio aos populares no Sambódromo. De acordo com a SSP, assim que os suspeitos perceberam a aproximação dos agentes, correram em direção à multidão, mas os investigadores conseguiram abordar um deles, que tentou se desfazer de uma bolsa que carregava. No interior havia 452 cartões bancários de diferentes instituições, além de uma máquina de cartão. 

“Entre os cartões apreendidos, os policiais localizaram dois que tinham boletim de ocorrência anterior, um por roubo em junho do ano passado, e o outro por furto, em setembro. O restante do material foi apreendido e encaminhado à perícia para dar prosseguimento à pesquisa”, informou a SSP, em nota.

O golpe da maquininha ocorre quando as vítimas dão o cartão bancário ao criminoso para efetuar uma compra, e digitam a senha no equipamento. O aparelho, com um software malicioso, memoriza a senha. O falso comerciante, então, devolve à vítima um cartão trocado e fica com o original. Dessa forma, o criminoso obtém o cartão e a senha.

A polícia prendeu também sete pessoas que estavam praticando crimes nos blocos de rua, na tarde de sábado (10). Em um dos casos, os policiais identificaram uma mulher que estava escondendo celulares furtados em uma bolsa. Foram localizados 22 aparelhos com a suspeita. 

Ao todo, os agentes conseguiram recuperar 55 aparelhos furtados, até o início da noite deste sábado. As ocorrências foram registradas nas delegacias das regiões onde os blocos estavam concentrados. 

Aplicativo

O governo federal, em parceria com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), apresentou em dezembro o aplicativo Celular Seguro para impedir o acesso dos criminosos a aplicativos financeiros e dados pessoais em caso de roubo ou furto de celulares.

O aplicativo e o site Celular Seguro permitem bloquear o aparelho, a linha telefônica e os aplicativos bancários em poucos cliques.

Após baixar o aplicativo ou acessar o site, é preciso fazer o login por meio da conta Gov.br. O usuário deverá cadastrar seu aparelho informando o número, marca e modelo. Pode ser registrado mais de um dispositivo, mas a linha deve estar cadastrada no CPF do usuário.

O sistema permite o cadastro de uma ou mais pessoas de confiança, que poderão auxiliar criando ocorrências em nome do usuário. Em caso de perda ou roubo, o usuário ou a pessoa de confiança poderá registrar uma ocorrência por meio do site ou do aplicativo.

Lewandowski se reúne com Arthur Lira na Câmara dos Deputados

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, se reuniu na tarde desta terça-feira (6) com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira. O encontro ocorreu no gabinete de Lira. Tratou-se, de acordo com a assessoria do ministro, de uma visita de cortesia. Ambos se reuniram a sós e não falaram com a imprensa.

Lewandowski assumiu o cargo na semana passada, em cerimônia com a presença de todos os chefes de poderes, com exceção de Lira. Após receber um telefonema do presidente da Câmara para cumprimentá-lo pela posse e pedindo uma agenda no ministério, o novo titular da Justiça fez questão dele próprio visitar Lira em seu gabinete, em um gesto político de aproximação.

O encontro de Lira e Lewandowski ocorre em um contexto de certa animosidade do presidente da Câmara com integrantes do governo federal. Em discurso na abertura do ano legislativo, na tarde desta segunda-feira (5), o presidente da Câmara dos Deputados afirmou que não ficará inerte este ano em razão das eleições municipais e supostas disputas políticas entre os poderes. Lira cobrou ainda que o governo federal cumpra acordos firmados com os deputados federais como contrapartida à aprovação de pautas consideradas prioritárias. O discurso foi lido como recado crítico sobre a relação política com o Poder Executivo.

Na mesma sessão do Congresso Nacional, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi representado na cerimônia pelos ministros Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Rui Costa (Casa Civil). Padilha, que seria um dos principais alvos da crítica de Lira, afirmou que Executivo e Congresso irão manter “a dupla de sucesso” em 2024 e que “o governo em nenhum momento rompeu e nem nunca romperá relação” com o Parlamento.

Brasília (DF) 05/02/2004 Sessão do Congresso Nacional para a abertura do ano legislativo. Foto Lula Marques/ Agência Brasil – Lula Marques/ Agência Brasil

Assédio sexual no carnaval ainda é realidade e temor de brasileiras

No Brasil, país que, até a atualidade, tem sua imagem muito associada ao carnaval, metade (50%) das mulheres já foi vítima de assédio sexual durante a festividade e 73% delas têm receio de passar por essa situação pela primeira vez ou novamente. De acordo com novo levantamento do Instituto Locomotiva, essas proporções são ainda mais altas entre mulheres negras, chegando, respectivamente, a 52% e 75%.

A pesquisa, que entrevistou 1.507 homens e mulheres com 18 anos de idade ou mais, entre 18 a 22 de janeiro deste ano, indica, ainda, outro dado importante: seis em cada dez mulheres (60%) percebem o carnaval de hoje tão arriscado quanto os do passado, em relação ao assédio sexual. De novo, há diferença entre a porcentagem de mulheres brancas (55%) e mulheres negras -, isto é, pardas e pretas -, (65%) que compartilham tal percepção. A sondagem é um retrato da realidade do Brasil como um todo, já que tem abrangência nacional.

Outro aspecto relevante diz respeito as campanhas de combate a esse tipo de crime. O que se constatou é que essas ações são tidas como fundamentais para quase todas as entrevistadas pelo instituto (97%).

Basta apenas uma pesquisa rápida na rede X (antigo Twitter) para ter acesso a inúmeros relatos de mulheres que se tornaram vítimas de assédio sexual no período. Algumas comentam que, este ano, se sentem desconfortáveis de vestir certas peças de roupa, como pudessem, com isso, inibir a aproximação incômoda.

Outras expressam sua revolta com comentários deixados em postagens de vídeos, nas quais se vê o discurso de que, se mulheres decidem pular carnaval, não têm o direito de reclamar, caso sejam assediadas. “Dizem que é do jogo, que não se pode controlar a multidão. Macho se solidariza é com macho mesmo”, opina uma usuária da rede social.

Pelo levantamento, é possível obter informações relacionadas ao julgamento ou à falta dele, quando o assunto é a roupa da vítima de assédio. Uma parcela de 15% dos brasileiros ainda pensa que, se uma mulher sai para se divertir no carnaval com roupas curtas, é sinal de que está disponível para encontros sexuais. A proporção de brasileiros que discordam disso é de 68%, sendo maior entre mulheres (75%).

Segundo o Instituto Locomotiva, enquanto 81% dos brasileiros acham problemático um homem beijar uma mulher embriagada ou com roupas curtas, sem que ela dê consentimento, a proporção de mulheres com a mesma opinião é superior, atingindo 86%. Apurou-se também que 86% dos brasileiros reconhecem que ainda há assédio sexual praticado no período da festa de rua e que acreditam que todos devem contribuir para coibi-lo. Uma parcela de 7% discorda dessas afirmações, sendo que 5% discordam totalmente.

Sete em cada 10 mulheres têm medo de assédio no carnaval

No Brasil, país que, até a atualidade, tem sua imagem muito associada ao carnaval, metade (50%) das mulheres já foi vítima de assédio sexual durante a festividade e 73% delas têm receio de passar por essa situação pela primeira vez ou novamente. De acordo com novo levantamento do Instituto Locomotiva, essas proporções são ainda mais altas entre mulheres negras, chegando, respectivamente, a 52% e 75%.

A pesquisa, que entrevistou 1.507 homens e mulheres com 18 anos de idade ou mais, entre 18 a 22 de janeiro deste ano, indica, ainda, outro dado importante: seis em cada dez mulheres (60%) percebem o carnaval de hoje tão arriscado quanto os do passado, em relação ao assédio sexual. De novo, há diferença entre a porcentagem de mulheres brancas (55%) e mulheres negras -, isto é, pardas e pretas -, (65%) que compartilham tal percepção. A sondagem é um retrato da realidade do Brasil como um todo, já que tem abrangência nacional.

Outro aspecto relevante diz respeito as campanhas de combate a esse tipo de crime. O que se constatou é que essas ações são tidas como fundamentais para quase todas as entrevistadas pelo instituto (97%).

Basta apenas uma pesquisa rápida na rede X (antigo Twitter) para ter acesso a inúmeros relatos de mulheres que se tornaram vítimas de assédio sexual no período. Algumas comentam que, este ano, se sentem desconfortáveis de vestir certas peças de roupa, como pudessem, com isso, inibir a aproximação incômoda.

Outras expressam sua revolta com comentários deixados em postagens de vídeos, nas quais se vê o discurso de que, se mulheres decidem pular carnaval, não têm o direito de reclamar, caso sejam assediadas. “Dizem que é do jogo, que não se pode controlar a multidão. Macho se solidariza é com macho mesmo”, opina uma usuária da rede social.

Pelo levantamento, é possível obter informações relacionadas ao julgamento ou à falta dele, quando o assunto é a roupa da vítima de assédio. Uma parcela de 15% dos brasileiros ainda pensa que, se uma mulher sai para se divertir no carnaval com roupas curtas, é sinal de que está disponível para encontros sexuais. A proporção de brasileiros que discordam disso é de 68%, sendo maior entre mulheres (75%).

Segundo o Instituto Locomotiva, enquanto 81% dos brasileiros acham problemático um homem beijar uma mulher embriagada ou com roupas curtas, sem que ela dê consentimento, a proporção de mulheres com a mesma opinião é superior, atingindo 86%. Apurou-se também que 86% dos brasileiros reconhecem que ainda há assédio sexual praticado no período da festa de rua e que acreditam que todos devem contribuir para coibi-lo. Uma parcela de 7% discorda dessas afirmações, sendo que 5% discordam totalmente.

SP lança mapa online com pontos de atendimento com soro antiveneno

A cada hora, em média, oito pessoas foram picadas por cobras, escorpiões e lagartas em todo estado de São Paulo no ano passado. Os dados são do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE), que contabilizou 70.800 acidentes notificados com animais peçonhentos, além de 23 óbitos. Desse total de acidentes, 444 ocorreram na capital. Os municípios com mais registros foram Araçatuba (7.340), São José do Rio Preto (6.753) e Ribeirão Preto (4.174). 

Para facilitar o atendimento às vítimas desses animais, a Secretaria de Estado da Saúde lançou uma ferramenta online para a localização e identificação dos 220 pontos de atendimento soroterápico para vítimas de escorpião, aranha, serpente e lagartas. Trata-se de um mapa interativo que fornece as informações necessárias para buscar ajuda em emergências, sobretudo no período quente e chuvoso, época em que esse tipo de acidente mais acontece. 

Para acessar a ferramenta basta clicar no endereço do CVE

Além de facilitar a localização dos pontos de distribuição de soro, o mapa interativo visa diminuir o tempo entre o acidente e o tratamento, possibilitando que a vítima seja levada imediatamente ao serviço de saúde mais próximo e receba o tratamento adequado em um menor espaço de tempo.

Nos primeiros 15 dias de janeiro, já foram registrados 472 casos, sendo 317 envolvendo escorpiões e os demais por animais como aranha-marrom, aranha-armadeira e serpentes, segundo informações da Divisão de Zoonoses do CVE.

Nesse período do ano, há condições climáticas propícias para a reprodução dos animais, uma vez que altas temperaturas e chuvas favorecem condições ambientais e maior disponibilidade de alimentos, de acordo com especialistas.

Crianças de até 10 anos de idade precisam receber o soro antiescorpiônico em até 1 hora 30 minuto após terem sido picadas por escorpião. “Se uma criança saudável começar a chorar intensamente e aparentar muita dor, é necessário pensar em acidente com escorpião e procurar atendimento médico imediatamente”, alerta Gisele Freitas, médica veterinária do CVE.

“Fatores como o aumento da urbanização, desmatamento, turismo ecológico e alterações climáticas podem estar relacionados ao crescimento de casos. O aumento da oferta de detritos alimentares proporciona um ambiente ideal para a proliferação de roedores e baratas, que por sua vez possibilita aumento do número de serpentes, escorpiões e aranhas em convívio mais próximo com o ser humano”, explica a especialista.

Orientações para prevenir os acidentes

Usar calçados e luvas nas atividades rurais e de jardinagem;

Examinar calçados, roupas pessoais, de cama e banho, antes de usá-las;

Afastar camas e berços das paredes e evitar pendurar roupas fora de armários;

Não acumular entulho e materiais de construção;

Limpar regularmente móveis, cortinas, quadros, cantos de parede;

Vedar ralos, frestas e buracos em muros, paredes, assoalhos, forros e rodapés;

Evitar plantas tipo trepadeiras e bananeiras junto às casas e manter a grama sempre cortada;

No amanhecer e no entardecer evitar a aproximação da vegetação muito próxima ao chão, gramados ou até mesmo jardins, pois é nesse momento que serpentes estão em maior atividade;

Não mexer em colmeias e vespeiros. Caso estejam em áreas de risco de acidente, contatar a autoridade local para a remoção.

O que fazer em caso de acidente

Levar a vítima imediatamente ao serviço de saúde mais próximo para que possa receber o tratamento adequado em tempo;

Lavar o local da picada com água e sabão;

Não fazer torniquete ou garrote;

Não furar, cortar, queimar, espremer ou fazer sucção no local da ferida;

Não aplicar folhas, pó de café ou terra (pode provocar infecções);

Não ingerir bebida alcoólica, querosene ou fumo, como é costume em algumas regiões do país;

Se não oferecer risco, acondicionar o animal em frasco tampado ou fotografá-lo para facilitar a identificação e tratamento adequado.

São Paulo terá mais de 15 mil policiais nas ruas durante o carnaval

O Estado de São Paulo contará com reforço de mais de 15 mil policiais militares nas ruas durante os dias de festejos de Carnaval. A mobilização começará no próximo sábado (3), com o pré-Carnaval, e ficará ativa até o domingo (18), no pós-Carnaval. O anúncio foi feito nesta terça-feira (30) pelo governo do estado.

Nos eventos de carnaval nas ruas, os foliões poderão contar com dois tipos de ação dos agentes de segurança. Um deles é o policiamento de aproximação, feito por policiais a pé, circulando uniformizados por locais estratégicos e de grande aglomeração para fácil localização.

Também haverá o policiamento à paisana, agentes com trajes civis, em meio ao público, para observar atitudes suspeitas e alertar a central de operações.

“Os policiais que vão atuar nas operações também receberam treinamento específico para lidar com casos de importunação sexual. Os PMs atuarão no acolhimento e no devido encaminhamento das vítimas para as redes de proteção”, destacou o governo, em nota.

Roubos de celular

Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), a Polícia Militar vai atuar especialmente no combate à receptação e roubo de celulares, um dos crimes mais comuns no período do Carnaval. “A receptação dos celulares é muito rápida. O criminoso furta o celular, leva para outra pessoa e já sai daquela área. Por isso, estamos com uma operação em andamento justamente para combater a receptação de aparelhos de celular”, destacou o comandante-geral da PM, coronel Cássio Araújo de Freitas.

O governo federal, em parceria com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), apresentou em dezembro o aplicativo Celular Seguro para impedir o acesso dos criminosos a aplicativos financeiros e dados pessoais em caso de roubo ou furto de celulares.

O aplicativo e o site Celular Seguro permitem bloquear o aparelho, a linha telefônica e os aplicativos bancários em poucos cliques.

Após baixar o aplicativo ou acessar o site, é preciso fazer o login por meio da conta gov.br. O usuário deverá cadastrar seu aparelho informando o número, marca e modelo. Pode ser registrado mais de um dispositivo, mas a linha deve estar cadastrada no CPF do usuário.

O sistema permite o cadastro de uma ou mais pessoas de confiança, que poderão auxiliar criando ocorrências em nome do usuário. Em caso de perda ou roubo, o usuário ou a pessoa de confiança poderá registrar uma ocorrência por meio do site ou do aplicativo.

Após descrever quando, onde e como ocorreu o problema, o sistema emitirá alertas para instituições participantes, para que tomem as ações necessárias, como o bloqueio de aplicativos financeiros, do aparelho e da linha telefônica.

Golpes

Além do roubo de celulares, os foliões precisam ficar atentos aos golpes praticados por criminosos que se passam por comerciantes ambulantes. No último final de semana, a Polícia Civil de São Paulo prendeu cinco homens que se passavam por vendedores para aplicar golpes financeiros em foliões trocando os cartões utilizados pelas vítimas na hora de pagar por mercadorias.

As vítimas davam o cartão ao criminoso para efetuar uma compra e digitavam a senha na maquininha. O aparelho, com um software malicioso, memorizava a senha. O falso comerciante, então, devolvia à vítima um cartão trocado e ficava com o original. Dessa forma, o criminoso obtinha o cartão e a senha.

Nessa operação, os policiais apreenderam com os suspeitos 146 cartões de débito e crédito, cinco máquinas, R$ 1.602 em espécie, oito aparelhos celulares e duas bolsas. Ao serem questionados, os homens confessaram a prática da fraude.

Hoje é Dia: 28/01 a 03/02

Na semana de transição entre janeiro e fevereiro de 2024, o Hoje é Dia destaca os 20 anos da Chacina de Unaí, evento trágico que motivou a criação do Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo (28/01). Também é hora de relembrar a trajetória de Eduardo Coutinho, um dos principais documentaristas brasileiros, encontrado morto há dez anos, em 2 de fevereiro de 2014.

A semana celebra o Dia Nacional do Quadrinho (30 de janeiro) e um sentimento bastante presente em canções populares, o Dia da Saudade (30 de janeiro).

Mitologia de Iemanjá

No dia 2 de fevereiro, simpatizantes das religiões candomblé e umbanda celebram Iemanjá, considerada a rainha dos mares. A mesma data é celebrada por católicos como Dia da Nossa Senhora dos Navegantes.

Independente da religião, a mitologia sobre Iemanjá ajuda a contar a história do Brasil e o papel das mulher na sociedade contemporânea. O programa Na Trilha da História, da Rádio Nacional, teve um episódio voltado para deusas iorubás, trazendo histórias de deusas como Iemanjá e Oxum. Ouça:

20 anos da Chacina de Unaí 

Brasília, 2014 – No Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, ato público em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF) lembrava os 10 anos da Chacina de Unaí (Wilson Dias/Agência Brasil) – Wilson Dias/Agência Brasil

Em 28 de janeiro de 2004, quatro funcionários do Ministério do Trabalho e Emprego foram assassinados em Unaí (MG) durante uma fiscalização de trabalho escravo em fazendas. Em 2023, a Radioagência Nacional noticiou que o então procurador-geral da República, Augusto Aras, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a prisão imediata dos condenados pela Chacina de Unaí. Ouça:

Vale lembrar que 28 de janeiro se tornou o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo em referência à chacina, porém o trabalho escravo ainda é uma realidade no Brasil.  Em 2022, mais de 2 mil pessoas foram resgatadas trabalhando em condições semelhantes à escravidão. Confira reportagem sobre o assunto no Repórter Brasil: 

Pra te mostrar quem sou

Dia 29 é Dia Nacional da Visibilidade Trans. A data chama atenção para combate a preconceitos contra pessoas transexuais. Em 2015, o Portal EBC produziu o especial multimídia “Eu, trans, quero te mostrar quem sou”. O começo do material instiga internautas com perguntas simples sobre como se referir a uma pessoa:

 

Dez anos sem Eduardo Coutinho

Brasília (DF) 25/01/2024 – Eduardo Coutinho e chacina de Unaí são destaques da semana. Acervo Eduardo Coutinho/IMS – Acervo Eduardo Coutinho/IMS

Em 2 de fevereiro de 2014, a Agência Brasil noticiava a morte de Eduardo Coutinho, um dos maiores documentaristas da história do cinema brasileiro. Ele foi encontrado morto dentro de casa. O assassino foi Daniel Coutinho, um dos filhos do cineasta, que foi considerado posteriormente inimputável pela justiça após laudo de insanidade mental. 

Durante sua trajetória artística, Coutinho produziu vários filmes que privilegiam as histórias de pessoas comuns. Entre suas obras, destacam-se “Cabra Marcado Para Morrer”, clássico da cinematografia documental brasileira, e de “Edifício Master”, sobre moradores do famoso prédio de Copacabana.

O documentarista foi homenageado no 47º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Seu outro filho, o promotor de justiça Pedro Coutinho, participou do programa especial da Rádio Nacional de dentro do evento e destacou o legado do pai:

Confira a lista semanal do Hoje é Dia com datas, fatos históricos e feriados:

Brasília (DF) 25/01/2024 – Eduardo Coutinho e chacina de Unaí são destaques da semana. Foto: Elza Fiúza/Agência Brasil – Elza Fiúza / Agência Brasil

28 de janeiro a 03 de fevereiro de 2024

28/01

Morte do tecladista estadunidense Billy Powell (15 anos) – integrante da banda de southern rock Lynyrd Skynyrd

Fundação da Confederação Nacional do Transporte (70 anos)

Ocorre a Chacina de Unaí (20 anos) – quatro funcionários do Ministério do Trabalho e Emprego foram assassinados na região, durante uma fiscalização de trabalho escravo em fazendas

Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo – a data relembra a chacina cometida em Unaí – MG da equipe de auditores que estava indo investigar uma denúncia de trabalho escravo numa fazenda local

Dia Internacional da Privacidade de Dados

Dia Mundial dos Corais da Amazônia

29/01

Nascimento da apresentadora estadunidense Oprah Winfrey (70 anos) – vencedora de múltiplos prêmios Emmy por seu programa The Oprah Winfrey Show, o talk show com maior audiência da história da televisão norte-americana

Nascimento do compositor fluminense Roberto Martins (115 anos)

Morte do esportista paraense Hélio Gracie (15 anos) – foi responsável pela difusão do Jiu-Jitsu no Brasil e idealizador do estilo de arte marcial brasileira conhecido mundialmente como Brazilian Jiu-Jitsu

Dia da Visibilidade Trans

30/01

Nascimento do compositor e pianista mineiro Waldir Calmon Gomes (105 anos)

Morte do empresário paulista João Augusto Conrado do Amaral Gurgel (15 anos) – idealizador do primeiro e até hoje, único carro genuinamente brasileiro: o Gurgel BR-800

O Boeing 707-323C cargueiro da Varig desaparece sobre o oceano Pacífico 30 minutos depois de decolar de Tóquio (45 anos) – o voo transportava, entre outros itens, quadros do pintor Manabu Mabe; é conhecido por ser um dos maiores mistérios da história da aviação

Dia do Quadrinho Nacional

Dia da Saudade

Início da primeira linha de bondes puxados por tração animal do Largo do Rocio (atual Praça Tiradentes) até a Usina (início do Alto da Boa Vista (165 anos)

31/01

Morte do sambista fluminense Paulo Benjamin de Oliveira, o Paulo da Portela (75 anos) – durante as tentativas de aproximação dos Estados Unidos com os seus vizinhos da América do Sul, Paulo da Portela foi escolhido para ser o modelo da criação do personagem Zé Carioca, bem como para representar o samba no exterior. Foi homenageado junto com Natal (figura de presidente lendário da escola) e Clara Nunes pela GRES Portela no ano de 1984, no enredo “Contos de Areia”, que deu o 21º campeonato do Carnaval do Rio de Janeiro à escola

Nascimento do jogador de beisebol estadunidense Jackie Robinson (105 anos) – primeiro jogador afro-americano da Major League Baseball na era moderna

Dia Mundial do Mágico

01/02

Nascimento do jogador de futebol fluminense Juan Silveira dos Santos (45 anos) – com 33 gols marcados com a camisa do Flamengo, Juan e Júnior Baiano são os maiores zagueiros artilheiros da história do clube

Morte da pianista paulista Anna Stella Schic (15 anos) – grande intérprete da obra de Villa-Lobos e uma das mais destacadas pianistas brasileiras do século 20

Morte do pianista e compositor fluminense Ernesto Nazareth (90 anos) – um dos grandes nomes do choro e do maxixe, foi um dos primeiros artistas a tocar na Rádio Sociedade (atual Rádio MEC do Rio de Janeiro)

Morte do pintor holandês Piet Mondrian (80 anos) – foi um dos nomes do Modernismo e criu o estilo Neoplasticismo. Seu estilo influencia diversas vertentes artísticas até os dias atuais

Morte do ator austríaco Maximilian Schell (10 anos) – vencedor do Oscar em 1961 pelo filme “Julgamento de Nuremberg”

Edição do Ato Institucional Número Seis ou AI-6 (55 anos) – diminuiu o número de juízes do STF e determinou que crimes contra a segurança nacional seriam julgados pela Justiça Militar

The Beatles assumem a primeira posição no hit parade com a canção “I Want to Hold Tour Hand” (60 anos)

Dia do Publicitário

Incêndio no Edifício Joelma, com 191 mortos (50 anos)

02/02

Dia de Iemanjá – também conhecida pelo sincretismo afro-brasileiro como Nossa Senhora dos Navegantes

Dia Mundial das Zonas Úmidas – consideradas pela ONU um dos ecossistemas mais produtivos e ameaçados do mundo. A maior zona úmida continental do planeta fica no Brasil: o Pantanal

Nascimento do ator hispano-brasileiro nascido na Suécia Luis Gustavo (90 anos) – iniciou sua carreira artística como contrarregra através de seu cunhado Cassiano Gabus Mendes, então diretor artístico da TV Tupi. Pouco tempo depois, já havia participado de diversos filmes, telenovelas e teleteatros até estrelar o anti-herói em “Beto Rockfeller” de Bráulio Pedroso, considerada a primeira novela moderna no formato que dura até a atualidade. Desde então, consolidou a sua carreira artística atuando em diversas telenovelas, filmes e seriados

Nascimento do cantor e compositor pernambucano Osvaldo Lenine Macedo Pimentel, o Lenine (65 anos)

Morte do ator inglês William Henry Pratt, o Boris Karloff (55 anos) – famoso por interpretar o monstro Frankenstein

Morte do músico inglês Sid Vicious (45 anos) – baixista da banda Sex Pistols

Morte do cineasta paulista Eduardo Coutinho (10 anos) – um dos maiores documentaristas da história do cinema do Brasil. Tinha como marca realizar filmes que privilegiavam as histórias de pessoas comuns

Morte do ator e diretor teatral estadunidense Philip Seymour Hoffman (10 anos) – vencedor do Oscar de melhor ator por “Capote” e conhecido pela série “Jogos Vorazes”

Morte do cantor, compositor e produtor musical maranhense Nonato Buzar (10 anos)

Nascimento do letrista, teatrólogo, poeta, pintor, caricaturista e escultor fluminense Luís Peixoto (135 anos)

Nascimento da concertista e flautista francesa Marie Thérèse Odette Ernest Dias (95 anos)

Morte do compositor e organista francês Armand-Louis Couperin (235 anos)

Ataque de tropas rebeldes a Recife durante a Revolução Praieira (175 anos)

Festa de Iemanjá em Salvador

Festa de Navegantes em Porto Alegre

Inauguração do primeiro trecho da Rodovia Belém-Brasília (65 anos)

Dia de Iemanjá – também conhecida pelo sincretismo afro-brasileiro com Nossa Senhora dos NavegantesDia Mundial das Zonas Úmidas – as zonas úmidas são consideradas um dos ecossistemas mais produtivos do mundo e os mais ameaçados, conforme alerta da ONU

03/02

Morte do cineasta estadunidense John Cassavetes (35 anos) – frequentemente chamado de o “pai do cinema independente dos Estados Unidos”

Nascimento do compositor, pianista e maestro mineiro Hervé Cordovil (110 anos)

Nascimento do político e advogado potiguar João Fernandes Campos Café Filho, o Café Filho (125 anos) – foi presidente do Brasil após o suicídio de Getúlio Vargas

Nascimento do historiador inglês Edward Palmer Thompson, o E. P. Thompson (100 anos)

Nascimento do compositor, pianista e maestro alemão do início do período romântico Jakob Ludwig Felix Mendelssohn Bartholdy (215 anos) – uma das suas mais conhecidas obras é a suíte “Sonho de uma Noite de Verão” (que inclui a famosa marcha nupcial)

Nascimento do compositor e pianista italiano Luigi Dallapiccola (120 anos)

Suspenso o embargo estadunidense ao Vietnã (30 anos)

Ditador paraguaio Alfredo Strossner é deposto e se asila no Brasil (35 anos)

Atentado com encomenda-bomba mata político moçambicano Eduardo Chivambo Mondlane (55 anos), um dos líderes da independência de Moçambique e um dos fundadores e primeiro presidente da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO). O dia ficou marcado no país como Dia dos Heróis Moçambicanos

Acidente de avião no estado de Iowa mata os jovens músicos de rock Buddy Holly, Ritchie Valens e J. P. “The Big Bopper” Richardson (65 anos) – a data do acidente ficou conhecida como “o dia em que a música morreu”

Dia da Navegação do Rio São Francisco